Série padre knights mc #02 open road evelyn glass

Page 1



Open Road Série The Padre Knights Mc-02 Evelyn Glass

SINOPSE

Ele finalmente encontrou sua razão para ficar, mas ele está em mais perigo do que nunca. Com Bezerkerz e os Diablos Verdes MC fazendo incursões na região, Alejandro Rojas descobre que sua passagem de um mês em Arroyo Flats está rapidamente se transformando em algo para muito mais tempo. Mas ele diz a si mesmo que iria valer a pena. Dez anos separado de Alaine o deixou ávido por seu toque, seu calor, e cada suspiro seu. Agora que ela está com ele novamente, e ele não poderia estar mais feliz. Ela sabe que fez a coisa certa, mas por que isso é tão errado? Desde o retorno de Alejandro, a vida de Alaine tornou-se tudo menos simples. Para piorar a situação, estranhos estavam aparecendo ao redor da fazenda, colocando seus narizes onde não pertenciam. Circunstâncias vão obrigá-los a fazer escolhas que nenhum deles quer fazer... Há um preço que ambos estão dispostos a pagar por amor. Mas quando eventos ficam mais e mais fora de seu controle, os dois devem enfrentar a realidade e tomar a decisão mais difícil de suas vidas.

06/2015

Tradução: Selene Revisão Final: Perséfone Leitura Final: Aurora Formatação: Afrodite Disponibilização: Afrodite Grupo Rhealeza Traduções


CAPÍTULO UM Eu fui uma boa menina toda a minha vida. Durante 18 anos, fiz o que todo mundo esperava de mim: mama, papai, meus professores, meus amigos e meu treinador. Eu mantive um GPA quase perfeito durante todo colegial, mesmo sendo líder de torcida e fazendo trabalho voluntário. Hoje à noite eu atravessei essa fase da estrada até o meu futuro, pavimentado e brilhante á minha espera para me guiar. Mas eu tinha que sair da estrada. Alejandro Rojas me quis desde o nono grau na aula de biologia. Cristina, minha melhor amiga é também sua prima. Ela tem tentado me manter longe dele por quatro anos, mas eu estava curiosa sobre ele. Então, nós temos nos falado, só um pouco, em segredo. Ele não é como ninguém que eu já conheci. Alejandro é tão inteligente, tão talentoso, tão interessante para conversar. Ele é também alto, lindo e simplesmente errado o suficiente para me fazer sentir como se eu estivesse fazendo algo ruim, sem realmente quebrar as regras. Ele exerceu um magnetismo em mim porque ele era algum tipo do gênio da matemática e jogou futebol todos os quatro anos, mas Mama teria um ataque se eu aparecesse com ele. Ele não é realmente um de nós. O que me serviu muito bem esta noite. Fizemos planos de nos encontrarmos nessa festa, por isso tenho a certeza de que ele me viu quando entrou. Eu fingi não perceber o jeito com que ele me olhou, mas seus olhos me queimaram. Há meninas aqui esta noite que quiseram ter um pedaço de Alejandro, todos os anos. Há mesmo algumas meninas aqui esta noite que o tiveram, mas ninguém o manteve. Eu não quero mantê-lo, também. Eu não quero um namorado, não com a minha liberdade tão perto que posso prová-la. Em dois meses e meio eu vou estar no College Station, com caras inteligentes e quentes de todo o país. Tudo que eu quero esta noite é continuar olhando para aqueles olhos de veludo e deixá-lo me beijar novamente. Eu quero que ele se mantenha sussurrando palavras doces enquanto me toca. Se ele for longe demais, eu vou fingir que quero que ele pare, mas o que eu realmente quero é me envolver em torno desse corpo perfeito e tocá-lo em todos os lugares. Eu quero deixá-lo louco e quero me deixar ser levada desse jeito.


Eu quero ser imprudente. Sua respiração é doce e seus lábios nos meus são suaves. Eu não esperava que seus beijos me fizessem sentir como se toda a minha força corporal fosse explodir. “Ali”, ele sussurra em meus lábios, “Você é tão bonita.” E eu me sinto bonita de um jeito que nunca senti. Eu me sinto forte e poderosa, como se eu segurasse a tecla de algum segredo do universo. Mas eu me ajusto perfeitamente em seus braços e sei que se deixá-lo fazer amor comigo, isso seria perfeito também. Mas esta noite suas mãos estão respeitosas. Muito respeitosas. Eu quero que ele me toque por toda parte, mas não há nenhuma maneira de ele fazer isso sem parecer sacanagem. Eu posso dizer que ele está duro, mas ele não me pressiona de qualquer maneira. Embora, no fundo, eu esteja feliz de que, parte de mim deseja que ele me agarrasse e me fizesse dele. Apenas hoje à noite. De repente, de costas contra a parede, eu tenho dois metros de um cara maravilhoso pressionado contra mim. Nossas bocas estão fundidas, nossos corpos tão perto que eu não posso dizer onde eu começo e Alejandro termina. Há um ruído choramingando no fundo e eu percebo que está vindo de mim. Ele me faz fazer isso. Agora, com as mãos nos meus cabelos e seu corpo prendendo-me contra uma parede, eu me sinto mais viva do que já me senti. Eu me sinto invencível, irresistível, infinita. Se isto é o que é perder o controle, então eu amo isso.


CAPÍTULO DOIS Ali Owens suspirou quando seu celular vibrou novamente. Sem sequer olhar para ele, ela sabia que era outro texto de Bobby. Isso é o que eu ganho por não chamá-lo na primeira vez em que ele mandou uma mensagem, ela pensou, olhando para a tela. Seu ex era bem conhecido por sua persistência. Me liga.

Seu último jantar juntos algumas semanas atrás tinha sido um desastre. Ela tinha conseguido evitar passar algum tempo com ele por causa do seu comportamento imperdoável no Bistro Mia, mas isso não o impediu de mandar mensagens de texto como um relógio a cada dia. Me liga. Eu sinto sua falta. Volte para mim.

O motorista da entrega de flores já tinha praticamente decorado o caminho para sua porta de trás. Sinto muito, dizia no cartão. Por favor, me perdoe. Ela sabia o que isso significava e esse era o problema. Ele

estava arrependido. Ele a amava. Ele faria qualquer coisa para reconquistála. Ela só não tinha certeza se queria ser reconquistada. Não era apenas sobre Alejandro. Finalmente, ela não queria que isso fosse apenas sobre Alejandro. Seu primeiro amor, o primeiro homem a quem ela tinha se entregado e que tinha reaparecido depois de dez anos de ter arrancado o coração de seu peito tão facilmente como uma criança arranca um dente. Ela não tinha tido uma chance quando esbarrou nele, com aquele olhar lindo, perigoso e faminto por ela. Quando ele disse as palavras às quais esperou 10 anos para ouvir, ela sabia que nunca deixou de amá-lo. Existem boas razões para acabar as coisas com Bobby, de qualquer maneira. Ele odiava seu trabalho. Ela odiava sua mãe. Ele a queria em seu braço por sua campanha política. Ela queria uma vida tranquila com privacidade. Casar-se com Bobby significava vender o rancho que ela herdou de sua avó, o lugar onde ela praticamente havia crescido. A vida política de Bobby significava jantares de galas, eventos de campanha e noites longe de casa. Ela não queria que seus filhos fossem criados por alguém. Sua avó tinha essencialmente a criado, embora seus pais nunca fossem admitir isso e


Bobby e seu irmão teve uma babá enquanto cresciam. Ali prometeu que seus filhos teriam algo diferente. Algo muito, muito melhor. Mas se ela fosse muito honesta consigo mesma, ela não achava que Alejandro pudesse fornecer isso também. Alejandro Rojas era o vice-presidente do Padre Knights, um MC fora da lei. Ele teve que voltar para Arroyo Flats com o seu clube para uma breve atribuição. Não ficaram claro todos os detalhes, mas ela sabia que tinha algo a ver com contrabando de imigrantes ilegais de todo o mundo através da fronteira mexicana para os EUA. Se Bobby estivesse certo, o Padre Knights MC também estaria envolvido no tráfico de drogas e venda de armas roubadas. O que Bobby e a lei não viam era a forma como o clube cuidava deles entre si, certificando-se de que os pais que os criaram e as comunidades de onde eles vinham tivessem o que precisavam. Apenas na semana passada um dos rapazes tinha aparecido com Alejandro para reparar sua torneira do andar de baixo, que ficou estragada durante meses. Tinham passado metade do tempo em que eles tinham estado na cidade ao longo do South Side consertando cercas e pintando casas e só Deus sabe o que mais. O bem ultrapassava o mau, ela argumentava consigo mesma sempre que tinha que se preocupar com as ações criminais de Alejandro. Você não pode discutir com uma velha senhora que recebeu uma rampa para colocar a frente de seus passos, porque ela não podia mais usar as escadas. Ou o centro de recreação recebendo uma grande doação de modo que o time de futebol pudesse comprar novos capacetes. Embora Arroyo Flats tivesse muitos moradores ricos, a riqueza não fluia para aqueles que vinham de baixo. Aqueles que limpavam as casas e consertavam os carros, arrumavam os jardins de seus vizinhos e que lutavam para sobreviver. Assim, no grande esquema das coisas, realmente importa que alguns estrangeiros ilegais pegassem um atalho para o país se isso significasse mais pessoas trabalhadoras em Arroyo Flats que foram trazidos pelo clube? Ali não pensava assim. Mas ela também sabia que não era tudo preto e branco. Uma abordagem Robin Hood era muito romântica, mas o fato era que Alejandro quebrava a lei para ganhar a vida. Isso significava uma constante ameaça de prisão ou morte. Alejandro ainda estava se curando de uma ferida de bala que tinha levado algumas semanas atrás, quando uma entrega tinha dado errado.


Toda vez que ele tirava sua camisa, a linha vermelha irritada em seu braço a lembrava de que ela poderia perdê-lo em um piscar de olhos. Ela não conseguiria criar seus filhos assim, também. Ela não poderia se preocupar cada vez que em que ele estivesse fora de seu campo de visão e que ela nunca mais o veria novamente, ou que a próxima vez em que ela o visse, ele estivesse morrendo em uma cama de hospital. Ela não queria que seus filhos crescessem sem um pai, ou pior, visitando seu pai na prisão a cada semana, dizendo: “Eu amo você, papai!“, através das placas de acrílico. Ali tinha escutado sua cabeça durante toda sua vida, porque ela estava com medo de seguir seu coração. Mas tudo isso saía pela janela cada vez que Alejandro passava os braços em volta dela e olhava em seus olhos. Ela tinha sido enfeitiçada desde o seu primeiro beijo, há dez anos, e mesmo agora, seus lábios nos dela liberavam borboletas em seu estômago e deixava seus joelhos fracos. Fazer amor com Alejandro era como ser despertada para a beleza do universo, cada toque, gosto, marca nova e som milagroso. Ele a tinha deixado três horas atrás e sua pele ainda doía com a memória dele. Isso era o que dava seguir seu próprio coração. Ela trocou um conjunto de problemas por outro. Ela desistiu de um futuro de segurança com Bobby para um jogo de roleta russa com Alejandro. Ela respirou fundo, pegou o telefone e ligou para Bobby.


CAPÍTULO TRÊS Ali tinha ficado encantada quando seu telefone tocou no meio da discagem para Bobby. O convite para um almoço de Cristina não poderia ter vindo em melhor hora. Ela estava no clima por alguma companhia feminina e passar o tempo com sua melhor amiga era quase impossível por causa dos seus respectivos horários. Agora, sentada em frente à Cristina, ela sentiu uma segunda intenção por trás do convite e preparou-se para o pior. —Então, vamos conversar um pouco sobre meu primo. —Cristina começou. Ela tomou um gole delicado de seu chá gelado e olhou para Ali diretamente nos olhos. Ali gemeu e olhou para longe. —Por Favor, Cristina, eu não acho que posso fazer isso hoje. —Oh? — Cristina disse rispidamente. —Você tem coisas mais importantes para discutir comigo do que o seu futuro? Ela odiava a rapidez com que Cristina podia cortar uma conversa. Durante anos brincava com ela sobre sua amiga ser apelidada de “me dando o meu próprio remédio”, mas ela teve que admitir que Cristina estivesse sempre certa. Ali sentia muitas vezes que Cristina era a filha que seus pais desejavam ter tido. Cristina tinha estudado duro durante todo o colegial, tendo a maioria das classes desafiadoras e ganhado sua bolsa competindo em concursos de beleza. Com suas bolsas de estudo e suas economias do trabalho de verão, ela participou do Texas A & M com Ali. Cristina se estabeleceu quase que imediatamente com um homem a quem a mãe de Ali chamava de “um bom partido”, elevando-a de seu começo humilde à esposa de um médico e mãe de dois filhos lindos. Ela era o testemunho vivo do poder da disciplina, uma menina pobre do lado errado da cidade que tinha trabalhado e se casado para ter uma vida melhor. Cristina e Ali não poderiam ter sido mais opostas, mas de alguma forma a sua amizade funcionou. Séria e estudiosa, a amiga de Ali de cabelos negros sempre tinha ficado ao seu lado na hora do aperto, mas não tinha medo de dizer a ela quando estava errada. E nesse momento, o olhar nos olhos de Cristina dizia a Ali exatamente o quão errada ela estava.


—Você foi vê-lo quantas vezes? — Ela perguntou. —Algumas vezes por semana. Ela apertou os lábios. —Será que Bobby sabe? Ali suspirou. —Eu acho que sim, mas não falamos sobre isso. Eu não quero que ele pense que essa é a razão pela qual ele e eu nos separamos. Cristina levantou as perfeitas sobrancelhas. —O quê? Alejandro não tem nada a ver com Bobby e eu. —Ali insistiu. —Correção: — Disse Cristina. —Ele pode não ser a razão por você e Bobby se separarem. Mas ele é basicamente a razão de você e Bobby não terem resolvido as coisas entre vocês ainda. O rosto de Ali queimava. —Não vale a pena resolver. — Ela insistiu. —Claro que eu ainda o amo, mas Bobby nunca vai desistir da política, não com seu pai em cima dele. Eu não posso viver essa vida. E não é só isso... —Ela suspirou enquanto pensava no toque de Alejandro, a forma como o seu menor beijo queimava em suas veias da maneira que Bobby nunca tinha. —Não é a mesma coisa com Bobby como é com Alejandro. —Alaine. — A voz de Cristina era paciente, mas firme. —Você está pensando com isso... —Ela fez um gesto em direção ao seu colo. —... Em vez de com isso. —Ela apontou seu dedo bem cuidado na têmpora. —Você sabe mesmo o que é que você quer? —Sim. —Ali insistiu. —Eu sei. Eu quero ter o programa instalado e em execução. Eu quero manter o rancho. Eu quero ser feliz. Eu quero ter filhos. Eu quero... —Ela parou e olhou direto nos olhos de Cristina. —Eu quero me sentir amada. Cristina não se comoveu com a declaração de Ali. —Bom. Agora você está sendo honesta, pelo menos.


Ali gemeu. —Você vai dissecar tudo o que eu disse? —Prove do seu próprio remédio. — Cristina retrucou. —Se eu comprar uma bebida, você vai me ouvir? —Talvez. —Ela vai querer um chá Bee. —Disse ela secamente para o garçom quando ele apareceu. De volta para Ali, ela começou. —Então você quer ser amada. E você acha que Bobby não te ama? Ali balançou a cabeça. —Não. Eu sei que ele me ama. Mas eu quero me sentir amada. Bobby não me faz me sentir amada. Ele faz-me sentir como... —Ela se esforçou para articular isso. —Ele me faz sentir como uma parceira de negócios. Cristina sorriu e balançou a cabeça. —Eu tenho notícias para você, mami. Um marido é um parceiro de negócios. —Mas não o tempo todo. Quero dizer, não me diga que você e Sam não tem paixão. Eu tenho visto a forma como ele olha para você. Obviamente você faz amor, já que você teve outra criança. E eu odeio você, a propósito. De jeito nenhum vou ter essa boa aparência sete semanas depois de colocar para fora um bebê. —É um trabalho duro. Cada pedacinho dele. — Declarou Cristina, com seus olhos escuros piscando. —Eu pareço bem porque eu malho por uma hora assim que eu me levanto todos os dias e eu não comi uma sobremesa em três anos. Faço amor com meu marido tantas vezes, porque eu sei que é uma pedra angular do nosso casamento. Se eu sentir que ele está se acomodando, mesmo que seja um pouco, faço-lhe um ponto para lembrá-lo do que ele tem. Eu não espero ele dar o primeiro passo. Ali pensou com culpa no esforço que ela tinha feito para ver Alejandro. Se eu colocasse muita energia para seduzir Bobby, ele teria reagido?


