NELAR: Centro de Apoio às Pessoas com Câncer

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZ CUBAS

RAFAELA FIGUEIREDO WALDERRAMOS

NELAR: CENTRO DE APOIO ÀS PESSOAS COM CÂNCER

Mogi das Cruzes 2022

CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZ CUBAS RAFAELA FIGUEIREDO WALDERRAMOS

NELAR: CENTRO DE APOIO ÀS PESSOAS COM CÂNCER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Braz Cubas, como exigência parcial para a obtenção do título Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do professor José Francisco Xavier Magalhães.

Mogi das Cruzes 2022

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL

OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

WALDERRAMOS, Rafaela Figueiredo

NELAR: Centro de Apoio às Pessoas com Câncer / Rafaela Figueiredo Walderramos - Mogi das Cruzes, 2022. 130 páginas.

Orientador: José Francisco Xavier Magalhães. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) Centro Universitário Braz Cubas. Mogi das Cruzes, 2022.

Notas

1. TCC

2. Centro de Apoio às Pessoas com Câncer;

3. Mogi das Cruzes.

RAFAELA FIGUEIREDO WALDERRAMOS

NELAR: CENTRO DE APOIO ÀS PESSOAS COM CÂNCER

Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do professor José Francisco Xavier Magalhães. Defendido e aprovado pela banca examinadora em 08/12/2022. Banca Examinadora: Prof. José Francisco Xavier Magalhães. Centro Universitário Braz Cubas - Orientador Convidado(a) 1:

Convidado(a) 2:

CENTRO DE APOIO À S P E SSOAS COM CÂNCER

NELAR

Dedicatória

Dedico este trabalho primeiramente a minha avó Neusa Martins Figueiredo. Nossa luta contra o câncer dela perdurou por anos, mas mesmo em meio às lutas, dores e aflições, aprendemos muito uma com a outra e o nosso amor só se fortaleceu. Infelizmente ela não está mais aqui para ver a realização desse nosso sonho, mas sempre estará em meu coração por todos os dias em que eu viver. Dedico também a mim mesma, que com muito esforço o concluí embora achasse que não havia mais força para realizá-lo. Não foi fácil, por muitas vezes pensei em desistir, a pressão e o envolvimento emocional com o tema abalaram muito o meu psicológico. A jornada foi dura, mas recompensadora.

Agradecimentos

Agradeço à Deus, por ter me sustentado até aqui e por ter me dado forças.

À minha avó que foi a minha maior inspiração e além disso, era minha maior admiradora.

À minha mãe, Laise Figueiredo que me incentivou desde o início da faculdade, tentando me ajudar de todas as formas que podia.

Ao meu marido, Vitor Walderramos que esteve comigo, me ajudando, animando e acompanhando nesta longa jornada. Ele sempre me admirou e incentivou para que eu continuasse, além de estar em todos os momentos comigo, principalmente durante as longas madrugadas de trabalhos.

À minha amiga Brenda Medeiros que além de me consolar, me ajudou muito e sempre me mostrando o quão capaz eu sou.

À minha amiga Letícia Arnone, amizade que fiz no trabalho e quero levar para o resto da minha vida que também me animou, me elogiou, acreditou mais em mim do que eu mesma acredito.

Ao meu orientador Magalhães que me orientou com total profissionalismo e dedicação.

E por fim, à todas as pessoas que de alguma forma fizeram parte deste momento e torceram pelo meu sucesso.

"Arquitetura é um estado de espírito, não uma profissão."
Le Corbusier

Resumo

O presente Trabalho de Conclusão de Curso prevê a implantação de um centro de apoio psicológico a pessoas com câncer e aos seus familiares no município de Mogi das Cruzes, na região do Alto Tietê, no estado de São Paulo.

Ao longo da monografia é apontada a necessidade da construção deste equipamento público e os impactos positivos no tratamento da doença.

Todos os pontos do projeto, suas escolhas, partido arquitetônico, programa, desenvolvimento geral e materialidade usada na concepção, tem como cerne a preocupação com o estado emocional fragilizado das famílias que frequentarão o centro. Levando isso em consideração, há uma grande preocupação com as atividades que serão realizadas no espaço, ambientes de interação e áreas de apoio aos pacientes.

PALAVRAS-CHAVE: Centro de apoio. Psicologia no tratamento do câncer. Terapia Ocupacional

Abstract

The following thesis previews the development of a psychological support center for people with cancer and their families, in the city of Mogi das Cruzes, int the region of Alto Tietê, located in São Paulo state.

Throughout this paper it is shown the necessity of building this public equipment and its positive impact in the treatment of the disease. Every major aspect of the architectural project, its choices, materials and general development has its focus in the concern with the emotional distress of the families that will attend the center. Taking it into account, there is great concern regarding the activities that will happen in this place, its interaction enviroments and patient support areas.

KEYWORDS: Support center. Psychology in Cancer Treatment. Occupational Therapy

01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO Embasamento Teórico 23 Localização 29 Estudos de Caso 33
04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO Análise Urbana 53 O Projeto 67 Conclusão 128

Introdução

Existe um denominador comum a todas as pessoas, independente de classe social, etnia ou crenças. Algo inevitável que nos coloca em uma certa situação de igualdade: A mortalidade. Com base nisso, pode-se dizer que uma vida saudável é com certeza um dos bens mais preciosos que alguém pode ter.

No âmbito da saúde, vale ressaltar o efeito que uma doença como câncer pode ter na vida de uma pessoa, independente de situação social ou financeira. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2020), considera-se o câncer como a segunda principal causa de óbito no mundo, sendo que uma a cada 6 mortes no mundo estão relacionadas à doença.

Devido ao seu alto índice de mortalidade e todo o aspecto físico da doença, são inegáveis o baque psicológico e a desestabilização emocional sofridos pelos pacientes e por todo seu círculo de convivência, como familiares e entes queridos, o que por muitas vezes pode fazer com que o paciente esmoreça e diminua a intensidade em sua luta pela vida. Este fato torna evidente que um acompanhamento psicológico de qualidade tem importante papel no aumento da eficácia do tratamento físico contra o câncer.

É sabido que no Brasil, apesar de haver um sistema público de saúde, tratamentos adequados são mais escassos para as pessoas das classes sociais mais baixas. Tendo em vista essa questão, torna-se evidente a necessidade de um equipamento público voltado às camadas mais carentes da sociedade, com o intuito de realizar tratamentos psicológicos e terapias alternativas de suporte emocional, com a intenção de auxiliar os pacientes com câncer e suas famílias.

À luz dessa necessidade, o seguinte projeto propõe implantar um centro de apoio às pessoas com câncer no município de Mogi das Cruzes, localizado na Região Metropolitana de São Paulo e Alto Tietê. Além de ser a principal cidade da região, em Mogi das Cruzes está localizado o Hospital Público Luzia de Pinho Melo, que desde 2017 possui atendimento integral a pacientes da oncologia, contando com setores de quimioterapia e radioterapia.

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A localização do hospital foi fator determinante para a seleção do terreno escolhido para a execução do Centro de Apoio a pessoas com câncer. Situado na esquina entre a Rua Carlos Barattino e a Avenida Prefeito Carlos Ferreira Lopes, o lote fica a menos de 500m do hospital, o que facilita e incentiva as pessoas a frequentarem o centro, uma vez que não é necessário transporte público até chegar ao local. No ponto de vista arquitetônico, todo o projeto do Centro tem o enfoque de trazer conforto e alívio aos pacientes durante a dura missão que é a batalha contra o câncer.

A concepção do nome (Instituto Nelar) possui um significado especial para a autora deste projeto. Trata-se da junção de seu próprio nome (Rafaela) com o nome de sua mãe, Laíse, e sua avó materna, Neusa. Neusa Martins Figueiredo (1940 - 2022) batalhou contra o câncer durante os seus últimos 4 anos de vida, com a ajuda de Laíse, Rafaela e todos seus familiares. Durante as duras viagens e sessões de tratamento, foi decidido que este trabalho de conclusão de curso seria voltado para trazer alento às famílias que passam por essa situação.

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Objetivos

Objetivos Gerais

Desenvolver um centro de apoio às pessoas com câncer, a fim de trazer suporte psicológico aos pacientes e acompanhantes da região do Alto Tietê que estejam realizando tratamento na rede pública, principalmente no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes; Ampliar o acesso de pacientes com câncer e familiares, principalmente os mais necessitados, a um acompanhamento psicológico especializado;

Disponibilizar estadia temporária para pessoas que precisam se locomover de outros municípios para realizar tratamento no Hospital Luzia de Pinho Melo em Mogi das Cruzes, SP;

Gerar um impacto positivo na saúde mental e na expectativa de vida das pessoas sobreviventes do câncer.

