Ventanas Abiertas | Mostra Digital de Artes

VENTANAS ABIERTAS Mostra digital de arte unileira sobre a covid-19

Mostra Digital de Artes “VENTANAS ABIERTAS” Catálogo da exposição 2020 ISBN: Realização: Departamento de Comunicação e Culturas (PROEX/UNILA) Curadoria e Expografia digital: Michele Dacas Produção: Michele Dacas e Milene Rocha Assistência de Produção: Duda Fank, Kevinn Steven Carrera Choconta, Lucas Ovelar Revisão textual: Rejane Bueno Projeto Gráfico e diagramação: Roger Dourado

ISBN:

ficha catalográfica VENTANAS ABIERTAS [recurso digital/impresso]: catálogo da exposição 2020/ Ventanas Abiertas: mostra digital de artes sobre isolamento social na pandemia / organização: DECC/PROEX/UNILA. – Foz do Iguaçu, PR. Arte 1. Arte contemporânea 2. multimídia 3. Arte e isolamento social 4. Covid-19 5.

VENTANAS ABIERTAS – Catálogo da exposição I. Departamento de Comunicação e Culturas II. Pró-Reitoria de Extensão III. Universidade Federal da Integração Latino-Americana.

ARTISTAS Alex Santana França Ana Clara Lopes Fank; Andrés Steven Amaya sanchez Angelene Lazzareti Anna Maria Moura; Ariadne Taissa Dias Pires Ferreira Bernie Rolando Reyes López; Camila Mesquita Santos Diana Araujo Pereira; Elson Andre de Lima Elli; Erika Yined Ramos Sanchez Fabio Salvatti Fidel Pascua Vílchez Fran Rebelatto Franciele Mussio Mendoza Fredo Agudelo Gabriela Alves Silva Jesus; Giane da Silva Mariano Lessa Janaiany Silva de Miranda Johnny Nelson

OTRAS VENTANAS João Paulo Duarte de Sousa João Ricardo de Carvalho da Silva (cabocla joão) João Victor Concer (Lírio Delmar) Katherine Sahyan Antillanca Millaqueo; Lara Victoria de Moraes Sorbille (Morgana) Marcos Labanca Maria; Maruan Sipert; Mateus Ritter (Artisteza) Mateus Campioni Mildred Astrid Torres Umba (Milo Torres Umba) Orlando Martínez; Rafael Koehler Renan Chiló Bellon (Fuga) Renan Gouveia Ruben Schwinn Rynnard Milton Alves Dias

Sophia Belén Ruiz González Sol Ferreira Sueli Crespa Thiago Bolivar

MOSTRAS CONVIDADAS Núcleo Cultural da UFCSPA (NCULT) Bruno Alencastro (Obs-cura) Coletivo fotográfico Covid-LatamCovid

INDICE

Enquadramentos

Quando tudo isso passar...

apresentação do que você tem saudade?

23 - toldado parte I y II (Andrés Steven Amaya sanchez)

50 - Cumbia bajo el sol (Andrés Steven Amaya sanchez)

06 - insolado (Andrés Steven Amaya sanchez) 07 - fluido (João Paulo Duarte de Sousa) -08algema (Anna Elli/Maria Maria/Sol /SolFerreira) Ferreira) - algema (AnnaMaria MariaMoura/ Moura/ Elli/ 10 - abraço (Ariadne Taissa Dias Pires Ferreira) 11 - finda essa saudade (Ariadne Taissa Dias Pires Ferreira) 12 - muamba para São Paulo, cota máxima de 5 poemas. (João Ricardo de Carvalho da Silva)

24 - osmosis (Sophia Belén Ruiz González) 25 - galería de cuarentena (Sophia Belén Ruiz González) 27 - es la casa el territorio. el territorio es la casa (Fran Rebelatto) 32 - náusea (Ana Clara Lopes Fank) 33 - canções da Quarentena (Fabio Salvatti) 34 - essencial (Fredo Agudelo) 36 - poema Solstício de Inverno (Diana Araujo Pereira)

15 - (re) inventando Maria (Franciele Mussio Mendoza)

37 - enquadramentos na pandemia (Giane da Silva Mariano Lessa)

17 - peixe de prata (Maruan Sipert)

41 - 'soul in isolation' (Thiago Bolivar)

20 - Poesia Brasileira Toki Ayitchana (Elson Andre de Lima e Johnny Nelson)

44 - pro bem ou pro mal (Camila Mesquita Santos)

21 - passar sem ela (Marcos Labanca )

46 - alucinação (Rynnard Milton Alves Dias)

22 - Warriache (Katherine Sahyan Antillanca Millaqueo)

48 - corpoparaquedas (projeto de pesquisa poéticas do ENTRE: corpo, escuta e criação artística)

45 - Às vezes sou maré cheia (Camila Mesquita Santos)

49 - canções da quarentena / a arte agora (Fabio Salvatti)

51 - at qxileen qwinaqilal (Bernie Rolando Reyes López) 52 - tempo presente, dança e metamorfose em palavra e imagem (Giane da Silva Mariano Lessa) 57 - Da minha janela (Alex Santana França) 58 - Tempestad Karacha i (Orlando Martínez) 59 - Equilíbrio em meio ao caos (Janaiany Silva de Miranda) 60 - vai passar (Fidel Pascua Vílchez) 61 - 'Já Passou” (Rynnard Milton Alves Dias e Sueli Crespa) 62 - invasión social ciudad del este 2020 (Ruben Schwinn)

Otras ventanas/Mostras convidadas 64 - Na minha janela o mundo (UFCSPA) 67 - Obs-cu-ra (Bruno Alencastro) 72 - Covid-Latam

I

APRESENTACAO I

Ventanas abiertas é uma proposta de mostra baseada no formato da expografia digital que reivindica a difusão da arte pela experiência ampliada do virtual. Mas ao mesmo tempo em que expande os limites do espaço, se suprime em presença. Tal como é a própria vivência do isolamento social no contexto da covid-19, que tematiza e converge os trabalhos aqui selecionados. Ao longo dos meses de 2020, percebemos que o isolamento social é uma vivência que contrasta com a intensificação dos contatos virtualizados e que motivaram a articulação de múltiplas redes e aproximaram distantes. Isolados, encontramos nas tecnologias sempre presentes, novas formas de estarmos juntos. Ao mesmo tempo em que o cotidiano enquadrado pelas paredes e telas pesou seus limites sobre nossos corpos e ralações sociais.. Mas as paredes têm fissuras, e tem janelas, têm aberturas que podem dar acesso para além do perímetro espacial físico, podem acionar a memória, enquadrar o instante, ou remeter a aquilo que está fora de quadro, ao outro ou até mesmo ao futuro. Futuro? De todo modo, entre todas as variações, a proposta curatorial de ventanas abiertas é sobre a percepção do espaço na experiência de isolamento. A experiência do espaço tal qual na concepção definida por Fayga Ostrower (1983) como "nossa sensação de estarmos contidos num espaço e de o contermos dentro de nós, de o ocuparmos e o transpormos, de nele nos desequilibrarmos para viver, o espaço é vivência básica para todos os seres humanos. Além disso, o espaço constitui o único mediador que temos entre nossa experiência subjetiva e a conscientização dessa experiência. Tudo aquilo que nos afeta intimamente em termos de vida precisa assumir uma imagem espacial para poder chegar ao nosso consciente. E do mesmo modo, tudo o que queremos comunicar sobre valores de vida traduzimos em imagens de espaço". Esse tema é tratado de várias maneiras nesta mostra. Há incontáveis tons, formas e linguagens que ao longo da exposição se desdobram e se interpenetram. A experiência da percepção do espaço no contexto de isolamento na covid-19 se diferencia entre artistas e suas manifestações, que ora correspondem umas às outras, ora contrastam, mas nunca se excluem. Por fim, é importante dizer que essa curadoria, foi antes de tudo, um exercício de escuta, mais do que uma exposição, é um percurso de acolhimento. Uma escuta que a partir daqui passa a ser um exercício também de quem irá abrir suas janelas para observar e absorver cada obra.

