Jornal Primeira Página - Abril de 2013

Page 2

02 02

primeira página

Opinião

02 Eis que

O Carnaval passou e a polêmica continuou

“Art 2º: Ficam expressamente proibidas manifestações carnavalescas com disponibilização de sons mecânicos ou de outra natureza, em veículos automotores ou não, nos demais logradouros públicos e em especial na Praça Santana, na Praça Salvador da Silva e na Rua Daniel Pantaleão, salvo mediante apresentação de alvará”. Artigo 2º do decreto Nº 2.253/2013 da Prefeitura Municipal de Barroso

Editorial

nasce um novo jornal em Barroso! Mas já vou adiantando que o Primeira Página é um jornal diferente. Vemos o jornalismo como uma prática emancipadora e esclarecedora, que fornece ao cidadão a possibilidade de conhecer seus direitos, debatendo problemas atuais de forma independente e crítica, fazendo o leitor enxergar a dimensão social dos fatos. Consideramos o jornalismo como uma forma de buscar o conhecimento. Somos um jornal de reportagem, com informação em profundidade e uma narração que permite ao leitor refletir sobre o assunto e tirar suas conclusões. Vamos cumprir um papel que vai além de informar. A imprensa é uma das bases da democracia. Por isso, queremos dar amplo acesso às informações públicas. A interatividade será também um dos nossos pontos fortes. Você, leitor, é essencial para nosso jornal. Por isso, queremos que você participe da construção do jornal e as redes sociais serão um dos meios. Queremos que você curta, comente, compartilhe, sugira, critique nosso conteúdo. Em breve lançaremos nosso perfil e nossa fanpage no Facebook. A opinião tem seu espaço reservado, por meio de colunas temáticas, artigos e crônicas. Queremos proporcionar uma leitura crítica, profunda, mas prazerosa e esclarecedora. Para isso, fotos, imagens, gráficos e outros recursos vão complementar nosso conteúdo. Aqui você vai encontrar de tudo um pouco: política, economia, ciência, tecnologia, sustentabilidade, esportes, arte, cultura, literatura, enfim, notícias locais, regionais, nacionais e interncaionais. Vamos trazer o global para o contexto local e vice-versa. Nesta edição inaugural, chamo a atenção para a manchete de capa, sobre a reforma da Escola Estadual Cônego Luiz Giarola Carlos, uma instituição de grande importância para Barroso, mas que estava em estado precário, afetada também por diversos arrombamentos. Chamo mais atenção ainda para o papel da imprensa que, segundo a diretora Edna Américo, foi a responsável pela conquista da verba para essa reforma. Fica claro que o jornalismo tem uma função importante na sociedade. Somos os cães de guarda da população e estamos aqui não só para informar, mas para participar da garantia dos direitos essenciais dos cidadãos. Boa leitura e até o mês que vem!

02 Mineiridade na Política

twittando e facebookiando memepolítica O Carnaval 2014 já está quase chegando, mas o 2013 ainda não foi esquecido Não só pelo fato de ter sido o primeiro fora do centro da cidade, mas principalmente por ter sido o primeiro a ser proibido no centro. Às vésperas do evento, “rolou” no Facebook a polêmica sobre o decreto da Prefeitura que proibia, expressamente, qualquer manifestação carnavalesca fora do local oficial, ou seja, na Avenida, em frente à Praça do Forninho. A polêmica extrapolou os limites virtuais do Facebook e chegou à Câmara, onde a vereadora Deléia propôs um Projeto de Decreto para alterar aquele artigo que tratava das proibições, justificando que, apesar de já ter passado o Carnaval, a população cobrava uma resposta, uma vez que o artigo é inconstitucional, pois fere o

direito à liberdade de expressão, estabelecido pela nossa Carta Magna. Além disso, Deléia afirmou que vivemos em um Estado Democrático, não numa Ditadura. O vereador Jayme Nogueira Filho votou a favor da alteração, afirmando que o artigo é mais do que uma ditadura, é uma estado de sítio. No entanto, os vereadores da situação votaram contra a proposta de Deléia, com a justificativa de que o Carnaval já havia passado ou que a medida foi melhor para a segurança da população. Artigo 2º do Decreto Nº 2.253/2013, que trata sobre os festejos do Carnaval 2013

