Adilson Farias
Adilson Farias
978-65-994666-7-0
O
Prosa Nova Editora
Opa é uma história que fala sobre afeto e respeito. Avô e neta transitam nas histórias do passado e do presente, entre invenções e aventuras. Um dia, Opa parte para mais uma de suas expedições rumo ao desconhecido, mas deixa em sua neta lembranças que a acalentarão por toda sua vida.
Nós, da Prosa Nova, gostamos de falar sobre histórias de vida. E sabemos que nossas biografias serão cada vez mais longas. Segundo o IBGE, até 2050 o número de idosos deve triplicar no país. Precisamos preparar as novas gerações, e a nós mesmos, para acolhermos os idosos com afeto e respeito. Este é o motivo pelo qual publicamos esse livro.
Seu autor, Adilson Farias, é um artista com trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Por aqui, ilustrou livros de Monteiro Lobato, Ruth Rocha e Ana Maria Machado. Opa, sua estreia como autor, foi inspirado pela convivência de sua própria filha com o avô, portador de Alzheimer.
A Editora Prosa Nova espera que esta obra ajude famílias a abordar a questão do envelhecimento com respeito, sabedoria e conhecimento. Que a lâmpada do Opa possa iluminar a todos nós na jornada da vida.
Celina Fiamoncini Andrioli Editora
Se você gosta de aventuras, entre neste barco de um avô, sua netinha e um chapéu cheio de histórias! Ou será que a viagem é num balão? Ou numa nuvem? Ou numa volta ao tempo em que os dinossauros eram os donos da terra? Ler este lindo livro de Adilson Farias é navegar e, ao mesmo tempo, voar em um mundo de palavras e imagens carregadas de memórias, descobertas, dúvidas, mistérios, esquecimentos, alegrias e tristezas, tudo iluminado com lâmpadas de poesia e amizade, delicadeza e amor. É brincar de esconder e revelar, fugir e voltar, ir embora para não sei onde e ficar pertinho de quem a gente ama, sentir e dizer o que jamais será esquecido.
A beleza da vida está neste livro!
Através de primorosas imagens e poéticas palavras, metáforas e sutilezas, as aventuras da menina e seu avô nos fazem rir e chorar. Perguntar e ouvir. Imaginar e conhecer. Aprender e reinventar. Tornar a vida uma viagem mágica e memorável! E se a gente se esquecer de algumas coisas, sempre haverá alguém para contar como foi que essa amizade e esse amor acenderam lâmpadas de encantamento e coragem.
Stella Maris Rezende Escritora vencedora de quatro Prêmios Jabuti
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Para minha esposa Sônia e nossa filha Nina. Vocês são as luzes que iluminam meus dias.
E, para a família Horn, por não deixar que o brilho da vida se apague.
OI. ESTE É O MEU AVÔ. EU O CHAMO DE OPA. ENGRAÇADO, NÉ? É QUE OPA SIGNIFICA VOVÔ EM ALEMÃO. MUITO TEMPO ATRÁS, O OPA DO MEU OPA VEIO LÁ DA ALEMANHA.
POR ISSO, EU FALO ASSIM: MEU OPA.
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MEU OPA VIVE COM A CABEÇA CHEIA DE IDEIAS.
TEM TANTAS QUE PRECISA GUARDÁ-LAS
EM SEU GRANDE CHAPÉU.
A MAMÃE DIZ QUE O CHAPÉU
É SÓ PARA ESCONDER A CARECA, MAS EU NÃO ACREDITO.
EU SEI QUE É PARA ELE NÃO PERDER POR AÍ TUDO O QUE SABE.
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NO CHAPÉU DO MEU OPA TEM MUITAS HISTÓRIAS.
ELE GOSTA DE CONTAR SOBRE AS AVENTURAS QUE VIVEU. E EU ADORO SENTAR EM SEU COLO E ESCUTAR TUDINHO.
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O QUE EU MAIS GOSTO DE OUVIR
SÃO AS AVENTURAS QUE ELE VIVEU COM SUAS INVENÇÕES.
CERTA VEZ, CONSTRUIU UMA MÁQUINA QUE
VIAJAVA NO TEMPO E VOLTOU À ÉPOCA EM QUE
OS DINOSSAUROS ERAM OS DONOS DA TERRA:
— ELES ERAM GRANDES E ATRAPALHADOS!
MEU OPA TAMBÉM VISITOU O FUTURO.
LÁ CADA PESSOA TINHA SUA PRÓPRIA NAVE ESPACIAL.
PERCEBI QUE VIAJAR PELO SISTEMA SOLAR SERÁ MOLEZA!
