Edição n.º29

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especial macedo de cavaleiros

MOGNOLIXA

AMBIÇÃO, DEDICAÇÃO E VALORIZAÇÃO MANUEL MARINHO - ADMINISTRADOR

amarante • fundão • matosinhos • braga • trás-os-montes • alentejo ponte de lima • vale do tua • madeira • aveiro • ourém


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especial macedo de cavaleiros

J3LP

MAIS DO QUE UM TRABALHO: UMA ARTE amarante • fundão • matosinhos • braga • trás-os-montes • alentejo ponte de lima • vale do tua • madeira • aveiro • ourém PORTUGAL EM DESTAQUE | 3


Foto: Guia da Natureza - PNRVT longomai.pt

Rua Fundação Calouste Gulbenkian 5370-340, Mirandela

Telefone (+351) 278 201 430

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Uma natureza singular

O destino do amor! Os cinco municípios que integram o Vale do Tua têm a sua identidade, a sua história, retratada no património que possuem.

É a natureza que grita! Grita silêncios quebrados pelos sons do vento, pelo chilrear dos pássaros, pela melodia das estrelas, que dão luz ao olhar daqueles que amam, que se amam. São os vales, as sombras das frondosas árvores… são as águas cristalinas que refrescam o amor. São as lareiras acesas que confortam as noites de inverno, alimentadas por uma gastronomia que prima pelos intensos sabores, sempre acompanhada por um cálice do néctar dos Deuses: o vinho. Aqui tudo é intenso… Haverá melhor lugar para amar?

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Foto: Guia da Natureza - PNRVT longomai.pt

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ÍNDICE

MATOSINHOS PÁG 42

ALENTEJO PÁG 74

VALE DO TUA PÁG 96

EDITORIAL Editorial De norte a sul, com destaque! A cada edição que passa, ganhámos cada vez mais admiração por este país e pelos seus empresários. Reconhecemos em cada local que visitamos a vontade de inovar e de continuar a crescer em prol do país. Da hotelaria à gastronomia, passando pelo ensino e sem descurar a indústria, a edição de maio da Portugal em Destaque traz uma panóplia de bons exemplos nacionais que, não raros casos, já brilham além-fronteiras. Queremos continuar a crescer para sermos a referência das revistas que querem destacar Portugal. Queremos continuar a ser a sua preferência para a sua leitura de fim-de-semana. Queremos continuar a figurar no panorama das revistas empresariais. Mas estamos muito para lá do ‘papel’. Convidamo-lo a conhecer-nos também na nossa página de internet e de Facebook. Boas leituras.

FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: ANA SOFIA FIGUEIREDO, JOANA GONÇALVES, MARIA JOANA, TERESA MATA, SARA FREIXO, SARA OLIVEIRA, VERA PINHO | OUTROS COLABORADORES: ANA MIGUEL LOPES, DIANA BARROS, JOANA BÁRBARA, JORGE TEIXEIRA, TELMA MOREIRA | DIREÇÃO GRÁFICA: VANESSA MARTINS (VANESSA.MARTINS@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DIREÇÃO COMERCIAL: JOSÉ MOREIRA | DEP. COMERCIAL: CARLOS PINTO, EDUARDO NUNES, JAIME PEREIRA, JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, LUÍS BRANCO, MANUELA NOGUEIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE, SOFIA SANTOS (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 9ºANDAR, SALA 9.3 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E SECTORIZADA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE JUNHO’18 ESTATUTO EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.


AMARANTE A cidade de Amarante situa-se nas margens do rio Tâmega, um dos principais afluentes do rio Douro, e junto à serra do Marão e serra da Aboboreira. Foi na serra da Aboboreira que terão surgido os primeiros povos que por aqui permaneceram. No entanto, esta região só começou a ganhar importância e visibilidade depois da chegada de São Gonçalo (1187-1259), nascido em Tagilde, Guimarães, que aqui se fixou depois de peregrinar por Roma e Jerusalém - a construção da ponte sobre o Rio Tâmega é atribuída a este santo. No Século XVI, D. João III manda construir um Mosteiro – o Mosteiro de São Gonçalo, que fica sobre a capela e junto à ponte sobre o Rio Tâmega, onde segundo a lenda São Gonçalo terá vivido e foi sepultado. O comércio e os serviços fazem-se sentir em maior relevo na cidade de Amarante e em Vila Meã, que são os dois principais núcleos urbanos do concelho. Mas a agricultura, presente em todas as freguesias, é a principal atividade económica - da qual se destaca a produção de vinhos verdes. A transformação de madeiras e a pirotecnia são também setores de elevada importância na região. O turismo é uma área em desenvolvimento, dadas as características ambientais e patrimoniais do concelho. Na gastronomia destaca-se o cabrito assado no forno e a vitela maronesa, acompanhados pelo vinho verde da região. Na doçaria conventual destacam-se ainda os papos de anjo, as lérias, os bolos de S. Gonçalo, os foguetes e as brisas do Tâmega. Amarante está muito ligado ao rio Tâmega e às serras do Marão e da Aboboreira - à natureza. Há, por isso, um chamamento à prática das várias atividades ao ar livre e de manutenção física, como o montanhismo, a canoagem, o parapente, os passeios em guigas (pequenas embarcações), as gaivotas, a caça, a pesca, a natação, o golfe, o campismo, o desfrutar das praias fluviais e do parque aquático.

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AMBIÇÃO, DEDICAÇÃO E VALORIZAÇÃO NA VANGUARDA DA MOGNOLIXA Fundada há 24 anos por Manuel Marinho, a Mognolixa é hoje uma empresa de referência no setor das urnas, e para darmos a conhecer aos nossos leitores toda a sua história, e todos os pilares que a caracterizam, a Portugal em Destaque esteve à conversa com o administrador. MOGNOLIXA

Sediada na Lomba, em Amarante, a empresa surgiu, em 1994, com o nome JM Fábrica de Urnas, mas foi em 2005, que Manuel Marinho decidiu dar uma reviravolta na imagem da fábrica. “Abri uma nova e comecei tudo de novo. Decidi então abrir com um nome diferente, a Mognolixa”. Ano após ano e com a persistência do fundador, a empresa foi crescendo e, atualmente, já conta com uma área coberta de 4.000 metros quadrados e com cerca de 30 colaboradores. Para os mais curiosos, este nome está associado à madeira mogno, considerada como referência neste setor. Da experiência que adquiriu ao longo de uma vida dedicada à indústria das urnas, vem todo o know how que Manuel Marinho demonstra. “Comecei a trabalhar neste setor com 13 anos, um bichinho que vem desde cedo. Fazia duas horas a pé até chegar ao local de trabalho e era isto todos os dias”, acrescenta. Mas o importante para este administrador é imprimir rigor e brio profissional em todo o trabalho feito pelos seus colaboradores, em prol de um produto final com qualidade e primor. Todo o processo começa pela escolha da matéria-prima, a madeira, maciça e selecionada, passando por madeiras exóticas, madeiras importadas da Europa e, claro, madeiras nacionais.

MANUEL MARINHO

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Diversidade no produto O processo para todas as urnas é o mesmo, contudo, a diferença está na vasta gama de modelos que a Mognolixa tem para oferecer. Desta feita, os agentes funerários terão ao seu dispor vários modelos de urnas, que satisfazem necessidades e gostos distintos, nomeadamente urnas para transporte internacional, para cremação, para exumação, para jazigos, para ossadas, e ainda, se assim o desejarem, todos os acessórios para o setor. Face à concorrência e crise económica que se fez sentir no mercado, a partir de 2011, a Mognolixa viu-se obrigada A produzir uma linha de urnas mais económicas, alterando assim um


pouco a sua estratégia, o que se pode ler nas palavras do seu administrador. “Tivemos de criar dois a três modelos mais baixos. Assim, temos desde os mais económicos até ao topo de gama. Fazemos aquilo que o mercado exige, tivemos de nos adaptar”. Todo o processo de fabrico de urnas está cada vez mais rigoroso, passando pelo cumprimento de leis específicas, e na hora de iniciar o seu fabrico, é necessário ter em atenção o pedido de cada cliente, pois, ainda que diferente ou exclusivo, este será cumprido e sempre de acordo com a lei. Manuel Marinho afirma que “tentamos seguir sempre a lei e, claro, que se o cliente nos exige algo diferenciador e se o conseguirmos fazer, cumprimos com o pedido”. Assim, esta empresa esforça-se para cada vez mais trabalhar com materiais de acabamento não poluentes para o meio ambiente. Porquanto, além das preocupações ambientais, a Mognolixa preocupa-se não só com a qualidade, como com o atendimento personalizado que é dado aos clientes, e também com os produtos que utilizam e com o trabalho feito pelos colaboradores. Não existem bons produtos sem um bom trabalho. As características passam pelo excelente acabamento, pela utilização de madeiras maciças muito bem selecionadas, “tal como os tecidos, o acabamento em si também deve ser bem preparado, porque o nosso cliente é exigente. Entramos em boa concorrência de qualidade e temos de estar atentos ao mercado”. Com uma enorme abrangência para o mercado nacional, incluindo as ilhas, o empre-

sário aposta fortemente em fabricar e vender para Espanha e França, sempre dispostos a abrir outros caminhos no que diz respeito ao mercado internacional. Atualmente contam já com uma capacidade de produção de 6.500 urnas por ano, traduzindo-se numa capacidade de resposta rápida e eficiente. “Entregamos mercadoria todas as semanas, embora a média de entrega seja de 15 em 15 dias”. Todo este trabalho de dedicação faz com que haja uma enorme vontade de querer alcançar novos objetivos. A simbiose entre ambição e inovação Pelas palavras do administrador, é preciso estar atento às exigências do mercado para conseguir inovar e consequentemente crescer. “Para isso, participamos e visitamos feiras, estamos atentos aos produtos para que sejam o menos poluente possível para o meio ambiente”. Destaca ainda que é o próprio que cria todos os modelos com ideias exclusivamente suas. Mas de que forma é que uma empresa ligada à indústria das urnas pode ajudar o meio ambiente? Sim, isto é possível, e a Mognolixa já tem esta sensibilidade e preocupação. Para que isso aconteça, utilizam “menos vernizes poluentes e menos químicos” o que origina, desde logo, “menor contaminação dos lençóis de água”, realça. Para se manterem informados em todas as vertentes do negócio, participam em feiras do setor quer nacionais, quer internacionais, pois para este administrador, são uma mais-valia. No entanto, existem aspetos que considera importante virem a ser melhorados, nomeadamente o calendário das feiras, no sentido de serem mais espaçadas e também serem discutidas e conversadas entre organizadores e empresários.

Certificação, um sinal de rigor Em pleno processo de certificação, a Mognolixa acredita que a melhor forma de credibilizar o trabalho é através da certificação, pois daí decorrem vários benefícios, entre eles o prestígio no mercado, o destaque entre os concorrentes, a conquista de novos mercados, processos internos fluindo corretamente, e além do mais motiva os colaboradores a trabalhar melhor. Valorização humana Os clientes e os colaboradores são dois pontos fulcrais para a empresa. Os clientes, porque são uma parte essencial para fazer o negócio crescer e haver uma proximidade

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com estes é muito importante. “Tento acompanhar, o mais próximo possível, os meus clientes. Gosto de os visitar e ir ao terreno”. Já a nível de colaboradores, o relacionamento é duradouro. Manuel Marinho afirma que “como já fui funcionário desde pequeno, lembro-me de ser chamado muitas vezes a atenção. É preciso saber chamar a atenção quando é preciso, mas também valorizar e reconhecer o funcionário”. Para além da parte humana, a formação contínua para os colaboradores é indispensável. Todos os anos fazem formações com vertente teórica e prática, como pintura e maquinaria pesada. Questionado sobre a mão de obra jovem, Manuel Marinho fala na dificuldade que é contratar os mais jovens. Na sua opinião, é necessário criar incentivos que passam pela formação escolar e pelos cursos profissionais adequados às capacidades e preferências de cada jovem.

Um olhar promissor sob o futuro Criar e inovar são duas palavras que estão na linha da frente da Mognolixa. A concretização e o sonho de alguns projetos estão, por isso, em cima da mesa, passando alguns deles pela representação da empresa na feira em Espanha, mas já com o processo de certificação concluído Para o futuro deseja que os fabricantes de urnas trabalhem de forma mais solidária, com mais qualidade e uma maior união entre todos os fabricantes, “não apenas na quantidade, mas sim na qualidade. Queremos continuar a evoluir e a melhorar os nossos serviços”, finaliza.

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SOLUÇÕES A PENSAR EM SI! A Último Nível é uma empresa dinâmica e pró-ativa que conhece profundamente a área onde centra a sua atividade. O seu trabalho assenta na qualidade, seriedade e responsabilidade e a sua equipa tem consciência que os pequenos detalhes fazem toda a diferença, daí que se direcione no rumo dos elevados padrões de excelência. ÚLTIMO NÍVEL - INFORMÁTICA

Com o intuito de perceber as dinâmicas que gravitam em torno da Último Nível, a Portugal em Destaque foi desta feita ao encontro de Alberto Peixoto, um empresário carismático e dinâmico que tem pautado a sua atividade profissional por uma grande visão estratégica, sentido de responsabilidade e paixão pela área técnica na qual a sua empresa se contextualiza. Fruto do know-how e experiência no âmbito da engenharia informática, Alberto Peixoto decidiu, em 2001, criar o seu próprio negócio alicerçado na venda de hardware, software e reparação. Mais tarde, em 2003, assumiu a representação oficial da marca portuguesa de computadores tsunami e o software de gestão comercial Sage. Até que, em 2005, se dá uma verdadeira viragem na sua história com a criação da marca empresarial Último Nível e uma aposta evidente na disponibilização de produtos e soluções de qualidade, bem como na assistência técnica. Durante o seu percurso, a empresa sempre assumiu uma faceta de grande flexibilidade e adaptabilidade face às suas necessidades, até que em 2014 optou por instalações

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numa localização estratégica em frente ao Pingo Doce de Amarante, onde “dispomos de um espaço de atendimento ao cliente, onde juntamente consigo, achamos as melhores soluções para o seu negócio”, refere o gerente, sublinhando a criação de uma área técnica “onde a equipa trabalha diariamente, com as condições necessárias quer de ferramentas especializadas para a manutenção técnica de hardware quer de software”. De realçar que o horário de atendimento é de segunda a sexta das 9h às 12h30 e das 14h às 19h e ao sábado das 9h às 12h30. Valorizando o passado, vivendo o presente e pensando no futuro, a Último Nível adota uma filosofia vanguardista, o que lhe tem permitido “crescer de uma forma sólida e sermos competitivos, proporcionando aos nossos clientes a qualidade nos nossos serviços e produtos”, avalia o nosso entrevistado, salientando a aposta na formação contínua e na constante melhoria.

dware, nomeadamente instalação de sistemas operativos, manutenção, atualização e reinstalação de software de produção, instalação de redes – wireless e por cabo, configuração de servidores de gestão, instalação de software de gestão comercial, manutenção de hardware, quer de sistemas fixos ou portáteis, substituição de ecrãs, teclados e outros componentes de portáteis, entre outros, sempre com qualidade

Um serviço de confiança Com presença forte no mercado, a Último Nível conta com uma equipa de três técnicos especializados prontos para responder aos mais variados desafios quer de manutenção de software quer de har-

e excelência. A Último Nível dispõe ainda de uma unidade móvel de assistência técnica, que se desloca até si para resolver o seu problema técnico de um modo rápido e eficaz. Atenta às necessidades do mercado, a Último Nível disponibiliza ainda o aluguer de equipamentos, o que permitiu um aumento de clientes e a sua consolidação na esfera de atuação de Amarante, Lixa, Felgueiras, Penafiel e Paredes. Em termos de objetivos para o futuro, Alberto Peixoto mostra-se bastante categórico: “queremos continuar a crescer sustentadamente e a contribuir para a dinamização económica da região”.


A PAIXÃO ESTÁ NA CULTURA DE FRUTOS VERMELHOS Rute Cardoso e José Correia são dois proprietários empreendedores que se aventuraram num projeto que dizem ter sido “maluco e arriscado”. Com base na sua formação agrícola e em diversas experiências, decidiram investir neste negócio e em 2008 surge a Naturpassion.

RUTE CARDOSO, JOSÉ CORREIA E FILHOS

Tinham um emprego estável, mas o ‘bichinho’ da cultura de frutos vermelhos foi aumentando com as vivências que foram adquirindo ao longo do tempo. Fruto de um árduo trabalho e de uma exigente procura pela qualidade foram, pouco a pouco, instalando várias frutas, nomeadamente a framboesa, de seguida a amora e, por fim, o mirtilo, sempre com o foco em “diversificar um pouco o setor”. Uma cultura exigente Sabemos que as plantas são seres vivos e, por isso, precisam de ser acarinhadas e não dispensam um trabalho e uma atenção constantes. É necessário nutrir, regar, ter cuidados com as pragas e doenças. “Para se ter rentabilidade tem de se estar sempre presente. Na minha opinião não há meio termo, se se quer praticar agricultura de qualidade”, salienta. Foi com toda esta agilidade e conhecimento

que Rute e José encararam que a cultura deste tipo de frutos teria um grande potencial, não só em termos de valor de mercado, mas também em termos gastronómicos, face ao uso medicinal. Hoje em dia, estes frutos são procurados com mais abundância, o que também faz com que haja um maior número de produtores. Para se diferenciar, a Naturpassion considera a qualidade um “fator primordial para nos mantermos no mercado e também um fator de diferenciação no preço”. Acrescentam ainda que querem um foco “no mercado de qualidade, em que, numa altura de crise, só ficam os produtores de qualidade. Temos trabalhado sobretudo para isso”, afirmam. Empresa certificada e rigorosa As boas práticas são presença diária na Naturpassion. Pelas mãos dos proprietários, o sucesso começa em “trabalhar com viveiros/plantas de qualidade”. Os planos de nutrição, rega e proteção das culturas seguem os critérios da certificação que têm de ser cumpridos com rigor, “pois qualquer falha vai afetar o calibre, a vida pós-colheita da fruta e o equilíbrio do ecossistema. Temos que estar preparados e agir rápido, consoante as necessidades das plantas, sem descurar mais uma vez a sustentabilidade de todo o ecossistema”, explicam. No que diz respeito às certificações têm uma produção integrada em que utilizam, por exemplo, adubos orgânicos, distribuição de fauna auxiliar, monitorização da água de rega, etc. Por outro lado, a Globalgap é uma certificação de referência e bastante

NATURPASSION requisitada. Originária da Alemanha, todos os países devem cumprir as regras, principalmente no que concerne à “segurança alimentar, controlo de resíduos, microbiologia, desinfeção de todas as zonas de trabalho, cuidados de higiene, responsabilidade social em relação aos colaboradores, entre outros”. Novos projetos para comemorar os dez anos Rute Cardoso e José Correia vão desenvolver um novo projeto relacionado com o agroturismo. Este será de “pequena dimensão, três unidades, uma casa com três quartos e um estúdio para quatro pessoas, outra casa T1 e vamos deixar só para o ano outra casa com dois quartos”. O grande objetivo passa por criar um agroturismo “de integração com as nossas culturas”. Os visitantes poderão colher fruta e até mesmo comprá-la por um preço mais apelativo em comparação aos supermercados, assim como produzir as suas compotas e levá-las para casa. Numa vertente mais educativa, existem escolas que visitam a Naturpassion e os próprios alunos podem colher a fruta gratuitamente. “Divertem-se e ficam informados”. Para registar os dez anos de existência e continuar a implementar uma produção de qualidade vão pôr em prática algumas atividades, o já habitual evento ‘U-pick’ (as pessoas colhem a sua própria fruta) que este ano se estende também ao campo de framboesa. “Todas as semanas vamos sortear meio quilo de fruta pelos nossos seguidores do Facebook através de passatempos e vamos criar um serviço de distribuição à porta”, conclui.

