Anestesiologia JANEIRO - 2015

Page 1

Revista Anestesiologia Mineira

1

Revista da Samg e Coopanest-MG - Edição 8

Novembro/Dezembro/Janeiro 2015

Capacitação fundamental para as equipes Como os coordenadores lideram e qual o perfil esperado dos anestesiologistas

Coopanest-MG intensifica recuperação de glosas

Importância da atividade física para minimizar o estresse


Revista Anestesiologia Mineira

editoriais

2

Recentemente, li um editorial da Anesthesiology que falava sobre médicos “fossilizados”. Trata-se de indivíduos que deixaram de aprender, que nunca leem um artigo de revista original e que só participam de congressos para obter o mínimo necessário de pontuação em educação continuada obrigatória. Muito se tem questionado nos EUA sobre a capacidade de criação da nossa especialidade, bem como sobre a necessidade do maior envolvimento dos anestesiologistas em publicações científicas. Por outro lado, muito se tem discutido sobre profissionais não anestesiologistas realizarem sedações em ambientes fora dos centros cirúrgicos. Nesse contexto, é importante lembrar que nós, anestesiologistas, temos que cursar três anos de residência médica para alcançarmos nossa capacitação. Além disso, individualmente deveríamos ser julgados não apenas por nossas habilidades clínicas, mas também por nossa capacidade intelectual. Em termos coletivos, a criação e a difusão de novos conhecimentos na especialidade são fundamentais para nossa capacidade de continuar a melhorar o atendimento aos nossos pacientes e para o futuro da nossa profissão. Por isso, se um profissional deixa de se reciclar, estará caminhando para tornar-se obsoleto e pouco competitivo no mercado. Pensando nisso, a Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais tem se empenhado em oferecer aulas quinzenais aos residentes, cursos de atualização em ultrassonografia e via aérea difícil, além das jornadas Metropolitana e Mineira. Para este ano, estamos nos preparando para realizar a Jornada do Sudeste Brasileiro, com assuntos atuais e extremamente relevantes à prática da anestesiologia. Entretanto, devido às longas jornadas de trabalho, ou devido à globalização e à facilidade de acesso ao conhecimento, muitos colegas acabam abrindo mão de participar desses importantes eventos. É sabido que serviços que têm programas de residência médica acabam se reunindo com maior frequência e apresentando maior carga teórica, o que ajuda não apenas os residentes, mas também os membros do corpo docente a se atualizar. Outra área importante e que vem gerando bastante interesse dos anestesiologistas é a docência, tendo aumentado bastante atualmente o número de profissionais que buscam aprimoramento científico, o que também é importante no processo de aprendizagem e criação. Nós, da SAMG, acreditamos que, quanto maior o investimento em conhecimento, mais bem preparado está o profissional para identificar e resolver problemas relacionados à assistência ao paciente. Dra. Michelle Nacur Lorentz Vice-presidente da SAMG

Prezados colegas: O fim de cada ano é o momento de retrospectiva e de perspectiva. Tivemos no ano uma Copa do Mundo de futebol menos alegre que as demais, menos enfeitada e com gosto de derrota. A eleição presidencial mostrou um país dividido no meio, cheio de denúncias de corrupção. Ao mesmo tempo assistimos à histórica impunidade com a má gestão dos recursos públicos e sentimos a ávida cobrança de tributos. As entidades representantes da Medicina no Brasil sentiram a força do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com a condenação por conduta anticompetitiva por meio da fixação de preços de serviços médico-hospitalares no mercado da saúde suplementar. Essa força tem sido usada também em cooperativas, estabelecendo limites rígidos de conduta. Entretanto, a tabela de procedimentos do SUS banalizou os preços dos serviços e apresentou relatórios de pagamentos imprecisos. As negociações de honorários foram mais difíceis, mostrando um mercado retraído e preocupado com a perspectiva econômica do país. Espero que o vento carregue as nuvens nebulosas e que a luz volte a predominar. Que a Medicina, em 2015, esteja cheia de dignidade para que possamos fazer um trabalho de qualidade. Feliz 2015 a todos!

Dr. Lucas Araújo Soares Presidente da Coopanest-MG


Revista Anestesiologia Mineira

3

Índice Entrevista

4

Cancelamentos de planos geram problemas

6

O perfil do anestesiologista de BH

8

Recuperação de glosas

12

Cursos de atualização

14

Comunicado SAMG

15

Os benefícios do exercício físico

16

Eventos

18

expediente Coopanest-MG – Cooperativa dos Anestesiologistas de Minas Gerais

SAMG – Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais

Rua Eduardo Porto, 575, Cidade Jardim • Belo Horizonte • MG • CEP: 30380-060 Coopanest: Tels.: (31) 3291-2142, (31) 3291-5536, (31) 3291-2716, (31) 3291-2498 • Fax: (31) 3292-5326 • coopanest@uai.com.br • www.coopanestmg.com.br SAMG: Tel/Fax: (31) 3291- 0901 • samg@samg.org.br • www.samg.org.br

Revista Anestesiologia Mineira

Diretoria Executiva: Presidente: Dr. Lucas Araújo Soares • Diretor Administrativo: Dr. Rômulo Augusto Pinheiro • Diretor Financeiro: Dr. Geraldo Teixeira Botrel • Conselho de Administração: Dr. Carlos Leonardo Alves Boni, Dr. José Gualberto Filho, Dra. Márcia Rodrigues Neder Issa, Dr. Nordnei Soares de Paiva Campos Moreira • Conselho de Ética/Técnico: Dra. Cláudia Vargas de Araújo Ribeiro, Dr. Francisco Eustáquio Valadares, Dra. Juliana Motta Couto, Dr. Rodrigo de Lima e Souza, Dr. Rodrigo Guimarães Leite • Conselho Fiscal: Dr. Adriano Bechara de Souza Hobaika, Dr. Crélio Viana, Dra. Izabela Fortes Lima, Dr. Marcelo de Paula Passos, Dr. Marcelo Fonseca Medeiros, Dr. Marcílio Batista Pimenta.