Objetivos Específicos

Proporcionar um ambiente de acolhimento e alento aos pacientes e familiares;

Disponibilizar espaços de interação entre os pacientes, a fim de incentivar a troca incentivos;

Oferecer conforto e segurança, principalmente aos pacientes que irão usufruir das residências temporárias;

Aproveitar a natureza existente a favor das terapias externas e contemplação do ambiente;

Incentivar e desmitificar o tratamento psicológico, além do físico.

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Justificativa do Tema

O tema do presente projeto dá-se pela necessidade eminente nos dias de hoje de um suporte psicológico acessível e efetivo para pacientes com câncer e seus acompanhantes. É necessário que haja um ambiente acolhedor - fora do espaço físico de um hospital que remete ao doloroso processo de tratamento do câncer - que influencie e incentive o diálogo entre pessoas em realidades similares, propondo uma troca de experiência, companheirismo e aprendizado. Com isso, o foco é que a expectativa de vida desses pacientes aumente, gerando um apoio mútuo e trazendo diariamente mais esperança para que eles queiram lutar contra uma doença tão trágica.

Em muitos casos, é necessário realizar um grande deslocamento até chegar ao hospital onde é realizado o tratamento físico, o que causa mais stress e incômodo aos pacientes. A questão da distância também dificulta um acompanhamento com psicólogo, uma vez que de maneira geral esse suporte é escasso e não consegue atender a demanda existente.

Do ponto de vista pessoal, a experiência familiar extremamente dolorosa e desgastante que as famílias passam junto aos pacientescomo no próprio caso da autora junto a sua avó - ratificam quão grande a importância desse tema, pois os reflexos do câncer vão muito além dos aspectos físico

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Embasamento Teórico

01

Embasamento Teórico

O Câncer

"Câncer" é um termo genérico associado a uma série de doenças que possuem comportamento e desenvolvimento similares. Ao todo, são mais de 100 doenças definidas como câncer, cada uma com suas peculiaridades e diferentes partes do corpo afetadas.

Basicamente, trata-se do crescimento anormal e desordenado de uma célula. A rápida multiplicação das células cancerígenas causam tumores capazes de se espalhar para outras regiões do corpo e, em casos mais graves em que há um crescimento muito agressivo e descontrolado, a doença pode atingir um estado de metástase que na maioria das vezes é irreversível e fatal.

Tipos de Câncer

Existem diversos tipos de câncer, com diferentes raridades, intensidades e perigos para a saúde. Dentre os órgãos mais comumente afetados estão o pulmão, pele, mama, colorretal, próstata e estômago.

Segundo o National Cancer Institute (2021), é possível classificar os tipos de câncer pelos diferentes tipos de células onde a doença se inicia, entre os principais:

Carcinoma - Células superficiais

Sarcoma - Ossos e tecidos não-resistente

Leucemia - Glóbulos brancos

Linfoma - sistema linfático

Mieloma - células plasmáticas

Melanoma - pele

Figura 1: Câncer é uma doença causada quando células se multiplicam de maneira descontrolada e se espalham aos tecidos ao redor

Tumores cerebrais e na espinha dorsal

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Principais Causas Tratamento

Em relação às causas do câncer, há diversos fatores determinantes que influenciam sua severidade e ocorrência em determinado paciente. Suas causas podem ser externas e internas.

Dentre as externas estão à exposição ao ambiente (raios solares e radiação), alimentação, hábitos e atividades físicas. Sobre as internas podemos citar os hormônios, condições imunológicas, mutações genéticas, ação do sistema imunológico, e questões genéticas. O próprio envelhecimento da pessoa, devido as mudanças nas células de idosos, pode acarretar o surgimento de câncer. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. Mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, hábitos e o comportamento podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer. Levando isso em consideração, segundo (GUERRA; GALLO; MENDONÇA, 2005), destacam-se a importância das atividades de prevenção. Sendo o controle do uso de tabaco, redução do consumo de álcool, dieta saudável e prática de atividades físicas regulares as principais formas de prevenção

Assim como existem diversas tipologias de câncer, o seu tratamento também é variado, levando em consideração, além do tipo, a gravidade da doença. Alguns exemplos de tratamento são através de transplantes, cirurgias, radioterapias e quimioterapias.

Apesar da constante evolução na área da medicina em relação ao tratamento do câncer, é sabido que a doença tem uma taxa considerável de mortalidade e o comprometimento do paciente é essencial. É extremamente necessário o incentivo ao paciente para que continue empenhado em realizar os tratamentos - que por muitas vezes podem ser longos e invasivos - e seguir todas as orientações médicas para que haja um resultado positivo.

Dependendo do tipo de câncer e de cada caso específico, a taxa de recuperação e remissão da doença pode variar. Todavia, o câncer de maneira geral impacta negativamente a expectativa de vida da pessoa, seja pela própria agressividade da doença no corpo do paciente, complicações relacionadas à transplantes de órgãos ou pelos tratamentos invasivos como a radioterapia e a quimioterapia.

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Câncer no Brasil

Existem diversos fatores que possuem relevância quando levado em consideração a incidência de câncer no país. Por ser uma nação com grande miscigenação, fatores genéticos que a princípio seriam mais presentes em determinados grupos étnicos estão presentes em meio à rica quantidade de etnias presentes no povo brasileiro.

A realidade socioeconômica brasileira, marcada pela ampla desigualdade social, também influencia nos diversos tipos de câncer que ocorrem no Brasil e quais classes sociais estão mais propícias a serem atingidas.

Uma porção considerável da nação não tem acesso a uma dieta saudável, saneamento básico e instrução adequada referente a profilaxia. A citação abaixo exemplifica as diferentes incidências de câncer relacionados a classes sociais:

A distribuição epidemiológica do câncer no Brasil sugere uma transição em andamento, envolvendo um aumento entre os tipos de câncer normalmente associados a alto status socioeconômico - câncer de mama, próstata e cólon e reto - e, simultaneamente, a presença de taxas de incidência persistentemente elevadas de tumores geralmente associados com a pobreza câncer de colo de útero, pênis, estômago e cavidade oral.

GUERRA; GALLO; MENDONÇA, 2005, p.228 229)

Distribuição proporcional dos 10 tipos de câncer mais incidentes no Brasil (exceto pele não melanoma), por sexo, estimados para 2012

Figura 2: 25

Impacto Psicológico

Não se pode deixar de destacar a relevância do impacto psicológico nas vítimas de câncer. São diversos fatores relacionados à saúde mental do paciente e familiares que tem alto potencial de afetar negativamente no tratamento físico da doença.

Com certeza o primeiro baque na esfera emocional está relacionado com a mortalidade. A possibilidade de vir a óbito, deixando entes queridos, coisas por resolver e sonhos por realizar é algo muito comum de vir à tona de qualquer pessoa diagnosticada com câncer, independentemente do tipo e gravidade do tumor.

A depressão relacionada ao que pode acontecer, crises de ansiedade ao aguardar pelo resultado de uma biópsia e o sentimento de negação ao receber um diagnóstico desanimador estão entre os problemas psicológicos mais comumente presentes nesse tipo de situação (MALUF; JO MORI; BARROS, 2005)

Outra questão psicológica relacionada ao câncer está relacionada à vaidade. Comumente associa às mulheres, especialmente em relação ao câncer de mama, onde há casos que é necessário realizar uma mastectomia (retirada parcial ou total da mama). A quimioterapia também tem seu papel na questão estética, onde o paciente poder vir a perder o cabelo e os pelos do corpo.

Em casos de oncologia infantil também há um desgaste muito grande tanto por parte dos pais, quanto das crianças. A privação do desenvolvimento saudável de uma criança e um óbito precoce são coisas capazes de abalar uma família inteira.

Todos esses fatores ratificam quão imprescindível é o acompanhamento psicológico para a vítimas de câncer e seus familiares.

