Da fragmentação à articulação: Diretrizes para os cruzamentos da Av. Dantas Barreto

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2.3. 3ª Etapa da abertura da via: O Patrimônio silenciado Em 1972, o prefeito Augusto Lucena conta com ajuda do lobby político. Com isso, o Presidente da República acolheu um parecer do ministro da Educação Jarbas Passarinho, autorizando o cancelamento do tombamento da Igreja dos Martirios. Como o próprio nome do sugere, o templo foi uma vítima inaudita de uma modernidade desenfreada e do autoritarismo dos líderes políticos. Em setembro de 1973, Augusto Lucena ao lado do Governador do Estado, Eraldo Gueiros e por Gilberto Freyre que no começo era contra a demolição da Igreja dos Martírios e da abertura da Dantas Barreto e depois foi aliciado pelo poder estatal tornou-se apoiador da demolição. Com isso, Freyre foi agraciado com a função de ligar a chave geral de iluminação da Avenida em meio a um carnaval fora de época (figura 46).

Figura 46: Inauguração da Avenida Dantas Barreto. Fonte: FUNDAJ

Com isso Lucena acaba a terceira etapa da Av. Dantas barreto, mas nunca seu término com o rotativo previsto para a Rua Imperial e Avenida Sul. Finalmente concretizada, a Avenida Dantas Barreto, demonstrou ser uma intervenção urbana equivocada do Poder Municipal, pois, poucos veículos trafegavam na sua extensão fazendo o percurso para a zona sul, área para a qual a avenida foi primeiramente destinada. A abertura da Avenida Dantas Barreto (50m de calha), marco da incoerência e despotismo dos governantes, promoveu uma cicatriz urbana fincada na morfologia e histórica da cidade e fragmentou os bairros de Santo Antônio e São José em partes distintas dando identidade aos bairros (figura 47).

Figura 47: Fragmentação dos Bairros Sto Antônio e S. José. Fonte: NERI, 2018

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