Histórias de um Tropeiro

Sumário Origens ........................................................................................3 Campos de Cima da Serra ...........................................................4 Sua Família ................................................................................10 Memórias e Narrativas ...............................................................15 Tropeirismo de gado ..................................................................18 Sobre Bailes ...............................................................................20 1942 Construção da Casa ..........................................................22 Locais que morou - Madeireiras - Serrarias ...............................24 Brizoletas - Escolas .....................................................................25 Sacolão .......................................................................................28 Capelas que Frequenta .................................................................30 Coronilho ..................................................................................30 Passo da Lagoa ...........................................................................31 Sesmarias ....................................................................................32 Plantação ....................................................................................33 José Turco ...................................................................................34 Nenê Alves - Demétrio Alves Fogaça ..........................................35 Experiência em Construção – Templo .......................................35 2ª Guerra Mundial .....................................................................36 Irio Benfato ................................................................................36 Sobre o Catarina .........................................................................37 Sobre Esporte ..............................................................................38 Fotos em sua Propriedade ...........................................................39 Amigo dos Animais ....................................................................41 Amigos de Amadeu .....................................................................43 Aniversário de 90 anos de Amadeu Bertoldo de Macedo ...........46 Agradecimentos ............................................................................50

Origens Origem do sobrenome Macedo Este sobrenome provavelmente originário em Portugal é classificado como toponímico, ou seja, de origem geográfica. Esta origem se dá pelo fato de Macedo significar lugar onde que possui muitas macieiras. Dessa forma, o sobrenome foi originário de uma comunidade advinda de um lugar que possui muitas macieiras e inicialmente acaba sendo chamado de “fulano de Macedo”, até que seus descendentes adotaram e disseminaram este nome por várias partes do mundo.

Origem sobrenome Borges De Portugal o sobrenome se espalhou pelos Açores e de lá para o Brasil. No Rio Grande do Sul da década de 1760, entre outras, se estabeleceu a família de Antônio Silveira Borges. Outros Borges descendem do imigrante alemão Peter Borger, nascido em Heimersheim e chegado a Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1826. Ele foi enviado para Torres, no litoral gaúcho, onde os padres católicos não falavam alemão. Seu sobrenome Borger, que tem origem em Bürger ou Burger (residentes rurais com direitos de cidadania na 3

cidade), passou a ser escrito como Borges, como a família portuguesa. Embora hoje apresentem a mesma grafia, não há ligação entre elas. Entre algumas personalidades com este sobrenome des- tacamos o político gaúcho Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961), o escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), a atriz Neusa Borges e o ator Alexandre Borges.

(Rodrigo Trespach.)

Campos de Cima da Serra Nos campos de cima da serra, coberto de nuvens que parecem de algodão, a relva molhada esbranquiçada pela geada que cobre o leito do rio e das verdes matas, é neste cenário que encontro um senhor magro, alto de olhos azuis da cor do céu, do mar, do infinito, um jovem idoso, que ainda mantém suas atividades roti neiras, embora com a idade avançada, com quase noventa e três anos. Pessoas assim com esse vigor precisamos conhecer para saber como chegar lá também. Quem me dera ter saúde e uma alimentação rica em produtos naturais, uma horta que ele mesmo planta, com verduras, sem agrotóxicos. Acredito que esteja aí o segredo da longevidade. Colhe ovos todos os dias. Tem um terreiro farto de galinhas. Um fogão a lenha que faz seus alimentos mais saudáveis. E a lenha? Ele mesmo racha, com o machado que é o instrumento utilizado para esse tipo de atividade.

Seu Amadeu é de uma cordialidade incrível, sua propriedade é de porteira aberta. Mantém tudo organizado para receber as vi4

sitas. Tem sempre um chimarrão, um bom vinho e um fogo de lenha para aquecer a casa e ficar mais aconchegante. E o queijo com marmelada não falta na sua mesa.

Importante destacar que seu Amadeu embora morando sozinho, é cercado de vizinhos e amigos que vão diariamente visitá-lo, contar histórias, tomar chimarrão no pátio, comer pinhão ao redor do fogão a lenha. Ele diz ser feliz, parece já estar no paraíso. Tem muita tranquilidade e paz em sua vida.

Mas a vida de seu Amadeu não foi fácil. Na medida que vou escrevendo sua história, podemos ir observando que os desafios foram muitos. Em tempos de criança, órfão de mãe com quatro anos, criado por outras pessoas, adolescente ajudando nas lidas de campos, com animais, plantações e nas tropeadas na vida afora. Nos tempos em que não tinha nenhum tipo de ajuda do governo, a saúde era precária, com familiares doentes e com poucos recursos, não tinha emprego de carteira assinada, trabalhava dia a dia para conseguir seu sustento e de sua família. Isso aconteceu com quase todas as famílias que moravam distante de Centros urbanos. Aos dez anos começou a trabalhar com seu pai, fazendo viagens como tropeiro, comercializando produtos em toda a região, da serra ao litoral, esses serviços prestados por ele representou muito para a economia, incrementando a produção agropecuária, ampliando o comércio e gerando empregos.

O Senhor Amadeu Bertoldo de Macedo conta a sua história de vida nos dias 3 e 4 de setembro de 2021, em visita a sua casa, (construída há 79 anos), uma construção em madeira de lei, ainda bem conservada pelo tempo. Muitas histórias nesta casa, muitas dores e sofrimentos, mas também histórias de alegria e trabalhos 5

na busca por dias melhores para o bem-estar da família.

Na verdade, nem toda história apresenta fatos que entristece ou que a pessoa não quer recordar.

Normalmente escrevemos aquilo que foi bom e de alguma maneira ficou gravado em suas memórias. Então fizemos a seguinte narrativa: Amadeu Bertoldo de Macedo, nasceu no dia 30 de março de 1929 e teve seu registro em 30 de abril do mesmo ano, porque seus pais não quiseram pagar uma multa no cartório por atrasar em fazer seu registro de nascimento. Então no município de São Francisco de Paula, distrito de Cambará do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, nasce um menino para alegria de sua família, filho de José Fagundes de Macedo, do ano de 1893 e falecido no ano de 1963 e de Silvéria Borges de Macedo falecida em 1933.

Na busca do nome seus pais procuraram em um almanaque onde Amadeu descobriu anos mais tarde, pois seu pai queria co- locar o nome do pai dele Bertoldo, seu avô e a sua mãe não quis. Então colocaram Amadeu Bertoldo, dois nomes próprios, todos os outros irmãos têm o sobrenome Fagundes de Macedo.

Seus avós paternos. Bertoldo Fagundes de Macedo e Teodora Gonçalves Padilha. Avós maternos: João Lourenço Borges e Bibiana da Silva Borges. Bisavô Paterno: João Fagundes e Maria Conceição. Sendo de origem brasileira, portuguesa e alemã, reconhece que por parte da bisavó paterna tem origem de índios.