I

PRESENTACION Ventanas abiertas es una propuesta expositiva basada en el formato de la expografía digital que reivindica la difusión del arte a través de la experiencia expandida de lo virtual. Pero, a la vez que expande los límites del espacio, se reprime en presencia. Como es la experiencia del aislamiento social en el contexto del covid-19, que focaliza y converge las obras que aquí se han seleccionado. A lo largo de los meses de 2020, nos dimos cuenta de que el aislamiento social es una experiencia que contrasta con la intensificación de los contactos virtualizados y que motivó la articulación de muchas redes y las separó. Aislados, encontramos en las tecnologías siempre presentes, nuevas formas de estar juntos. Al igual que la vida cotidiana ha sido enmarcada por las paredes y las pantallas pesaba sus límites en nuestros cuerpos y relaciones sociales. Pero las paredes tienen grietas, tienen ventanas, tienen aperturas desde las que se puede acceder más allá del perímetro espacial físico, pueden disparar la memoria, enmarcar el instante, o referirse a lo que está fuera de la imagen, al otro o incluso al futuro. ¿Futuro? De todos modos, entre todas las variaciones, la propuesta curatorial de ventanas abiertas trata sobre la percepción del espacio en la experiencia del aislamiento. La experiencia del espacio tal como la define Fayga Ostrower (1983) como "nuestra sensación de estar contenido en un espacio y de contenerlo dentro de nosotros mismos, de ocuparlo y trasponerlo, de estar desequilibrado para vivir, el espacio es experiencia". básico para todos los seres humanos, y el espacio es el único mediador que tenemos entre nuestra experiencia subjetiva y la conciencia de esa experiencia. Y del mismo modo, todo lo que queremos comunicar sobre los valores de la vida se traduce en imágenes de espacio ”. Este tema está en este programa, tratado de varias maneras. Son innumerables los tonos, formas y lenguajes que a lo largo de la exposición se despliegan y se interpenetran. La experiencia de la percepción del espacio en el contexto de aislamiento en covid-19 difiere entre artistas y sus manifestaciones, que a veces se corresponden entre sí, a veces contrastan, pero nunca se excluyen. Finalmente, es importante decir que esta curaduría fue, sobre todo, un ejercicio de escucha, más que una exposición, es un viaje de bienvenida. La escucha que parte de aquí es también un ejercicio para quienes abrirán sus ventanas para observar y absorber cada obra.

DO QUE VOCE

SENTE SAUDADE? 1º piso coloque os “fones” e ouça Insolado https://youtu.be/az2QktCmzLk Andrés Steven Amaya sanchez (Estudiante de servicio social (UNILA) y músico)

06

Fluido, fotografia (diptico), Fevereiro de 2019, antes da pandemia Imagens de registro da primeira vez que meu corpo travesti existiu como tal nas ruas de Fortaleza, no Ceará, segundo Estado que mais mata indivíduos transgêneros no mundo.

Conforme dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais - Antra, em 2019 foram 124 corpos transgêneros exterminados no Brasil, destes, 11 foram ceifados no Ceará, ficando atrás apenas de São Paulo, com 21 casos registrados de transfobia.

Lembro-me deste dia, um misto de medo, alívio, disforia. Estranhamento, tentando aproveitar o sol que fazia. Transitando enquanto era dia, com receio do que ao anoitecer poderia, na rua meu corpo experenciar. Eu, enquanto indivíduo, encarei muitas faces do isolamento. A princípio, meu otimismo de sagitário, me manteve a cada pronunciamento com esperança. Nessa fase, consegui até que produzir regularmente.

No fim do primeiro mês de isolamento, com os números de contágio e óbitos em aumento, o lockdown foi estabelecido. Dias após, perdi um amigo muito querido pra doença, e esse foi, pessoalmente, um dos, se não o momento mais difícil da pandemia. Era uma possibilidade real, não mais uma estatística. Passei também a me questionar a respeito da finitude da existência e sobre a forma como tenho experenciado-a. Tenho pensado muito sobre a minha transição de gênero. Antes, eu entendia a transição como um destino final, talvez por condicionamento sociocultural. Hoje entendo como cada fragmento de tempo é crucial, latente e vivo.

João Paulo Duarte de Sousa, artista visual cearense, produtora cultural e restauradora de obras de arte. Em seu trabalho autoral com visualidades, evidencia o corpo e as vivências que perpassam seu corpo travesti, materializando tensionamentos em fotografia, performance, instalação e vídeo.

07

Fluido, fotografia (diptico), Fevereiro de 2019, antes da pandemia ALGEMA Augusto, alheio às interações sociais, mesmo dentro de casa com a família.

Vovó tomava gemada, de manhã bem cedo. Diz que fortifica.

A força vem do ovo?

Trancafiado nos pensamentos sobre vida e morte.

– Iremos todos morrer? –

Algema de ovo. Às gemas: Pelos poderes de vó Graça: Eu tenho a força! De vestido

Perguntava-se ao assistir TV. Saía do quarto na hora exata das refeições, quando

Magenta, me balançava no colo, na rede, eu era menor que as “frôzinha” de seu

tocava a vinheta do Cadeia Neles.

Saía da caverna, Augusto e Datena para a janta.

vestido. A gente brincava: Quem nasceu primeiro? As galinha da MAGGI ciscando

Saboreavam o sanguinário jornal com a mesma fome que se alimentavam daquela

lá na frente. Galo cantou e vovô já “tava” no curral porque Seu Jaime esquenta o

programação banal. No café era diferente, não havia Clóvis Roberto, nem Brasil

coro de gado ARISCO.

Urgente. Só se sentia vivo de verdade, ao acordar.

Hoje, para o café da manhã só tem geleia e ovo. A geladeira estava ficando vazia. – Vou fazer uma gemada.

Eu tinha medo da casa grande, era tudo tão gigante. – Parece que vai me esmagar, vovó.

Lembrei de Vovó.

08

O pé do Seu Jaime é um cepo de um pé. Mas quando se é criança, até o medo vira amigo, engraçado. Hoje, medo é companhia, amigo não é não. Augusto, alGEMAdo

Vó, tu és aventureira e conheces bem o tempo e como as vezes não cabe nele tudo que queremos fazer, todas as

ao medo da morte, só se liberta com a ideia de interação com alguém que está

pessoas e todos os lugares. A senhora sabe que sou chato desde criança, mas

muito longe. Pensou em visitá-la, não teve coragem.

Resolveu escrever:

adorei a lembrança que mandou. Hoje, sou eu que trago-lhe de presente um abraço.

Vovó, Escrevo esta carta para saber como a senhora. está? Perdoa as andanças e

Meus abraços não são só onde corpos se encontram.

Meus braços, meu peito, meu

eu não ter voltado tão cedo aí na sua casa, sei lá, tava andando atrás de mim. Tu

coração carregam vivências, memórias, afeto, essência e ancestralidade. Carrego

que é aventureira, que nasceu pra passarinho, bem sabe onde estou indo, de onde

em meus abraços tantos outros que recebi.

