A MINHA DESILUSÃO NÃO TEM DE SER A TUA Paroxismos e cumplicidades com o Bom Povo Português
“Na areia onde ninguém desembarca descobre-se uma pegada intacta”. (Bom Povo Português)
Aviso à navegação Ceci n'est pas une thèse! Nem sequer um artigo académico no sentido tradicional do termo: não fiz grande pesquisa, ignoro deliberadamente o plural majestático, mandei-o para as urtigas e soube-me tão bem… Acabada de chegar da sala de cinema, agarrei-me ao DVD e ao computador a seco, a cru, e é só queria escrever sobre o que vi, sem traduções nem intermediários - isso fica para mais tarde. Confesso que nunca me tinha acontecido ver o mesmo filme duas vezes imediatamente de seguida (a não ser por razões de trabalho, claro, e mesmo assim esforço-me por fazer uns intervalinhos para granjear algum distanciamento). Mas aqui o que eu quero é proximidade! O texto foi, portanto, escrito com o coração, melhor, com as entranhas, como quem fala visceralmente convosco (tom inadmissível para a academia – o que me deixa os miolos em água), usando uma ou outra referência em que fui tropeçando, ora de cor – que os anos a fazer isto já são alguns –, ora por acaso. Não fui vasculhar nas folhas da Cinemateca ou nos compêndios do Cinema Português. Não porque não valesse a pena, mas porque não era isso que eu queria fazer