O próprio tratamento do câncer pode afetar negativamente o emocional do paciente, devida a sua agressividade. Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia causam muito cansaço, náuseas e, com intuito de combater a doença, causam sequelas físicas e muitas vezes psicológicas também

Em 1998 obteve se um grande avanço na área de psicologia, quando o Ministro da Saúde da época, através da portaria 3.535 do Ministério da Saúde, publicada no D.O.U. de 14/10/98, tornou obrigatória a presença de profissionais especialistas em Psicologia Clínica como um dos critérios para cadastramento de Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) Dessa forma, o psicólogo passa a ser membro da equipe multidisciplinar cuidadora do paciente com câncer, atuando em todas as etapas do processo do tratamento oncológico (VENÂNCIO; LEAL; 2004)

26

Localização

02
R.Carlos Av. Yoshiteru Onishi Barattino Av. Pref. Carlos Ferreira Lopes R. Manuel de Oliveira Av. Cívica R. Prof. Ismael Alves dos Santos Rod.HenriqueEroles R.DelphinoAlvesGregório Av. José Meloni Av. José Meloni Av.MarianoSouzaMello Av.WaldemarCostaFilho Av. Lothar WaldemarHoehne 2 29

Localização

O terreno fica localizado na Rua Carlos Barattino, 1066 - Vila Mogilar, Mogi das Cruzes-SP. Seu ponto forte para o uso do Centro é que o lote é público, facilitando o uso pelo SUS. Fica próximo ao Hospital Luzia de Pinho Melo. Brasil São Paulo

50m 200m 500m
30 Legenda: Área de Estudo (entorno) Área de Intervenção (lote) 2 Hospital Luzia de
Melo
Mogi das Cruzes
Pinho

Estudos de Caso

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Centro Maggie de Oldham

Ficha Técnica

Cliente: Maggie's Centres

Localização: Oldham, Reino Unido

Ano: 2017 Área: 260 m²

Consultor de Custos: Robert Lombardelli Partnership

Financiamento: Stoller Charitable Trust

Arquitetos: dRMM

Projeto de Paisagismo: dRMM & Rupert Muldoon

Execução do Paisagismo: Hultons

Projeto Estrutural: Booth King

Projetos Complementares: Atelier Ten

Construtora: F Parkinson

Marcenaria: Uncommon Projects

Fotografias: Alex de Rijke, Tony Barwel, Jasmin Sohi e Jon Cardwell

Figura 3: Fachada

Archdaily, 2018.

Figura 4: Interior

Archdaily, 2018.

33

Figura 5: Área Externa

Archdaily, 2018.

Figura 6: Fachada

Os Centros Maggie's são lugares conhecidos por terem uma arquitetura da esperança e está se expandindo pelo Reino Unido desde 1996. São espaços mantidos por uma instituição filantrópica e oferecem suporte físico e psicológico gratuito para pacientes com câncer, acolhendo e promovendo qualidade de vida para eles. O objetivo é que nestes centros, o suporte dado prepare as pessoas para os desafios da luta que passam e que os pacientes encontrem força, que muitas vezes não sabem que tem, para enfrentar esta luta contra o câncer.

O Centro Maggie de Oldham é todo pensado para uma arquitetura do bem-estar e saúde, sempre priorizando as pessoas que estarão passando por ele e buscando trazer uma sensação de acolhimento a todos que o visitarem.

Archdaily, 2018.

Figura 7: Área Externa

Archdaily, 2018.

A arquitetura dos ambientes hospitalares muitas vezes configura ambientes sem esperança e acabam desanimando os pacientes. Com isso, o material mais usado no edifício é a madeira com o intuito de trazer de volta a esperança, humanidade, escala humana e aconchego necessário. Toda a vegetação, programa de necessidades, aspectos de todo o projeto foi pensado de forma que traga boas sensações e sentimentos a todos que passarem pelo centro e o fato de estar nas proximidades do hospital, faz com que pacientes se interessem pelo tratamento psicológico.

O Centro
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A Arquitetura

Figura 8: Fachada

O edifício foi construído com painéis CLT de madeira laminada colada sustentável de tulipwood, que foi usada com a função estrutural e estética. As paredes e a cobertura são partes da estrutura integral da edificação, com o acabamento do interior em madeira natural. As peças do forro foram reutilizadas das sobras de madeira dos painéis CLT, evitando desperdícios dos materiais. As maçanetas são de madeira de carvalho, evitando maçanetas metálicas para mais conforto aos pacientes. O isolamento térmico é de fibra de madeira, garantindo um ambiente saudável no interior e as aberturas são emolduradas por estruturas de carvalho branco americano.

O Centro Maggie de Oldham foca no aspecto formal do edifício que pode ser comparado por uma caixinha de surpresas, onde há uma forma simétrica, porém, cheio de vida no interior do centro. Ele é construído em madeira de maneira sofisticada, porém simples e seus pilotis fazem com que esta "caixinha" pareça flutuar sobre a vegetação nativa do jardim, no térreo.

Há uma cúpula de vidro no centro do edifício com uma árvore nativa do terreno, que além de trazer a natureza para "dentro", faz com que a iluminação natural esteja mais presente na parte interna da edificação, trazendo vida e um espaço de interação entre os pacientes.

Figura 9: Fachada

Archdaily, 2018.

Archdaily, 2018.

Figura 10: Fachada

Archdaily, 2018.

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Figura

Topografia

Para conservar a forma natural do terreno, o edifício está levantado sob pilotis.

Figura 12: Topografia

Google Maps, alterado pela autora, 2022.

Archdaily, alterado pela autora 2018.

terreno LEGENDA: edificação Orientação Solar

As fachadas leste/oeste recebem a incidência solar ao nascer e pôr do sol, a cúpula de vidro auxilia para que o sol "entre" no edifício durante esses períodos.

Figura 13: Orientação Solar

Legenda: nascer do sol sol à pico pôr do sol

Google Maps, alterado pela autora, 2022.

5m
1 2 4 3 5 6 7 8 9 10 11 12
1: Centro
2: Royal
Bloco A, C e D 3: Royal
Área
4: Royal
Departamento
5: Royal
Clínica
6: Royal
Unidade Geral 7: Royal
Recepção 8: Royal
Unidade
9: Royal
Sala
10: Royal
Fraturas 11: Floricultura 12: Royal
O Centro Maggie's fica rodeado pelo Royal Oldham Hospital, com blocos de todas as especialidades, trazendo um conforto aos pacientes em relação a localização.
Legenda:
Maggie de Oldham
Oldham Hospital:
Oldham Hospital:
de Avaliação
Oldham Hospital:
Infantil
Oldham Hospital:
de Anticoagulante
Oldham Hospital:
Oldham Hospital:
Oldham Hospital:
Vascular
Oldham Hospital:
de Emergência
Oldham Hospital:
Oldham Hospital: Clínica de Mamografia Entorno Imediato
11: Entorno
36

Figura 14:

Figura 15: Programa Arquitetônico

Archdaily, alterado pela autora 2018.

Archdaily, alterado pela autora 2018.

Legenda:

5 4 3 6 7 8 9 9 10 2 1
1: Casa Verde 2: Terraço
3: Cozinha/Área de Integração 4: Área de Integração 5: Sala de
Reuniões
Área
atividades
em grupos 6: Sala de Reuniões / Sala de Terapia em Grupo 7: Administração 8: Biblioteca 9: Sanitários 10: Sala de Terapia
circ. horizontal circ. vertical acessos
Legenda:
Jardim
Estar /
/
para
gerais
Implantação
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Detalhamento de Planta Corte Longitudinal

Figura 16: Detalhamento

Figura 18: Corte

Archdaily, 2018.

Corte Transversal

Archdaily, 2018.

Figura 17: Detalhamento

Archdaily, 2018.

Archdaily, 2018.

Figura 19: Corte

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Centro Maggie de Newcastle

Ficha Técnica

Cliente: Maggie's Centres

Localização: Newcastle upon Tyne, Reino Unido

Ano: 2013 Área: 300 m²

Consultor de Custos: Turner & Townsend

Arquitetos: Cullinan Studio: Schofield Lothian (gerente do projeto) / Ted Cullinan, Johnny Winter (diretores do projeto) / Lucy Brittain, Tim Francis (arquitetos do projeto)

Projeto de Iluminação: Speirs + Major

Projeto de Paisagismo: Sarah Price Landscapes

Projeto Estrutural: Campbell Reith

Construtora: Mansell

Engenheiro de Serviços: K J Tait Engineers

Fotografias: Paul Raftery

Figura 20: Fachada

Archdaily, 2013.

Figura 21: Fachada

Archdaily, 2013.

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O objetivo do Centro é oferecer apoio social, emocional e prático para pacientes com câncer, seus amigos e familiares. Um ambiente reconfortante e de carinho para que o Centro seja como um lar para pessoas que precisam de apoio.

O aspecto hospitalar é transformado totalmente no edifício, os materiais foram escolhidos pelo conforto e uma característica táctil (madeiras e telhas de barro) e pela transmissão de tranquilidade e calma (concreto).