Felizmente existem os abraços, que

vem minha paixão pela liberdade e pela possibilidade de estar onde eu quiser,

curam o tempo e acalmam o coração daqueles que convivem com as ausências. É

mesmo estando hoje aqui isolado. Hoje lembrei-me de quando eu era criança e da

por isso que te abraço hoje, em agradecimento pelo sangue, pela genética e por

minha ansiedade de ir ao barreiro a busca de ouro, meu objetivo, na verdade, nunca

esse espírito.

foi o ouro e sim as expedições, as aventuras.

Preta, forte e aventureira, a sra. é vida, vó.

Mas vovó Graça não sabia ler. Augusto pegou o telefone e fez uma ligação.

Mas vovó Graça não sabia ler. Augusto pegou o telefone e fez uma ligação.

Anna Maria Moura/ Elli/ Maria /Sol Ferreira Se conheceram pelos caminhos das escrevivências de artistas pretxs emaranhadasdas nesse conto. Dedicatória para o meu avô José Ribeiro que não chegou a receber esta carta.

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ABRACO

COLAGEM DIGITAL - Ariadne Taissa Dias Pires Ferreira A necessidade de um abraço e o temor de que algo que um dia foi um simples gesto hoje seja o que mais afeta. Estar em isolamento social é a permissão de um (re)encontro consigo mesmo. É passar por uma grande experiência social, ainda que sozinha. São momentos de intenso isolamento para logo em seguida uma necessidade gritante de socialização, uma nova socialização sem toques aprendendo a decifrar olhares sob máscaras e telas. É entender que precisamos de menos ego e mais coletividade, repensar nossas ações e em como elas interferem diretamente no outro. Ter que aprender e se reinventar diversas vezes em distintos setores.

E principalmente enxergar que sem a arte não enfrentaríamos o que estamos enfrentando.

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FINDA ESSA SAUDADE COLAGEM DIGITAL

Findará a saudade de estarmos sentados em algum bar com o copo americano suando, o som do pandeiro criando por mãos ágeis um samba que em poucos segundos aproxima a todos em uma só voz. Vozes que hora sincronizam em uma gargalhada, hora debate perspectivas de conhecimentos recém adquiridos, soltando sempre a mesma frase "deixa eu molhar a palavra" antes de algum comentário perspicaz.

Ariadne Taissa Dias Pires Ferreira, estudante de Letras Artes e Mediação Cultural pela UNILA

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MUAMBA PARA SÃO PAULO, COTA MÁXIMA DE 5 POEMAS 1. Árvores Sagradas Casas no pé das aroeiras, espíritos fortes.

O tamanho é a dimensão mais perversa.

As vezes eu sinto que algumas árvores se sentem como eu.

Aroeira vermelha. Pata de vaca.

Miã. Feijão. Milho. Roseira. Suculenta. Espada de são jorge.

2. Provérbios Urbanos Moto maçom passando ao lado do nosso ônibus.

Sambódromo e trânsito.

Sem tambor. Motor, buzina.

Liga SP. Camarotes de 6 a 9.

Carnaval 2018.

PTE. Limão!

Um carro com dragões Rosas. Outro com trombetistas ainda cobertos por plástico preto, sem trombetas. Um carro de chapéu e rolos de filme de cinema.

Mais aroeiras vermelhas e daquela sementinha pequena que os índios fazem colar e tem muito no pasto. Árvores do cerrado, árvores atlânticas.

3. Palavras perante prédios Eu joão sou da mata. Juão Árvore. João Pedra. João do Campo.

Santa Cruz. Muitas Aroeiras e alguns Ipês.

Prosseguir, Rodaban Valores, Cometa, Ceagesp.

Cedrinhos e árvores de madeira dura..

Por Deus! Eu acho que eu vi uma Umbaúba! Enorme deve ser uma umbamba de uns trinta anos.

Av. Sumaré. Av. Pompeia.

Mudanças, guarda móveis.

Jesus.

Santa Cruz.

São Paulo.

Santa Cruz.

Ponte Júlio de Mesquita Melo.

4. Mais árvores Ipêzinhos e uma Umbaúba linda, uns 30 ou 40 anos.

Sementinhas e um pé de Amórinha.

Paineiras jovens.

Reduzir a velocidade ao mudar de página.

Mandou, Chegou. Kalunga. Studio A. Mudanças Net. Av. E. Marchetti.

Freguesia do Ó.

Ilha de aroeiras vermelhas.

Cinamomos.

Serviços.

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5. Mais algumas palavras copiadas pela janela do ônibus e outras árvores, para caber na cota Bandeirantes, Rodoanel, Ipiranga.

Abril.

Av. Edgar Facó.

Eucaliptos.

Nenhuma Tuna.

Pés de pata de elefante.

Comercial Elétrica.

Exigente como você.

Mudanças.

Snook.

Coqueiros Criança.

O Obelisco.

Ipiranga.

Km 3,5 V. Leopoldina.

Rápido Vinhedo.

Castelo Branco.

Metro Fit. V. Jaraguá.

V. Remédios.

Eucaliptos e chorões.

Roda o dobro.

Salve Comunidade.

4x4 100% Eventos.

Umbaúbas e Três Marias dentro da Rede TV. Oeste.

foto: Mateus Vasconcellos Campioni estudante de Cinema e Audiovisual (Unila)

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“A falta maior que eu sinto é da paisagem da fronteira, de tudo nela, de tudo em Foz, de tudo no Paraguay. A fronteira é real nos mapas e nos corpos. O isolamento exige mais desse segundo território onde a fronteira demarca suas forças. Tenho procurado sentir em mim os mesmos instintos que sinto quanto quando atravesso a fronteira a pé, quando os fluxos da minha respiração passam a fazer parte de outra atmosfera que também é parte de mim, onde os assovios mudam de afinação e idioma, as moedas nos bolsos ao meu redor passam a ser de muitas outras nações. Penso na vida na fronteira como uma luta diária pela sobrevivência, eu realmente não imagino estar em Foz sem estar lutando, porém na ponte fechada a vida e a muamba eclipsam em reminiscência.”

Cabocla João. Artista e pesquisador, trabalha com artes visuais e do corpo. É candomblecista e campesina. Graduada em nível técnico em Educação Infantil, atualmente cursa a graduação de Letras Artes e Mediação Cultural na UNILA.

Foto Renan Gouveia

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A raiva e a dor podem ser combustível para a luta contra as injustiças mas nessa situação também podem gerar ansiedade e depressão.

Em casa me deparei com traumas e muitas questões que deveria levar para análise... Questões que sempre ignorei. A arte está sendo uma aliada nesse processo. Estou olhando para esse amontoado de sentimentos, escavando esse caos anterior que dependia de um mergulho profundo nas minhas raízes. Volto para a memória para poder entender o que sou hoje. O que isso revela na camada mais íntima...?

(Re)inventando Maria / colagem digital, Franciele Mussio Mendoza

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As duas colagens foram inspiradas em documentos e fotos (de) familiares, aqui dedicadas a minha avó, Maria. Inspirada na arte radical e revolucionária das mulheres latinoamericanas quis homenagear as várias Marias avós que ela pode(ria) ter sido. Não conheci Maria, ela morreu antes de eu nascer. Hoje tenho apenas cacos, fragmentos. O que, se não a arte, para entrar em contato com ela? Maria é força originária e criadora que carrego em mim. Chegou ao Brasil pelo mar, conversa em sonhos e acolhe na transição da vida para morte. Muitos não sabem a própria história. Maria é substantivo comum para o esquecido e o que quer ser recontado de outra forma. Ao mesmo tempo que tenho Maria em mim não preciso e não posso repetir a história e o sofrimento das mulheres da minha família.