Produção: Prefácio Comunicação – Tel: (31) 3292-8660 Jornalista responsável: Celuta Utsch. Redação: Guilherme Barbosa

Presidente: Dr. Jaci Custódio Jorge • Vice-Presidente: Dra. Michelle Nacur Lorentz • 1º Secretário: Dr. Rogerio de Souza Ferreira • 2ª Secretária: Dra. Cláudia Helena Ribeiro da Silva • 1º Tesoureiro: Dr. Rômulo Augusto Pinheiro • 2º Tesoureiro: Dr. André Vinicius Campos Andrade • Diretor Científico: Dr. Antônio Carlos Aguiar Brandão • Diretor Social: Dr. Renato Hebert Guimarães Silva • Comissão Científica: Dra. Renata da Cunha Ribeiro, Dra. Flávia Quintão Silva Belém, Dr. Roberto Almeida de Castro, Dr. Jonas Alves Santana, Dr. Leandro Fellet Miranda Chaves • Comissão de Defesa Profissional: Dr. Joaquim Belchior Silva, Dr. Alexandre Assad de Morais, Dr. Nilson de Camargos Roso, Dr. Rodrigo Costa Villela, Dr. Celso Homero Santos Oliveira, Dr. Lucius Claudius Lopes da Silva • Comissão de Estatuto, Regulamentos e Regimentos: Dr. Eduardo Gutemberg M. Milhomens, Dr. Marcos Leonardo Rocha, Dra. Virginia Martins Gomes • Conselho Editorial: Coordenadores: Dr. Marcel Andrade Souki, Dra. Luciana de Souza Cota Carvalho – Membros: Dra. Bruna Silviano Brandão Vianna, Dra. Roberta Ferreira Boechat, Dr. Luciano Costa Ferreira, Dr. Wellington de Souza e Silva, Dra. Gisela Magnus, Dr. Thiago Gonçalves Wolf, Dra. Raquel Rangel Costa. Coordenadores: Dr. Celso Homero Santos Oliveira e Dr. Wanderley Rodrigues Moreira – Membros: Dr. Fernando Lima Coutinho, Dra. Flora Margarida Barra Bisinotto, Dr. Itagyba Martins Miranda Chaves, Dr. Lucius Claudius Lopes da Silva, Dr. Wellington de Souza Silva.


Revista Anestesiologia Mineira

4

SAMG entrevista

Os desafios da classe Os últimos anos foram marcados por um grande avanço tecnológico na Medicina. Esse avanço se traduziu em maior segurança para a Anestesiologia? Nas últimas duas décadas, a tecnologia associada à prática da anestesia evoluiu intensamente. Avanços na fibra ótica permitiram o desenvolvimento do vídeo laringoscópio, facilitando o manuseio da via aérea. A incorporação de novas tecnologias à monitoração, como a ecocardiografia, possibilitou mudanças de conduta médica em até 53% dos pacientes. Além dessas, podemos citar ainda os modelos matemáticos e a infusão alvo-controlada, os bloqueios de nervos periféricos e punções venosas/arteriais guiadas por ultrassom e as novas medicações, como o remifentanil. Dessa forma, o desenvolvimento de novas tecnologias tornou a anestesia mais segura para o paciente e para o anestesiologista. A realização da consulta pré-anestésica é recomendada pelo Conselho Federal de Medicina desde 2006, e sabemos que ela aumenta a segurança dos pacientes. Por que essa consulta ainda não é rotineira em muitos serviços? Ela realmente aumenta a segurança do paciente. Posso citar como exemplo uma pessoa com características de intubação difícil: uma vez detectada, a intubação por fibrobroncoscópio pode ser agendada sem risco para o paciente ou demora de realização da cirurgia (lembre o custo da hora/bloco). No entanto, acredito que estamos longe de uma consulta pré-anestésica em toda a sua poten-

Nesta edição, conversamos com um dos mais experientes médicos anestesiologistas de Minas Gerais, Dr. Carlos Henrique de Castro. Ele comentou sobre a importância da capacitação dos colegas nos dias atuais e os pontos positivos dos avanços do setor nos últimos anos.

cialidade. Quando digo isso, refiro-me a informações e orientações ao paciente, à redução de exames desnecessários, a alertas quanto à interação medicamentosa, ao risco de TVP, às adequações de medicações usadas pelo paciente, à redução do número de especialistas avaliando o paciente etc. É um momento único de contato com o paciente, no qual as suas dúvidas podem ser esclarecidas. Creio que as possíveis causas da não implantação do consultório de pré-anestesia seriam: ausência de local específico no hospital, remuneração menor que aquela para atuação no centro cirúrgico, pouca experiência no atendimento de consultório e o não encaminhamento pelo cirurgião. O anestesiologista é um dos médicos mais preparados para atender situações de urgência/emergência; além disso, a atuação desse profissional antes se restringia ao pré-operatório e hoje entende-se desde essa etapa – por meio da consulta

pré-anestésica – até o pós-operatório, com o tratamento da dor. Como explicar que esse aumento do trabalho não se tenha traduzido em aumento de valorização? Exercer bem uma atividade não garante que o profissional será remunerado pelos compradores de serviços médicos. Tive a oportunidade de trabalhar com dor aguda, não apenas no pós-operatório, mas com alguns doentes do pronto-socorro. Imagine um paciente que tenha uma fratura e que será submetido a uma série de procedimentos dolorosos, como uma mobilização para realizar uma radiografia etc. A possibilidade de reduzir a dor desse paciente é plenamente factível, mas os compradores de serviço não estão dispostos a pagar por essa atuação. Cabe às instituições que nos representam a atuação para que esses benefícios possam ser utilizados pelo paciente e que o anestesiologista seja adequadamente remunerado. Além disso, acredito que temos de recuperar o conceito de que o paciente