—Nós escrevemos nossas próprias histórias, Ali. Se você quiser fazer isso funcionar com Bobby, você vai. E se você puder me dizer honestamente que Alejandro pode satisfazer todas as suas necessidades, sou toda ouvidos. Mas eu não acho que você sabe o que quer. E até que você saiba, nunca vai conseguir o que precisa. Você só vai andar em círculos e acabar sozinha. Ali tomou um gole do coquetel que o garçom colocou na mesa e caiu em sua cadeira. —Eu não acho que posso deixá-lo ir. —Ela murmurou, esperando não parecer tão miserável como se sentia. —Ponha a porra da sua cabeça no lugar. —Disse Cristina, chocando Ali com seu incaracterístico uso de palavrões enquanto ela dava uma garfada em sua salada. —Eu reservei o Café Mariposa para tomar o seu banho e eu não vou desistir do meu título de Madrinha de Honra. Algum dia você e eu vamos decorar a mansão do governador, então não se atreva a me deixar de lado. Ali sabia que ela estava brincando, pelo menos a cerca da mansão do governador, mas o lembrete dos quatrocentos convidados do casamento que ainda não sabiam que ela e Bobby tinha se separado, deu um chute no seu estômago. O último telefonema para a mãe tinha culminado com Ali discutindo por quarenta e cinco minutos sobre quais champanhes usar para o brinde. Eu não vou me casar, Ali havia insistido, mas sua mãe Claire tinha a cortado instantaneamente. Claro que você vai, ela retrucou. Gosset faz um delicioso rosé. Imagine como todo esse rosa vai parecer com a iluminação! Dirigindo para sua casa depois do almoço uma hora e meia mais tarde, Ali contemplava sua conversa com Cristina. Tanto quanto todos sabiam, ou seja, os convidados e seu pai, o casamento ainda estava marcado. Sua mãe e Cecile, depois de aparecerem no rancho e anunciarem a sua versão de uma intervenção, apenas contornaram a situação e continuaram o planejamento do evento sem ela. Quando Alejandro perguntou a ela porque seu anel de noivado tinha reaparecido em sua cômoda, ela explicou desajeitadamente que Bobby o tinha devolvido e disse-lhe para tomar algum tempo e pensar sobre o noivado. A dor que ela tinha visto no rosto de Alejandro antes dele sair, a tinha assombrado desde então, mas ele não tinha mencionado isso novamente. Pelo menos ainda não. Afinal, eles ainda estavam levando as


coisas um dia de cada vez. Eles haviam tomado uma decisão mútua de não deixarem a bolha de seu rancho e manterem seu relacionamento em privado. Embora eles inicialmente falassem sobre tentar algo a longo prazo, depois que ele descobriu que estaria em Arroyo Flats um pouco mais, eles decidiram que deveriam apenas levar as coisas devagar. Mas por mais que tentasse, Ali sabia que seu coração ficava muito vulnerável quando se tratava de Alejandro e, a julgar pela maneira como ele olhava para ela, por vezes, com uma paixão que quase a assustava, ela sabia que Alejandro estava do mesmo jeito. Nenhum iria ceder e Ali tinha medo de que um dia muito em breve, um deles fosse se machucar.


CAPÍTULO QUATRO Essa é a terceira vez esta semana que eu vi esse carro, Ali pensou enquanto o Camaro preto passava lentamente pela sua garagem. Vivendo em um pacato fim de estrada, ela sabia que não eram apenas os carros de seus vizinhos que passavam por ali, mas também os veículos de seus visitantes regulares. O Camaro era novo em sua rua. Ela agarrou suas correspondências e correu de volta para sua pickup. Quando o carro parou no lado da estrada, logo após o final de sua cerca ao sul, ela trancou as portas, tirou o carro de sua garagem, e dirigiu-se para a fazenda de seu vizinho em vez de sair pela estrada principal. Quando ela passou pelo carro, o motorista olhou para ela até que ela já não podia vêlo através da janela. Esse era definitivamente o mesmo carro. Não havia dúvidas sobre o desenho exclusivo projetado sobre o capô: um diabo retocado, pintado em um verde limão chocante, dançando perversamente sobre a frente do carro. Ela se lembrou de ter visto uma figura semelhante em uma antiga propaganda de absinto. Uma escolha estranha para um carro assim. Em seu espelho retrovisor ela viu quando o motorista e um segundo homem saíram do carro, atravessaram a rua e caminharam de volta para o seu rancho. Merda. O que eles querem? Ali abriu o porta-luvas, grata por não ter removido a arma dali como tinha planejado, e fez uma inversão de marcha na estrada. Com as mãos trêmulas, ela estacionou a caminhonete com o motor em funcionamento, e com os olhos sobre a calçada enquanto segurava a arma. Seu coração martelava em seu peito. Como muitas vezes quando ela tinha disparado armas no campo de tiro e quando era uma adolescente atirando em um pássaro no céu com uma espingarda, mas ela nunca teve que usar sua arma para autodefesa. Parecia inadequada em sua mão, embora soubesse que poderia levar um homem ao chão com ela. Até mesmo dois homens. Por favor, Deus, faça-os irem embora, ela orou. Eu não quero ter que atirar ninguém hoje. Eu só quero ser deixada sozinha. Seus dedos começaram a transpirar e ela rapidamente os limpou em seus shorts antes de colocar sua mão trêmula de volta em torno da arma. Por favor, deixe


alguém aparecer. Alejandro ou talvez o Sr. Miller pela estrada. Até mesmo Bobby. Ela podia sentir os espinhos nas costas de seu pescoço quando sua reação de luta ou fuga a avisava para ir em frente e correr como o inferno. Os dois homens tinham desaparecido de sua vista, sobre a cerca para o pasto. Em sua propriedade. Eu deveria chamar a polícia, ela pensou. Eles sabem que eu sou uma mulher que vive aqui sozinha. Eles vão enviar alguém imediatamente. Com os dedos trêmulos ela pegou seu telefone de seu bolso e discou 9-1-1 com seu polegar. Ela bateu no botão do alto-falante e prendeu a respiração. —Polícia de Arroyo Flats, emergência, como posso ajudá-lo? — Um som de voz feminina entediada se arrastou na outra extremidade. —Sim, um... Uma nuvem de poeira apareceu na ponta da estrada e ela quase entrou em colapso com alívio quando reconheceu o Suburban azul. —Não importa. — Ela murmurou e desligou. Sr. Miller. Ela rezou para que ele não estivesse com muita pressa. Ela colocou a arma no porta-luvas e acenou para ele parar, quando os dois homens apareceram pulando o muro e entrando no carro. O Sr. Miller tinha quase a alcançado quando o Camaro rugiu à distância, pulverizando cascalhos e levantando poeira enquanto ia embora. Seu vizinho parou ao seu lado e abriu sua janela. —Vi esses caras aqui na semana passada. —Ele falou lentamente, com suas espessas sobrancelhas sob a aba do chapéu. —Disseram que estavam procurando uma fazenda para venda. Eu disse a eles que estavam no rancho errado. Que não estava à venda. Você os conhece? Ali balançou a cabeça. —Eu não os conheço. Mas eles foram para o meu pasto. O Sr. Miller tirou o chapéu, passou a mão em seu pescoço e olhou para ela por um momento. —Você tem certeza de que não estavam com aquele cara que vem aqui de moto?


Malditos vizinhos não perdem nada. —Não, senhor. Eles não são amigos dele. Nem são meus. Eu estava prestes a chamar a polícia. Acho que vou fazer isso se eles voltarem novamente. —Ou atire neles. —Ele disse com uma piscadela. —Certo. — Ela não podia aliviar o sorriso. A adrenalina do medo a deixou vacilante. —Eu acho que poderia fazer isso também. Bem, vejo você por aí, Sr. Miller. Agora que toda a emoção se foi, vou abrir minhas correspondências. O Sr. Miller tocou a aba do chapéu e dirigiu até sua garagem. Ali voltou para a dela e estava quase em casa quando parou e voltou para a sua caminhonete, recuperando a arma. Eu vou manter isso comigo, por agora, ela pensou. Apenas no caso do Camaro preto aparecer por aqui novamente.


CAPÍTULO CINCO Alejandro mal ouviu o que disse Slider sobre seus respectivos prejuízos pela última entrega. Pouco importava. Os lucros de revenda das munições roubadas eram sempre aproximadamente os mesmos. Eram os negócios habituais no antigo armazém que ele reaproveitava em seu clube temporariamente, mas ele não conseguia se concentrar. Sua mente estava onde ele tinha passado a noite: na cama de Ali, onde tudo fazia sentido. Ele havia mandado uma mensagem para ela cerca de nove horas da noite para dizer que ele não conseguia dormir e ela o convidou. Eles estavam no meio da escada para o quarto dela quando ela o deteve para tirar seu jeans. Isso tinha começado a ficar melhor a partir daí. Ela estava tão apaixonada, tão presente. Quando ela se envolveu em torno dele, ele se esqueceu de tudo, exceto dos fios de seda de seu cabelo, a delicada textura de sua pele, os gritos doces de prazer que ela fez quando ele enterrou-se profundamente dentro dela. Ali era como uma droga, só que ela nunca perdia seu efeito. Toda vez que ele a tocava, ele atingia o pico fantástico da primeira viagem e ontem à noite não foi exceção. Suas bolas doíam só de pensar nisso. Ele tinha que vê-la novamente. Olhando para o relógio, ele desistiu de pegar seu celular e violar a estrita regra “SEM ELETRÔNICOS” que ele tinha imposto para as suas reuniões. A regra tinha sido sua ideia, porém, ele queria ignorá-la agora. Mas isso seria dar um exemplo de merda para seus irmãos. Ele suspirou e pensou sobre o que seria ter Ali como sua old lady. Se suas colegas líderes de torcida e irmandade pudessem ver isso, elas não reconheceriam sua intocada princesa, vestida de couro e montada na parte de trás de uma Harley. Espontaneamente, seu cérebro levou-o em uma apresentação erótica de Ali em várias poses em uma moto, vestindo apenas calça, mas ele deixou de lado, pois Pitbull não iria vê-lo duro sob suas roupas. Coloque sua cabeça no lugar. Você não é um adolescente com tesão. Ele estava apenas vagamente consciente da conversa sobre os Diablos Verdes. Pitbull deu uma


cotovelada nele e ele percebeu que seus irmãos estavam todos olhando para ele em expectativa. —Os Diablos Verdes. — Pitbull repetiu. Alejandro pigarreou. —Certo. Eles querem Arroyo Flats, isso é óbvio diante de suas ações da outra semana. Não é apenas sobre Haji. O plano maior era chegar até nós, para ver o quanto iríamos recuar. —Ele bateu a mão na mesa, forte e fez contato visual com cada um de seus irmãos. —Agora nós vamos revidar. Muitos de nós temos famílias aqui para deixar os Diablos assumirem. Esses filhos da puta seriam veneno para esta cidade. Os outros homens murmuraram em acordo. —Nós vamos começar a deixar nós mesmos um pouco mais visíveis. Pitbull e eu vamos fazer uma visita a Hennesy para descobrir o clima por aqui a respeito dos Diablos. —Ele fez uma pausa. — Nós temos muito a fazer e apenas algumas semanas para concluir. Ele olhou para Pitbull, levantando suas sobrancelhas como se quisesse dizer: estou esquecendo alguma coisa? —A boa notícia. —Disse com um Pitbull sorriso. —Certo, o anúncio. Assim, como a maioria de vocês sabe, há alguém nesta mesa que vai receber sua promoção esta semana. Houve alguns murmúrios apreciativos e assobios e Benny se alegrou um pouco com a atenção. —Nós vamos comemorar no estilo dos Padre Knights. Donzelas foram convidadas e old ladys são bem-vindas. —Alejandro continuou. —Na verdade, se nós quisermos comer, temos que nos certificar de que elas estejam aqui. —Uma risada coletiva entrou em erupção na mesa. —A old lady do Popeye entrará em contato com as outras para providenciar alguns pratos. Eu preciso de um par de vocês de plantão na grelha. Vamos fazer desta uma introdução especial. Nós estamos todos gratos pelo Prospecto, quero dizer, o Zig-Zag, por sua parte no incidente com os checos na outra semana. —Ele sorriu para Benny. —Aposto que você vai ficar feliz quando nós pararmos de chamar você de Prospecto, hein? —Isso não é tão ruim, eu só quero minha promoção.


O homem mais jovem sorriu de volta para Alejandro. —É isso aí, irmão. Você mereceu. Pitbull e os outros que estiveram na cena da entrega algumas semanas atrás concordaram com a cabeça. Se não tivesse sido por Benny... Mas ele se recusou a pensar nisso. O fato era que, o Prospecto havia aparecido a tempo e Alejandro tinha ido para a casa de Ali naquela mesma noite. Melhor cuidado que eu já recebi, ele pensou, se lembrando das palavras de Ali naquela noite. Leve-me, use-me, foda-me até eu chorar... —Só mais uma coisa. —Disse ele, limpando a garganta quando voltou à realidade. —Eu ouvi de Prez. Ele não está indo muito bem. Seja qual forem suas crenças, mantenham o velho Turk em suas orações. Sua diálise vai chutar sua bunda, eu não tenho certeza de quando ele vai estar de volta com a gente. Os outros estavam solenes. Turk tinha gerenciado o clube há anos e era muito respeitado pelos seus membros. Anos usando drogas quando era mais jovem o deixou com Hepatite C. Agora, com quase sessenta anos, seus rins estavam falhando. Alejandro tinha se sentido horrível por Turk quando foi para visitá-lo no hospital pouco antes de ele deixar San Antonio. —Dói para montar na moto e meu mijo parece uísque. —Ele resmungou para Alejandro em sua cama de hospital. —É por isso que temos regras duras contra fazer uso de drogas, até mesmo para movê-las. — Pitbull lembrou a todos. —Essa merda te fode geral, cara. —Ele balançou a cabeça. —E é por isso que nós vamos colocar os Diablos Verdes para fora da cidade, terminar esta atribuição, voltar para casa para deixá-lo orgulhoso. — Alejandro declarou. —Eu sei que nós tivemos esse pequeno contratempo, mas estamos todos juntos agora, até Haji, então está na hora de cuidarmos desse negócio e mostrar a esses filhos da puta quem manda em Arroyo Flats. —Ele ergueu sua garrafa. —Para Prez. —Para Prez! — Os outros brindaram com vontade. —E para colocar-nos todos para fora daqui antes de envelhecermos e morrermos. —Disse Slider. —Eu não quero desrespeitar nenhum filho da puta que cresceu aqui, mas esta cidade é chata.


Alejandro fingiu se ofender, mas secretamente concordou com Slider. Havia apenas uma coisa que ele achava emocionante sobre Arroyo Flats e, com alguma sorte, ela estaria esperando por ele quando chegasse lá fora. Talvez até mesmo vestindo a lingerie nova que ela tinha mencionado na sua mensagem de texto anterior naquele dia. Seu pênis se agitou ansiosamente enquanto pensava em vê-la... Tocá-la... Prová-la... Ela queimava em suas veias como algum tipo de doença que ele não queria a cura. Alejandro tentou manter-se sob controle. Ele limitou suas visitas ao rancho para algumas vezes por semana, mas ele sempre sentia como se estivesse prestes a ir ao fundo do poço. Ele não tinha certeza de quanto tempo poderia continuar a levar essa coisa com Ali de um dia de cada vez. Não quando seu corpo inteiro pulsava ao menor pensamento dela. Com um suspiro profundo, ele olhou para o relógio e interiormente gemeu pelos muitos minutos em que esteve separado da cama de Ali.


