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O julgamento geral

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Pelo tranco

Pelo tranco

Eu vi, disse a baratinha vinda da toca. A menina sentada aqui na praia neste final de primavera, ela segura uma concha e fala que competir, comparar, se ajeitar ao meio, humm, é mais que chatice, seria um erro! Mas é o que tem né, quer dizer, se ela não acordar a tempo. Chega o pássaro e repousa no tronco que serve de mirante, observa a cena e assume seu papel na paisagem. O único que vai dizer é seu oi caloroso, assertivo, e assim os seres retomam a atenção para a pequena e a concha, cada qual seu plano. A mesma concha pede para falar com o mar também, pedir seus concelhos. “É que devo adquirir conhecimento, de toda forma? Ou uma outra linguagem, um corpo diferente? Que não seja qualquer mais um do mesmo, desses que pretendem saber ou passar através somente de lampejos! Entenda, essa praia fica um tanto cheia, tanto que vaza e se nota pela dor, o sono, mas ela segue, isso eu já percebi.” O vento interfere e adquire sua própria vez,

comentando que todos eles devem seguir o molde do fogo, está sempre profetizando enquanto ativo, inclusive para emitir claridade. Ele insiste, escolham os teus e as tuas como um bloco. Para cada parte, continua o vento, a atenção pelo melhor efeito do bloco. Todos então opinam sobre o presente turno, suas tarefas neste planeta. Já a mocinha só acompanha, enquanto solta punhados de arreia pelos ares, parece distraída pela falação. “Um julgamento geral, arremata o vento, e discriminamos esse momento do ambiente, nunca é à toa.” E “ahhhhhhh” O pássaro emite seu canto, ele tanto desperta a menina como incita a sua reação. “Eii, eu ouvi isso!” Levanta ela, para o interesse de todos ali, e segue o caminho de volta à fala. “Olhem nos meus olhos, recomeça a menina, de novo, mais, sim. Dá pra ver que está ensopado? Vocês sabem o que é? Na hora em que fomos surpreendidas, nunca choraram não, no susto? Claro que já, quando nasceram, foi assim, é. Ninguém nem sabia o que era, se tinham nome ou não, se já chegou sabendo chorar e depois sorrir. Depois o peso cessa, a gente revê e analisa.

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Mas quem tem aí guardado o melhor riso, todo o alívio de desabafar, compreender, que se deixa fluir tão bem já limpinho?” Aponta ela os mortais, muitos deles eram vistos ao longe após a linha da água. “Meu coração, tum, tum, agradece a todos. Se ainda estamos vivos nessa pequena praia, que bom, sinal de que, vocês sabem, hunnf. Eu estou aqui, não esqueci, queremos a melhor existência!” Chora mais, amiga, diz a concha, mister de alegria e pesar que por fim quer crescer. “ O que muda depois dessa conversa? pergunta a baratinha, se aproximando devagar. “Eu mudo! responde a menina, a gente poder sempre mudar. Bom que seja para algo, é. No caso do humanos, com mais coração.” “Fuuuuuull” Olhos espelhados, lucidez, cabelos longos como leonina, fala o vento novamente, a mesma cisma pelo horizonte, a matéria se ajeitando continuamente. Damos boas-vindas aos seres da evolução, tem isso e muito mais. Ouçam a grande melodia sistemática, as partes de um todo, aurora no momento ideal. Pois foi o ambiente a nos reunir por tantos propósitos! Isso em um piscar de olhos, o

julgamento geral

Mas aí caiu sem tchau, interrompeu a menina, segurando um dos pássaros no punho direito. Muitos seres humanos, gente junta falando demais, só besteiras? A portaria diz que o documento é oficial, vida é pra viver, vai então!

E a sentença é que deve se humanizar! ela respira profundamente. “”Eu que vi, eu que já era, devia me humanizar, que sem amor, esse tal, dessa e desses; sem amar, tudo seca, perde forma e gosto. Sem afago, tão longe o que você fita... que nem um pingo de luz vê, fica difícil sair de onde está. E também a falta de compaixão esvazia, te deixa fraco, acabada. Não é legal não!

Se ter paz e estar em Deus é pela união, integração total com o ambiente; a solidão perde seu patamar. Porque só unidos os seres são belos e completos, até para estar na calma divina. Deus e amor seriam uma coisa só, sinônimo de vida, mas teimam em separar... talvez para dignificar cada qual, dividir e conquistar nossa atenção para que o olho não enxergue. Não

seriam bobos? Ser humano é gostar, isso de ódio era quando não se sabia o que eram os sentimentos, tudo era novo e abrupto; mas não culpem os antigos por sua ignorância, é preciso consertar os de agora e mostrar para os entes do amanhã, no e pelo processo de harmonia, elo, graça.”” O pássaro voa, o som das asas ecoando na memória

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