Revista Discipulus | Nº 02

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Edição de março e abril 2024 | Nº 02

DEHONIANOS | PROVÍNCIA BRM

EDITORIAL

Caríssimos confrades,

Com alegria, fazemos chegar até vocês a segunda edição de nossa Revista Discipulus. Trata-se, na verdade, de uma roupagem nova para um projeto já bastante antigo. Todos nós, certamente, nos lembramos do BM em Foco (depois, BRM em Foco) e do BRM Informa. Pois bem, o presente projeto tem a intenção de reativar uma espécie de periódico, elaborado pela Secretaria Provincial, com duplo desiderato: informação e formação.

Na primeira seção, sempre traremos os principais acontecimentos da vida da Província, circunscritos no período do qual trata a respectiva edição; na segunda, serão apresentados textos diversos, produzidos por nossos confrades de Província, e, também, outros materiais, com a finalidade de ajudar-nos em nossa formação pessoal como religiosos.

O nome “Discipulus” faz referência àquilo de mais próprio que temos e que nos une distintivamente: não somos uma simples “equipe de trabalho”, somos todos discípulos! Discípulos de Jesus! Nossa Regra de Vida (n. 17) também diz que somos discípulos de P. Dehon: “Como discípulos de Padre Dehon, queremos fazer da união com Cristo, no seu amor pelo Pai e pela humanidade, o princípio e o centro de nossa vida”. Em seu livro “A Arte de Ser Discípulo”, Amedeo Cencini faz uma associação até bastante evidente, mas estranhamente comumente despercebida, entre “discípulo” e “disciplina”, uma vez que o segundo substantivo é derivado do primeiro. Ser discípulo é, nessa lógica, seguir a disciplina do Mestre, seu modo de vida, sua cosmovisão, seus hábitos, sua rotina.

Queremos, portanto, ser, sempre mais, discípulos de Jesus, como nosso fundador, o Venerável P. Dehon, estando onde o Mestre está, amando o que Ele ama e fazendo tudo aquilo que Ele nos disser (Cf. Jo 2,5).

Boa leitura!

Recordamos que sugestões são sempre muito bem-vindas!

Secretaria Provincial

SUMÁRIO

1. Posse do Provincial e do Conselho

2. Início da função do Secretário Provincial e posse do Ecônomo

3. Conferência Dehoniana da Juventude

4. Festa de São José

5. Posse dos Superiores Locais/Territoriais

6. Aniversário do APPAL

7. Colunas – Tempo litúrgico: Padre Dehon e o

Mistério Pascal

8. Colunas – Formação: Conquistadora de corações

9. Colunas – Formação: A Gentileza 10. Aniversariantes de março e abril

1. POSSE DO PROVINCIAL E DO CONSELHO

No dia 14 de março, a Província Brasileira Meridional esteve reunida, em sua Sede, para celebrar três grandes acontecimentos: o Dia Mundial de Oração pelas Vocações Dehonianas, o Aniversário Natalício de seu Fundador e a Posse do P. Sildo César da Costa, SCJ, como Superior Provincial, e do seu Conselho.

Na celebração, presidida por Dom Murilo S. R. Krieger, à qual compareceram cinquenta padres e mais algumas dezenas de confrades e membros da Família Dehoniana, foram lidos os decretos de nomeação e o Superior reconduzido ao cargo professou solenemente as verdades contidas no Credo e prestou seu juramento de fidelidade.

Em sua homilia, P. Sildo disse: “hoje, ainda estamos celebrando a tomada de posse do novo Governo Provincial. Poderíamos dizer que não é um grupo tão novo, diante dos membros que foram chamados a participar desta importante e difícil missão. Mas eu acentuo o ‘novo’, pois certamente crescemos muito no decorrer do primeiro triênio, no aprendizado e no conhecimento da missão. O novo se faz neste novo tempo que exigem obras novas. Quero, aqui, repetir as palavras que

dirigi na tomada de posse do primeiro triênio, em 14 de março de 2021: ‘Caros confrades, a Congregação confiou a mim esta missão. Sei da importância que ela representa para cada um de nós, mas sei, também, que, acima de tudo, somos parte de uma família religiosa. Não estamos sós! Espero contar com o apoio de todos, a oração e, também, a obediência em servir a Cristo na vida de nossa Província. Quero ser irmão ao lado de cada um, às vezes pai e, às vezes, um grande amigo, mas nunca um estranho”.

