Cartilha Vidançar - Ballet Clássico

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BALLET CLÁSSICO

UM POUCO MAIS SOBRE A PRIMEIRA RAZÃO DE EXISTIR DO PROJETO VIDANÇAR!

A DANÇA TRANSFORMANDO VIDAS!

CARTILHA 2023

A TEORIA É TÃO IMPORTANTE QUANTO À PRÁTICA

A proposta desta cartilha não é a de apresentar a metodologia do ballet clássico do projeto Vidançar, mas sim contribuir com o aprendizado da parte teórica, tão importante quanto ficar na ponta dos pés! Assim, cada criança, adolescente e jovem, alunos do para que professoras, terá ainda mais recursos para vivenciar o melhor possível em cada uma das aulas das Oficinas de Dança oferecidas pelo projeto.

No Projeto Vidançar, as não são bem divididas, em termos de idade e nível técnico, assim, cabe às professoras identificar os pontos forte e fracos de cada turma, idade e condição física, de modo que se alinhem ao conteúdo programático da grade de aulas proposta em cada semestre. Nas turmas especiais de preparação técnica para audições e testes, as professoras devem priorizar a limpeza e a execução correta dos movimentos, de modo que os pequenos bailarinos consigam se autocorrigir, sem vícios ou falta de consciência corporal.

A grade curricular deve ser fomentada a cada aula, durante todo o ano, para que não se perca a técnica do novo aprendizado. É importante que, durante as aulas, as professoras expliquem também a parte teórica dos epaulement e port de brás, posições técnicas do corpo em cena, para incentivar a pesquisa dos significados dos nomes.

Abaixo, alguns nomes que devem ser pesquisados por todos os alunos!

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Plié, Battements tendu, Battement jetés, Battemment fondu, Ronds jambe, Adagio, Battement frappé, Grand battement, Petit battu sur Le cou de pied, Soutenus, Retirres, Developes, Balances, Temps lie, Pas de valse, Detourne, Pas de bourre, Sautes, sobresaut, Jetés sautes, Pas chasse, Chainé, Grand jete, Sissone ordinere sur place, Sustentação em degagés, Port de bras, Posès (arabesque e atitude), Emboitè, Emboite saute, Allegros (entrechat troix e catres), Grand battement, Fouettè e rotacion par terre, Demi rond jambe em lair, Battement jetés pur la baterrie, Piruetas en dehors, Sissone (en avant, decote, dessu, dessous, en erriere, todos), Promenade (no retirré), Temp eleve (retirre e arabesque), Faili, Releve, Echappe, Sus sous, Pietine.

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QUANDO SURGIU O BALLET?

A origem do ballet data do século XVI, na Europa, onde o ballet era uma dança característica dos salões da nobreza. Aos poucos, se tornou mecanismo de afirmação de poder da corte perante a sociedade, através de produções cada vez mais luxuosas e elaboradas. No ano de 1661, durante o reinado de Luís XIV, foi criada a Academia Real de Dança, na França, com o objetivo de formar bailarinos que dedicassem suas atividades exclusivamente aos ballets da corte do rei.

Para o ballet, o Romantismo foi um período de extrema criatividade e liberdade, trazendo para os artistas uma nova forma de expressão. Também neste período, o ballet ganhou uma forma mais estruturada e esquematizou-se na forma como existe atualmente, tanto técnica quanto cenicamente. Isso faz da Era Romântica uma das mais importantes na história da dança.

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QUAL A SUA IMPORTÂNCIA DO BALLET NA

SOCIEDADE ATUAL?

Além de ser uma atividade física, que é fundamental para manutenção da saúde do indivíduo, promovendo o melhoramento do condicionamento físico, postura, flexibilidade e respiração, o ballet também aborda questões socioemocionais: estimula a memória, trabalha os medos e aprimora o senso de confiança individual, estimula o autoconhecimento, desenvolve o senso de responsabilidade e promove a sociabilidade. Seu teor artístico desperta, nos bailarinos e no espectador, a criatividade, a sensibilidade e a percepção da comunicação não verbal. No âmbito profissional, a prática do ballet eleva-se ao nível atlético, exigindo maior dedicação, concentração, controle emocional e carga de trabalho por parte de seus praticantes.

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QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS METODOLOGIAS DE BALLET?

Além de ser uma atividade física, que é fundamental para manutenção da saúde do indivíduo, promovendo o melhoramento do condicionamento físico, postura, flexibilidade e respiração, o ballet também aborda questões socioemocionais: estimula a memória, trabalha os medos e aprimora o senso de confiança individual, estimula o autoconhecimento, desenvolve o senso de responsabilidade e promove a sociabilidade. Seu teor artístico desperta, nos bailarinos e no espectador, a criatividade, a sensibilidade e a percepção da comunicação não verbal. No âmbito profissional, a prática do ballet eleva-se ao nível atlético, exigindo maior dedicação, concentração, controle emocional e carga de trabalho por parte de seus praticantes.