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UMA EMPRESA SÓLIDA COM UMA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR Há 20 anos que a Uterque Wood se dedica à produção e comercialização de mobiliário/carpintarias. Com um reconhecimento generalizado no mercado português, destacam-se pelas construções/produções personalizadas, qualidade de serviço 360 e garantia da melhor produção nacional. Seja em projetos desenvolvidos, na execução das obras, na escolha dos materiais ou nos acabamentos, são sinónimo de qualidade e representam o que melhor se faz em Portugal. À execução precisa dos projetos, onde a visão e estilo de cada cliente está em perfeita união, alia-se a experiência desta equipa. UTERQUE WOOD

Para contextualizar os nossos leitores, descreva-nos estes 25 anos de experiência. Um quarto de século já acarreta uma larga jornada, que se transparece essencialmente em dedicação e amor pelo que fazemos, ao serviço dos mais diversos mercados e consumidores, a Uterque sempre foi muito mais que madeiras, fomos fazendo a nossa sorte com muito trabalho e deixámos que nos denominassem pela diferença, rigor e essencialmente pela qualidade, sendo esta a nossa meta diária. E quando o cliente passa a amigo, percebemos que as boas relações fazem e fizeram esta casa. Oferecem aos clientes uma alargada gama de serviços. Fale-nos um pouco de cada uma das suas mais-valias. DIREÇÃO Desde sempre que a inovação se tornou um rótulo da nossa marca, não existem limites, se for exequível nós fazemos, por mais difíceis que sejam os desafios, dá-nos ainda maior gozo de alcançar, como tal, desde que seja em madeira, nós cá estamos para executar. A mais-valia passa pela resposta eficaz e pela dedicação de todos, rumo ao ponto final. Sempre atentos à qualidade dos produtos e às novas tecnologias, de que forma pretendem inovar neste setor? Têm o cuidado de estarem atentos às tendências atuais? Quando o objetivo é mais e melhor, estamos em constante aprendizagem e descoberta, o mundo gira, e nós giramos com ele, na mira da descoberta, da inovação, na qualidade dos materiais se-

uterquewood.pt

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lecionados tendo em conta o tipo de serviço, e mesmo recorrendo às tecnologias e maquinarias do momento. Temos uma constante preocupação com o aperfeiçoamento da mão de obra, que no nosso setor é o ponto fulcral para o alcance da qualidade do nosso serviço. Investindo nas pessoas, nas máquinas, ferramentas e nas obras de requalificação podemos desempenhar todos os trabalhos em segurança e com máxima eficácia. Quais foram as obras mais marcantes que a empresa já realizou? Todas marcam, são a nossa história, umas mais outras menos, mas temos como obras de referência aquelas que nos deram aquele sentimento de bem feito, como os Hospitais de Mirandela e Amarante, o Forte da Graça, em Elvas, uma reconstituição com um certo gozo devido ao trabalho de obra em si; e as lojas comercias, talvez as mais desafiantes onde o tempo é limitado, a resposta tem de ser imediata, requerendo uma extrema dedicação por vezes de dia e de noite. E, recentemente, também na reconstituição de unidades hoteleiras na zona histórica de Lisboa, bastante enigmáticos, como o Hotel My Story Ouro, My Story Rossio e o My Story Tejo, uma excelente referência à essência da nossa cultura e um bom cartão de visita ao nosso trabalho, claro. Mas em geral, todos os trabalhos são bons se contarmos com as pessoas e os recursos certos. De forma a continuar a desenvolver soluções confortáveis e ao mesmo tempo sofisticadas, que objetivos têm para o futuro da Uterque? Sempre focados no amanhã, nunca deixando de sermos fies a nós próprios e aos nossos serviços. A Uterque estará sempre disposta a apostar novas tecnologias, novos saberes, a pessoas novas. Queremos continuar a ser sinónimo de progresso, mas sempre com o nosso caráter familiar e acolhedor, assentes nas nossas bases e que nos distinguem num mercado cada vez mais distanciador. Avançar ao dispor do consumidor, essa é, a chave para mais 25 anos de qualidade.


COMER BEM É COMER N´ADEGA O MINISTRO Localizada em Lufrei, Amarante, esta Adega Regional trabalha, diariamente, o melhor da cozinha tradicional portuguesa. Por forma a conhecermos um pouco mais sobre este restaurante, estivemos à conversa com Maria Fernanda Teixeira, proprietária e responsável pela cozinha deste espaço. ADEGA O MINISTRO

MARIA FERNANDA E CRISTINA TEIXEIRA

A Adega o Ministro encontra-se aberta ao público há sete anos e “foi crescendo devagar e divulgando o seu serviço aos poucos. O ‘boca a boca’ foi muito importante e a fidelização de clientes, também”, começou por explicar a nossa entrevistada. Sendo um negócio familiar por excelência, Maria Fernanda Teixeira conta com o apoio do seu marido, José Teixeira, e dos seus três filhos, Cristina, Ricardo e Carlos Teixeira, na gestão deste restaurante: “sem eles seria impossível manter esta casa, eles dão-me um grande apoio”, confidenciou a matriarca da família, ao mesmo tempo que revelava as consequências do trabalho excessivo que efetua à frente do restaurante. “Gosto mesmo muito de cozinhar e, por vezes, isso é um defeito porque faço mais do que o que posso e chega a prejudicar a minha saúde. Agora sinto necessidade de desligar do trabalho mais vezes e mais cedo”, explicou.

Comida tradicional à mesa Do menu desta Adega Regional constam diversas especialidades, tais como bacalhau à ministro, cabrito assado, cozido à portuguesa, arroz de cabidela e polvo à lagareiro. Durante a semana são servidas as chamadas diárias. “Temos tripas todas as quartas-feiras e bacalhau de cebolada todas as quintas. Nos outros dias variamos entre massa à lavrador, rancho e grelhados”, enumerou Maria Fernanda Teixeira que, além dos pratos tradicionais, também se aventura na confeção de quiches e francesinhas de vez em quando. Neste restaurante, que encerra apenas à segunda-feira à tarde, figuram 44 lugares mais duas esplanadas (uma coberta e outra não-coberta) e é feita comida para fora apenas por encomenda. Aqui, o segredo encontra-se na premissa de que “para uma sala trabalhar bem a cozinha tem de trabalhar melhor”. Nesse sentido, a Adega o Ministro só trabalha com produtos de qualidade, oriundos de fornecedores de confiança: “prefiro ganhar menos, mas manter a qualidade e os clientes fidelizados”, reiterou a nossa interlocutora. O facto de a família Teixeira produzir vinho próprio e fazer criação de animais, também ajuda na consolidação de uma cozinha de qualidade: “fazemos criação de porcos, cabras, vacas, galinhas, perus e patos. Cultivamos meloas, pepinos, pimentos, tomates e batatas. Ou seja, quase tudo o que confe-

cionamos é produzido por nós”, esclareceu. Aquele que era para ser um café de petiscos, rapidamente se assumiu como um restaurante de referência em Amarante. O futuro prevê-se, assim, com muitas novidades. “Vamos ampliar a casa, aumentar a cozinha e fazer um forno para leitões. Vamos iniciar-nos no take-way, principalmente em agosto que é quando há mais trabalho, e também queremos fazer uma sala

para eventos mais específicos, como jantares de aniversário e de empresas, por exemplo. Projetos não nos faltam”, rematou a proprietária d’Adega o Ministro.

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“A CONFIANÇA DOS CLIENTES É PRIMORDIAL” Júlio Sousa é um dos rostos da Xis-Dente. Estivemos à conversa e descobrimos uma empresa em crescimento sustentável numa área tão específica como é a saúde oral. XIS-DENTE

Começo esta entrevista por lhe perguntar como nasce esse projeto. A XIS-DENTE iniciou a atividade no ano 2007 e nasceu da vontade de dois colegas de trabalho de uma empresa do mesmo ramo de atividade que tinham o sonho de desenvolver o seu próprio negócio. A atividade da empresa consiste na distribuição por grosso de dispositivos médicos, essencialmente direcionados para a medicina dentária. Os produtos que vendemos são provenientes de vários fornecedores espalhados um pouco por todo o mundo.

Dão acompanhamento completo neste processo de venda? E no final do processo, qual é a garantia de pós-venda? Claro que sim, até porque trabalhamos vários tipos de produtos, desde os consumíveis mais básicos até aos equipamentos de radiologia mais avançados do mercado. Cada tipo de produto necessita de um trabalho diferente junto do cliente. Principalmente ao nível dos equipamentos, asseguramos em conjunto com os fabricantes e/ou representantes apoio e serviço pós-venda ao cliente, seja dentro ou fora do período de garantia. Relativamente aos consumíveis, é claro que

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não exigem um serviço de pós-venda tão complexo como os equipamentos, ainda assim asseguramos toda a informação e apoio ao cliente. E no que concerne a parcerias? As melhores parcerias que temos são com alguns dos nossos fornecedores, ou seja, algumas das marcas que representamos. Distribuimos produtos do grupo KavoKerr, Coltene, Acteon, Voco, Bien-Air, Pentron, D-Tec, Euronda, Dentaflux, Cattani, Hartmann, Swedent, Hahnenkratt, BBraun, Hager & Werken, Nouvag, Cerkamed, Alle entre outras. Com alguns desses parceiros promovemos também algumas formações ‘Hands-On’ direcionadas aos médicos dentistas. Trabalhamos com uma grande diversidade de produtos, desde o consumível que poderá custar apenas alguns cêntimos, até aos equipamentos de radiologia tridimensional que podem valer algumas dezenas de milhar de euros. De entre a imensa gama que trabalhamos, neste momento devemos destacar os equipamentos de radiologia 3D da marca Acteon, que temos trabalhado de uma forma crescente com o apoio comercial e técnico da marca, resultado da maior procura deste tipo de equipamentos no mercado. Tem conseguido manter os seus objetivos? E planos futuros, o que tem em mente? Os objetivos têm vindo a ser cumpridos, mesmo com todas as dificuldades que as empresas nacionais se debatem. Com a recente crise económica, sentimos mais dificuldades, no entanto, essa situação tam-

bém nos ajudou a procurar novas soluções e a melhorar alguns processos de funcionamento de forma a tornar a estrutura mais eficaz. Para o futuro estamos a planear melhorar a forma de comunicar com os clientes, implementando, por exemplo, novos métodos de comunicação digital e melhorando a presença online. Qual é ponto diferenciador da sua empresa? Penso que o principal ponto diferenciador passa pela qualidade e rapidez no nosso serviço. A confiança que temos por parte dos nossos clientes, que são o nosso principal canal de publicidade também ajuda. Como em todos os negócios, há fases positivas e fases negativas, qual é o balanço destes anos de existência? Que postura adota para combater os problemas que surgem no quotidiano? O balanço dos anos de existência é positivo. Nem sempre as coisas foram fáceis, mas também tivemos momentos bastante bons. Não podemos ignorar a crise económica que se tem vivido no nosso país, o que afetou todos os negócios, e a nossa área de atividade não foi exceção. Para combater os problemas do quotidiano, temos, acima de tudo, que os enfrentar e nunca fazer de conta que não existem. Só assim se consegue identificar devidamente os problemas e procurar a melhor solução possível para os resolver.


“DA TERRA DESENHAMOS O CÉU” José Carlos Macedo encabeça atualmente a Douro Pirotecnia. Um projeto que começou pelas mãos do seu avô e que hoje é um sucesso nacional, que sai de Amarante diariamente para todo o país, onde “da terra desenhamos o céu”! DOURO PIROTECNIA Fale-me um pouco de como começou a empresa. A marca Douro Pirotecnia surge em 2009, mas tudo começou pela mão do meu avô José Silva Macedo que em 1929 construiu as primeiras instalações, em 1972 a empresa foi transferida para o meu pai José Joaquim da Silva Macedo e desde os anos 80 assumiu a designação de Pirotecnia Macedo, em 2008 surge a terceira geração de pirotécnicos, e em julho de 2009 é-me concedido o alvará de exploração nº24/2009 e registo da marca Douro Pirotecnia. Que produtos comercializa? Que variedades tem? Aliados ao fabrico e comercialização todo o tipo de fogos de artificio, desde fogo preso, fogo tradicional, aquático, cruzado, balonas, realizamos e projetamos os mais diversos eventos pirotécnicos, Festivais Pirotécnicos Tradicionais, Espetáculos pirotécnicos diurnos, espetáculos multimédia, piromusicais e pirotécnicos multipostos. Internamente dispomos da DesignLab, um departamento de design e investigação que responde às múltiplas exigências e à crescente competitividade do mercado que obrigam a uma permanente atualização e evolução neste setor. Quem são os vossos principais clientes? Os nossos principais clientes são as organizações das romarias, mas também trabalhamos com o setor público e empresas privadas. Que área geográfica abrange? Os seus produtos são comercializados apenas a nível nacional ou já está no caminho da internacionalização? A Douro Pirotecnia, está presente em todo o país incluindo as ilhas,

e realiza espetáculos internacionais. Para dar resposta a toda esta área contamos com mais de 400 profissionais devidamente credenciados. Os nossos produtos são específicos da arte pirotécnica portuguesa por isso são apenas comercializados a nível nacional. Este é um setor em que existe inovação? Em que moldes? Desde 2009 a empresa acompanha todas as inovações na área da pirotecnia, na produção possuímos uma das mais modernas e seguras instalações do país e temos o alvará definitivo de exploração nº 24/2009 um dos poucos a nível nacional. Já na concessão dos espetáculos utilizamos os mais recentes equipamentos de disparo digital, e temos constantes formações. A nível de legislação, como está neste momento este setor? A legislação está em constante alteração, mas olhamos com bons olhos para estas alterações, são medidas necessárias que regular bem este setor consideravelmente delicado. Que balanço faz da atividade neste setor? Neste momento, estamos com um nível de atividade muito bom, temos muitos eventos e todos eles de grande qualidade o que exiggindo-nos muito rigor e profissionalismo. Esperamos um crescimento nos próximos anos e estamos a dotar-nos de todos os meios necessários para acompanhar esse crescimento. Quais são os objetivos que ainda faltam concretizar? Um grande objetivo que falta concretizar é fazer um espetáculo final de um Mundial ou um Europeu, seria um grande desafio.

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FUNDÃO Do ponto de vista geográfico, o concelho do Fundão situa-se na região centro, mais especificamente na denominada região da Cova da Beira, na vertente setentrional da serra da Gardunha, e ocupa uma área de 700 quilómetros quadrados, na qual se distribuem 23 freguesias. Em termos da sua génese identitária, o concelho do Fundão caracteriza-se pela dispersão geográfica, em que contrastam zonas marcadamente urbanas, como é o caso da cidade do Fundão cuja principal atividade económica é o comércio, com zonas rurais, vocacionadas para as explorações agrícola, pastorícia e florestal, com destaque para a produção de cereja, azeite e vinho. O turismo constitui uma das potencialidades do concelho do Fundão. A Serra da Gardunha, como elemento natural principal do concelho, para além da paisagem singular que desperta, está no coração de uma oferta turística variada que combina história, tradições e a identidade do concelho. Destacam-se a aldeia histórica de Castelo Novo, as Aldeias de Xisto de Janeiro de Cima e Barroca, a rede de Casas Temáticas espalhadas por todo o concelho, a Moagem na cidade do Fundão como equipamento cultural de excelência, o Museu Arqueológico Municipal que guarda alguns dos mais importantes achados do país, o Palácio do Picadeiro como sede da Rota da Transumância, associado a uma cultura imensa de tradições populares combinada com uma gastronomia verdadeiramente única respeitando sempre o que o concelho tem de mais autêntico.

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FABRICO DE PRODUTOS METÁLICOS ZONA INDUSTRIAL DO FUNDÃO Fundão, Portugal Tel. 275 771 848


MAIS DO QUE UM TRABALHO: UMA ARTE Sediada no Fundão, distrito de Castelo Branco, a J3LP dedica-se ao polimento de peças de marroquinaria e bijuteria para as principais marcas de luxo francesas de acessórios de moda. Sendo uma sucursal do grupo francês J3L, a aposta em Portugal deve-se à especialização da mão-de-obra portuguesa. Este ano, a J3LP sagrou-se PME Excelência.

J3LP

A Portugal em Destaque visitou a J3LP, na Zona Industrial do Fundão, onde fomos recebidos pelo diretor Paulo Nobre, um dos responsáveis pelo nascimento deste empreendimento a 19 de maio de 2005. Nascido e criado na região, Paulo Nobre apresentou-nos este projeto de vida, ao qual se tem dedicado de corpo e alma. Os resultados estão à vista: a empresa regista, atualmente, uma faturação mensal de 850 mil euros, emprega 300 pessoas e tem uma área implantada de produção com 4 mil e 400 metros quadrados. Esta empresa tem requisitos muito elevados ao nível da qualidade, mas também no que se refere à higiene e segurança no trabalho, bem como nas boas práticas ambientais. Cumpre com todas as exigências (os clientes não permitiriam de outra forma) e o nosso interlocutor refere que é um orgulho trabalhar para estes clientes. França, Portugal, França “Pertencemos a um grupo francês denominado J3L, o qual está sediado em Paris e trabalha para as maiores marcas de moda

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PAULO NOBRE


francesas”, explica-nos Paulo Nobre, “tudo o que seja o prêt-à-porter francês (acessórios, carteiras de senhora, braceletes, fivelas de cintos, entre outras peças de design para moda) é trabalhado aqui, pela J3LP. Estamos a falar de segmentos de luxo muito elevados referentes à marroquinaria e à bijuteria”. O processo inicia-se em Lille (norte de França), onde uma outra empresa do grupo fabrica as peças, as quais são transportadas para o Fundão três vezes por semana. É no centro de Portugal que as peças levam o brilho, chamado de polimento, são gravadas a laser e a diamante com o nome do cliente e são, depois, reenviadas para França, onde levam o acabamento, ou seja, o banho a ouro ou a prata.

um colmatar de necessidades no que se refere a ofertas de trabalho. “Em França não existem profissionais para desempenhar este tipo de trabalho e, como tal, o grupo teve de se voltar para Portugal”. A aposta no nosso país também se deveu ao facto de que muitas empresas de polimento estavam na região de Paris e de Besançon. Esta última é uma zona habitada por muitos imigrantes fundanenses, alguns dos quais quiseram regressar às suas origens e foram desafiados por empresários franceses a criar no Fundão os seus próprios empreendimentos. O certo é que esse desafio foi aceite por alguns, que influenciaram outros. “As pessoas adaptaram-se facilmente. Nós, portugueses, somos reconhecidos em Fran-

Made in França, polido em Portugal Ora, se o produto é fabricado e vendido na França, impõem-se a questão: porquê destinar esta parte do processo em terras lusas? “O polimento é um setor de trabalho muito específico. Hoje em dia, é muito difícil conseguir montar uma empresa com 300 pessoas a polir peças à mão, tal como fazemos aqui. Tudo é produzido manualmente, não há nenhuma máquina que substitua o homem”, explica-nos o diretor da J3LP. Foram realizados previamente estudos de mercado, dentro dos quais se concluiu que os clientes dos produtos J3L põem fora de questão colaborar com países asiáticos ou africanos, ou seja, a questão do ‘made in’ revelou-se de elevada importância e, portanto, teria que ser uma empresa europeia. Os fatores conjugaram-se: entre 2000 e 2005 este local da Cova da Beira sofreu uma queda muito grande a nível de trabalho, muitas foram as empresas do setor têxtil que fecharam, deixando vários desempregados na região. O surgimento da J3LP no primeiro semestre de 2005 representou

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ça, e noutros países também, como um povo sério, honesto, trabalhador e muito polivalente” deu-nos conta Paulo Nobre. Todas as condições estavam reunidas para o estabelecimento duma sucursal em Portugal. Formação adequada à oferta de trabalho “Não há mão de obra com a especialização necessária para trabalhar neste setor. Os poucos que há são funcionários que saem de outras empresas e nós absorvemos. Temos de os formar”, expõe o diretor da J3LP. “Nós fomos ao encontro da Escola Profissional do Fundão, do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e da Câmara Municipal do Fundão e chamamos à atenção para o facto de estarem a formar pessoas para outras profissões que não têm oferta no mercado. Muitos desses, ao não encontrar trabalho na área em que se formaram, procuravam-nos para pedir trabalho. Assim sendo, concluímos que seria benéfico para todos formar pessoas para o polimento, porque é a oferta de trabalho que existe no concelho do Fundão e da Covilhã”. Neste momento, com a colaboração do IEFP e da Câmara Municipal do Fundão, “temos um centro de formação avançada para CNC e para polimentos, em funcionamento há cerca de um ano, com a rotatividade de cerca de 100 pessoas por mês”, refere. As aulas práticas são lecionadas presencialmente nas empresas. Para formar um polidor capaz de desempenhar um trabalho específico e profissional são necessários três anos, durante os quais o aluno desempenha operações mais fáceis. “Daqui a dois anos penso que iremos ter o retorno investido nesse centro de formação avançada”, afirma-nos o nosso interlocutor. Os custos da formação são suportados pelo tecido empresarial, um investimento que, habitualmente, se revela certeiro pelo facto de as pessoas se fixarem com facilidade na região interior, devido à qualidade de vida que experienciam neste local. “Aqui há segurança e conforto, por isso mesmo, quem vem para as nossas empresas não ambiciona outro local de trabalho”. Este desejo de permanência também é elucidante acerca das ótimas condições de trabalho e ambiente profissional saudável que se vive na J3LP. Percurso pessoal e balanço “Eu sou fundanense, de alma e coração, mas também estive sempre ligado ao mercado empresarial francês e lá trabalhei para empresas de renome. Em 2005 surgiu a oportunidade de acompanhar um colega de trabalho na abertura desta empresa: ele como diretor e eu como o seu ‘braço-direito’. Esse colega desempenhou esse cargo durante um ano, período após o qual eu assumi a empresa”, recorda Paulo Nobre. “Quando começamos éramos 35 pessoas, a empresa foi crescendo e aperfeiçoando-se ao longo dos anos”, quer na sua performance, quer nas condições de trabalho que oferece aos seus colaboradores. “Eu também passei por um processo de autoaperfeiçoamento”, expõe o atual diretor. “Gosto muito de trabalhar com parceiros franceses, acho-os muito acessíveis e trabalhadores. Uma vez que estamos longe da sede, esforçamo-nos para que o nosso ponto de vista seja valorizado e temos sido bem-sucedidos nesse aspeto”. O grupo J3L emprega um total de 700 pessoas e a J3LP é a empresa

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do grupo com mais colaboradores. A equipa Portugal em Destaque relembrou Paulo Nobre da importância que esta empresa tem para a região, a qual é uma das maiores empregadoras (se não mesmo a maior) num local onde há pouca oferta de emprego. A isto o nosso interlocutor respondeu: “o grupo J3L também tem noção do que as pessoas desta região deram à empresa. O grupo tem uma grande responsabilidade social na região: apoia associações desportivas, associações escolares, patrocina edições de livros, entre muitos outros projetos, desde que tenham o objetivo de colaborar com a dinamização local, porque é a nossa forma de agradecer à região”. Ao longo dos 13 anos de funcionamento o balanço feito “é sem dúvida positivo”. O empresário certamente faria muitas coisas de forma diferente se pudesse voltar atrás no tempo, porém, tendo em conta o desenvolvimento apresentado pela empresa, o dinamismo que trouxe para o Fundão e a dinâmica económica que proporcionou ao grupo, Paulo Nobre considera que este foi “o caminho mais correto”. Um importante passo no futuro “Não estava à espera de alcançar o sucesso que alcancei”, confessa Paulo Nobre. Todavia, agora não há volta atrás e a empresa tenciona manter os padrões de qualidade que a levaram a atingir este êxito. “O que temos planeado para o futuro? Continuar a crescer e a corresponder aos desejos do grupo em França”, menciona. “Em 2020, iremos dar um salto muito importante: a totalidade do grupo será adquirida pelo nosso principal cliente, o que nos garante longevidade. É tudo graças ao trabalho que desempenhamos até agora. A nossa responsabilidade até lá será aperfeiçoar a nossa performance. Neste momento trabalhamos num grupo de 700 pessoas, a partir de 2020 serão 15 mil. O setor é muito exigente”, mas o grupo J3L está preparado para isso.