Os visitantes que chegarem nervosos, contam com vários espaços tranquilos em seu interior, incluindo a entrada da edificação. Como de costume dos Centros Maggies, há uma mesa em seu centro que serve como uma das principais áreas de interação, onde as pessoas podem se reunir para tomarem um chá e conversar com outras pessoas ou até mesmo encontrar apoio pelos funcionários, que é composta por profissionais especializados.

A edificação conta com uma grande área de vegetação e uma cobertura verde com plantações de faias de cobre, flores de cereja, açafrão, flores silvestres e ervam para que cresçam aproveitando cada estação do ano, trazendo cada vez mais a natureza para o edifício, ajudando as pessoas com os tratamentos e ocupando-os de diferentes formas possíveis. As diferentes atividades, as áreas mais intimas e outras públicas ajudam a atender diferentes gostos de todos.

O Centro Figura 22: Interior Archdaily, 2013. Figura 24: Interior Archdaily, 2013. Figura 23: Interior
40
Archdaily, 2013.

A Arquitetura Figura 25: Exterior

Um projeto com baixo gasto energético conduziu aos primeiros passos para a construção do Centro, contando com um pátio voltado para o sul que maximiza o aquecimento solar, com paredes e cobertura ao norte isoladas e estruturas expostas que tem a capacidade de armazenar a energia calórica incidente na edificação. A cobertura tem coletores de luz solar que transformam em energia.

O interior do edifício é ligado ao pátio terapêutico, alguns são abertos e outros são privados e os pacientes podem escolher em qual ambiente preferem fazer as terapias. A ideia principal é que a relação com o ambiente natural seja crucial. Bancos de gramínea cultivadas com flores perenes embelezam o local e fornecem abrigo para o pátio voltado para a face sul, com uma proposta de um ambiente de refúgio acolhedor.

O edifício tem um formato em 'L' e em seu centro há uma biblioteca de pé direito duplo, com uma escada que atende até o mezanino, levando para a cobertura paisagística. A cobertura verde é mobiliada com equipamentos fixos de exercício para as pessoas que estiverem animadas, é cercado por uma cobertura de faias cortadas que fornecem privacidade além de modificarem as cores dependendo da estação do ano.

Archdaily, 2013.

Figura 26: Exterior

Archdaily, 2013.

Figura 27: Exterior

Archdaily, 2013.

41

Entorno Imediato

Topografia

Figura 28: Entorno

Há um desnível no terreno e ele foi trabalhado no projeto para que não perdesse sua forma natural.

Figura 29: Topografia

terreno LEGENDA: edificação

Google Maps, alterado pela autora, 2022.

O Maggie's Newcastle tem seu entorno misto, porém há uma grande área de residências. Fica nas dependências do Freeman Cancer Centre, que é o hospital que trata câncer. Legenda:

Archdaily, alterado pela autora, 2013.

Orientação Solar

As fachadas leste/oeste recebem a incidência solar ao nascer e pôr do sol, a praça central do edifício está voltada para a fachada sul, com grandes aberturas.

Figura 30: Orientação Solar

Legenda: nascer do sol sol à pico pôr do sol

Google Maps, alterado pela autora, 2022.

1: Centro
2:
3: Centro
4: Igreja
-
5: Igreja
-
6:
7: Edifício
Maggie de Newcastle
Estacionamento
de Câncer Freeman
de São Francisco
Escola de Ensino Religioso
de São Francisco
Área dos Cultos
Casa Scott - Casa de acolhimento para crianças com câncer
de Escritórios
1 5 2 3 4 6 7
42

Acessos e Circulações

Figura 31:

Archdaily, alterado pela autora 2013.

Programa Arquitetônico - térreo

Figura 32: Programa Arquitetônico

Archdaily, alterado pela autora 2013.

Legenda: circ. horizontal circ. vertical acessos
Legenda: 1: Hall
2: Escritório 3: Biblioteca 4: Cozinha 5: Sala de Reuniões 6: Sala de Terapia 7: Sanitário 8: Depósito 9: Pátio Externo 1 2 3 4 5 6 5 5 7 7 7 8 8 6 9
de Entrada
Implantação
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Programa arquitetônico - superior

Figura 33: Programa Arquitetônico

Archdaily, alterado pela autora 2013.

Corte

Figura 34: Corte

Archdaily, 2013.

Elevação Sudoeste

Figura 35: Elevação

Archdaily, 2013.

Archdaily, 2013.

Elevação Nordeste

Figura 36: Elevação

1
2 3 4 4
44

Centro Maggie de Manchester

Ficha Técnica

Archdaily, 2016.

Archdaily, 2016.

Maggie's Centres
Manchester, Reino Unido
2016 Área: 1922 m² Arquitetos: Foster + Partners
do Paisagismo: Dan Pearson Studio
Engenharia
Foster + Partners
Estrutural: Foster + Partners Topógrafo: Gardiner & Theobald Fabricantes: 3V Architectural Hardware, Aurubis, Benchmark Furniture e Blumer Lehmann
Nigel Young / Foster + Partners
Cliente:
Localização:
Ano:
Execução
Projeto de
Mecânica e Elétrica:
Projeto
Fotografias:
Figura 37: Fachada
Figura 38: Interior
45

Figura 39: Interior

Archdaily, 2016.

Figura 40: Interior

O objetivo geral é que haja uma atmosfera doméstica em um cenário do jardim, localizado ao final de uma rua arborizada, próximo ao Hospital Christie e a sua unidade de oncologia.

A ideia principal do Centro, é proporcionar uma casa longe de casa, um ambiente de refúgio onde os pacientes possam ter apoio emocional e prático. Assim como todos os Centros Maggies, eles usam a arquitetura em favor da psicologia para ajudar as pessoas a terem mais ânimo e também no processo de terapia.

Archdaily, 2016.

Figura 41: Interior

Archdaily, 2016.

Os corredores e sinalizações hospitalares não foram usadas para trazer a sensação de ambiente doméstico para os pacientes. Os funcionários são discretos, porém sempre estão presentes e acessíveis a quem precisar. A grande área de vegetação, principalmente a estufa localizada na face sul da edificação, é um espaço para flores e outras plantas que podem ser utilizadas pelos pacientes, trazendo uma sensação de afeto em um momento em que eles estão mais vulneráveis.

Em todos os momentos, o Centro foi projetado para trazer as melhores sensações a todos, sejam pacientes, acompanhantes ou visitantes, para que eles fujam do ambiente hospitalar que geralmente traz sensações ruins e fogem dos objetivos e ideias do projeto.

O Centro
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A Arquitetura

Figura 42: Exterior

A edificação está em um local ensolarado, tem apenas um bloco e o gabarito baixo refletindo a escala residencial das ruas circundantes. No centro do bloco, o telhado está elevado devido ao mezanino que é naturalmente iluminado com claraboias triangulares e com vigas aparentes de madeira de treliça leves, que agem como divisões naturais entre as áreas internas.

Há diferentes espaços de nichos íntimos privados, como a biblioteca, salas de ginástica e locais de interação, porém há lugares mais públicos, como a cozinha que é centrada em uma grande mesa comunal, servindo como um dos principais lugares de interação entre os pacientes. Os escritórios de apoio ficam no mezanino posicionado no topo da grande coluna central, com banheiros e depósitos abaixo, mantendo as ligações visuais naturais do edifício.

Em toda parte central do edifício há um foco na luz natural com vegetações, onde o plano reto é pontuado por pátios paisagísticos e toda a fachada leste estende-se para uma varanda, sendo protegida pela chuva com beirais. Cada cômodo voltado para a fachada leste tem um jardim privado e a fachada sul leva a uma estufa com um jardim, onde as pessoas podem se reunir para realizarem atividades manuais, terapias ou descansar ao ar livre. O mobiliário é personalizado, trazendo mais conforto a todas pessoas.

Figura 44: Exterior

Figura 43: Exterior

Archdaily, 2016.

Archdaily, 2016. Archdaily, 2016.
47

Entorno Imediato

Topografia

O Maggie's Manchester tem entorno misto, mas a maioria são residências. Fica nas dependências do Manchester Cancer Research Centre, hospital que trata câncer.

Figura 45: Entorno

Legenda:

Google Maps, alterado pela autora, 2022.

O terreno é totalmente plano, porém a edificação foi levemente elevada. terreno Legenda: edificação

Figura 46: Topografia

Archdaily, alterado pela autora, 2016.

Orientação Solar

As fachadas leste/oeste recebem a incidência solar ao nascer e pôr do sol, a estufa de vidro está para a face sul, trazendo mais iluminação natural para a edificação.

Figura 47: Orientação Solar

Legenda: nascer do sol sol à pico pôr do sol

Google Maps, alterado pela autora, 2022.