Revista Anestesiologia Mineira

5

SAMG entrevista é o foco central da atividade médica, pois, tendo isso em mente, essas dificuldades não ocorreriam. Tratar a dor, por exemplo, não é uma questão de Medicina baseada em evidência, mas uma questão humanitária. Na reportagem principal desta edição destacamos a atuação das equipes de Anestesiolgia. Em sua opinião quais são os predicados necessários aos coordenadores dessas complexas equipes? O profissional médico respeita muito o conhecimento técnico, portanto esse é um predicado importante para o coordenador de uma equipe, mas apenas ele não basta. Um excelente anestesiologista pode não ser um coordenador eficaz na medida em que talvez falte a competência de lidar com pessoas interagindo em um ambiente extremamente estressante. Com frequência nossos hospitais reconhecem apenas as habilidades técnicas de um indivíduo, tendo o entendimento de que elas são suficientes para se ocupar um cargo de liderança. Não raro perde-se um excelente profissional e ganha-se um líder pouco eficaz (e isso não acontece apenas com os médicos, com a enfermagem observa-se o mesmo fenômeno). As habilidades não técnicas incluem: liderança, gestão de pessoas e de conflitos, capacidade de comunicação e de decisão, visão sistêmica da organização e fora da organização, capacidade de dar feedback etc. Uma das dificuldades é a separação entre a pessoa e o cargo que ela ocupa. Frequentemente esse entendimento de cargo/pessoa fica prejudicado, e a mediação dos conflitos torna-se ineficaz. Em relação aos anestesiologistas, você acredita que a realização de mestrado, doutorado ou a obtenção do título de TSA sejam impor-

tantes para melhorar a qualidade do atendimento? Em caso positivo, como incentivar os anestesiologistas a buscar essas melhorias? Não penso que essas titulações (mestrado, doutorado) estejam ligadas à qualidade do profissional, mas que elas são mais um capital social importante no campo de atuação na universidade, inclusive com remuneração diferenciada. Quanto ao TSA, penso de forma semelhante, mas o simples fato de fazer o indivíduo estudar anestesia implica um crescimento profissional. Frequentemente anestesiologistas são comparados a pilotos de avião, entretanto estes (os pilotos) têm suas horas de voo controladas e são obrigados a descansar entre um voo e outro. Como fazer para conscientizar os colegas a não realizar sucessivos plantões sem descanso? Numa primeira instância, essa decisão diz respeito única e exclusivamente ao anestesiologista, às suas expectativas de remuneração, de qualidade de vida etc. Cabe ao profissional reconhecer seu limite. Mas, muitas vezes, ele não percebe que está próximo ao burnout com implicações sérias para sua atividade profissional. Em algumas estatísticas o burnout chega a 30% dos entrevistados, e com frequência o profissional não o percebe. Muitas vezes utiliza o cinismo, faz uso de medicações e não percebe a necessidade de reduzir a carga de trabalho. Creio que um primeiro passo seria discutir mais o impacto da carga de trabalho no anestesiologista e como ele reage. No Medscape (http://migre. me/nY592 ), há uma publicação que apresenta o impacto do burnout na vida do anestesiologista dentro e fora do hospital. O extremo oposto é criar uma legislação como a que existe para os pilotos.

Qual a importância dos protocolos para os médicos do corpo clínico de uma instituição e com que frequência eles devem ser revisados? Cada vez mais o trabalho em equipe é necessário em um hospital. Os protocolos médicos permitem a revisão e a atualização de determinado tema, a uniformização das condutas com o objetivo de manter o padrão do atendimento, na medida em que muitas vezes há trocas de profissionais durante os procedimentos. O protocolo não pode ser entendido como um instrumento inflexível, uma camisa de força ou um simples objeto para redução do custo. Em sua opinião a obtenção de títulos de acreditação hospitalar agrega valor à instituição? Qual o impacto nos profissionais de saúde? Acredito que agrega, pois mobiliza toda a instituição, permitindo a revisão dos processos do hospital com a possibilidade de se proporem melhorias e se gerarem oportunidades para redução de custos, sejam eles assistenciais ou administrativos. No entanto, sou um pouco cético em relação aos resultados e o alcance dos benefícios citados. Em 2013, um artigo do Dr. Ashish K. Jha, da Harvard School of Public Health, intitulado Time to get serious about pay for performance, levanta questionamentos sobre a forma de pagamento e os indicadores usados para medir essa “qualidade” assistencial. Além disso, por vezes, a motivação para obter o título de acreditado se deve ao risco moral de não tê-lo, impactando negativamente a percepção do consumidor, distanciando-o do objetivo primário da acreditação. Quando isso acontece, identifica-se um baixo nível de comprometimento das pessoas, e a acreditação passa a ser um fardo.


Revista Anestesiologia Mineira

6

Planos de saúde

Os cancelamentos que prejudicam os anestesiologistas

Visão geral Em novembro

65planos 16operadoras 32.995planos 1.437operadoras de

tiveram suas vendas suspensas.

são vendidos atualmente por no Brasil.