Eram uma família de treze irmãos. Bibiana, Rosa, Inês, Hermes e João Maria foram os irmãos que mais conviveram com Amadeu.

Desta família do Senhor José Fagundes Macedo, só está vivo Amadeu.

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Irmãos: Inês (In Memoriam) e Amadeu B. Macedo

Amadeu e a irmã Bibiana (In Memoriam)

Natural de São Francisco de Paula no distrito de Cambará do Sul, mais especificamente na comunidade de Morro Agudo - antiga Areia.

Cambará do Sul nasceu em 17 de abril de 1864, a partir da doação de 20 hectares de terra à Irmão João Maria popular João Estafeta igreja, feita por Dona Úrsula Ma-(In Memoriam). Estafeta era a profissão de ria da Conceição, em pagamento a carteiro antigamente. uma promessa feita ao padroeiro São José. Até 1963, a área pertencia ao município vizinho de São Francisco de Paula.

A palavra Cambará é de origem tupi-guarani e significa “folha de casca rugosa”. É o nome de uma árvore típica da região. Na praça central de

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Cambará do Sul é possível conhecer a árvore.

Suas folhas verde-claro são conhecidas pelo poder medicinal. São ótimas no combate a gripes e tosses fortes.

Cambará do Sul é conhecida também como a “terra dos cânions” e “capital do mel”. A pequena Cambará do Sul é campeã no ranking de baixas temperaturas, sendo que o seu inverno está sempre entre os lugares mais frios do Brasil.

Como um típico município do interior conserva hábitos antigos, como a reunião familiar e de amigos na cozinha, ao redor do fogão à lenha. Nas épocas frias, o pinhão na chapa é o tira gosto do gaúcho serrano.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Cambar%C3%A1_do_Sul)

Aos quatro anos ficou órfão de mãe. Para tristeza da família sua mãe vem a óbito ficando encarregada de seus cuidados uma madrasta.

Sua mãe Silvéria Borges de Macedo foi enterrada no cemitério da fazenda Guabiroba.

“Cercado por um muro de pedras, o cemitério da fazenda guabiroba é avistado após transpormos um bosque de pinheiros. As cabeceiras altas dos túmulos, superam a invasão da vegetação ao local. O acesso é complicado tanto por esta vegetação, quanto pelo alagamento do terreno. Os túmulos se encontram em péssimo estado de conservação. Apesar da riqueza de detalhes que guardam. Imersos na vegetação encontramos relevos de Cristo e da Virgem Maria, produzidos através de formas...” (Raízes de Cambará do Sul. Barroso, Vera Lúcia).

Ficando viúvo o pai, trouxe uma comadre dele, era a Maria Brísida, para ficar na companhia das meninas, e de Amadeu. Mas quem o criou foi a Inês, irmã mais velha. Naquele ano de 1933 o pai de Amadeu era funcionário da Prefeitura de São Francisco de Paula, capataz de turma de estrada.

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Podemos observar na fotografia abaixo uma das atividades de José Fagundes de Macedo na construção da ponte.

Construção da ponte da Estiva no ano de 1938. José Fagundes de Macedo, seu pai, era o comandante. Na foto é o 5° da esquerda para a direita.

Alguns anos mais tarde seu pai casou novamente. A madrasta não aceitou mais a comadre Maria Brísida. Naqueles tempos difíceis onde as filhas só saiam de casa casadas, ela acabou saindo da casa deles casando-se com o compadre Joca e as suas irmãs foram se casando. Dali uns anos ficou só Amadeu e seu pai que acabou mudando de lá para onde era o terreno da madrasta. Anos depois a madrasta faleceu, aí o pai ficou morando com a Bibiana, sua filha casada com o Djalme.

A educação se resumiu em poucos anos de estudos, embora distante de sua casa, ia para a escola diariamente sempre pelo mes- mo caminho, um carreiro de estrada, onde ía a pé ou a cavalo, fazia 6 quilômetros até Morro Agudo. O professor era José Avelino Pereira Maciel. O primeiro ano foi na escola onde estudou 8 anos, mas não sabia nem o sinal de mais e menos.

Não aprendeu, era muito novo.

Ainda lembra, com 92 anos, de quando tinha 3 anos.

Relembra os momentos na casa que tinha uma cozinha com- prida de chão, e no inverno muito frio, seu pai recolhia bastante, fazia fogo e eles sentavam ali ao redor do fogão de lenha. E como era uma criança, mexendo com tudo ali, não sei porque a mãe deu uma palmadinha. Saiu dali chorando, daqui há pouco, ela sentou 9

num banquinho desses, e Amadeu sentado bem do lado dela, daí o seu pai disse: _ “brigaram recentemente e foi sentar ao lado dela.

Tinha 3 anos. Lembra disso aí, lembra quando ela faleceu, já tinha 4 anos.

Sua Família No dia 26 de março de 1956 na igreja de São Francisco de Paula ocorreu o casamento de Amadeu. Desse casamento teve dois filhos. Cléo Lima Macedo e Clineu Lima Macedo. Do segundo casamento tem três filhos: Cláudio Gomes Macedo que é falecido, Maria de Fátima Gomes Macedo e Cleres Gomes Macedo. Do terceiro relacionamento teve dois filhos: Marizete Raupp Macedo e Marcos Vinicius Raupp Macedo. E o quarto relacionamento com Ester da Vila São João que conviveu 27 anos e não teve filhos.

Amadeu tem 12 netos: Sabrina Maciel Matos, Maicon Macedo Maciel, Camila de Macedo Destro, Matheus Macedo Weite, Gabriel Lentz Macedo, Cássio Macedo Santos, Carina Gomes Macedo, Clinton Ávila Macedo, Vitor Macedo, Laila Macedo, Venice Aguiar Macedo e Emanuelly Aguiar Macedo.

Seis bisnetos: Ísis Maciel Matos, Enzo Maciel Matos, Ian Maciel Matos, Davi Macedo Bertoldi, Bibiana Brognoli Macedo e Maria Alice Da esquerda para a direita: Clineu, Marizete, Macedo que está cheAmadeu, Fátima e Viniciusgando!

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Da esquerda para a direita: Cléris, Marizete, Fátima e Cléo.

Cláudio Gomes de Macedo (In Memoriam)

Genro Luiz Carlos esposa Fátima, Cléris e esposo José Abel, filha Marizete e esposo Leonardo, Nora Dilma e esposo Cléo.

Marizete, Matheus e esposo Leonardo Ezequiel Wheite

Filha do Vinícius do primeiro casamento: Laila e esposo Fernando Pereira Stake

Marcos Vinicius e esposa Taize Godinho

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Vitor Macedo do primeiro casamento Emanuelly e Venice, filhas do 2° casamento de Vinicius

Cléo e esposa Dilma Lentz Filho do Cléo, Gabriel e esposa Desiree Brognoli e a filha Bibiana.