Os Conselheiros Provinciais deste novo triênio são:

1º conselheiro: P. Aléssio da Rosa, SCJ

2º conselheiro: P. Anísio José Schwirkowski, SCJ

3º conselheiro: P. Marilton Nuss, SCJ

4º conselheiro: P. Mário Tito Angioletti, SCJ

2. INÍCIO DA FUNÇÃO DO SECRETÁRIO PROVINCIAL E POSSE DO ECÔNOMO

No dia 15 de março, considerada a nomeação feita pelo Conselho no dia precedente, assumiram suas funções o Secretário Provincial e o Ecônomo Provincial.

O Ecônomo Provincial, P. Diego Martins, SCJ, reconduzido à sua função por mais um triênio, fez seu juramento de fidelidade, perante o Superior Provincial. O Secretário nomeado, prometeu obediência ao Superior e prometeu guardar o segredo de ofício.

A celebração aconteceu na capela privada do Seminário de Corupá, na presença dos Conselheiros e de alguns dos religiosos da Comunidade Local.

3. CONFERÊNCIA DEHONIANA DA JUVENTUDE

Nos dias 9 e 10 de março, cerca de 180 jovens, com idades entre 16 a 35 anos, dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, viajaram até Tuparendi – RS, para participar da Conferência Dehoniana.

A Conferência Dehoniana é um projeto que foi criado para congregar jovens de paróquias da Província BRM, a fim de viverem o amor e a reparação. Esta foi a segunda conferência; a primeira ocorreu ano passado, em Joinville - SC.

Nestes dois dias intensos, os jovens puderam se aprofundar no carisma dehoniano, deixado por nosso querido Padre Dehon; momentos com missão nas casas, adoração eucarística, terço mariano e Santa Missa, além de momentos culturais, apresentados por jovens do Rio Grande do Sul.

“ “

Para tempos novos obras novas!

Padre Dehon.

A juventude anseia por obras novas, então outros dois eventos foram promovidos, no mês de abril, ambos chamados de Juventude Dehoniana Day e separados por regiões mais próximas: Juventude Dehoniana Day (Rio Negrinho e São Bento do Sul - 07/04) e Juventude Dehoniana Day (Rio Grande do Sul - 20/04).

O JD Day tem como objetivo deixar acesa a chama desses jovens, celebrando a fé e inspirando laços, a fim de partilhar o caminho da juventude Dehoniana.

O JD Day que ocorreu no dia 07 de abril, reunindo cerca de 150 jovens, iniciou na cidade de Rio Negrinho – SC, no Seminário São José, e contou com momento formativo, adoração, convivência e um delicioso café. Os jovens de paróquias dehonianas dos estados de Santa Catarina e Paraná seguiram, então, para a Paróquia Puríssimo Coração de Maria,

em São Bento do Sul - SC, onde puderam rezar juntos o santo terço, na escadaria da igreja, e encerrar o dia de vivência com a Santa Missa.

Já no dia 20 de abril, foi realizado o Juventude Dehoniana Day do Rio Grande do Sul, reunindo 90 jovens das quatro paróquias dehonianas: Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Tuparendi - RS, Paróquia Três Santos Mártires das Missões, de Crissiumal - RS, Paróquia São José, de Boa Vista do Buricá – RS e a Paróquia Nossa Senhora da Purificação, de Nova Candelária - RS, que sediou o evento.

O encontro iniciou-se às 17h e foi marcado por muita animação, adoração eucarística, uma breve formação referente ao que é ser Dehoniano, oração do santo terço e Missa junto com a comunidade, em sintonia com as atividades paroquiais. Após a missa, houve momento de convivência, partilha e lanche compartilhado.

Foram dias especiais e únicos para nossa juventude, de renovar a fé, com o objetivo de que mais jovens conheçam o carisma dehoniano, através da partilha, difundindo o amor pelo Sagrado Coração de Jesus!

Como Padre Dehon afirmava:

Jovens que querem mudar a sociedade não podem ter ideias tímidas.

Coordenação: Fernanda Campos Pacher e Padre Rodrigo Bento.

Secretariado: Gabriela Franzner, Michele Diel Martini e Rafaela Domingues Soares da Silva.

4. FESTA DE SÃO JOSÉ

O 17 de março foi marcado pela Festividade de São José, patrono do Seminário de Rio Negrinho.

A Santa Missa que aconteceu às 10h, presidida pelo Superior Provincial, Padre Sildo, deu início às festividades e contou com a presença expressiva de amigos benfeitores, sacerdotes e familiares dos seminaristas. Após, a tradicional Costela Fogo de Chão, em sua 7ª edição, marcou, também, os festejos.

