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Luisa Mota
Ontem tive este sonho (...), um amigo estava fazendo uma visita guiada a um castelo com torres, era um edifício antigo tipo um forte. Estava eu e outros, incluindo a minha irmã Silvia, sentados no pátio, encostados nos muros em sofás super confortáveis. Um grupo de visitantes chega, eram tipo crianças anãs (ontem à noite vi a adaptação Hollywoodesca de Branca de Neve ‘Mirror, Mirror’). Sou chamada para me levantar e exibir um traje típico. Era uma espécie de vestimenta mágica, e chamo um dos visitantes para o vestir (...). Envolve cabelo entrançado num vestido de serapilheira de estilo medieval. As tranças são bem finas e contornam a parte superior do corpo fazendo um belíssimo padrão transversal. O processo de entrançar é demorado (...), não parece ser uma demonstração, mas sim uma ação. Sei que Isabel está me esperando faz tempo. É uma amiga e eu a chamei para fazer a minha maquiagem para essa noite (...). Está distraída conversando com a Sofia nos sofás brancos. Ao terminar a demonstração (...), me dirijo para o sofá onde Ana e Teresa estão conversando com um cara super gato. Sinto que o conheço de algum lugar (...), dou um beijo de oi na Ana, e em seguida, beijo o cara. Ele me beija de volta e por aí nossos lábios se encontram, nossos braços se cruzam e a gente começa a se pegar aí mesmo (...). Ele me deita no chão, deita-se sobre mim, fala que está ficando louco. Ainda não vi o rosto dele. Simplesmente me atraí por instinto (...), algo que te puxa. Sinto olhos nas redondezas, especialmente os de Isabel que está perdendo tempo e paciência. Paramos para nos recompor, sabendo que iríamos retomar assim que possível. Finalmente olho direto no rosto dele. Algo estava errado. É como se ele tivesse duas peles diferentes. Parecia machucado, batido forte, ou até queimadura (...). A pele estava deformada, mas a beleza ainda era visível (...). Continua na face, encantando você. Alguém diz algo (...). Sinto que tenho que ir, e ele se sente desconfortável porque sabe que olhei seu rosto tempo demais (...). Vou ter com a minha irmã Silvia, que está na soleira da entrada. Olho fixamente para o cara que está agora de costas. Noto que (...) tem uma mancha vermelha na parte de trás da cabeça. Sangue já seco que tingiu de vermelho claro. Me sinto mal disposta e Silvia fala: ‘Como você não o reconhece? É o Alain.’ O meu corpo concorda surpreso e confirma que sim, mas a minha cabeça diz que não é ele. Não é ele. ... Continua.
58 Luisa Mota é artista e trabalha com diversos mídias, em particular performance, video, fotografia e escultura. Nasceu no Porto, Portugal, em 1984. Vive e trabalha entre Porto e São Paulo.
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Performance ‘Genesis e genes’, 2014 / Bienal da Bahia
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