Tendência Gastronômica

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Comportamento

Food truck:

nova tendência gastronômica chega a BH Carros bem equipados oferecem vasta opção de alimentos a quem anda pela capital

O veículo da Crepioca é um dos mais famosos da cidade

Eles estão por toda a cidade – nas principais avenidas, ruas movimentadas, em frente à grandes centros comerciais e empresas. Colorido e com design ousado e criativo, o food truck é a nova tendência gastronômica que tomou conta dos grandes centros urbanos. Os antigos carrinhos de hambúrgueres, hot dogs e espaguetes ainda continuam no mercado, no entanto, esses novos restaurantes sobre rodas agregaram valor ao produto comercializado e passaram a oferecer opções diferenciadas aos clientes. Atualmente, podemos ver de tudo um pouco nas ruas de BH: doces como palhas italianas, bri-

FOOD TRUCK

gadeiros gourmets e sorvetes diferenciados; salgados como crepes, pizzas, batatas recheadas e uma variedade infinita de opções para matar a sede – até vinhos são servidos atualmente nos carros. Considerado um dos food trucks mais antigos da cidade, a Crepioca é especializada em crepes e tapiocas e sempre roda os pontos mais movimentados da cidade para popularizar sua marca e seu mix de produtos. Para a proprietária, as “comidas de rua” não deixarão de existir com a chegada da nova tendência, pois há diferenças entre as duas estruturas e, com isso, públicos também distintos. “O

que temos hoje são carros mais evoluídos, mais bem preparados e adaptados para armazenamento de ingredientes diferenciados. Também fazemos cursos de capacitação para servir clientes e de manipulação adequada de alimentos”, diz Débora Gontijo. Ela acrescenta que a maioria dos food trucks que conhece é licenciada pelos órgãos responsáveis. “Queremos ser fiscalizados. Quem não deve não teme.” Quem também tem feito sucesso pelas ruas da capital mineira é o Só Coxinhas, uma ideia trazida de São Paulo por Tatiana Giacoia, proprietária do food truck. O início das atividades se deu em fevereiro

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Comportamento

deste ano, e a receptividade tem sido enorme, segundo a dona. O veículo adaptado roda pelas principais praças de BH e também faz eventos particulares. Um dos segredos, além da possibilidade de o cliente optar por um mix de 12 sabores diferentes na porção servida em um copo estilizado, são os recheios incomuns, como calabresa, carne seca e a opção doce, com massa de churros recheada com creme de avelã. Outra novidade é que o Só Coxinhas fechou uma parceria com uma marca de café expresso para que o cliente possa degustar o salgado junto com uma bebida da melhor qualidade. Apreciadora da “gastronomia de rua”, Lorena Leite, secretária da Diretoria de Transporte Público (DTP), acredita que a rapidez no preparo e preços acessíveis são os maiores diferenciais do novo modelo de oferta de comida. “Por ser ambulante, o food truck tem a possibilidade de atender em horários

alternativos, como a madrugada. Eles conseguem misturar em um ambiente de rua os requintados temperos e a performance de um bom chef com a simplicidade de poder sentar na calçada, por exemplo. Acho que o principal diferencial de um food truck é oferecer comida de qualidade em um ambiente descontraído e com preço justo.” Eventos e legalidade Um dos pontos positivos do conceito food truck é que toda a estrutura pode ser deslocada facilmente. O problema nesse caso é que aquele cliente fiel de uma determinada região pode ficar sem sua comida favorita quando o carro não está lá. Por isso, todo o itinerário dos carros é divulgado semanalmente nos sites e redes sociais. Assim, o usuário pode consultar com antecedência onde seu carrinho favorito vai estar e variar as opções com o cardápio itinerante. Outra vantagem é que eventos

culturais de rua, cada vez mais comuns em BH, passam a contar também com essas novas opções de refeição. Como ainda são novidade em Belo Horizonte, os restaurantes sobre rodas não estão sujeitos a uma regulamentação específica, sendo subordinados somente ao Código de Posturas da Prefeitura. É determinado que os utensílios de cozinha sejam fiscalizados e aprovados pela Vigilância Sanitária municipal, visando à segurança do consumidor. Para não prejudicar os comerciantes das lojas físicas, é previsto também que a venda desses alimentos seja realizada a uma distância de pelo menos 50 metros de lanchonetes, bares e restaurantes. Maria Odila de Matos, superintendente de Ação Regional da BHTRANS, explica ainda que se o veículo estiver estacionado em local permitido e com a documentação em dia e não instalar mesas e cadeiras na calçada, pode comercializar seus produtos normalmente. Ótima notícia para quem quer explorar a criatividade e as delícias dos chefs itinerantes.

Criatividade e valor agregado à comida são os diferenciais dos food trucks, como o Só Coxinhas

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