Nossa gratidão aos sacerdotes, religiosos, amigos benfeitores e toda comunidade que se coloca sempre à disposição, ofertando seu tempo e seus dons, em prol do nosso seminário, em prol das vocações. São 75 anos formando homens novos para um mundo novo. E que venham os próximos 75 anos desta bela história.

São José, nosso protetor, rogai por nós!

5. POSSE DOS SUPERIORES LOCAIS/ TERRITORIAIS

Ao longo deste último mês, tomaram posse como Superiores os seguintes religiosos:

Comunidade: Nossa Senhora de Fátima

Superior: P. Sérgio Luís da Costa, SCJ

Data da Posse: 07/04/2024

Comunidade: Rio do Sul - São Judas Tadeu

Superior: P. Ari Errhal, SCJ

Data da Posse: 08/04/2024

Comunidade: Padre Gabriel Lux

Superior: P. Diego Martins, SCJ

Data da Posse: 08/04/2024

Comunidade: Padre Dehon

Superior: P. Anísio J. Schwirkowski, SCJ

Data da Posse: 10/04/2024

Comunidade: Nossa Senhora Aparecida

Superior: P. Itaianan B. Vieira, SCJ

Data da Posse: 15/04/2024

Comunidade: São Luís Gonzaga

Superior: P. Mariano Weizenmann, SCJ

Data da Posse: 19/04/2024

Comunidade: Sagrado Coração de Jesus

Superior: P. Zaqueu Suczeck, SCJ

Data da Posse: 18/04/2024

Comunidade: Santa Rita de Cássia

Superior: P. Cícero C. Murara SCJ

Data da Posse: 19/04/2024

Desejamos-lhes bênçãos abundantes no exercício desta importante missão!

6. 40 ANOS DO APPAL

No dia 25 de abril de 2024, um acontecimento importante deve ser registrado, com gratidão, na Província Brasileira Meridional: 40 anos de fundação do Arquivo Provincial Padre Lux (APPAL). A comemoração oficial se realizará no domingo, dia 28 de abril do corrente, às 10h, com a Santa Missa na Capela do Seminário Sagrado Coração de Jesus/Sede Provincial, em Corupá (SC).

Corria o ano de 1983. No ano seguinte, ou seja, em 1984, a então Província Brasileira Meridional iria celebrar o primeiro cinquentenário de sua fundação (25 de abril de 1934). A ideia germinou da conversa de dois religiosos: o então Superior Provincial Padre Murilo Sebastião Ramos Krieger e Padre Eloy Dorvalino Koch. Na verdade, o diálogo teve por objetivo a necessidade de se escrever algo atualizado sobre história da Província, visto que, até aquele momento, o último trabalho realizado nesse intento era o “Álbum Comemorativo”, de 1953.

Segundo Padre Eloy Dorvalino Koch, a iniciativa era de

um trabalho sério, que, como todo mundo sabe, exige fundamentos sólidos, ou seja, um acervo o mais possível completo de documentos históricos. Daí, a meu ver, impor-se a criação de um arquivo provincial. Este, bem iniciado no ano em curso, poderia ser oficialmente inaugurado em 1984. Evento esse que, na minha opinião, constituiria, por si só, um marco bastante eloquente para a comemoração do primeiro cinquentenário da ereção canônica de nossa Província. (2) A História formalizada em livro seria assunto para uma segunda etapa. Viria qual fruto sazonado...1

Na reunião do Governo Provincial, nos dias 10 e 11 de fevereiro de 1983, decidiu-se

Fundar e organizar o ARQUIVO DA PROVÍNCIA. O projeto vem do P. Eloy Koch. (...) Para Diretor desse Arquivo é nomeado o P. Eloy. Brusque foi escolhida como

1Carta datada de 01.02.1983, de Padre Eloy Dorvalino Koch, SCJ, ao Superior Provincial e seu Conselho.

local do Arquivo. (...) O nome aprovado para o Arquivo é ARQUIVO PROVINCIAL PADRE LUX (APPAL). A inauguração coincidirá com a data do jubileu da Província.2