CAPÍTULO SEIS Ali suspirou e atendeu ao telefone. Não adiantava tentar colocá-lo de lado por mais tempo. —Hey, querida. —Veio à voz alegre de Bobby através da linha, como se ele não estivesse tentando entrar em contato com ela a semana toda. — Como vai? —Eu estou bem, Bobby, obrigada por perguntar. Como você está? —Bem, eu estou bem, mas ficaria ainda melhor se você concordasse em vir comigo para um evento no sábado à noite. Você tem outros planos, ou posso roubar você para mim? Um evento? Ela olhou de soslaio para o calendário pendurado ao lado de sua geladeira e percebeu que ainda não tinha virado o mês de abril, embora já tivesse passado mais de uma semana no novo mês. Ela virou a página, e lá estava ele, o evento da Cruz Vermelha. Tinha estado em seu calendário por meses. —Eu adoraria que você viesse. —Continuou ele sem problemas. — Papai comprou uma mesa. Posso dizer-lhe que você está doente, se realmente não quiser ir, mas há alguém que você deve conhecer, e eu sei que ele vai estar lá. Ele nunca perde este evento. —Bobby, você prometeu que não iria me pressionar. —Nenhuma pressão. Não é nem mesmo um encontro. Você pode até mesmo ir sozinha com seu carro se isso fizer você se sentir melhor. Mas Travis Lathrop dá um monte de dinheiro para causas de caridade, especialmente quando se trabalhalham com crianças problemáticas. Ele costumava financiar esse programa sobre barbáries antes de fechá-lo... Porra, eu não consigo me lembrar do nome. —Beyond Boundaries? Ele estalou os dedos. —Esse mesmo. Travis tem dinheiro para dar e eu estou certo de que ele adoraria o que você está tentando fazer. É a maneira perfeita para apresentá-lo a você.


—Hmm. É black tie? —Claro. — Ele riu. —Bem, na verdade, eles estão chamando de “Red Tie ”, mas você entendeu a ideia. 1

—Eu nem sei se tenho um vestido vermelho. —Claro que você tem. Você comprou dois no ano passado quando fomos para aquele evento do hospital e você decidiu por um dourado. O vermelho ainda está no meu armário com as etiquetas anexadas. —Eu acho que não posso recusar, então. Mas existem algumas condições. —Qualquer coisa. —Nós não podemos ter uma repetição da última vez. Eu sei que você pediu desculpas, eu acredito em você, mas, por favor, Bobby. Por favor, não beba muito. —Eu não vou beber uma gota. —Ele respondeu alegremente. — Sóbrio como um juiz. Qual é a segunda coisa? —Nós não vamos falar sobre a minha vida pessoal. O ar afável desapareceu de sua voz. —Você quer dizer que nós não vamos falar sobre Alejandro Rojas? —Minha vida privada é só minha, Bobby. —Ela repetiu com firmeza. — Eu quero dizer isso. Se você sequer respirar seu nome, eu vou para casa. —Entendido. —Disse ele com cuidado. —Se é tão importante para você. —É. — Sua voz estava tão firme quanto esperava poder estar. — Obrigada. —Então, eu vou te pegar? —Quer saber, vou de carro até sua casa e vamos juntos para lá. Será mais fácil, você não acha?

1

Red Tie, expressão usada para gravata vermelha, em referência à Cruz Vermelha.


—Claro. — Ele tentou e não conseguiu manter o entusiasmo de sua voz. —Te vejo em breve, Ali. —Ok. Vejo você no sábado. —Tchau, querida. Ela desligou com um suspiro profundo. Por um lado, talvez ela tivesse acabado de concordar com a noite mais maçante, mais miseravel, completando com a desaprovação gelada de Cecile e a incomodante e interminável insistência de Bobby sobre voltar a ficar juntos. Mas se Travis Lathrop pudesse ajudá-la a quitar seu débito de 30 mil dólares que ela ainda tinha em seu orçamento inicial, ela estaria muito mais perto de ter o programa instalado e funcionando. Em seguida ela poderia tomar todo o tempo que precisava para resolver sua louca vida amorosa.


CAPÍTULO SETE Quando Ali esperou Alejandro na porta vestindo apenas sua nova lingerie, o olhar em seu rosto valeu a pena cada minuto das 46 horas que ele tinha passado distante. O estrondo de sua moto na garagem exatamente às 10:15hs a colocou de pé e esticada de forma provocativa no batente da porta antes mesmo que ele percebesse que ela estava ali. Quando ele a viu, ele quase tinha soltado a Harley. —Baby. —Ele suspirou quando ela deslizou em seus braços nas escadas. —Eu senti sua falta. — Ele passou as palmas animadamente sobre as rendas pretas. —Mmm isso é sexy. Só com isso, pequenas alfinetadas de excitação irradiaram de seu núcleo e suas pernas tremeram um pouco quando Alejandro reivindicou sua boca. —Ali, Baby. —Ele sussurrou enquanto seus lábios capturaram os dela. —Você é tão bonita. Eu estive contando as horas até que pudesse tocar você novamente, meu anjo. Sem outra palavra, ele pegou-a nos braços e chutou a porta atrás de si. Quando ele a embalou contra seu peito para carregá-la até as escadas, o cheiro rico de couro do colete de seu clube, misturado com seu próprio almiscarado e aquela essência que ela nunca poderia reconhecer, não importam quantas vezes ela pressionasse o nariz contra sua pele e o respirasse sempre a fez pensar em fogo. Ele a colocou na cama e Ali se apoiou em seus cotovelos para que pudesse vê-lo se despir. Era a sua parte favorita da noite, quando Alejandro vinha até ela e tirava suas vestes, uma por uma como se ele estivesse tirando a dura realidade que os separava. Ela o viu tirar a camisa e olhou para a trilha de cabelo escuro em seu peito musculoso desaparecendo debaixo de sua cintura. Sua respiração ficou presa pela centésima vez enquanto ela ficava maravilhada com a tatuagem que ele tinha feito quando a deixou há dez anos e a videira crescendo através da caixa torácica exposta, era um lembrete visual de quão profundo seu amor tinha criado raízes.


Finalmente, ele estava gloriosamente nu. Ele caminhou em sua direção e ela se esqueceu de tudo, menos que precisava tocá-lo.

Quando Alejandro se arrastou para a cama de Ali, ela envolveu-se em torno dele, agarrada a ele como uma videira que tocava nele em todos os lugares. Ele despiu a lingerie de seu corpo, foi triste ver as rendas flutuarem até o chão, mas ele estava ansioso para estar pele contra pele com ela. —Amanhã à noite... —Ele murmurou. Eles geralmente não se viam duas noites seguidas, mas ele não queria esperar. Em sua mente, ele já tinha feito um plano para trazer a ela um pouco de comida, preparar um piquenique ao por do sol no pasto de trás e fazer amor com ela sob as estrelas. —Eu posso vir. Quão cedo? Ele não estava preparado para ela endurecer em seus braços. Ela ficou em silêncio por alguns segundos e ele sentiu que ela estava segurando sua respiração, com sua espinha rígida. Ele mal registrou o choque de sua reação quando ela se afastou, balançando a cabeça enquanto descia da cama. —O que está errado? Todo o seu rosto estava mudado, a ânsia que tinha estado lá há poucos momentos foi substituída por ansiedade quando ela se levantou e atravessou o quarto. Ela puxou um curto robe de cetim da porta do banheiro e o envolveu em torno de si mesma, evitando seus olhos enquanto amarrava a faixa. —Ali. Seus olhos voltaram para ele e, em seguida, para baixo, para o chão. Ela pareceu se encolher contra a parede. Alejandro sentou-se então, e colocou suas pernas para frente até que seus pés estivessem firmemente plantados no chão. —O que está acontecendo? Fale comigo.


—Eu tenho um evento para ir. —Disse ela, sua voz estava mais suave do que o habitual. —Eu não posso vê-lo. Ela manteve os olhos baixos enquanto falava. —Ok. — Ele deu de ombros. —Outra hora, então. Não é grande coisa. —Ela balançou a cabeça de novo e ele percebeu que seus olhos estavam se enchendo de lágrimas. —Hey, hey, o que é isso? —Eu vou com Bobby. —Ela deixou escapar, foi como um balde de água fria em sua cabeça. Ele respirou fundo e esfregou as mãos sobre a cabeça, tentando ignorar os pensamentos assassinos que estavam passando por ela. Palavras feias se alojaram em sua garganta e ele as engoliu de volta quando ela tentou se explicar. —Isso já estava marcado... Mais ou menos. Quero dizer, eu sabia sobre isso e eu já tinha um convite reservado, mas eu não tinha planejado ir. —Mas agora você vai. — Ele tentou manter sua voz neutra, mas só saiu amarga. —Sim. —Ela sussurrou. —Há um financiador importante lá e eu preciso conhecê-lo. Sua mandíbula estava apertada, apesar de seus melhores esforços para manter a calma. —E você estava planejando me dizer? Ela trocou de um pé para o outro e enfiou os dedos pelos cabelos com um movimento que ele reconheceu como nervosismo. —Isso é um não, então. Porra, Ali! Ela se encolheu como se tivesse levado um tapa. Claramente ela estava nervosa sobre a sua reação, o que o machucou mais do que seu pecado de omissão. Será que ela não sabe que eu nunca colocaria uma mão sobre ela? Como pode ainda achar que eu iria machucá-la? Ele se levantou e caminhou em direção às suas roupas cuidadosamente dobradas. Ali se encolheu na porta, nervosa como um gato, quando ele colocou seu jeans.


—Eu sei que você realmente não o ama, e eu também sei que vou estar de volta nessa cama com você, se não for amanhã, então na próxima noite. —Ele aproximou-se dela, com as mãos para cima para que ela soubesse que ele não iria machucá-la. —Mas eu não gosto de ser enganado. Eu não menti para você e tenho certeza como diabos que não quero que você faça isso para mim. Isso... —Ele fez sinal entre eles. —Isso não vai funcionar a menos que possamos ser honestos um com o outro. —Sinto muito. — Sua voz estava melancólica, seus olhos úmidos e sua linguagem corporal nervosa conspiraram contra ele para mantê-lo lá. Cada célula do seu corpo gritava para ele parar, puxá-la de volta para cama e tranquilizá-la com seu toque. Mas seu orgulho teimoso venceu. Foda-se isso, ele disse a si mesmo enquanto colocava o resto de sua roupa. Você não precisa ficar aqui sendo sua válvula de escape enquanto ela resolve suas merdas. Olhe para ela, ela está com medo de você, como se você fosse um tipo de ameaça. —Alejandro, por favor... — Seus olhos cinzentos estavam cheios de angústia. —Deixe-me explicar. — Ela implorou, esticando a mão para ele. — Por favor. Ele deu de ombros para o seu toque e deu um passo para colocar suas botas. —Não esta noite. Eu tenho que ir. Ele desceu as escadas de dois em dois e ficou aliviado quando ela não o seguiu. Ele não queria olhar nos olhos dela novamente, porque sabia que ele seria um maricas e desistiria de partir. Em vez disso, ligou a moto e partiu para o clube onde poderia pensar sozinho.


CAPÍTULO OITO Alejandro acordou de bruços no sofá do clube com um cemitério de garrafas vazias no chão ao lado dele. A TV ligada ao fundo, cutucava os limites de sua latejante dor de cabeça. Outra noite apagada da minha mente, ele pensou. De repente se lembrou do olhar nos olhos de Ali quando ela lhe contou sobre o evento e a dor latejante acima do olho ficou selvagem. Ele precisava de água. Curar a ressaca. E um chuveiro. Depois de ler as suas mensagens de texto e discutir consigo mesmo sobre mandar ou não uma mensagem de volta para Ali, ele pulou em sua moto e foi até a casa de seus pais, onde sua mãe se preocupou com ele e fez um café da manhã para um rei. Mas ele com certeza não se sentia como um rei. Afundou-se na cadeira e olhou para a mesa agradecido. Um amor de mãe era incondicional, embora isso não mudasse o fato de que ele se sentia uma merda. Ele ignorou seu olhar de desaprovação enquanto abria uma cerveja e continuava a jogar comida em sua boca. Ela não escondia o fato de que não gostava de bebidas, especialmente na parte da manhã. Ela provavelmente estava certa, inferno, ela estava certa sobre todo o resto, até mesmo Ali. Foi sua mãe que lhe dissera 10 anos atrás, Mi hijo, tenha cuidado. Essa menina vai partir seu coração. Todo esse tempo ele pensou que tinha se enganado por romper com Ali antes que ela pudesse romper com ele. Agora ele percebia que não importa quem rompeu. Ali partiu seu coração todos os dias em que ela não era sua, essa era a verdade da questão. Sua mãe se inclinou para trás e envolveu-o em seu abraço suave. —Você está em apuros. —Ela murmurou. —Mi guapa madré. —Respondeu ele, beijando sua mão. —Você se preocupa demais. Nossos irmãos olham um pelo outro. Eu estou perfeitamente seguro.


—Eu quis dizer com a menina. — Seus olhos estavam simpáticos quando ele olhou para ela, surpreso. —Uma mãe sabe. Está tudo estampado neste rosto bonito. —Ela tomou seu queixo em sua mão. —Esse amor te atormenta, meu filho. Ele não conseguia sequer protestar. E isso o atormentava. Levar um dia de cada vez não ia funcionar para ele. Se ele não descobrisse o que queria, o que podia prometer a Ali, ele a perderia para sempre para Bobby.


CAPÍTULO NOVE Mais tarde naquela manhã, Alejandro estava mexendo na sua moto na garagem de seu pai quando ouviu um carro parar na frente. As batidas insistentes na porta conspiraram para quebrar seu crânio, ele se dirigiu para frente, pensando em quem estaria batendo assim na porta. Do outro lado do vidro estava Bobby Dawson. Alejandro olhou para o homem loiro. Ele teria reconhecido o rosto de Bobby em qualquer lugar: corte limpo, olhos azuis, dentes brilhantes. Ele reparou no terno e sapatos caros, o relógio em seu braço que, provavelmente, custara tanto quanto sua moto. Menino rico, ele pensou, você é estúpido ou louco. Eu poderia atirar em você, enterrá-lo no deserto e ninguém descobriria. Ele ficou entretido nesse pensamento por mais um momento, enquanto olhava para o outro homem, e, em seguida, abriu a porta sem uma palavra. Claramente Bobby sabia que estava em desvantagem, mas ele andou desafiadoramente com ele até a garagem e ficou olhando Alejandro limpar cuidadosamente a graxa de cada um dos dedos. —O que posso fazer por você? — Alejandro finalmente perguntou. —Robert Dawson. — Bobby ofereceu sua mão e por um segundo Alejandro pensou que ele tinha cometido um erro e que o homem estava apenas fazendo campanha. Mas o fogo nos olhos de Bobby era inconfundível. Alejandro tomou a mão de Bobby, apertando os dedos entre a sua, segurando um pouco mais forte. Ele ficou surpreso quando Bobby não estremeceu. —Eu sou o noivo de Alaine. Ela odeia ser chamada de Alaine. Alejandro sorriu e foi direto na jugular.