PME Excelência ’17: um orgulho e uma responsabilidade PME Líder pelo menos desde há quatro anos, a J3LP sagrou-se, este ano, como PME Excelência, o que representa um orgulho, “contudo coloca a fasquia muito alta” e faz aumentar a exigência. “Agora que somos ‘Excelência’ não podemos voltar a ser só ‘Líder’, baixar a fasquia não é opção, já transmiti isso às equipas de trabalho. Não fazemos disso o nosso ‘cavalo de batalha’, o nosso objetivo é continuar a empregar pessoas, a ter boas performances dentro da empresa, a satisfazer os clientes e a trabalhar a qualidade que é, de facto, a nossa marca” finaliza Paulo Nobre.


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‘CEREJA DO FUNDÃO’ A Portugal em Destaque conversou com o presidente do município do Fundão, Paulo Fernandes, sobre os ex libris da cidade. MUNICÍPIO DO FUNDÃO

Entre 8 e 10 de junho celebra-se a Festa da Cereja de Alcongosta, para a qual é de esperar uma elevada afluência de visitantes. Qual é a importância deste evento para o Fundão? A Festa da Cereja é um dos eventos âncora do Fundão mas também da região. Esta é uma festa que para além de promover o produto cereja, permite aumentar a notoriedade da marca ‘Cereja do Fungenos são possíveis de encontrar na região? O Fundão é uma região fértil em produtos de excelência e para além da Cereja do Fundão, produzem-se no concelho outros produtos de elevada qualidade como o queijo, o enchido, o azeite, os vinhos que têm ganho notoriedade através de uma estratégia de valorização e promoção dos produtos de marca ‘Fundão’ no mercado nacional e internacional, através do projeto Clube de Produtores do Fundão. PAULO FERNANDES

dão’, dando visibilidade ao concelho e contribuindo para criar valor acrescentado noutros sectores como o turismo, a hotelaria ou a restauração. Este ano esperam-se na Festa da Cereja cerca de 40 mil visitantes o que representa um input importante na economia local. As previsões apontam para a lotação das unidades hoteleiras do concelho assim como dos concelhos vizinhos, também na restauração se prevê o aumento da atividade. Calcula- se ainda a comercialização de dezenas de toneladas de cereja. O pastel de cereja do Fundão tem-se apresentado como um dos marcos gastronómicos da região. Considera que este produto representa a região e colabora na dinamização da mesma? Não diria que representa a região, mas que é um dos produtos de maior sucesso entre os outros mais de 30 produtos com o selo ‘Cereja do Fundão’. Estes produtos resultam de uma estratégia encetada pelo Município em parceria com várias empresas locais e nacionais com o objetivo de desenvolverem produtos de reconhecida qualidade associados à excelência da cereja do Fundão e desta forma conseguirmos prolongar o consumo de cereja ao longo de todo o ano. Hoje, podemos “consumir” cereja através de doces, licores, chá, gin, sabão entre muitos outros produtos que se encontram no mercado. Que outros produtos endó-

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O potencial turístico do Fundão é muito elevado, em parte relacionado com a proximidade da Serra da Estrela. Pedimos-lhe que exponha os atrativos desta localidade. Não escondemos que a Serra da Estrela é importante num determinado período do ano para o Fundão, no entanto o Concelho do Fundão ao longo dos últimos anos tem-se posicionado como um destino turístico de experiências, que procura deixar boas memórias a quem nos visita, isto é, mais do que fotografias queremos que o turista leve consigo emoções e sensações. Desta forma temos procurado criar um conjunto de atividades umas de caracter mais permanente e outras de caracter mais sazonal que nos permitam ir de encontro às novas exigências do turista que procura destinos genuínos. Assim sendo o visitante tanto poderá passar um dia numa quinta a alimentar os animais, realizar a ordenha ou fazer um queijo como poderá realizar uma caminhada nos mais 350 km de trilhos na Paisagem Protegida Regional da Serra da Gardunha ou alugar uma bicicleta e percorrer os 450 km de percursos de BTT que temos no território. Não podemos esquecer a beleza monumental da Aldeia Histórica de Castelo Novo ou a beleza arquitetónica e paisagística das Aldeias do Xisto de Janeiro de Cima e da Barroca. Entre as experiências de caracter sazonal destacam-se a colheita da cereja, os passeios em balão de ar quente, os piqueniques nos pomares, o apadrinhamento de uma cerejeira ou os passeios em comboio turístico pelos pomares de cereja. O concelho tem também conseguido captar investimento que permite hoje oferecer um conjunto de unidades alojamento diferenciadoras e posicionada


para o mercado médio-alto. No sentido de contribuir para a notoriedade da Cereja do Fundão, o Município investiu num projeto de casas temáticas (denominado, salvo erro, de ‘Casas e Lugares do Sentir’). Estas iniciativas culturais são prioridades? Mais do que contribuir para a notoriedade da Cereja, as casas temáticas foram essencialmente criadas para preservar tradições e modos de produzir artesanais de elevada qualidade e intrinsecamente enraizadas na comunidade. Desta forma pretende-se que a casas sejam centros de pedagogia e formação dinamizadas através de uma programação anual. Em termos turísticos as Casas e Lugares do Sentir vêm estruturar uma rede de visitação museológica por entre saberes e sabores que se encontram estrategicamente localizadas nas imediações de outros recursos e atrações turística do concelho acrescentando assim valor aos circuitos de visitação. O Município do Fundão conquistou o primeiro lugar no Concurso ‘Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2015’, na categoria ‘Desenvolvimento do Ambiente Empresarial’. O que mudou com a atribuição deste prémio? Desde então o Município tem continuado a tomar medidas para atrair investimento e criar oportunidades?

Cereja do Fundão como uma das marcas mais valiosas a nível nacional, são momentos importantes para reforço da motivação e determinação da comunidade mas não são verdadeiramente o que mais importa. Efetivamente, o mais relevante é o caminho de desenvolvimento que o Fundão e a região têm trilhado nos últimos anos, refletido no aumento do investimento privado, na criação de emprego qualificado, na atração de novos residentes e nos projetos de cooperação. No Fundão, desde 2013, registamos valores de investimento privado superiores a 150 milhões de euros; temos,

pela primeira vez, investimentos classificados como Projetos de Interesse Nacional; e verificamos que as empresas locais criaram mais de 800 postos de trabalho nos setores mais tradicionais e mais de 500 nas novas tecnologias. Isto é, seguramente, resultado da capacidade das nossas empresas mas também da implementação de uma estratégia que em cinco anos apoiou e acompanhou diretamente mais de 200 processos de investimento no concelho. Hoje, falar do Fundão é falar de tradição e inovação. Partimos dos setores mais tradicionais e pujantes, com o agroalimentar, o turismo, a metalomecânica de precisão ou o têxtil, para desenhar e implementar uma estratégia capaz de posicionar o Fundão no radar dos investidores em áreas de futuro e de forte empregabilidade. Hoje, temos diversas multinacionais do setor TICE e um ecossistema de inovação por onde já passaram mais de 70 startups e que integra diversas valências, desde espaços dedicados à incubação e aceleração, laboratórios de prototipagem – FabLab, um Centro de Desenvolvimento e Experimentação dedicado à Internet of Things e um Centro de Biotecnologia de Plantas.

Consideramos prioritários e estratégicos todos os temas relacionados com a atração de investimento e criação de emprego, e por isso temos vindo a implementar uma estratégia integrada e aberta para afirmação do Fundão como um território cada vez mais competitivo e amigo do investidor e das empresas. Os reconhecimentos alcançados ao longo dos últimos anos, onde se incluem o Prémio Europeu de Promoção Empresarial em 2015, a distinção como Município do Ano em 2016 ou a classificação da marca PORTUGAL EM DESTAQUE | 25


O AR MAIS PURO DE PORTUGAL Com sede em Salgueiro, nasceu da agregação das antigas freguesias de Salgueiro e Escarigo. Três Povos, que advém da referência ao conjunto de lugares de Salgueiro, Quintãs e Escarigo, é então, uma freguesia portuguesa do concelho de Fundão. JUNTA DE FREGUESIA DE TRÊS POVOS

PAULO SILVEIRA, LUÍS CERDEIRA E JOSÉ MARTINS

A norte, o concelho do Fundão, neste caso os Três Povos, confina com quatro concelhos Covilhã, Belmonte, Penamacor e Sabugal. Com uma área territorial de 77km² e com 1.006 eleitores que constaram no último caderno eleitoral, a desertificação é um dos problemas com que o concelho se depara. Luís Cerdeira, presidente da Junta da Freguesia de Três Povos, que descreve a sua freguesia como uma terra simpática e acolhedora, deu-nos a conhecer este local. “Neste tempo está tudo florido, está tudo muito bonito. Infraestruturas, há, não há é pessoas para as utilizar, é um problema do interior e quanto a isso não há nada a fazer”, refere o presidente. A freguesia, que carece de habitantes, possui vários equipamentos, aqui podem-se encontrar infraestruturas como a 5ª secção dos bombeiros voluntários dos Três Povos; o grupo desportivo & cultural dos Três Povos; rancho folclórico dos Três Povos; clube de caça & pesca dos Três Povos; uma associação de jovens (que promovem eventos, na tentativa de dinamizar a freguesia; uma escola primária com 17 crianças; e, ainda, o Centro de Assistência Social dos Três Povos, o mesmo possui seis valências: ERPI, apoio domiciliário, centro de dia, creche, pré-escolar e ATL) – sendo esta 26 | PORTUGAL EM DESTAQUE

empresa a maior empregadora da freguesia, com 33 funcionários. No entanto, há problemas por resolver. O presidente Luís Cerdeira considera que há falta de ajudas por parte do poder central e, como tal, apesar do Centro de Assistência Social ter “um controlo rigoroso” vai ser necessário acabar com as valências de creche e pré-escolar que, neste momento, cada uma tem cinco e seis crianças, respetivamente. “Em 2016/2017 tive 20 mil euros de prejuízo nestas duas valências e a segurança social não permite juntar as duas valências. Na creche é obrigatório uma assistente social, independentemente de ter uma criança ou ter 20, portanto cada valência obriga a uma educadora e a uma auxiliar, infelizmente vamos ter de tomar uma posição e vai ser tomada”, explica. As instalações vão servir para projetos futuros: “instalações felizmente temos, não há é, neste caso, crianças. A tendência é para piorar, não sei o que poderá ser feito. Vamos requalificar todas as instalações da creche e do pré-escolar e aumentar o número de camas para os idosos, é a única maneira de ser sustentável. Portanto a ideia do projeto que tem aprovação na camara, é 14 camas a mais. As faltas de apoio são sentidas principalmente quando se vê os jovens a sair da freguesia e a população a ficar cada vez menor e mais envelhecida. O presidente afirma que o governo só se lembra na altura das eleições do interior e que ainda há muito por fazer. “Em termos de investimento porque o interior cada vez está mais desertificado e envelhecido. O interior cada vez está pior! Para contrariar essa tendência pode-se fazer mudanças, por exemplo,


na agricultura, quem ainda vai fazendo alguma coisa são as pessoas idosas, os jovens não pegam nisso, os jovens partem para outro lado à procura de melhores condições de trabalho. “A desertificação é grande, infelizmente é uma zona em que a emigração foi grande. Temos a emigração dos anos 60 que neste caso já la casaram os filhos, já la tiveram os netos, vão e vêm, no verão a população duplica”. Com isto, Luís Cerdeira aproveita para deixar um apelo: “precisamos de mais apoios quer na agricultura quer nos apoios sociais. É muito difícil sobreviver no interior”. Questionado sobre o que faz falta na freguesia, o presidente da Junta de Freguesia reage rapidamente com a palavra “gente”. Mas, esquecendo a ideia da desertificação e passando aos projetos futuros, as novidades estão para breve: “A Junta de Freguesia ‘herdou’ um solar construído em 1913, e a ideia é mudar todo

o serviço da Junta de Freguesia para lá e criar pequenos gabinetes para as diversas empresas, neste caso, as maiores, para que cada uma delas tenha ali a sua secretária e o seu computador…vamos ainda instalar ali as associações, vai ficar tudo num edifício só”, revela o presidente. Além disso, a visão agora é a fruticultura. Após uma reunião com dirigentes da Con-

federação Agrícola Portuguesa, na sede da Junta de Freguesia de Três Povos, promovida pela Câmara Municipal do Fundão, fica a intenção de “uma organização de produtores desta zona e a implementação de uma central de frio para os agricultores depois de colherem a fruta a poderem preservar e colocar no mercado”. Já com cerca de 500 hectares de produção de fruta, pêssego, cereja, pera e ameixa, o futuro do nosso território passa por aqui. Outra das apostas é a inauguração no próximo mês de junho da casa do pastor no centro da aldeia do Salgueiro, neste espaço museológico após uma breve introdução às características da região, pastores e ovelhas, explica

em profundidade as diferentes tarefas que os pastores devem realizar durante o ciclo anual. A intenção das forças motrizes do museu é que ele não se torne apenas uma sala de exposição de objetos e painéis de informação, mas que se torne um projeto dinâmico para a freguesia e toda a região. “Informamos ainda que estamos inseridos em pleno coração da Cova da Beira, tendo esta região ‘regadio’ há 35 anos. Os empresários agrícolas que queiram investir nesta freguesia serão bem-vindos. São agora estes projetos que estão em fase de análise, visando o futuro desta região”, finaliza o presidente da Junta de Freguesia Luís Cerdeira.

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VALORIZAR O AZEITE EM PROL DOS ASSOCIADOS A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão tem mais de dois mil associados e o número tem vindo a crescer. De igual forma, também o seu aproveitamento das azeitonas, a quantidade de azeite produzido e a qualidade têm vindo a aumentar.

COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS OLIVICULTORES DO FUNDÃO Trabalham com variedades tradicionais – galega e cordovil, mas também com aquelas que antigamente não se encontravam nestas terras até serem trazidas pela importação – as cobrançosas, as picuais e as arbequinas. As tradicionais são variantes que já estão mais do que adequadas à realidade em que se enquadram (esta morfologia de solos e de clima), o que mais tarde se transforma em azeites cujas características sensoriais são apreciadas pelo público consumidor. Resultam em azeites mais adocicados, ao contrário daqueles produzidos por novas variantes, com uma estabilidade muito mais elevada, que resulta numa conservação mais alongada e retém a qualidade durante mais tempo. A morfologia do sistema, as propriedades do olival e a apanha é uma realidade completamente diferente de um olival novo. Algumas das oliveiras são já milenares e a apanha da sua azeitona tem necessariamente de ser feita manualmente. Ora, tem um custo de produção mais elevado, mas que se vai refletir numa qualidade excecional de azeite. A Cooperativa possui um laboratório que analisa as azeitonas à sua chegada, aquando da entrega pelos sócios. Através desse laboratório qualificam o nível de acidez presente no fruto e diferenciam as variantes. O foco é, indubitavelmente, a qualidade, a qual é sempre, sem exceções, analisada para que não haja misturas. Assim, os sócios da Cooperativa são incen28 | PORTUGAL EM DESTAQUE

tivados a preservar e estimular a qualidade dos seus produtos, e fazem-no porque beneficiam com o retorno bem visível dessa aposta. Uma prova disso mesmo são as quantidades de azeitona que os sócios vêm trazendo, uma centena de quilos aqui e acolá, trazem logo que colhem porque sabem que no dia seguinte a acidez sobe e o azeite perde qualidade. Também o transporte das azeitonas cumpre novas regras, destinadas a garantir a integridade do produto.

DIREÇÃO

Em pouco tempo, os resultados desses esforços traduziram-se na valorização do azeite: uma garrafa de 0,25 litros deixou de valer dois euros para render três. Tudo em prol dos associados. São os próprios agricultores que afirmam à Cooperativa acreditarem que se está num bom caminho. São cerca de dois mil associados, número que aumenta permanentemente, bem como os hectares de olival plantado. O ano passado foram produzidos meio milhão de

litros de azeite e também esse registo se tem vindo a ampliar. Quem pretenda adquirir o azeite produzido pela Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão pode encontrá-lo nas próprias instalações da Cooperativa, online e, em breve, nalgumas lojas em Lisboa e Setúbal. Também no estrangeiro, em cadeias de lojas selecionadas, em países como o Canadá, Inglaterra, França e nos países bálticos. “A filosofia”, explicaram-nos os membros da direção atual, “é ter muitos pequenos pontos de venda que conheçam a nossa produção, e apreciam a nossa dedicação, preocupação social e envolvente de uma região. O comprador vai notar que é diferente”. Nesse sentido, encaminham-se para o gourmet, apostando na diferenciação do produto. “O próprio Município do Fundão também está a trabalhar nessa vertente para alavancar a região”. Para se adequarem às crescentes necessidades no presente e preparar o futuro, foram feitos investimentos a nível de instalações e equipamentos mecânicos, porém, nada foi exigido aos associados e as contas da ‘casa’ foram sempre salvaguardadas. A direção estimula a comunicação com os associados e incentiva-os a darem o seu feedback, quer seja positivo ou negativo. O objetivo será sempre garantir a qualidade e melhorar a performance do trabalho da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão.