Franciele Mussio é graduada em Ciência Política e Sociologia pela UNILA, interessa-se por artes visuais, educação e história. Inconstante, está sempre em busca de novas linguagens. Um corpo que não suporta os limites da definição e deseja criar e 'morrer' sempre que preciso. No acepto las cosas como son dadas.

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PEIXE DE

PRATA

"a bateria do telefone não tem durado muito e com isso, raras são às vezes que saio com ele. raro sair também… fazem dias que me aproximo e recorto a paisagem com os dedos..

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mas por questões territoriais do espaço onde vivo, sair caminhar tem sido possível e sem ir contra às recomendações sanitárias... ...a casa que sempre provisória me aproxima de suspensão”

Maruan Sipert, bailarino formado pela escola de dança da UFRJ. Já esteve e segue em colaboração com outras artistas e desenvolve seu trabalho solo em torno das questões entre arquitetura/corpo/escrita

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POESIA BRASILEIRA TOKI AYITCHANA Este trabalho foi produzido de forma autônoma com o interesse de divulgar o trabalho artístico do colega e amigo Johnny Nelson, estudante do curso de Antropologia - DCLA, que foi realizado dentro do espaço de convivência estudantil no período em que participava da turma especial de férias e que foram os últimos dias em que esteve frequentando o campus da Unila no Jardim Universitário, antes do período de isolamento social por conta do Vírus Covd-19. Este poema é um de outros textos que são louvores a ancestralidade africana e visam uma descolonização mental dos povos negros em todas as dimensões, representam a luta pela liberação e a união dos Estados Unidas da África, que nos mantêm vivos neste tempo de pandemia.

Elson Andre de Lima e Johnny Nelson, estudantes da Unila Acesse o vídeo: https://youtu.be/pZ9kBklicDk

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PASSAR SEM ELA

MARCOS LABANCA I fotógrafo e fotojornalista da fronteira trinacional

Aqui a paisagem fotografada por Marcos Labanca é a própria dualidade e que imprime seus significados no conjunto de dois enquadramentos da passarela das cataratas. As imagens frizam o antes e o depois, mas também os distintos sentimentos que as fotos suscitam, é possível sobrepor a natureza à perda do fluxo de turistas, a perda do lucro, ou ainda vislumbrar a vulnerabilidade de um corredor turístico mundial que é amplamente rentável, mas que parece ser insuficiente para garantir o sustento e os empregos da sua cadeia de trabalhadores em meio às medidas de isolamento social. Há ainda como olhar para as fotografias e na sua composição, inverter essa sobreposição e mirar a cruel escassez de chuvas e da falta de água em decorrência de um sistema de exploração que nega a existência de uma vida em harmonia com a natureza. Nessa dualidade exposta pela pandemia, entre vida e lucro, onde localizamos nossas miradas?

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WARRIACHE Como no entiendes? que mi alma vive en la montaña, que renace en cada madrugada mirando hacia el alba.

Si no escribo lo que siento mi espíritu se encontrará con mis ancestros en el sueño; me harán recordar el riñim y los hilos mientras tejo mis pensamientos

Dejame soñar que es lo único que tengo, no quiero que se los lleve el viento,

Glosario Mapudungun - Español

déjame escuchar el silencio quiero

Warriache: Gente que vive en la Urbe-Ciudad

conversar con movimiento.

las

hojas

en

Pushwe déjame sentir tu latir en mi tierra

Riñim: Tejido Mapuche Pushwe: Cerro ubicado zona sur en la Isla Huapi, Futrono, Chile.

y subir con mis hermanas a la piedra; sentarse y cantar con el cielo y la estrellas mientras corre el mate a la derecha.

Katherine Sahyan Antillanca Millaqueo, Estudante, UNILA

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ENQUADRAMENTOS 2º piso coloque os “fones” e ouça Toldado parte I y II https://youtu.be/An25qIRQFYA Andrés Steven Amaya sanchez (Estudiante de servicio social (UNILA) y músico)

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SE ME OCURRIO PENSAR LOS DIAS COMO SI FUERAN OBRAS EN UNA GALERIA. . .

Panorama global y local

técnica digital de superposición de noticias y memes época de pandemia, siglo XXI Tarde con amigues

recopilación audiovisual performática de filtros sobre rostros, cuerpos practicando yoga y platos de comida época de pandemia, siglo XXI a ver si dando tres pasos metafóricos para atrás veo la pieza completa, o mejor aún, distinta.

El experimento resultó en una síntesis perfecta de la realidad, vista con el rabillo del ojo, a milímetros mío

GALERIA DE CUARENTENA y justo por eso, no me gustó, del cotidiano, de todo lo real que me devora-manos, paredes, la taza, yo, el teclado-, ya tengo bastante Joven gnorando al mundo,

fluidos corporales sobre lienzo.

Fricción de dedos contra carne y cavidades s/f

y lo que ando buscando es ir a lugares en donde (por favor) no me tenga que topar conmigo.

Mujer tomando baño

técnica mixta de agua, jabón y lágrimas sobre cuerpo humano y azulejos época de pandemia, siglo XXI

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Sophia Belén Ruiz González, Latinoamericana, disidente del

estado-nación y todos sus binarismos. Estudia Letras, Artes y Mediación Cultural en la triple frontera (UNILA) Poesía: La intención del poema es narrar el cotidiano desde un registro distinto, esperando así develar algo diferente sobre los días.

Foto: Cuando quedarse en la casa es ley para algunxs, la idea de que tu cuerpo es tu casa va tomando un sentido literal.

Resulta difícil hablar sobre estos tiempos de una manera lineal, con alguna secuencia lógica. Solo me animo a dar palabras sueltas. Durante esta pandemia me ha atravesado la saudade, el miedo, desinterés y mucha impotencia, todo al mismo tiempo y por turnos. Las tecnologías, casi que sin pedirme permiso, me muestran vidas ajenas, testimonios de mucho dolor y de también de resistencia y esperanza, los recibo e intervengo como puedo. El cese del cotidiano veloz me desorientó en relación a qué debo hacer y cuánto debo dar, pero a ratos le agarro la vuelta y me permito hacer cosas y acercarme a mis afectos de formas que antes no tenían lugar. Este tiempo-espacio está siendo una gran contradicción que ato y desato todos los días.

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ES LA CASA EL TERRITORIO. EL TERRITORIO ES LA CASA. ENSAIO FOTOGRAFICO

Fran Rabelato - Fรณtografa e Realizadora Audiovisual. Professora de Cinema e Audiovisual da Unila

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Nos nichos da sala de casa a capa de um dos livros anuncia ‘El territorio es la casa’. Suas páginas estão carregadas de fotos-marcas dos despejos de moradores nas periferia de Buenos Aires. No fim das contas ‘Es La casa el territorio’ quando ao seu lado as fotos de Frida Kalho e Diego Rivera convocam ‘recuerdos’ de uma breve passagem por Coyacán, numa tarde de sol na Cidade do México. Desde Cuba lembro-me do velho e o mar de Ernest Hemingway. Já, os pequenos bailarinos das festas de la Mamá Negra ou La Virgen de las Mercedez do Equador convivem por nono território da casa harmoniosamente com um postal da Cordilheira dos Andes sobreposta pelos galhos de árvores. Ganhei o postal numa passagem por Cuba e alguém me dedicou ‘Querida Fran’. A luz do sol ao final da tarde se sobrepõe ao quadro ‘Día de la Liberacion Nacional’ onde se encontram os camaradas Fidel e Camilo.