Filha Cléris com esposo José Luís Abel Bernardo Filha da Cléris, Carina, o esposo Lucas, o filho deles: Davi

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Cássio e a esposa Cleisi Evaldt que está grávida de Maria Alice

Maicon e esposa Bianca Matos que está grávida de Laura.

Filha Maria de Fátima e o esposo Luiz Carlos

Sabrina e o esposo Ricardo Matos

Fátima e os filhos Maicon, Camila e Sabrina Camila

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Neta mais velha Sabrina, com os filhos: Ísis, Enzo e Ian (bisnetos)

Filho do Clineu e neto de Amadeu Clínton Ávila Macedo

Filho Clineu Macedo e esposa Jane Ávila AMADEU BERTOLDO MACEDO PARTICIPA DE FESTA EM FAMÍLIA

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Memórias e Narrativas Tropeirismo O tropeiro foi uma das figuras muito importantes para o desenvolvimento local, e regiões distantes e isoladas. Quem levava notícias e trazia eram os tropeiros, as tropas buscavam abastecer as vilas e fazendas buscando e levando mercadorias quando estas faltavam no local de origem. Era basicamente um comércio de trocas. O tropeirismo é representado por tropas de mulas, gado e porcos, normalmente usados nos campos de cima da serra, nos tempos mais remotos.

As tropas de gado eram levadas para vender nas cidades grandes, desde Torres, Santo Antônio da Patrulha, Caxias do Sul, Porto Alegre, muitas vezes até São Paulo e também a grande Santa Catarina, Praia Grande, São João do Sul, Sombrio, Araranguá, Criciúma, Tubarão, entre outras.

A serra por ser uma região de araucárias (pinheiros) propiciou a engorda de porcos, pois se alimentavam de pinhões, estes eram colocados nos chiqueiros e levados em tropas para vender em Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul. O transporte desses animais era feito a pé. Uma mula seguia na frente levando o ne- cessário para a viagem, paçocas de charque e pinhão, cargueiro de alimentos para chamar os porcos.

O interessante da história no tropeirismo dos porcos era que estes eram cegados com creolina (cegueira temporária) ou tinham os olhos (pálpebras) costurados, que iam sendo descosturados quando chegavam ao destino, pois alguns animais eram muito bravos, pois a maioria deles eram pegos a cachorro no mato.

Essas serras aí começaram em tempos de guri, descendo com tropas de cargueiros. Amadeu conta uma história: 15

“Parece mentira, até seu irmão comprou a tropa de mula, dez mulas de cargueiros, agora vende arroz em São Francisco de Paula, não tem um homem para ir lá buscar esse arroz, já que comprou.

Amadeu se prontifica a ir buscar o arroz. Chegou lá no João Ramos e disse: _ vim pegar o arroz que o meu irmão comprou aí.

Ele responde: _ O guri, tu vais lá no Pedro Francisco, com esses cargueiros e traz o arroz. Aí ele se virou para outro, que eu não sei, não lembra quem era e disse: Pedro Francisco esse ano colheu um safrão de arroz, colheu 6 sacos, batia numa eira de vara roliça com mangual, mas daí trouxe os cargueiros, carreguei, dei conta.

Então, hoje em dia se tirar 100 sacos de arroz, por hectare dá prejuízos, essa parte desenvolveu muito.

Verdade ou lenda?

Dizem que os Jesuítas subiram a serra do cavalinho com umas canastras e enterraram lá, no fundo do terreno que era seu, aquelas canastras de ouro lá. Nunca foi verificar se tinha, acreditava que aquilo era lenda.

Canastra Uma Relíquia que tem na propriedade até os dias atuais, lembrança dos avós feita de madeira e coberta de couro.

Mas olha é um grotão, velho brabo, assim. Nós já estávamos acostumados, passamos a cavalo, com tropas de mula e a pé.

Foi tropeiro por anos de tropas de cargueiro. Depois o seu irmão comprou uma tropa de porcos para dar posto lá na sanga do engenho SC. Tocamos de a pé pela serra da pedra. Trezentos porcos, porco xucro, botava creolina nos olhos, para eles não enxergarem.

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Outros costuravam, depois cortava a linha e ficava enxergando de novo, e a creolina leva oito dias. Escapou muito porco.

Serra da Pedra (Portal de Turismo de Jacinto Machado) A comunidade de Serra da Pedra fica distante 10 km do centro da cidade de Jacinto Machado. No centro de Serra da Pedra as terras pertenceram ao coronel João Fernandes, este vendeu a família Monteiro. Do centro em direção ao Costão da Pedra, as terras pertenciam a Luiz Serra. Ambos foram prefeitos em Araranguá. A origem do nome se deve, segundo relato dos moradores mais antigos, a uma grande pedra, que abrigava os tropeiros em suas paragens por lá, e por causa de sua proximidade à Serra Geral. O caminho original partia do Morro dos Conventos e acompanhando o Rio da Pedra subia a encosta da Serra Geral, pelo planalto seguia por Curitiba até Sorocaba. Somente a subi- da mantém até os dias de hoje (2005) o curso original, em local privilegiado pelas exuberantes paisagens. Está situada entre os cânions Fortaleza e da Pedra, na divisa dos municípios de Jacinto Machado e Cambará do Sul - RS.

Quartel No ano de 1948, antes de ir para o quartel foi para Porto Alegre aprender para motorista. No segundo dia, o professor já o deixou de professor.

Depois foi lá no Pão dos pobres na Cidade Baixa em Porto Alegre e fez um cursinho de mecânico, tema teoria de mecânico, sabe orientar pode lhe perguntar as peças de um carro e funcionamento. Falou do alemão José Alemão filho do Teco Matias lá de São Francisco de Paula, morava na Praia Grande SC, aquele, uma vez o entrevistou, que trabalhou 17

no Jorge Ferreiro, ele entende um pouco. Falou para ele dos quatro tempos do motor, aspiração, compressão, explosão e descarga. Aí ele disse, agora não é mais aspiração, é admissão. Mas ele trabalha com mecânica, Amadeu nunca trabalhou.

Foi motorista, sabe dirigir até tanque de guerra se for preciso, tratores, qualquer categoria de máquina, (não é querer se gabar), mas entende de cabeça de pistão, rodado, diferencial, já montou máquinas, motor. Então, há pessoas que dizem que entende, no que ele pergunta: _ então qual a função do ferro fundido: já não sabe. É que ferro fundido não entorta.

Em matemática é o seguinte: falando com advogado esses dias, disse pra ele. Não respeito no mundo quem faça conta melhor do que eu, porque eu faço certo, tenho experiência. Essas contas de terra, de medida. Tudo coisa que se estuda no (2°) ano. Por exemplo, uma circunferência, pode ser do tamanho do fundo de agulha no mundo todo, é 360 graus.