ENSINAR ALUNOS, EDUCAR CIDADÃOS O Agrupamento de Escolas Gardunha e Xisto, Fundão, reúne cerca de 1.400 alunos e 140 docentes em 20 escolas. Tanta diversidade exige uma adaptação a cada caso, o que não é fácil. Porém, Maria Cândida Brito, diretora, expõe o bom desempenho do seu agrupamento, visível pelas várias distinções recebidas. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS GARDUNHA E XISTO

MARIA CÂNDIDA BRITO

“O grande desafio é conseguir gerir as escolas com estabilidade”: assim se inicia a nossa conversa com Maria Cândida Brito. A diretora do Agrupamento de Escolas da Gardunha confirma que o maior desafio que enfrenta no seu cargo é ter um projeto educativo que seja contextualizado e respeite as especificidades de cada região onde se inserem cada uma das 20 escolas, as quais são muito dispersas geograficamente e têm características muito diferentes. “Os alunos, a população e os hábitos e costumes variam muito”, garante. Esta adaptação é possível através da delegação de tarefas em membros da direção, os quais acompanham de forma muito próxima e mantêm uma boa relação com docentes, alunos e funcionários. Não é, no entanto, fácil. No fundo, são as complexidades inerentes à gestão de recursos humanos, como se de uma grande empresa se tratasse e nós, na Portugal em Destaque, não duvidamos de que este é um empreendimento como o qual haverá poucos no Fundão. “A preocupação é sempre preparar os educandos o melhor possível para o futuro”, confirma a diretora. Uma das prioridades é, “sem dúvida, formá-los enquanto cidadãos, mais do que ‘meros’ estudantes. Preocupamo-nos bastante em desenvolver todas as competências sociais, construindo um perfil de base humanista, que alia as múltiplas literacias à capacidade de

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pensar crítica e autonomamente, reconhecendo a importância da aprendizagem ao longo da vida”. Nesse sentido, o agrupamento incentiva, a par de projetos de aprendizagem, nas diferentes áreas do saber, iniciativas de caráter social e de participação cívica: “este ano o tema do Parlamento dos Jovens foi ‘Igualdade de Género’ e os nossos alunos do Ensino Básico, juntamente com outra escola da Covilhã, foram representar o distrito na Assembleia da República, na sessão nacional, o que foi uma grande honra para nós”. De facto, o Agrupamento de Escolas Gardunha e Xisto tem representado o seu distrito desde há três anos no Parlamento dos Jovens. São muitas as distinções associadas a esta entidade escolar: alguns prémios da Fundação Ilídio Pinho; Selo ‘Escola SaudávelMente’ atribuído pela Ordem dos Psicólogos; o Selo de Escola eTwinning atribuído pela União Europeia; têm sido premiados nas Olimpíadas de Química a nível regional e vários prémios a nível de desporto escolar, entre outras. Um dos segredos do sucesso é porque o agrupamento se dedica a projetos inovadores, nomeadamente o de Autonomia e Flexibilidade Curricular lançado este ano pelo Ministério da Educação. Também têm desenvolvido uma metodologia na qual são únicos na região: Ensino Bilingue precoce da língua inglesa (programa escolas bilingues – DGE). As parcerias com a comunidade são outro fator de sustentabilidade do trabalho; entre muitas, a nível institucional, local, nacional e internacional (projetos Erasmus +), poderemos destacar as estabelecidas com a Autarquia, com instituições de ensino superior e com empresas, nomeadamente com a CIMD, que apoia projetos, como a Classband, na escola de Silvares. Dos cerca de 140 docentes que compõem o agrupamento escolar, Maria Cândida Brito só tem a dizer bem. “Os meus colegas são excelentes profissionais, os que os destabiliza mais neste momento é a postura desmotivada de alguns alunos face ao ensino e as fracas expectativas das famílias. No entanto, há sempre um trabalho de integração desses alunos menos interessados”. Um dos aspetos mais gratificantes da profissão de docente é acompanhar os percursos dos alunos e compreender que irão sair da escola bem preparados para o futuro. Pessoalmente, a diretora aprecia a boa imagem que o agrupamento tem, como Escola inclusiva e diferenciadora e o facto de se sentir realizada a trabalhar nesta instituição. Por outro lado, “falta fazer muita coisa”, declara. “As prioridades são dar continuidade a este projeto de flexibilidade curricular, estar na vanguarda pedagógica, desenvolver metodologias para o sucesso dos nossos alunos e ajudá-los a criar caminhos para um futuro melhor. Também precisávamos muito de obras de requalificação dos edifícios escolares”, termina Maria Cândida Brito.


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DIVERSIFICAÇÃO E PRECISÃO A CIMD é responsável pelo fabrico de componentes para as mais prestigiadas marcas de relógios suíços. Estivemos à conversa com Carlos Morgadinho, diretor e administrador, que nos deu conta do historial desta firma. CIMD

Carlos Morgadinho nasceu em Paris há 50 anos e está ligado a várias empresas e projetos de nacionalidades Franco-Suíças instaladas no Fundão. Lusodescendente, acreditou que a entrada de Portugal para a União Europeia, nos anos 90, iria criar oportunidades, as quais seriam aproveitadas pelas empresas europeias. Arriscou regressar à terra de seus pais num período da sua vida em que não tinha nada a perder. “Nos meus primeiros anos em Portugal na década de 90, fixei-me no Interior e em 1993 entrei na CIMD pela primeira vez, numa fase muito inicial da firma. Deram-me como objetivo criar uma estrutura de gestão e planeamento industrial. Assim o fiz”, narra. Cinco anos volvidos, teve a “oportunidade de arrancar com outro projeto também francês no Parque Industrial do Fundão, denominado SMPP, Lda”, a qual nos descreve como “uma boa experiência” e onde “aprendeu muito”. Mais tarde, o invesCARLOS MORGADINHO tidor dessa empresa ponderou reformar-se e ‘passar a pasta’ a Carlos Morgadinho, na altura com pouco mais de 30 anos de idade. “Achei que a experiência que tinha não era suficiente para assumir esse cargo, hoje estou arrependido”, assume. O nosso interlocutor confessa, então, ter passado por uma fase de insegurança em relação ao Fundão, “porque estava tão longe de tudo e dependente de vontades tão leves”. Um outro projeto parisiense fá-lo-ia mudar de ideias: “poucos meses depois tive um convite de outro parisiense. Apercebi-me, assim, que o Fundão estava de facto a criar oportunidades. Demos início à J3LP”, empresa no setor dos polimentos. Um ano após a fundação dessa firma, Carlos Morgadinho sentia que já cumprira o seu papel. Nessa altura, surge, novamente, o convite de assumir a direção da CIMD, que estava a passar por uma fase de declínio. Uma vez mais, o nosso interlocutor encontrou-se num dilema profissional, onde teria de escolher qual

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seria o seu próximo passo na carreira. Agarrou o projeto que representava um desafio, de onde considerou que retiraria maior rendimento pelo setor em que se encontrava e pela técnica que exigia, corria o ano de 2006. A CIMD – Companhia Industrial de Materiais Duros – fabrica pedras de relojoaria e componentes de alta precisão em cerâmica sintética para vários tipos de indústria. “Aqui operamos com microprecisão, produzimos as peças por completo. Trabalhamos numa escala dimensional pequeníssima, na ordem do grão de areia, com a mesma precisão usada na conceção de um motor automóvel, mas uma dimensão micro. Fabricamos as componentes que servem as mais prestigiadas marcas de relógios a nível mundial, sediadas na Suíça. Alimentamos marcas e fornecedores das mesmas. São vendidos entre mil e 1.200 milhões de relógios por ano, a média é de sete relógios por pessoa”, afirma Carlos Morgadinho, impressionando-nos com estes números. “É um universo enorme. Dentro do volume produzido mundialmente, a Suíça fatura 60 por cento.


Nós temos o privilégio de estar dentro deste mercado, o ‘made in Swiss’ tem muito peso devido ao prestígio que significa. Questionado acerca do porquê da CIMD estar localizada no Fundão, o diretor explica que se deveu à crise que abalou o mercado relojoeiro mundial nos anos 80. “O surgimento dos relógios de quartzo, que se tornaram moda, fizeram os relógios mecânicos perder a atratividade. Os japoneses também trouxeram uma nova técnica revolucionária no fabrico de componentes, tornando uma parte da produção obsoleta. Muitas das empresas que não conseguiram atualizar-se deixaram de ter mercado”. Dentro da empresa-mãe, em França, procuravam-se soluções para contrariar o declínio do mercado. Um dos trabalhadores chamava-se António Duarte e era português. Em conversa, terá sido esse colaborador a sugerir a aposta em Portugal, até porque “a vontade de um emigrante português é sempre regressar à terra”, expôs Carlos Morgadinho. “A empresa, na altura, procurava mão de obra mais barata e a especialização da mesma não seria

um problema, uma vez que teria sempre de passar pela formação interna”. Assim surge a CIMD no Fundão, um passo que se revelou fundamental para sobreviver à fase da crise, ao mesmo tempo que trouxe rentabilidade e diversificação para a empresa-mãe francesa”. Quando Carlos Morgadinho assumiu a direção da CIMD, em 2006, veio trazer empreendedorismo e espírito de crescimento, essenciais para a evolução da empresa. “Quando cheguei eram pouco mais de 30 empregados, após três ou quatro anos de restruturação já eramos perto de 100. Entretanto diversificamos, tínhamos um produto monógamo e em 2010 introduzimos a maquinação de precisão – as chamadas CNC. Foi complexo, exigiu dotar colaboradores de formação especializada, mas conseguimos introduzir algo fundamental para o futuro: maquinação de precisão em cerâmica”. Sempre em contraciclo, a CIMD soube adaptar-se e, em 2014, quando o mercado suíço exibiu problemas devido à quebra de procura, a empresa fundanense encontrava-se em expansão. “Em 2015 chegamos a ser 170 colaboradores, com um volume de faturação de cinco milhões de euros e crescimento de 26 por cento ao ano”. Grande parte desse sucesso deve-se à utilização do rubi, uma peça sintética de cor rosé, importada da Suíça. “Em plena crise, continuamos a diversificar e alargar a paleta de oferta de produtos, investimos um milhão e meio de euros nesse sentido”, declara o nosso interlocutor, “criamos mais um polo de maquinação computadorizada

na vertente de aço inox e latão, o que abre mais portas no mercado. Daqui a três ou quatro anos temos a ambição de reduzir a relojoaria para 50 por cento da nossa produção (neste momento representa 80 por cento), para suavizar os momentos de decréscimo”. Depois de uma quebra em 2016, que exigiu alguns despedimentos, a recuperação já se sente e a CIMD está novamente a empregar. “Este ano vamos duplicar o número de colaboradores, seremos 110 ou 120, e tudo indica que a tendência vai manter-se entre 2019 e 2020. Temos ganho muito mercado na Suíça e estamos muito otimistas para o futuro”. A CIMD tem uma relação bastante estreita com o Município do Fundão. Carlos Morgadinho refere que o atual presidente, Paulo Alexandre Fernandes, tem sido uma ajuda bem necessária, ao contrário do anterior presidente, o qual, acredita o empresário, teve um efeito de atraso no que toca ao setor de polimentos de microprecisão. “Esta empresa necessita de mão de obra altamente qualificada, a qual há muito pouco em Portugal. O setor de maquinação de precisão de CNC não cresce tanto como nós gostaríamos porque tem de acompanhar o ritmo de entrada dos técnicos”. No sentido de colmatar essas necessidades, foi feita uma parceria com a Câmara Municipal e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). “Libertamos parte das nossas instalações (cerca de 1.500 m2) para um Centro de Formação Avançado, o qual irá formar profissionais especializados para o nosso setor e não só”. A CIMD ocupa com espaço de sete mil m2 cobertos, algo que só foi possível recorrendo ao apoio do Município do Fundão, à banca e aos fundos europeus, nomeadamente o programa Jéssica.

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ESPECIALISTA NO SEU SORRISO Localizada em pleno centro da cidade do Fundão, a clínica de medicina dentária A. Domingos Correia tem-se destacado, de ano para ano, como uma referência na região. O sucesso explica-se através de uma arte que mistura não apenas a melhor qualidade possível com que é ministrado cada tratamento, mas também pelo modo como – sempre com a simpatia à mistura – é estabelecida uma verdadeira relação de amizade com cada utente. CLÍNICA DENTÁRIA A. DOMINGOS CORREIA

A servir a saúde oral e os sorrisos da região da Cova da Beira há 26 anos, a clínica dentária A. Domingos Correia tem-se demarcado pela excelência dos seus serviços. O projeto nasceu em 1992 pelas mãos de António Correia, sócio fundador, que, por tradição familiar, desde sempre esteve ligado ao ramo da saúde oral. “É uma profissão que vai já na terceira geração na família”, explicou. Com essa experiência e conhecimento, fez erguer uma clínica diferenciada na região do Fundão. A A. Domingos Correia abrange todas as áreas da reabilitação oral (periodontologia, ortodontia, imagiologia, implantologia e prótese fixa e removível) e ainda um laboratório de prótese, o que permite a cada cliente ter à sua disposição um serviço completo e adequado a cada necessidade. “Se pensarmos na reabilitação oral, temos de estar preparados para dar resposta a qualquer problema e por isso é essencial preocuparmo-nos com todas as áreas”, referiu António Correia. A equipa é parte integrante da identidade e dos valores da clínica. São dez profissionais, liderados pela diretora clínica, Andreia Ramos, que completam uma equipa simpática e pronta a dar o

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máximo conforto a cada utente que entra na clínica. “Acima de tudo, somos uma família que trabalha toda no mesmo sentido”, reforçou Andreia Ramos. Falar de saúde oral é também falar de um receio partilhado por várias gerações, o medo de ir ao dentista é, no entanto, algo que se tem ultrapassado nos últimos anos. “Atendemos pessoas de gerações mais antigas que se percebe que têm medo por experiências antigas, mas as novas gerações já não têm esse receio, em 15 anos evoluiu imenso e hoje em dia é muito mais suave” esclareceu a diretora clínica. Andreia Ramos alertou, ainda, para a importância de se fazer um bom trabalho de prevenção em casa para que as visitas ao dentista sejam ainda mais fáceis. A base do sucesso da clínica é a transparência com os utentes e o devido aconselhamento que lhe é dado. O rigor em cada tratamento é parte da exigência interna, a esterilização devida e a criação de condições e conforto para cada utente são partes essenciais do funcionamento da clínica. O parceiro na manutenção dessas medidas é a empresa MedSUPPORT que verifica as exigências através de auditorias para se certificar que todo o serviço é feito com a segurança devida. Orgulhosamente localizados no Fundão, o reconhecimento pela região faz acrescer o senso de responsabilidade social: “fazemos várias campanhas de sensibilização nas escolas e nos lares e integramos vários projetos de apoio”, aludiu a diretora clínica. Entre esses projetos destaca-se a campanha ‘Sorriso Maior’, dedicada a pessoas de mais idade com o objetivo de avaliar, encaminhar e aconselhar sobre a saúde oral. Com as bases necessárias construídas para um crescimento sustentado, a clínica A. Domingos Correia continuará certamente a ser uma referência em toda a região da Cova da Beira. “A nível de futuro manteremos a preocupação com os nossos utentes, fazendo o melhor trabalho possível para que estes saiam satisfeitos”, concluiu António Correia.



MOTIVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA EQUIPA COMO BASE DO SUCESSO Na aldeia de Joanes, Fundão, localiza-se uma das empresas mais influentes e referenciadas da indústria têxtil e vestuário portuguesa. Falamos da Twintex, uma empresa gerida pela família Mineiro que tem, desde a sua génese, a preocupação em valorizar a sua equipa e o ambiente que a rodeia. Com isso, tem criado bases para o sucesso que a tornam num exemplo de gestão. NICO, ANTÓNIO E BRUNO MINEIRO

TWINTEX

Quando se fala do ramo empresarial do Fundão é inevitável referir a Twintex, o maior empregador região. São mais de 400 trabalhadores e um volume de faturação do grupo de quase 20 milhões. A fábrica de vestuário faz o desenvolvimento e a produção de blazers, casacos, calças, saias e vestidos. São parte do mundo da moda internacional, não fossem afinal os produtores de roupa de algumas das marcas de excelência do panorama internacional. A história da empresa que deu origem à Twintex começa quando, em 1979, António Mineiro decidiu erguer parte da tradição que vinha já da família, que trabalhava na indústria têxtil. À sua forma visionária de empreendedorismo, acrescentou os seus valores e fez crescer uma empresa que hoje tem quase 40 anos. Começou por produzir roupa de criança para o mercado interno, mas ao longo dos tempos foi-se adaptando às constantes exigências da indústria. O negócio foi-se internacionalizando, com

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os países escandinavos, crescendo de seguida para o norte da Europa e Estados Unidos da América. Atualmente, exportam a totalidade da produção, sempre no segmento médio/ alto. Ao leme da Twintex juntou-se a segunda geração, os filhos, Bruno Mineiro e Mico Mineiro, que vieram dar continuidade ao crescimento e sustentabilidade da empresa. Colocada num segmento de mercado em que a qualidade é um fator inerente, a inovação na produção foi reformulada de várias formas pela Twintex. A reorganização das linhas de produção com controlo de qualidade constante veio “romper o modelo tradicional de produção”, por outro lado a inovação em máquinas e automatismos (alguns criados de forma personalizada para as necessidades da empresa) vieram completar aquela que é uma produção altamente especializada. São 1.200 peças que diariamente são ali produzidas e existem ainda, distribuídos pelo país, mais 18 fábricas de vestuário que complementam a produção da Twintex. Dos mais de 50 quilómetros de tecido que são cortados mensalmente, 40 por cento são nacionais, uma forma de valorizar uma indústria que desde sempre teve uma grande relevância no mercado português. “Os nossos clientes têm uma grande tradição de comprar os tecidos em Itália e nós fazemos o trabalho de lhes propor os tecidos nacionais. Conseguimos um produto com a mesma qualidade a um custo mais baixo, nesse sentido ganha a Twintex e o nosso cliente”, explanou Bruno Mineiro. Inovadores na conceção do produto e na gestão dos ativos, uma das preocupações constantes é valorizar as suas pessoas, o seu

produto e o meio ambiente, nesse sentido, criaram dentro da empresa vários conceitos distintos. O Twintex Ecolife, o TwintexAcademy e o TwintexEvolution. O Twintex Ecolife pretende demonstrar que ecologia e moda podem viver em harmonia. O conceito parte de uma preocupação e responsabilidade ambiental e tem o objetivo de estudar e implementar métodos ecologicamente conscientes. “A questão ecológica aparece sustentada por uma questão social, é o nosso relacionamento com a comunidade interna e externa”, esclareceu Bruno Mineiro. A Twintex pode orgulhar-se de produzir 55 por cento da


energia que consome, sendo a fábrica da indústria têxtil a que mais energia produz. Implementou também um sistema de aproveitamento da água das chuvas e um poço, com objetivo de evitar o consumo de água da rede municipal. O aquecimento de água utilizado na produção é realizado através de painéis solares e o vapor é reaproveitado num sistema inovador que reduz em 40 por cento a sua perda. “Em primeiro lugar o planeta, em segundo o custo. Temos de ter a coragem de implementar e potencializar estes recursos”, reforçou Bruno Mineiro. O Twintex Ecolife vai também ao encontro de valorizar aquele que é, para a administração, o ativo mais importante da empresa, as pessoas. “As empresas são as pessoas que as compõem e esse é o nosso maior capital. Partimos do pressuposto que a nossa equipa terá melhor desenvolvimento se estiver motivada então juntamos algumas ferramentas para estimular as nossas pessoas”, começou por explicar Bruno Mineiro. O conceito ‘Ecolife’ faz parte de um plano de reconhecimento do capital humano da empresa e do sentido de responsabilidade social e económica que uma grande empresa deve ter. É de destacar o facto de a Twintex ser uma empresa que oferece aos seus colaboradores um vencimento acima da média, mas a preocupação social vai além disso. A empresa criou o Twintex Life Card (que se estende a todo o agregado familiar) que oferece vários descontos no comércio e serviços da cidade (vão desde a piscina à gasolina, o dentista, ginásios, supermercados, etc). Na saúde fazem vários controlos e rastreios: “encontramos já dois casos muito embrionários de cancro e através de alguns contatos na rede de saúde pública conseguimos que esses casos fossem resolvidos”, elucidou Bruno Mineiro. A empresa promove também alguns eventos dedicados à família

como o regresso às aulas em que oferece às crianças o material escolar necessário. Para Bruno Mineiro o essencial é passar o valor de paixão pelo negócio e pela empresa: “partilhamos esse valor e difunde-se pela pirâmide da fábrica, isso é marcante e indissociável do nosso êxito”, disse. A Twintex Academy, surgiu com o intuito de qualificar e requalificar a mão de obra da empresa. “Tanto serve para fazer um refresh aos nossos funcionários como para introduzir pessoas novas em toda fábrica”. É um conceito que urge para implementar os valores e funcionamento da empresa bem como visa preparar os recursos humanos para as exigências do mundo da moda. Por fim, a Twintex Evolution vai de encontro às necessidades e à evolução da empresa. “Pretende questionar tudo aquilo que nós fazemos. Tudo o que fizemos até agora é já parte do passado e temos de nos focar no futuro e nos próximos passos. É um conceito desafiador de tudo o que fazemos”, referiu Bruno Mineiro. Parte do projeto é um novo departamento de desenvolvimento criativo, com a função de propor ideias complementares às do cliente. “O cliente apresenta as suas próprias ideias e nós fazemos um update e propomos algumas alterações. Temos um grande potencial em design de moda e queremos tentar aproveitar esse mesmo talento”, acrescentou Bruno Mineiro. No ponto de visto tecnológico reflete-se essencialmente na parte de automatismos: “hoje temos na fábrica à nossa disposição tecnologia que foi feita de forma personalizada para as nossas necessidades”, rematou. As bases para o sucesso têm sido reforçadas, os valores da paixão pelo negócio e a valorização das pessoas como essenciais para o êxito da empresa têm dado à Twintex o estatuto de uma das empresas nacionais de referência, quer no desenvolvimento de negócios e faturação como na evolução e gestão. É uma empresa onde a “qualidade é vivida de forma obsessiva” e onde o rigor está sempre presente. Em jeito de conclusão, Bruno Mineiro abriu o pano sobre os projetos de futuro da Twintex: “queremos criar uma plataforma logística para girar matérias primas e produtos acabados. Precisamos de uma estrutura, mais uma vez, que seja amiga do ambiente, como tal temos de fazer essa expansão que pode implicar a contratação de mais 50 pessoas. Queremos também explorar os mercados da Austrália e da nova Zelândia”, concluiu Bruno Mineiro. PORTUGAL EM DESTAQUE | 37


