Luis-Paulo

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Edição - Nº 01

Graphia

Graphic Arts Ano 1 - Junho de 2011 R$14,90

Tipografia - Família Futura A Pop-Art de Romero Britto O manifesto de Jan Vormann Design Minimalista Embalagens Chema Madoz Surrealismo na fotografia Especial Tablets O Novo iPad Litografia - A arte gravada na pedra

Duda Lanna Portfólio de um talento nacional



Pg 4

Ilustração

Arte Urbana

Pg 6

Editor: Luiz Paulo A. Pereira Diretor: Luiz Paulo A. Pereira Revisor: Luiz Paulo A. Pereira Design: Luiz Paulo A. Pereira Diagramação: Luiz Paulo A. Pereira

Pg 8

Design

Fotografia

Expediente

Pg 10

Colaboradores: Rangel Sales Ana Beatriz Delavia Thomasi Marcia Aguilar Pereira Maria Regina Fernandes

Tiragem:15.000

Pg 12

Endereço: Rua Jacuí, 974 Apto 105, Floresta, Belo Horizonte - MG

Tecnologia

Portfólio

Pg 14

CEP:31110-050

Pg 16

Processos de Impressão

Pg 22

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Sumário

Tipografia


Tipografia

Graphic Arts

Tipografia - Família Futura Uma das mais notáveis fontes sem serifa da época entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial

Futura Thin Italic Futura Light Futura Light Italic Futura Condensed Light Futura Md Bt Medium Futura Md Bt Medium Italic Futura Bold Futura Bold Italic Entre as fontes sem serifas mais notáveis da época entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, está a fonte Futura. Desenhada entre 1924 e 1926 por Paul Renner, é uma letra bem representativa da clareza defendida nos manifestos da Bauhaus, com evidente construção geométrica.

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Tipografia

Sóbria, neutral, clara, elegante, bem equilibrada, legível em corpos grandes, mas também em texto corrido, a Futura apresenta as características preferidas pelos designers vanguardistas dos anos 20 e 30. Parece construída com régua e compasso, e as versões preliminares têm óbvias afinidades com as experiências tipográficas do anos 20. Mas assim como a Gill Sans (a outra importante sem serifa da época) se inspirou diretamente no tipo que Edward Johnston desenhara para os transportes urbanos londrinos, também a Futura foi derivada de letras já existentes, por exemplo da Kramer-Grotesk, uma sem serifa desenhada pelo arquiteto alemão Ferdinand Kramer para uso do município de Frankfurt am Main, em todas as suas publicações. Outra letra que terá servido de modelo e inspiração foi a Erbar Grotesk, desenhada por Jakob Erbar para a Fundição Ludwig & Mayer (a partir de 1922), da Mergenthaler Linotype e da Linotype Londres. Segundo os depoiamentos e as interpretações que não insinuam o plágio da Kramer ou da Erbar, a inspiração da Futura teria vindo das inscrições lapidares da Grécia clássica, que Renner analisou em detalhes. Os gregos usavam uma letra sem serifas de formas simples, e teria sido essa clareza estética que Renner captou.

Os desenhos originais de Renner para a Futura estão hoje guardados na Fundición Tipográfica Neufville, sediada em Barcelona. Outro tipo sem serifa desenhado por Renner foi a Topic ou Steile Futura, uma variante condensada, com traços redondos nas letras A, E, M e W. Esta Topic foi editada pela Bauersche Giesserei já mais tarde, em 1953.

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Graphic Arts

Ilustração

A Pop-Art de Romero Britto ‘’Nasci com um dom, e quero dividir com todos’’

Romero Britto, 42, iniciou sua carreira nas artes plásticas aos 8 anos, no Recife. De vendedor de quadros de rua a nome badalado no cenário internacional, Britto acumulou alguns milhares de dólares e um bocado de críticos em seu próprio país. Em entrevista, o artista fala sobre prestígio internacional, desprestígio nacional e seus planos.

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Ilustração Entrevistador - Quais são suas principais influências?

Entrevistador - Há quem veja seu trabalho como uma retomada da pop art. O que acha?

Romero Britto - Sempre gostei, e ainda gosto, de um artista do Brasil que se chama Francisco Brennand. Depois de pesquisar mais e aprender mais, vi artistas como Picasso, Matisse. Nos EUA, comecei a me interessar muito pela pop art e por artistas como Andy Warhol, Keith Haring, Kenny Scharf e Roy Lichenstein.

Britto - Acho legal que as pessoas façam esses comentários, porque são positivos. Mas seria demais para mim dizer “estou fazendo isso”. Eu deixo para que as considerem. O que posso fazer é pintar e transformar minha arte em instrumento para as pessoas poderem levar para onde quiserem, ou sentirem onde quiserem e na intensidade que quiserem. Mas agradeço a referência. Por favor, podem falar de mim (risos).

