Boletim 05/09/2021

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15º Domingo do Reino 05.09.2021 Ano XVIII Nº 364

COMO É POSSÍVEL QUE DEUS ME AME? Deixa eu te confessar algo: fico absolutamente abismado com a naturalidade com que algumas pessoas dizem que Deus as ama. Para mim, a possibilidade de o Onipotente amar um verme como eu é a coisa mais assombrosa que existe. Você já parou para pensar no tamanho da nossa insignificância? Assisti a um documentário que mostra que os mais potentes telescópios espaciais já captam luz emitida por estrelas que estão a seis bilhões de anos-luz da terra. Isso significa que o universo é tão, tão, tão grande que a luz emitida 6 bilhões de anos atrás por estrelas distantes, viajando a 300 mil quilômetros por segundo (!!!), só estão chegando a nós agora. Absurdo. Assombroso. Será que isso põe em perspectiva o tamanho da criação? Esqueça a Terra. Pense no que está além da nossa ridiculamente insignificante atmosfera. Feche os olhos e tente visualizar a imensidão do espaço, tão tão tão vasto que fótons de luz viajando a 300 mil quilômetros por segundo demoraram 6 bilhões de anos para chegar aqui! Meu Deus! Diante desse gigantismo... o que somos nós? Eu e você somos menos do que amebas ridiculamente minúsculas, poeira cósmica pousada sobre a casca de um planeta insignificante. E, ainda assim, Deus nos ama. E ama tanto que se fez como um de nós. Para morrer. Para sofrer. O Criador dos buracos negros, das supernovas e das galáxias impensáveis quis ser como este nada que nós somos. Por amor. Que loucura... Disso só posso tirar uma conclusão. Se o Ser que fez esse tudo que nos envolve quis se fazer como este nada que nós somos é porque o seu amor por cada um de nós é infinitamente maior do que o tudo que ele criou. Como isso é possível? Como? Meu Deus... Minha mente é limitada demais para alcançar essa realidade. Tudo que posso fazer é chorar. Chorar de emoção por saber que esse Ente absurdamente enorme e poderoso olhou para este nada ridiculamente insignificante que sou, ignorou toda a sabedoria humana e as arrogâncias teológicas e disse aquilo que muda absolutamente tudo e que nos lança numa dimensão sobrenatural tão inalcançável que destrói todo orgulho e toda soberba: "Filho, eu te amo." Meu Deus... meu Deus... meu Deus.... Maurício Zágari Arcebispo DOM PAULO GARCIA | Bispo Diocesano DOM ALEXANDRE XIMENES


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