OS UTENTES COMO PRIORIDADE A Farmácia Vitória está no coração da cidade do Fundão. Com 118 anos de existência, é a mais antiga da localidade e faz perdurar no tempo um excelente serviço para a comunidade, cuidando da saúde dos fundanenses. FARMÁCIA VITÓRIA Fundada em 1900, a Farmácia Vitória é das mais antigas do país. Os seus fundadores, os irmãos Eduardo D’Almeida Vitória e Manuel D’Almeida Vitória, não tinham herdeiros interessados em assumir o negócio de família e assim ela passou para um afilhado, Sr. Mário Amoreira, que lhe dedicou toda a sua vida e arte. Era uma época em que a atividade farmacêutica era diferente, faziam-se muitos manipulados e o espaço da farmácia era o ponto de reunião diária entre o médico, o farmacêutico, e as figuras importantes da cidade, onde se trocavam opiniões sobre os assuntos sociais e políticos da época. O Sr. Liberal e o seu filho, Henrique Liberal, impulsionaram uma primeira fase de mudança e modernização na farmácia. Mas para o seu reconhecimento público muito contribuiu Isabel Maia, esposa de Luís Alberto Amoreira e nora de Mário Amoreira que, durante muitos anos e muito bem foi diretora técnica, tornando a farmácia num espaço mais moderno, mais acolhedor, e adaptado às novas realidades. Foi ela que lançou o desafio para que Alcina Leal, atual diretora técnica, integrasse a equipa desta farmácia de referência na vida fundanense. Decorridos mais de 20 anos desde o início desta aventura, é com enorme satisfação que Alcina Leal fala da sua paixão pela farmácia comunitária. “Depois de uma passagem breve pelas Análises Clínicas e pela Farmácia Hospitalar, percebi que era na Farmácia Comunitária que poderia dar um contributo mais interessante na gestão dos Cuidados de Saúde da população. Daí o empenho na minha formação, tendo-me sido concedido o grau de Especialista em Farmácia Comunitária, e fiz também o upgrade para o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Por

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considerar a Associação Nacional das Farmácias um bom alicerce profissional e que defende um modelo em que acredito, aceitei o convite para integrar, de forma ativa, a sua estrutura associativa como delegada da zona do Fundão”. Equipa dinâmica, atualizada e disponível “Tenho uma equipa de nove colaboradores, cinco dos quais farmacêuticos, com as características que considero essenciais. São pessoas dinâmicas, interessadas, disponíveis, que se atualizam constantemente o que tecnicamente é muito importante. A equipa é uma peça-chave no universo da farmácia, e mantê-la motivada e incutir nela o espírito de grupo e de entreajuda é fundamental”, esclarece Alcina Leal com notório orgulho na sua equipa. “Sendo a melhoria contínua um dos nossos objetivos, é nas reuniões Kaizen que juntos fazemos a avaliação crítica do nosso trabalho, definimos e nos focamos nas metas a alcançar, e desenvolvemos estratégias para as diferentes ações e projetos que delineamos para o futuro”, informa a diretora técnica. A farmácia enquanto empresa Há já algum tempo que o setor farmacêutico não vive uma fase de prosperidade. Como tal, não pudemos deixar de perguntar como era gerir os interesses do cliente e os interesses da farmácia enquanto empresa. A diretora técnica esclareceu-nos: “o utente é a prioridade, a nossa principal preocupação. A farmácia é um negócio especial; somos o país onde a percentagem de lucro é a menor da Europa porém, apesar destas adversidades, em Portugal existem em média 3,2 farmacêuticos por farmácia, e continuamos a ter níveis elevados de satisfação por parte dos utentes”.


“focamos as nossas ações em três pilares: social, educativo e ambiental, intervindo individualmente ou em ações conjuntas com outras entidades” explica Alcina Leal. “Na responsabilidade social, temos como exemplos um protocolo com a APPACDM do Fundão, (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental), que consiste em integrar jovens desta associação nas atividades diárias da farmácia; e com o Projeto Matriz, na partilha de bens em benefício de algumas crianças do nosso concelho”, refere a farmacêutica. Alcina Leal afirmou que é comum os doentes lamentarem a falta de dinheiro para adquirir os medicamentos de que precisam.

informando os nossos utentes e levando-o às escolas para alertar os mais jovens sobre como cuidar da saúde do nosso planeta”. Futuro cheio de confiança Alcina Leal e a sua equipa não receiam o futuro. Pelo contrário, confiança parece ser a palavra de ordem na Farmácia Vitória: “vamos continuar a primar pela excelência e qualidade no atendimento que temos vindo a construir desde há 118 anos. O nosso sucesso mede-se pelo serviço que fazemos em prol da comunidade, sob a forma de ganhos em saúde para o utente e na melhoria da sua qualidade de vida”.

PME Excelência ’17 A Farmácia Vitória recebeu recentemente, a distinção de PME Excelência ’17. “Este prémio é o reflexo de uma gestão económica e financeira muito rigorosa” sublinha Alcina Leal, e acrescenta que “o bom equilíbrio entre a qualidade dos serviços prestados aos utentes e a componente empresarial é uma mais-valia desta farmácia materializada neste reconhecimento”. A farmácia em evolução A farmácia possui atualmente todas as condições para assegurar um atendimento de elevada qualidade aos seus utentes. “Formámos e integrámos na equipa profissionais com competências em serviços diferenciados, como o aconselhamento nutricional direcionado para algumas patologias e para desportistas, a administração de injetáveis e de algumas vacinas” refere a farmacêutica. Os utentes podem ainda beneficiar da consulta farmacêutica, do aconselhamento na cessação tabágica, no cuidado do pé diabético, e na preparação individual da terapêutica. “A farmácia está integrada na rede de cuidados de saúde e é um parceiro próximo das populações que serve. Para o continuar a ser, a farmácia precisa de se desenvolver no mundo digital: quer seja através de plataformas de venda de medicamentos online, ou no contato direto utilizando redes sociais para comunicar atividades desenvolvidas e disponibilizar informações úteis aos utentes – ambos já implementados na Farmácia Vitória”, como afirma Alcina Leal. Responsabilidade perante a comunidade Enquanto espaço privilegiado de contacto com as populações, a Farmácia Vitória assume um papel importante na comunidade,

“Aguardamos o alargamento do Programa Abem ao nosso município, para disponibilizar gratuitamente os medicamentos a quem deles precisa. Participamos também na campanha ‘Dê Troco a Quem Precisa’ que reverte para o fundo solidário Abem. “É na escola que a farmácia estabelece a sua relação com o futuro”, refere Alcina Leal. Com o objetivo de desenvolver nas crianças, nos jovens e adultos, competências que lhes vão permitir tomar decisões conscientes e responsáveis em relação à sua saúde, a Farmácia Vitória participa em campanhas e rastreios de educação e promoção da saúde junto das escolas, ginásios e universidades sobre temas diversos como higiene oral, proteção solar, e cessação tabágica. Refere que o pilar ambiental também tem sido uma prioridade. “Desde o seu aparecimento acarinhámos o projeto Valormed,

Morada: Rua 5 Outubro nº26/28 Fundão T.: 275 752 106 E.: farmaciavitoriafundanense@gmail.com

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A EXPERIÊNCIA NA BASE DA QUALIDADE

A Estrufal nasceu em 2002, mais concretamente em Soalheira, no concelho do Fundão. Especializados no setor da metalurgia, principalmente no trabalho com ferro, alumínio e pvc, esta empresa procura afirmar-se no mercado, investindo sobretudo na qualidade da matéria prima e dos seus serviços. A sua filosofia é simples e objetiva: a plena satisfação dos clientes é a principal meta a atingir.

ESTRUFAL

Entre os montes e as montanhas, bem no centro da Cova da Beira, mais precisamente na Soalheira, encontramos a Estrufal. A empresa tem na sua designação as iniciais dos seus serviços: estruturas, ferro e alumínio – é um conjunto de palavras que poderia de forma sucinta resumir a atividade da empresa, mas a sua história e especialização vai muito além disso. Bruno Roberto, atualmente gerente da empresa, tem dado continuidade às pisadas do pai. Apesar da Estrufal ter sido criada em 2002, a empresa surge 20 anos antes disso. João Roberto, pai do atual gerente, começou por se aventurar na metalomecânica com pequenos trabalhos na sua garagem. Começou como prestador de serviços a trabalhar no ferro, aproveitou a paixão pelo que fazia para deixar florescer o que mais tarde viria a ser a Estrufal. Por sua vez, Bruno Roberto (filho de João Roberto), foi crescendo num ramo de negócio pelo qual ia começando a partilhar a paixão do pai. Ainda em pequeno inventara o nome da empresa e começava-se a designar o seu destino. Assim que teve oportunidade, após acabar os estudos, colocou a sua dedicação inteiramente para a empresa e começou desde cedo a trabalhar e a gerir os passos que a Estrufal ia dando no mercado. Atualmente, a Estrufal é uma empresa especializada e pronta a operar em várias atividades ligadas à metalúrgica, operando em ferro, alumínio e em pvc. Adaptados às exigências dos novos mercados fazem o fabrico de caixilharias, gradeamentos ferro e 40 | PORTUGAL EM DESTAQUE

inox, portões e automatismos, tetos falsos em pvc e estruturas metálicas para pavilhões ou coberturas em estrutura metálica para vivendas assim como escadarias em ferro, abrangem, portanto, toda a área complementar à construção civil que inclui ferro, alumínio e pvc. “Fazemos desde uma escadaria metálica até pavilhões”, resumiu Bruno Roberto. Para além dessas valências, a Estrufal tem a certificação e especialização para retirar telhados em amianto. A excelência e a qualidade do serviço visam ser a imagem das obras carimbadas pela Estrufal, um trabalho que começa com a escolha da matéria prima e que é concluído com a dedicação e experiência de uma equipa preparada para as máximas exigências. Embora a Estrufal tenha trabalho realizado um pouco por todo o país e também em França (país para onde exportam portões, gradeamentos em ferro e inox ,escadarias e outras peças) o trabalho da empresa incide essencialmente sobre a região, no distrito da Guarda e de Castelo Branco. A reabilitação do centro cívico de Castelo Branco é uma das obras mais recentes do portefólio da empresa e que representa o serviço que realizam. Nos últimos anos, Bruno Roberto tem iniciado e reforçado a aposta da Estrufal nas estruturas. “O ferro tem uma vantagem, porque tem uma execução muito rápida. Com ferro, finalizamos num mês uma obra que em betão demora seis meses. A nível de montagem e execução de rapidez é muito melhor e ainda é possível dar-lhe um trabalho mais artístico. É mais fácil de moldar e criar com ferro e alumínio”, explicou o gerente. “Hoje em dia podemos adaptar o nosso ramo em diversas vertentes, escadas, caixilharia e qualquer tipo de decoração. Com o ferro há um sentido estético, é seguro, fica bonito e é duradouro”. A excelência no serviço, a responsabilidade, a celeridade, o rigor e o acompanhamento constante que Bruno Roberto exige são parte do trabalho de qualidade que é executado pela empresa. “Fazemos um trabalho o mais breve possível. Levamos uma obra do início ao fim da forma mais profissional e breve possível. Quando surge alguma situação, tentamos resolver, mesmo quando não é nada connosco nem responsabilidade nossa”, explicou. Equipa experiente É na equipa que muitas vezes se encontra o ativo mais importante de uma empresa. Bruno Roberto não deixou de referenciar a importância de ter consigo uma equipa de profissionais experientes. “Os funcionários são como família e acompanham-me desde o início da empresa”, eviden-


BRUNO ROBERTO ciou o gerente. A equipa de colaboradores da Estrufal tem acompanhado a empresa no seu crescimento e nos seus sucessos adquirindo com isso uma vasta experiência no setor: “apesar de tudo a melhor formação é a experiência e eles têm essa formação”, destacou Bruno Roberto. Ambições para o futuro São 16 anos de presença no mercado que têm dado o destaque que a Estrufal tem hoje na região, no entanto Bruno Roberto ambiciona continuar o crescimento da empresa. “Já temos alguma imagem e reconhecimento, as pessoas ligam e confiam, mas queremos ser maiores. Queremos ser conhecidos como uma marca. Para isso, os melhores vendedores que temos são os nossos clientes”, referiu. A exploração do mercado francês é também um dos planos para o futuro da Estrufal.

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DESDE 1936 A FACILITAR A MOBILIDADE DA COVA DA BEIRA A Auto Transportes do Fundão é uma das empresas de referência da região da Cova da Beira. Sediada precisamente no coração da cidade do Fundão, é atualmente liderada por António Augusto Pião e referenciada pela importância que foi conquistando ao longos dos 83 anos de existência. ATF- AUTO TRANSPORTES DO FUNDÃO S.A.

Falar da Auto Transportes é falar também, de alguma da história da região da Cova da Beira. É uma empresa dedicada ao transporte de passageiros e com isso foi adquirindo algum peso no comércio local. A história da empresa começa recuando mais de oito décadas, no ano de 1936, quando António Antunes Pião, pai do atual gerente Antonio Augusto Pião e Ângelo Adelino Fonseca - começaram a atividade da Auto Transportes. “Inicialmente era apenas um autocarro que fazia as Minas da Panasqueira até ao Fundão”, explanou o atual gerente. No entanto o negócio foi progredindo, expandindo-se para as regiões vizinhas. Mais tarde passaram também a explorar o transporte de cargas e a comercialização de combustível. Em 1974 a empresa acaba por se adaptar às exigências do turismo e dos seus clientes e moderniza a sua frota de autocarros. Nesse mesmo ano a Auto Transportes participa na constituição das empresas Internorte e Intercentro, vocacionadas para o transporte internacional. O evoluir dos tempos veio acompanhado de novas necessidades e exigências, e por consequência, a empresa acabou por cessar a atividade do transporte de cargas. Atualmente mantém como principal atividade o transporte público regular de passageiros e o transporte de turismo, continuando também com a exploração da venda de combustíveis líquidos. A frota da Auto Transportes é constituída por 70 autocarros, onde se incluem viaturas

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devidamente preparadas para responder às máximas exigências de qualidade e conforto. Fazem o serviço de transporte público em cinco concelhos: Fundão, Seia, Covilhã (o qual cobrem 90 por cento do território), Castelo Branco, Oliveira do Hospital. Para além disso, a empresa faz também o transporte internacional e o serviço ocasional (essencialmente prestado no turismo). Como polo empregador, acolhem mais de

70 colaboradores, o que reforça a importância desta histórica empresa na região. A empresa dispõe também de uma oficina própria que permite ter a frota de transportes sempre operacional, prevenindo assim futuras despesas e certificando-se que cada viatura se encontra devidamente preparada para fazer uma viagem. A Auto Transportes demarca-se pela proximidade que tem com os seus clientes, mantendo sempre o nível de comodidade o mais elevado possível. Os horários dos itinerários são pensados, justamente, indo de encontro às necessidades das pessoas, adaptando assim os seus percursos a horários de trabalho, mas não só. São 83 anos a subsistir e a fazerem história na região. Segundo António Augusto Pião, a empresa viveu o seu período mais penoso após as nacionalizações de 1974 e 1975, altura que exigiu uma grande agilização das empresas para se adaptarem a novas exigências. Apesar do balanço dos últimos anos ser positivo, a empresa tem-se vindo a adaptar a futuras exigências do mercado. A perda de clientes tem aumentado, muito devido ao despovoamento que o interior tem sofrido, o que leva o António Augusto Pião a explorar novas áreas, como tem sido a aposta no turismo e nos transportes internacionais, não esquecendo nunca, a qualidade dos serviços. “Cada vez mais as empresas têm de se destacar pela qualidade e é o que pretendemos fazer”, concluiu o gerente.


94 ANOS A APOIAR O TECIDO EMPRESARIAL DO FUNDÃO A Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão (ACICF) foi fundada em 1924 e é a entidade patronal mais representativa do concelho, sendo única em termos de atuação e apoio ao nível do tecido económico. ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DO FUNDÃO

CARLOS SÃO MARTINHO GOMES “A ACICF tem dado, ao longo de nove décadas, um forte e inequívoco contributo para o desenvolvimento do meio socioeconómico que representa”, considera, em entrevista à Portugal em Destaque, Carlos São Martinho Gomes, presidente da associação. Este desenvolvimento passa também, segundo o nosso entrevistado, pela dignificação do papel do empresário: “hoje, mais do que nunca, é fundamental que o empresário seja reconhecido pelo seu papel essencial no desenvolvimento do concelho e do país. Um dos

objetivos que levou à fundação da nossa associação é mesmo esse: fazer com que o empresário seja reconhecido pela sociedade. É o empresário que paga a maior parte dos impostos, é ele que cria a maior parte do emprego e é ele que faz com que haja crescimento em Portugal”, sublinha. A ACICF é, portanto, uma entidade que atua de forma ativa no concelho do Fundão, há 94 anos, não podendo alienar qualquer oportunidade que encontre para reforçar o seu dinamismo e perseverança na defesa dos seus 700 associados e da comunidade envolvente. “Ser sócio da ACICF é fazer parte de uma associação que congrega valores empresariais de futuro e abraça desafios. É construir, em conjunto, o caminho do desenvolvimento empresarial da nossa região”, salienta Carlos São Martinho Gomes. Com um tecido empresarial muito diverso – o comércio é a principal atividade nas zonas urbanas, contrastando com as zonas rurais, vocacionadas para as explorações agrícolas, pastorícia e florestal, para a produção de fruta (quem não conhece a incrível Cereja do Fundão?), azeite e vinho –, o Fundão tem também sido procurado por empresas de renome ligadas às tecnologias da informação e da comunicação, sinal de que há condições propícias ao investimento e de apoio aos empresários: “Poderão sempre contar com a ACICF”, conclui o presidente.

Sucesso Promoção Inovação

Apoiamos empreendedores e empresários no sucesso do negócio

93 www.acicf.pt

Anos de Experiência

50

Projectos de Sucesso

500

Empresas Associadas

Gabinete Técnico · Gabinete Médico · Investimento · Formação PORTUGAL EM DESTAQUE | 43


MATOSINHOS O mar à mesa, a nova arquitetura, as peregrinações, os monumentos, as recriações históricas. Matosinhos é incontornavelmente gastronomia, arquitetura contemporânea, a imensa costa marítima. Da gastronomia, poder-se-á dizer que é a âncora. O peixe, o marisco, as receitas de carne do Matosinhos interior, o tom e aroma de eterno arraial são desarmantes. O norte faz de Matosinhos o local de todas as celebrações. Vêm almoçar, jantar, e voltam para um concerto, uma conferência, para a prática de um desporto, descobrem os demais encantamentos. Da arquitetura contemporânea, dever-se-á fatalmente falar de Álvaro Siza cujos laços a Matosinhos são fortíssimos. Desde logo ao nível das emoções: Álvaro Siza nasceu em Matosinhos, as suas primeiras memórias têm forçosamente o recorte, o aroma, os sons da sua cidade. Matosinhos foi deveras inspirador. Matosinhos guarda ciosamente as obras de Siza, as da sua juventude, ícones da arquitetura mundial, monumentos nacionais: a Casa de Chá da Boa Nova, a Piscina das Marés, construídas entre as rochas, não fossem - diria ao tempo o seu Autor - quebrar a vista da linha do mar. É o turismo de perto e que atravessa o mar para ver as obras do Mestre, mas também as de Fernando Távora, Alcino Soutinho, Souto Moura. Venha a pé, pelo sul, junto ao mar, entre na despojada marginal de Souto Moura, olhe a lendária Praia de Matosinhos fervilhante de magia e de símbolos - génese das muitas peregrinações e festas populares. Venha por onde vier, tome-se de amores por Matosinhos.

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Fundada em 2004, o nome FORTIUSTEX foi inspirado no provérbio latino "Altius, Fortius, Citius", ou seja, sempre em busca de melhoria (mais alto, mais forte, mais rápido). A FORTIUSTEX tem conduzido a sua atividade por padrões de alta qualidade nos materiais, nos acabamentos e no serviço prestado, tendo em vista superar as expectativas dos seus clientes maioritariamente de segmento alto. Tendo em vista a excelência e amplitude dos serviços a prestar, a FORTIUSTEX engloba na sua sede todos os departamentos transversais ao desenvolvimento inovador de coleções e à respectiva produção, quer directos quer indirectos. A nossa produção actual inclui vestuário de homem, mulher e criança e os tipos de produtos mais relevantes são: t-shirts, pólos, vestidos, tops e ainda artigos de desporto/banho. Assumidamente especializados em Jersey com elastano, a variedade de qualidades das matérias-primas tem sido também dinamizada com fibras naturais, tencel, modal, algodão supima, algodão orgânico, dupla face, interlock...