Fonte: ANS

Já são rotineiros os problemas que os médicos vêm tendo para receber seus honorários dos planos de saúde. As dificuldades apresentadas pelas operadoras são sempre as mesmas: descumprimento de prazos de marcação de consultas e cirurgias, além de dificuldade financeira, não conseguindo sustentar por muito tempo os planos que são ofertados, o que os obrigam a inativar o modelo, deixando os profissionais de saúde com o prejuízo na mão. A Agência Nacional de Saúde (ANS) tem fechado o cerco contra as operadoras, e, somente em novembro, 65 planos de saúde e 16 operadoras tiveram suas atividades suspensas. “As operadoras de forma geral estão em dificuldade financeira e acabam fazendo um rodízio de pagamento. Um mês pagam o hospital e deixam de pagar o médico. No mês seguinte, pagam o médico, mas deixam de pagar o hospital, e assim por diante”, comenta Dr. Ruy Barreiro, anestesiologista da Maternidade Otaviano Neves. Neste ano, Dr. Ruy teve experiências negativas com uma operadora que encerrou as atividades. De acordo com suas contas, os débitos chegam a cerca de R$ 30 mil. Para ele, uma solução interessante seria se o paciente pagasse a parte do médico e negociasse o reembolso com os planos.


Revista Anestesiologia Mineira

7

Santa Casa prestes a resolver o problema Recentemente, o Plano de Saúde da Santa Casa de Belo Horizonte também foi cancelado, o que gerou um grande desconforto para os anestesiologistas do Estado. De acordo com os dados da Coopanest-MG, os valores devidos somente da Santa Casa são de cerca de R$ 120 mil aos profissionais. A reportagem da revista Anestesiologia Mineira conversou com Dra. Márcia Rodrigues Neder Issa, chefe do Departamento de Anestesiologia da Santa Casa de Belo Horizonte sobre o cancelamento do plano da Santa Casa e do mercado de maneira geral. 1. Por que está havendo nos últimos tempos um alto índice de cancelamento de planos? As operadoras estão sujeitas à regulamentação lícita que protege o consumidor, mas, diante dos altos custos da medicina moderna e da sinistralidade, as operadoras não conseguem suprir a demanda dos clientes, incluindo consumidores e prestadores de serviços.

de reajuste dos honorários. Mesmo com o reajuste das mensalidades por parte do usuário, como os custos subiram, as operadoras até certo ponto utilizam esse recurso como solução para equilibrar as contas. 3. Do que os médicos mais reclamam com relação às operadoras? Os médicos com frequência se veem diante de questionamentos dos procedimentos solicitados, gerando dificuldade na liberação de guias, gerando glosas nas faturas. Além disso, os reajustes dos honorários são constantes palcos de discussão, e o prazo para o pagamento dos procedimentos realizados é muitas vezes delongado.

É preciso que o cliente conheça em detalhes o contrato assinado, para não ter uma surpresa desagradável.

2. Quais são os requisitos que as operados mais descumprem com relação ao paciente? E com relação ao médico? Os pacientes reclamam da demora no atendimento eletivo ambulatorial e de cirurgias, da superlotação do atendimento de urgência e da exclusão de coberturas de exames e internações. Mas é preciso que o cliente conheça em detalhes o contrato assinado, para não ter uma surpresa desagradável. Creio que para os médicos há dificuldade

4. Qual foi o problema encontrado na Santa Casa? Provavelmente, como já aconteceu com outras operadoras, é um problema com a carteira, que possui uma grande utilização dos usuários dos serviços ofertados e cujas mensalidades não cobrem os custos. Isso gerou problemas econômicos/financeiros que não puderam ser resolvidos.

5. A Coopanest diz que o plano da Santa Casa deve cerca de R$ 120 mil aos anestesiologistas. A operadora alega que o dinheiro está na ANS, mas que ainda não foi repassado. Como está essa negociação? Infelizmente, outras operadoras também devem aos anestesiologistas, e acredito que a Santa Casa está empenhada em resolver problemas de documentação para que a dívida seja sanada, inclusive com outros prestadores.


Revista Anestesiologia Mineira

8

Capa

Equipe capacitada, atendimento de qualidade

Especialização e serviço de excelência são os focos principais das equipes mineiras

O som de uma música executada por uma orquestra sinfônica é resultado, fundamentalmente, do entrosamento de todos os músicos, coordenados pelo seu líder, o maestro. A percussão dita o ritmo preciso, a harpa embeleza com suas notas suaves, piano e violinos destacam a melodia. Ou seja, cada um tem sua função, e, por mais simples que seja a atuação, todos são importantes para o sucesso do espetáculo. Um erro de

uma nota de um dos integrantes ou um instrumento desafinado são suficientes para estragar a música aos ouvidos de qualquer leigo. Assim funciona uma equipe de alta performance, independentemente da área de atuação. Elas são como engrenagens, dependem do entrosamento, da boa comunicação e da competência técnica de todos os membros que formam o time. Com médicos anestesiologistas que traba-

lham em um hospital a lógica é a mesma. A equipe é formada por pessoas com idades e criações diferentes, formações distintas, mas todos têm que estar alinhados em prol do sucesso do procedimento cirúrgico e, consequentemente, da segurança do paciente. Por isso, é imprescindível que os coordenadores estejam atentos quanto à atualização técnica dos médicos que trabalham na equipe e à atuação de cada


