XXXIV ENSEA XVIII CONABEA
– Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo – Congresso da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo
Uma experiência didática como suporte ao ensino de projeto: a disciplina de Assessoria Complementar Rafael BALDAM Universidade Estadual de Campinas; rafabaldam@gmail.com
Pedro Langella TESTOLINO Universidade Estadual de Campinas; arq.langella@gmail.com
RESUMO Este artigo foi elaborado a partir da experiência dos autores como responsáveis por uma disciplina eletiva dentro do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp. A disciplina, intitulada Assessoria Complementar, visava dar suporte aos estudantes matriculados, no que diz respeito às matérias de projeto arquitetônico e urbano. Para isso, foram adotadas posturas de aula diferentes do modelo diretivo, buscando iniciativas de gestão horizontal, construção coletiva de conteúdo, transparência, método de avaliação adequado e discussões abertas além das aulas expositivas necessárias. Este trabalho explora e registra esta experiência sob a luz de algumas filosofias didáticas e suas aplicações no contexto do ensino e aprendizagem da arquitetura e do urbanismo.
PALAVRAS-CHAVE: pedagogia relacional; assessoria; sala de aula invertida; construção coletiva; método de avaliação.
1 INTRODUÇÃO O estudante de arquitetura recém chegado ao curso, traz consigo expectativas sobre o que este novo espaço será para ele. Obviamente, a transição do ensino médio para o superior remete a uma mudança gritante de ambiente, de vivências e maturidade exigida, além do conteúdo que o indivíduo passará a estudar, que agora tenderá a focar-se num determinado assunto. Para este artigo serão abordadas as questões relacionadas a duas dessas mudanças: o ambiente do estudante e o conteúdo que ele estudará na escola de arquitetura; mais especificamente, este texto trata brevemente da relação entre estes dois temas. É fato que ao ingressar numa faculdade de arquitetura - a ciência de construção dos espaços - subentende-se que certos conteúdos serão abordados. Mas, como a maioria dos estudantes recém chegados ao ensino superior apenas vislumbram estes conteúdos, o que chama a atenção dele é o espaço da escola em si. Talvez esta seja a primeira lição de arquitetura para um estudante: compreender o espaço. Para o estudante, o espaço tem papel duplo: ao mesmo tempo que é lugar de estar, é objeto de estudo; ou seja, ele encontra-se em meio a seu próprio estudo, envolto por ele. Desse modo, os espaços disponíveis na escola de arquitetura se tornam importantes para a formação do profissional. A sala de aula, a biblioteca, o pátio, o estacionamento, a cantina, os corredores, cada um desses ambientes tem informações que o arquiteto pode e deve ler e decodificar a medida em que se constrói.