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“O CUMPRIMENTO DE PRAZOS E A ELEVAÇÃO DA QUALIDADE SÃO FATORES DE SUCESSO” O nome surge do provérbio latino Altius, Fortius, Citius, ou seja, mais alto, mais forte, mais rápido, mas é a entrada de José Guimarães Teixeira que traça o rumo de sucesso da Fortiustex. A experiência de mais de 30 anos dentro do setor têxtil levou-o a abraçar o desafio de evitar a insolvência da Fortiustex e preservar o posto de trabalho dos 80 funcionários. Conheça o percurso de José Guimarães Teixeira e o futuro que traça para a Fortiustex que atualmente emprega 120 pessoas. FORTIUSTEX

Começo esta entrevista por lhe pedir que nos apresente o seu percurso até chegar à Fortiustex. Desenvolvi a minha atividade profissional numa empresa sediada em Famalicão até 2007, colaborei com os novos administradores até 2008 e foi precisamente nesse ano que me convidaram para ser acionista da Fortiustex. Comprei metade do capital na perspetiva de ser um facilitador uma vez que tenho uma excelente rede de contactos, bem referenciado, com experiência acumulada no setor têxtil e sempre na expectativa de poder alavancar sinergias para tirar a Fortiustex da situação menos favorável em que se encontrava. Acedi, e como não queria intervir ativamente na sua gestão, criei a Brali, uma empresa financeira que seria o veículo de controlo da atividade da Fortiustex quer com os clientes, como com os fornecedores. Nessa altura, a situação da empresa era débil, com alguns incumprimentos e necessitava de alterar esse paradigma para começar afastar-se dessa condição. Esta opção revelou-se muito positiva, de tal forma que o corpo gestor da Fortiustex se deslumbrou com o sucesso, apostou numa marca própria, entre outros projetos que não tiveram o sucesso esperado, resultando numa ineficiência quase total. 46 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Foi nesta altura que decidiu assumir o cargo de administrador da Fortiustex? Mantinha a minha posição de acionista, não exercia a função de administrador da Fortiustex, mas entendia que a empresa era economicamente viável apesar do esforço financeiro que a empresa exigia nessa altura. Em vários momentos considerei se valeria o esforço de me manter como acionista, mas os valores humanos elevaram-se. Esta empresa empregava, na altura, cerca de 85 funcionários e não queria que estes enfrentassem o desemprego quando

Portugal estava a executar os planos financeiros exigidos pela Troika. Propus várias alternativas ao corpo gestor de forma a reverter esta situação e, ainda em 2013, o acionista que detinha a outra metade do capital da empresa decidiu que não queria continuar com esta parceria, devido à necessidade de aumentarmos o capital social. Então passei a deter 100 por cento do capital da Fortiustex e decidi assumir a gestão da empresa no final do ano de 2013. Os princípios de gestão foram significativamente alterados, a visão de negócio foi ajustada à realidade do mercado, passou a haver mais responsabilidade na gestão dos negócios, compromisso com os clientes e fornecedores, organização interna e os valores da tolerância e da solidariedade foram


parametrizados e ajustados a uma empresa que pretende crescer com o envolvimento ativo e comprometido dos seus profissionais de forma a crescerem com e na Fortiustex. O resultado das alterações que introduziu começou a ser visível de que forma e em que altura? Os resultados positivos foram visíveis logo durante o ano de 2014, depois das alterações instituídas. O resultado da faturação em 2014 e 2015 foi positivo o que não acontecia há alguns anos. Costumo dizer que quando as coisas estão mal é muito mais fácil brilhar. Em 2016 refletiu-se a dependência que tínhamos em relação a um cliente de renome internacional, que desceu consideravelmente a procura que tinha connosco, o que afetou o nosso volume de faturação em cerca de dois milhões de euros. Esse contratempo não foi totalmente ultrapassado, mas a angariação de outros clientes ajudou a que esses resultados menos positivos se refletissem de forma mais ténue no volume de faturação desse ano. Em 2017 repensámos a nossa forma de estar no mercado perante os nossos clientes e o resultado refletiu-se com o aumento da produção na ordem dos 30 por cento relativamente a 2016. O crescimento da Fortiustex, em 2017, foi de 20 por cento em relação aos anos anteriores e em 2018 o orçamento aponta para crescermos mais 20 por cento em relação a 2017. O reposicionamento da Fortiustex passou apenas pela angariação de novos clientes ou partiram para novos mercados? Ambos. Angariámos novos clientes, aumentámos a cota de mercado em alguns países e partimos em busca de novos parceiros em países onde ainda não tínhamos trabalhado. Abrimos portas no mercado sueco quando conseguimos angariar um novo cliente que fez a diferença na faturação da Fortiustex. O core business da Fortiustex manteve-se o mesmo desde a sua origem? Sim. Compramos malha em cru que mandamos tingir e acabar. Na Fortiustex revistamos, cortamos os componentes para confecionar. Apesar de termos uma confeção interna, esta não é suficiente e temos de recorrer a empresas externas, não só para esta vertente mas também em bordados, estamparia e acabamentos. Vendemos as peças confecionadas como polos, vestidos, roupa de desporto e de banho prontas para o cliente final. Especializados em jersey com elastano, a variedade de qualidades das matérias-primas tem sido também dinamizada com fibras naturais, algodão orgânico, dupla face ou interlock, entre outras. A ação, pontualidade e flexibilidade são três adjetivos que caraterizam a Fortiustex? Os princípios que temos são esses mas, por vezes, têm de ser ajustados porque infelizmente nem sempre conseguimos cumprir com esses três princípios simultaneamente. O nosso enquadramento na fileira têxtil não nos é muito favorável porque posicionamo-nos exatamente no final com significativas dependências a montante que condicionam o nosso trabalho e o cumprimento de prazos. A inovação e tecnologia diferenciam a Fortiustex das demais? Sim, principalmente quanto à inovação porque temos alguns pro-

JOSÉ GUIMARÃES TEIXEIRA

cedimentos operacionais que nos posicionam entre os melhores num setor de elevada qualidade e competitividade. Temos alguns processos, nomeadamente no que concerne ao tratamento e acabamento das nossas peças, que nos distinguem de forma muito positiva. Tratamos as peças como únicas e sabemos o valor que elas têm para o cliente final e esse cuidado é muito apreciado e evidenciado por quem nos contrata. Procuramos acrescentar valor às peças pelo detalhe que introduzimos e os nossos clientes já reconhecem essa mais valia que nos distingue das outras empresas deste setor de atividade. A pouca oferta de mão de obra continua a ser uma problemática deste setor? Infelizmente continua a ser difícil encontrar mão de obra para este setor. As pessoas não querem costurar ou passar a ferro, preferem os serviços no setor terciário. Por exemplo na confeção trabalham 50 pessoas mas podíamos empregar 100, se conseguíssemos encontrar quem se disponibilizasse a trabalhar nesta área. O futuro da Fortiustex passa por.... ...passa por manter esta sustentabilidade e crescer. É objetivo primordial fazer com que os clientes valorizem o nosso envolvimento permanente visando superar as suas expectativas. Transmitir a confiança de cumprimento quer de prazos, quer de qualidade são duas grandes apostas que temos na Fortiustex. Atingindo estes objetivos seremos mais procurados e a nossa qualidade será reconhecida e valorizada no preço de venda. Qual a sua perspetiva sobre o setor têxtil nacional? O setor têxtil tem crescido imenso. No ano passado bateu o seu recorde de mais de 5 mil milhões de euros de exportações e acredito que tem um excelente potencial pois somos muito competentes e competitivos dentro do mercado europeu. Não podemos, e penso que a maioria dos empresários deste setor não quer nem pode, competir em preço com mercados como a Turquia ou Bangladesh. O cliente quer pagar o mesmo que paga nesses países ignorando importantes fatores diferenciadores como o detalhe, a proximidade, o cumprimento de prazos e a qualidade que acrescem valor à produção nacional. PORTUGAL EM DESTAQUE | 47


PERITOS AVALIADORES, CONSULTORES E PARCEIROS Engenheiro de formação, apostou numa carreira profissional numa área que poucos arriscam, a de perito avaliador. Juntou o know-how de profissionais experientes, regidos pelo rigor e seriedade necessários para o desempenho desta profissão. Conheça a Brick – Serviços de Engenharia na entrevista com Nuno Barroso, CEO. BRICK ENGENHARIA

NUNO BARROSO

Em que altura do seu percurso profissional decide criar a Brick? Iniciei o meu percurso profissional no início do ano 2000, no mesmo ramo de atividade, onde me mantive em funções cerca de seis anos. Saí para abrir o meu negócio em sociedade com outra pessoa, mas em 2009 comprei a totalidade das quotas. A aprendizagem foi feita ao longo dos anos, apostei na minha formação, ao concluir cursos de especialização em avaliação de propriedades rústicas, urbanas, de equipamentos… Este foi o fio condutor que levou ao crescimento da empresa, nomeadamente com os contactos com a banca, seguradoras, fundos de investimento e fomos desenvolvendo a empresa, com especial enfoque no setor das avaliações. Defina o perfil dos clientes da Brick. Os clientes da Brick são maioritariamente institucionais, apesar de trabalharmos muito com o segmento particular. O cliente institucional tem representatividade a nível nacional, o que potencia o crescimento e a frequência de trabalho da Brick. A banca, por exemplo, pede-nos muitas avaliações, principalmente nesta altura caraterizada pelo aumento

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da procura por crédito à habitação. Destes destaco o Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos, Caixa Agrícola, Banco Invest, EuroBic, BNP Paribas; Fundos de Investimento como a Estamo, Fundiestamo, a Orey Financial e estamos na bolsa de peritos da Câmara Municipal de Lisboa. Trabalhamos com a banca e outras entidades credíveis, das quais temos o melhor feedback sobre o nosso trabalho final e sobre o desempenho da equipa. Mais recentemente apostei no desenvolvimento da área da peritagem para poder abraçar não só os clientes particulares e as seguradoras, mas também os advogados e os seus clientes para que estas


(peritagens) possam ser usadas em tribunal. Ainda não temos um volume significativo de clientes nesta área, mas vamos continuar a trabalhar nesse sentido. O que distingue a BRICK das outras empresas do mesmo ramo? O facto de sermos uma equipa coesa e experiente, juntamente com o facto de trabalharmos como tal há muitos anos, são mais-valias fundamentais para o bom desempenho das nossas funções. A forma como nos relacionamos com os clientes, a qualidade e o profissionalismo que demonstramos são valores cada vez mais apreciados por quem contrata os nossos serviços. A aposta na formação contínua é um pilar fundamental e que temos vindo a prolongar na carreira profissional de todos os elementos da equipa. Todos os elementos da equipa são certificados? Estamos inscritos na CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e somos todos certificados por esta entidade, conforme a legislação em vigor. Sou certificado desde 2004 e a Brick faz parte da ASAVAL - Associação Profissional das Sociedades de Avaliação e detemos a certificação internacional TEGOVA (The European Group of Valuers Association). É fácil encontrar profissionais certificados? É difícil encontrar profissionais certificados e ainda é mais complicado integrá-los nesta área de trabalho, devido à lei das avaliações, que foi alterada em novembro de 2015, e que ditou que todos os peritos têm de estar inscritos na CMVM para poder trabalhar em território nacional. Antes dessa lei, os cursos que existiam eram de 15 dias, com 8 horas de carga horária por dia; agora demoram entre nove meses a um ano, e estão disponíveis apenas em Lisboa. Quem não fez os cursos nessa altura tem agora muita dificuldade em os concluir porque, normalmente, quem trabalha nesta área acumula com outra profissão. Para além disso, dos cerca de 1.500 peritos avaliadores inscritos na CMVM só cerca de cem é que efetivamente exercem a profissão. A maioria não a exerce, apenas mantém a inscrição na CMVM por uma questão de estatuto. Outros estão a trabalhar na área a título particular e sem grande regularidade e a outra parte está afeta a instituições bancárias. Deste bolo sobram cerca de cem peritos, que trabalham a tempo inteiro em todo o país e não tem havido formação de novos profissionais para entrar no mercado

de trabalho. A dificuldade continua a mesma há anos: não há quadros certificados de qualidade disponíveis no mercado de trabalho. Na minha opinião, deveria haver protocolos de integração entre as faculdades e a formação específica exigida, para formar peritos certificados. Desta forma, seria convidativo celebrar acordos de parceria para integrar os alunos recém-licenciados e inseri-los no mercado de trabalho. Por onde passa o futuro da Brick? O crescimento da Brick tem-se lido numa linha ascendente desde 2006, ano em que foi fundada, sempre com um volume de negócio interessante e é essa linha que pretendo manter: continuar a crescer junto dos clientes institucionais - a banca – o que nos permite dar sustentabilidade ao negócio e potenciar, cada vez mais, o segmento particular. Lutamos diariamente para a melhoria dos honorários, uma luta que travamos em conjunto com a ASAVAL - Associação Profissional das Sociedades de Avaliação, de forma a dignificar a profissão, combater a precariedade e ajudar na inserção de novos profissionais neste setor. Faz parte do leque de serviços da Brick todo o tipo de avaliação: do crédito hipotecário ao leasing, passando pelo crédito à construção. Avaliação de imóveis e de equipamento, certificação energética, arquitetura e especialidades são os serviços que fecham a nossa oferta neste momento. Tenho sempre novos projetos em mente, que trazem mais trabalho e aumentam a carteira de clientes da Brick. Relativamente à avaliação imobiliária estamos, paulatinamente, a aumentar a presença nos fundos de Investimento e estou a desenvolver um outro departamento, que estará ligado às seguradoras, nomeadamente à peritagem, que pretendo apresentar muito brevemente.

EDIFÍCIO DOM NUNO PRACETA D. NUNO ÁLVARES PEREIRA, 20 - 4º DV 4450 - 218 MATOSINHOS TELF. 229 389 400 | EMAIL: GERAL@BRICK.PT

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“O MAIOR OBJETIVO É SATISFAZER OS NOSSOS CLIENTES!” Iniciou o percurso profissional a trabalhar na retificação de motores. Foi evoluindo até chegar ao cargo de encarregado geral de oficina chefiando uma equipa de uma dezena de pessoas. Atualmente ajuda os seus descendentes num negócio que conhece há mais de 50 anos. Conheça o percurso de Augusto Reis e a RectiReis. RECTIREIS

A RectiReis tem dez anos de existência, mas a sua experiência profissional e fama precedem-no. Quando começou a trabalhar neste ramo? Comecei a trabalhar, em Matosinhos, com apenas 13 anos. Gostava muito da área da eletricidade, mas como surgiu um emprego na área da mecânica eu tive de aceitar. Com o passar do tempo, comecei a gostar desta arte e agora não me vejo a fazer outra coisa. Trabalhei 40 anos em Matosinhos em empresas do ramo da retificação de motores. Com 23 anos, tinha eu 10 anos

AUGUSTO REIS

de casa, fui convidado para ser o encarregado geral da oficina. Era o funcionário com mais tempo de casa e também o mais novo, tinha pessoas a meu cargo com 50 anos de idade e ao início não foi uma tarefa fácil de gerir. Consegui impor respeito pela capacidade de trabalho, de aprendizagem e de ensino que imprimia na minha equipa. Mas passei algumas situações menos boas. Alguns elementos da equipa faziam força para que eu não soubesse resolver alguns problemas mais graves que se podem encontrar nos motores. Vim muitas vezes para casa a pensar como poderia resolver, passei muito sábado e domingo a pensar em assuntos de trabalho, mas consegui sempre resolver todas as situações com que fui confrontado. Saí da empresa onde comecei 50 | PORTUGAL EM DESTAQUE

a trabalhar porque um concorrente me fez uma excelente proposta. Tinha 40 anos. Aceitei e fui chefiar a oficina dessa empresa. Indiquei o nome das pessoas que gostava de ter a trabalhar na minha equipa, solicitei o equipamento e ferramentas necessárias para montar uma oficina de reparação de motores de raiz... só me deram o chão. Passados 11 anos a empresa encerrou, as datas coincidiram com a data da minha reforma e eu vim para casa. Inconformado e enérgico como é, não se deixou ficar em casa a descansar... Gosto demasiado da minha profissão para ficar parado. Comecei a trabalhar novamente nesta área mas, desta vez, sozinho. Como se começou a espalhar que eu estava a trabalhar novamente, só tinha um rapaz que me dava uma ajuda, alguns dos meus ex-colegas começaram a aparecer para trabalhar comigo... alguns ficaram, outros reformaram-se e seguiram a vida deles. De dois em dois anos, o espaço tem vindo a crescer, bem como o número de funcionários. Agora estamos neste espaço mas começámos num espaço muito pequeno. As solicitações começaram a aparecer, a crescer o número de clientes que nos procurava e a necessidade de mudar para instalações maiores era iminente. Investimos em máquinas maiores e mais recentes e na contratação de pessoas para poder responder ao número de solicitações. Consegue encontrar mão de obra qualificada? Infelizmente não há mão de obra qualificada para este setor. Os institutos politécnicos e profissionais não conseguem formar profissionais qualificados para responder às solicitações das empresas. Neste momento, existe o curso de mecatrónica que consegue formar profissionais com alguns conhecimentos dentro desta área, mas quando chegam ao mercado de trabalho temos de lhes ensinar praticamente tudo e muitos

acabam por não conseguir evoluir por falta de gosto na profissão ou de aptidão. Esta será sempre uma profissão com futuro? Sem dúvida que sim. Esta profissão nunca irá terminar porque os motores de combustão não vão deixar de existir. Para exercer esta profissão é necessário gostar do que se faz e praticar muito, aprende-se por repetição e por ver. Gostava de ter aprendizes mais jovens para os poder ensinar como se trabalha nesta arte. Fruto da experiência adquirida e do meu percurso profissional fui sempre o homem mais bem pago na zona norte, dentro do setor da retificação de motores e isso é possível atingir para os que se esforçam e se empenham numa profissão como esta. A evolução da empresa foi feita pela qualidade do nosso trabalho e tenho os meus descendentes que vão certamente dar continuidade à RectiReis.