—Você sabe que ela na verdade não usa mais aquele anel, certo? — Ele perguntou. Os olhos de Bobby se estreitaram um pouco, mas ele esboçou um sorriso largo para Alejandro. —Bem, nós concordamos em dar algum tempo para pensar sobre como estamos avançando. —Disse ele com um encolher de ombros. Alejandro assentiu com a cabeça e não disse nada, ainda sorrindo. Deixe este idiota falar o que quiser. No fim do dia, Ali ainda será minha. —Eu sei que vocês dois estão muito próximos. —Bobby disse, virando as costas para Alejandro enquanto passeava ao redor da garagem, arrastando os dedos sobre uma superfície, com os olhos não perdendo nada. —Você poderia dizer isso. — O sorriso de Alejandro se alargou ao recordar o quão perto eles tinham estado, em muitas ocasiões, ele cruzou os braços sobre o peito e encostou-se à bancada. —Então? —Eu estou pedindo, como um cavalheiro, para você parar de vê-la. Alejandro jogou a cabeça para trás e riu um grande estrondo que ecoou no espaço fechado. —Oh, você é bom. —Disse ele, abanando o dedo para Bobby. —Eu vou te dizer uma coisa. Você aparece aqui, no trabalho do meu pai, como se possuisse este lugar, pensando que não existe uma maneira no inferno que eu colocaria em risco os meios de subsistência do meu velho. Você me diz que você e Ali ainda estão envolvidos, mas eu tenho aquecido seus lençóis durante todo o mês. —Ele sorriu ainda mais quando Bobby empalideceu. —E agora você diz alguma besteira sobre um acordo de cavalheiros quando você e eu sabemos que você tem um plano esperando por mim quando eu lhe disser para se foder. Então, deixe-me lhe dizer, Robert Dawson. —Ele rosnou. —Uma vez que isso não é uma porra de uma apresentação, o que você diria sobre deixarmos isso de lado e você ir direto ao ponto. De homem para homem. Use palavras pequenas, eu não sou tão brilhante como você. —Bem. — Bobby se endireitou, suas bochechas ficaram coradas e sua mandíbula apertada. —Vamos lá, então? Você fica longe dela, porra, de hoje em diante. Se você apenas olhar para ela, vai ficar muito mais complicado por aqui, não apenas para você, mas para a sua família toda e


qualquer outra pessoa associada com o seu clube. Seus tipos não são bemvindos aqui em Arroyo Flats. Alejandro sorriu. —Colocando lenha na fogueira, menino de faculdade? Ele andou mais perto de Bobby, que era quase tão alto quanto ele, mas não tão amplo. Ele imaginou o outro homem beijando Ali, tocando-a com suas mãos privilegiadas, sussurrando em seu ouvido. A raiva encheu suas veias enquanto ele entrava no espaço pessoal de Bobby, nariz com nariz, apenas a uma polegada de distância. —Vamos lá, então. —Disse Alejandro em voz baixa. —Vá em frente e traga tudo o que você tem. Faça o que você tem que fazer, porque, no fim, Ali vai ser minha. —Nunca em um milhão de anos ela escolherá um canalha como você! Alejandro deu de ombros e sorriu. —Então, por que você está aqui? —Ele perguntou, lançando os braços para os lados. Bobby girou sobre seus calcanhares e saiu da garagem sem outra palavra. Alejandro desejou que ele pudesse sentir algum alivio, algum triunfo em sua conversa, mas tudo o que podia pensar era na ameaça de Bobby. A verdade era que, apesar de que Alejandro pudesse facilmente derrubá-lo em uma luta, esse não era o jogo que estavam jogando. Bobby Dawson tinha os meios para fazer toda a sua vida muito infeliz se ele quisesse e, a julgar pelo quão chateado ele estava isso era exatamente o que ele pretendia fazer. Alejandro não poderia apenas bater na bunda de Bobby e acabar com ele, tanto que seu próprio pensamento fez seu corpo inteiro vibrar. Além disso, não sabia o quanto de sua vida Ali poderia lidar, não importa o que ela disse. Mesmo se pudesse de alguma forma justificar um pouco das coisas ilegais que eles fizeram, porque compensava por cuidar deles próprios, ela poderia aceitar tudo isso? Ela ficaria bem com eles vendendo munição roubada e ajudando imigrantes ilegais a entrar no país, mas isso era apenas uma fração do que eles fizeram. E sobre as drogas? E as


prostitutas menores de idade que, às vezes, eles pegavam para Hennessy? E o fato de que, de vez em quanto, eles tinham que fazer alguém desaparecer? Talvez ela volte para Bobby quando descobrir sobre essas coisas. Talvez o sacana rico fosse o único a dizer a ela. Ele tinha que encontrar uma maneira de certificar-se de que não.


CAPÍTULO DEZ

Graças a Deus isso não tem um zíper atrás, Ali pensou enquanto ela puxava o zíper lateral e alisava o tecido. Ela não queria ter aquele estranho momento em que ela teria que pedir a ajuda de Bobby para se vestir. O que com certeza teria enviado a mensagem errada. Para seu crédito, ele se comportou de modo distante. Ele não bebeu nada e tinha sido um perfeito cavalheiro, deixando-a em completa privacidade enquanto ele retornava algumas ligações. Nem uma palavra sobre Alejandro, o casamento, ou uma reconciliação, nada. Talvez a noite não fosse tão terrível. Afinal, Travis Lathrop estaria lá e se ela pudesse ter mesmo cinco minutos com ele, ela poderia resolver todos seus problemas iniciais de uma só vez. Além dos seus custos de operação, ainda havia algumas questões de licenciamento que precisavam ser cuidadas e ela sabia a facilidade com que uma palavra de um homem influente na comunidade poderia abrir caminho para esses problemas serem resolvidos. Ela não queria recorrer a Bobby ou a ajuda de Carmac, uma vez que nenhum deles havia se entusiasmado com ela começando o programa em primeiro lugar, mas o Sr. Lathrop poderia ser o homem para ajudá-la nesse início, para retirar isso de sua lista de afazeres. Se Travis Lathrop queria um novo animal de estimação como projeto de apoio, então por Deus, ela poderia dar-lhe um. Ela espanou o pó sobre a ponta de seu nariz e pensou sobre o que significava o apoio do Sr. Lathrop, em termos práticos, para o programa Cloverleaf. Não apenas em dólares, mas no boca-a-boca para outros potenciais financiadores. Talvez até mesmo reconhecimento fora de Arroyo Flats. Uma batida tranquila na porta do banheiro a tirou de seu devaneio. —Eu não quero pressioná-la, querida, mas esta coisa começa em uma hora e nós temos um longo percurso ainda. —Bobby falou através da porta. —Você está pronta? Ela abriu a porta.


—Quase. —Ela disse, pegando sua bolsa de maquiagem para pegar seu batom. —Dois segundos. Bobby empurrou a porta e inclinou-se no batente, impecavelmente vestido em seu smoking. Seus olhos nunca deixaram sua boca enquanto ela cuidadosamente aplicava o batom. Ela o pegou olhando e ele corou sob seu olhar interrogativo. —Você está deslumbrante. —Ele murmurou. —Vermelho combina com você. Ali agradeceu educadamente, não querendo ver o que estava em seus olhos. Amor? Ciúme? Luxúria? Não importava. Ela hoje à noite tinha um propósito e que era fazer amizade com este financiador. Não se envolver com Bobby numa conversa sobre o seu noivado rompido. Ali se endireitou e deu uma última olhada no espelho. Eu queria poder apenas ouvir a sua voz, ela pensou. Ela já tinha enviado para Alejandro várias mensagens de texto naquele dia, todas as quais tinham ficado sem resposta. Ele não era do tipo que a ignoraria de propósito, não importa o quão zangado ele estivesse, por isso, ela sabia que ele estava ocupado e voltaria para ela. Ainda assim, doía saber que ela o tinha ferido. Ela tinha sozinha, quebrado o vínculo frágil da confiança que eles estavam tentando tão desesperadamente construir. Uma noite, isso era tudo o que tinha que ser, ela pensava. Eu só tenho que ter certeza de que Bobby não ache que isso seja algo mais do que é e eu estou livre. Alejandro vai entender quando eu explicar para ele, eu sei que vai.

Tinha sido estranho aceitar o braço de Bobby e permitir-lhe acompanhá-la, parando para posar para a foto de publicidade obrigatória. Tinha sido ainda mais estranho sentar-se à mesa com Carmac e Cecile, agindo como se nada estivesse errado. A mão de Bobby tinha estado em sua parte inferior das costas durante toda a noite, guiando-a como ele sempre tinha, em sintonia com cada movimento seu. Algumas vezes ele se permitiu que sua mão descansasse em torno de seu quadril de um modo que era um


pouco mais familiarizado do que ela teria gostado, mas não pareceu que ele percebeu estar mesmo fazendo isso. Nenhuma grande coisa pensou. É apenas um hábito. Ele não está me pressionando, é apenas por hoje à noite. Tudo tinha valido a pena para conhecer Travis Lathrop, que assumiu um brilho imediato para Ali e a ouviu falar sobre o programa por apenas quinze minutos antes dele puxar o talão de cheques de dentro do bolso de seu terno e escrever uma quantia que fez Ali engasgar com seu vinho. Então, ele perguntou muitas coisas que ela passou metade da noite respondendo, sua mente cambaleando o tempo todo que ela tinha quase perdido um defensor tão surpreendente. Sr. Lathrop tinha quase noventa anos, esperto como uma coruja e tão ansioso quanto Bobby que dissera que ele iria apoiar um novo projeto para jovens. Bobby voltou e, em seguida, quando o Sr. Lathrop se despediu dos dois, ela se virou para ele, sem fôlego e mostrou-lhe o cheque. Seu sorriso era genuíno quando ele disse: — Isso é incrível, querida, realmente é. Eu sabia que ele seria capaz de ajudá-la. Ela jogou os braços em volta do pescoço dele sem sequer pensar no que estava fazendo e o sentiu hesitar antes de envolver os braços ao redor dela. —Graças a você. —Ela sussurrou. —Muito obrigada, Bobby. —Seus olhos se encheram de lágrimas e ela tentou se afastar dele antes que ele pudesse ver, mas ele a segurou rápido. —Por que as lágrimas? Ela balançou a cabeça, mas Bobby segurou sua mão e levou-a para fora do salão de baile até o jardim. Ele se sentou em um dos bancos e ela se sentou ao lado dele, enxugando as lágrimas com as costas da mão. —Hey. — Seus olhos azuis encontraram os dela, em seguida, ele tirou um lenço do bolso e limpou delicadamente sua face. —Eu realmente sinto muito, Bobby. — Ela chorou. —Eu sinto muito, eu te machuquei. Eu estou tão confusa. Eu pensei que sabia exatamente o que queria e agora eu não sei. Eu não sei como viver esta vida quando isso me faz tão miserável. E eu não posso evitar em como me sinto sobre... —Ela


parou então, não ousando iniciar uma conversa que ela não teria energia para terminar. Bobby sentou-se em completo silêncio, segurando a mão dela até que ela caiu contra ele. Então ele falou em voz baixa. —Este é o lugar onde você pertence, querida, aqui comigo. Talvez eu tenha sido pouco imcompreensivo. Inferno, eu sei que tenho sido menos atencioso. Mas eu quero você ao meu lado. Eu vou ficar parado e esperar se isso é o que for preciso, mas eu não vou te deixar ir e desistir de tudo que deveria ser nosso. —Você prometeu que não iria falar sobre isso. —Ela fungou. —Não, madame. —Ele discordou com um sorriso torto. —Eu prometi que não iria me intrometer em seus assuntos pessoais. Eu não fiz quaisquer promessas sobre lhe dizer como eu me sinto ou o que eu quero. Seus ombros caíram. —Bobby... —Shhh... — Seus dedos cobriram seus lábios e ele a puxou para perto contra seu peito. —Não diga nada. Eu não quero ouvir você dizer que não me ama ou que você nunca será minha novamente. Eu te amei demais por muito tempo para isso. Apenas deixe-me te segurar um pouco. Só por um minuto. Ali suspirou e relaxou contra ele. Ela queria o conforto, mas ela não queria a responsabilidade da seriedade com que ele poderia levar o abraço. Os braços de Bobby pareciam como os de um estranho. Ela estava tão acostumada ao abraço poderoso de Alejandro que os braços de Bobby pareciam insubstanciais em torno dela. Há pouco tempo atrás, seu abraço já era só para confortá-la. Então, eles facilmente se afastaram. Os meses de campanha tomaram um pedaço de seu relacionamento. Ela pensou sobre o quão frágil seu amor deveria ter sido para morrer uma morte tão rápida. Especialmente quando as coisas com Alejandro tinham reacendido novamente tão facilmente depois de tanto tempo separados. Quando ela saiu de seu abraço, ele sorriu com tristeza, mas não tentou impedi-la. Em vez disso, ele se sentou com ela no confortável silêncio


por alguns momentos antes de pedir a ele para levá-la de volta para buscar seu carro. Ela ficou aliviada quando ele prontamente concordou. Após um apressado adeus aos seus pais, eles escaparam e voltaram para a casa dele. Ali ficou impressionada que Bobby não tinha bebido nada durante a noite toda e não podia deixar de trazer o assunto no caminho para sua casa. —Você não bebeu nada esta noite, não é? Ele balançou a cabeça. Ele ficou em silêncio por um momento antes de limpar a garganta. —Você sabe, naquela noite... Ela assentiu com a cabeça para que ele soubesse que ela sabia exatamente a qual noite ele estava se referindo. A noite no Bistro Mia, quando ele tinha bebido demais e praticamente a forçado, ainda estava fresca em sua mente. Ela não tinha esquecido o quão fora da linha isso tinha sido ou seu pânico quando pensou que não poderia ser capaz de detê-lo de forçar-se sobre ela. —Quando percebi o que tinha feito a você, soube o quão fora de controle eu estava ficando. Isso foi um grande toque para me despertar, querida. Eu não quero ser um cara que bebe para lidar com o que fez na noite anterior, quando estava bêbado. Eu não quero perder pedaços da minha vida pouco a pouco enquanto bebo até ter uma morte prematura. Então, eu simplesmente parei. —Você parou de beber? No geral? Ali ficou chocada. Ela pensou que Bobby estava apenas fazendo um esforço especial desde que ela tinha lhe pedido para não beber demais essa noite, enquanto eles estivessem juntos. Ela nunca imaginou que ele estava, na verdade, embarcando em uma vida de sobriedade. Ele balançou a cabeça. —Sim. Eu mesmo comecei a ir ver alguém. Você sabe um terapeuta... — Suas bochechas se avermelharam um pouco e ele limpou a garganta e se endireitou no banco do condutor. —Meu pai não sabe. Minhã mãe também não. Imagine o que eles pensariam de mim indo a um psiquiatra.


Ali sorriu sozinha. Carmac e Cecile, como seus próprios pais, pensavam que cada problema era resolvido por trás das portas fechadas de sua própria casa. E veja como fodidos nós estamos por causa disso. Ela sabia que era um grande passo para Bobby ter feito isso. Era talvez até mesmo um passo maior do que ele ter admitido sua fraqueza para ela. —Você é um bom homem, Bobby. Eu nunca duvidei disso. —Ela disse honestamente. —Eu sinto muito se eu te machuquei. — Sua voz estava embargada pela emoção. —Me desculpe, eu tratei você como... Eu tenho vergonha de como eu agi, Ali. —Não, Bobby, hey... — Ela se virou para ele e colocou a mão em seu braço. —Está tudo bem. Está feito. O importante é que você está recebendo a ajuda que precisa. E eu estou aqui para você, como uma amiga, não importa o que acontece entre nós. —Você quer dizer isso mesmo? Sobre nós sermos amigos? —Claro que sim. Você significa muito para mim. Você sempre vai. Ele sorriu e acariciou-lhe a mão. —Então, isso é bom o suficiente por agora.


CAPÍTULO ONZE

Ali estava indo até sua garagem, quase em casa, quando a moto brilhou sob a luz de seus faróis. Alejandro estava longe de ser visto. A moto estava escondida em seu lugar de costume, a casa ainda escura, exceto pelo brilho suave da luz da varanda. —Alejandro? — Ela chamou, dando alguns passos em direção a casa. —Aqui, Baby. —Sua voz profunda veio de trás, ela girou ao redor, quase perdendo o equilíbrio no cascalho em seus impossivelmente saltos altos. —Eu fui até o celeiro ver Tip. —Você me assustou. —Eu não queria. —Ele murmurou, andando mais perto até que ele estivesse de pé bem na frente dela. —Eu imaginei que você pudesse me ver na luz da varanda. —Eu quis dizer quando você me deixou na outra noite. Quando você não respondeu minhas mensagens. —Seus olhos estavam borrados de lágrimas. —Você não tem verificado o seu telefone, desde então. —Não. Ele fechou a distância entre eles, segurando o queixo dela para que ele pudesse encostar seus lábios nos dela. —Eu não poderia ficar longe. —Me desculpe por ter escondido isso de você. —Ela sussurrou em seu beijo. —Mais tarde você pode explicar por que você o fez. —Ele murmurou, mordiscando ao longo da borda de seu queixo até que ela estremeceu. —Mais tarde?


Ele balançou a cabeça enquanto colocava as mãos em concha em sua bunda e a puxava contra ele. —Mais tarde. Depois que nós cuidarmos de outro negócio. —Ele olhou para o rosto dela, com seus lábios pairando apenas a um sopro de distância dos dela. —Nada aconteceu. —Ela deixou escapar, mesmo embora ele não tivesse perguntado. —Com Bobby, eu quero dizer. —Eu sei Baby. —Seus lábios mostraram um leve sorriso, mas seus olhos estavam sérios. —Eu não acho que estaria vendo todo esse calor nesses seus olhos cinzentos, se outro homem a tivesse satisfeito até mesmo um pouco. Ali balançou a cabeça e sussurrou: — Eu só quero você. —Você não sabe o quanto estou feliz de ouvir você dizer isso. —Leve-me lá para dentro. —Ela implorou.

