O Fazendeiro - PARTE 1

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Diogo Bethonico O Fazendeiro

Eline Maria Almeida Bethonico Belo Horizonte, novembro de 2013

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Sumário Apresentação ........................................... 1 Fazenda do Trevo ......................................................................................................... 2 Fazenda Vista Alegre ..................................................................................................... 3 Fazenda Lagoa Grande e Major ................................................................................. 4 Fazenda Gameleira ....................................................................................................... 5 Fazendas Pingo Dágua e Lagoa Bonita ..................................................................... 6 Fazenda do Felipe ........................................................................................................ 7 Casa de Porto Seguro ................................................................................................... 8 Casa de Praia da Costa ................................................................................................ 9 SPA Med ........................................................................................................................ 10 Viagem Ao Piauí ........................................................................................................ 11 Conselho De Sócios e Participação nas Atividades das Empresas ................... 12 Aniversário de 45 Anos da Mineração SOCOIMEX .......................................... 13 Sr. Diogo e a Comunidade....................................................................................... 14 Pensamentos e Mensagens Do Sr. Diogo............................................................... 15 Falas do Sr. Diogo.................................................................................................... 16 Falas da Dona Inês................................................................................................... 17 Aniversário de 90 Anos do Sr. Diogo................................................................... 18 O Casal Sr. Diogo e D. Inês e a Familia............................................................... Festividades ..................... Os Netos ......................... Nossos Pais, Nosso Exemplo ...................... Famílias: Eline..................................................................................................................... Noris.................................................................................................................... Rangel................................................................................................................ Franklin.............................................................................................................. Maria Inês.......................................................................................................... Catarina.............................................................................................................. Minervino.......................................................................................................... Carmen.............................................................................................................. Denise................................................................................................................. Paulo.................................................................................................................... Simone................................................................................................................. Haroldo............................................................................................................... Conclusões ................................................................................................................ Anexos ........................................................................................................................ 3


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Semeia sempre No campo do mundo és um semeador. Não podes fugir à responsabilidade de semear. Não digas que o solo é áspero, que chove frequentemente, que o sol queima ou que a semente não serve. Não é tua função julgar a terra e o tempo. Tua missão é semear. A semente é abundante: um pensamento, um sorriso, uma promessa de alento, um aperto de mão, um conselho, um pouco de água são sementes que germinam facilmente. Não semeies, porém, descuidadamente como quem cumpre uma missão desagradável: semeies com interesse, com amor, com atenção, como quem encontra nisso o motivo central da felicidade. E ao semear não penses: Quanto me darão? Quanto demorará a colheita? Recorda que não semeias para enriquecer, aguardando o ganho multiplicado: semeias porque não podes estar inativo, porque não podes viver sem dar, porque não podes servir a Deus sem servir aos homens! És dono de ti mesmo; da vida e do universo. Uma semente, pois, não cairá no vazio. Sem esperar recompensa e sem esperar riquezas, enriquecerás; sem pensar em colheita, teus bens se multiplicarão. E tudo porque semeias um reino onde dar é receber, onde perder a vida é encontrá-la, onde gastar servindo é aumentar. Semeia sempre, em todo terreno, em todo tempo, com interesse a boa semente, como estivesse semeando o próprio coração! Sê, pois, um semeador...

Autor Desconhecido

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Pensamentos Vitórias não nascem sozinhas. São sempre frutos do trabalho de homens e mulheres que fazem esta história e os caminhos de sucesso de qualquer empresa ou família.

Consideramos, sem nenhuma vaidade, os bens materiais que reunimos e principalmente a grande, bela e unida, a família que está crescendo a cada dia, sempre trazendo orgulho e alegria para todos nós.

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Diogo e família antes de ir para o Piauí: Em pé: Lourdes, Diogo, Ma Antonietta (Nenem) e José Horácio (Zezé). Sentados: Stella (esposa de Zezé, Vovô Minervino com o neto João Luiz no colo e Vovó Maricas.