El territorio es la casa y en la casa cabe um pequeño mundo de memorias de Nuestra América.

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A crise sanitária do Covid-19 nos escancarou a desumanização imposta pelo sistema patriarcal-racista-capitalista e nesse sentido, pra mim, reafirmou a necessidade de construção de caminhos de transformação. Por isso, entre outras coisas, este momento de isolamento tem servido para fortalecer os laços nos espaços militantes e coletivos, mesmo que à distância. Ao mesmo tempo, tenho aproveitado este momento para realizar um mergulho nas memórias: aquelas que estão nos arquivos guardados em muitos HD's, nas fotografias antigas, nas poesias em cadernetas, momento também, de me reencontrar com outros marcos teóricos/práticos e que me levam a um novo reposicionamento da compreensão da arte e de sua práxis.

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NAUSEA

VIDEO POEMA

Ana Clara Lopes Fank, estudante Letras, Artes e Mediação Cultural, da UNILA, apresenta sua obra, um vídeo-poema, com narrativa autoral da artista, aposta na técnica de gravação no Zoom, um recurso que despontou no uso diário no contexto de isolamento de muitas pessoas. O zoom, com o intuito de aproximar, é utilizado ora como mecanismo de encontro para reuniões de trabalho, ora para encontros afetivos, festivos, e demais eventos interrompidos pela covid-19.

No plano de fundo, escutamos uma máquina de lavar enchendo, quase esgotando em ruídos o rosto na tela, a voz e a própria poesia. A obra da artista busca refletir em vídeo-poema a aflição de passar dias em confinamento; aqui o “quase” é um estado de ser e sentir. O poema, também escrito durante a quarentena, é intitulado Quase Gorfo. O hibridismo da linguagem traduz aquilo que cotidianamente “quase” se esgota, mas ainda se escuta, ainda ressoa. A expressividade persiste, mesmo ruidosa, entre a metade máquina e a metade artista na tela.

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/bWUvEBdF2qI

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CANCOES DA QUARENTENA ALCOOL GEL

Mais uma camada de álcool gel Para garantir Só mais uma camada Alguns centímetros, metros, quilômetros, Uma armadura de álcool gel Nós seremos ilhas, Eu e você, Numa piscina de álcool gel.

Pra nos proteger, Pra nos purificar,

FABIO SALVATTI

Pra nos perdoar,

performer, diretor teatral e professor.

Atualmente é calouro do Bacharelado em História da América Latina.

Um oceano de álcool gel. .

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ESSENCIAL Esse vírus está falando claramente das mudanças que como seres humanos temos de fazer para conseguir harmonizar com os outros seres que ocupam este planeta.

“Sou colombiano e moro no Brasil há dois anos. Tenho aproveitado o tempo para experimentar com a imagem em vídeo e a projeção, coisas que fazem parte de meu trabalho, o mesmo que ficou parado devido ao Covid-19.

Essencial é um videoarte criado nesse tempo de isolamento. Ele fala sob a procura de elementos para sair de circunstâncias entediadas, o uso de óleos para ajudar na melhora do ânimo, a procura da luz interna para fazer frente a uma cotidianidade clausurada.”

Fredo Agudelo é artista audiovisual, desenvolve trabalhos em curta-metragens, documentários, videoartes, vídeo-mappings, sessões de VJ, realiza experiências tanto na imagem quanto no áudio na procura de uma forma de expressão própria.

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/ZfWOoTUda8U

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corpo e sistema

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/VWmSoI-nQ8c corpo e saĂşde

corpo e polĂ­tica corpo e vontade Meu corpo pede pausa Meu corpo pede pausa Meu corpo pede pausa Minha mente em movimento cede ao compasso do corpo

que pede p-a-u-s-a!

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que a pausa seja bem vinda!

Poema Solstício de Inverno/Diana Araujo Pereira

Poeta, tradutora e professora da UNILA. Nos últimos anos dedica-se à pesquisa em mediação cultural, poesia latino-americana, fronteiras e interculturalidade

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ENQUADRAMENTOS

NA PANDEMIA

terra vermelha 30cmx30cm

sol fresco 80cmx80cm

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melodia rosada 60cmx50cm

pensamento difuso 30cmx30cm

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fronteiras fechadas 60cmx40cm

janelas 40cmx40cm

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Essa pintura leva o nome de "Pátria manchada" porque resultou do impacto das mortes dos indígenas após mais ou menos um mês de havermos iniciado a quarentena.

Durante este período de pandemia, foram vários os sentimentos. Houve momentos de grande ansiedade sentidos por colegas e estudantes a quem acompanhei.

Uns dando suporte aos outros. A minha primeira produção foi um poema que refletia esse estado de suspensão a que todos fomos submetidos pelo vírus. As demais, foram desenhos "adormecidos", já que fazia anos que não desenhava, aos quais considero enquadramentos. Foi o que me permitiu recuperar, pelo menos, parcialmente, o foco em vários tipos de tarefa.

Do mesmo modo que os desenhos, a pintura tem sido um importante ponto de apoio neste período de reclusão. Ela me ajuda a ter foco. Entendo que o desenho, a pintura e a poesia têm ajudado muito a viver o tempo presente terra vermelha 30cmx30cm

Giane da Silva Mariano Lessa / Professora do curso de Letras, Artes e Mediação Cultural da UNILA

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SOUL IN

ISOLATION

estas fiquem fora; que não ousem retomar o espaço estéril e asséptico que subtraímos da Natureza e que isolamos como 'nosso'. Mover-se na contramão dessa via certamente trará benefícios para nós mesmos e para tudo aquilo com que conseguir reintegrar-nos.

A trilha sonora do vídeo é composta pela música 'Soul In Isolation' ('Alma Em Isolamento') escrita e em 1980, pela banda britânica The Chameleons, e parece assustadoramente 2020 naquilo que transmite. Tomo meu chimarrão e reflito sobre as questões da pandemia, incentivado pelo som dessa banda 'underrated'.

Trecho de 'Soul In Isolation' - The Chameleons, 1986

A maioria de nós, no atual contexto, está em isolamento -- em maior ou menor grau. Muitos devem sentir falta do contato presencial com parentes, amigos ou quem quer que seja. No entanto, é interessante observar como tal contato nem sempre traria a quebra do isolamento em uma dimensão mais profunda, mais 'anímica': são muitas as pessoas que se sentem isoladas mesmo em meio a multidões; mesmo interagindo com multidões. Sendo assim, o problema talvez não esteja necessariamente na falta de contato, mas na falta de integração; no fato de não nos sentirmos parte de um todo -- o que pode ser consequência de uma sociedade cada vez mais voltada para o ego e para as superficialidades. A maior evidência deste estado de coisas pode ser encontrada na relação entre o humano e o 'outro', mais facilmente até do que na relação entre os próprios seres humanos. A esse respeito, observamos como, para a maioria das pessoas em nossa sociedade, o ideal de vida, de espaço físico, de conforto, está condicionado ao afastamento de outras formas de vida: que

I give you my time to kill But you'll never never break my will Or I could sink a sleeping pill And in the morning could be sleeping still But most of you are much to ill Oh, way beyond a surgeons' skill In bondage to a dollar bill What more can you buy, buy, buy Oh when you think of it, when you think of it We're all souls in isolation Alive in here, I'm alive in here I'm alive in here

Thiago Bolivar é professor de Linguística, atua na Unila desde 2011.