Alejandro levou Ali para a ilha na cozinha e pressionou seus lábios nos dela apenas uma vez antes de entrelaçar os dedos em seu cabelo. Um por um, ele tirou os grampos até que seus cachos caíram em torno de seus ombros como um véu. Todo o tempo ela podia senti-lo, cheirá-lo, praticamente saboreá-lo enquanto seus dedos trabalhavam bem a magia. Quando ela fez um movimento para tocá-lo, ele colocou as mãos sob as coxas e ordenou-lhe para mantê-las lá, com seus olhos escuros fixados sobre os dela, para que ela não pudesse recusar mesmo se quisesse.


Ela estremeceu com a necessidade de ser tocada e ela não era a única afetada. Quando ela espiou por cima de Alejandro através de seus cílios abaixados, ela ouviu sua respiração falhar um pouco. O bater em seu peito ficou mais insistente quando a energia erótica foi construída entre eles. Suas mãos se esgueiraram para a lateral dela, ela sentiu o zíper do vestido descer. Quando estava sob seu braço, ele o puxou para baixo em um suave golpe. Um sutiã não tinha sido possível com o vestido, então quando ele afastou a fina alça de seus ombros, seus seios estavam em plena exibição para ele. Reverentemente, ele passou as mãos para baixo, na frente de seu corpo, fazendo-a suspirar quando as palmas das mãos calejadas rasparam em seus duros mamilos. Ele esfregou mais o broto ereto, prendendo-o entre dois dedos e sorrindo para ela que dava gritinhos de prazer. —Se eu deslizar minha mão por dentro deste vestido vou achar você tão nua embaixo? —Ele perguntou com sua voz rouca. —O que eu vou tocar, Ali? Renda? Seda? Algodão? Ou simplesmente você, nua e molhada? A fome em sua voz tirou seu fôlego. Tudo o que podia fazer era olhar para ele enquanto ele espalhava suas coxas tão distantes quanto o vestido apertado permitia. Sua boca fechou sobre a dela e ela gemeu contra seu beijo enquanto ele deslizava a mão para cima no músculo arredondado de sua panturrilha, sobre seu joelho, e entre suas coxas. —Por favor. —Ela sussurrou, quando seus dedos finalmente passaram sobre a faixa encharcada de sua calcinha de cetim. —Por favor, o que, Ali? — Ele enganchou o dedo por trás da calcinha encharcada e a puxou até que ela deslizou para baixo em suas coxas. —Eu preciso de você dentro de mim. —Ela implorou, gemendo baixinho enquanto ele arrancava a calcinha do resto do caminho. Ele não disse nada, apenas passou as mãos debaixo de suas coxas e rapidamente amarrou seus pulsos atrás dela com sua própria calcinha. —Oh, Alejandro, por favor... — Sua pele inteira estava febril, cada toque aumentando sua excitação. Ela se contorcia no balcão em frente a ele, implorando para ser tirada de sua miséria.


—Ainda não. —Disse ele em tom de conversa. —Eu preciso ter certeza de que você realmente me quer.

Ela ainda me quer. Não importa que tenha passado a noite no braço do rico bastardo. Ela ainda é minha. Alejandro não sabia como conter o alívio que surgiu através dele. Ele tinha estado tão certo de que uma Ali diferente iria cumprimentá-lo hoje à noite e havia se preparado para o olhar de culpa em seus olhos. Ele tinha se preparado para ouvir suas palavras de desculpas, ou pior ainda, ver aquele olhar de medo que ele tinha tido um vislumbre da última vez em que estiveram juntos. Em vez disso, ele descobriu que ela ainda era sua. Completamente. Seus dedos deslizaram em seu calor e ela ondulava os quadris para encontrar seu toque. Com as mãos amarradas atrás dela, ela estava de alguma forma ainda mais responsiva, como se ela estivesse tentando fazer isso por não ser capaz de tocá-lo. Assistir os dentes afundarem em seu lábio inferior exuberante o recordou da última vez em que tinham estado juntos, como ele tinha dado prazer a ela até que ela não podia ver direito. Antes que ela lhe dissesse que iria a um evento com o menino rico. Só de pensar nesse tapa metafórico em seu rosto, quase murchou sua ereção. Mas o que quer que tenha acontecido naquela noite entre Ali e Bobby, não tinha sido sexo. Seu corpo dizia que ele era o único. Alejandro percebeu que quase nunca conversaram sobre qualquer coisa importante: Bobby, o anel de noivado que tinha porra magicamente reaparecido em seu armário, sua volta no próximo mês para San Antonio. Em vez disso, eles devoravam um ao outro como se fosse o último dia de suas vidas. Infelizmente, tão incrível quanto isso era, nem se aproximava do fato de perceber o que diabos aconteceria quando tivesse de sair cidade novamente.


Ele já sabia que não iria deixá-la. De jeito nenhum ele iria voltar para casa sem alguma coisa. Ele não queria que sua próxima temporada em Arroyo Flats o colocasse cara a cara com Ali e alguns filhos de outro cara. Os dedos dele estavam na pele de sua coxa enquanto imaginava uma Ali grávida correndo em um supermercado com uma criança pequena loira já no carrinho. Seu suspiro luxurioso o trouxe de volta ao aqui e agora enquanto empurrava seus dedos dentro dela. Ela estava aberta para ele, gotejando, esperando ele fazer amor com ela. Ele não podia esperar. Ele abriu sua braguilha e agarrou seu pênis duro. Os olhos de Ali se arregalaram quando ela olhou para seu pênis, lambeu os lábios e então olhou para ele, ardente de desejo. Alejandro estava dentro dela antes de ele perceber quão forte ele tinha se agarrado a ela, mas o olhar de satisfação no seu rosto estava ecoando em seus gemidos ansiosos, ele sabia que era exatamente como ela queria. Ele entrelaçou uma mão em sua cabeleira e inclinou a cabeça para trás até que o corpo dela estava espalhado no mármore liso na frente dele. Com a outra mão apertou suas nádegas e empurrou tão profundo em sua buceta quanto ele poderia ir. Todo o seu ser parecia tremer com prazer. —É isso aí. —Ele rosnou. —Isso é o que você queria, não é? Isto é o que você pensou quando estava comendo o jantar com todos aqueles babacas ricos no evento. —Sim. —Ela choramingou, se arqueando para atender ao seu toque. —Você sentou-se ao lado dele e pensou em mim transando com você. Você pensou em mim fazendo você gritar meu nome. —Sim, Aleajandro... —Você é minha. Ela estremeceu e suspirou algo que ele não conseguia entender. Podia senti-la tensionando, o apertando enquanto seu clímax era construído e ele parou de tentar segurar o seu próprio. —É isso aí. — Ele bateu nela, com sua mão cobrindo sua bunda. — Venha para mim, Baby.


Ali balançou a cabeça e sussurrou sim, sim, sim de novo e de novo. Quando ele viu seu peito começar a travar, ele teve apenas tempo suficiente para se retirar e gozar sua semente sobre sua barriga enquanto ela estremecia e soluçava seu nome. O carrilhão estridente de seu telefone quebrou o momento. Ele estava no bolso de trás de sua calça jeans que tinha escorregado para baixo de suas coxas, vibrando implacavelmente. —Porra! As mãos de Alejandro saíram de Ali e em seguida, ele puxou um lenço do bolso, limpando seu gozo do estômago de Ali antes de colocar as calças e pegar seu telefone. Ele tinha parado de tocar. Ele hesitou, olhou para ele e colocou-o sobre o balcão, de fácil alcance. Colocando seu rosto em suas mãos, ele capturou sua boca em um beijo lento e suave. —Você tem que ir? —Espero que não. — Ele fez uma careta. —Se eu tiver, vou tentar voltar. Ela assentiu com a cabeça e colocou os braços em volta do pescoço, puxando-o para outro beijo. Seus dedos traçaram sobre suas escápulas e para baixo até suas costas. Eles estavam viajando sob a bainha de seu vestido mais uma vez quando o telefone os interrompeu.


CAPÍTULO DOZE —Porra! —Alejandro pegou o telefone. —Sim? —Ele gritou. Ali podia ouvir uma voz animada na outra extremidade. —Espere o quê? — Alejandro esfregou a cabeça e beliscou a ponte de seu nariz. —Merda. Não. Sim. Não, apenas espere. Estarei aí em dez minutos. Ele desligou e gemeu, inclinando-se até que sua testa descansou contra a de Ali. —Eu tenho que ir. —Há uma chave reserva escondida na samambaia em cima da mesa nos fundos. Se você voltar, apenas entre com ela se eu estiver dormindo, ok? Ela parecia cansada, mas seus olhos ainda brilhavam com a promessa. —Yeah, Baby. — Ele segurou sua mão em torno da sua e beijou-a com ternura. —Vá para a cama e eu vou ver você de manhã.

—Nós temos um problema. —Anunciou Pitbull severamente quando Alejandro chegou ao clube. —Você sabe que eu nunca incomodaria você a menos que fosse uma emergência. —Mãos à obra. —Alejandro tirou as luvas de couro. —Se lembra de quando Dobie disse que Crockett estava prestes a separar-se da Bezerkerz. —Merda. Isso aconteceu?


—Bem, sim, mas é pior do que isso. Crockett e Spidey tiveram um enorme desentendimento. Crockett trouxe alguns caras novos, e a notícia que tenho de Dobie é que o novo clube de Crockett está sob a proteção dos Diablos. Tendo acesso e tudo mais. —Porra! — A voz de Alejandro ecoou nas paredes do armazém. — Isso significa que os Diablos teriam a proteção do DEA. Mas eles já estão sob investigação! —Extraoficialmente. E talvez seja por isso que eles concordaram em levar o clube de Crockett sob o seu próprio. —Sugeriu Pitbull. — Seu primo deve ser parte do negócio. —Esse astuto fodido. —Alejandro rosnou. —O que Spidey vai fazer sobre isso? —Ele caminhou até a geladeira, tirou uma cerveja, e retirou a tampa. —Essa é a coisa. Eu acho que ele vai pedir para nós irmos a uma batida para se livrar de Crockett. Alejandro parou e colocou a cerveja sobre a mesa ao lado dele. —Whoa! O quê? —Uma batida. Para se livrar de Crockett. Eu não tenho certeza, mas acho que é onde Spidey vai dar seu próximo passo. —Quem disse? Dobie? Pitbull assentiu. —Porra. E se tivermos que ir a uma batida, temos que estabelecer um precedente, Alejandro pensava. Fizemos isso uma vez e cada filho da puta daqui até a costa nos vigiou como assassinos contratados. Nós deveríamos estar movendo produto quente e trazendo algumas pessoas da fronteira. Não matando pessoas pelo maior lance. —Algo mais? —Ele perguntou. Pitbull assentiu.


—Na verdade, sim. — Ele pegou seu telefone e mostrou a Alejandro várias fotos de um carro negro. —Este carro está me acompanhando todos os dias, homem. Eu o vi isso cinco vezes hoje. Pouco antes de te ligar, ele estava estacionado lá fora há algum tempo. Vê o que está no capô? —Ele bateu na tela com a ponta do dedo. Alejandro franziu a testa e apertou os olhos. A imagem estava embaçada, mas depois de um tempo, ele distinguiu o diabo verde. Suor frio escorreu pelas suas costas. —Eles não perdem tempo, não é? Pitbull assentiu. —Se há algo nisso, eu diria que eles estão à frente do cronograma.

Os Diablos Verdes, obviamente, não estavam satisfeito com o pedaço do bolo que tinham recebido. Eles queriam a coisa toda, mas Alejandro não ia se sentar e deixar que eles levassem tudo. —Eu não quero que você vá a qualquer lugar sozinho, entendeu? — Ele disse a Pitbull. —Isso vale para todos neste clube. Eu vou convocar uma reunião para amanhã de manhã. Diga a todos que é melhor estarem aqui. Ele xingou e andou de um lado para o outro. Alejandro desejava poder chamar Turk, mas já era tarde demais para incomodar o velho. Ele sabia o que ele diria, de qualquer maneira. Os Diablos Verdes estavam ridicularizando o Padre Knights e eles não podiam deixá-los ficar impunes. Os Diablos tinham começado com Haji e agora era Crockett deixando o Berzerkerz e dirigindo seu próprio clube sob sua proteção, um clube que não só cortava alguns dos trabalhadores remunerados de outros clubes, mas também deixava o Padre Knights exposto para investigação do DEA. Ele tinha que fazer alguma coisa e rápido.


CAPÍTULO TREZE

Alejandro subiu as escadas, determinado a não acordar Ali se ela estivesse dormindo. Embora sua luz do quarto estivesse acesa, ele não a ouviu se mexendo. Ela deve estar exausta, pensou. Vou deixá-la dormir. Ele não estava preparado para encontrá-la parecendo tão irresistível. Ela estava deitada de barriga para baixo na cama, com seu cabelo dourado em torno dela, completamente nua. Apesar da hora tardia, ele sentiu-se agitado com a visão de sua carne marfim em exposição para ele. Quase nua, ele percebeu. A mais ínfima fita rosa envolvia seus quadris e estava enfiada entre sua bunda cremosa. Ele estava quase na cama antes que percebesse que ela estava usando um fio dental, e de alguma forma, isso era ainda mais erótico do que vê-la completamente nua. Ela tinha claramente usado apenas para ele. O pensamento o deixou instantaneamente duro. Alejandro se sentou na beirada da cama e passou a mão para baixo do vale de sua espinha, ao longo da curva de suas nádegas e para baixo em sua coxa. Seus lábios fizeram um beicinho adorável em seu sono, ele ansiava por beijá-la. Havia algo sobre tocá-la enquanto ela estava dormindo, no entanto e ele não queria estragar o momento. Ele queria deixá-la dormir, mas ele também queria rolar sobre ela e entrar nela. Seus dedos acariciaram a pele suave de suas costas, mergulhando nas pequenas ondulações na base de sua espinha. Sem pensar nisso, ele pressionou a face em um dos pequenos buracos. Seu cheiro perfumado flutuava de sua pele e isso foi tudo o que levou para deixá-lo no limite. Uma mão afundou em seus cachos enquanto a outra palma larga fez uma análise aprofundada de sua bunda nua. Abaixo dele, ela se mexeu e arqueou contra seu toque. —Você voltou. —Ela murmurou, com sua voz cheia de sono. —Não poderia ficar longe. —Ele sussurrou, enganchando seus dentes da frente através do pequeno elástico atado entre suas nádegas. —


Nós vamos ter algum divertimento com isso hoje à noite. —Ele rosnou, esticando a tanga como uma corda de violão. Ela contorceu os quadris e ele deu-lhe um tapa na sua bunda antes de sair da cama para se despir. O beijo tinha chamado a sua atenção, ela se virou, com os olhos brilhantes e as faces coradas enquanto o observava despir-se. Alejandro tirou suas meias e colocou-as em suas botas, então dobrou o colete e colocou-o cuidadosamente do outro lado da cadeira. Seu olhar nunca o abandonou quando ele chegou por trás de sua cabeça e arrancou sua camiseta. Provocando, Alejandro balançou a camiseta e sorriu quando ela fez beicinho. Ele sabia muito bem o efeito que tinha sobre ela e ele adorava cada segundo de fazê-la esperar. Os cantos de sua boca se contorceram enquanto dobrava a camisa com deliberado cuidado e a colocava ao lado do colete. Ela disse a ele antes que gostava de vê-lo se despir, ele estava feliz em agradá-la agora. Seus olhos cinzentos o devoraram quando ele tirou as roupas, e isso só serviu para aumentar sua excitação, sabendo que ela foi excitada por ele e que estava esperando, ansiosa e molhada, pelo seu toque.

