Revista Tecnologística - Ed. 128 - 2006

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seus clientes algo economicamente viável, antes que outros o façam, porque alguém vai fazer um dia. Certa vez, fui contestado sobre a construção de uma operação logística em Campo Grande, porque todo o Mato Grosso do Sul tem só dois milhões de habitantes. Ou seja, não tem densidade demográfica para justificar a instalação de uma estrutura logística. Mas eu penso em atender à produção agropecuária que o Estado produz e precisa escoar. Imagine o que se pode atender de frigoríficos que precisam de reforço do frio, de produção de embalagem, de uma infinidade de serviços. O mesmo vale para a região de Campinas, por exemplo, que é um centro de desenvolvimento tecnológico de padrão internacional, não só de alimentos, mas das indústrias farmacêutica e química. As empresas dizem que não constroem uma estrutura lá porque a partir de São Paulo, que é perto, podem distribuir para toda a região. Ora, os produtos que vêm do interior do País não precisariam ir até a capital paulista para depois voltar a Campinas se houvesse uma linha direta. É mais inteligente e reduz custos. Tecnologística – Então, quem vai se destacar não é, necessariamente, quem for grande, mas quem for mais criativo? Penteado – Claro, isso independe de tamanho do operador. É preferível, hoje, ter duas ou três câmaras menores em regiões estratégicas do que uma grande em uma única cidade. Não tem cabimento um caminhão sair de Pontes e Lacerda, a mais de 250 quilô-metros de Cássia (MG), para seguir, via rodoviária, até os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC). Isso tem de acabar e quem se instalar nessas regiões e estudar possibilidades de uma operação técnica, profissional, vai se consolidar e alcançar uma posição formidável.

Tecnologística – É nesse sentido que a Abiaf irá trabalhar durante sua gestão? Penteado – Assumi a presidência de fato no início deste ano. Minha gestão segue até os primeiros quatro meses de 2007, com a possibilidade de reeleição. Estamos reestruturando a Associação, num trabalho de reconquista de associados. Pretendo revolucionar a Abiaf para que ela seja agressiva do ponto de vista operacional. Para tanto, vamos buscar parcerias, inclusive com outras entidades e com as universidades. Precisamos da capacidade científica de pessoas como o professor Lincoln de Camargo de Neves, do curso de Engenharia de Alimentos da Unicamp, que é o homem que mais entende de refrigeração no País. Precisamos destes geradores de conhecimento para o desenvolvimento de tecnologias de conservação de sementes, por exemplo. É aí que vamos crescer. Vamos, também, estreitar os contatos com outras associações. É o caso da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento), que está criando, pela primeira vez, uma norma de utilização de equipamentos de monobloco frigorífico e para caminhões frigoríficos. Pretendemos levar para as reuniões de normalização não apenas os operadores, mas também seus clientes. Assim, quando ele for comprar um caminhão, saberá que existe uma norma. E com isso, em última análise, vamos contribuir para uma maior qualificação do setor. Cláudia Malinverni Abiaf: (17) 3343-4682


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