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REQUINTE E QUALIDADE NUM SÓ LOCAL Em 2004 surge, em Matosinhos, o Restaurante O Valentim, que mais tarde e depois de uma intervenção de requalificação, deu lugar ao renovado restaurante com o mesmo nome, um Hotel e um Lounge Bar com maravilhosas e desafogadas vistas sobre o Oceano Atlântico, Porto de Leixões e o novo Terminal de Cruzeiros. Fica a entrevista a Rui Sousa Dias, CEO do Grupo O Valentim. GRUPO O VALENTIM

O Valentim na Rua Heróis de França dez metros ao lado. Aqui também a prioridade é a excelente quaTudo começou com um pequeno restaurante, com apenas 40 lidade da matéria-prima e um grande cuidado na forma como lugares, na Rua Heróis de França. A evolução foi acontecendo acolhemos os clientes. naturalmente e de forma sustentada. A necessidade de alargar o restaurante e a oferta de serviços era premente: o número de Do projeto à realidade restaurantes nesta zona era menor, os restaurantes estavam Decidimos manter o restaurante na parte de baixo, com uma sempre cheios, os turistas reconheciam esta zona como a me- cozinha e salas maiores e a atraente montra de peixes. Inicialmenlhor para comer peixe fresco e de te, ponderámos dividir a parte de elevada qualidade. A proximidade cima em apartamentos, mas a área com o porto de pesca e o aumento disponível não nos deixava muita da procura por restaurantes de peixe margem para apostar num formato também pesaram bastante na dede Hostel ou de Alojamento Local. cisão de investirmos e de nos afirEntendemos que a melhor opção marmos nesta zona de Matosinhos. passaria por fazer um hotel priviComeçámos rapidamente a pensar legiando a qualidade, o conforto e no projeto de alargamento do nosproximidade com os nossos hóspeso pequeno restaurante. Estávamos des. Tem uma receção que funciona no prédio da esquina, comprámos o 24 horas por dia, dez quartos, sendo que sete são suites, ao qual atriprédio ao lado e fomos maturando buimos um patamar de preço bem o projeto que tinha desenhado para o Grupo O Valentim. Em 2012, tiponderado, de forma a que fosse RUI SOUSA DIAS nha o projeto de ampliação pronto e atraente para os nossos hóspedes e aprovado, e foi quando demos início autossustentável. Na parte de cima a obras profundas de remodelação que ficaram concluídas em do hotel temos um espaço amplo denominado O Valentim Terrace, 2013. Demolimos completamente os dois edifícios por dentro, só que abre das 7 às 10 horas para servir os pequenos almoços aos ficaram as paredes exteriores, e construímos um edifício novo nossos hóspedes. Servimos refeições durante a hora de almoço/ dentro das antigas fachadas, altura em que durante o período jantar e funciona como área de estar durante a tarde. À noite de encerramento, convidamos os nossos clientes a frequentar transforma-se num lounge bar, com música ambiente. Vamos o nosso outro restaurante, o Dom Peixe, que fica na mesma rua, percebendo as oportunidades, agarramo-las e transformamo-las 52 | PORTUGAL EM DESTAQUE


em realidade. Os clientes procuram-nos pela qualidade do restaurante, pelo peixe fresco e forma como o preparamos e nós brindamo-los com um leque de serviços diferenciador. A Gastronomia, a hotelaria e as viagens Dentro do grupo temos, para além da atividade principal que são os restaurantes e o hotel, associada uma dinâmica de animação turística, com a By The Norte através da qual propomos aos nos-

sos clientes tours dentro do concelho de Matosinhos, na área do Grande Porto e para o norte do país. Como temos um hotel pequeno também recebemos grupos dessa dimensão, permitindo-nos oferecer um serviço turístico mais personalizado e à medida dos nossos clientes. Esta vertente assenta nas áreas histórica, paisagística e arquitetónica, bem como na gastronómica e agroalimentar. Por exemplo, numa visita ao Douro fazemos as visitas às quintas de viticultura e/ou de azeite, ou seja, conjugamos toda a nossa génese, o nosso ADN, de forma a potenciar o turismo em todas as suas vertentes. O setor do turismo está em franco crescimento e ajudou Portugal a ultrapassar as dificuldades económicas de anos menos favoráveis. Adotamos, desde há muito tempo, a filosofia do alfaiate: fazemos pacotes à medida. O nosso público responde com muita aceitação aos pacotes propostos e faz-nos acreditar que estamos a enveredar pelo caminho certo. Como temos um hotel com dez quartos, conseguimos tratar os hóspedes pelo nome e estendemos esta forma de estar a todos os serviços que oferecemos desde o quarto do hotel, à refeição num dos nossos restaurantes, nos pacotes de viagens que desenhamos e na escolha dos artigos que temos na loja de recordações Matosinhos City. Matosinhos, restaurante de peixe e de marisco Temos a felicidade de estar num local onde a qualidade da matéria prima é muito boa e toda a dinâmica de preparação do peixe é muito diferente da maior parte dos países do mundo. A minha atividade anterior permitia-me viajar pelo mundo e posso afirmar

que não se encontra este tipo de preparação em parte nenhuma. Felizmente que Matosinhos é, cada vez mais, entendido como uma parte da metrópole do Grande Porto e assume-se como a sua sala de jantar. Na cidade do Porto existem ofertas para todos os gostos e tipo de cozinha, mas em Matosinhos existem vários fatores diferenciadores como a garantia de frescura do peixe e do marisco. Quem aprecia bom peixe e marisco tem de vir a Matosinhos. Como uma grande parte dos nossos clientes são estrangeiros estabelecemos parcerias com vários hotéis e temos tido um feedback muito positivo da parte dos clientes e de quem nos indicou. Recebemos com frequência chamadas a agradecer a forma como acolhemos e servimos os clientes de determinado hotel. São parcerias win-win. Presido à Associação dos Restaurantes de Matosinhos e tenho noção do quão importante é dinamizar o concelho de Matosinhos. Tenho a pretensão de tornar Matosinhos na capital gastronómica do Mar e de ajudar a que a Câmara leve cada vez mais longe a marca ‘World’s Best Fish’ porque, efetivamente, temos o melhor peixe do mundo. Futuro do Grupo O Valentim O futuro do grupo passará, seguramente, por após conseguir estabilizar e organizar as atividades já existentes, começar a preparar o meu afastamento, esperando que quem me suceder dê continuidade a este projeto com o mesmo entusiasmo e brio que imprimi ao longo destes anos.

M. Rua Heróis de França, 263 4450-158 Matosinhos • T. +351 229 388 015 | +351 917 546 747 • E. geral@ovalentim.com • www.ovalentim.com

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NO GRANDE PORTO, O MELHOR LEITÃO É N´O CABEÇAS! A Portugal em Destaque esteve nas Festas do Senhor de Matosinhos com Saúl Sousa. O proprietário d´O Cabeças, assumido apaixonado pela rua e pelo conceito de roulotte, promete alongar o período das festas do norte com a abertura de uma nova casa de “O Cabeças”, na Avenida da Conduta, em Rio Tinto.

“O CABEÇAS”

Na rua está a paixão! Na correria das Festas do Senhor de Matosinhos, de casa cheia e atarefado com o atendimento, Saúl Sousa revela-nos em entrevista, que nos primeiros anos de atividade “o espaço que aqui ocupava era um terço do que agora temos”. Natural de Baguim do Monte, em Gondomar, Saúl Sousa é o rosto por trás do nome O Cabeças. Alcunha que lhe era atribuída enquanto criança, por ser um individuo criativo por excelência. Hoje em dia, esse mesmo nome - O Cabeças - é a referência do leitão na zona norte. Começou por ser um projeto direcionado para as festas e feiras da zona norte, sendo que de maio a outubro é possível encontrar roulottes de O Cabeças na festa do Senhor de Matosinhos, na rotunda da Boavista, no S. João do Porto, na festa da Nossa Senhora da Saúde, nos Carvalhos, em Vila

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SAÚL SOUSA

Nova de Gaia ou nas festas do concelho do Gondomar. Neste sentido, também os peregrinos são passíveis de reconhecer a casa dos leitões nortenha. O Cabeças é responsável pela oferta de sandes e bebidas aos peregrinos de Fátima que param em Coimbra para descansar. Todos os anos, no dia 9 de maio, a

todo o peregrino que realiza a trajectória do norte de Portugal em direção ao santuário de Fátima, é oferecida uma sandes de porco no espeto, presunto, queijo ou porco no espeto. Apesar de na rua estar “a paixão” do proprietário, Saúl Sousa reconheceu a necessidade de alongar o período de oferta


das iguarias que prepara e, por isso, abre o primeiro restaurante de O Cabeças, na Avenida Serpa Pinto, em Matosinhos, onde vende uma média de 500 leitões por mês. Trata-se de uma casa reconhecida, no Grande Porto, pelo saboroso leitão assado e pelo deleitável porco no espeto. Produtos vendidos nas múltiplas feiras populares da região norte, ao longo de várias décadas, e que hoje podem ser adquiridos num restaurante, capaz de receber 80 pessoas sentadas. O segredo está no assar do leitão O crescimento d´O Cabeças deu-se quando veio a crise. “A quem vem a uma feira, fica mais barato comer leitão que comer sardinhas”, afirma Saúl Sousa.

PATRÍCIA E SAÚL SOUSA

O empresário que começou a assar leitões com 13 anos de idade, já tinha uma experiência de 26 anos na arte de assar leitões quando se aventurou por conta própria. Numa casa onde a especialidade é o leitão, “o segredo está na arte de assar”, garante o

Com o passar do tempo, explica o proprietário, “tornou-se imperativo criar um espaço onde os clientes pudessem apreciar as nossas especialidades, em qualquer altura do ano”. Na Avenida da Conduta, em Rio Tinto, no distrito do Porto, terá lugar uma nova casa de leitões O Cabeças. Um lugar que, explica o empresário, irá primar pelo “estilo feira”, um conceito que significa atendimento rápido, pré-pagamento, sandes de leitão- assado, porco no espeto e caldo verde, produtos de qualidade, servidos de forma simplificada e atempada.

proprietário. Acrescentar rapidez e efetividade à qualidade do produto é motivação escondida por trás da inauguração de um novo espaço. Onde acaba Rio Tinto e começa Fânzeres, distrito do Porto: uma solução rápida, prática e saborosa! “A minha aposta está em manter este conceito o ano todo”, começa por revelar Saúl Sousa. O proprietário do restaurante e das roulottes admite que prolongar o período das festas populares é o mote para a inauguração de uma nova casa de leitões no distrito do Porto.

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INOVAÇÃO & CRIATIVIDADE Carlos Rocha e Ricardo Carvalho são a segunda geração que comanda os destinos da Carone. Fundada há 41 anos por Manuel Carvalho e Vasco Neves, a Carone dedica-se ao desenvolvimento e produção de artigos relacionados com a área dos cortinados e decoração. Em entrevista à Portugal em Destaque, o sócio-gerente Carlos Rocha (C.R.) e o gerente Ricardo Carvalho (R.C.) apresentam a Carone e o seu posicionamento de mercado. CARONE – CARVALHO, RIBEIRO & NEVES, LDA

os ilhós, comercializadas a um preço simbólico, com o objetivo de fidelização das lojas que comercializam os nossos produtos, podendo manter-se competitivas. Dependemos do exterior apenas para adquirir a matéria prima e perfil de alumínio. Projetamos, desenvolvemos e executamos os moldes de injeção de plástico e ferramentas para produzirmos o nosso material, estampamos, injetamos e lacamos. O pouco trabalho que é feito fora da fábrica é projetado por nós, ou seja, toda a parte de criação e inovação é nossa. O mais recente projeto que abraçamos prende-se com a criação um novo tipo de calha , novo conceito de decoração e aplicação, para estruturas hospitalares, simples, prático e seguro. Existe um sistema próximo do que o cliente pretende, mas não satisfaz as caraterísticas técnicas e esteticas necessárias para ser aplicada neste projeto, dada a magnitude do mesmo. O preço deste conceito que estamos a produzir, por medida, será bastante atrativo, tornando-nos muito competitivos. CARLOS ROCHA, SOFIA ROCHA E RICARDO CARVALHO

A Carone criou o produto perfeito para a decoração de interiores, o sistema de cortina onda perfeita. A inovação continua a ser uma aposta forte da Carone? C.R.: O sistema de cortina onda perfeita foi inventada pela Carone e ainda hoje continuam a imitar, mas sem grande sucesso. Como somos dos poucos a fabricar os componentes, a estudar os materiais a utilizar, desde o gancho, ao ilhós até ao material que compõe a calha, a concorrência nunca conseguiu lançar um produto com a mesma qualidade, durabilidade e preço competitivo. A calha girassol, tecnicamente calha 5.000, continua a ser a mais utilizada nas casas particulares e em muitos negócios, principalmente na área da hotelaria, dada da sua versatilidade e adaptabilidade a vários ambientes. Este sistema fazia exatamente o mesmo efeito que o ilhó, mas muito mais prático para retirar e recolocar do que esse sistema. Para além disso, o sistema de abertura/fecho era feito através de cordão, o que garantia a onda sempre perfeita. No início, as lojas tinham de comprar os ilhós, colocar a fita na cortina e cravar os ilhós no tecido. Quando desenvolvemos este novo sistema, tirámos esse trabalho e investimento inicial aos retalhistas. Tivemos sempre o cuidado de conservar as lojas que comercializam os nossos produtos, nomeadamente o retalho. A nível financeiro esta inovação não trouxe grande alteração de preço, os retalhistas continuaram a comercializar os nossos produtos, introduziram uma novidade no mercado e continuaram a ter a sua margem. Evidentemente, são inovadores. Como conseguem conciliar a inovação com a criação de produtos novos e manter a relação preço/qualidade tão competitiva? C.R.: Começo por lhe responder com um exemplo: havia várias empresas que fabricavam ilhós para os cortinados. De forma a combater a concorrência, decidimos fabricar máquinas de cravar 56 | PORTUGAL EM DESTAQUE


A nossa experiência de mais de 3 décadas no desenvolvimento a aplicação de novas tecnologias, permite-nos manter um elevado padrão de funcionalidade, fiabilidade e qualidade nos nossos produtos

Possuímos uma vasta gama de artigos dedicados à área da decoração e cortinados, desenvolvendo e criando permanentemente novos produtos, que acompanham as tendências da decoração a nível internacional Produtos Calhas para Cortinados Varões Estores Romanos Painel Japonês Ilhós e Ferramentas Esquadros de Fixação Acessórios

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criações. A necessidade de proteger os desenhos e a criação de produto é premente. Antigamente, era um tabu fazer um perfil, atualmente qualquer pessoa consegue copiar o que já está feito, basta ter uma peça original. Quem inventa o produto é que tem o trabalho de fazer os desenhos técnicos, definir as suas funcionalidades, investe criatividade, tempo e aplica originalidade. Acho que os desenhos podem ser úteis e utilizados por outros, mas, tal como acontece noutros países, quem os quer utilizar tem de pagar ao inventor.

MANUEL CARVALHO E VASCO NEVES

Patentear o design foi uma das soluções encontradas para travar as cópias das vossas criações? R.C.: Como os valores para patentear o design de produtos está mais acessível decidimos investir neste campo para proteger as nossas criações. Há cerca de quatro anos decidimos patentear o design de duas novas calhas que lançámos no mercado. Infelizmente o resultado não foi o esperado. Temos processos pendentes desde essa altura, porque a entidade competente, a ASAE, não atua em conformidade com o que a lei impõe. Já apresentámos duas reclamações a esta entidade porque copiaram uma das nossas calhas e nunca obtivemos resposta; apresentámos reclamações por escrito às entidades policiais e também não obtivemos resultados e o nosso último passo foi apresentar uma queixa formal emTribunal. Se vai resultar nalguma ação não sei, mas estamos a tentar proteger as nossas 58 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Avizinha-se um investimento em instalações novas? R.C.: Existe um projeto para a construção de uma fábrica nova, de raiz, num terreno ao lado destas instalações, financiado com capitais próprios. Assim que tivermos o aval camarário iniciaremos a construção da nova fábrica da Carone. Atualmente usufruímos de 900 m² de área coberta e iremos passar para 2.600 m². As pessoas e as máquinas serão as mesmas e o processo de transição irá ser gradual porque não podemos para a produção. As encomendas continuam a chegar e os clientes esperam que o produto chegue dentro do prazo que lhe indicaram. A internacionalização tambem o exige, a procura de mais mercados e a manutenção dos existentes assim o determinam. Muitos industriais queixam-se da falta de mão

de obra. A Carone também sente essa dificuldade? C.R. e R.C.: A mão de obra é escassa e algumas pessoas simplesmente não querem trabalhar. Há casos que acontecem um pouco por toda a indústria, principalmente na que necessita de muito trabalho manual.Tivemos situações, em que as pessoas trabalham da parte da manhã e não comparecem no local de trabalho da parte da tarde. Temos dificuldade em contratar pessoas que estejam dispostas a aprender a trabalhar neste ramo. Atualmente, há uma camada jovem que é licenciada ou mestre e não quer trabalhar neste ramo e similares porque tem demasiadas qualificações, e a outra parte da camada jovem que não terminou o ensino mínimo obrigatório, mas que não está disposta a trabalhar na indústria e não aposta no seu futuro profissional. Acredito que há um problema grave de mentalização de que nem todas as pessoas têm vocação para realizar as mesmas tarefas e este paradigma vai prolongar-se pelas gerações vindouras.


BRAGA Com 2000 anos de história, Braga é a terceira maior cidade de Portugal, depois de Lisboa e Porto, e apresenta altos padrões de qualidade de vida com base na localização privilegiada e nas infraestruturas existentes. Braga é um viveiro tecnológico, onde surgiram muitas startups internacionais bem sucedidas, a sede de uma universidade de renome (Universidade do Minho) e do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) - um dos principais centros de pesquisa internacional. Capital da região Minho, com mais de um milhão de habitantes, Braga é também a capital de distrito mais jovem de Portugal e uma das mais jovens da Europa. Espelho do dinamismo e pulsar de Braga é a grande diversidade de iniciativas culturais espelhadas um pouco por toda esta cidade viva. Desde música, teatro e dança, a fotografia e cinema, existe toda uma multiplicidade de sons, cores e movimentos que pela sua riqueza e popularidade se tornaram autênticas tradições. Ano após ano, Braga revive eventos que enriqueceram com o passar do tempo. O São João de Braga é uma tradição local anual. Visitar Braga é fazer uma viagem no tempo dentro da modernidade. Cidade antiga e de religiosidade tradicional - sempre imponente na sua riqueza e majestade - vive de mãos dadas com o empreendedorismo e espírito jovem em áreas tão vitais como a cultura, o comércio, a gastronomia, a indústria e os serviços.

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RAPIDEZ A ENCONTRAR SOLUÇÕES INFORMÁTICAS! António Sousa (sócio gerente), Paulo Alves (sócio) e Daniel Braga (sócio gerente) são os três sócios que constituem a 3BC - Soluções Informáticas. Com mais de 20 anos de história, a 3BC foi fundada em março de 1995. O segredo do sucesso são as soluções personalizadas e a rapidez com que respondem às exigências solicitadas pelos clientes. A 3BC foi a primeira empresa a ter um software de gestão de faturação, com certificação dada pelas Finanças. 3BC - SOLUÇÕES INFORMÁTICAS

Como é que nasceu a 3BC? António Sousa (AS): Primeiro nasceu uma solução para supermercados. Como era um produto quase inexistente nessa altura, pois eram poucos os supermercados informatizados, apenas as grandes superfícies estavam informatizadas, encontramos assim a oportunidade de desenvolver aplicações para este segmento de mercado e assim foi criada a 3BC - soluções informáticas. E aqui estamos! Que tipo de serviços têm? AS: Neste momento, como principal serviço, oferecemos o nosso software de gestão comercial, onde fomos a primeira empresa a obter o certificado das Finanças (Software certificado nº1 ) . Somos rápidos a fazer o desenvolvimento do que nos é pedido. Qual foi a solução que constitui o maior desafio? AS: Várias. As mais trabalhosas foram a gestão personalizada de uma empresa fornecedora de serviços de telefone, internet e televisão; a informatização de todos os processos que decorem num matadouro, é uma solução bastante complexa; e a gestão de produção de vidrarias (ligação do sistema com as maquinas de produção). Que clientes vos procuram? AS: Especialmente supermercados, talhos e empresas que necessitem de software com comunicações com balanças, porque já temos uma vasta experiência nessa área. Estamos presentes em grandes superfícies comerciais, por exemplo, no Intermarché, com a aplicação de comunicação com balanças.

Existe muita concorrência na vossa área? De que forma se distinguem? AS: Sim, mas não nos assusta, já estamos no mercado a algum tempo. Nós distinguimo-nos pela simplicidade da solução, ou seja, o mais simples para o utilizador final aliado a rapidez do mesmo, porque é isso que se exige num supermercado. Paulo Alves (PA): O que impulsionou muito a nossa empresa foi o desenvolvimento de software de comunicação com as balanças. Trabalhamos com as maiores marcas de balanças e temos implementado software de comunicações com as mesmas. Que dificuldades sentiram, ao longo destes anos? AS: Dificuldades tivemos no início, hoje em dia não, mesmo quando atravessámos esta crise, nos últimos anos, nós não a sentimos. DB: O segmento dos supermercados, onde já estamos desde o início da criação da 3BC fez com que não sentíssemos a crise porque, em outras áreas onde também estávamos, quase desapareceram na totalidade. PA.: Nós somos ‘dinossauros’, comparado com estas novas startup´s. Embora nunca tenhamos tido a ambição de crescer muito. Para nós, o mais importante é a sustentabilidade.

Estamos a falar de uma carteira de clientes que ascendem a que números? AS: Devemos de estar perto dos mil clientes ativos.

Vocês estão presentes de norte a sul do país? PA: Indiretamente sim, temos um parceiro que fornece para o país todo. Diretamente estamos mais a norte, à volta de 95 por cento e os restantes cinco espalhados pelo país, nomeadamente no Algarve, Lisboa e Viseu.

Como é que atraem novos clientes? Daniel Braga (DB): A nossa base é satisfazer o cliente desenvolvendo todas as suas necessidades de uma forma personalizada, porque sabemos que um cliente satisfeito vai trazer novos clientes.

Qual é o vosso lema? PA: Diferentes, iguais há muitos! O nosso lema é a especialização. Não sabemos trabalhar para massas, só para nichos de mercado muito específicos. Para nós, a especialização é o que faz a diferença.

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“ESTAMOS FOCADOS NO TRABALHO” Fundada em 2010, a Farol Dentro é uma empresa com espírito familiar, que se dedica à reparação de veículos pesados e ligeiros, no distrito de Braga. Distingue-se pelo seu leque variado de serviços de forma a conseguir ir ao encontro dos clientes mais exigentes. Orlando Rodrigues, o sócio gerente, e Lúcia Teixeira, a sua esposa, sócia e administrativa, são o braço direito um do outro e ambos partilham os projetos para a empresa. Agora em particular dão destaque ao futuro espaço que estão a construir no Parque Industrial de Rendufe. FAROL DENTRO Quando é que começou a trabalhar nesta área? Orlando Rodrigues (OR): Com 15 anos. O ‘bichinho’ começou quando os meus irmãos mais velhos faziam pequenos trabalhos em casa, que eu fui acompaORLANDO RODRIGUES E LÚCIA TEIXEIRA nhando. A primeira oficina onde trabalhei, trabalhava também o meu irmão mais velho e aí fiquei cerca de 12 anos. Ganhei o gosto à arte. E o que se seguiu? OR: Sempre tive o sonho de um dia poder ter uma oficina minha. Comecei a ganhar experiência até que, em 2003, tive a oportunidade de me lançar por conta própria, juntamente com um colega. Fazíamos serviço de chaparia e pintura de ligeiros, mas entretanto ele decidiu emigrar e eu assumi a empresa. Que tipo de serviços disponibilizam? OR: Estamos mais direcionados para a colisão e pintura. Iniciámos num espaço mais pequeno, mas com o volume de clientes a aumentar, começámos a procurar um espaço maior. Viemos para aqui em 2013, quando surgiu a oportunidade de trabalharmos na parte dos veículos pesados, o que nos obrigou a procurar, novamente, um espaço ainda maior. A área dos pesados é a que tem evoluído mais e a que nos exige outro tipo de condições e espaço. Foi aí que decidimos construir e mudar de instalações, de forma a ter as coisas mais organizadas.