Ainda em abril de 1983, o primeiro Diretor do Arquivo, Padre Eloy Dorvalino Koch, escreve no Circular SCJ explanando maiores detalhes quanto à organização e desenvolvimento do mesmo Arquivo. Seria instalado nas dependências da antiga Tipografia Leão Dehon, em Brusque. Seu primeiro secretário nomeado foi o então Frater Giovani Pontes. Padre Eloy anuncia o lema do APPAL: “Viver a atualidade, compreendida pelo passado e projetada para o futuro”.3

Após um ano de intensos trabalhos, eis que chega o memorável 25 de abril de 1984.4 Naquela data histórica dos 50 anos de criação da então Província, com a Santa Missa na Capela do Convento Sagrado Coração de Jesus, em Brusque, celebrada pelo então Arcebispo de Florianópolis Dom Afonso Niheues e concelebrada por grande número de sacerdotes, cujos cantos foram entoados pelo Coral dos Fratres, com a presença também de vários convidados, ao final da mesma, nas novas dependências do Arquivo Provincial Padre Lux, ocorreu a bênção e inauguração oficial.

2CIRCULAR SCJ – Província Brasileira Meridional. Março – 1983. Número 143. Página 34.

3CIRCULAR SCJ – Província Brasileira Meridional. Abril – 1983. Número 144. Páginas 73 e 74.

4Na realidade, por justos motivos, a festividade foi antecipada para 23 de abril de 1984.

Durante as comemorações, o então Superior Provincial Padre Murilo Sebastião Ramos Krieger, expôs o seguinte:

Gostaria, meus caros amigos, de responder muito simplesmente a três perguntas: Por que um Arquivo Provincial? Por que Padre Lux? Por que sua inauguração hoje?

Por que um Arquivo Provincial?

Nós sentimos na Província a necessidade de um centro de coleta de material muito rico que a Congregação tem aqui no Brasil, material que, justamente, pela falta de um local que o recebesse, estava se perdendo... E perdendo-se torna difícil, para não dizer impossível, alguém escrever a História da província. Nós sentimos esse problema quando, em vista do Cinquentenário, queríamos que fosse escrita uma História da província. Vimos que seria uma tarefa simplesmente impossível, porque não tínhamos um arquivo que reunisse nossos documentos. Acredito que esse Arquivo Provincial vai possibilitar que seja escrita a História da província, numa homenagem a todos aqueles que a construíram.

Por que Padre Lux?

Penso que Pe. Lux sintetiza e representa muito bem não só os pioneiros dessa província, mas todos os padres alemães que aqui vieram e deram a sua vida por um povo que não conheciam, mas que começaram a amar, e de uma forma total, desde o início. O nome “Padre Lux” servirá para recordarmos não apenas os trabalhos que este extraordinário religioso realizou, mas para nos lembrarmos também de tudo aquilo que fizeram os seus conterrâneos.

Por que a inauguração hoje?

Queríamos que o Cinquentenário da província fosse marcado com a inauguração de uma obra importante. E o Arquivo Provincial Padre Lux é importante porque nós não estamos muito acostumados a olhar o passado. E não olhando o passado, deixamos de nos enriquecer no presente e de lançar novas perspectivas para o futuro.

Queremos que a inauguração de hoje, com sua bênção dada por Dom Afonso, possibilite-nos olhar para o passado, não num saudosismo estéril, mas para que saibamos valorizar mais os passos que já foram dados, e assim dar outros em continuação daqueles.5

5CIRCULAR SCJ – Província Brasileira Meridional. Abril-maio – 1983. Número 151. Página 100.

Padre Eloy Dorvalino Koch esteve a frente do APPAL até o seu falecimento, ocorrido na data de 15 de fevereiro de 2011. Por cerca de 28 anos empenhou-se devotamente à causa da salvaguarda desta imensurável riqueza histórica. Ao Padre Koch, devemos exarar nossa perene gratidão!

No início do ano de 2012, assumiu a coordenação do Arquivo o Padre Eloi Comper. Durante esse período, por decisão do então conselho provincial, mais precisamente no ano de 2017, sendo então Superior Provincial o Padre Gilberto Bonatto Xavier, o acervo documental foi transladado, de Brusque, para a nova sede da Província Brasileira Meridional (BRM), situada na Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Corupá. Escolheu-se as dependências do antigo refeitório da casa, localizado na chamada “parte antiga” das edificações da mesma, sendo esta ala do prédio justamente obra de Padre Lux. As atividades continuaram, até 2018, sob a coordenação do Padre Eloi Comper. No ano de 2019, assumiu os trabalhos o Padre Nestor Adolfo Eckert. Em princípios de 2020, por vários problemas com sua saúde debilitada, Padre Nestor necessitou fixar residência junto ao Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul.6