Revista Anestesiologia Mineira

9

Capa

Parte da equipe de anestesiologistas do hospital Santa Casa após uma palestra motivacional

membro no dia a dia, tendo sensibilidade ao lidar com situações adversas e com os diferentes perfis das pessoas. Dra. Márcia Rodrigues Neder Issa, chefe do Departamento de Anestesiologia da Santa Casa de Belo Horizonte, tem ciência da importância de ser um líder capacitado para exercer uma coordenação de sucesso. Ela tem MBA em Executivo em Saúde, o que a auxilia em um maior entendimento para a gestão de pessoas. Atualmente, coordena 37 assistentes e 26 residentes, e, segundo ela, a chave para transformar o local de trabalho em um ambiente harmônico é ser um bom ouvinte, ser paciente e estabelecer limites. “Na verdade a coordenação não se dá por meio de apenas uma pessoa, mas de uma equipe que segue regras previamente estabelecidas. Se existirem regras claras, se os membros estão aptos e dispostos a atender

as diferentes demandas, o trabalho da coordenação é facilitado.” Com 28 membros sob sua batuta, Dr. José Carlos Nitzsche, chefe do Departamento de Anestesiologia do Hospital Felício Rocho, lembra que as equipes hoje geralmente apresentam grande diferença de idade entre os membros, o que se reflete diretamente

“Reuniões frequentes garantem a harmonia. Assim, podemos valorizar todas as opiniões.” Dr. José Carlos Nitzsche, chefe do Departamento de Anestesiologia do Hospital Felício Rocho

na capacidade do trabalho. Mas os segredos para driblar as divergências são o respeito e o diálogo. “Reuniões frequentes garantem a harmonia. Assim, podemos valorizar todas as opiniões.” Em um ambiente hostil e de extrema pressão, como é o bloco cirúrgico, a boa gestão do líder é essencial para que o rendimento de sua equipe seja satisfatório. “É necessária uma liderança participativa, na qual os colegas sempre sejam consultados sobre as melhores condutas que se devem adotar diante dos impasses”, comenta Dr. Jaci Custódio Jorge, coordenador da Equipe de Anestesiologia do Hospital Vera Cruz. É um verdadeiro exercício de jogo de cintura: organizar a parte administrativa da equipe, tornando-a eficiente no setor financeiro e organizacional; realizar a escala imparcial dos profissionais para cirurgias eletivas; capacitar-se


Revista Anestesiologia Mineira

10

Capa técnico-cientificamente para sanar dúvidas, e ainda aparar arestas de conflitos sociais que podem aparecer na equipe. Certo mesmo é que não basta que os chefes sejam apenas médicos. É necessário ter grande desenvoltura para lidar com pessoas e estar com o conhecimento atualizado para que a equipe tenha um alto rendimento e seja o espelho de seu líder. “Temos que, acima de tudo, dar o exemplo”, aconselha Marcos Cruvinel, coordenador da Equipe de Anestesiologia do Hospital Lifecenter.

especialidades De nada adianta um grupo harmônico se seus integrantes não são técnica e teoricamente capacitados para exercer as funções com excelência. No Felício Rocho, por exemplo, a maioria dos profissionais possui Título Superior em Anestesiologia (TSA), sendo que o hospital ainda bonifica quem possui tal certificado, uma prova de valorização do profissional que se dedica à especialização. Todos os líderes de equipe entrevistados pela reportagem foram enfáticos: a capacitação profissional é fundamental para o exercício da profissão e deve ser fomentada para a geração de valor na equipe. Dra. Márcia Neder lembra que a Santa Casa possui um pioneiro Centro de Ensino e Treinamento (CET/SBA), vinculando a obtenção do TSA a critérios de ascensão no

“O TSA e o mestrado são indispensáveis no serviço que possui médicos residentes ou especializados.” Dra. Márcia Rodrigues Neder Issa, chefe do Departamento de Anestesiologia da Santa Casa de Belo Horizonte grupo para membros mais jovens. “Nossa equipe obteve 100% de aproveitamento na prova do TSA no último Congresso Brasileiro de Anestesiologia, com três aprovações na prova oral e uma na escrita”, ressalta Dra. Márcia. “É de extrema importância a obtenção de títulos em uma equipe orga-

nizada. Especificamente o TSA e o mestrado são indispensáveis no serviço que exige médicos residentes ou especializados.” Novidades para atualização do conhecimento surgem todos os dias em várias áreas de atuação, mas, na Medicina, a velocidade e a relevância das novas informações podem salvar pessoas e gerar mais qualidade de vida a um paciente. Por isso, alerta Dr. Márcio Chaves Craveiro de Melo, coordenador do Serviço de Anestesiologia do Hospital Vila da Serra, é necessário também senso crítico para escolher a especialização a se fazer. “Procure ser um profissional que domine a especialidade na perspectiva da Medicina Perioperatória, com compromisso com a recuperação plena do paciente até a alta hospitalar. Para isso, busque aprimoramento em áreas afins, como dor, terapia intensiva, monitorização invasiva, ECO e US”, aconselha Dr. Márcio. Com médicos devidamente capacitados, é importante que a atenção dos profissionais se volte para especialização em gestão de qualidade e processos de acreditação hospitalar, outro aspecto que tem sido valorizado. Afinal, é preciso que todos os profissionais tenham a consciência de que atuar efetivamente nesse processo significa a sobrevivência das instituições de saúde, que passam obrigatoriamente pela capacitação de quem integra o mercado.


Revista Anestesiologia Mineira

11

Capa

Um bom começo Os líderes das equipes de anestesiologistas de alguns dos principais hospitais de Belo Horizonte listaram algumas dicas preciosas para quem está iniciando a carreira.

Conhecimento Conheça o perfil do serviço que será executado e identifique-se com ele. Esteja inteirado quanto às regras estabelecidas e trabalhe para que a equipe se fortaleça, tendo em vista que ali está o seu futuro.

Tempo Evite jornadas extenuantes, principalmente visando à realização financeira em curto prazo.

