Revista Tecnologística - Ed. 128 - Julho - 2006

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ARTIGO

Práticas Internacionais de Relacionamento com Fornecedores Nacionais

Práticas Internacionais Específicas de Desenvolvimento da Cadeia de Suprimentos Nacionais

(I) Após o estabelecimento na região, o desenvolvimento do banco de empresas nacionais responsáveis pelos suprimentos é a estratégia adotada. (II) A criação de políticas de desenvolvimento de fornecedores locais é vista como muito importante estrategicamente. (III) Buscar referências em centros acadêmicos ou na esfera governamental não é tido como importante estrategicamente. (IV) A promoção de acordos com o governo para o desenvolvimento de fornecedores regionais recebeu a menor ênfase de aplicação prática. (I) As empresas consideram a contratação de fornecedores de seus respectivos países de origem como sendo de baixa importância estratégica. (II) O atual estado-da-arte das empresas pesquisadas corrobora a tendência de se instalar unidades produtivas em países estrangeiros buscando a flexibilização das normas e padrões de suprimento. (III) De uma forma geral, percebe-se uma tendência das subsidiárias em investir na cadeia de suprimentos visando a otimização da mesma.

Tabela 2 - As práticas internacionais

o de colaboração está sendo feito. Como exemplo, é necessário que as empresas se mobilizem cada vez mais no sentido de eliminar práticas de caráter oportunista para que a confiança, peça fundamental na cultura colaborativa, seja criada e desenvolvida. Para efeito comparativo, um estudo semelhante conduzido por pesquisadores indianos foi considerado. Na comparação com a Índia, país em es-tágio de desenvolvimento sócio-eco-nômico semelhante ao do Brasil, foram identificadas naquele país três principais pontos de melhoria para a gestão da supply chain: promover um alinhamento entre a estratégia da supply chain e a estratégia da empresa; adoção maior de ferramentas de TI; e, por fim, desenvolvimento de uma cultura colaborativa através de compartilhamento de informações e formulação de planejamentos conjuntos, entre outros elementos. Comparativamente, as empresas brasileiras já notaram as questões neces-sárias para a melhoria da gestão das cadeias de suprimento identificadas para o caso da Índia. Tem-se, assim, um bom potencial de crescimento da competitividade brasileira em mercados internacionais, o qual será somente man90 - Revista Tecnologística - Julho/2006

tido através da continuidade de adoção da colaboração na supply chain pelas grandes empresas nacionais. Para isso, devem-se valorizar mais as empresas que cultivam a “cultura para mudança”, fazendo com que haja dinamismo na obtenção e na difusão de novas qualificações ao longo de toda a estrutura da cadeia de suprimentos.

A adoção da colaboração por empresas multinacionais A adoção das parcerias colabora-tivas por parte das multinacionais no Brasil pode representar uma grande oportunidade de crescimento para as empresas brasileiras. A Tabela 2 ressalta o atual movimento de otimização das grandes cadeias de suprimentos de multinacionais presentes no Brasil (grupo de 67 empresas, do total de 149). Novamente, identifica-se um movimento rumo à adoção de modelos colaborativos de relacionamento. As empresas estão predispostas a traba-lhar no desenvolvimento da cadeia de fornecimento. Entretanto, deve-se tra-balhar no sentido de promover condições tecnológicas, especificamente no Brasil, para que haja predisposição também para transferência de conhe-

cimento e informações entre os atores das cadeias de suprimentos. Somente assim o banco de fornecimento de países em desenvolvimento adquirirá a experiência tão requisitada internacionalmente em termos estratégicos. O fortalecimento das instituições acadêmicas também ajudará no processo de qualificação das redes de suprimentos nacionais. Em conjunto com o governo, podem ser de grande utilidade, à medida que forneçam informações e suporte tecnológico para a construção e manutenção das supply chains. Inclusive, o baixo nível de importância dado a este tipo de relacionamento pelas empresas pesquisadas pode estar indicando a falta de capa-cidade comunicativa entre a iniciativa privada e os órgãos acima citados no Brasil. Tem-se aí um outro ponto a se trabalhar a fim de aumentar a atrati-vidade do mercado brasileiro para em-presas estrangeiras em processo de in-ternacionalização. Em outras palavras, incentivos fiscais por si só não bastam. Por fim, as multinacionais também devem se mobilizar para que essa estrutura seja criada nos países em que atuam. Parcerias com o governo, ins-tituições de desenvolvimento execu-tivo e a criação de programas de de-senvol-


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