Entre outras coisas, é ambientalista, minimalista e completou 42 anos neste inverno da covid.

Acesso ao vídeo aqui: https://youtu.be/dOHx83q0P3s

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DA JANELA EU SINTO O MUNDO

A minha experiência nesta pandemia tem sido de extremos.

Meu humor tem oscilado bastante, assim como os momentos criativos e produtivos intercalam com períodos de ócio e escassez de ideias. Os locais, pessoas e situações que me nutriam criativamente não estão mais disponíveis como antes. Dessa forma, tenho encarado esse isolamento como uma oportunidade de nutrir-me de mim mesma, pro bem ou pro mal. E aceitar o que vem.

Camila Mesquita Santos Escultura modelada em argila, a partir de fotografias do corpo

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Acesse a obra aqui: https://youtu.be/_lNWjKbNcSc

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PRO BEM OU PRO MAL

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/t3gYt_MJnuc

Camila Mesquita Santos Pintura acrílica sobre tela 60cmx80cm

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AS VEZES SOU

MARE CHEIA

Formada em artes visuais pela UFSM em 2013.

Participou de 6 exposições coletivas: Santa Maria/RS em 2010, na Argentina em 2012 e em Porto Alegre/RS 2019 e 2020, com obras em escultura, gravura e pintura acrílica sobre tela.

Camila Mesquita Santos Caneta Nanquim e lapis de cor sobre papel 20cmx20cm

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ALUCINACAO

VIDEO COLAGEM I TRILHA SONORA: ALUCINACAO - BELCHIOR Rynnard Milton Alves Dias

Tanto tempo no mesmo lugar que a natureza pareceu me tomar de volta. Raízes por todo lado. Há pouquíssimos sons e consigo ouvir o essencial : melodias que harmonizam sutilmente a vida.

Minha alucinação é suportar o dia a dia. É a primeira de uma série de cenários que retratam a solitude e os encontros existenciais durante o isolamento.

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/UkhtzlMtI8U

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CORPO PARAQUEDAS

Passamos muito tempo tentando entender se algum tipo de criação coletiva era possível durante o distanciamento social. Exercitando um tipo de "solidão colaborativa", tentamos descobrir o que era possível com as condições que tínhamos, como as limitações das plataformas de reuniões, das conexões de internet oscilantes, das câmeras dos computadores, das ausências insubstituíveis, e dos medos e dores desse momento. Acolhemos a possibilidade de criar com as precariedades e não apesar delas. Descobrimos que é possível estar junto, mesmo longe, corpoparaquedas é fruto dessa possibilidade. É uma experimentação poética em Tecnovívio Performativo, via plataforma Zoom. Tecnovívio Performativo propõe a criação artística a partir de encontros mediados pela tecnologia – o que se tornou a alternativa possível de reunião durante a pandemia. A interação entre corpo, escuta e imagem se revelou um caminho para a criação coletiva, mesmo em tempos de isolamento.

Com corpoparaquedas, exploramos as relações entre proximidade e distância, entre queda e sonho, e entre contágio e afeto.

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/sKywBKch8HU

Essa experiência foi desenvolvida no projeto de pesquisa Poéticas do ENTRE: Corpo, Escuta e Criação Artística da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. A coordenação é da Profa. Angelene Lazzareti e os performers são Ana Clara Lopes Fank, Cabocla João da Silva, Erika Ramos, Fuga, Lírio Delmar (João Concer), Artisteza (Mateus Ritter), Milo Torres Umba, Morgana (Lara de Moraes), e Rafael Koehler.

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CANCOES DA QUARENTENA A ARTE AGORA A arte agora É sobre estar juntos, Sobre beijos e sonhos, Multidões e amor.

Sobre política, portanto.

A arte agora Contagia A arte agora Contamina E cura

FABIO SALVATTI performer, diretor teatral e professor.

Atualmente é calouro do Bacharelado em História da América Latina.

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QUANDO TUDO

ISSO PASAR 3º piso

coloque os “fones” e ouça Cumbia bajo el sol https://youtu.be/RdHEhFUjrIY Andrés Steven Amaya sanchez (Estudiante de servicio social (UNILA) y músico)

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AT QXILEEN QWINAQILAL

Bernie Reyes estudia en Unila y vive actualmente en Foz de Iguazu, Parana Brasil, el nació en Guatemala, Centro America, y habla el idioma Maya kaqchikel en honor a los más antiguos. En su obra artística está presente el arte ancestral y la ha realizado a lapicero y lapiz, y digitalizado para la muestra.

Para lo que estamxs viviendo ahora es “nada más y nada menos que nuestra sagrada madre tierra haciéndose sentir ahora más que nunca, a través de su propio proceso de homeostasis (por así decir), para intentar mantener el equilibrio dentro de los miles de procesos que realiza como un ente vivo, ya que el ser humano con toda su actividad que realiza solamente ha destruido la armonía y todas las konexiones interligadas que nuestra sagrada madre tierra tiene, entonces es un momento para reflexionar y escuchar a nuestrx sagradx UNIVERSO, que nos habla atraves de un ser vivo microscópico y que nos está diciendo que tenemxs que cambiar nuestra forma de abordar la vida, debemxs vivir en completa armonía y sincronización con el entretejido cosmico multidimensional del cual solamente solo somvs parte, y que debemxs de dejar de vivir y pensar que todo tiene que funcionar entorno al humano de una manera andocentrika y antropocéntrika”.

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TEMPO PRESENTE, DANCA E METAMORFOSE

EM PALAVRA E IMAGEM

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Errante Viajero inerte Pausado no tempo e no espaço Sem saber y sin saberlo Si un día será posible volver al futuro Se o sul, poéticamente imaginado, será posible Sin embargo e sem poder usufruir do tempo

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A convergência do próprio tempo De todo el tiempo A este ponto reunidos, resumidos e reduzidos, somos Más que nunca, memoria Más que siempre la llevamos concentrada Numa latência tensionada até o momento antes de romper a corda Espera sem anúncio e sem prenúncio Esperamos

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Esperamos Esse trem descarrilhado Encerra todo o tempo do mundo E, apenas, uma fumacinha, humo casi desaparecido Indica o transbordamento de tantos sonhos vivos Correndo como rios plenos de vida Pelas ruas, avenidas, ladeiras Depois da dança e da metamorfose Depois da neve, do gelo, do fogo e de tanto frio Em algum lugar acreditamos que num tempo renovado y nuevo seremos!

Tempo presente, dança e metamorfose (Poema em portunhol – fronteamos) e ilustrações Giane da Silva Mariano Lessa, docente Unila

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DA MINHA

JANELA

Te vejo da minha janela Em cada corpo rarefeito que passa Nas ruas quase vazias da cidade Te sinto da minha janela Pela luz do sol Que toca e aquece meu corpo Te ouço pela minha janela Pelo som da sua voz que o vento traz e Que ecoa em todo o pequeno espaço que me cerca Te amo da minha janela, Pois amar me fortalece e me incentiva a continuar vivendo e te amar é o vínculo que me une a ti na distância.