Diálogo Procure ajuda de colegas mais experientes nos casos mais complexos. Não fique com receio de pré-julgamentos.

Humanização Tenha respeito pelo paciente, principalmente no diálogo. Chame-o pelo nome e trate-o com cortesia.

Especialização Busque estar sempre se atualizando. Mestrados, títulos, doutorados e pós-graduações dão mais respeito ao profissional, e sua ascensão pode ser mais rápida.

Qualidade de vida Não confunda padrão elevado de vida com qualidade de vida. O padrão adquire-se com o tempo, a qualidade de vida está no momento. Ter muito não quer dizer que você tem o que te faz bem.


Revista Anestesiologia Mineira

12

Glosas

Política de Gestão da Coopanest-MG aumenta o índice de recuperação de glosas Há uma equipe na Coopanest-MG especializada no tratamento de glosas. O setor está atento aos valores e tabelas negociados, analisando as alegações das operadoras e os prazos estipulados por cada convênio para solicitação de reanálise das contas. O tratamento de contas glosadas se mostra cada vez mais importante, considerando a dificuldade (muitas vezes encontrada em algumas operadoras) quanto ao pagamento correto do valor cobrado. Por esse motivo, o setor tem se consolidado e se especializado em análises fidedignas e certeiras para recuperação de valores. Por isso, uma série de medidas foi adotada em 2014, visando a melhorar a relação entre a contratada (Coopanest-MG) e os con-

tratantes (convênios). Kellysson Rodrigues, supervisor de Contas Médicas da Coopanest-MG, explica algumas medidas que foram tomadas pela Coopanest-MG: “Realizamos análises em cada operadora com o intuito de conhecer seus processos e sua cultura em relação às exigências de comprovação de atendimento ao seu beneficiário. Fizemos reuniões para estreitar o relacionamento e adequar o fluxo de trabalho de acordo com as necessidades individuais de cada operadora.” Outro destaque é a proximidade da relação com os cooperados. Os médicos passaram a ser envolvidos na solução dos gargalos de suas contas e ser informados das medidas tomadas na tentativa de recebimento do honorário. Assim,

Kellysson é o responsável pelas glosas na Coopanest-MG

eles podem acompanhar o fluxo da entrada de contas e da contrapartida no recebimento delas. Vale ressaltar também que o anestesiologista não precisa, necessariamente, reclamar sua conta para que ela seja reenviada como recurso, já que, uma vez detectado o pagamento na conta, o analista de glosas solicita pontualmente ao convênio que reveja e realize a quitação. “Ao notar qualquer dificuldade que fuja à competência dos integrantes do setor, há de imediato a interferência dos diretores da Coopanest, sempre aptos e disponíveis para participação nas reuniões com os representantes dos convênios e resolução de casos que exijam negociações de partes estratégicas”, avisa Kellysson.

Especialista A Coopanest-MG destinou uma pessoa para trabalhar exclusivamente com a cobrança de recursos enviados (Kellysson Rodrigues). Com essa medida, as operadoras respondem com mais agilidade, e, caso o analista da Coopanest-MG não concorde com o que foi informado, é realizada uma nova contestação, aumentando as chances de recebimento do valor cobrado. As iniciativas adotadas e o novo modelo de gestão vêm dando resultado. No ano de 2013, houve a recuperação de 70% dos valores reclamados. “A aproximação entre os setores, a melhoria na comunicação e pequenas mudanças nos fluxos fazem grande diferença para o alcance do sucesso na recuperação de glosas”, comenta Kellysson.


Revista Anestesiologia Mineira

13

Leitura recomendada

Novidade sobre reação dos vasoconstritores Este foi um trabalho publicado recentemente na Anesthesiology de um estudo in vitro, em que a artéria pulmonar e segmentos do anel de artéria radial foram isolados e submetidos a vários fármacos vasopressores, que foram utilizados para estudar as respostas contráteis arteriais a cada fármaco. Dessa forma, foram construídas curvas de concentração-resposta para norepinefrina, fenilefrina, metaraminol e vasopressina. Esse estudo investigou os efeitos dos vasoconstritores utilizados clinicamente em artéria pulmonar isolada humana e artérias radiais, obtendo como resultados que os vasopressores norepinefrina, fenilefrina, metaraminol e vasopressina geram vasoconstrição dependente da concentração na artéria radial, entretanto a vasopressina não teve efeito significativo na artéria pulmonar, diferente dos outros vasopressores. Uma comparação direta das potências relativas dos vasopressores usados para promover vaconstrição radial e pulmonar nunca foi realizada, o que torna esse trabalho bastante interessante. A medicação vasopressora, comumente usada para tratar hipotensão sistêmica e manter a perfusão dos órgãos, pode também induzir vasoconstrição regional nos leitos vasculares es-

pecializados, como no pulmão. Um aumento do tônus vascular pulmonar pode prejudicar pacientes com hipertensão pulmonar ou insuficiência cardíaca direita, gerando efeitos catastróficos. Por outro lado, quem trabalha com cirurgia cardíaca sabe que a abordagem do paciente com disfunção ventricular direita é um verdadeiro desafio, pois esses pacientes demandam minimização da pós-carga ao VD por meio do uso de vasodilatadores preferencialmente atuantes no leito vascular pulmonar; otimização da performance do VD e manejo hemodinâmico, a fim de maximizar a função do VE e manter a pressão de perfusão coronaria-

na (mantendo a pressão arterial diastólica), portanto muitas vezes torna-se necessário uso de vasopressor que afete menos a circulação pulmonar. Nesse contexto, o estudo mostra que o uso de simpaticomiméticos contraem tanto a artéria radial humana quanto as artérias pulmonares de forma semelhante. Em contraste, a vasopressina, embora um potente vasoconstritor dos vasos radiais, não teve efeito semelhante no tônus vascular pulmonar. Esses resultados fornecem algum suporte para o uso de vasopressina em pacientes com hipertensão pulmonar e falência ventricular direita. Dra. Michelle Nacur Lorentz