Em setembro de 2020, o Arquivo Provincial Padre Lux, passou a ser coordenado por Giuliano Sávio Berti. Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, ocorrida no dia 24 de junho de 2022, estando presente o Superior Geral Padre Carlos Luís Suárez Codorniú e o Superior Provincial Padre Sildo César da Costa, o APPAL foi solenemente reinaugurado, sendo suas instalações abençoadas por Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, arcebispo emérito de Salvador (BA) e que, há quatro décadas,

6Padre Nestor Adolfo Eckert faleceu na data de 20 de julho de 2023.

como já citado, foi um dos grandes incentivadores da criação do mesmo.

Em todo o atual espaço do Arquivo Provincial Padre Lux, encontramse, além da sala de acervo documental:

Biblioteca Dehoniana Padre Francisco

Sehnem e Biblioteca de Teologia dedicada ao mesmo patrono; Sala de Estudos Padre

Eloy Dorvalino Koch;

Biblioteca de temas gerais Irmão Claudio Malmann e um pequeno oratório.

E aqui fica o apelo a todos os que possuírem fotos, lembranças de ordenação, ou de jubileu, bem como artigos de jornais referentes a biografia de confrades ou sobre as respectivas paróquias e casas religiosas, etc, que encaminhem para o APPAL. Todos os que desejarem realizar uma visita ou solicitações referentes à história dos religiosos dehonianos, paróquias, casas religiosas, etc, poderão entrar em contato através do (47) 3375-1194 (Ramal 228) ou pelo e-mail: appal@brm.org.br.

Desde a sua fundação, há quarenta anos, até a atualidade, várias pessoas colaboraram com os supramencionados coordenadores, nas diversas atividades. Quantos auxiliaram, realizaram pesquisas ou visitaram nosso APPAL. Que o Coração de Jesus retribua a todos e faça sempre desses corações um reflexo do Seu bondoso Coração!

Vivat Cor Jesu, per Cor Mariae!

7. COLUNAS – TEMPO LITÚRGICO: PADRE DEHON E O MISTÉRIO PASCAL

Padre Dehon e o Mistério Pascal

Fr. Ricardo Vinter, SCJ

Entrar na perspectiva de nosso fundador diante do maior mistério cristão pode ajudar o fiel, e, no nosso caso, o religioso, a vivenciar sua própria vocação e a responder ao seu chamado carismático. A intenção é alargar sinteticamente o tema com o contexto temporal de Jesus, a partir de sua Paixão, Morte, Ressurreição e Ascenção.

Padre Dehon convida seus religiosos a meditarem sua própria morte em face do mistério da entrega de Jesus na cruz, contando com a presença materna de Maria, que faz questão de acompanhar seu filho e aqueles que dele se aproximam nos momentos mais difíceis da vida.

A reparação é um tema caro ao nosso fundador, no qual apresenta Jesus como modelo de sacerdote reparador, diante de seu amor perante a cruz. Tal instrumento de tortura passa a ser objeto de salvação, porque Jesus coloca nele uma nobre intenção, através de sua obediência, nesta difícil etapa de sua vida.

Quando padre Dehon reflete o sacerdócio de Cristo, inevitavelmente recorre ao sacrifício de Jesus na cruz, momento de glória e ação de graças perfeita a Deus e, ao mesmo tempo, instante revelador da salvação do gênero humano. Desta forma, é pedido aos seus religiosos que se assemelhem ao Coração de Cristo, pois apenas Ele dá a Deus a glória devida.

Padre Dehon considera como sinônimos “Paixão de Cristo” e “Puro amor”. Ao meditar a paixão de Cristo e sua consequente ressurreição, compreende a missão que daí emana, tudo o que deve ser vivenciado para fazer jus ao sacrifício do Filho de Deus. Medita os pecados que as almas consagradas hão de cometer, mas também os caminhos de

salvação por Jesus abertos, pelos quais seus religiosos devem trilhar. O fundador passou a Semana Santa de 1865 em Jerusalém. Sua espiritualidade recebeu novo vigor, sua fé teve um novo combustível devido à imersão que o ambiente proporciona ao peregrino. Quantas inspirações ebulem de seu coração para alimentar espiritualmente seus futuros filhos no carisma!