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UMA DAS COISAS QUE
MEU OPA MAIS GOSTA DE FAZER É EXPLICAR
COMO FUNCIONAM
SUAS INVENÇÕES.
SEMPRE ME MOSTRA CADA
DETALHEZINHO E ME EXPLICA
PARA QUE SERVE CADA PEÇA. NESTE MUNDO DE DESCOBERTAS, EU BRINCO COM TODAS AS TRAQUITANAS!
TEM UMA MOTO A VAPOR QUE FAZ UM BARULHO IGUAL À MARIA-FUMAÇA.
TEM TAMBÉM UM CARRO MOVIDO
A VELA QUE NAVEGA PELAS RUAS COMO UM BARCO.
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O BARCO-BALÃO É UMA INVENÇÃO
EM QUE ELE AINDA ESTÁ TRABALHANDO
E SERVIRÁ PARA VOAR PELO MUNDO
E POUSAR EM QUALQUER LUGAR.
A QUE EU ACHO MAIS ENGRAÇADA
É A COLHER CHEIA DE FUROS.
ELA SERVE PRA QUEM PRECISA COMER MENOS.
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UM DIA MEU OPA
EXPLICAVA SOBRE O
VENTILADOR DE INVERNO
E, DE REPENTE, UMA LUZ
SE APAGOU EMSEU CHAPÉU.
ERA COMO SE ELEESTIVESSE SE ESQUECENDO NEM TEVE TEMPO DE ME
DIZERQUEESSAINVENÇÃOSOPRAVA UM VENTO QUENTE NA CARA DAGENTE. DASCOISASQUETINHA CRIADO .
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NUMA TARDE, PEDI QUE
ME CONTASSE SOBRE SUAS
AVENTURAS DO PASSADO.
EU TINHA CERTEZA DE QUE
ESSAS HISTÓRIAS ESTAVAM
DENTRO DO SEU CHAPÉU!
ELE COMEÇOU A SE LEMBRAR DA VEZ
EM QUE MONTOU EM UM DINOSSAURO
COMO SE FOSSE UM CAVALO.
MAS, NO MEIO DA HISTÓRIA, ENTRARAM
A CHAPEUZINHO VERMELHO
E OS TRÊS PORQUINHOS
EM UMA NAVE ESPACIAL...
OLHEI PARA O CHAPÉU E VI MAIS ALGUMAS24 25
LUZES SE APAGANDO…
DIAS DEPOIS, AS MÁQUINAS DO MEU OPA
O VENTILADORDE
JÁ NÃO FUNCIONAVAM TÃO BEM QUANTO ANTES
INVERNO TRABALHAVA NO VERÃO.
O CARRO A VELA SÓ FUNCIONAVA NO REBOQUE. A MOTO A VAPOR SE ENGASGAVA COM A FUMAÇA.
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EUOOLHAVA,TENTANDO
BRINCAR COMO ANTES , MAS ELE PARECIA NÃOME RECONHECER.
AS POUCAS LUZES QUE AINDA ACENDIAM
NÃO CLAREAVAM MAIS SUAS IDEIAS BRILHANTES.
NOSSAS BRINCADEIRAS DANÇAVAM PELOS SEUS OLHOS E ELE APENAS OBSERVAVA.
FOIQUANDO EU COMECEIADESCONFIAR
QUE
ELETRABALHAVA EM UM PROJETO SECRETO ,
SÓDELE .
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UM DIA EU PERCEBI QUE MEU OPA NÃO
ESTAVA MAIS SENTADO EM SUA CADEIRA. FIZ DE CONTA QUE ERA UMA DETETIVE E FUI PROCURAR POR ONDE ELE ANDAVA. E LÁ ESTAVA: NA OFICINA, DANDO OS RETOQUES FINAIS EM SEU BARCO-BALÃO. FIQUEI SURPRESA, AFINAL ELE FICOU TANTOS DIAS QUIETINHO...
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ELE OLHOU PARA MIM, APERTOU O ÚLTIMO
PARAFUSO, E ENTROU NO BALÃO. UMA BELA NUVEM COR-DE-ROSA APARECEU NO CÉU.
A IMENSA MÁQUINA SUBIA BEM DEVAGAR
E SE MISTURAVA COM AS CORES.
FOI ENTÃO QUE EU ENTENDI QUE
MEU OPA ESTAVA PARTINDO PARA
UMA NOVA AVENTURA.
QUANDO ELE ESTAVA BEM ALTO, EM MEIO À GRANDE NUVEM, NOTEI ALGO PEQUENININHO CAINDO DO BARCO-BALÃO. DESCIA DEVAGAR... SUAVEMENTE...
E AOS POUCOS EU FUI
RECONHECENDO AQUELE OBJETO.
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