Vasoconstrictor Responses to Vasopressor Agents in Human Pulmonary and Radial Arteries (Anesthesiology 2014; 121:930-6)


Revista Anestesiologia Mineira

14

Cursos

Atualização dos anestesistas SAMG realiza seis workshops sobre Bloqueios Guiados por Ultrassom em BH e no interior

Evento realizado em Divinópolis

Com o objetivo de atualizar o conhecimento dos profissionais do estado, a SAMG percorreu cinco cidades do interior de Minas Gerais para ministrar o workshop sobre Bloqueios Guiados por Ultrassom. Belo Horizonte também recebeu o evento, que contou com cerca de 25 participantes por aula e teve como instrutores os Drs. Sérgio Silva de Mello, Roberto Almeida de Castro, Leonardo Saraiva G. de Oliveira, Leonardo Diniz Corrêa Pinto e Júnio Rios Melo. “O objetivo é continuar e ampliar esse tipo de workshop em 2015, pois o ultrassom aumenta a segurança para a realização de bloqueio de nervos, facilita as punções venosas e arteriais, além de possibilitar punção venosa central mais segura e permite o uso de menor dose de anestésicos locais”, comenta Dra. Michelle Nacur, vice-presidente da SAMG.

Datas e locais dos cursos: 17/07/2012 – Sede da SAMG – BH Instrutores: Roberto Almeida de Castro • Leonardo Saraiva G. de Oliveira Júnio Rios Melo • Sérgio Silva de Mello Leonardo Diniz Corrêa Pinto 27/07/2013 – Associação Médica de Varginha – Varginha Instrutores: Roberto Almeida de Castro • André Vinicius C. Andrade Adílson Hamaji • Leonardo Diniz Corrêa Pinto 19/10/2013 – Hospital Marcio Cunha – Ipatinga Instrutores: Leonardo Diniz Corrêa Pinto • André Vinicius C. Andrade George Neves de Almeida 30/11/2013 – Hospital Prontosocor – Montes Claros Instrutores: Leonardo Diniz Corrêa Pinto • André Vinicius C. Andrade George Neves de Almeida 07/06/2014 – Fábrica da BD – Juiz de Fora Instrutores: Rogério Augusto de Queiroz • Carlos Leonardo Alves Boni Leonardo Diniz Corrêa Pinto • Marcelo Hamaji

Anestesiologistas se atualizam no workshop sobre Bloqueios Guiados por Ultrassom

06/12/2014 – Hospital São João de Deus – Divinópolis Instrutores: Braulio Fortes Mesquita • Leonardo Diniz Corrêa Pinto Carlos Leonardo Alves Boni • Thadeu Alves Máximo


Revista Anestesiologia Mineira

15

COMUNICADO SAMG Temos a satisfação de comunicar importantes avanços em nossas negociações pela valorização do trabalho médico. Como resultado dos entendimentos nos últimos dois anos, 144 procedimentos dos portes anestésicos 1 e 2 estão alinhados à CBHPM 5ª edição. Estabelecemos, também, o pagamento de 70% dos honorários em procedimentos simultâneos com vias de acesso diferentes, assim como a correção dos portes de alguns procedimentos realizados por radioimagem. Nos últimos meses, em três rodadas de reuniões, construímos conjuntamente uma proposta que nos permite avançar ainda mais na remuneração de nossa especialidade: • De imediato, os honorários dos portes anestésicos serão reajustados ao patamar de 90% da CBHPM 2010. O incremento será retroativo a 1º de novembro de 2014 e, por consequência, não contemplará 51 procedimentos cujos portes estão acima da sua classificação na tabela. • Os portes de 372 procedimentos serão alinhados à CBHPM 2010 nos próximos três anos, na proporção de um terço do montante a cada ano. A primeira etapa dos reajustes contemplará 141 procedimentos do porte 4 a partir de janeiro de 2015. • Também a partir de fevereiro estará assegurado o pagamento pela assistência ao trabalho de parto, bem como ganhos em exames de imagem. Na tomografia computadorizada e na ressonância nuclear magnética, a remuneração de exames simultâneos será de até três segmentos em 100%, 50% e 50%. Nos exames de colonoscopia e endoscopia digestiva alta (EDA), realizados simultaneamente, a remuneração pela anestesia subirá de 50% para 70% da EDA. Esses avanços são fruto de um ambiente de diálogo e confiança entre a nossa Sociedade e a nossa Cooperativa, que trazem importantes melhorias à remuneração dos anestesiologistas, de forma sustentável e com responsabilidade na gestão dos recursos assistenciais. Estamos, sempre, de portas abertas aos nossos associados e médicos cooperados.

Diretorias da SAMG e da Unimed-BH


Revista Anestesiologia Mineira

16

Colega anestesiologista

Do bloco para a academia

Mesmo com a rotina atribulada, é de suma importância encaixar a atividade física no dia a dia do profissional de saúde Arquivo pessoal Fernanda Massote

Personal trainer é uma opção viável para quem tem pouco tempo para atividade física

Não há dúvida de que a rotina das pessoas está mais corrida, com inúmeras tarefas a serem executadas ao longo do dia e com cada vez menos tempo para concretizá-las. Buscar os filhos na escola, fazer hora extra no trabalho, participar de reuniões e compromissos sociais são algumas das obrigações que entopem a agenda da semana, sobrando pouco tempo para descansar e cuidar de si.