Padre Dehon tem a intenção de fazer seus religiosos refletirem o sentido da Páscoa como uma admissão ao banquete celeste desde já, como uma inspiração para perseverança na vocação e na fé. Transparece, assim, o caráter transcendente de sua oração, na qual volta seu olhar ao que é divino, renunciando àquilo que é passageiro e carnal.

Porém, isso não denota uma espiritualidade meramente ideal, pois afirma que o caminho da ressureição se faz pelas cicatrizes de Jesus crucificado. Dehon sublinha a importância do abandono em Deus e em sua Providência; esta chave de leitura da Ressurreição é crucial para o bom êxito da missão de Jesus, que P. Dehon apresenta como modelo de vítima aos seus religiosos.

É possível, segundo o ainda seminarista Dehon, a cada ser humano colocar toda sua vida na corrida que Pedro e João fazem ao receberem a notícia da Ressurreição. Quando se recebe a notícia que faz os acontecimentos de toda a vida terem sentido, sai-se imediatamente de um sono letárgico para um sentimento de prontidão que o coloca em movimento, onde há evidência do que é prioridade na vida do cristão.

Ao longo da corrida, faz-se o que é necessário para alcançar o objetivo, superam-se as adversidades, os contratempos, treina-se buscando a preparação para desafios e tomadas de decisões, pessoas queridas ficam para trás e lugares especiais se tornam apenas o cenário desta trajetória pessoal, cuja única meta é adentrar o sepulcro do Mestre.

Caminhos distintos ao dEle, mas que cada qual deve trilhar individualmente, sempre buscando a Jesus, indo ao seu encontro, na esperança de, um dia, ressuscitar com Ele e, assim, experimentar, também, esta Páscoa pessoal.

Em uma de suas pregações, padre Dehon inspira-se no caminho feito por Jesus após sua ressurreição, o caminho que o leva à Ascenção aos céus. Mesmo que possa parecer glorioso tal itinerário, o fundador apresenta a necessidade de ressignificação da história pessoal do Mestre, que deve ser a atitude de cada discípulo seu, apresentando que, para chegar ao Monte das Oliveiras, com seus apóstolos, ele precisaria passar em pontos de Jerusalém, que recordariam momentos de dor e sofrimento, ao refazer a Via Crucis com o corpo glorioso, seus discípulos têm mais um motivo de júbilo e confirmação de fé. Esta também deve ser a postura dos religiosos: ressignificar sua própria história nos desígnios do Pai, com um voto de entrega ao Coração de Jesus, o qual deve ser realizado diariamente.

A cada temporada colhem-se frutos novos de árvores que existem há muitas primaveras, basta que sua seiva não seque e que seus ramos permaneçam ligados ao tronco. Que todo religioso consiga obter novas inspirações para sua caminhada vocacional, a partir do rico testamento deixado por este previdente fundador.

8. COLUNAS – FORMAÇÃO: CONQUISTADORA DE CORAÇÕES (DE 85)

Fr. Leonardo Jacomelli, SCJ

Ao aproximar-se o mês de maio, o coração e a mente do fiel católico já se recordam da Mãe, A Virgem Maria. E para um Dehoniano, que aprendeu com seu fundador, Padre Dehon (DE 264), a espiritualidade do Coração de Jesus pelo Coração de Maria como via de santidade, isso é ainda mais intenso.

Nosso Diretório Espiritual diz: “alguns santos, tomados de admiração e de entusiasmo pela beleza, santidade, amabilidade de Maria, a chamaram de conquistadora de corações. A beleza, a graça, a suavidade das suas virtudes conquistaram primeiro o Coração do seu Deus e atraíram-no para nela assumir a sua carne e nela habitar”. (DE 85) Esta afirmação de Padre Dehon nos revela o movimento interior do coração de nosso fundador. Ele, que está no contexto em que Leão XIII, durante seu de pontificado (1878-1903), escreveu dez encíclicas sobre o santo Rosário e a devoção Mariana. Na Encíclica que escreveu por ocasião do cinquentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, ressaltou a figura de Maria como Medianeira, junto ao Mediador, Jesus Cristo, utilizando como fundamento o Tratado da Verdadeira Devoção de São Luís Maria Grignion de Montfort, devoção particular de Padre Dehon, herdada de sua Mãe Estefânia Vandelet, e recomendada a seus religiosos. (DE 265)

E nesta de via de amor e devoção à Virgem Medianeira de todas as Graças, nós também somos inseridos, ao participarmos da experiência de fé vivida por Padre Dehon (RV 2), que afirma: “nas palavras, Ecce Venio...., Ecce Ancilla..., encontram-se toda nossa vocação, nossa finalidade, o nosso dever, as nossas promessas” (DE 14) (RV 6). Bem como, que pela herança espiritual que recebemos de nossas famílias, que foram os que por primeiro nos colocaram no colo de Maria, seja pela devoção à Nossa Senhora Aparecida, ou pelas músicas marianas, de nosso confrade Padre Zezinho, scj, ou ainda pelas “rezas” do terço em família.

