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Igor Vidor
Duração em disponibilidade
Encontrar a produção do Igor Vidor é aceitar um convite descompromissado à descoberta de corpos disponíveis ao embate com suas potências em diferentes ambientes, contextos, entornos. Os trabalhos - sejam vídeos, experiências ou proposições - não chegam a provocar o conforto dos objetivos alcançados. Também não estimulam em nós, observadores ou participantes, a crença de que a situação almejada poderia se concretizar de uma forma (específica, delineada, exclusiva), porque a força de cada obra se faz presente pela tentativa, pelo processo, pela importância do “estar-sendo”, em potência. Tudo isso se desdobra em situações bastante diversas entre si - forma e conteúdo-, narrativas de durações episódicas. Todas ali. Nas quedas insistentes do surfista. Nas bolas que se perdem na partida de frescobol sobre a plataforma marítima. No forasteiro que busca hospitalidade em terras desconhecidas. No surfista que quer ensinar aos convidados como ser junto ao mar. No menino que voa palavras num céu de montanhas. No banquete daqueles que se alimentam da morte. Na areia que toma o espaço do ar para dar seu lugar à água. No artista que quer ser. São processos. Tentativas. Buscas. São deslocamentos. Líquidos. Incorporais. Relacionais. São ciclos. Feitos da carne, da coragem e da vida de um “ser-esperança”, em duração desconhecida. Do ventre ao vento.
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Valquíria Prates
48 Nascido em 1985 em São Paulo, graduado em Artes Visuas em 2010, vive e trabalha no Rio de Janeiro.
See the sky is no man’s lane, 2012 / vídeo / 3m48s
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