No exército ficou durante um ano de 1948 no quartel de São Leopoldo. Retornando paa casa no ano de 1949.

Tropeirismo de gado Retornou do Exército no ano de 1949 e começou a tropear gado novamente. Chegou aqui e desenvolveu as serrarias ali. Ele carneava qualquer categoria de animais. Levava a carne de cargueiros nas serrarias, para receber o dinheiro quando saísse o pagamento. Ganhou dinheiro 18

puxando aquela carne, mas de início ganhou mais dinheiro pelo seguinte: tinha uma balancinha, o que propiciava seu trabalho, o que o diferenciava dos outros. Não sabia, mas no pesar lhe garantia o peso exato e prático para a época.

Mas daí quando o seu Angelino Pereira aqui, disse. Faça uma tropa de porco. Eu disse. Faço. Fiz a tropa de porco ganhei seis contos de réis, parei com a criação de porcos, mas daí eu sempre graças a Deus fui honesto, comprava e pagava.

Relata o seguinte: Um homem tirou um dinheiro no Banco do Brasil, vinha contar para meu pai. Esse ano vamos vender os bois magros porque pagamos um juro de mora, deu 17 mil, engordando os bois não dão isso. O vencimento é agosto. E os bois estarão gordos em janeiro, mas eu já tinha um dinheirinho, mas fiquei quieto ali, me encolhi, dei um peitaço, sabia do compromisso dele, falei. Eu compro os bois, do Senhor. Pois, ora são 130 bois, tu tiras 100. Eu já tinha um dinheirinho lá na mão do Isauro, tinha 7 contos. Pago 100 contos por 100 bois, arrumo 60 em outubro, 20 em dezembro e 20 em maio. Fizemos o negócio, mas daí eles estavam muito ativos, não notei, mas me deram o campo para engordar os bois, se não desse conta de dar o dinheiro, os bois estavam ali. Eu dei conta direitinho, fiz eles sustentarem o negócio, bati o dinheiro certo nos prazos, pagaram o banco tudo, daí eu gurizote com 20 anos na época, não saí de casa para comprar gado, eu comprava gado dos fazendeiros aqui, e descia a serra a pé, ia vender lá, até Tubarão, Criciúma, Maracajá, Sombrio, aqueles farinheiros que nós chamávamos, carneava vaca, eu laçava e sangrava, deixava eles carneando e tocava a tropa.

Serra do cavalinho Comprou dos donos com direito de posse e veio um agrimensor do estado ali, onde ficou estabelecido o seu espaço de terra por direito. Fez roças lá, depois quando abriu o material de construção em Torres, deixou um meeiro que ficou 13 anos lá para dar a terça 19

parte do que plantasse. Mas aí não cobrou. A renda do que plantou lhe pagou com um alqueire de feijão. Anos mais tarde montou uma serraria na Praia Grande SC, começou a extração da madeira, tirou a lenha, foram poucos meses, nessa atividade. Anos mais tarde essa área de terra passou a pertencer ao IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.

Sobre Bailes Amadeu nos conta o seguinte. Tinha baile nas serrarias e não tinha gaiteiro, ele sem saber tocar daqui há pouco aprendeu tocar meu boi barroso, só o que sabia, e batiam palmas, então repetia dez vezes aquele boi barroso. E dançavam.

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Música Boi Barroso Eu mandei fazer um laço, Do couro do jacaré Pra laçar meu boi barroso no cavalo pangaré.

Adeus priminha que eu vou-me embora Não sou daqui, eu sou lá de fora.

Meu cavalo malacara. Tem andar de saracura Não tropeça e nem se espanta viajando em noite escura.

Hoje é dia de rodeio. De churrasco e chimarrão Venham ver a gauchada Reunida no galpão.

Adeus priminha, que eu vou-me embora Não sou daqui, eu sou lá de fora Meu boi barroso, meu boi pitanga O teu lugar, aí, é lá na...

Eu mandei fazer um laço. Do couro do jacaré Pra laçar meu boi barroso No cavalo pangaré.

E eu mandei fazer um laço Do couro da jacutinga Pra laçar meu boi barroso Lá no alto da restinga.

E eu mandei fazer um laço. Do couro da capivara Pra laçar meu boi barroso No cavalo malacara.

E eu mandei fazer um laço. Do couro do graxaim Pra laçar meu boi barroso Mas só lacei o capim.

Adeus priminha, que eu vou me embora Não sou daqui eu sou lá de fora.

Meu boi barroso, meu boi pitanga O teu lugar, aí, é lá na canga (Paixão Cortês)

E depois veio a tal da música serraninha: “Adeus moçada que eu já vou embora vou partir chorando pra cima da serra, que lá tem uma serrana que tá me esperando.”

Mas ele, mocinho novo, gaiteiro, interessante naquele tempo, aquelas coroas velhas que gostam de guri. Aí ele não ficava, vinha duas, três mulheres convidar para dançar.

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As danças do bastão, meia canha, que tinha que dizer um verso, “Bati, bati, chorando quem fica, vida, não tem vida, não tem água que se aparte de seu bem.”

A dança do bastão. Tinha um par dançando tu chegavas com o bastão e batia, pegava o par.

Seu irmão fez um salão de baile onde tem a lavoura do sobrinho, não deu pé, porque as serrarias ficaram um certo tempo, depois terminou. Depois ficou aquele salão de baile mudou lá para aquele canto, daí ele vendeu o salão para Amadeu. Que deixou um pouco quando tinha a serraria, ocupava a casa aquela do salão, foi salão depois foi reparti- do para os empregados. Com as mudanças, encerrou as atividades do salão.

1942 Construção da Casa

A casa que ainda mora atualmente era de propriedade de seu pai, foi construída no ano de 1942 a madeira era o pinho (pinhei- ro nativo) madeira serrada abraço. Foi coberta de tabuinhas, mais tarde com telhas francesas.

Depois com o passar dos tempos seu pai lhe disse: _ “Meu filho, tu pagasses o feitio da casa, me dá mais um pouco de dinheiro e fica com ela”. Paguei, não me lembra quanto para o meu pai, fiquei com a casa. Essa parte da frente, em 1942 e em 1957 a outra parte, que eu fiz, pode olhar ali que tem o sinal da serra.

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Após passado os anos não tiraram nada daqui suas irmãs casaram, ficou sozinho morando com o pai, mas como era trabalhador as despesas da casa eram todas por sua conta. Era puxado de cargueiro lá de baixo o mantimento, trabalhava, plantava lavoura, criava gado, e tropeava porcos, gado, cargueiro.

No ano de 1963 seu pai adoeceu quando já estava morando em Torres, ele foi até Praia Grande SC, quando ele chegou na Praia Grande consultou Abel Esteves que era médico homeopata da época, mas inteligente uma coisa de louco. No que ele disse. Vai lá para Torres o seu filho mora lá, chegando lá ele consultou com o Dr. Nogueira que deu uns remedinhos para ele e mandou o recado para que Amadeu fosse lá.