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ÉCOLE FRANÇAISE — MÉTODO FRANCÊS

Pode-se dizer que é o método “original”, já que todos os outros começaram a partir dele. A Escola Francesa foi fundada em 1661 e é muito conhecida pela sua elegância, movimentos fluidos e leveza. As técnicas do método francês são perfeitas e equilibram sequências mais rápidas com movimentos mais lentos e suaves. Charles-Louis-Pierre de Beauchamps (viveu entre 1631 e 1705) foi o responsável por elaborar as 5 posições dos pés e declarou a base do academicismo clássico na língua francesa. Manter intactos seus termos técnicos criados foi uma de suas doutrinas e, de fato, os termos são utilizados até hoje.

CECCHETTI — MÉTODO ITALIANO

Criado por Enrico Cecchetti (que viveu entre 1850 e 1928). Considerado um dos mais rigorosos, valoriza saltos e baterias, e possui 40 adágios, (nas aulas de ballet, o adágio é executado por meio de exercícios que são feitos para conquistar equilíbrio, flexibilidade, fluidez e sentido em movimentos bem lentos e delicados. A realização desses passos permite que as pernas sejam sustentadas no ar). Portanto, a metodologia italiana é muito ágil e mostra vivacidade em seus movimentos. Cecchetti também estimulava a autonomia de seus alunos e não queria que eles apenas imitassem os movimentos do professor.

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VAGANOVA — MÉTODO RUSSO

Criado no século XX pela bailarina russa Agrippina Vaganova (que viveu entre 1879 e 1951). Em 1934, ela escreveu o livro Bases da Dança Clássica, com impacto considerável. Neste método, busca-se o aprendizado de forma gradual e enfatiza-se a consciência corporal do aluno a cada movimento. Vaganova utilizou a fluidez e expressividade dos braços e torsos do método francês e os giros e saltos virtuosos do método italiano, e desenvolveu um estudo bem planejado. Entre as peculiaridades estão o desenvolvimento da força da parte inferior das costas, a plasticidade dos braços e o desenvolvimento da força, flexibilidade e expressividade necessárias ao estudo do balé. O método é aplicado nas escolas e companhias da Rússia e foi adotado na Europa, América do Norte e outras regiões do mundo. A escola russa também é conhecida por ter sido a primeira a utilizar um “roteiro” de aprendizado. Entre os bailarinos formados pelo método estão: Rudolf Nureyev, Mikhail Baryshnikov, Nathalya Makarova, Galina Ulanova, Marina Semyonova, Vladimir Vasiliev, Ekaterina Maximova e as atuais estrelas do balé mundial Svetlana Zakharova, Maria Alexandrova, Nikolai Tsiskaridze, Yuri Klevtsov e Natalia Osipova.

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ROYAL ACADEMY OF DANCE — MÉTODO INGLÊS

A metodologia inglesa foi criada para ser um estilo único. A RAD aplicou as técnicas francesas, russas e italianas para que seu ballet fosse especial. Os braços servem como a base de força da bailarina, promovendo maior equilíbrio e sustentação durante os saltos e giros. Também é trabalhada a relação entre o espaço físico do corpo, utilizando o auxílio do parceiro de dança. A escola iniciou os seus trabalhos como Associação de Professores de Dança da Grã-Bretanha, em 1920, de depois de uma reunião dos seus principais profissionais, organizada por Philip Richardson. Adeline Genée foi escolhida como a primeira Presidente e em seu primeiro ano lançou as diretrizes que são base do método. No ano seguinte, já foram realizados exames de audição. O grupo cresceu e foi ganhando influência, representando as principais técnicas e práticas da época. Em 1936, após um conselho privado com o Rei Jorge V, se tornou a Real Academia de Dança.

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BOURNONVILLE — MÉTODO DINAMARQUÊS

Foi desenvolvido por August Bournonville na Dinamarca, em meados do século 19. Ele foi professor e coreógrafo, dirigindo o Royal Danish Ballet e criando dezenas de ballets para a empresa, enquanto refinava seu método de princípios do movimento na escola associada da empresa. Diferentemente de outros métodos que dão todo destaque à bailarina, esse é mais voltado para o homem. Assim, o bailarino deve ter movimentos uniformes, fluidos e precisa ter agilidade e rapidez. A coreografia de Bournonville e, posteriormente, seu método de ensino foram projetados para aproveitar ao máximo o espaço de dança de pequeno porte. Dançarinos são treinados para ter ballon requintado e suave port de bras, com ênfase muito no épaulment de dançarinos. Hoje, o método Bournonville é praticado e mantido pelo Royal Danish Ballet School, em Copenhague, embora descendentes da escola terem se espalhado em todo o mundo para passar o método aos seus próprios alunos.