1 5 4 2 6 7 3 1: Centro Maggie de Manchester 2: Estacionamento 3: Escola de Ensino Fundamental 4: Acomodação para estudantes 5: Hospital do Câncer
6: Edifício de Escritórios 7: Zona
Manchester Cancer Research Centre
Mista de Edifícios de Escritórios e Edifícios Residenciais
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Acessos e Circulações

Figura 48: Implantação

Archdaily, alterado pela autora 2016.

Legenda: circ. horizontal circ. vertical

acessos

Programa Arquitetônico

Figura 49: Programa - térreo e superior

11

Archdaily, alterado pela autora 2016.

11: Mezanino

ç
49

Archdaily, 2016.

Elevação Sul

Corte Longitudinal

Figura 50: Elevação

Figura 52: Corte

Archdaily, 2016.

Archdaily, 2016.

Elevação Oeste

Figura 51: Elevação

Archdaily, 2016.

Corte Transversal

Figura 53: Corte

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Análise Urbana

04
53
Figura 54: Mogi das Cruzes AMITESP, 2022.

Análise Urbana

Mogi das Cruzes, região escolhida para implantação do tema, é um município do estado de São Paulo, localizado na Região Metropolitana e fica a cerca de 50 km de São Paulo, no coração do Alto rio Tietê, que corta todo o município. Sua divisão administrativa é formada pela sede e pelos distritos de Biritiba Ussu, César de Sousa, Quatinga, Sabaúna, Jundiapeba, Taiaçupeba e Taboão. A região é servida pela da linha 11 Coral da CPTM, que compreende o trecho da rede metropolitana entre as estações da Luz e Estudantes, ficando conhecida como Expresso Leste, passando a ser conhecida como Expresso Leste–Mogi em 2019, com o fim da transferência interna em Guaianases. Atualmente é a segunda linha mais extensa da CPTM e também a mais saturada da região metropolitana de São Paulo.

Com mais de 400 mil habitantes, caracterizada por um crescimento populacional acentuado e uma classe jovem, é uma das cidades históricas do Brasil. Mogi das Cruzes começou por volta de 1560, como um povoado sendo ponto de descanso dos bandeirantes e exploradores, incluindo Braz Cubas em suas longas caminhadas no meio da mata, indo e vindo de São Paulo. Iniciando o povoado em 1601, Gaspar Vaz Guedes foi responsável pela abertura da primeira estrada entre a capital e Mogi das Cruzes.

Em pouco tempo, fazendo a vila crescer, a estrada passou a

transportar uma crescente quantidade de riquezas, suprimentos e pessoas, vindo de fato a se tornar uma cidade. Em 1611 surge ocialmente a Vila de Sant’anna de Mogy Morim, como um grande sítio de extrema importância no povoamento do Brasil, pois até a metade do século XVI existiam 14 vilas, todas com exceção de São Paulo de Piratininga que eram no litoral. Mogi é uma alteração de Boigy que, vem de M'Boigy, o que significa "Rio das Cobras", denominação que os índios davam a um trecho do Tietê. Quando a Vila foi criada em 1611, devido ao costume de adotar o nome do padroeiro, passou a ser denominada "Sant'Anna de Mogy Mirim".

Na língua indígena, Mirim quer dizer pequeno. Provavelmente, uma referência ao riacho Mogi Mirim. A linguagem popular tratou de acrescentar o termo "cruzes" ao nome oficial da Vila. Era costume de os povoadores sinalizar com cruzes os marcos que indicavam os limites da Vila, de acordo com tese de Dom Duarte Leopoldo e Silva, confirmada pelo historiador e professor Jurandyr Ferraz de Campos.

A região é formada por 8 distritos, são eles:

Sede (Central): Brás Cubas: Apesar do distrito fazer parte do município

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mogiano, muitos se referem à Brás Cubas como um lugar separado. Uma verdadeira cidade. Logo que o distrito foi criado, na década de 50, era rodeado de fábricas, que produziam pianos, tecidos, tubos de pasta e muito mais. Por conta disso, o perfil dos moradores era de operários que buscavam lotes para viver com a família perto do trabalho. “A movimentação era de trabalhadores e com a venda de lotes a preços bem baratos, comum na época, muitos foram morar lá para trabalhar. As fábricas ajudaram bastante o crescimento do distrito”, lembra o advogado, que também é dono de uma imobiliária. Já hoje esse perfil mudou bastante. Atualmente, há inúmeras pessoas de diversas culturas e lugares no local. Nem todas trabalham lá, muitos se deslocam. Com a vinda do asfalto para o distrito ele ficou mais atraente para investimentos, e aos poucos, foi crescendo e ganhando lojas e tendo seus espaços todos ocupados. Atualmente, Brás Cubas tem um hospital municipal - inaugurado em junho deste anopelo menos três supermercados, loja de departamento, populares e de vários tipos de roupas e calçados, farmácias, cafeterias, perfumarias, uma delegacia (2º Distrito Policialque funciona 24 horas) e agências de quase todos os bancos. Além disso, são 29 escolas municipais e 24 creches subvencionadas.

Jundiapeba: O povoado que deu origem ao distrito se desenvolveu ao redor da estação ferroviária Santo Ângelo, inaugurada pela Estrada de Ferro Central do Brasil em julho de 1914. O Distrito é cortado pelo Rio Tietê, Rio Taiaçupeba (parte oeste) e pelo Rio Jundiaí (parte leste). Além disso, possui a barragem do rio Taiaçupeba. No distrito está localizada a Estação Jundiapeba da Linha 11 da CPTM. Sua principal praça fica próxima da estação de trem e se chama "Praça Veteranos de Guerra", e sua principal via é a avenida Lourenço de Souza Franco que é parte da SP-66 e liga o distrito ao centro do município. Pelo distrito também é servido pela Rodovia Cândido do Rego Chaves, mais conhecida como Estrada das Varinhas, que liga o distrito de Jundiapeba ao distrito de Quatinga, também em Mogi das Cruzes.

César de Sousa: O distrito de César de Sousa possui esse nome em homenagem ao engenheiro João Augusto César de Sousa, chefe da 5ª divisão da Estrada de Ferro Central do Brasil. A estação ferroviária, inaugurada em 1 de janeiro de 1893, deu origem ao bairro. Hoje o prédio da estação ferroviária do distrito serve de escritório para a empresa Dicimol, uma distribuidora de cimento, diferentemente de outras estações do município que passaram para a administração da CPTM e que hoje servem para o transporte

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de passageiros. César de Sousa possui grandes áreas que ainda não foram urbanizadas, com isso, há grandes possibilidades de crescimento. Empresas imobiliárias estão adquirindo terrenos inutilizados e antigas indústrias para a construção de condomínios destinados para as classes média e alta. A menor dessas áreas inutilizadas possui 600 mil metros quadrados, e dentro de alguns anos esses condomínios estarão finalizados.

Sabaúna: O distrito foi fundado por Álvaro Luiz do Valle, Capitão-mór da Capitania de São Vicente, procurador e sesmeiro do Conde de Monsanto. Donatário da capitania, doou ao Convento do Carmo de Mogi as terras que mais tarde abrigariam Sabaúna. Essa Sesmaria constava de légua e meia de testada (frente) e uma légua de sertão. Muitos anos depois, em 1768, Frei Thomé Alves de Christo comprou mais uma gleba junto à anterior. A nova área tinha trezentas braças de testada e meia légua de sertão e o frade em questão pagou por ela aos seus proprietários (Ignácio Pedroso e sua mulher Antonia do Rosário) certa quantia em dinheiro. A partir de então, a propriedade passou a ser beneficiada pelos Frades do Carmo e dela vinham todos os mantimentos para o sustento dos religiosos e dos escravos que viviam no Convento de Mogi. Além de gêneros, a fazenda rendia ao

Carmo, da mesma forma, boa quantia em dinheiro. Em 1826, por exemplo, ela produziu milho, feijão, arroz, amendoim, cana e algodão. Sabaúna vem da palavra Tamba Una em tupiguarani e significa Concha Preta, tipo de concha muito comum no Ribeirão Guararema, que corta o distrito.