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Apresentação Caros Familiares, Se o Sr. DIOGO BETHONICO nosso pai, sogro, avô, bisavô estivesse entre nós, estaria completando hoje 100 anos. Sua vida pessoal e profissional foi relatada com detalhes, no livro DIOGO BETHONICO - TRAJETÓRIA DE UM EMPREENDEDOR, editado em novembro de 1993, quando completou 80 anos. Senti-me motivada a falar um pouco sobre o Sr. Diogo após os seus 80 anos até o ano de 2010, quando nos deixou, pois nesta fase de sua vida foi quando ele conseguiu a realização de seus maiores sonhos: o de ser FAZENDEIRO. Como nasceu esse sonho? Nosso pai nasceu em Itabira, e foi criado num ambiente de cultivar, com carinho, a terra, plantar e colher. Seus pais, Minervino Bethonico, funcionário público estadual (escrivão do FORUM) e sua mãe Maria Bárbara de Magalhães Bethonico, a “D. Maricas”, (professora primária e uma das fundadoras do 1º Grupo Escolar de Itabira), adquiriram uma área e lá implantaram a “Chácara do Minervino”, como era conhecida. A Chácara era um dos cartões de visita da cidade, tal o cuidado, bom gosto, e as técnicas utilizadas pelo Sr. Minervino no plantio das variadas árvores frutíferas, flores e criação de algumas cabeças de gado, cavalos, aves, etc. Sr. Diogo junto com seus 3 irmãos, José Horácio, Maria Antonietta (tia Neném) e Lourdes, passaram a infância e adolescência, junto com os pais, participando das atividades da Chácara, mas no Diogo a identificação com esta lida foi mais forte e motivadora.

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Assim é que foi para a Universidade de Viçosa onde concluiu o Curso de Técnico em Agricultura e após sua graduação pensou logo em voltar para Itabira e aplicar na Chácara os ensinamentos adquiridos em Viçosa. Seu projeto não se realizou por falta de condições financeiras e o Diogo teve que arranjar emprego e sair de Itabira. Foi lidar com a terra, mas como funcionário do Ministério da Agricultura, no Piauí onde trabalhou de 1934 a 1942 e casou-se com a sua Inês. Sua trajetória empresarial que foi bem retratada no livro já citado, ainda não estava completa, pois seu sonho, sempre acalentado de ter sua “própria Chácara”, estava se iniciando e ainda havia muito a fazer. Para que tivéssemos nós os filhos e seus descendentes alguns registros desta fase que lhe trouxe muito prazer, desafios, realizações e reconhecimento, apresento nas páginas seguintes relatos, fotos, cópias de publicações, da forma espontânea que me foi possível fazer. É um trabalho feito com carinho e com o desejo de reverenciar a memória de nosso pai e, assim, homenageá-lo no Centenário de seu Nascimento. Agradeço a colaboração de Márcia, Ronaldo, Lalá, Miguel, Bruno, Toninha, Catarina, Marta, Rafael Machado, Rafael Prado e familiares, que me possibilitaram a execução desta empreitada no curto tempo que tivemos para fazê-la. Espero que apreciem e me desculpem as falhas que por ventura encontrem neste livro.

Um abraço, Eline. Belo Horizonte, 13 de novembro de 2.013

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1 Fazenda do Trevo

Bom Jesus do Amparo - MG

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om o incentivo de Dona Inês, esposa e companheira de todas as horas, adquiriu em 1958, uma área menor, chamada de SÍTIO DO TREVO (localizado no Trevo da BR 381 e MG 434), e ao longo do tempo outras glebas foram adquiridas totalizando hoje 665 ha, a FAZENDA DO TREVO. Ali inicia a realização do seu sonho, da forma como sempre gostou de trabalhar : “começando do zero”, planejou e projetou a construção de estradas, currais, divisões de pastos, represas, açudes, formou pastagens, capineiras, pesquisou as melhores variedades de capins e forragens, a melhor raça do gado, procurando sempre inovar e se atualizar.

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Sua maneira de trabalhar sempre foi com pressa, característica ansiosa de sua personalidade do tipo “tudo era para ontem”, e assim foi durante toda a sua vida, tudo realizando com vontade e determinação procurando vencer todos os obstáculos para alcançar seus objetivos. A Fazenda do Trevo motivou a criação da empresa e da logomarca da TREVO AGROPASTORIL LTDA, “xodó”do Sr. Diogo. Pensava, planejava e executava seus projetos, documentados na sua inseparável agenda, e nas pastas onde registrava com fotos, plantas, etc. No Trevo construiu a sede da Fazenda, primeiro um barraco de madeira e depois uma casa com projeto do Ulpiano Muniz.

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Em 1990 fez a primeira reforma e depois outras, com a participação do Paulo Eugenio e posteriormente da Denise. Temos hoje uma bela, confortável e espaçosa casa onde o Sr. Diogo mais gostava de estar, junto com D. Inês e a família. Formou um pomar com muito capricho, onde temos variedades de laranjas, tangerinas, bananas, caquis e abacates, além de uma horta e criação de aves. Na casa que temos em Catas Altas construiu uma adega onde colocava para envelhecimento em toneis de carvalho, cachaça de produção artesanal, de “meia”com proprietários de alambiques da região. Fornecia a cana de açúcar e recebia a pinga. Esta adega era guardada a “sete chaves”pela Tina, zeladora da casa.

