jovens que estão a fazer formação técnica e farão ainda formação pedagógica. Ao nível do sistema de formação do ensino técnico há todo um esforço para a integração destes formadores em carreiras específicas com um sistema de evolução de carreira e de remuneração. Voltam de Portugal com um perfil bem definido que lhes permite, logo à chegada, estarem integrados na carreira profissional de formadores. É uma contribuição muito grande e uma articulação com o que são os grandes desafios e prioridades do governo de Moçambique neste momento.
Podemos dizer que o Ministério da Educação e o Governo de Moçambique estão a apostar nas escolas profissionais, uma vez que há a intenção de criar pelo menos uma escola por cada distrito? É um desafio para Moçambique conseguir ter pelo menos uma escola profissional em cada distrito, independente de ter outras escolas de outros níveis de ensino. Mas o ensino profissional tem destaque porque já envolve o jovem na formação de uma área específica logo depois do termo do ensino primário. Este é o primeiro contacto que têm com uma actividade profissional e é um dos primeiros passos para a construção de uma sociedade melhor.
Como já foi dito, o objectivo do Governo é, então, a criação de pelo menos uma escola profissional em cada distrito do País. Mas para isso serão precisos professores. O que está a ser feito para garantir que cada escola terá os professores necessários para a formação que é dada? Há todo um esforço para a formação de professores que complementa o esforço que está a ser feito para a expansão da rede escolar. Há professores a serem formados cá, nos institutos de formação. Uma das componentes que vem responder a esta necessidade de formação está a ser feita em Portugal onde temos, actualmente, 44
O jovem está consciente de que, fazendo a décima classe de ciências gerais, não terá tantas oportunidades de emprego e de inserção social que tem com o mesmo nível na área da profissionalização. Os jovens e toda a sociedade têm essa consciência de que o saber-fazer é importante.
Uma das vantagens do Ensino Técnico é permitir que os alunos adquiram alguma experiência e conhecimento de uma determinada profissão. De que forma isto pode contribuir, por exemplo, para ajudar os jovens a encontrar emprego?
É também uma forma de garantir a continuidade das escolas profissionais, uma vez que o Governo aposta na formação destes alunos para eles depois virem a ser os professores das escolas profissionais onde estudaram?
Aprendem uma profissão que tem uma inserção social e potencial para evoluir. A formação nas escolas profissionais cria espaço para que os jovens possam evoluir para a especialização e para outras áreas profissionais.
Sim, pretende-se garantir o corpo docente das escolas, mas um corpo docente qualificado, com certificação que é válida em qualquer parte do mundo. Este programa com Portugal permite dar essa benesse aos nossos formadores. Fazemos este esforço com as escolas profissionais num momento em que estamos empenhados em apostar na qualidade e em dar resposta às questões relacionadas com a qualidade do nosso ensino. Queremos a expansão das escolas profissionais, mas num contexto de qualidade.
A ideia é que os jovens encontrem emprego ou criem as suas empresas. Queremos dar aos jovens uma formação em que eles tenham a oportunidade de, sendo mais competitivos no mercado de trabalho, conseguir encontrar emprego, pois têm conhecimentos em áreas específicas. Queremos também permitir acesso a linhas de crédito para que eles possam criar as suas empresas e os seus empregos. Esta é a filosofia de todo o sector quando decidimos priorizar o Ensino Técnico.
Nos últimos anos tem-se verificado um aumento do número de alunos que se inscrevem no Ensino Técnico. Na sua opinião, enquanto Vice-Ministra para a Educação, a que se deve este crescimento? Eu penso que, em primeiro lugar, a rede escolar permite esse crescimento, já que há mais escolas e mais oferta de formação. Depois, esse crescimento poderá ser também justificado por todo o trabalho de consciencialização e priorização da formação técnico-profissional dos jovens, preferencialmente a formação geral que é dada.
E que incentivos há durante o percurso escolar para o empreendedorismo e o auto-emprego? Penso que o objectivo fundamental da organização dos cursos é fazer com que os alunos ganhem gosto em aprender, em experimentar e em criar. Com essas habilidades eles podem criar emprego para si próprios e serem um factor de mudança no sector do trabalho. Podem ser actores importantes no desenvolvimento do País ao nível do capital humano, uma vez que podem intervir nas suas comunidades e regiões, promovendo este saber-fazer e marcar a diferença.
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