Revista Tecnologística - Ed. 123 - Fevereiro-2006

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ENTREVISTA

em-um é um “agnóstico tecnológico”, algo que parece inacreditável. Ela tem um número legível, um código de barras e uma etiqueta RFID. Todos eles geram o mesmo código eletrônico de produto para a etiqueta. Isto traz benefícios porque muitos clientes Chep ainda não têm a infra-estrutura de RFID para ler e reportar a in-formação da etiqueta quando o ativo etiquetado está em suas mãos. Para assegurar que o rastreamento seja mantido, esses clientes podem ler o código de barra ou o número legível e reportar o mesmo usando o sistema de informação EPC (o sistema de com-partilhamento de informação desen-volvido pela EPC Global). Nós não teríamos conseguido o rastreamento por completo se dependêssemos so-mente da tecnologia RFID. Além disso, a etiqueta tem uma base de espuma que faz o trabalho com superfícies não condutoras para radiofreqüência, como o metal. A etiqueta também tem uma maior capacidade de memória (256 bits, em comparação aos 128 bits da etiqueta normal). Nós dividimos a memória em duas páginas; a primeira é usada por nosso cliente para escrever informações específicas do seu produto, enquanto a segunda página é usada pela Chep. Isso nos possibilita o rastreamento perfeito dos produtos, assim como do ativo que está sendo utilizado para o transporte. Enquanto a estrutura atual de compartilhamento de informação está sendo desenvolvida pela EPC Global, nós estamos trabalhando com algumas companhias para desenvolver uma plataforma de software para compartilhamento de dados especificamente para a Chep. Isto será integrado posteriormente na solução da EPC Global. A Chep já aplicou essas etiquetas em todos os contentores IBC no mercado americano. Nós planejamos fazer o mesmo no Brasil no próximo tri46 - Revista Tecnologística - Fevereiro/2006

A etiqueta três-em-um permite o uso do EPC ao longo de toda a cadeia, mesmo passando por clientes que não usam o RFID

mestre; estaremos trabalhando com alguns clientes-chave para testá-las via piloto e mostrar os benefícios desta solução. Fazendo uma comparação entre o RFID e o código de barras, quais as diferenças entre as duas tecnologias e qual a vantagem do RFID? Puneet – O RFID não requer visualização direta para captação de dados; o código de barras, por sua vez, só pode ser lido diretamente. Geralmen-te, a distância de leitura é muito li-mitada no caso do código de barras; no RFID (o HF freqüência 920 MHz), a etiqueta pode ser lida a uma distância em torno de três metros. A etiqueta de RFID pode conter mais informações do que o código de barras e pode armazenar informações importantes, como número de lote, data de validade e informações específicas de promoção de produto. Ela pode ser usada várias vezes e, diferentemente do código de barras, a etiqueta RFID tem menos chances de ser danificada e é mais confiável. Além disso, o RFID é mais do que etiquetas e leitores. Ele tem o auxílio de uma infra-estrutura que suporta o compartilhamento de dados e aplicações analíticas que levam a uma cadeia de suprimento inteligente. Se o RFID é tão bom, porque não

substituir o código de barras? Puneet – Duas das principais razões para isso não ter acontecido são: o custo da etiqueta RFID ainda é alto para companhias que usam o código de barras em embalagens unitárias. Entretanto, o seu custo está diminuindo. A tecnologia ainda não está plenamente estabilizada e os padrões acabam de ser desenvolvidos e devem ser consolidados. O RFID será um grande sucesso quando tiver uma adoção em massa, quando essa tecnologia se tornar plug and play. Um atributo-chave da tecnologia plug and play é seu baixo custo. Mas ele só vai diminuir quando a adoção do sistema aumentar! Você vê onde estou tentando chegar; é a história do ovo e da galinha. O senhor acredita que os projetospiloto que estão sendo realizados no Brasil podem de alguma maneira ser utilizados em outros países? Puneet – A Chep está usando a sua experiência no Brasil para começar a adoção do sistema em outros países. O piloto de RFID do Pão de Açúcar, do qual participamos, nos ensinou que a melhor forma de introduzir a tecnologia em qualquer país é testar seus benefícios na cadeia de suprimentos inteira. Nós já estamos usando o que aprendemos com esta experiência em uma iniciativa similar na Austrália. Também estamos iniciando uma série de novos projetos no Brasil, e muitos deles serão os primeiros desse tipo da Chep no mundo. Nós pretendemos utilizar o que aprendemos com esses projetos para apresentações no res tante do mundo.

Contatos no Brasil: Chep Brasil: (11) 3371-0344 pmoreira@chep.com.br


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