No hospital Dr. Nogueira. Falou: - “Teu pai tem um câncer no esôfago, vai precisar de cirurgia, vamos encaminhá-lo para um hospital com mais recursos’. Foi levado para Porto Alegre no hospital Cristo Redentor fazendo cirurgia lá. Com a cirurgia tinha que se alimentar por uma sonda direta no estômago. Ficou seis meses no hospital até que faleceu sob os cuidados de seu filho Amadeu.

Pagou um dinheirão alto na época. Naquele tempo não tinha nenhum convênio, o que Amadeu contribuía não servia para o pai, que veio a óbito no ano de 1963 sendo sepultado em Cambará do Sul. Durante suas estadias em outras cidades a casa ficou vazia, sem ninguém morando nela, foi onde deu para um pessoal morar depois eles queriam comprar, e não quiseram vender.

Sobre as taipas Foi feita essa taipa em 1950, quem puxou a pedra foi Oli Macedo, aquele que morava ali perto da cooperativa de Praia Grande, COOPERJA. Ele puxou a pedra lá da lomba e quem fez foi o tal de Jovino Rodrigues.

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Locais que morou Madeireiras - Serrarias No ano de 1958 montou uma madeireira na Vila São João, vendeu para o Ernesto Carniel. No mesmo ano mudou-se para Torres e abriu a madeireira.

Ficou no período de 1958 até 1970. Mas a moradia sempre foi em Cambará do Sul. Nestes locais era para trabalhar e o que era daqui sempre ficou, das camas velhas que ainda tem algum peda- ço. Cama esta que fica no porão da casa e ainda é usada quando recebe visitas.

FOTOS DO ANO 1962. Da esquerda para a direita Pedro Constantino ex prefeito Cambará do Sul, Jacó Fastaw - motorista, Francisco de Oliveira e Capitão Amadeu Bertoldo de Macedo

Na praça XV em Porto Alegre em 5/12/1962 Amadeu Bertoldo de Macedo a direita e dono do restaurante da Vila São João

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Roça da Estância 1962 Da esquerda para a direita: Prefeito Antônio Almeida, Deputado Osmani Veras, Amadeu Bertoldo de Macedo e Mário Almeida.

Agosto 1962 Festa Nossa Senhora da Glória em Pirataba-Torres RS. Da esquerda para a direita: Gonçalves da Costa, Lauro carpinteiro, Amadeu Bertoldo de Macedo, Euclides dentista de Torres e Jovino Alves açougueiro de Arroio do Sal.

Brizoletas - Escolas No ano de 1963 estando com serraria em Torres trabalhou no projeto das Brizoletas (escolas Municipais) do Governo do Estado Leonel Brizola e Governo Municipal Antônio Almeida.

Brizoletas era um dinheiro no tempo da Revolta, feita no governo de Brizola. Entretanto, esta era válida, mas, tinha um vencimento de dois três anos para frente, outras menos, tempo, assim por diante.

A convite do Prefeito Antônio Almeida ficou responsável pela construção das escolas conhecidas por Brizoletas, no ano de 1963.

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Neste mesmo ano Amadeu e Santos Bedinot, mas a firma era no seu nome, ele trabalhou um ano na empresa.

Recebendo mil cruzeiros, adiantado, foi em cima da serra e não parou mais de descer caminhão de madeira, a crise de dinheiro que estava na época e o Santos Bedinot trabalhava beneficiando a madeira enquanto administrava os colégios. Pegava a planta e fazia. Essa janela do mesmo tipo da janela das escolas que fez (se referindo a de sua casa), ia fazer mais colégio, mas aí Brizola perdeu a eleição para o Meneguette.

Naquele tempo não tinha água encanada, não tinha banheiros nos colégios, mas tudo de parede dupla, madeira beneficiada, repartição no meio, quatro janelas, na região que hoje compreende Mampituba: no Rio de Dentro, Vila Brocca, Santa Luzia, Vila Ma tias entre outras.

Naquele tempo com a necessidade de escolas queria fazer bas- tante colégio, contava com aquele dinheiro muito certo, e quando estava em vinte e três colégios, sobrou dois milhão e meio. Foi ao prefeito e falou.

Preciso receber porque eu tenho dívidas. O Prefeito passou a procuração então foi para Porto Alegre, tinha uma repartição lá que era Assistência aos Municípios, mas aí veio no pagamento brizoletas e apólices. Mas essa forma de pagamento tinha vencimento e quando foi trocar na bolsa de mercadoria que chamava na época. De 2 milhões e meio de cruzeiros, deu mil e trezentos, isto quer dizer que perdeu o valor de três colégios de 7 por 15.

Na verdade, eles pagaram, o que ocorreu é que tinha de 2 a 3 anos para receber.

Depois acertei com o Santo e fiquei trabalhando, não tinha madeireira lá. Aí associou com o Ernesto Carniel da Vila São João, 26

homem muito sério, muito honesto, deixando com ele as máquinas e os galpões lá retornou para a serra nesse meio tempo colocando uma serraria porque o Carniel queria pagar muito pouco a madeira, acabamos com a sociedade, enchendo de madeira o depósito lá e não vendia, foi então que decidiu ir para Sapucaia _ Porto Alegre. Depois de Torres, no ano de 1971 veio para Cambará onde montou a serraria. Mas daí ficava aqui e trabalhava lá, fala.

Comprou feita, mudou a serraria para Morro Agudo, aquela vendeu para um homem lá do Correia Pinto e ele não pagou.

No ano de 1974 colocou um material de construção em Sapucaia do Sul, lá pagava seis salários mínimos de aluguel, fez o contrato por dois anos e ficou cinco anos. Construiu muitas casas com material de construção. Construiu uma casa em Canoas, Caxias do Sul, Tramandaí, uma casa de pedra, essa que construiu em Tramandaí, recebeu um Chevette novo, e 10 mil em dinheiro. No ano de 1980 comprou uma serraria em São Francisco de Paula, pagou 10 mil cruzeiros de aluguel pelo terreno, trabalhou um ano. No final do mesmo ano, mudou para Praia Grande SC, quando colocou a serraria na Praia Grande SC fez a estrada até o meio da serra lá, com trator de esteira e ia de caminhão, tirando a madeira, quando veio essa lei de não cortar árvores, mata nativa, largou de mão da madeira.

Penso que entendo. Se eu falar em exportação de madeira para quem não entende, que não tem prática, nem sabe o que estou dizendo. Uma tábua de 30:

Foto em frente construção Sapucaia do Sul a direita

uma Amadeu Bertoldo Macedo e um amigo

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polegada, 12 de largura, e 18 pés, então se pronuncia uma, doze, dezoito”? o comprimento do pés é 30 cm. Uma polegada: 2,5 cm.