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BALANCHINE — MÉTODO AMERICANO

O fundador do método americano é George Balanchine, coreógrafo norte-americano de ascendência georgiana e russa (viveu entre 1904 e 1983). Em 1948, ele cria a Companhia de balé Americano, o New York City Ballet, passando então, a trabalhar como mestre de balé e principal coreógrafo da Companhia, até a sua morte, em 1983. Com toda sua enorme trupe de bailarinos, mudou-se em 1964 para o New York State Theater, instalado no Lincoln Center, que foi especialmente construído para ele. Quando ele morreu, em 1983, bailarinos oriundos de sua companhia dirigiam mais de dez companhias de balé nos Estados Unidos, Suíça e Japão. Ele revolucionou as metodologias do ballet ao aplicar conceitos mais modernos junto ao ballet clássico. O resultado foram passos desconstruídos e movimentos precisos, mas ainda assim sem deixar de ser natural. Os movimentos são pensados no mesmo instante em que são executados. Balanchine é reconhecido como o coreógrafo que revolucionou o pensamento e a visão sobre a dança no mundo, sendo responsável pela fusão dos conceitos modernos com as ideias tradicionais do balé clássico, o verdadeiro criador do bailado contemporâneo.

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ESCOLA CUBANA DE BALLET — MÉTODO CUBANO

Criado em 1948 como Escuela Cubana de Ballet, sempre foi reconhecido pela grande capacidade técnica e artística de seus profissionais. A escola cubana foi desenvolvida a partir da grande influência que os russos exerceram em seu país, e na experiência pessoal de Alicia Alonso, sua figura mais mítica, nos Estados Unidos como figura principal do American Ballet Theatre. Alonso e uma equipe de mestres da dança, respeitando as características biofísicas do povo cubano, se impuseram ao mundo pela excelência dos bailarinos que produziram em pouco tempo. O método cubano combina uma proposta que mistura o melhor da Vaganova e adiciona características próprias do temperamento e do biotipo dos bailarinos latino-americanos. Há uma valoração de um povo composto por origens africanas e europeias, e uma inovação técnica para incorporar outros tipos de corpos que não o europeu dentro de determinada estética, seja por sua composição genética, seja por elementos estéticos conceituais e processos históricos singulares aos cubanos. As aulas são bem expansivas e trabalham com allegros, giros e baterias.

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QUAIS CARACTERÍSTICAS SÃO IMPORTANTES

PARA SER BEM-SUCEDIDO NO BALLET?

Para ter sucesso no ballet, não basta somente comparecer às aulas e ter talento natural. É importante se atentar aos detalhes que farão a diferença ao longo da trajetória do aluno. São eles:

• Chegar mais cedo para se aquecer e se concentrar;

• Prestar atenção às correções do professor (e aceitar ser corrigido);

• Praticar as correções em horários extraclasse;

• Pesquisar os nomes e os significados dos passos;

• Fazer perguntas e tirar as dúvidas durante a aula;

• Assistir a espetáculos de dança (no teatro ou em vídeo);

• Estudar os aspectos teóricos da dança (história, repertório, terminologia).

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COMO SE DEDICAR AO BALLET NAS ATIVIDADES COTIDIANAS?

O objeto de trabalho do bailarino é o seu corpo. Por isso, é importante que ele seja cuidado com sabedoria para que o rendimento seja otimizado. Beber bastante água e cuidar da alimentação são pontos fundamentais para a manutenção do corpo dançante. A mente também é componente essencial para o bailarino, que precisa saber controlar suas emoções em situações de grande exigência, como uma apresentação ou audição. Investir em atividades prazerosas e com pessoas que elevem a autoestima são fortes aliados. O bailarino também precisa saber descansar, para que seu corpo e mente se recomponham e tenham energia suficiente para atender às demandas da dança clássica.

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QUAIS AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DENTRO DO BALLET?

Um espetáculo de ballet envolve muito mais pessoas do que os talentosos bailarinos que admiramos no palco. Para que uma produção seja realizada, precisa-se de conhecimento técnico e artístico também nos bastidores antes, durante e depois do espetáculo.

• Bailarino (a): é a estrela principal, que dá vida à história através da sua execução de passos e interpretação.

• Professor (a): é quem acompanha a trajetória e dá todo o treinamento técnico para que o bailarino esteja capacitado a executar a performance.

• Coreógrafo (a): existem as pessoas que se especializam na criação de coreografias, desde pequenas peças a grandes produções. Um ballet de repertório, por exemplo, é assinado pelo coreógrafo - quem teve toda a visão e esquematização do que acontece no palco para contar determinada história.

• Ensaiador (a): é quem faz a preparação artística dos bailarinos para a apresentação, sendo responsável por treinar e corrigir os passos e as nuances da coreografia(s) em questão.

• Preparador físico (a): às vésperas de um grande espetáculo, os bailarinos são muito exigidos fisicamente por conta da grande carga de treinos. O preparador físico é quem vai cuidar de toda a parte muscular do bailarino, de forma a fortalecer o mesmo e prevenir lesões.

Há também as funções que não estão diretamente ligadas à dança em si, mas que são partes essenciais do espetáculo de ballet, como figurinista, costureiras, músicos, maestro, cenografista, técnicos de luz e de som. A prática do ballet e a produção de um espetáculo envolvem muitos profissionais, além dos bailarinos. Por isso, se você ama a dança clássica, mas não acha que seu lugar é nos palcos, saiba que há espaço para todos! Esta é a graça da arte: o poder de diálogo com diversas manifestações!

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@projetovidancar
Inhauma
Av. Itaóca, 1975 - Sala 201 -
Rio de Janeiro - RJ, 21061-771

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