Entrevistador - Como desenvolveu seu estilo?

Entrevistador - Em São Paulo, muitos pintores de rua fazem réplicas de seus quadros. O que acha?

Britto - Sempre tinha um elemento na minha arte e esse elemento sempre se repetia. A pop art é uma arte de repetição, é uma arte voltada para uma grande audiência. Mas o desenvolvimento do meu estilo foi bastante espontâneo, acho que tem sido uma evolução que ainda acontece. Tenho trabalhado meu vocabulário artístico, não foi de uma hora para outra. Às vezes eu me surpreendo ao ver pessoas falando coisas sobre a minha arte que são novidade para mim. Acho que essas surpresas vão continuar, porque eu continuo a pintar todo dia.

Britto - É verdade? Copiado? (risos). Eu acho super legal as pessoas se inspirarem em mim. Vai saber, às vezes é o meio de vida, a pessoa pode ganhar dinheiro para poder viver desse jeito. Tem um lado bom e outro ruim. O bom é você inspirar as pessoas. O ruim é que se a pessoa tem o talento de copiar, ela também tem o talento de criar. Às vezes, elas acham mais fácil copiar do que fazer uma coisa nova. Elas acabam se bitolando, não se abrindo. Elas poderiam criar sua própria linguagem.

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Arte Urbana

Graphic Arts

O manifesto de Jan Vormann Dispatchworld um manifesto no mínimo peculiar. O objetivo é restaurar monumentos e lacunas em prédios danificados com peças de lego.

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Arte Urbana

O mundo segue cheio de intervenções artísticas urbanas por aí, dos grafites a instalações no meio da rua. Tudo inspira a arte, tudo mesmo! Também sabemos que, com o passar dos anos, monumentos históricos vão se deteriorando. Casas ficam velhas, rebocos caem e por aí vai. Foi pensando na passagem do tempo e nos reparos necessários nos monumentos que o artista alemão Jan Vormann começou em 2007 um manifesto no mínimo peculiar, ele resolveu restaurar monumentos e lacunas em prédios danificados com peças de lego. O Projeto intitulado Dispatchwork teve como ponto de partida as paredes de Bocchignano, um vilarejo em Roma e em três anos Jan restaurou cenários urbanos em 10 cidades diferentes, entre elas: Tel Aviv em Israel, Berlim, Nova York onde um grupo de voluntários na faixa etária de 3 á 40 anos ajudaram e Roma onde rolou uma exposição em uma feira de artes que reuniu milhares de pessoas. Jan Vormann encoraja qualquer pessoa a reunir um grupo e reparar sua cidade com a mesma técnica e até o momento 21 cidades do mundo aderiram. No Brasil, a equipe do Improvisal Design, que visa apresentar soluções práticas e criativas para situações problemáticas do dia-a-dia, tocaram o projeto pelos parques da cidade de São Paulo, entretanto, qualquer grupo de qualquer outra cidade do país pode dar continuidade a essa iniciativa e as fotos podem ser enviadas para Dispatchworld@gmail.com para serem arquivadas no site oficial do projeto.

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Graphic Arts

Design

Design Minimalista Embalagens AgĂŞncia de Design de Produtos Antrepo ĂŠ responsavel por trazer uma nova visĂŁo no desenvolvimento de embalagens de marcas famosas.

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Design

As embalagens, tem o papel de armazenar, proteger e conservar o que detém, mas desde o período pós-guerra, passaram a ter novas atribuições, como informar e principalmente, seduzir. O design de embalagens também evoluiu, desde os processos de produção até em suas artes visuais. Embalagens que, como outros elementos da cultura visual, são próprios de cada época, podem ser usadas como verdadeiros calendários, contando diversas histórias de seu tempo. Um movimento visual que temos percebido ultimamente é a “moda” do minimalismo que pode ser notado em diversos setores inclusive na reformulação de marcas e embalagens. Se antes os anunciantes e até mesmo as companhias preferiam usar estilos mais coloridos ou cheios de informação, agora podemos ver uma tendência clean, simples porém informativa suficiente para convencer e ficar em evidência. Design de embalagens é sempre a ferramenta mais atrativa usada pelas companhias, e com esse design simplista, o produto pode ser único. Design minimalista para meu entendimento, é simples e discreto, mesmo assim atraente e limpo. Então, eis uma apresentação de um projeto de uma Agência de Design de Produtos à Antrepo localizada na Turquia. São embalagens famosas em todo mundo que foram modificadas em três passos. No primeiro a embalagem original, no segundo uma simplificação e por último uma simplificação definitiva.