Taiaçupeba: Conhecida por sua ampla região de mata nativa, Taiaçupeba se destaca como o 'Distrito Natureza" da cidade de Mogi das Cruzes. Dentre seus muitos pontos turísticos se encontra o Parque das Neblinas, que "é uma reserva ambiental da Suzano Papel e Celulose, gerida pelo Instituto Ecofuturo, onde são desenvolvidas atividades de ecoturismo, educação ambiental, pesquisa científica, manejo e restauração florestal, e participação comunitária" (Instituto Ecofuturo). O bairro sede, Capela do Ribeirão, assim como os bairros adjacentes do distrito ainda preservam muitas características históricas que contrastam com a modernidade. Um dos prédios históricos, a Igreja Matriz de Santa Cruz, benta aos 06 de junho de 1864. Outro templo histórico de Taiaçupeba está a Igreja de São Sebastião, no bairro de mesmo nome, que guardam, em um bom estado de preservação, pinturas sacras do artista José Benedicto da Cruz, o JBC (ou Zé Santeiro, como era conhecido na região). Dentre natureza e história, também está a culinária local, com

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pizzarias, restaurantes e padarias conhecidas por quem visita o distrito. Aos 6 de junho de 1864, a pedido do benfeitor do bairro, Cypriano Branco da Silva, a nova Igreja de Santa Cruz da Capela do Ribeirão é sagrada, dando início aos ofícios religiosos. Deste dia em diante, esta data foi tomada como fundação do bairro de Capela do Ribeirão, sede do distrito de Taiaçupeba.

Biritiba Ussú: Biritiba Mirim, já pertenceu a Mogi das Cruzes. E o Rio Tiete já foi o ponto de passagem de bandeirantes cortando seu território. A cidade se caracterizou como a passagens de tropeiros que iam em busca de feiras de gado, e vinham antes a zona rural para adquirir produtos alimentícios e de higiene Segundo a tradição estes viajantes tinham o habito de fincarem cruzes na terra ao longo dos caminhos por onde passavam para a finalidade de orientar os próximos viajantes e demarcar espaços por onde havia passado. Foi daí que surgiu a estrada de Santa Catarina, que margeia o rio Tietê, sendo este o primeiro povoado da região. Foi no local repleto de cruzes que se construiu, a primeira capela de Biritiba Mirim, a de São Benedito,e se tornou centro de devoção, mais tarde veio a ser a Igreja Matriz de Biritiba. Diz a tradição que uma menina de 10 anos, de nome Firmina é quem motivou a construção da capela. Acreditava-se que

ela era capaz de com sua fé, fazer profecias, multiplicar alimentos e curar pessoas. Acompanhando o Rio Tietê encontra-se distante 70 quilômetros da Capital, ocupando 414 quilômetros quadrados, dos quais 8.500 hectares são de Mata Atlântica. Localizada a 780 metros de altitude, o município conta com um clima tropical temperado e uma temperatura média anual de 15º C. Fundado em 1873 a partir da construção da Capela de São Benedito, Biritiba Mirim possui uma das mais belas paisagens da região.Devem ser visitados o Mirante do Clube de Campos, a Pedra do Sapo, a Pedreira do Sítio Novo, a Pedra Grande, a Pedra da Forquilha, os Picos Itatinga e do Garrafão.

Todas essas áreas são cobertas de vegetação nativa, com agincos, cedros, palmitos, embaúbas, abrigando pacas, cotias, porcos-do-mato, capivaras, macucos, jacutingas, tucanos, entre outras espécies.

Além do rio Tietê, diversos são os córregos existentes, tais como Ribeirão Biritiba, Ribeirão Lindeiro, Rio Itapanhaú e Ribeirão do Campo onde localiza-se a barragem da SABESP, que fornece água para a região metropolitana de São Paulo.

Quatinga: Foi criado pela administração municipal em 1997. Está distante 35 quilômetros do centro de Mogi das Cruzes, e é cercado pela Serra do Mar. Quatinga atrai muitos turistas

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que procuram atrações locais como a Igreja de Nossa Senhora da Piedade (construída em 1950), a vila de Taquarussu, e a Pedra Grande – um granito de cem metros encravado na serra do mar, de onde pode se ver o litoral. O distrito é cruzado pela rota clicoturística Caminho do Sal, que liga Taiaçupeba à Paranapiacaba. O distrito é formado pela vila de Quatinga (sede) e pelos bairros Barroso e Pindorama. Está distante 35 quilômetros do centro de Mogi das Cruzes. Quatinga atrai muitos turistas que procuram atrações locais como a Igreja de Nossa Senhora da Piedade (construída em 1950), a vila de Taquarussu, e a Pedra Grande - um granito de cem metros encravado na serra do mar, de onde pode se ver o litoral.

Bairro

Considerado um dos melhores bairros para se morar em Mogi das Cruzes, a Vila Mogilar conta com uma boa infraestrutura comercial e de serviços, além de ótima localização. O bairro Vila Mogilar, conhecido apenas como Mogilar, é considerado um dos melhores para se morar em Mogi das Cruzes. Possui boa infraestrutura comercial e de serviços, além de ótima localização. Uma região com ruas largas e arborizadas, tranquilidade e segurança para quem

deseja qualidade de vida.

O comércio local é bem variado, possui lojas, hipermercados, academias, bares, restaurantes, farmácias e instituições de ensino. Se preferir, você também pode usufruir da infraestrutura do Mogi Shopping que fica na região.

Para as atividades do dia a dia, não há necessidade de se locomover muito já que a Vila Mogilar conta com infraestrutura completa de serviços. Mas quando precisar ir às outras regiões de Mogi das Cruzes ou até mesmo a grande São Paulo, não será um problema, uma vez que o bairro tem fácil acesso às principais vias e rodovias da cidade, como as Avenidas João XXIII, São Paulo e Prefeito Carlos Ferreira Lopes, as Ruas Yoshitero Onishi e Prof. Álvaro Pavan e as rodovias Ayrton Senna e dos Trabalhadores.

58
R.Carlos Av. Yoshiteru Onishi Barattino Av. Pref. Carlos Ferreira Lopes R. Manuel de Oliveira Av. Cívica R. Prof. Ismael Alves dos Santos Rod.HenriqueEroles R.DelphinoAlvesGregório Av. José Meloni Av. José Meloni Av.MarianoSouzaMello Av.WaldemarCostaFilho Av. Lothar WaldemarHoehne 59

Uso e Ocupação do Solo

50m 200m 500m
Uso residencial Uso comercial Uso misto Uso institucional Hospital Áreas Verdes 60
Legenda:
R.Carlos Av. Yoshiteru Onishi Barattino Av. Pref. Carlos Ferreira Lopes R. Manuel de Oliveira Av. Cívica R. Prof. Ismael Alves dos Santos Rod.HenriqueEroles R.DelphinoAlvesGregório Av. José Meloni Av. José Meloni Av.MarianoSouzaMello Av.WaldemarCostaFilho Av. Lothar WaldemarHoehne 61

Gabarito de Alturas

50m 200m 500m Legenda: Térreo a 2 andares 3 a 5 andares Mais de 5 pavimentos 62
R.Carlos Av. Yoshiteru Onishi Barattino Av. Pref. Carlos Ferreira Lopes R. Manuel de Oliveira Av. Cívica R. Prof. Ismael Alves dos Santos Rod.HenriqueEroles R.DelphinoAlvesGregório Av. José Meloni Av. José Meloni Av.MarianoSouzaMello Av.WaldemarCostaFilho Av. Lothar WaldemarHoehne 63

Sistema Viário

50m 200m 500m
Arterial
64
Local
Coletora Legenda:

OProjeto

05
R.Carlos Av. Yoshiteru Onishi Barattino Av. Pref. Carlos Ferreira Lopes R. Manuel de Oliveira Av. Cívica R. Prof. Ismael Alves dos Santos Rod.HenriqueEroles R.DelphinoAlvesGregório Av. José Meloni Av. José Meloni Av.MarianoSouzaMello Av.WaldemarCostaFilho Av. Lothar WaldemarHoehne 67

Legenda:

Área de Estudo (entorno)

Área de Intervenção (lote)

Limpeza do Rio Tietê

Preservação das árvores (lote)

Faixas de acesso de veículos

Lombofaixas + semáforos

Ponto de ônibus

Alargamento das calçadas Praça de Interação

Lixeiras

Diretrizes Urbanas

As diretrizes urbanas foram pensadas de modo que valorizassem o local, trazendo mais conforto e principalmente acessibilidade. sendo elas:

Alargamento das calçadas em volta da área desmatada do terreno em que está localizado o Centro; Foram preservadas as árvores onde encontra-se os maciços arbóreos do terreno; Implantação de duas faixas de acesso para veículos, servindo para embarque e desembarque, ponto de uber, acesso ao estacionamento, parada para caminhão de lixo para que dessa forma não atrapalhe no trânsito; Foram incluídas lombofaixas em toda a área de estudo e também juntamente semáforos para pedestres (com tempo confortável para eles atravessarem as ruas, principalmente as pessoas com mobilidade reduzida); Inclusão de um ponto de ônibus em cada uma das faixas de acesso de veículos ; Limpeza do Rio Tietê para que atividades aquáticas sejam possíveis de serem realizadas; A praça do edifício servindo de interação e atividades abertas ao público durante o dia; Inclusão de mais lixeiras nas vias.