Assim, nós também podemos dizer com propriedade que ela conquistou nosso coração e o conquistou para o Coração de seu Filho. Por isso, queremos corresponder a este amor conquistador com nossa oferta de vida em união com Maria (DE 4), que é nosso modelo (DE 77).

Procurando imitar suas virtudes, a começar pela disponibilidade, expressa no seu “Ecce Ancilla”, que fielmente esteve em seus lábios desde de Nazaré ao Calvário (DE 80), pelo modelo de vida oculta, que Maria cultivou com São José no cuidado com a Sagrada Família, e que nos move a viver a vida comunitária em “nossas Nazarés” - nas nossas comunidades religiosas, nas quais, como Maria, cultivamos nossa vida interior, no silêncio e na contemplação, do mesmo modo que “Maria, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração” (Lc 2,19). Assim, pode-se vislumbrar que o coração de Maria está associado aos mistérios da vida escondida do Sagrado Coração de Jesus, e dá-nos o exemplo da contemplação do amor.

Ainda, pela vida apostólica, que com Maria Santíssima iniciou desde o momento da Anunciação, quando ela compreende a sua vocação missionária e parte apressadamente as regiões montanhosas de Judá, para encontrar Isabel, e proclamar seu Magnificat; igualmente ao acompanhar a ação missionária de seu Filho, desde o dia em que o encontrou o Menino Deus no Templo (Lc 2, 46 – 50), passando por sua vida pública, até receber dele a missão de Mater Ecclesiae, aos pés da Cruz (Jo 19, 25 – 27).

Enfim, ao refletir sobre as virtudes marianas que nos são modelos, percebemos que são vastas as oportunidades de crescimento na vida

consagrada, se nos propusermos a trilhar o caminho discipular feito por Maria.

De modo semelhante, reconhecemos a dignidade da devoção e consagração à Santíssima Virgem, que nos faz crescer na vida interior e nos dá suporte com sua intercessão. Esta que é, segundo Dehon, a mais querida devoção, após a do Coração de Jesus. Por isso, “celebramos com alegria e devoção o mês de Maria” (DE 264). E, com padre Dehon, “consagremo-nos à Rainha dos céus e tenhamos a confiança na medianeira de todas as graças” (NQ I, 67).

9. COLUNAS – FORMAÇÃO: A GENTILEZA

A gentileza espiritual tem um significado que vai muito além daquele de simplesmente ser gentil, amável ou elegante. A gentiliza é a atitude de quem faz a experiência do dom de Deus e deseja responder a ela positivamente. Nós podemos viver a gentileza em duas dimensões, uma pessoalmente com Deus e outra na relação com as pessoas. A gentileza, nos dois casos citados, tem referência direta com o coração. É gentil quem tem um coração polido, isto é, quem tem um coração sem arestas para com Deus e para como os irmãos.

A gentileza, na relação pessoal com Deus, se caracteriza por não colocarmos obstáculos à ação Dele. A presença de Deus é percebida nos fatos da vida e nos impulsiona a acreditar em e a aderir a um projeto, ou melhor, acreditar na promessa de Deus. A gentileza cria um movimento de crescimento ou amadurecimento na relação pessoal com Deus. Portanto, ser gentil significa colaborar com o movimento e com o dom de Deus na vida concreta e deixar-se conduzir pelo sopro do Espírito Santo.

Ao mesmo tempo, a relação pessoal com Deus exige a dimensão da gentileza na relação com as pessoas. Aqui, na verdade, se reflete concretamente o que nós vivemos na intimidade da relação com Deus. Ou seja, se vivemos de fato uma relação de amizade com Deus e nos fazemos discípulos Dele, necessariamente convergimos nosso jeito de ser conforme aquilo que o Senhor vai colocando no nosso coração.