Então se é meia polegada, e meia,12 largura. E um tirante 8X16 é 3,6,18. Assim por diante.

A dúzia de madeira de exportação de pinho é de duzentos e dezesseis pés. Mas quem não tem prática, nem sabe o que estou dizendo. Não tem a experiência, por exemplo: uma tábua de 4 e 40 é 14 pés.

Depois de um tempo, vendeu a serraria para o Eliseu Lima, por 12 milhões e veio a modificação do dinheiro (cruzeiro para cruzado) o dinheiro desvaloriza, deu prazo de um ano, sem juros, depois disso retornou para Cambará.

Sacolão Na década de 90, comprava material de construção e produtos: verduras, feijão, pinhão... de tudo, vendia no sacolão na grande Porto Alegre, Em São Leopoldo, o sacolão do Lúcio, estava com 200 empregados, e eu comprava produtos para ele. Naquele tempo deu muito feijão na Praia Grande, daí pediu para comprar 500 sacos de feijão, só veio buscar o dinheiro, aí vamos comprar uns boizinhos.

Che- gando lá na Morungava (fica antes de Gravataí) tinha um amigo que vinha aqui, seu Aldo e disse. Quero comprar uns boizinhos. _ “Eu não tenho, mas tem um amigo meu que tem.”

Chegou lá, tinha 70 terneiros, boa barbaridade, que disse: _ “Eu vendo, se quiser levar tudo, eu faço 300 e se quiser deixar eu tirar por baixo, leva 30 é o mesmo 300. E se quiser tirar por cima, (ele era cambista) 40, 400 pila. Fui lá, olhei os terneiros, fiquei com tudo.

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Naquele tempo o juro era 80 por cento ao mês. Peguei os terneiros, voltei no Lúcio tinha 7 contos, de feijão que levei, dei para ele, fiquei devendo 14 e, com 15 dias, o Dirleu comprou muito feijão e não tinha saída, cheguei aqui troquei 40 terneiros por feijão. Levei para o sacolão, recebi a vista e paguei o homem com 30 dias de prazo. No leva e traz para cá e para lá. Ganhei 10 terneiros.

A rota dos bois nesse tempo já era feita com caminhão. Mas daí veio o Arcide Pereira e trouxe uns bois lá de perto de Caxias pensando que chegasse aqui vendia, porque Cambará tem fama.

São uns ralados, querem vender terneiros, vem vender aqui para mim, não compro. Os fazendeiros são orgulhosos, é só papo, não quero falar de ninguém, mas não escoram um negócio, não tem coragem.

Daí o Perine trouxe aquela boiada ali, soltou aí na fazenda que ele tinha, extraviou boi para todo lado ali, e morre o Nenê Lima, e o filho dele era festeiro, e eu fazia parte da comissão da igreja, daí, vê que eu estava tão sem dinheiro, que o falecido Valentim, também fazia parte. Perguntou. Qual é que vai buscar os pães na Praia Grande? Não tinha padaria em Cambará, Disse. _ “Vai tio Magro (Amadeu como eles chamavam) era o mais descarado, não tinha dinheiro nem para os pães. Falei: _ “Então eu vou”. Cheguei na Praia Grande, comprei os pães. Fui ali na estrada pegar o ônibus e vinha vindo embora num jipe e falou: Macedo pega esse jipe e vai dirigindo, pula muito, estou enjoado. Peguei o jipe e fui dirigindo.

Tu me arrumas 30 bois aí? Após terminar a festa e pagar as contas tudo, eu arrumo. E veio o Perine na festa e chamei para um lado ali e perguntei se ele me vendia 30 bois? Vendo: é a vista? Respondeu: _ Olha Perine, não é para mim, tenho só o pente aqui no bolso, é para um homem que paga à vista, respondeu. Não, te arrumo. São 7,50 o quilo, ele fez pra mim.

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Capelas que Frequenta Frequenta a igreja Matriz de Cambará do Sul e as capelas do município: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no Morro Agudo.

Santuário de Caravaggio onde fez aniversário de 90 anos.

Sagrado Coração de Jesus, Sagrado Coração de Maria e São Jorge – Morro Grande.

Os filhos são todos católicos, as consagrações e a Crisma deles varia conforme com o local que estava.

Coronilho Tinha uma serraria lá na Praia Grande e veio um alemão lá de Porto Alegre, chamado Valter (Varti?) que falou: _ Macedo eu vim te multar hoje, eu vim aqui e quero que tu me ajudes com coroni- lho.

Daí subi a serra (não estava aberta ainda), lá na Rota do Sol, chegando no canto da lavoura, falei: _ está aí a árvore, e saiu olhando de cá para lá, o alemão tomou a rir sozinho. Nisso, vendo aquilo falei. Está ficando louco alemão? E ele respondeu. _ Não, vou durar mais 20 anos, no que ele disse. Colesterol, diabetes, se tu ias mor30

rer do coração, dura mais vinte anos.

Tudo que é falso manda embora, mas não é tomado os canecões dessa altura, é fervido essa casca do coronilho, ele fica bem cor de vinho, um calicezinho. Se tomar durante 90 dias, bem direitinho como estou te explicando aí, está seguro. Isso foi em 1988.

Em 1914 uma médica, receitou esse coronilho, então contei para muita gente e alguns tomam, querem que eu vá tirar. Vão tirar se quiserem, estão todas descascadas as árvores aí. E esse Tochi, o irmão dele, eu penso que durou mais de 10 anos, mas daí vão tirar a casca e vão cortando os galhinhos, faziam com madeira e tudo, fervia, não sei se adianta fazer dessa maneira.

Os índios já receitavam essa planta. E se eu quisesse explorar alguém, mas não sou disso, tenho medo até de dar um chá para uma pessoa, se ficar doente aqui, levo no médico, dou chá e se morrer, vão me culpar.

Passo da Lagoa O Compadre Gonçalves de Costa que era açougueiro lá anun- ciou que eu queria comprar uns bois. Um homem ali do Passo da Lagoa mandou me chamar que fosse lá, botou 400 bois num mangueirão de taquara, pode tirar 150. Mas daí eu nunca fui de mentir e disse; _ aqui no bolso tenho só o pente. Ele diz: _ não, dou 60 dias de prazo, então vamos vender os bois.

Antes de ir para Torres (1958) eu vendia muito gado para São Joaquim, Bom Jesus, Vacaria, vendia 200 bois para eles lá. Vou lá arrumar um comprador para esses bois aí e ganhar uns trocados, 31

aí fui num rotineiro, veio ali e não se agradou dos bois, ficou com medo de fazer o negócio e eles não engordarem.