Se a maioria das pessoas sofre com a falta de tempo, os médicos ainda têm que lidar com horários incomuns em comparação com profissionais de outras áreas. Se não há espaço na agenda nem para ficar com a família, quem dirá para cuidar do corpo e da saúde. O mais irônico é que o profissional que dedica grande parte de sua vida para estudar e zelar pela saúde do próximo acaba não tendo

tempo para cuidar de sua própria vida, prejudicando diretamente seu bem-estar. A carga horária pesada nos hospitais e uma rotina de plantões muitas vezes desumana fazem com que os profissionais de saúde pratiquem pouco exercício físico. É o que apontou uma pesquisa realizada no ano passado por uma operadora de saúde, que revelou que quase 70% dos fun-


Revista Anestesiologia Mineira

17

Colega Anestesiologista conselho para os colegas cionários do setor não de profissão que acham fazem exercício físico que é impossível aliar a ou apenas se exercitam atividade física à rotina eventualmente. do profissional de saúde. Com uma rotina de “Infelizmente, a rotina trabalho imprevisível, médica atribulada nos Dr. Matheus Acácio Oliafasta da prática regular veira Nunes Leal, anesde exercícios físicos, mas tesiologista do Hossabemos que a atividade pital Odilon Behrens, libera endorfinas, que tem dificuldade para deixam as pessoas mais encaixar o hábito da alegres e confiantes. atividade física no dia Hoje, as academias posa dia. São três plantões suem uma gama enorme noturnos semanais, e, de atividades, que busem seguida, ele ainda cam agradar até ao aluse desloca para outros no mais exigente. Sugiro hospitais, com horário que cada um busque o para chegar, mas sem exercício com que mais previsão para sair do se identifique, para que bloco cirúrgico. Com a a prática não seja uma agenda apertada, ele obrigação, mas sim um admite que frequenta Rotina atribulada não impede Dr. Marinho de se exercitar momento de prazer.” pouco a academia onde todos os dias O corpo do ser huestá matriculado. “Meu estado de saúde seria muito me- a educadora física. “O exercício mano não foi feito para ficar lhor se praticasse mais exercício é grande aliado no combate ao parado. Assim como qualquer físico, pois estaria mais disposto estresse, pois previne problemas máquina de alto desempenho, para realizar minhas atividades como depressão, ansiedade, além é necessário ter movimentação, regulares”, confessa Dr. Matheus. de gerar sensação de bem-estar, atividade e produtividade. Por mais que não haja espaço na sua alegria e relaxamento.” A rotina atribulada de um anes- rotina, de alguma forma, é preAliado contra o estresse Mais que ter um corpo boni- tesiologista não é desculpa para ciso organização do tempo para to e trabalhar o bom condiciona- que Dr. Marinho Vilas Boas Safar, que a atividade física seja também mento físico e muscular, a prática do Hospital Biocor e ULC, coloque parte da vida das profissionais de esportiva é ferramenta comprova- diariamente seu corpo em mo- saúde. O corpo pede isso, e, se damente eficiente no combate ao vimento. Mesmo com “plantões não atendermos, ele irá reclamar. estresse. A personal trainer Fer- atrás de plantões”, ele faz questão Lembre-se de que os benefícios nanda Massote (Cref 23356 G/MG) de inserir o exercício físico no co- do exercício em sua vida serão vê de perto a evolução dos alunos tidiano, mesclando atividades no imensuráveis e o deixarão mais que são considerados mais estres- interior da academia com cami- disposto. Com isso, seu sono será sados. “É nítida a melhoria na dis- nhadas e cooper em locais abertos mais equilibrado, o que fará com posição e no humor de alunos que nos finais de semana. “É bom ter o que você seja mais produtivo no foram sedentários por um tempo e contato com a natureza. Traz bem- trabalho, passando pelas tarefas hoje conseguiram inserir a ativida- -estar e tranquilidade sem afetar o do dia com mais facilidade e trande física em sua rotina”, comenta foco do fitness”. Ele ainda deixa um quilidade. Vale a pena começar!


Revista Anestesiologia Mineira

18

Eventos

O dia do anestesiologista Em outubro, cerca de 500 pessoas se reuniram no Buffet Catharina para lembrar o Dia do Anestesiologista, comemorado em 16/10. Na oportunidade, foram realizadas homenagens da SAMG aos médicos em especialização que conseguiram as melhores notas no estado na prova da SBA, realizada em 2013. São eles:

Dr. Rômulo Augusto Pinheiro, Dr. Marcílio Batista Pimenta, Dr. Lucas Araújo Soares, Dr. Geraldo Teixeira Botrel

Dr. Jaci Custódio, presidente da SAMG e Dra. Cláudia Helena, corresponsável pelo CET/SBA da Santa Casa, recebendo os prêmios de homenagem ao Dr. Pedro Henrique Álvares Paiva

Dra. Celsa Maria, responsável pelo CET/SBA da Fhemig, entregando os prêmios ao Dr. Daniel de Andrade Araújo, ao lado de Dr. Jaci Custódio

Dra. Walkiria, responsável pelo CET/SBA do Hospital das Clínicas, entregando os prêmios ao Dr. Michael Arthuso Lima Moreira, ao lado de Dr. Jaci Custódio


Revista Anestesiologia Mineira

19

Com nosso novo aplicativo, você poderá conferir as informações e novidades da área onde você estiver. Acesse e baixe o aplicativo: Disponível em:

APP STORE

Disponível em:

PLAY STORE

Investimentos para levar a você o que há de melhor na anestesiologia.



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.