EM BREVE VAMOS INAUGURAR NOSSO PERFIL NO FACEBOOK. AGUARDE! Um Sábado Qualquer é um site de tirinhas de Carlos Ruas Bon. Através de um humor light, o autor explora o lado cômico da existência, a partir do momento em que Deus experimenta “criar o mundo”. As situações se complicam cada vez mais com o surgimento de Adão, Eva, Caim, o Papa, Freud e outros. Carlos Ruas enfatiza quq não pretende ofender ou agredir nenhuma crença religiosa, mas apenas oferecer uma versão bem-humorada e pacífica para o princípio do mundo. O Primeira Página vai trazer para você, leitor, pelo menos uma dessas tirinhas por edição, publicadas, obviamente, com a devida autorização. Você pode acessar todas pelo endereço: www.umsabadoqualquer.com ou curtir a página do USQ no Facebook. Na tirinha da nossa 1ª edição, Carlos Ruas mostra uma versão divertida sobre a criação do sentimento mais confuso que existe: o AMOR.

Este é um espaço para sua participação, caro leitor. Vamos inaugurar nosso Click do Leitor com essa foto enviada anonimamente para nosso e-mail, destacando a grande quantidade de animais de rua no centro de Barroso. Eles atacam pedestres e perseguem veículos, além de revirarem o lixo depositado nas calçadas para a coleta. O leitor chama atenção das autoridades competentes para que tomem uma providência. Você tem algum problema no seu bairro ou na sua rua? Envie fotos para nosso e-mail: primeira paginabso@ig.com.br

Expediente Edição, redação, arte e fotografia: Wanderson Antônio do Nascimento dáblio-N Comunicação CNPJ: 17.798.833/0001-42 Tiragem: 1000 exemplares E-mail: primeirapaginabso@ig.com.br Tel.: (32) 3351-3473

“Ser mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer... É falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos. Um bom mineiro só acredita em fumaça quando vê o fogo, só arrisca quando tem certeza, não troca um pássaro na mão por dois voando. Ser mineiro é dizer “uai”, é ter marca registrada. Ser mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância. Ser mineiro é ser religioso e conservador, cultivar as letras e as artes, é gostar de política e amar a liberdade, é viver nas montanhas, é ter vida interior”. O parágrafo acima é constituído por trechos de um texto popular de um autor desconhecido e resume um pouco da complexa identidade do mineiro. A socióloga Maria Arminda do Nascimento Arruda, em seu livro “A mitologia da mineiridade”, busca a compreensão de traços culturais e políticos dos mineiros. A autora ressalta os mineiros como poderosos parceiros políticos e hábeis negociadores, com características como o bom senso, a moderação e o equilíbrio. Outro estudioso da mineiridade, Otávio Dulci, expõe algumas características dos mineiros, como apego à tradição; prudência, aversão a posições extremistas, a moderação, o espírito conciliador; a capacidade de acomodar-se às circunstâncias e, ao mesmo tempo, efetuar transações; a habilidade e a paciência como estratégias para o alcance de objetivos políticos com menor custo. A construção desse discurso conciliador teve origem no século XIX, quando Minas Gerais passava por um processo de formação política, econômica e cultural, uma situação conflituosa gerada durante a Inconfidência Mineira. Daí a necessidade de se produzir um discurso conciliador em prol do consenso para o desenvolvimento de Minas no cenário político-econômico nacional. Será mesmo possível identificarmos essa mineiridade na política? O político mineiro tem alguma peculiaridade relacionada à identidade mineira que o faz diferente dos outros? Deixando de fora as polêmicas acerca de sua morte, que completa 28 anos no dia 21 de abril, o presidente Tancredo Neves foi, talvez, o maior exemplo de político mineiro ou de mineiro político. Conciliador, com grande capacidade de articulações, inclusive a que levou à redemocratização, Tancredo se inspirava nos inconfidentes. “Se todos quisermos, dizia-nos há quase 200 anos Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la”, disse em seu discurso após a vitória no Colégio Eleitoral sobre Paulo Maluf em 1985. Sim. Tancredo Neves foi um conciliador; mas, acima de tudo, um defensor da democracia. Um exemplo disso foi seu discurso, quando era deputado, em 1977, após o fechamento do Congresso Nacional pelo presidente Ernesto Geisel: “Cada governo tem a oposição que merece. A um governo duro, intransigente e intolerante corresponde sempre uma oposição apaixonada, veemente e destrutiva”. Fica aqui nossa homenagem a um dos maiores políticos mineiros da história do nosso país. Wanderson Nascimento Jornalista


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.