Eu tinha um jipe e fui lá para desistir do negócio, cheguei na casa dum fazendeiro no passo da lagoa, Curumim. Chegando na casa do homem ele disse: _ Seu Amadeu ia lá na sua casa ver se o senhor me cedia a metade daqueles bois que comprou do Darci Azevedo. No que falei: _ vamos lá falar com ele, mas, eu vou ter que ir lá em Torres, eu lhe avalizo e o senhor me avaliza, eu fico com a outra metade dos bois. Mas daí eu vou levar um monte de recomendação. Fui lá no banco, peguei a carta e apresentei para o homem e ele ficou com a metade dos bois e eu com a outra.

Apartemos os 150 bois, eu meio metido a pachola, um cavalo bom barbaridade, na minha frente não escapa. Fui de trás, peguei esse boi e o levei para outra mangueira. Batemos os bois e chegamos lá na mangueira do seu Rui com os bois. Veio a esposa dele e disse: _. Mas meu veio está louco, comprar esse mundo de gado aí? Isso dá lucro? _. Pois, minha velha, se tiver muita sorte dá 10 contos de lucro na en- gorda. Então falei: _ eu lhe dou 10 contos de lucro e o senhor me dá a invernada. Feito o negócio! Vendi os bois para ele por 30, paguei 40, nos cinquenta dias, engordaram no terreno dele, vendi em Criciúma por 60, fiquei com os meus a 10 contos cada. Já pensou?

Sesmarias Sesmaria (de sesma, derivada do latim sexĭma, ou seja, “sexta parte”) foi um sistema português, adaptado no Brasil, que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção agrícola.

A distância duma légua terrestre 3 milhas, milha brasileira é mil braças. Braças duas varas ou 10 palmos, então a légua é 6.600 metros. Na família não recebeu sesmarias, quem recebeu na serra foi um tal de João Córdova, era solteiro. Recebeu uma área muito 32

grande e foi em Cambará tirar um dente, no dentista charlata.

Tirou o dente com uma faca que tiraram um coro de um boi que tinha carbúnculo. João acabou morrendo.

Ficou a herança para um irmão, Manequinha Córdova, era leigo, não conhecia nem dinheiro, ficou com aquele mundo de terras. Do encruzo do Crespo que sai na Azulega e sai nos peraus da serra, mas daí ele tinha um filho natural, ajeitaram o velho para passar as escrituras no nome do filho para não dar a herança para o Vicente Córdova, mas aí ainda deu o campestre do cavalinho.

O campestre era uma área muito grande, ninguém dava valor aqueles terrenos lá, daí trocaram por uma mula velha do filho do falecido Eduardo. Foram passando, passando, depois ficou na mão do Vardo e este, entregou para o IBAMA uma parte a outra parte o seu Reduzino Henrique que comprou e vendeu para o Domingo Martins. Eu desconfio que o Dr. João já tinha entregue para o IBAMA. Porém, esse não demarcava os terrenos, aí o Domingo Martins muito vivo requereu tudo e entregou aquele mundo de terra para o IBAMA, (mais de uma vez, já foi entregue) ficou um fundo lá embaixo que entregaram para Jovino Rocha. Este requereu aquele mundo de terra, recebeu, acredito que não soube lidar com o dinheiro, morreu pobre.

Plantação Sobre as flores. O mês das flores é no mês de setembro, então ele solta as flores no mês de setembro e toda a flor que solta neste mês, se dá serração ele chocha, a serração é muito contra as plantas de grãos.

Está enxergando aquela árvore bem florida? Se der frio não dá uma fruta, daí mata a flor, no ano passado até figo, figueira deu naquela ali (aponta) que talvez saindo a fumaça da chaminé combateu o frio, só numa figueira. As outras não produziram.

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O pessegueiro, porque chamam o pêssego de Conceição? Porque Conceição dia 8 de dezembro ali na Vila Nova em Porto Alegre tem uma grande plantação de pêssego e na Conceição ele está maduro e dá festa do pêssego. Tem uma produção muito grande.

E aqui no nosso clima, é difícil, nós trazer um enxerto daqueles de lá, que colha pêssego. Porque ele floresce mais cedo e vem o gelo e mata. Tem aquele ali na beira da casa que lá um caroço ou outro daquele pêssego nasce. O ano passado ele deu três frutas. Decerto se abrigou do frio. Esse ano tá bem florescido talvez vai dar mais. Da boca da serra até chegar aqui, dá muita serração é o salitre do mar que vem ali, digo por experiência própria. O arame do campo dura só três anos, enferruja tudo, o salitre levanta e cai ali, e aqui mais fora na minha divisa com o Dário, tem arame que eu comprei quando era solteiro ainda 1950, está enferrujado, mas o homem não quer trocar, colocar novo.

Terreno melhor para arroz que seja, por exemplo, da Salina até o mar é bom para tudo. Mas se der serração aquela noite chocha tudo então não arrisca a plantar.

José Turco Vamos ali no seu Alziro, seu José? Vamos meu filho, daí eu puxei um saquinho de paçoca assim, ele disse: _ meu filho essa paçoquinha não dá nem de botar num buraco do dente. Vou pedir para seu Alziro estralar uns ovinhos aí para mim.

Quantos ovos seu Zé? _ No que ele respondeu: _ 3 dúzias. Aí, estralou 3 dúzias de ovos, numa bacia, e naquele tempo tinha um pão de 70, trouxe dois pães daquele de 70, ele comeu 3 dúzias de ovos, ainda passou um pedaço de pão no fundo da bacia. Perguntou: _ quanto é a despesa seu Alziro? No que eu disse: _ não, deixa que eu pago, paguei. Faleceu de velho. Dizem que ele certa vez comeu um carneiro inteiro, assado, sozinho.

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Nenê Alves

Demétrio Alves Fogaça Nenê Alves Fogaça, vulgo Demétrio, era um homem muito honesto, de família honesta, e era muito favorável ao Antônio Almeida, na campanha. Depois daqueles colégios que eu fizera, inauguraram, ele representava, mas parece que inauguramos só o da Vila Brocca, as outras escolas não foram inauguradas. Trocou de governo. Nós esperávamos que Brizola ganhasse as eleições, e eu era muito do antigo PSD (Partido da Social Democracia) meu pai, também era, enfim, todos. Fui pra Torres, já me aliei com o Antônio Almeida, entretanto, fiquei quieto, e o Santo era MDB. Aí depois criaram outos patidos, agora nem sei como está.

Experiência em Construção – Templo Qualquer categoria de material, compro pela metade do preço, sei comprar cimento na fábrica, telha, madeira nem se fala, traba lhei com madeira muito tempo.

Sobre o médico, eu disse para ele que tinha prática de construção, ele fez orçamento da madeira em Novo Hamburgo, ele mora lá, deu 135 mil. Ele veio aqui e eu arrumei 35 mil, toda pregada. O que era de madeira, mas ele gastou mais fez quatro banheiros na casa, é um templo, na estrada da Fortaleza, paga a pena só ir lá ver a construção que ele fez.