Alex Santana França (Lecco França) é professor do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana, pesquisador, escritor, curador e crítico de cinema. Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia, Mestre e Doutor em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLitCult-UFBA).

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TEMPESTAD

KARACHA’I

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/aElEGkFvdRs

Como músico tenía varios shows programados para este año, así como viajes al exterior para presentar mi trabajo musical.

Hoy estamos en una situación de incertidumbre al igual que muchas gente de otras índoles. Eso no implica que tengamos que parar, al contrario, a mi me incentiva a producir, crear y conseguir adelantar proyectos que implicaban sentarse a terminar. Este video es uno de ellos. Obviamente los artistas necesitamos del público, sin ustedes el motor no va, pero esta situación nos obligó a parar y repensar, tenemos que estar preparados para cualquier situación. Esta música la compuse en el año 2017 con mi llegada a la Unila, recuerdo que vi un video en las redes sociales de Kari y su perrito Karacha´i, hablava sobre los constantes desalojos que existe en Paraguay, en esa oportunidad era la de Guahory. Me pareció muy chocante verla a Kari en esa situación desolada y con un aspecto de miedo.

Toda esa situación quedó resonando en mi cabeza y un día de tempestad esa música salió entera. Este periodo de pandemia pude concretarlo, muy con colaboraciones de mucha gente querida. Las grabaciones se han hecho a distancia y en mi propia casa. Muy agradecido a tod@s l@s músic@s por sumarse a mi iniciativa.

Orlando Martínez, paraguayo de 31 años, músico, compositor, guitarrista, arreglista, productor, estudiante del curso de música de la UNILA con énfasis en creación musical.

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EQUILIBRIO EM MEIO AO CAOS Observar a natureza me deixa mais tranquila e grata pela vida em meio a todo esse caos que o covid-19 está causando. As fotos foram feitas com um aparelho de celular e tratadas no aplicativo de edição Snapseed. Fiz sobreposição da libélula com as flores. Essa foto me remete liberdade. Algo que sinto muita falta nesse período de isolamento.

Janaiany Silva de Miranda, estudante de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

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vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar vai passar

A imagem de renovação da natureza e de resiliência da árvore levantou meu ânimo e me deu novas esperanças de que esta situação é apenas transitória. A imagem da árvore nua com uma única flor no topo, anunciando a chegada próxima da primavera, causou em mim uma sensação reconfortante. De alguma maneira, a interpretei como uma mensagem alentadora da natureza, anunciando que esta etapa tão triste que estamos vivendo agora, antes ou depois, vai passar.

Fidel Pascua Vílchez (docente UNILA)

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JA PASSOU VIDEO POEMA I SUELI CRESPA

EDICAO RYNNARD MILTON ALVESS DIAS

TRECHOS I, II, E III

Acesse aos vídeos aqui: trechos I (https://youtu.be/caCCQY6ROFs) , II (https://youtu.be/NoArtUSiHWU) e III (https://youtu.be/K46wbq5DrL4 )

Videopoema gravado poucos dias antes do isolamento. Ainda em processo de finalização/montagem. É um poema que narra pensamentos sobre idade, corpo, existencialismo. É um prestar de contas consigo mesma, das vitórias e dos desejos.De entender que o tempo cria possibilidades.

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INVASION SOCIAL

CIUDAD DEL ESTE 2020 Ruben Schwinn

Acesse a obra aqui: https://youtu.be/AqUIl63uD_8

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OTRAS VENTANAS MOSTRAS CONVIDADAS

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NA MINHA JANELA

O MUNDO UFCSPA

Exercício de percepção visual e exposição fotográfica virtual. Propõe instigar a reflexão sobre o que se vê emoldurado pelas janelas e o papel do ambiente externo no contexto do distanciamento social. Pensando em como as mudanças ocorridas no cenário atual transformaram seu modo de enxergar, o público é convidado a fotografar e descrever uma janela vista de dentro.

As imagens são divulgadas individualmente nas redes sociais e também reunidas em um álbum virtual. A atividade permanece aberta à participação. A exposição é uma entre as diferentes ações elaboradas pelo Núcleo Cultural da UFCSPA (NCULT) durante o período de distanciamento social.

Mais fotos em: www.facebook.com/nucleoculturalufcspa

Acordo e a primeira imagem que vejo é esta.

Estou deitada, não sei que horas são, mas a luz avançando e meu gato observando provam que a vida continua lá fora e aqui dentro também."

Luciane Fagundes / Jornalista

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Você já se perguntou para que servem as janelas?

A principal função da janela como elemento arquitetônico é possibilitar a ventilação e a iluminação dos ambientes. Para definir as aberturas de uma edificação, todos os bons projetos levam em conta a direção predominante do vento e a trajetória do sol. O objetivo é otimizar o conforto térmico e visual dos espaços e minimizar o uso de outros recursos, como a energia, para corrigir distorções.

Além dessa função utilitária, a janela cumpre também funções estéticas, tanto do ponto de vista de quem a vê de fora como parte constitutiva da edificação, quanto de quem olha para fora estando dentro. Ao delimitar e emoldurar o cenário visível do outro lado da parede, comporta-se como um quadro, uma obra de arte expondo cenas da vida em tempo real.

Essa “obra de arte” muda junto com o que descreve. A poda de uma árvore, uma pintura de fachada, uma nova pessoa na vizinhança, a instalação de uma cortina ou um outdoor, ou então um item esquecido numa praça: qualquer alteração no cenário reflete-se no “quadro emoldurado” e transforma nossos recortes do mundo.

Sua qualidade fundamental de não-barreira faz da janela, ainda, um canal de interação entre pessoas e coisas localizadas nos espaços opostos. Mais do que visual, a interação também pode ser física: conversar, trocar objetos, sair ou entrar através dela.

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Estando aberta, a janela põe à mostra o que esconde quando fechada. Ela depende, em grande medida, da nossa capacidade de abri-la.

“Na minha janela, o mundo” é uma proposta para que você olhe para fora e reflita sobre o que vê emoldurado pela sua janela, sobre o papel do ambiente externo no contexto do isolamento físico. Pense em como as mudanças ocorridas no cenário atual transformaram seu modo de enxergar.

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“OBS-CU-RA”

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A ideia do ensaio "Obs-cu-ra" veio de Bruno Alencastro, que viu na quarentena um momento oportuno para usar o princípio da "camera obscura" e fundir o exterior e o interior em uma série de retratos. "Nos dias de hoje, a janela passa a representar a fronteira e o abismo entre o mundo exterior e o interior. A liberdade e o confinamento", afirma Bruno. ele isolou completamente as entradas de luzes do apartamento onde mora no 4º andar de um prédio no bairro Copacabana, no Rio de Janeiro, e fez um primeiro teste. "Até meu cachorro ficou parado por 4 segundos para que eu conseguisse uma exposição equilibrada entre o escuro da minha sala e a projeção do mundo lá fora!", brinca.

Na impossibilidade de produzir outras imagens confinado, Alencastro convidou outros fotógrafos que aceitaram transformar suas casas em câmeras obscuras de grande formato e capturaram a vida em tempos da pandemia. Cada qual com a sua singularidade. Conquistas e perdas. Anseios e privilégios. Medos e esperanças.

"A partir de videochamadas e conversas pelo WhatsApp, eu fui dando dicas para eles de como chegar ao melhor resultado técnico e também do que eu gostaria que cada fotografia retratasse. Um deles estava de aniversário, então sugeri que ele segurasse uma vela para simbolizar essa situação inédita na sua vida: passar um aniversário sozinho", conta Alencastro.