Entre suas coxas, Ali estava em chamas. Suas mãos em sua pele tinham trazido às primeiras gotas de umidade e seus beijos tinham saturado o pequeno pedaço que seria sua calcinha. Era seu cheiro, porém, que o deixou realmente no limite. Era seu perfume que fez isso todo o tempo. Ele prometeu prazer e amor e liberdade. Alejandro livrou-se de seu cinturão, com a fivela de prata gigante enquanto ele o colocava sobre o braço da cadeira. Ali suspirou e apertou suas coxas juntas para aliviar a dor crescente dentro dela, mas não ajudou em nada. Felizmente, ele já tinha aberto seu jeans, o puxado para baixo sobre seus quadris e saído dele. Dobrou-os, também, meticulosamente como se ele estivesse dobrando suas roupas para venda. Sua mão deslizou


pelo seu mamilo por vontade própria e ela beliscou-o impacientemente ao vê-lo dobrar suas calças, nu com exceção de sua cueca boxer. Vamos lá, pensou. Não me provoque. Foda-me. A protuberância considerável fez tenda em sua apertada prisão de algodão, ela lutou contra a vontade de cair de joelhos, rastejar pelo chão até ele e esfregar seu rosto sobre o contorno de seu comprimento confinado. Em vez disso, ela permaneceu na cama enquanto ele passeava, apertando a si mesmo, deu aos seus joelhos um pequeno tapa para que ela abrisse as pernas. —É isso aí. —Ele disse, com sua voz rouca quando ela abriu suas coxas na cama, as espalhando como asas. —Assim, Baby. Deixe-me vê-la. Ele passou a mão sobre o pedaço de tecido que cobria seu montículo e o polegar brincou com as dobras úmidas aquecidas. Quando ela suspirou e se arqueou contra o seu toque, ele riu e retirou sua mão. —Paciência, Baby. —Não me provoque. —Ela implorou. Seus membros estavam em chamas, o ponto de ebulição entre suas coxas tão intenso que ela não queria nada mais do que esfregar-se contra qualquer superfície. Quando ele subiu em cima dela de quatro, ela pensou, finalmente, eu posso tê-lo dentro de mim. Mas Alejandro não tinha tais planos. Em vez disso, ele ordenou que ela mantivesse suas mãos espalmadas sobre a cama enquanto ele lambia e mordia a sua boca. —Eu pensei sobre isso a noite toda. —Ele sussurrou quando os dentes pegaram a parte inferior do seu lábio. —Você, desse jeito. Esperando. Disposta. Toda minha. —Ele abaixou-se e embalou sua cabeça em uma mão enquanto continava a beijá-la. O espaço entre os seus órgãos estava cheio com o calor dos dois e ela jurou que podia sentir a pele dele na dela, mesmo que estivessem a centímetros de distância. Ele se abaixou e puxou a tanga, puxando-a e apertando, em seguida, torcendo-a de modo que o tecido esfregasse sobre seu clitóris torturosamente. Ela gritou com a dor deliciosa e ele sussurrou: —Tão molhada. Tão pronta. Eu quero fazer você gozar até não aguentar mais e então eu quero me enterrar dentro de você.


Durante todo o tempo ele torceu o tecido, esfregou, manchando mais a calcinha no meio de suas coxas. Ela tentou fechar as pernas, mas ele plantou os joelhos firmemente sobre a cama entre ela. —Eu sou dono dessa boca. —Ele rosnou, sugando seu lábio inferior entre os dentes. —Eu sou dono dessa buceta. —Continuou ele, puxando o tecido para cima de modo que suas costas se arquearam para fora da cama com a deliciosa abrasão. Ali gemeu quando sentiu o zumbido iniciar em seu ventre, irradiando para fora, por suas coxas e através de sua barriga. Suas pernas começaram a tremer quando Alejandro beijou o pescoço dela, e encontrou o caminho garantido para deixá-la selvagem. Sua língua dançava contra o ponto sensível em sua garganta e com um toque final no tecido, ele a levou ao limite. Ali sufocou seu nome enquanto seu orgasmo a consumia, batendo a cabeça até que ele agarrou seu cabelo e segurou-a. —É isso aí, Baby. Você é tão bonita quando goza. Ele tirou o controle sobre sua calcinha e a perda da pressão a fez gemer de frustração. Mas Alejandro não tinha terminado. Ele se arrastou para baixo de seu corpo trêmulo, colocando beijos suaves sobre os seios e barriga, através de seu quadril e para baixo no interior de sua coxa. A sensação da sua barba na pele delicada no vértice de suas coxas, logo após o orgasmo, a fez cerrar os dentes. Mas foi nada em comparação com a emoção de ele puxando de lado o laço com o polegar enquanto mergulhava a ponta da sua língua no néctar que sua calcinha tinha ocultado. Ele fez um som no fundo de sua garganta, como um animal saciado e contente, sua língua pegou um ritmo constante, deslizando para trás e para frente, em seguida, em círculos até que suas coxas tremeram novamente. —Não, não, não... —Ela gemeu. —É demais... Demais... Ele estava realmente lambendo, sua língua sondando profundamente, em seguida, ele chupou seu clitóris entre os lábios e enfiou o dedo dentro dela. Ela se sentiu tremendo incontrolavelmente, o contínuo e intenso prazer era mais do que ela poderia suportar. Então ela gozou e foi impossível parar os gritos agudos de ecstasy vindo de sua garganta.


Alejandro continuou chupando e seu orgasmo a derrubou, a consumindo com prolongadas ondas de prazer. Ela não tinha escolha a não ser montar nessas ondas e lutar para respirar.

Esse momento, ele pensou, esfregando a boca no interior de sua coxa enquanto ela estremecia diante dele. Esse momento pertence a mim. Isso é o que eu sei que ela nunca deu a qualquer outro homem. Era esse momento com ela é o que sempre reafirmou o que existia entre eles. A profundidade de sua paixão, a sua intuitiva conexão física, estava tudo bem ali, quando Ali se entregou a ele em seu último ato de rendição. Ele se enrolou para o lado dela, segurando sua mão entre as coxas bem fechadas, protegendo seu sexo hipersensibilizado. Atrás dela, ainda inchado e estourando com sua própria necessidade, Alejandro deu beijos carinhosos ao longo de sua espinha. Ele passou as mãos em volta da sua cintura e alisou suas curvas até que ele estava segurando seu doce e suave quadril. Ali murmurou alguma coisa ininteligível, ainda incoerente como ela sempre fazia depois de um orgasmo, seu pênis se contorceu de saber que ele tinha a tornado momentaneamente incapacitada com o prazer. Ela suspirou e se voltou para ele, que estava nu e duro, ele beliscou em seu ombro. Ela reconheceu o sinal e se abriu para ele. Com um gemido satisfeito contra sua omoplata, ele deslizou para dentro. O atrito foi requintado pela posição, mas a melhor parte de tudo era que ela estava em seus braços, apertada contra seu corpo enquanto ele fazia amor com ela. Ela estava escorregadia e quente e ele teve que lutar para manter um ritmo lento e constante para deixá-la louca. Ele queria outro orgasmo dela e ele estava muito determinado a consegui-lo. Se isso significasse que ele não gozaria por horas, que assim fosse. Mas ele sabia que não teria que esperar horas. A respiração de Ali falhava com cada impulso profundo, ele sentiu o brilho de suor formando


em sua pele aquecida. Ela agarrou os lençóis na frente dela e ele podia ver o tremor em seus braços enquanto ela perseguia seu orgasmo. —É isso aí, Baby. —Ele murmurou. — Dá-me tudo, mami. Ela gemeu em resposta, apertando as coxas ainda mais fortes em torno da base de seu pênis. Ele sabia sem olhar que ela estava mordendo o lábio, os olhos espremidos e bem fechados do jeito que ela sempre fazia quando estava perto de gozar. Ele amou saber que ela estava se concentrando no sentimento dele balançando dentro dela, batendo profundamente dentro dela, o que fez seu corpo vibrar. Os dedos dele em seus quadris eram suaves enquando ele a puxava mais para perto, bombeando dentro e fora dela, mais e mais rápido. A partir da base de sua espinha, ele sentiu um puxão, chamando suas bolas para cima e se preparou para gozar. Ali soltou um gemido estrangulado enquanto ele batia nela, dando-lhe tudo o que tinha, com suas coxas batendo contra a bunda dela enquanto ele balançava em sua acolhedora profundidade. Quando ela arqueou e gritou o nome dele, ele finalmente se deixou ir, dando-lhe um último impulso antes de esvaziar dentro dela com um suspiro rouco de sua autoria. Ele a segurou enquanto ela estremecia contra ele, em silêncio, tendo somente sua respiração. Seu cabelo emaranhado fez cócegas em seu nariz quando ele enterrou seu rosto no dela, cercando-se com seu perfume. Em seguida, ele puxou seu cabelo para trás dela, expondo seu ombro e pescoço úmidos. Lambeu sua artéria e a latejante veia delicada, o salgado de seu suor floresceu em sua língua enquanto ele traçava sobre sua pele. —Ali, te quiero. Ali, te amaré por siempre. —Ele sussurrou contra ela, tão silenciosamente que achava que ela não poderia até mesmo ouvi-lo. Ele estava quase dormindo quando ela murmurou: —Fique comigo, Alejandro. Eu amo você.


CAPÍTULO QUATORZE —Buenos dias. — Ali ouviu Alejandro sussurrar enquanto seus olhos se abriam. Apoiado em um cotovelo, ele olhou para baixo, para ela, e entrelaçou os dedos através de seu cabelo. A luz fluía através das janelas, banhando os dois no rosado fulgor do nascer do sol. Seu corpo doía, uma lembrança agradável da noite anterior. Flashes da noite passada deles fazendo amor lançaram borboletas infinitas na barriga dela enquanto se aninhava contra ele. —Você ainda está aqui. —Ela murmurou, esticando seus membros rígidos. —Você nunca está aqui quando acordo. —Você me pediu para ficar. — Os olhos dele piscaram quando sorriu para ela. Com seu dedo indicador, traçou a curva de seu lábio inferior e seguiu com sua boca para lhe dar um beijo carinhoso. —Ali. —Ele sussurrou contra sua boca. —Alejandro. —Ela sussurrou de volta. —O que eu vou fazer com você? — Ele disse tão tranquilo que ela quase não o ouviu. —Eu não acho que possa deixar você uma segunda vez. Ela não tirava os olhos dele enquando beijava os nós dos seus dedos. —Então não me deixe. —Ela murmurou. — Fique aqui em Arroyo Flats. Deixa eu te fazer feliz. —Você iria se sacrificar muito para estar comigo. Eu não quero que você se arrependa disso algum dia. Lágrimas brotaram nos olhos de Ali, mas ela não disse nada, apenas segurou Alejandro e acariciou sua bochecha com seu polegar enquanto ele falava. —Dez anos atrás, eu era apenas um garoto sem dinheiro, não havia vida aqui para mim. Eu não poderia dar qualquer coisa que você merecia. Uma bela casa. Segurança. Segurança financeira. Crianças saudáveis e felizes.


Somente meu amor por você. —Ele suspirou e esfregou o rosto. — Eu quero que você tenha todas essas coisas, Ali, você estando comigo ou não. Eu preferiria te perder a você perceber um dia que está decepcionada com a vida que compartilha comigo. —Shhh, meu amor, não... —Ela sussurrou, com lágrimas escorregando por suas bochechas. —Eu nunca poderia... —Você está errada. —Ele insistiu. —Você ficará desapontada em se contentar com menos do que você quer. —Ele beijou as lágrimas de seus olhos e o sal se misturou entre seus lábios quando ele cobriu a boca dela com a sua. —Quando pensa sobre o que você mais quer em sua vida, o que são essas coisas? Ali se aninhou contra seu peito sólido. —Eu quero as coisas importantes. Eu quero ser feliz, eu quero estar com um homem que eu ame e que me ama em troca. —Crianças? — Ele acariciou timidamente seu pescoço. Ela assentiu com a cabeça. —E quanto a você? O que você quer? —Crianças, definitivamente. —Ele começou. —Muitas delas. Meninos e meninas, todos com cabelo escuro e grandes olhos escuros. Uma mãe para eles bonita e carinhosa que nunca permita que eles não se sintam amados, nem mesmo por um segundo. Uma casa, não enorme, mas grande o suficiente para todas as crianças. Uma casa cheia de amor e alegria. Onde as pessoas que a visitam saiam sorrindo. —Ele beijou a ponta dos seus dedos, um por um. —Eu quero que você seja feliz e amada, Ali. Eu não sei se posso dar-lhe mais do que isso, mas eu quero tentar. —Eu não quero que você volte para San Antonio. —Ela sussurrou contra seu peito. —Eu gostaria que você pudesse ficar aqui comigo. —E se eu ficar? — Seus olhos estavam sérios. —Você sabe o que isso significa para você? Você poderia desistir da vida que conhece para construir uma nova comigo? —Sim. — Ela assentiu com a cabeça e passou seus dedos através de seu cabelo no peito. —Eu amo você. E eu sei que nós podemos ser felizes juntos.


—Ali, meu anjo... — Ele beijou o cabelo dela. —Aí é onde estamos em desacordo. Eu conheço a minha vida e eu não acho que é uma vida que você queira fazer parte. —Tente. —Ela ousou. —Inclua-me. Ele balançou a cabeça. —De jeito nenhum. —Você nem mesmo tentou!— Ela protestou. —Você acha que eu estou julgando você, mas é você que está me julgando. Eu não estou em um pedestal, Alejandro. Eu não tenho medo da realidade. Ele suspirou e a puxou para mais perto. —Talvez eu a tenha colocado em um pedestal, mas isso é errado? Eu só quero mantê-la segura. —Os outros caras têm esposas, namoradas, crianças. Nós já conversamos sobre isso antes. Por que não podemos apenas tentar? —Eu estou a ponto de ser presidente. —Isso é mais perigoso? Ele riu. —Já é muito perigoso agora com o que fazemos. Mas sim, eu suponho que seja. Mais perigoso para mim e muito mais perigoso para você. E eu ficaria louco se alguma coisa acontecesse com você por minha causa. —Eu estou perfeitamente segura. —Ela sussurrou, passando as mãos pelo seu peito. —Até que um dia você não esteja. — Os olhos dele estavam sérios, embora ele sorrisse gentilmente para ela. —E esse é o meu maior medo.


CAPÍTULO QUINZE

—Você está falando sério sobre o meu mundo? Alejandro perguntou mais tarde naquela manhã. Ela assentiu com bravura. —Sim. Ele sorriu e beijou-a. — Então se vista. Eu tenho uma reunião e eu vou levá-la comigo. Eles estavam na moto, no meio do caminho até o clube quando Alejandro sentiu Ali apertá-lo em torno de sua cintura a um ponto de desconforto. Ele tentou distraí-la para afrouxar seu aperto, mas seus dedos cravaram em sua jaqueta e se recusaram a ceder. Quando ele olhou para suas mãos, ele viu que seus dedos estavam brancos. Ele tomou a saída próxima à esquerda em um estacionamento e parou a moto. Seus olhos estavam enormes quando ele tirou seu capacete. —Baby, o que está acontecendo? —Ele perguntou. Ela estava fisicamente angustiada: tremendo, respirando superficialmente, pálida e fria ao toque. —Fale comigo. —Ele insistiu. —O carro preto... —Ela sussurrou. —Está me seguindo. —Que carro? Por que estaria seguindo você? —Eu não sei! Tudo que sei é que esse carro preto esteve passando pela minha rua um monte de vezes no mês passado. Uma vez, dois rapazes saíram dele e foram para a minha propriedade. Felizmente o Sr. Miller apareceu. Mas agora ele está de volta. —Ali, isso é muito importante. Que tipo de carro preto é? —É um Camaro. Novo. Preto com um desejo sobre o capô. —Que tipo de desenho? —Um diabo verde-limão.


Alejandro respirava forte. —Esse carro não está seguindo você, está me seguindo. Aqueles são os Diablos Verdes e eles estão tentando se infiltrar em Arroyo Flats. Temos os deixados afastados, mas... —Ele parou e se voltou para ela. —Espere um minuto. Por que você não me contou sobre isso antes? Ela encolheu os ombros. —Eu não achei que tivesse algo a ver com você ou o clube. —Mas você estava com medo. — Ele colocou as mãos em seus ombros. —Você ainda está tremendo. Se você pensou que estava em algum tipo de perigo, por que não disse nada? —Eu só queria que eles fossem embora e eu pensei que eles tinham ido. Depois daquele dia, eu nunca mais vi esse Camaro de novo. Não até hoje. —Merda, Ali. Ele tentou esconder sua irritação, mas ele não podia acreditar que ela tinha mantido isso para si mesma. Como ele podia esperar que fosse mantê-la segura, se ela não o mantinha informado? Seus olhos estavam enormes. —Eu realmente não achei que tivesse alguma coisa a ver com você ou o clube. —Ela repetiu em voz baixa. —Por que você acha que eles estavam me seguindo? Ele balançou a cabeça tristemente. —Eu não sei. Talvez para me encontrar. Talvez para me mandar uma mensagem. Graças a Deus eles nunca colocaram as mãos em você, Baby. Você não tem ideia de que tipo de... —Ele parou. Suas palavras iriam assustá-la e ela já estava aterrorizada. —Vamos para o clube, ok? Eu quero que você diga a Pitbull e Popeye sobre este carro.