Sr. Diogo no pomar.

Posteriormente fez uma adega semelhante na sede do Trevo e continuou com o processo da fabricação de cachaça em Catas Altas, mas o armazenamento passou a ser no Trevo. Entrada para o pasto e curral “das Belezas”...

Escritório da Fazenda.

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Entrada para a sede da Fazenda.


Era uma bebida super especial, reservada para os seus aperitivos, que colocava mum barrilzinho de madeira e distribuído somente para familiares e os mais chegados... Criou no Trevo um Livro de Registro para os visitantes e familiares escreverem suas men-

sagens, relatos e impressões sobre a sua estadia na Fazenda. A Fazenda do Trevo foi seu primeiro “laboratório”nos projetos que se sucedem de formar raças bovinas com maior fertilidade produtividade e rusticidade.

Sr. Diogo e D. Inês em Exposição do gado Holandês do Trevo em Belo Horizonte.

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Iniciando com gado leiteiro holandês, fez vários cruzamentos com outras raças criou a raça TREVO e introduziu posteriormente gado da raça Simental com técnicas de inseminação artificial e transplante de embriões.

A Fazenda foi a maior produtora de leite da região, chegando a entregar ao mercado aproximadamente 1.200 litros diários.(Cooperativa de Itabira e depois à Itambé).

Premiações do gado do Trevo. Miguel, Eline, D. Inês, Sr. Diogo e Rangel - Escritório do Trevo.

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Posteriormente realizou plantio de café, totalizando 45 ha. Com inauguração da Socoimex Siderurgia em Itabira em 2006, que utilizava carvão vegetal na produção do gusa, Sr. Diogo decidiu tanto no Trevo como em outras Fazendas, substituir a maior parte das pastagens por reflorestamento de eucalipto. Hoje temos no Trevo uma área aproximada de 400 ha de eucalipto plantada, inclusive na antiga área do cafezal.

Dia de campo no Trevo. Doação de touros RED TAP para pecuaristas da região.

Toninha, dedicada encarregada do Trevo no cafezal.

Eline e Rangel - Reflorestamento de Eucalipto no Trevo.

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O Trevo sempre foi o local de reuniões da família, para festejar datas importantes e passar fins de semana e férias. Em 2000/2001, Minervino construiu a barragem no Ribeirão Carretão que passa pela fazenda, dando origem ao belíssimo lago que a tornou ainda mais bonita. Sr. Diogo fez a doação a cada filho de uma área à beira desta lagoa para que dela utilizassem para construir uma casa de campo, ou um pequeno sitio. Até agora Rangel e Paulo já têm o seu refugio neste maravilhoso local. Rangel cuidou da piscicultura e hoje, sob seus cuidados e proteção, se encontram no lago várias espécies de peixes e também aves silvestres.

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Na Capela já foram realizadas várias cerimônias, missas, casamentos, batizados, etc.

Em 2003, na festa dos 90 anos do Sr. Diogo, realizada no Trevo, foi inaugurada a Capela de N. S. das Graças, assim denominada porque recebemos do Padre Trombert uma belíssima imagem de Nossa Senhora vinda do Caraça. Construída às margens da Lagoa por iniciativa de D. Inês pelo neto -engenheiro Pedro e ornada com belíssimos vitrauxs que o Ivan trouxe de Varginha. O estilo da capela foi inspirado na Igrejinha de Santa Quitéria de Catas Altas.

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A Capela ficou ainda mais bonita quando em 2007 a Denise providenciou a sua revitalização, com o trabalho de pintura barroca nas paredes, novo altar, restauração das imagens de Nossa Senhora e dos Santos e foi reinaugurada em 12 de maio de 2007, com a festa do Dia das Mães, uma surpresa maravilhosa para todos nós.

Família reunida após Missa de Ação de Graças - 90 anos do Sr. Diogo - 13 de novembro de 2003.

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Em 2007 Denise fez um trabalho árduo e corajoso de muita importância para o Trevo e nossas empresas. Selecionou todo o material que estava disperso na fazenda, separando a sucata, materiais aproveitáveis para obras e estoque no almoxarifado e criou, com carinho, o Acervo do nosso patrimônio. Temos hoje no Trevo, no Acervo objetos interessantes e selecionados que preservam grande parte do que foi realizado pelo Sr. Diogo e família, que nos remetem aos bons tempos de nossa infância e juventude: vale a pena a visita de todos.