O resultado é o ensaio obs-cu-ra, caracterizado por uma atmosfera sombria e enigmática, tal como o indecifrável futuro que ninguém sabe ao certo como será.

"Simbolicamente, o que vemos projetado é um mundo de cabeça para baixo, tal como o caos que acompanhamos ao redor do mundo", reflete o fotógrafo.

A história da fotografia está diretamente relacionada ao ponto de vista de uma janela. Foi a partir dela que, em 1826, o Niepce fez a primeira fotografia da história. 8 horas de exposição, ali, desde o ponto de vista da janela da casa dele no interior da França!

Muito além da fotografia, ao longo de toda história da arte, a janela como ponto de vista é um motivo recorrente entre os pintores, retratistas, cineastas e artistas visuais de uma maneira geral. Da Menina na Janela, do Salvador Dalí, à Janela Indiscreta, do Hitchcock.

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Como fotógrafo, eu também queria fazer o meu ensaio durante a quarentena, mas nenhuma ideia me parecia original. E foi nesse momento de pausa, em que a gente tem recorrido ao passado em busca de respostas para quando tudo isso passar, que eu tive um estalo: o princípio da camera obscura! Ou seja: uma caixa ou uma sala completamente escura e com uma pequena entrada de luz projeta, na parte oposta a essa abertura, uma imagem invertida da cena externa, explica Alencastro.

Um lugar que passa a ser ressignificado por diferentes artistas contemporâneos ao redor do mundo em tempos de Covid-19.

Nos dias de hoje, a janela passa a representar a fronteira e o abismo entre o mundo exterior e o interior.

A liberdade e o confinamento.

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Como fotĂłgrafo, eu tambĂŠm queria fazer o meu ensaio durante a quarentena, mas nenhuma ideia me parecia original. E foi nesse momento de pausa, em que a gente tem recorrido ao passado em busca de respostas para quando tudo isso passar, que eu tive um estalo: o princĂ­pio da camera obscura! Ou seja: uma caixa ou uma sala completamente escura e com uma pequena entrada de luz projeta, na parte oposta a essa abertura, uma imagem invertida da cena externa, explica Alencastro.

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Beatriz Grieco Bruno Alencastro Caroline Muller Eduardo Seidl Eveline Medeiros Felipe Martini Guilherme Santos JosuĂŠ Braun Leo Savaris Pedro Rocha Ricardo Wolffenbutel Rodrigo Blum Ursula Jahn

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COVID LATAM

es un proyecto colectivo que presenta diferentes aristas sobre los avances del Covid-19 en Latinoamérica, desde un trazado visual más íntimo hasta una visión más global, teniendo un acercamiento desde múltiples miradas y regiones de Latinoamérica. Somos 18 fotógrafos cubriendo en 13 países Latinoamericanos: Colombia, Brasil, Perú, Bolivia, Ecuador, Argentina, Chile, Uruguay, Venezuela, Guatemala, Costa Rica, Cuba y México, documentando desde aspectos políticos, sociales, sanitarios, hasta los más cotidianos e íntimos. Esto permite conocer a grandes rasgos las diferencias y similitudes del impacto global y en específico por zonas, según las condiciones, miradas y respuesta de cada país ante la crisis.

Afectados fuertemente, como buena parte del mundo, por esta pandemia, decidimos unir fuerzas y abordar la problemática desde distintas perspectivas y miradas, con el respeto y la responsabilidad social que merecen las normas sanitarias propuestas para combatir el avance del virus. Muchos de los integrantes estamos en aislamiento obligatorio en nuestro respectivos países, saliendo lo poco y necesario, salvo algunas excepciones, o asignaciones, con lo cual el registro nace en muchos casos desde nuestras propias cuarentenas.

La historia está contada desde una óptica sumamente democrática y transparente, donde quienes fotografiamos somos al mismo tiempo personajes presentes dentro de la narrativa, nuestras vidas cotidianas, emociones, contextos sociales y espaciales pasan a ser parte de la documentación del proyecto. Esto se extiende a las ciudades que nos rodean, mostrando cómo cada país está respondiendo ante los diversos retos a superar, por las limitaciones y efectos de la pandemia, para así poder construir un imaginario y una visión más amplia, diversa e inclusiva.

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El proyecto construye un mapa general de Latinoamérica por medio del acceso local de cada fotógrafo, creando un valor agregado a la propuesta, siendo la suma de todas estas conexiones y oportunidades narrativas que de otra manera sería imposible de abarcar. Iniciamos el colectivo a mediados de Marzo pasado, documentando y produciendo contenido semanal. Cada integrante se desplaza, con la limitaciones del caso, a distintos espacios de su localidad, logrando un acceso global a distintos contenidos, la curaduría semanal revisa diversidad en cuanto a temáticas, audiencias, cobertura y sensibilidad, viajando por distintas narrativas y ediciones para asegurar una constante variación en el mensaje que queremos comunicar.

Otro rasgo muy particular de este proyecto es que decidimos narrarlo casi en primera persona, desde el ser observador, desde el ser Latinoamericano, buscando dejar plasmada esta subjetividad y este particular modo de ser, de actuar, de vivir.

La intención es generar una gran red, que permita articular y mostrar la realidad del avance del Covid en los diferentes países de Latinoamérica, pero también, al mismo tiempo, visibilizar la situación en comunidades más vulnerables, para generar una red de acción y apoyo colectivo.

Sentimos que esta crisis viene a decirnos algo, es un nuevo llamado de atención, una alerta roja, queremos ayudar a generar consciencia y que todo, tanto dolor, tantas pérdidas, tanto sacrificio, no haya sido en vano. Hay muchas cosas que revisar como humanidad, la desigualdad social y el maltrato del medio ambiente ha llegado a extremos irracionales y se ha vuelto insostenible. Creemos que todo de algún modo está conectado y esperamos que esta crisis nos ayude a abrir los ojos, a reflexionar, a unirnos y reaccionar. Queremos ser actores, activos, de ese cambio.

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(01) Ivan Valencia. Carlos Alberto Escalona Vegas, de 60 años, es un campesino colombiano que vive de lo que producen sus pollos y el huerto de fresas. Todas las mañanas revisa a sus "niñas pequeñas" para ver su estado de salud. Chia, Colombia.

(02) Eliana Aponte. Cubanas haciendo cola con distanciamiento social en la panadería La Moderna. La Habana, Cuba.

(03) Andrea Hernandez. Un grupo de niños posan junto a su padre para un retrato en un departamento en La Lira, un vecindario en el área de Petare. Caracas, Venezuela.

04 Sara Aliaga. Personas caminando en la ciudad de Alto, el tránsito de gente a disminuido considerablemente en comparación al movimiento comercial habitual. El Alto, Bolivia.

(05) Daniele Volpe. Vendedores protegidos con tapabocas organizando la mercadería en un mercado de frutas local. Ciudad de Guatemala, Guatemala.

(06) Andrea Hernandez. Un ciclista espera a que pase un autobús lleno de gente. Caracas, Venezuela.

(07) Ana Carolina Fernandes. Limpieza sanitaria en la favela Santa Marta, con equipamiento autogestionado por los hermanos Thiago y Tande Firmino, habitantes de la comunidad. Río de Janeiro, Brasil.

Link del proyecto: www.instagram.com/covidlatam

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VENTANAS ABIERTAS Mostra digital de arte unileira sobre a covid-19

contato: decc.unila@gmail.com