PORTUGAL PROTOCOLO MAGAZINE #19 | 2013

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E n t r e v i s ta ,

à mesa com

António Ferreira

empresarial, académico? Essas pessoas só certificam o que nós temos cá dentro. Não há nada lá fora que eu diga, nunca mais lá vamos chegar. Vou a qualquer país que está a evoluir com as mesmas capacidades que nós temos. É preciso ver o que se passa à nossa volta. Nas nossas empresas, quando nos queixamos que as coisas não estão a correr como deviam correr , isso é chorar sobre leite derramado. Nós temos todas as condições. Temos que acreditar em nós. Temos que acreditar que temos um potencial enorme. Temos é que trabalhar bem. Sem trabalho, isto não vai lá. Nós temos mesmo que trabalhar. Não é ficar encostados à sombra dos subsídios. Nós temos que trabalhar. E quanto aos subsídios, nós temos que os merecer. No nosso país temos uma grande gente. Temos que ver os que querem um emprego ou os que querem um trabalho. E não nos podemos esquecer que o campo é uma grande riqueza que o país tem. Vamos trazer o seu filho, que é director da ANJE, a associação nacional de jovens empresários, para esta conversa. Como encara a sua posição na empresa familiar e no País? O que aprendi na minha família são regras de ouro. Cumprir com os compromissos assumidos. Primeiro estão os empregados, depois estamos nós. Por isso é que temos uma fábrica com 63 anos e sem um dia de falta de pagamento ao pessoal. Sem uma hora de greve, sem uma comissão de trabalhadores. Falou-me no novo Portugal, no novo Mundo. As pessoas olham para esta crise como uma coisa passageira. Vêm aí novos tempos, mas não é para repetir o passado, não. Os tempos estão a mudar e 16 | Portugal Protocolo 2013 |

nº19

de

C a r va l h o

nunca mais vão ser como eram. Temos que nos adaptar. Os que conseguem ultrapassar esta crise, não são os mais ricos e os mais inteligentes, são tempos de adaptação. Os que conseguem adaptar-se, adaptam-se e sobrevivem. A nível empresarial, eu acho, lindamente, que os jovens emigrem, assim como acho louvável os que decidem cá ficar, como é o meu caso. Essa liberdade de escolha, às vezes, imposta pelas políticas económicas do País, por esta crise que atravessamos. Acho que honra o nosso passado, o nosso espírito de aventureiros... temos esperança num Portugal melhor.


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