50m 200m 500m
68

Diretrizes Arquitetônicas

As diretrizes arquitetônicas foram pensadas de forma que valorize o projeto, além de trazer benefícios às pessoas que irão usufruir do Centro. São elas:

Arquitetura Bioclimática (conforto ambiental, iluminação e ventilação natural em todos os ambientes);

Contato com a natureza, proporcionando relações entre o interior e exterior da edificação;

Layouts multifuncionais, fazendo co que um ambiente possa ter mais de uma atividade específica;

Áreas de interação em todas áreas "publicas" internas e externas para todas as pessoas que usarem o local;

Residências temporárias para pacientes e acompanhantes que precisam se locomover a uma grande distância, evitando mais desgaste físico, emocional e financeiro;

Acessibilidade a todos, possibilitando a frequência de pacientes em vários estágios da doença;

Um bloco de atividades e interação, trazendo apenas sensação de alegria e conforto e outro bloco mais "técnico".

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Conceito e Partido Arquitetônico

O edifício é formado por dois blocos principais que se conectam através da cobertura trazendo separação entre os espaços, porém sempre com o mesmo objetivo de interação entre os pacientes, acompanhantes e visitantes. Além disso o contato com a natureza é o principal fator no auxílio psicológico, com o aproveitamento das áreas verdes já existentes no local e o uso do Rio Tiete para atividades aquáticas, trazendo uma arquitetura sustentável para a edificação.

O fato de os blocos estarem separados, vem da questão das sensações que o ambiente traz, além da privacidade para momentos mais delicados, mas no geral, o acolhimento vem do bloco das atividades ocupacionais, o que é muito importante para pessoas com o psicológico afetado para ocuparem a mente e a interação entre as pessoas e o bloco das terapias, com atendimento profissional.

A ideia é que os resultados sejam sempre positivos na melhora dos pacientes, psicologicamente e fisicamente, além de trazer aos acompanhantes ânimo por ser um momento tão delicado, assim como é para o paciente com câncer.

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Análises das Legislações Pertinentes

ABNT NBR 9050:2020

Trata-se sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Ela disponibiliza parâmetros técnicos para serem observados no projeto e construção de edificações.

ABNT NBR 9077:2001

Trata-se sobre as saídas de emergência em edifícios de forma que em caso de incêndio, sua população possa abandonar as edificações, protegendo sua integridade física e permitindo o fácil acesso de bombeiros para combate ao fogo.

Código de Obras - Lei nº. 143/19

Estabelece normas gerais e específicas para elaboração de projetos, licenciamentos, execução, manutenção e utilização em obras públicas e privadas.

Código Florestal - Lei nº. 12.651/12

Decreto nº. 12.342/78

Trata-se sobre as dimensões gerais e específicas dos compartimentos, além de orientações referentes a iluminações e ventilações naturais.

Estatuto do Paciente com Câncer - Lei nº. 14.238/21

Trata-se de direitos fundamentais da pessoa com câncer e da prevenção desta doença.

Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS)

Dispõe os parâmetros que devem ser seguidos para a ocupação do solo de Mogi das Cruzes.

Plano Diretor Vigente - Lei nº. 150/19

Institui o Plano Diretor de Mogi das Cruzes, trazendo um Sistema de Planejamento Urbano, incluindo disposições de regulação urbanística das áreas urbanas e rurais.

Estabelece normas gerais sobre a Proteção da Vegetação Nativa em construções que estão em área de APP. 71

Índices urbanísticos conforme o zoneamento Índices urbanísticos utilizados

Devido a grande área de maciços arbóreos localizada no terreno e a margem necessária (50 m) do Rio Tietê, a área edificável do terreno é diferenciada da área total. 53.603,46 m² Área Total: 22.053,26 m² Área Edificável: 40% Taxa de Ocupação: 1,0 Coeficiente de Aproveitamento: 40% Taxa de Permeabilidade Total: 8.821,30 m²

Ocupação permitida e permeabilidade mínima: 33.079,89 m²

Construção permitida:

10,11%

Permeabilidade:

Taxa de Ocupação: 0,22 Coeficiente de Aproveitamento: 55,43% Taxa de Permeabilidade: 2.229,71 m² Ocupação: 5.011,75 m² Construção: 29.713,33 m²

72

Quadro de Áreas

73
74

Evolução da Forma

Figura XX: Volumetria 01

Elaborado pela autora, 2022.

A forma em seu início foi definida por blocos que se conectavam, formando um "U" e com uma praça no centro destes blocos. Porém, para que o edifício tivesse um formato menos convencional e sim mais conectado com a implantação, os blocos foram modificados e separados gerando vazios para circulações entre os edifícios. Em sua forma final, a intenção principal é que os edifícios passem a sensação de estarem "abraçando" a natureza existente no terreno. A disposição dos blocos permite que hajam diversas áreas de circulação, lazer e interação em sua implantação, além de trazer a sensação de espaço "rural" devido a natureza, mesmo sendo em uma área urbanizada.

Figura 55: Volumetria Final

Figura XX: Volumetria 02

Elaborado pela autora, 2022.

Elaborado pela autora, 2022.

75

Setorização

Figura 56: Setorização

São 3 setores dividos em dois blocos, sendo:

Setor de atividades - todas as atividades ocupacionais e áreas de lazer internas estão localizadas neste setor, de forma que tragam apenas sensações boas, fazendo com que os pacientes se sintam a vontade e até esqueçam as dificuldades;

Setor administrativo / terapêutico - encontram-se todas as salas de terapias com profissionais, sendo elas individuais ou em grupos e atendimento com assistente social. Neste mesmo bloco, têm o apoio para os funcionários, com a copa e os vestiários;

Setor das residências - estão as residências temporárias e além de estarem no andar de cima para trazer mais privacidade, também há espaços de interação e estudos disponíveis para os "hóspedes".

Legenda:

Setor residências

Elaborado pela autora, 2022.

Setor atividades

Setor administrativo / terapêutico

Setor funcionários

76
4 8 7 7 50m do Rio Av. Pref. Carlos Ferreira Lopes +760,00 +760,00 1 3 4 2 5 6 8 9 9 9 10 50mdoRio R.CarlosBarattino 10m 20m 50m 0 77

Legenda:

Estacionamento

Área para ambulância Entrada de pedestres principal Entrada de pedestres secundária Bicicletário Parquinho + praça interativa Praça interativa Depósito de lixo Área para terapias externas Deck elevado (acesso ao Rio Tietê)

esc.: 1/500 nível: +760,00 Árvores existentes Árvores implantadas

Implantação

A implantação projetada encontra-se na área já desmatada do lote, de forma que a vegetação existente fosse preservada. Todas as áreas de lazer servem para interação, sendo um dos objetivos principais do trabalho.

O terreno é totalmente plano, porém o edifício foi elevado e com isso, há acessibilidade em todos os locais e acessos através de rampas para a edificação.

Foram implantadas duas faixas de acessos nas duas ruas de forma que a movimentação de carros não cause engarrafamentos inesperados. O acesso principal é o da R Carlos Barattino, servindo como área de embarque e desembarque, ponto de uber, ponto de ônibus, passagem para o estacionamento e acesso para caminhão de lixo. O acesso da Av. Pref. Carlos Pereira Lopes é secundário, servindo para embarque e desembarque, mas o foco é para acesso ao caminhão de lixo e caminhões para reposição de mantimentos e etc.

