Fotos: Acervo IPEHBC
A Igreja na edificação da cidade
Colégio Santa Clara, em 1950
Antiga sede da Santa Casa, no Centro de Goiânia
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A Igreja Católica (aqueles e aquelas que heroicamente nos antecederam na fé, nos primórdios de Goiânia), não apenas acompanhou a história, como esteve junto, misturou-se, deixou sua marca e ficou marcada com esse projeto de cidade. Fato digno de nota a ser lembrado é a premonição de Dom Eduardo Duarte da Silva, 9º Bispo de Goiás. Em 1891, em viagem para a sede de sua diocese, Dom Eduardo, chegando ao arraial de Campinas encantou-se com a região, a fartura de água, os campos, as matas e a topografia suave. Em seu diário registrou suas impressões acerca do lugar: “Campininha é um dos mais aprazíveis lugares de Goiás; vasta é a planície, abundante e excelente a água, matas de primeira qualidade, de modo que presta-se para uma futurosa cidade, e talvez mesmo para a capital do Estado, tão mal situada”16. Ilação feliz e profética de Dom Eduardo. Foi ele quem chamou os Padres Redentoristas para Goiás e lhes entregou, como campo de missão, a Romaria de Trindade que há quase um século reunia os devotos goianos e os de outras regiões do País que, junto ao Divino Pai Eterno, robusteciam sua fé. Perto desse centro da fé, surgia a nova capital de Goiás. Na antiga Campininha, o povoado mais próximo do centro da cidade que estava surgindo, a antiga igreja matriz, dirigida pelos padres redentoristas (onde, mais tarde, atuou o hoje Servo de Deus Padre Pelágio Sauter, cognominado o “Apostolo de Goiás”) e o colégio Santa Clara, dirigido pelas irmãs da Congregação das Franciscanas da Ação Pastoral, eram uma forte e importante referência para os moradores. No campo social, devido à falta de serviços públicos, sobretudo na Educação e na Saúde, a Igreja foi construindo dezenas de obras sociais. Foi criada a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia17, com a decisiva participação da Sociedade de São Vicente de Paulo. 16 SILVA, Eduardo Duarte. Passagens: autobiografia de Dom Eduardo Duarte Silva, bispo de Goyaz. Goiânia: Ed. da UCG, 2007, p. 88. 17 Criada em 1937 sob o patrocínio de Dona Gercina Borges Teixeira, esposa de Pedro Ludovico. No início esteve sob a direção das Irmãs Agostinianas Missionárias. Em 1942 sua direção e trabalhos foram assumidos pela Congregação das abnegadas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo que, neste mesmo ano, fundaram a Escola de Enfermagem, mais tarde Faculdade de Enfermagem.