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Fotografia

Graphic Arts

Chema Madoz - Surrealismo na fotografia Uma percepção poética de objetos do cotidiano

Licenciado em História da Arte pela Universidade Compultense de Madrid, Madoz oscila entre o surrealismo e o conceptualismo. Troca o sentido dos objetos com a fotografia, muitas vezes com uma ponta de humor que nos faz sorrir. O Dali da fotografia é também espanhol: mas de Madrid. Apesar de ter começado a sua carreira com imagens humanas, foi na fotografia de objetos comuns que Chema Madoz imprimiu a sua marca na área. Os seus trabalhos são considerados surrealistas: ele tira os objectos do seu contexto habitual, dandolhe significados e percepções diferentes dos habituais.

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Fotografia As suas fotografias são simples, sempre a preto e branco ou a sépia, que ganham destaque pela sua estranheza. Há por exemplo uma colher com sombra de garfo, que nos lembra a falsa aparência das pessoas. Uma escada suportada por uma muleta e uma tesoura por uma agulha. Um cachimbo com furos de flauta ou simplesmente uma escada encostada em um espelho. Madoz recebeu já diversos prémios, como o Prémio Kodak e o Prémio Nacional de Fotografia de Espanha, tendo ganho importância também em França, nos Estados Unidos e no Japão. A máxima para o seu trabalho também é muito simples: nem tudo é o que parece.

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Tecnologia

Graphic Arts

O Novo iPad Em apenas 9 meses, o primeiro iPad vendeu 15 milhões de unidades - foi o lançamento mais bem - sucedido da história da Apple e revolucionou o mundo da tecnologia. Agora ele está chegando à segunda geração: o iPad 2 é mais fino, mais leve, mais rápido e tem vários recursos novos e atraentes. Mas o melhor de tudo? A capinha.

Em forma

Mas com 2 câmeras

E uma coisa genial

O iPad 2 é 33% mais fino que seu antecessor (tem apenas 0,85 cm de de espessura, o mesmo que um lápis) e também perdeu peso. Sua versão Wi-Fi, ficou 80 g mais leve - e a versão 3G emagreceu 120g. Com cerca de 600 gramas, o iPad 2 ainda é uma aparelho meio pesado. Mas evoluiu nesse aspecto.

A câmera traseira filma em alta resolução (720p) e também tira fotos - mas com baixa qualidade. A câmera frontal, que serve para fazer videoconferência, é satisfatória, ela poderá ser usada com o software de batepapo da própria Apple, o FaceTime, e provavelmente também com o Skipe.

O iPad 2 ganhou a Smart Cover, uma capinha que “gruda“ magnéticamente na frente do aparelho e tem uma característica esperta: liga ou desliga automaticamente o iPad quando colocada ou tirada.

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iPad 2 Nos EUA:R$ 827 a R$1375 apple.com


1 Tecnologia

Maior e Melhor A Samsung já tinha um rival para o iPad - O Galaxy Tab. Mas sua tela de 7 polegadas limitava um pouco o uso do aparelho na leitura de revistas. Por isso a empresa criou esta versão, de 10,1” ligeiramente maior que o iPad (9,7”)

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- Galaxy Tab Nos EUA:N/D samsung.com

2 Software Exclusivo O HP Touch é o único dos novos tablets que não usa o sistema operacional Android. Vem equipado com o WebOS, cujo destaque é a multitarefa - nele, é muito fácil e rápido executar vários aplicativos ao mesmo tempo.

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- HP Touch Nos EUA:N/D hp.com

3 Android Top de Linha Câmera frontal para fazer videoconferência, câmera traseira com 5 megapixels e flash, tela de 10,1 polegadas com ótima resolução (1280 x 800). O Xoom é o Rolls - Royce dos tablets Android - com preço à altura. - Motorola Xoom Nos EUA: R$1320 motorola.com

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Portfólio

Graphic Arts

Duda Lanna Portfólio de um talento nacional O artista gráfico de Porto Alegre, Duda Lanna, mistura linhas orgânicas, padrões gráficos e formas geométricas com cores vibrantes, criando trabalhos caóticos e abstratos.

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Portfólio

Entrevistador: Seus pais são artistas certo? Eu suponho que eles tenham te iniciado no mundo das artes? Duda Lanna: Minha mãe é uma artista e se chama Lana Lanna. Ela trabalhava com metal e pintura - eu cresci assistindo ela trabalhar – seu trabalho me influenciou diretamente. Foi ela que me ensinou como desenhar e me incentivou a sempre desenhar. Quando era criança eu adorava ficar em seu estudio, vendo o seu trabalho e os livros que ela usava como refêrncias. Eu continuo pedindo suas dicas e ajuda sobre arte. Eu tenho sorte de ter uma mãe como ela.