Ele tem um grupo que atende, tenho muita confiança, fiz um tratamento com ele. Isso aí contando parece mentira, graças a Deus fiquei bom, consultei médico de canoas, Dr. Schmidt. Estava sofrendo da coluna há mais de 30 anos, fazendo (injeção) todo mês, quan 35

do vencia os 30 dias voltava que não podia nem caminhar. Quando fui operado da úlcera do estômago, ele já estava aqui, e conversando com ele aqui, perguntou: _ quem sabe quer que dê uma olhadinha? Me colocou em cima de uma mesa que tinha aqui, botou as mãos por cima (Reiki). Não fiz mais injeção, sarei da coluna.

2ª Guerra Mundial Começou em 1940 e em 1945 terminou, Getúlio ganhou as eleições de Washington Luiz, daí era um livro. Davam uma volta e assinavam e davam o nome. Houve fraude, o Getúlio era Promotor de Justiça, contestou, queria nova contagem, não aceitaram, ele implantou a ditadura. Foi em 1930, até 1945 No tempo da Segunda Guerra Mundial, houve um racionamento de querosene e do café. O açúcar branco se usava muito pouco. O açúcar mais usado naquela época era o mascavo. Era racionada a quantia de querosene que o armazém e a bodega chamada naquela época. O armazém vendia só uma quantia, nós quando comprávamos querosene, era em lata depois aquela lata servia para medir feijão, milho, chamava-se meio alqueire 15 quilos.

Com o querosene racionado, o jeito era fazer vela artesanal.

Metia naquela lata com sebo, e tirava botava uma tabuinha embaixo fazia uma tampa botava esquentar aquele sebo aproveitava tudo faziam as velas paa uso pópio.

Irio Benfato Veio da Zona Nova SC com dinheiro aqui para comprar uns porcos. Para comprar porcos tem que ir nos vizinhos ali, ver se eles querem vender, aquela conversa toda, ele pegou o dinheiro e 36

deixou para mim. Ele disse: _ pega esse dinheiro e leva 50 porcos lá para mim. Agora que não me lembro do negócio que fiz com ele, se era o preço que aumentava do magro para o gordo o aumento era dele e o preço que aumentasse de 2 reais que fosse era meu.

Ele deixou o dinheiro, e eu comprei os porcos e levei para ele, aí passou, tropeando o gado. Eu morava com a minha irmã. Ela disse. Olha teve um homem aí e deixou um dinheiro pra ti. É um homem aí de baixo. Naquele tempo deixou 6 contos de lucro, aí seis contos naquela época davam 6 bois. Então eu tenho o homem por ser muito sério, ele trouxe aqui o dinheiro, acredito que ganhei o aumento no preço. Porque é o seguinte, eu sempre elogio muito aquele homem.

Mas daí fazendo umas tropeadas de gado, chegou a entrada do inverno sobrou um dinheiro, banquei a comprar porcos. Comprei 300 porcos, botei na encerra do seu Angelino ali, e dava um aumento e o preço do magro para o gordo era meu. Mas teve um tal de seu Antônio Brath foi mal com os negócios, levou um ano para me pagar os porcos, mas pagou direitinho, não executei ele, baseado naquele negócio do seu Írio, mas depois daí parei com o tropeamento de porcos.

Sobre o Catarina Foi forte o vento aqui em cima da serra. Aquela pedra em cima da chaminé da lareira no telhado, quebrou. Foi parar lá nos pinheiros. O meu irmão naquele tempo era vivo o pai dele o Hermes, aí ele foi lá olhar o rio, caiu muita árvore e o vento veio e trancou era cano de 80. Foi olhar o rio e voltou de costas, cada passo que dava para trás, corria o perigo de ter ido na enchente.

Estava na casa do Macan que gostava muito de caçar passarinhos e nesta noite fez a passarinhada. Levei um vinho, saboreamos durante a 37

janta e quando iniciou o vento. Falei para ele: Vamos correr, vamos correr, aí me trouxeram para casa e foram embora. Meu filho Vinícius, que viera neste dia, estava dormindo lá em cima. Quando vi só o barulho dele, na escada, fiquei encolhidinho lá em casa, quietinho, não caiu nem um pedaço de telha dessa casa velha.

O dia 28 de março de 2004 ficou marcado como a primeira vez em que um furacão atingiu a costa do Atlântico Sul. O Catarina atingiu ventos de 180 km/h, o que o classificou na categoria 3 na escala Saffir- Simpson, que mede a intensidade de ciclones com base na velocidade dos ventos e vai de 1 até 5. À título de comparação, o Florence, que chegou a estar na categoria 4.O fenômeno aconteceu em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e seu nome veio da área mais afetada por ele. (ht- tps://super.abril.com.b /ciencia/catarina)

Sobre Esporte Adora jogar canastra, receber amigos, familiares em sua casa e o passatempo é o jogo de cartas que está sempre em cima da mesa. Seu entretenimento preferido.

Nas fotos Amadeu aparece jogando cartas com o amigo Juarez e a filha Fátima.

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Fotos em sua Propriedade

O cavalo GURI

A cachorrinha Laika

Piquete de rachar lenha

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Ainda guarda a velha cama da década de 50

Espaço reservado para as orações diárias

No tronco da araucária a ferramenta que usa para cortar as folhas e trato para animais

Fogão a lenha usado para fazer as refeições diárias e aquecer a casa.

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Amigo dos Animais

Equipamentos de montaria.

Lampião usado até pouco tempo antes de chegar energia elétrica na propriedade.

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Diariamente na lida cuidando dos animais

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Amigos de Amadeu

Da direita para a esquerda: Seu Nilo, Amadeu e Juarez

Da esquerda para a direita: O taxista seu Elodir, Amadeu e Benedir ajudam a cuidar do gado.

Seu Dário Cardoso

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Sentados da esquerda para a direita: Rodrigo, Genésio, Dalmei, Amadeu. Em pé: Luiz, Vinicius, Neri, Juarez, Paulo e Valdir

Ex Prefeito de Cambará do Sul Schamberlaen, Amadeu e Juarez Godinho Scheffer Ex Prefeito do Município de Passo de Torres SC.

Paulo, Amadeu, Dalmei, Neri e o Luiz.

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Ondina, o esposo Paulo e Amadeu

Abenor, Amadeu e Abedilho.

José Ailton da Silva (Ita)

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Aniversário de 90 anos de Amadeu Bertoldo de Macedo

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Este registro foi feito para possibilitar aos familiares, filhos, netos, bisnetos e amigos, no tempo futuro, continuar conectados com seus ancestrais por meio da história de vida do Senhor Amadeu Bertoldo Macedo.

Pesquisadora história oral e memórias WhatsApp/fone 48 996579966 e-mail: cloreramos@hotmail.com Instagram @cloreciramosmatosoficial

Professora Cloreci Ramos Matos

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