A casa de Betânia pode nos inspirar muito sobre a gentileza espiritual. Ela é a casa de Marta, Maria e Lázaro, os amigos de Jesus. Isto é, Betânia pode ser também nossa casa, se nos consideramos amigos de Jesus. Aqui, cada personagem tem um significado indispensável para a vida do cristão. Marta é ativa, prática, trabalha, corre, serve; Maria é quieta, senta aos pés de Jesus, entende o coração de Cristo, e Lázaro é o amigo, aquele que Jesus ama (cf. Jo 11,1-44; Lc 10,38-42 e Jo 12,1-11).

Se considerarmos a casa de Betânia como a nossa casa e estes três personagens como três dimensões do nosso ser, temos um resultado muito interessante. Percebemos que a gentileza “arregaça as mangas” ao trabalho, corre, serve, “sua a camisa”, se desgasta, se cansa... e porque se cansa, toma consciência que precisa voltar à sua fonte (Lc 15,18), estar em sintonia de coração (Lc 10,39), derramar o óleo perfumado aos pés de Jesus (Jo 12,3) ...sentir-se amado por Ele, acolhido e com vida nova (Jo 11,44). A este ponto começa tudo novamente; esta é a experiência fundante de cristão, pois numa atitude de resposta a Jesus, gentilmente, erguemos nossas mangas, servimos nosso irmão e o levamos conosco até Jesus.

A gentileza, poderíamos dizer, é um modo de ser cristão que usa da cordialidade para se aproximar de Deus e dos irmãos. Ela nos coloca num processo de configuração com o coração de Jesus. A gentileza, portanto, é a atitude própria de quem tem fé, esperança e amor.

A fé, esperança e o amor são as virtudes teologais que São Paulo nos apresenta em 1Cor 13,13. Sob o ponto de vista da gentileza espiritual, não é o caso de discutir qual é a mais importante ou melhor. Na casa dos amigos de Jesus nós cultivamos a gentileza, fruto de quem vive na fé, servindo, esperando e confiando no Senhor Jesus. Amar e deixarnos amar por Ele nos impulsiona a servir e amar também nosso irmão ao modo como Jesus mesmo o fez.

10.ANIVERSARIANTES DE MARÇO E ABRIL

26 DE MARÇO

Fr. Jeferson A. Caldas

02 DE MARÇO

P.Nilson Hellmann

07 DE MARÇO

P.Odilo Antônio Leviski

10 DE MARÇO

P.Silvano Borba

20 DE MARÇO

Fr. Erik Patrik Fantini

21 DE MARÇO

P.Luiz Antônio de Faria

24 DE MARÇO

P.Alírio José Pedrini

24 DE MARÇO

P.Mariano Weizenmann

25 DE MARÇO

P.Vilson José Comandolli

25 DE MARÇO

Dom Antônio W. da Silva

28 DE MARÇO

P.Aléssio da Rosa

09 DE ABRIL

P.Aldo Cícero Lisboa

10 DE ABRIL

Fr. João Pedro Kuberesky

17 DE ABRIL

P.Renato Vieira Lima

18 DE ABRIL

P.Luiz Carlos Berri

23 DE ABRIL

P.Airton Franzner

24 DE ABRIL

P.Magnos J. B. Caneppele

26 DE ABRIL

P.Moisés B. Mittelstead

30 DE ABRIL

Diác. José R. H. Zorer

11. ORAÇÃO PELO XXV CAPÍTULO

GERAL

Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17, 21)

Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor, enquanto nos preparamos para celebrar nosso XXV Capítulo Geral, nós nos confiamos ao vosso Sagrado Coração. Vós nos chamastes para ser um como vós sois Um com o Pai, na perfeita comunhão do Espírito Santo.

Concedei-nos o dom da unidade de coração, mente e espírito, para que possamos dar testemunho de vosso amor neste mundo em transformação. Fortalecei nosso Sint unum enraizado em nossa identidade espiritual como irmãos de P. Dehon, profetas do amor e servidores da reconciliação.

Que possamos estar comprometidos a compartilhar nossas vidas com nossas comunidades, em oração e serviço, em generosidade e apoio mútuo. Livrai-nos da tentação do egoísmo e do isolamento, e ajudainos a trabalhar como um corpo unido, oferecendo nossos talentos para o bem da Igreja e do mundo.

Que vosso Espírito Santo nos capacite a participar de vossa missão redentora, para que o mundo creia em vosso amor infinito. Maria, Mãe da comunhão, protegei-nos com vossos cuidados, para que continuemos a ser fiéis a vosso Filho que morreu e ressuscitou por nós.

Amém.

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Revista Discipulus | Nº 02 by provinciabrm - Issuu