Entrevistador: Em que você está trabalhando no momento? Duda Lanna: Eu Estou trabalhando em um série de desenho chamada “Saga”, onde eu tento levar os meus desenhos aos limites do abstrato e figurativo. Depois tenho a intenção de fazer uma exposição junto com meus outros trabalhos gráficos.

Entrevistador - Você é fã de bandas de 70’s rock, como… Duda Lanna: Sabbath, Alice in Chains, Kyuss, Monster Magnet, Los Natas, Hawkwind, Led Zeppelin, Blue Cheer e umas outras 100. A música serve como uma forma de portal para mim, é onde eu vou quando preciso me distanciar do mundo por um momento; isso ajuda quando eu estou tentando trabalhar nessa cidade barulhenta.

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Portfólio

Graphic Arts

Entrevistador: Qual foi a sua primeira inspiração artisticas que você consegue se lembrar? Duda Lanna: Quando eu era adolescente, eu costumava gostar do Salvador Dali – todas aquelas referências loucas sem nenhuma razão aparente, muitas vezes me faziam ficar horas admirando seu trabalho. Foi durante minha primeira viagem à Europa que eu realmente descobri que eu queria ser uma artista; vendo “Guernica” tão de perto quase me matou.

Entrevistador: Seu estilo é profundamente eclético – você separa tempos diferente para estilos diferentes, ou isso é mais como uma corrente na sua mente? Duda Lanna: Meu trabalho e completamente intuitivo – eu não faço nenhum tipo de planejamento quando eu sento para desenhar. Minha mente me leva aonde ela deseja ir. Então todas as minhas influências acabam aparecendo de um jeito ou de outro. Talvez por isso meu trabalho seja tão variado. Uma vez eu ouvi um grande guitarrista dizendo que ele passou tantas horas no estúdio, conhecendo seu instrumento, que quando ele foi tocar ele não pode esquecer tudo o que ele havia feito então a única coisa que ele teve que fazer foi se divertir. Isso é mais ou menos o que eu faço.

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Portf贸lio Duda Lanna posa perto de parte de sua j谩 vasta obra

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Impressão

Graphic Arts

Litografia - A arte gravada na pedra A arte descoberta por Aloys Senefelder no final do século XVIII O que é a litofrafia? A litografia (de lithos, “pedra” e graphein, “escrever”) é descoberta no final do século XVIII por Aloys Senefelder (1771-1834), dramaturgo da Bavária que busca um meio econômico de imprimir suas peças de teatro. Trata-se de um método de impressão a partir de imagem desenhada sobre base, em geral de calcário especial, conhecida como “pedra litográfica”. Após desenho feito com materiais gordurosos (lápis, bastão, pasta etc.), a pedra é tratada com soluções químicas e água que fixam as áreas oleosas do desenho sobre a superfície. A impressão da imagem é obtida por meio de uma prensa litográfica que desliza sobre o papel. A flexibilidade do processo litográfico permite resultados diversos em função dos materiais empregados: em lugar da pedra, cada vez mais são usadas chapas de plástico ou metal, em particular de zinco. O desenho, por sua vez, altera sua fisionomia de acordo com o uso de pena, lápis ou pincel. Testes de cor, texturas, graus de luminosidade e transparência conferem às litografias distintos aspectos.

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Prensa litografica moderna


Impressão Matriz litografica e imagem reprozudida a partir dela

Quem utilizava esta técnica? De extensa aplicação na indústria como processo gráfico - por meio do offset -, a litografia é testada por artistas de diferentes épocas. Francisco de Goya (1746-1828) emprega a litografia no período final de sua vida quando realiza, entre outros, a série Touros em Bordéus. Thédore Géricault (1791-1824), Eugène Delacroix (1798-1863) e Honoré Daumier (1808-1879) são outros exímios na técnica. Daumier, particularmente, executa a litogravura na maior parte de sua obra - calcula-se mais de 4.000 - sobretudo em seus cartuns políticos e charges sociais. Edvard Munch (1863-1944), por sua vez, reproduz uma série de pinturas de sua própria autoria, como a famosa tela O Grito, que passa à litografia, em 1895, e Melancolia, 1896. A litografia em cores mobiliza o interesse de artistas franceses como Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901), Pierre Bonnard (1867-1947) e Édouard Vuillard (1868-1940), influenciados de perto pelo sucesso das xilogravuras japonesas. Na Inglaterra é possível lembrar as estampas simbolistas de William Blake (1757-1827) e as imagens de James Whistler (1834-1903).

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Impress達o

Graphic Arts

Obras de Henry de Toulouse - Lautrec Um dos grandes admiradores da litografia amplamente usada em suas obras

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