O depósito de lixo ao lado do estacionamento, é para resíduos das residências, sendo eles contamináveis devido aos pacientes hospedados. Já o depósito ao lado do acesso secundário, serve para lixos gerais não contamináveis.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
O deck elevado serve para área de caminhada e acesso para o Rio Tietê onde acontecem atividades aquáticas. 78
+761,00 +761,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 7 8 11 12 13 projeção cobertura 14 projeção cobertura 7 8 8 8 7 5 6 15 16 16 16 16 16 16 17 17 18 19 9 1 2 3 4 20 21 22 23 24 25 +761,00 79

Térreo

W.C. feminino W.C. masculino W.C. pne feminino W.C. pne masculino Depósito de lixo D.M.L. Escada de emergência Elevador Administração Lanchonete

Legenda: esc.: 1/250 nível: +761,00

Recepção geral Recepção Sala terapia individual Sala terapia em grupo Ambulatório Sala assistente social Copa funcionários Vestiário pne feminino Vestiário pne masculino Vestiário feminino

Vestiário masculino Depósito

10m 20m 50m 0
01 02
07 08 09 10
11 12 13
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
24 25
80
03 04 05 06
Praça de alimentação Área multiuso e interação Espaço kids
1 projeçãotérreo projeção cobertura projeção cobertura 1 2 1 2 2 3 3 3 4 5 6 7 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 98 9 99 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 projeção térreo +764,00 +761,00 81

Primeiro Pavimento

Escada de emergência Elevador Varanda interativa Sala de estudo + interação Lavanderia D.M.L. Depósito Dormitório Banho Varanda privativa

Legenda: esc.: 1/250 nível: +764,00

10m 20m 50m 0
82
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
1 projeção cobertura projeção cobertura 1 2 1 2 2 3 3 3 4 5 6 7 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 98 9 99 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 1 1 2 2 6 11 12 13 14 15 16 16 17 18 19 +767,00 +767,00 3 3 3 3 3 83

Segundo Pavimento

Legenda: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Escada de emergência Elevador Varanda interativa Sala de estudo + interação Lavanderia D.M.L. Depósito Dormitório Banho Varanda privativa 10m 20m

11 12 13 14 15

W.C. feminino W.C. masculino W.C. pne feminino W.C. pne masculino

Sala multiuso (sugestão Yoga) Sala multiuso (sugestão Acupuntura) 16 Biblioteca

17 18 19 84

Área multiuso (espera, interação ou atividades)

Sala multiuso (palestras, apresentações e reuniões)

50m 0 esc.: 1/250 nível: +767,00

LAJE IMPERMEABILIZADA i=1% CALHA CALHA PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m RESERVATÓRIO21,25litros RESERVATÓRIO 27,44litros LAJE IMPERMEABILIZADA i = 1% LAJE IMPERMEABILIZADA i = 1% CALHA CALHA CALHA CALHA CALHA PLATIBANDA h = 0,50 m PLATIBANDA h = 0,50 m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m CALHA RESERVAT ÓRIO 27,36litros litros18,60IOVATÓRRESER LAJEIMPERMEABILIZADA =1% PLACAS SOLARES PLACAS SOLARES PLACAS SOLARES PLACAS SOLARES +770,00 +770,00 85

50m 0 esc.: 1/250 nível: +770,00

10m 20m

Cobertura - Reservatórios 86
LAJE IMPERMEABILIZADA =1% LAJE IMPERMEABILIZADA i=1% LAJE IMPERMEABILIZADA =1% LAJE IMPERMEABILIZADAi =1% CALHA CALHA CALHA CALHA CALHA CALHA CALHA CALHA PLATIBANDA h = 0,50 m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m PLATIBANDAh=0,50m LAJE IMPERMEABILIZADA i = 1% LAJE IMPERMEABILIZADA i = 1% PLACAS SOLARES PLACAS SOLARES +770,90 +770,90 +770,90 +770,90 CALHA CALHA CALHA CALHA PLATIBANDA h = 0,50 m PLATIBANDAh=0,50m LAJEIMPERMEABILIZADA =1% PLACAS SOLARES PLACAS SOLARES 87

Cobertura

10m 20m 50m 0 esc.: 1/250 nível: +770,90 88

Eixos de Pilares

20m
0 esc.: 1/250
89
10m
50m
Planta de Eixos

Sistema Construtivo

Lajes: alta qualidade do material; transporte simplificado; rapidez na execução da obra; alcança grandes vãos.

As lajes são alveolares e tem ótimos benefícios, como:

Os pilares são de concreto e tem alguns benefícios, como:

Pilares: disponibilidade de material; material durável; material resistente.

Dimensão dos pilares:

Existem três tipos de pilares, de forma que se adequassem aos ambientes com suas funções estruturais e também estéticas. Os pilares "visíveis" foram formados de forma circular, os pilares em formato de 'V' foram usados nas "quinas" dos blocos e o restante são os pilares em retângulo.

90

Orientação Solar

Figura 57: Orientação Solar Elaborado pela autora, 2022.

Legenda: nascer do sol sol à pico pôr do sol
91

Brises

Figura 58: Detalhe Brise Brises móveis

Sunfix, alterado pela autora, 2016.

Trilhos

Para mais controle da incidência solar e de temperatura, foram usados brises verticais móveis de alumínio, com pintura imitando madeira. O fato deles serem móveis, são para que atendam a necessidade conforme o horário tendo ainda visão para o entorno e a natureza. Eles se movem através de trilhos.

Foram instalados no primeiro e segundo pavimento percorrendo por todas as faces do edifício.

Além disso, estão servindo também com função estética.

92
bloco terapias, funcionários e residências praça interativa Corte AA 1 2 3 4 5 6 7 8 7 9 10 7 11 13 13 19 19 20 20 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 22 22 01 Vestiário masculino 02 Vestiário feminino 03 Vestiário pne masculino 04 Vestiário pne feminino 05 Administração 06 Sala assistente social 07 Sala terapia individual 08 Sala terapia em grupo 09 W.C. pne feminino 10 W.C. feminino 11 Escada de emergência 12 Elevador 13 Recepção 14 Área de interação 15 Espaço kids 16 Praça de alimentação 17 W.C. pne masculino 18 W.C. masculino 19 Varanda integrativa 20 Dormitório 21 Banho 22 Circulação 23 Área multiuso (espera, interação ou atividades) 24 Biblioteca 25 Sala multiuso (sugestão Acupuntura) 26 Sala multiuso (sugestão Yoga) 93
bloco atividades 14 12 15 16 5 11 11 17 18 18 17 19 19 23 24 25 26 10m 20m 50m 0 esc.: 1/400 94
Rio Tietê deck elevado Corte BB 01 W.C. feminino 02 W.C. masculino 03 Circulação 04 Banho 05 Dormitório 95

bloco terapias, funcionários e residências

1 2 3 3 3 4 4 5 5 5 5 4 4 18 10m 20m 50m 0 esc.: 1/400 96

Elevação 01

97
10m 20m 50m 0 esc.: 1/400 98

Conclusão

06
127

Conclusão

Com base na contextualização e no desenvolvimento prático realizados, é possível extrair considerações relevantes a respeito da proposta do Centro de apoio às pessoas com câncer.

A princípio destaca-se a presença de uma abordagem focada na seriedade da doença e a importância do acompanhamento psicológico na eficácia do tratamento. Tal entendimento guiou a implantação do projeto de forma que padrões estéticos e de utilização da área do terreno fossem submetidos às prioridades dos pacientes e seus familiares, que são o público-alvo deste equipamento público.

Tal abordagem justificou características relevantes do projeto arquitetônico, como o foco de suas fachadas posteriores incentivarem uma integração com a área de preservação, com o intuito de promover atividades ao livre e os benefícios que elas proporcionam.

Do ponto de vista geográfico, a proximidade ao hospital Luzia de Pinho Melo traz mais um incentivo aos pacientes frequentarem o centro. Entende-se que por muitas vezes é difícil dar o primeiro passo em relação a um tratamento psicológico, e quanto menor o número de barreiras para isso ocorrer, melhor. Também vale ressaltar a área de preservação no terreno escolhido, trazendo uma integração com a natureza que remete bons sentimentos e uma mudança de paisagem durante o tratamento, tão marcada pelas paredes frias e ambientes fechados dos hospitais.

Por fim, é certo afirmar a validade do estudo realizado, tendo em vista que seu resultado culminou em um direcionamento específico do projeto voltado para o bem-estar dessas pessoas em situação tão fragilizada, produzindo um local não somente de tratamento psicológico, mas voltado para a socialização, troca de experiências, incentivo e esperança entre seus frequentadores, buscando uma maior expectativa de vida com uma melhor saúde mental e estabilidade emocional

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Referências Bibliográficas

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TEIXEIRA, Luiz Antonio; PORTO, Marco Antonio; NORONHA, Claudio Pompeiano. O Câncer no Brasil: Passado e presente. [S. l.]: Outras Letras, 2012. 175 p. Disponível em: arca.fiocruz.br. Acesso em: 29 nov. 2022.

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VENÂNCIO, J. L.; LEAL, V. M. S. Importância da Atuação do Psicólogo no Tratamento de Mulheres com Câncer de Mama. Revista Brasileira de Cancerologia, [S. l.], v. 50, n. 1, p. 55–63, 2004. DOI: 10.32635/2176-9745.RBC.2004v50n1.2059. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2059. Acesso em: 28 nov. 2022.

130

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