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A última realização do Sr. Diogo no TREVO foi a construção de um curral anti-stress perto do lago em 2006/2007. Curral completo com balança, brete, cocho coberto, galpão para armazenagem de ração e sal, etc, para trato do gado RED TAP que veio da Gameleira para o TREVO (40 vacas prenhas e 02 touros), para cria e recria que deram origem ao rebanho hoje existente na Fazenda. Formou 8 pastos de 4 módulos cada, de capim Braquiaria consorciado com a leguminosa Sthilosante para rotacionar o gado. O sucesso destes empreendimentos foi motivo de muito orgulho e alegria para ele.

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2 Fazenda Vista Alegre

São José do Goiabal - MG

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dquirida em 1975 em São José do Goiabal e com aquisição de outras fazendas contiguas, totalizaram uma área de 781 ha. Destinada a criação de gado de corte, Sr. Diogo construiu currais para confinamento de bois para engorda, além de instalações e equipamentos para preparação das rações para o gado. Construiu uma represa na parte alta da Fazenda, obra complexa para irrigar por gravidade os pastos rotacionados próximos ao curral do confinamento.

Sr. Diogo, D. Inês e Lucília, encarregada da Fazenda, em frente ao Escritório.

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Posteriormente nesta área foram plantados 17.000 pés de acerola, e instalada uma fábrica para produção de polpa da fruta, onde iniciou-se a venda desse produto e da fruta in natura. Por dificuldades posteriores de comercialização desses produtos, a atividade foi interrompida. Como na Fazenda do Trevo, as pastagens foram substituídas posteriormente por plantio de eucalipto Início do plantio das acerolas com irrigação. Visita do Paulo Eugênio à Fazenda.

Sr. Diogo e D. Inês no pomar da Fazenda Vista Alegre.

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Sr. Diogo, D. Inês, Eline, Lucília e funcionário da Fazenda na fábrica de produção de polpa de acerola.

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3 Fazenda Lagoa Grande e Major Janaúba - MG

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r. Diogo, nascido e criado no quadrilátero ferrífero de Minas entre as montanhas, sonhava com terras planas, mais fáceis de mecanizar, plantar e encher de gado, em grande extensão “até onde a vista alcança”, como dizia. Ficou sabendo das terras férteis de Janaúba, e que apesar da seca, a pastagem fica fenada, numa região com forte vocação para a pecuária de corte. Adquirida em 1982, é a nossa maior fazenda com 6.300 ha, e na beira do Rio Gorutuba, o Sr. Diogo colocou em prática suas aprendizagens de técnicas de irrigação (adquiridas até em estágio em Israel), uma das atividades que muito gostava de implantar em suas fazendas.

Produção de feno.

Sr. Diogo chamava as bouganvillas nativas nos pastos da Fazenda de “roseiras da D. Inês”. São sempre podadas e preservadas como ele gostava que fosse...

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Observando o trato do gado em semi-confinamento.

Formou áreas de produção de feno de capim Coast Cross, com irrigação por aspersão e capineiras de gramafante em áreas sistematizadas, com irrigação por inundação. Em Janaúba fez grandes projetos, formando pastagens nas fazendas Lagoa Grande e Santa Rosa, com a implantação das divisões das áreas em módulos de 4 pastos, com uma área central com bebedouro e cocho para sal, alem dos currais para trato e manejo do gado, poços artesianos, estradas, etc. Campo de feno de capim Coast-Cross.

Capela de Santa Inês - Fazenda Lagoa Grande.

Casa-sede reformada - Fazenda Lagoa Grande.

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Nestas áreas são feitas reformas períodicas das pastagens, manutenção das construções e realizados os beneficiamentos necessários.

Nossos pais: início das atividades da Fazenda. Alegria com o nascimento dos bezerros...

Ficou a Fazenda do Major por desbravar, transformar em pastagens e instalar toda a estrutura necessária para a atividade de pecuária que já foi iniciada e está em andamento. A pecuária é exercida em seu ciclo completo: cria, recria e engorda, com rigoroso manejo sanitário e nutricional, bem como instalações e estruturas compatíveis com esta finalidade, como por exemplo: currais anti-stress, tanques e bebedouros em cimento, pastagens sombreadas, módulos de pastagens com divisões em até 30 Ha, com cercas elétricas e estradas em toda a fazenda.

Sr. Diogo e D. Inês supervisionando reforma de pastagem.

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Rangel e Eline - nova pastagem formada na Fazenda do Major.

A reprodução é feita por inseminação artificial com bons índices de prenhes, para a região, caracterizada por estação anual de forte seca, às vezes muito prolongada.

Gado em novas pastagens formadas.

Novo poço artesiano da Fazenda do Major. Rangel, Eline e D. Inês.

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