CAPÍTULO DEZESSEIS

—Ela não está aqui para a reunião, obviamente. —Alejandro disse aos dez pares de sobrancelhas levantadas que o saudaram dentro do clube. —Esta é Ali... Minha Ali. —Enfatizou dando um olhar aguçado para Dobie. — E ela tem sido seguida por algumas semanas pelos Diablos. Os outros caras trocaram olhares. —Bem, merda. —Murmurou Pitbull. —O Camaro preto ficou dirigindo pelo meu rancho durante semanas. —Disse ela. — Eu primeiro o vi a cerca de três semanas atrás. Dirigiu pela minha rua algumas vezes, o que é estranho, já que eu vivo em um beco sem saída da estrada. Então eu ficava o vendo, sempre dirigindo devagar, passando pela minha calçada. A última vez que o vi antes de hoje, tinha dois homens no carro. Pararam na cerca da minha propriedade, em seguida, pularam a cerca e foram para as minhas terras. Eu estava prestes a perguntar-lhes o que eles queriam quando meu vizinho se juntou a mim e eles se retiraram. —Você ia perguntar o que eles queriam? —Perguntou Alejandro em descrença. —Eles estavam em minha propriedade! — Ela explodiu. —Eu tinha a minha arma, não se preocupe. O outro parecia um pouco impressionado. Alejandro tinha certeza de que não havia atrelado Ali a um tipo de pistola. —Tudo bem, Annie Oakley 2. —Ele falou. — Só não faça isso de novo. Você puxa uma arma para esses caras e é assim que você vai se matar. —Eu não sabia. —Disse Ali. —Eu pensei que eles eram apenas invasores. 2

Annie Oakley foi uma artista do famoso show do Oeste Selvagem de Buffalo Bill. Em seu show ela mostrava sua destreza com as armas. Usava um rifle calibre 22. Sua vida e as lendas a seu respeito foram objetos de filmes, musicais, série de TV e quadrinhos.


Ela olhou para os homens ao seu redor e caiu em silêncio. —Está tudo bem, Baby. —Ele murmurou. Sobrancelhas subiram novamente em todo o recinto com a palavra carinhosa e ele ignorou seus olhares curiosos enquanto a beijava. —Você espera aqui. Nós vamos conversar por algum tempo. Assista TV, fique confortável. Há cerveja no frigobar se você quiser. Ali acenou timidamente e os homens voltaram para a sala de reunião. Quando eles fecharam a porta atrás dela, ela se viu sozinha, a realidade do que ela estava envolvida a atingiu pela primeira vez. É assim que vai ser constantemente olhando sobre meu ombro? Preocupar-me com todos que eu vejo como se fossem me fazer algun mal? Tudo o que eu tenho feito é mudar de um homem obsecado pelo trabalho para outro, só que este trabalho era perigoso. Ela envolveu os braços em torno de si mesma, tentando acalmar o nervosismo que a atormentava desde que viu o carro preto. No que eu estou realmente envolvida aqui?


CAPÍTULO DEZESSETE Ali havia chocado sua parceira de negócios quando lhe contou sobre a doação de 30.000 dólares de Travis Lathrop, mas Karen parecia ainda mais surpresa ao ouvir o ronco das motos se aproximando de Cloverleaf. —Quem são esses caras? — Ela perguntou acima do rugido dos motores. —Eles são nossos voluntários. —Respondeu Ali orgulhosamente. — Eles são bons rapazes e se ofereceram para ajudar. Trabalho de graça, certo? Karen riu. —Quando você disse “voluntários”, eu estava pensando, você sabe, talvez em alguns escoteiros do Eagle. Onde diabos você conseguiu esses caras? Ela deu a eles uma minunciosa verificada: braços cobertos com tatuagens, corpos vestidos de jeans e couro. Felizmente, parecia mais choque e curiosidade do que desaprovação. Ali deu de ombros. —Um deles é um velho amigo meu da escola. Ele me deve. Ela lançou um olhar de soslaio para Alejandro. Comporte-se, ela o avisou mais cedo naquele dia. Nós não estamos prontos para tornar isso público e Karen é bastante astuta. Como se nunca tivesse dito uma palavra, ele a estava devorando com os olhos. Droga. Karen ergueu as sobrancelhas para ela e Ali corou. —Não pergunte. —Ela implorou. —Alaine Owens, eu acho que há uma história a ser contada aqui. — Karen sorriu. —Vamos apenas colocar esses caras para trabalhar. — Ali respondeu. —Eu prometo, se houvesse algo a dizer, você já saberia sobre isso.


Esses caras levaram metade do tempo que Ali havia estimado. Eles trabalharam como cães, sem paradas e terminaram tudo em tempo recorde. Ela estava surpresa com o quão rapidamente eles conseguiram transformar a fundação estéril na frente em um espaço convidativo. Karen ficou encantada e Ali estava aliviada por ela não parecer ofendida com o “sem vergonha” do Pitbull querendo ter seu número de telefone. Não era a primeira vez que havia percebido a jóia que era Karen. —Esses caras são bons, Ali. —Sua parceira refletiu mais tarde, quando passou por cima do cronograma da semana de abertura. —Traga eles novamente a qualquer momento. —Eu não sei quantos deles nós veremos no futuro. —Disse Ali hesitando. — É um tipo de um negócio de uma única vez. Karen bufou. —Você pode chamar isso de qualquer coisa que você queira, mas eu vi o jeito que Alejandro olhava para você. Ali corou e tentou minimizar a situação. —Ele é uma antiga paixão. É uma chama muito, muito antiga. —Será que Bobby sabe sobre esta velha chama? Na verdade, onde Bobby está hoje? Eu esperava vê-lo aqui, usando isso como uma publicidade. E lá estava ela, a pergunta do dia. —Hum... Ele tinha outra coisa mais premente. —Ela mentiu. Por dentro, ela entrou em pânico. Quanto mais tenho que enganar as pessoas sobre Bobby? Quanto tempo devo continuar mentindo? E a que custo?


CAPÍTULO DEZOITO

Olivia Hamilton foi à primeira mãe a retirar seu filho das aulas de equitação no rancho de Ali. Ela deixou uma descontraída mensagem no correio de voz para Ali apenas 20 minutos antes da aula de Callie, dizendo que eles não poderiam ir. Quando Ali ligou de volta no dia seguinte para reagendar, Olivia disse a ela que Callie estava “fazendo uma pausa”. Ali estava atordoada. Ela vinha trabalhando com Callie por dois anos e Olivia era uma velha amiga de escola. Foi abrupto, Olivia concordou, mas eles tinham outras coisas acontecendo. Algumas atividades tiveram que passar para um segundo plano por um tempo. “Entraremos em contato”. Disse ela para Ali antes de desligar o telefone. Enquanto Ali estava desapontada, tanto pela perda de um estudante e pela perda da renda, ela ainda não achou que nada estava errado até que Sarah Foreaker tirou Gillie das aulas, sem qualquer aviso na semana seguinte, dando alguma desculpa fraca sobre aulas adicionais de dança. E no dia seguinte, o seu aluno favorito e mais antigo, Perrie, ligou para dizer que não poderia vir para as aulas mais. —Querida, o que há de errado? —Ela sondou. Em seis anos de instrução, Perrie não tinha perdido uma única aula. Ali tinha até mesmo começado a preparar a jovem para a competição de corridas de barril. —Hum... — A jovem fungou, com sua voz grossa cheia de emoção. —Eu não posso ter mais aulas com você, Senhorita Ali. Minha mãe disse... — Perrie cobriu o telefone e ela podia ouvi-la discutindo com sua mãe. —Tem alguma coisa... Um... Apareceu algo em minha agenda e eu não posso... — Houve alguns sons de briga e, em seguida, Ali ouviu a mãe de Perrie, claro como o dia, dizendo para ela desligar. Ali se sentiu fisicamente doente. Obviamente, não era uma coincidência. Era pessoal. O corte mais profundo era Perrie, que tinha obviamente sido obrigada a ligar para ela por sua mãe. Estava certa de que foi para perturbar Ali, ela tinha certeza disso. Ela encheu seu cérebro do por que tal coisa poderia ter acontecido. Ela estava preocupada e tentou fazer sentido antes de sair para um passeio


em Tip. O que ela tinha feito para as mães afastá-la de seus alunos? Ela não tinha deixado seu rompimento com Bobby vir a público ainda, mesmo se tivesse, isso não deveria importar. Barbie, a mãe de Perrie, era uma esnobe, mas Ali tinha trabalhado com Perrie desde muito antes de Bobby Dawson estar em cena. O que na terra poderia ter acontecido? Mais tarde naquela noite, quando um número desconhecido mandou uma mensagem em seu telefone Senhorita Ali, aqui é Perrie, verifique o Blog dos guardiões, ela teve alguma ideia sobre porque seus

alunos tinham cancelado suas aulas. Wade Stavely, conhecido por seu blog pessoal, ”Os Guardiões”, era uma fonte de informação e indignação para a comunidade de Arroyo Flats. O conservador religioso sem tolerância, para o que chamava de “Pecados dos Tempos Modernos”, atingia todo mundo, dos balconistas da mercearia ao prefeito se ele pensasse que tinham feito algo errado aos olhos do Senhor. Embora todo mundo fingisse rolar seus olhos para os seus julgamentos, fofocas locais muitas vezes que originavam de seu blog, tornando-o uma leitura obrigatória para as donas de casa entediadas da cidade. Com certeza, quando Ali puxou a página da web, o mais novo post mostrava uma foto de vários Padre Knights trabalhando no futuro local de Cloverleaf. Tinha Alejandro, com seus braços musculosos enquanto erguia um saco de adubo, atrás dele, protegendo os olhos, uma mulher loira. Ela própria. Trabalhando no Dia do Senhor, mas não Fazendo a Obra do Senhor!

A legenda acusava. Os olhos de Ali esquadrinharam o artigo, recolhendo a essência rápido o suficiente. Palavras e frases como “bandidos”, “Satanás sobre rodas”, “terror indesejável em nossa cidade” e “escória do tráfico de drogas”, dançaram diante de sua visão. Embora ela não tivesse sido mencionada pelo nome, ela estava lá em cores vivas, sorrindo à distância. Culpada por associação. Não admira que elas tivessem tirado suas crianças das aulas. De acordo com o artigo, Ali havia contratado criminosos do tráfico de drogas para ajudá-la com o programa de seus filhos. Não importa que nenhum dos caras fosse, na verdade, criminoso, ou até mesmo traficante de drogas, embora ela soubesse que suas mãos estavam sujas no que consta em algum


lugar ao longo da fronteira. Os Guardiões pintaram o Padre Knights como criminosos da pesada, o que, por sua vez, implicava Ali em suas atividades. No mínimo ela tinha péssimo gosto para associados e no máximo ela estava pessoalmente envolvida em seus crimes. Oh, Deus. Sr. Lathrop! Sua associação com o Padre Knights iria chegar a ele de alguma forma, em seguida, ele iria querer seu dinheiro de volta. De jeito nenhum ele iria permitir que sua reputação manchasse a dele. Sem chance no inferno ele iria continuar a apoiá-la nesse trabalho com essa atenção muito negativa ligada a ele. Ali se permitiu um ou dois momentos para livrar-se do choque e de seus palpitantes soluços antes que ela chamasse a única pessoa que sabia que poderia ajudá-la a sair dessa confusão horrível.


CAPÍTULO DEZENOVE

—Novamente, hein? — Alejandro recebeu Bobby com um elogio falso enquanto entrava na garagem. —Você sabe, Ali não pode ficar longe, também. —Minha menina ama uma causa de caridade, o que posso dizer. — Bobby piscou-lhe um sorriso apertado. —Esta não é uma visita social, Rojas. Eu avisei o que iria acontecer se você não deixasse Ali sozinha. Graças a você, ela tem clientes pulando para fora do navio a torto e à direita. —Eu não vou a lugar nenhum. —Alejandro declarou. —Você pode ir se foder. Bobby sorriu. —Veja, eu pensei que você poderia dizer isso. Mas aqui está o negócio. Você e eu temos um amigo em comum, Sheriff Colton Hennesy. Alejandro sentiu os cabelos na parte de trás seu pescoço se arrepiar. —Sim, então. — Ele bufou. —O que tem ele? —Eu sei que ele fez vista grossa sobre as atividades ilegais do clube no passado, mas ele não vai fazer isso mais. Quaisquer arranjos que você tinha com ele até agora, não terá mais. Este é um ano de eleição e ele sabe que sem o meu apoio, ele não será reeleito. —Nós somos a menor das preocupações do Hennesy. Ele tem os Diablos para se preocupar. Bobby sorriu. —Não, eu diria que você está lá em cima no topo da sua lista de preocupações. Veja, não eram os Diablos que estavam no blog do candidato, e não são os Diablos que estão vazando drogas nesta communidade. —Espere um minuto! — Alejandro trovejou. —Os Padre Knights não trouxeram quaisquer drogas para essa comunidade.


—Você diz. — Bobby balançou a cabeça. —Eu acho que nós vamos deixar o DEA descobrir isso, não vamos? Em qualquer caso, você pode dar adeus à cooperação de Hennesy. Porra pensou Alejandro. Sem Hennesy, perdemos os nossos contatos na Patrulha da Fronteira, nós perdemos nossa inteligência sobre a investigação do DEA e nós perdemos qualquer chance de proteger esta cidade dos Diablos Verdes. —Eu avisei. —Disse Bobby. —Eu não dou uma merda para o que acontece nesta cidade, realmente, não quando isso não me diz respeito. Problemas na parte inferior tendem a ficar lá. Estou apenas preocupado quanto ao lixo que flutua. Você deixe Ali ir e eu mando meus cães recuarem. —Você é um inútil de merda. Você não percebe, não é? As pessoas não são cães que latem ao seu comando. Você age como se eu tivesse algum tipo de controle sobre Ali. —Alejandro riu amargamente. —Bem, aqui está algo que você provavelmente nunca percebeu sobre ela. Ali age pela sua própria mente. E mesmo se eu tivesse sucesso em me afastar dela, isso não significa que ela iria voltar para você. —Claro que voltaria. Você é a única razão para não estarmos juntos. Será que ele a conhece mesmo? —Você é um filho da puta delirante, você sabe disso? Bobby deu de ombros. —Eu não sou o único que persegue uma causa perdida. — Respondeu ele. — Esse é você. Se você sabe o que é bom para você, vai juntar o seu clube e deixar esta cidade antes que as coisas fiquem mais feias.


CAPÍTULO VINTE

O plano era bastante simples, mas o intestino de Alejandro estava agitado enquanto ele contemplava o que eles estavam prestes a fazer. Nenhuma dúvida sobre isso, Crockett era um jogador e uma ameaça tanto para os Padre Knights quanto para o Bezerkerz, mas o fato era que o que eles estavam planejando era assassinato. Ele tinha sido honesto com Ali quando disse a ela que ele nunca tinha matado sem necessidade. Três vezes e ele se lembrava de cada detalhe de cada vez. Ele poderia dizer honestamente que não teve escolha em qualquer uma delas. Mas isso era diferente. Por um lado, ele tinha que proteger o clube. Seus irmãos, suas famílias, todos dependiam dele agora. Turk estava fora da missão, provavelmente para sempre e dependia dele para manter as coisas funcionando sem problemas para todos eles. Crockett sabia que o jogo era perigoso para ele jogar por abandonar sua lealdade ao seu clube pela proteção de um rival. Ele estava praticamente implorando para ser atingido. Mas, por outro lado, cada vez que Alejandro pensava em apertar o gatilho, ele via o olhar de puro terror no rosto de Ali quando ela tinha visto o Camaro preto na estrada. Será que ela olharia para ele da mesma maneira quando ela descobrisse o que ele fez? Será que ela o veria como um homem que tomou medidas para proteger o seu clube e seu modo de vida, ou será que ela o veria como um assassino de sangue frio?

Alejandro e Pitbull se arrastavam atrás de Dobie, formando um triângulo na estrada. A picape foi parada logo à frente, no cruzamento. Como planejado, ela tinha sido parada por um pneu furado, um trabalho


eficiente do Bezerkerz. Alejandro podia ver Crockett verificando as outras rodas e balançando a cabeça, com desgosto pelo dano inesperado. O Bezerkerz tinha organizado seus homens na estrada para retardar o tráfego em exatamente dez minutos em qualquer direção. Os Padre Knights tinham que agir rapidamente e com absoluta precisão. Não haveria segunda chance de conseguir este feito. Quando se aproximou do sinal de parada, Alejandro viu movimento no banco do passageiro da caminhonete. Que diabos é isso? Era para ele estar sozinho! Ele esperava que seus olhos estivessem o enganando, mas quando Crockett contornou o caminhão, ele um vislumbre claro através da janela do passageiro de uma mulher. Era Talia, a esposa de Crockett. Ele não a conhecia bem, mas a tinha visto algumas vezes e a reconheceu. Porra! Dobie virou à esquerda no cruzamento, como planejado, e Alejandro viu o seu movimento da mão direita em seu colete para tirar sua arma. Pitbull estava ocioso ao lado de Alejandro no sinal de parada, cerca de cinquenta metros atrás do caminhão. Seus olhos se arregalaram quando ele também percebeu que a mulher estava no carro. Crack! Crack! Os primeiros tiros foram disparados em rápida sucessão. Crockett caiu no chão atrás do caminhão, imóvel. Houve um grito no interior do caminhão, de modo estridente que o cabelo na nuca de Alejandro se levantou. Ele viu suas mãos se levantarem e as viu tremer, implorando. Dobie parou no lado da porta do condutor e levantou a arma.


CAPÍTULO VINTE E UM A imagem da esposa de Crockett morrendo na caminhonete de seu marido iria ficar com Alejandro para sempre. Não importa o que Crockett tinha feito, a mulher era uma vítima inocente. Ela não merecia morrer por seus crimes. Mas ela estava na caminhonete com ele e não havia nenhuma maneira de contornar isso. A pior parte de toda a coisa era que ela tinha levado mais tempo para morrer do que ele. Seu destino era o que Ali arriscaria a cada dia por estar com ele. Sua vida, também, poderia ser interrompida por seus atos. Outros clubes saberiam que ela era o seu calcanhar de Aquiles, o que significaria que ela poderia ser usada como uma moeda de troca. Esquecendo o tratamento esnobe dos socialites de Arroyo Flats, este era o risco real de sua união. Mesmo que não se importasse se fosse esnobada no supermercado ou levasse um tiro nas ruas, ela não merecia nada disso. Ele não podia garantir sua proteção. Os Diablos Verdes já sabiam sobre Ali: como ela era, onde ela vivia, que tipo de carro ela dirigia. Ele não tinha ideia de quanto tempo eles realmente a vinham seguindo, ou quão perto eles poderiam chegar dela, se eles tentassem. Percebeu que eles tinham provavelmente seguido ele e Ali na moto com a intenção de que os vissem. Isso era uma afirmação, um dos Padres os tinha usado para intimidar membros de clubes rivais. Nós estamos vigiando você. A qualquer minuto, podemos trazer o caos em cima de você e a todos que você conhece. Ele tinha que protegê-la, mas se ele a afastasse novamente, não haveria volta, nem mudança de ideia, nem uma terceira oportunidade. Ela não perdoaria outra traição. Se ele decidisse desistir dela, ele teria que estar preparado para caminhar sozinho para sempre. A ideia de nunca vê-la novamente ou tocá-la novamente fez doer até seus ossos. A única maneira de garantir a sua segurança era se certificar de que ela se casasse com o rapaz rico. O pai de Bobby era influente de modo que a maioria dos homens nunca sonhou. Seu nome, dinheiro e conexões poderiam proteger Ali de qualquer coisa. Honestamente, essa era a vida que ela merecia uma vida livre de luta e perigo. Não a sua vida, cheia de crime e perigo e sofrimento.


Mas o pensamento dela com Bobby revisou seu estômago. Ele não queria que ele tocasse em Ali, muito menos se casasse com ela. Isso tinha sido mais fácil quando ela ainda era uma memória e Bobby era só um cara que ele ocasionalmente via na TV. Conhecendo Ali agora e conhecendo Bobby pela porra do babaca que ele era, o pensamento do que ele tinha que fazer fez o seu sangue coalhar. Eu nunca deveria ter tocado nela, porra, ele se enfureceu contra si mesmo. Eu deveria tê-la deixada sozinha.


CAPÍTULO VINTE DOIS

As palavras saíram de sua boca antes mesmo que ele tivesse passado pela porta. Um olhar para o seu sorriso ansioso e seu coração estaria em um espiral. —Ali, ouça-me. — Ele agarrou-a pelos ombros e colocou para fora antes que perdesse a coragem. —Você tem que se casar Bobby. —Espere o quê? — A confusão apareceu imediatamente em seu rosto, mas foi substituída por cautela. —O que está acontecendo? Se eu continuar tocando-a, eu não vou ser capaz de fazer isso. Ele se afastou dela e repetiu. —Está tudo acabado entre nós. Você precisa se casar com Bobby. —Alejandro, o que está dizendo. O que está acontecendo? —Ela respirava forte. Ele balançou a cabeça. —Estou falando sério. —Eu estou... Você está... Ele balançou a cabeça novamente. —Sim. E sim. Mas eu não estou preocupado comigo, eu estou preocupado com você. Diga que você vai fazer isso. É para a sua própria proteção. Ali balançou a cabeça, derramando lágrimas entre suas pálpebras espremidas. —Você sabe que eu não posso fazer isso. —Você não está segura e eu não posso colocar você mais em qualquer perigo.


—Não! Porra, Alejandro! — Ela lamentou. Em três passos, ela atravessou a cozinha e golpeou seu peito com os punhos. —Você está sendo um covarde de merda! Você não está fazendo isso por mim. Você está fazendo isso porque não quer me amar, mas você me ama. E agora quer ir embora e me mandar de volta para Bobby! Alejandro agarrou-lhe os pulsos e a prendeu contra a parede, segurando-a apertado com seu corpo. Ele olhou para ela incrédulo. —É isso que você realmente acha? Ela simplesmente olhou para ele, com seus olhos cinzentos desafiantes. —Eu te juro, estou tentando protegê-la, Baby e não estou brincando com você. —Eu não acredito em você. — Ela estreitou os olhos e lutou contra seu abraço. —Por que você precisaria me proteger? Você está em um clube fora da lei, e daí? Eu sabia disso quando nós começamos. O que há de diferente? —Ali, Baby, apenas confie em mim nisso. —Não! — Ela gritou, seus olhos estavam selvagens e seu cabelo chicoteou ao redor de seu rosto. —É melhor você me dizer agora, porra, Alejandro. Que diabo está tão diferente agora? —Eu matei uma pessoa inocente. —Ele desabafou e seu coração se alojou em sua garganta enquanto assistia o olhar de horror rastejar lentamente no rosto dela. —O quê? —Ela sussurrou, se encolhendo contra a parede. —Fomos contratados para um assassinato. Foi à única maneira de manter o DEA e o ATF longe de nossas bundas, por isso, concordamos em fazê-lo. Mas quando fomos matar o cara, sua esposa estava com ele. Nós fizemos isso de qualquer maneira. Nós não poderíamos deixar testemunhas. Ali olhou para ele como se ela nunca o tivesse visto antes em sua vida, com o rosto pálido e o pulso em sua garganta martelando visivelmente.


—Se você estiver mentindo... — Ela virou-se para longe dele e balançou a cabeça. —Não. Não. Eu não acredito em você. Você não faria isso. —Eu fiz isso. — Sua voz estava sombria. —Eu não puxei o gatilho, mas eu ordenei o ataque. Eu os assisti morrerem. Eu me livrei dos corpos. — Ele deu-lhe um momento para pensar. —Ali, se você ficar comigo, você poderá estar dormindo ao lado de um assassino. —Não. Ele pegou o rosto dela, forçando-a a olhar para ele, mas ela fechou os olhos. —Não, não, não! — Ela gemeu, lutando contra ele. —Não, Alejandro, não... Ele a soltou e ela caiu no chão, se enrolando em uma bola apertada, com seus braços envoltos em torno dos seus joelhos. Ela parecia tão frágil quanto uma criança lá nos azulejos e embora ele sentisse como se estivesse sendo lentamente queimado vivo, ele sabia que a proteção era o seu maior dever agora. —Ali. Ela ficou em silêncio. —Ali. — Seus olhos olhavam para frente, piscando lentamente, mas o resto do seu corpo estava imóvel. —Eles sabem sobre você. É por isso que o Camaro preto estava te seguindo. Não posso arriscar isso, Ali, eu sei que Bobby pode mantê-la segura. Eu não quero fazer isso. —Sua voz se quebrou, e o som de sua dor irregular na sua voz finalmente a fez virar a cabeça e olhar em seus olhos. —Eu prefiro fazer qualquer coisa no mundo a deixá-la. Mas eu simplesmente não sei outra forma de protegê-la. Ela se enrolou contra sua perna, lentamente, como se doesse cada músculo de seu corpo ao se mover. Seu rosto estava pressionado contra sua coxa e ela deixou sair um gemido angustiado, ecoando como um rugido em seu cérebro. Alejandro afundou-se no chão e puxou-a para seus braços, para o que ele sabia que seria o seu último abraço.


CAPÍTULO VINTE TRÊS

Ali ficou na frente do espelho, silenciosa enquanto Cristina alisava o véu e arrumava seu vestido. Ela estava grata por sua amiga ter coragem suficiente para colocar as outras mulheres, incluindo Cecile Dawson, para fora do quarto. Seu corpo estava no auge da luta contra um ataque de pânico e ela queria desesperadamente apenas pular as horas seguintes e desaparecer para St. Maarten onde ela poderia esquecer a confusão que tinha feito. Ela tomou algumas respirações profundas, se firmando e olhou para sua melhor amiga no reflexo, por cima do ombro. —Eu sei o que você está pensando. — Cristina disse suavemente. — Pare com isso. Isso não é um erro. Isso é o que você esteve planejando por um ano inteiro. Você vai lá fora e vai andar pelo corredor no braço de seu papai e vai estar radiante. Ali piscou para conter as lágrimas quando ela olhou para seu reflexo. Ela não se sentia radiante. Apesar de não ter um fio de cabelo fora do lugar e nem uma única ruga marcando seu vestido, tudo estava longe de ser perfeito. Ela sentiu como se seu coração estivesse sendo espremido por um punho gigante e cruel, não havia pérolas e laços ou batom suficiente no mundo para melhorar isso. Ela pensou em Bobby radiante em seu smoking no final do corredor, esperando pacientemente por ela. Ela imaginou o momento em que o reverendo Allen os pronunciaria como marido e mulher e todos na igreja iriam bater palmas. Imaginou Bobby dando-lhe o primeiro beijo para selar suas almas em matrimônio. Em seguida, ela tentou imaginar sua noite de núpcias, mas tudo o que ela podia ver era Alejandro. Era o rosto bonito que ela viu em cima dela, seus olhos escuros olhando para ela cheios de amor e desejo e promessas. Em vez de Bobby murmurando suavemente, eu te amo, querida, ela ouviu a voz rouca de Alejandro sussurrando em seu ouvido, Mi amor, mi corazón, mi esposa preciosa enquanto ele entrava nela com prazer.


Ali se dobrou com um grito, agarrando seu peito. Cada fibra do seu ser ansiava por ele. A dor era demais para suportar. Havia um rugido em seus ouvidos e ela não conseguia recuperar o fôlego. —Eu acho que você precisa de um Xanax. —Disse Cristina suavemente. Ali balançou a cabeça, mas o rugido não iria parar. Ela inclinouse contra a parede. Eu não posso fazer isso. —Ali, eu estou falando sério. —Ela ouviu Cristina dizer através da neblina. —Eu vou te dar algo para tomar. Você está à beira de um ataque de pânico. Não podemos tê-la entrando em colapso lá fora. —Eu não posso fazer isso. —Disse Ali engasgada. —Não deveria acontecer desta forma. —Isso é exatamente o que eu temia. Merda. —Cristina murmurou, remexendo em sua bolsa à procura do frasco de comprimidos. —Aqui. — Ela colocou um pequeno comprimido na mão de Ali e segurou uma garrafa de água. —Tome isso e tente relaxar. Em dez minutos você vai ficar bem, eu prometo. Obediente, Ali colocou a pílula em sua língua e tomou um gole de água. Em poucos minutos o tremor parou, assim como Cristina disse que seria. —Cristina, eu não sei o que estou fazendo. —Você vai se casar com Bobby. —Sua amiga disse. —Eu estou cometendo um erro? —Claro que não. —Cristina. —Olhando profundamente nos olhos de sua melhor amiga, ela pegou as mãos de Cristina nas dela, agarrou-se a elas, puxando-a para perto. —Por Favor. —Eu te amo como uma irmã, mami. — Cristina disse enquanto apertava os dedos de Ali. —Como a minha própria carne e sangue. E se você fosse minha irmã, eu iria dizer-lhe a mesma coisa. Eu sei você o ama, Ali, eu sei. Eu sei que está sofrendo agora. Lembro-me do que você passou antes, o quão ruim foi. Assim, eu estou dizendo a você, como uma amiga, como uma irmã, esta é a melhor coisa para você fazer. A vida com Alejandro é uma sentença de morte. Você se preocupa com Bobby e ele te ama o suficiente


para perdoá-la e passar o resto de sua vida cuidando de você. Que mais você poderia pedir? Ali balançou a cabeça e forçou um sorriso. —Não, você está certa. É a escolha inteligente. Tenho sorte, como você disse. Eu só preciso de um segundo sozinha. Cristina alisou seu vestido cor de coral. —Só um minuto. —Alertou antes de caminhar até a porta. Ali podia ouvir Cristina falando rapidamente para os outros, com seu tom severo, garantindo que a noiva tivesse um momento de paz antes da hora do show. Ali fechou os olhos e fez várias respirações profundas. Pensamentos de Alejandro enchiam seu cérebro, mas ela os forçou para fora. Era como uma dor fantasma, a forma como ela sentia arranhando contra sua garganta, o jeito como ela ouvia a sua voz profunda murmurando em seu ouvido. Ela mesma jurou que podia sentir a vibração do burburinho da Harley através das tábuas e apenas o pensamento de nunca mais estar na parte traseira de sua moto novamente, enviou nela uma nova onda de pânico. Mas não havia tempo para isso. Cristina estava de volta na porta, com seu buquê em mão. Ela estendeu a outra mão para Ali. —Vamos, então, mi mejor amiga linda. —Disse ela baixinho. — Vamos dar a essas pessoas o que eles estão esperando. O órgão soou e quatrocentas pessoas ficaram de pé em seus assentos, esperando que a futura Primeira Dama do Texas fizesse o seu caminho até o altar.

Continua em … Padre Knights MC 03 – Cross Fire


Sinopse

Alaine Landy está em um trem desgovernado e as vias estão se esgotando. Quando ela viu Alejandro Rojas no posto de gasolina, 76 dias antes de seu casamento, Ali Landy nunca pensou que iria cair de volta em seus braços como se dez anos de separação nunca tivesse acontecido. Então ele a deixou de novo e Ali encontra seu mundo estilhaçado e se vê lutando para juntar os pedaços. Alejandro Rojas quer acreditar que fez a coisa certa. Amor e a aristocracia Texana inflexível os afastaram dez anos atrás. Dez anos depois, as mesmas forças os afastaram mais uma vez. Alejandro disse a si mesmo que não tinha escolha, que era a melhor coisa para os dois: viver em seus respectivos mundos. No entanto, ele não pode se livrar da sensação de que fez algo errado, algo imperdoável, algo com que ele nunca poderia viver. Embora as coisas parecessem ter se acalmado, ambos estavam familiarizados com a calmaria antes da tempestade... Enquanto ambos, Ali e Alejandro, faziam o seu melhor para seguir com suas próprias vidas, eles vão descobrir que o destino tem uma maneira de colocá-los juntos. Não importa o quanto Alejandro tente manter Ali longe do mundo perigoso onde ele e o resto dos Padre Knights MC vivem, forças além de seu controle parecem fazer tudo o que podem para arrastá-lo de volta. Quando toda a guerra irrompe entre os Padre Knights e os clubes rivais, é apenas uma questão de tempo antes que seu amor seja pego no fogo cruzado.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.