Que tipo de clientes é que vos procuram? OR: O geral. Na área de pesados são, essencialmente, empresas de transporte de mercadorias e passageiros. Ao longo deste tempo como tem sido o vosso percurso? OR: Em traços gerais, a empresa tem vindo sempre a crescer. É uma verdade que nós também fazemos por isso, trabalhámos muito e isso tem vindo a dar frutos. Há muita concorrência nesta área? OR: Na parte de pesados ainda não existe muita concorrência. Na parte de ligeiros há muito mais concorrência, mas procuramos fazer o melhor para o cliente e, felizmente, tem corrido bem. O cliente é que nos tem feito a publicidade. Lúcia Teixeira (LC): Quando aparecem pessoas que nos dizem que vêm aqui por indicação de outro é muito gratificante para nós, pois isso mostra que o cliente ficou satisfeito com o nosso serviço. Qual o vosso lema de trabalho? OR: Gostamos que os nossos clientes saiam sempre daqui satisfeitos. É essa ideia que nos leva a melhorar e a evoluir! Quais os maiores obstáculos que enfrentam? OR: Arranjar mão de obra especializada. Acho que ainda não se apostou em formações desta área, chaparia e pintura. As formações são mais na área da mecânica e eletrónica, e a juventude vai atrás disso, mas o resto do carro tem que ser reparado. A geração da chaparia está a acabar. E projetos para o futuro, quais são? OR: Os meus objetivos de vida já estão mais ou menos cumpridos. A nível profissional falta-me colocar o novo espaço a funcionar.

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“O SOFTWARE TEM QUE SE ADAPTAR ÀS NECESSIDADES DO CLIENTE” Roninformatis é uma empresa que se dedica à consultoria em sSistemas e informática, localizada no distrito de Braga. Distingue-se pelo seu crescimento sustentável e por não trabalhar para massas, já que privilegiam a customização, sem esquecer a área da consultoria. Os seus maiores parceiros são os seus clientes, que levam o nome da empresa mais longe. Rogério Abreu é o CEO da empresa que foi fundada em 2004, e fala-nos do percurso, do crescimento e também dos projetos de futuro. RONINFORMATIS

ROGÉRIO ABREU

Em 2004, Rogério Abreu fundou a Roninformatis. O lema tem sido “’we make IT work’. “O nosso objetivo é fazer com que os sistemas de informação funcionem. As coisas têm de funcionar para o cliente, pois não é para nós” como afirma o fundador. E vai mais longe: “o conceito é pôr uma alternativa no mercado que não existe. Tentar trabalhar com os clientes em forma de parceria, não fazer produtos off-the-shelf, que

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exige que o cliente se adapte ao software. O software tem de se adaptar às necessidades do cliente. Claro que isso traz custos acrescidos!”. Ao longo dos tempos o tipo de clientes têm sido, tanto empresas, como particulares, diz-nos o CEO. “Carteira de clientes é de mais de 2.000, entre empresas e particulares. Porque, na verdade, 90 por cento dos nossos clientes são empresas”. Rogério Abreu conta-nos que os clientes da Roninformatis distribuem-se por diferentes áreas. “Como podem ver nas nossas soluções de mobilidade, temos desde da área de cabeleireiros, funerárias, sapatarias e também na área da educação. Nós somos inclusive uma das empresas autorizadas pela Microsoft para vender os seus produtos da para educação”. Quanto à forma como atraem novos clientes reconheceu que “até hoje, e tenho que reconhecer essa falha, não temos comerciais. Os nossos clientes têm vindo ter connosco, porque alguém falou sobre o nosso trabalho e os contatos acabam por vir. Os nossos clientes acabam por serem os nossos comerciais”.

A Roninformatis distingue-se da concorrência, já que “uma coisa que nos diferencia é a customização, ou seja, nós conseguimos, tecnicamente, fazer aquilo que o cliente quer. Nós achamos que o software tem que se adaptar ao cliente e não o cliente ao software.” Quanto ao crescimento, “a empresa tem vindo a crescer devagar, mas de forma sustentável, um passo de cada vez.” Ao partilhar os seus sucessos, também mencionou algumas das principais dificuldades “é o que todos os empresários se queixam, o próprio Estado não ajuda nada as empresas a crescerem. Falta apoiar… e não estou falar em dinheiro. Mas em primeiro lugar, a falta de mão de obra é latente. Outra é a ideia errada é que só o Porto e Lisboa é que têm solução para tudo… E não é verdade! Nós aqui em Braga conseguimos ter tudo o que existe no Porto e em Lisboa com mais qualidade de vida. E deveria de haver mais apoios a formação, para determinadas áreas”. O CEO da Roninformatis conta-nos ainda sobre os projetos de futuro: “não posso dizer que é segredo. Os nossos projetos de futuro dependem muito dos nossos clientes. Mas também os nossos projetos de futuro são apostar, cada vez mais, na mobilidade que é o futuro e que já é hoje o futuro e que será ainda mais. Cada vez mais nós vamos estar mais conectados e mais livres. Nós temos ideias de algumas soluções, mas ‘estão no forno’.” Para palavras finais deixa o repto: “o convite mais honesto é que, quem tenha uma ideia pode passar por aqui, porque nós temos uma solução de tornar essa ideia real”.


SENTIR E VIVER A TAILÂNDIA EM PLENO CORAÇÃO BRACARENSE Na estreita Rua Dom Gualdim Pais, bem típica do centro histórico de Braga, encontra o Lakkana, o primeiro restaurante tailandês da cidade. Um espaço que o remete para uma experiência fidedigna da cultura de um país que é, cada vez mais, destino de sonho. LAKKANA

É evidente o fascínio pela gastronomia e cultura tailandesas de Luís e Pedro Ferreira que nos apresentam um espaço icónico na cidade de Braga, desde a sua inauguração. O Lakkana é um restaurante com três áreas, sendo a primeira o local ideal para uma bebida ao balcão acompanhada por um petisco tailandês. Nas duas restantes pode almoçar e jantar de garfo e colher, sendo que no terceiro piso comerá de acordo com a cultura tailandesa. Neste último andar, os sapatos ficam na entrada. Há várias mesas inseridas em nichos no chão, ficando sentado em almofadas tradicionais e com os pés confortavelmente pousados no chão. Palasan Wimomen, mais conhecida por

Dang, é a chef e principal responsável por trazer novos sabores e experiências aos bracarenses que se têm mostrado rendidos ao que a Tailândia tem para oferecer. “Os condimentos usados são bastante diferentes ao que estamos habituados e acabou por ser uma boa surpresa para quem provou pela primeira vez”, afirma Luís Ferreira que nos conta que a gastronomia tailandesa incorpora fortes sabores como o caril, a fruta, os frutos secos, o gengibre e a folha de lima. Além da experiência gastronómica, a experiência cultural com a envolvência e decoração das três áreas do restaurante, oriundas diretamente do país asiático e que lhe dão uma característica única. O fascínio despertado pelo thai levou à criação de um novo projeto, o Lakkana Thai Massage, dirigido em parceria por Pedro Ferreira e Palasan Wimomen pelo seu mérito e dedicação. É na tradicional Rua de S. Marcos que agora pode também desfrutar das massagens tailandesas. Um projeto também pioneiro na cidade de Braga e que permite “reviver e dar a conhecer

experiências”. As massagens tailandesas têm, não só uma forte vertente relaxante, mas também uma componente terapêutica, na qual é possível encontrar uma fonte de alívio para problemas causados por doenças musculares e ósseas e grande redução de stress acumulado, através de várias combinações de alongamentos e pressão aplicada a pontos específicos. A massagem tailandesa é a mais tradicional forma da arte da cura oriental e visa o bom funcionamento e o equilíbrio corporal causando o bem-estar mental acompanhado por uma sensação de leveza muito característica.

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52 ANOS DEDICADOS A SERVIR O CLIENTE COM EXCELÊNCIA Em Mire de Tibães, a Churrasqueira Martins é já um ponto de referência da gastronomia minhota. Quem lá entra não imagina a história deste negócio familiar, mas encontra o bem servir e a qualidade que estão na génese deste restaurante. CHURRASQUEIRA MARTINS A velhinha mercearia de petiscos tradicionais e bom vinho dá agora lugar a um espaço amplo e renovado. Em 1966, pelas mãos de António Martins e Teresa Pinto surgia um espaço que se tornou num ponto de referência bracarense para bem comer e bem beber. Maria Jesus Martins, atual proprietária e filha dos fundadores, relata-nos a história. “Desde o início que os meus pais apostavam

MARIA JESUS MARTINS (AO MEIO) E FILHOS

na qualidade dos petiscos e dos vinhos, o que foi trazendo muitos clientes. Trabalhávamos muito à noite durante o verão e a casa crescia a olhos vistos”, aclara. A excelência do serviço e dos produtos atraía, já naquela altura, jogadores de futebol, advogados, professores e, ao almoço, os operários das fábricas que surgiam nas redondezas. As exigências tornavam-se cada vez maiores. Já com uma sala e uma cozinha, Maria Jesus saiu da escola com 12 anos para trabalhar e ajudar no negócio da família. Sem saber, começou a cozinhar para centenas de pessoas e envolveu-se na dinâmica do 64 | PORTUGAL EM DESTAQUE

restaurante e na satisfação dos clientes. “Aprendere a fazer arroz e a fazer sobremesa e cozinhar para tanta gente foi um desafio. Não estava preparada e chorei muitas vezes porque não tinha a comida pronta a horas”, revela-nos. Atualmente, os tempos são outros. Porém, Maria Jesus faz questão de seguir os princípios e ensinamentos que os pais lhe deixaram, mantendo a autenticidade da casa de outrora mas com uma imagem renovada. “Recentemente fizemos novas obras. O espaço é o mesmo, mas reaproveitado de uma outra forma, tornando-se mais agradável e prático para clientes e funcionários. Uma imagem mais moderna que proporciona o conforto que o cliente procura”, esclarece Miguel Oliveira, gerente da Churrasqueira Martins. Há um cuidado permanente em homenagear e dar continuidade ao legado de António Martins e Teresa Pinto, que se dedicaram ao negócio até ao fim das suas vidas. Maria Jesus admite-nos que o caminho foi, por vezes, atribulado mas o pai “era incansável” e surgia sempre com novas ideias e soluções - como foi com o lançamento do frango de churrasco em que construiu o seu próprio aviário e o grelhador que rapidamente se tornou demasiado pequeno para tantos pedidos. “Hoje em dia é impensável fazer o próprio pão, vinho e criar os frangos, mas na altura foram estes


pormenores que fizeram a diferença e conquistaram os inúmeros clientes”, assume Miguel Oliveira. Com 270 lugares divididos por duas salas, a Churrasqueira Martins é uma referência em Mire de Tibães e todos os dias batalha para se manter no topo das preferências. A sua localização privilegiada no caminho em direção ao

Mosteiro de Tibães faz com que os turistas visitem também a Churrasqueira. Além disso, muitos são aqueles que chegam pelas mãos de pais e avós que já conhecem o restaurante de outros tempos. “Tentamos melhorar e inovar em todos os aspetos e por isso sentimos o ritmo de trabalho e crescimento bastante acelerado. Os nossos cozinheiros fazem uma comida simples, mas bem servida em termos de quantidade e qualidade”, asseguram Maria Jesus Martins e Miguel Oliveira. Ao almoço, o restaurante funciona muito bem, o take away é uma autêntica indústria de frango assado a um ritmo alucinante e à noite trabalham muito bem à carta, sempre com sala cheia. Entre as especialidades, estão o leitão, o bacalhau assado na brasa, o bacalhau à Braga e o naco de carne. Em perfeita sintonia, a proprietária e o gerente pretendem “continuar a trabalhar com a excelência e a qualidade que caracteriza este espaço há 52 anos e melhorar sempre os serviços, especialmente na gestão dos requisitos simultâneos entre o take away e a sala”. Além disso, brevemente disponibilizarão mais 50 lugares com a instalação de uma esplanada para fazer lembrar os tempos da “velha ramada”. Numa batalha constante, Maria Jesus prepara já os seus filhos para assumirem, mais tarde, a administração da Churrasqueira Martins.

Inovamos, mantendo sempre os traços da gastronomia portuguesa

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TRÁS-OS-MONTES MONTALEGRE E MACEDO DE CAVALEIROS Montalegre é uma vila transmontana, sede de concelho. Situa-se na linda região das terras altas de Barroso, que incluem as serras do Gerês, do Larouco e do Barroso, e formam uma zona natural de serras, carvalhais, rios e ribeiros, árida e ao mesmo tempo aconchegante. Parte do concelho de Montalegre está inserido no importante Parque Nacional da Peneda-Gerês. Um pouco por toda a região encontram-se vestígios arqueológicos que mostram uma presença humana já desde tempos pré-históricos, de facto no local onde se encontra a vila de Montalegre, é provável que tenha existido um povoado castrejo pré-histórico que, mais tarde, teria dado lugar a um povoado de vocação agro-pastoril. Por Montalegre habitaram Lusitanos, Celtas, Visigodos, Suevos e, claro, Romanos, que deixaram um importante património arqueológico, tendo sido posteriormente uma terra importante na Idade Média, dado a sua localização estratégica. Montalegre conta, pois, com uma interessante história e um património rico. Macedo de Cavaleiros é uma cidade pertencente ao distrito de Bragança. A sua bela paisagem apresenta um mosaico cultural diversificado e caraterístico de Trás-os-Montes, onde no planalto predominam olivais, soutos e ainda alguns carvalhais. A Feira da Caça aqui celebrada é o maior evento da região transmontana, que decorre em simultâneo com a Feira do Turismo. Outros eventos preenchem a agenda cultural como os Festejos de Carnaval, a Feira de S. Pedro e o Festival Internacional de Música Tradicional. Quanto ao Património destacam-se o Museu Rural de Salselas, o Real Filatório de Chacim, os diversos Pelourinhos, os Solares, as Igrejas e Capelas e a Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo. Já nos sabores da região reinam os pratos de caça, nomeadamente o javali estufado com castanhas, os enchidos resultantes da matança do porco e a doçaria ligada à castanha.

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A SIMBIOSE ATRATIVA ENTRE A RURALIDADE E A URBANIDADE Pelas palavras do presidente Benjamim Rodrigues conhecemos as tradições que caracterizam o concelho transmontano de Macedo de Cavaleiros, que atrai cada vez mais forasteiros. No início do primeiro mandato, o autarca revela-nos os projetos culturais e económicos que pretende concretizar. CM MACEDO DE CAVALEIROS

O concelho mais central e mais jovem do nordeste transmontano goza de inúmeros fatores e potenciais atrativos num vasto território de 700 mil km². A riqueza patrimonial do concelho de Macedo de Cavaleiros não se resume apenas ao material, sendo extensível ao incontornável património imaterial, cujos ícones mais representativos podem encontrar-se nos Caretos de Podence ou nos Pauliteiros de Salselas, ou ainda nas iguarias gastronómicas e tradicionais do concelho, nomeadamente ligadas à caça, perpetuados de geração em geração. No âmbito da ruralidade, todo o território deste concelho constitui o Geopark Internacional Terras de Cavaleiros (com a chancela

BENJAMIM RODRIGUES

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da UNESCO) que é “de uma riqueza extrema”. De igual forma, a situação geográfica do concelho traduz-se por uma paisagem constituída por um mosaico diversificado, alternando entre as altitudes da Serra da Nogueira ou da Serra de Bornes e a depressão de Macedo ou o Vale do Sabor. Destaca-se, ainda, a paisagem protegida da Albufeira do Azibo, cujas praias ostentam, de forma consecutiva a Bandeira Azul e tendo a Praia da Ribeira sido eleita como uma das 7 Maravilhas – Praias de Portugal, a única a receber o galardão a norte do Tejo. De igual forma, é de destacar o Maciço de Morais, um caso de singularidade no universo da Geologia, assim como na criação de um ecossistema extraordinário de plantas raras. Já as condições climáticas fazem do concelho um produtor de excelência de uma variedade extensa de bens agropecuários e cinegéticos, onde têm particular destaque os vinhos, os cereais, as carnes de bovino, ovino e caprino, o azeite, a castanha, a batata, o mel, a caça, o fumeiro e diversos frutos. “Todas estas características naturais permite-nos apostar no turismo de natureza sustentado durante todo o ano”, revela Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros. No que toca à urbanidade, a aposta está na promoção de programas culturais, eventos desportivos, eventos de caça e um festival de cinema de natureza. Além disso, a vitalidade

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do território e das suas gentes tem reflexo em festividades únicas, já com tradição e referência nacional, como o Entrudo Chocalheiro, a Feira da Caça e do Turismo, as Festas de São Pedro, o Festival Internacional de Música Tradicional ou a Cidade Natal. “Tudo isto se faz com muito trabalho e não é no imediato que conseguimos oferecer tudo aquilo que pretendemos. Somos uma equipa jovem oriunda de distintas áreas de trabalho e consciente dos desafios”, assume o autarca macedense, ortopedista de formação. Ainda no início do seu primeiro mandato, Benjamim Rodrigues encontrou uma Câmara muito endividada, requerendo um esforço maior para estabilizar a situação económica. No entanto, o atual presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros acredita que em pouco tempo poderá dar continuidade às obras que julga “fundamentais para o crescimento da cidade e, inevitavelmente, do concelho, designadamente a construção do parque da cidade, grande anseio dos macedenses, a requalificação do mercado municipal, do Bairro de S. Francisco e da zona da antiga estação ferroviária, do Quartel da GNR; a criação de uma ciclovia urbana e intermunicipal na antiga linha do Tua, de uma central de camionagem, de um pavilhão polidesportivo em fase de conclusão, expansão da zona industrial, criação de uma plataforma logística e instalação de incubadoras empresariais”. Como estratégias de fixação de população ativa e jovens, mas

também no que toca a respostas sociais à população envelhecida, Benjamim Rodrigues enumera alguns acordos com instituições de ensino superior e de saúde por forma a corresponder às necessidades mais marcantes. Por fim, o autarca macedense deixa o convite a todos visitarem Macedo de Cavaleiros, a Capital da Caça, e experienciar todos os atrativos que este concelho transmontano tem para oferecer.

Jardim 1º de Maio | 5340-218 Macedo de Cavaleiros Tlf.: 278 420 420 | Fax: 278 426 243 E-mail: geral@cm-macedodecavaleiros.pt www.cm-macedodecavaleiros.pt

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“MACEDO É UMA CIDADE JOVEM COM MUITOS PONTOS DE INTERESSE” Com uma crescente aposta na promoção e afirmação de Macedo de Cavaleiros no panorama nacional, Edgar Fragoso revela-nos os desafios e dificuldades como presidente de junta da principal freguesia deste concelho transmontano. JUNTA DE FREGUESIA DE MACEDO DE CAVALEIROS

EDGAR FRAGOSO A jovem cidade de Macedo de Cavaleiros tem um raro, mas rico património histórico que tem despertado a curiosidade de turistas nacionais e estrangeiros. Tal deve-se ao trabalho contínuo que a Junta de Freguesia, em acordo com a Câmara Municipal, tem realizado na promoção das suas potencialidades e fatores de interesse. “Procuramos a afirmação do concelho no panorama nacional para que seja um dos destinos preferidos do país. Temos muita coisa para oferecer como a gastronomia, a barragem do Azivo, o Geopark, entre muitos outros”,

assinala Edgar Fragoso, presidente da Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros. Já no segundo mandato, o autarca macedense explica o que o motiva a lutar pelo melhor da sua terra, assumindo que ainda há muito para fazer. “O primeiro mandato foi para arrumar a casa que estava um pouco desarrumada com alguns problemas graves que se vão resolvendo. Neste mandato, ainda temos algumas coisas para cumprir mas já poderemos ter o foco virado para os nossos cidadãos da freguesia de Macedo de Cavaleiros”, afirma. Sob a sua alçada está uma freguesia urbana e rural que corresponde, simultaneamente, à sede do concelho, dividindo assim a gestão do território com a Câmara Municipal. Apesar de o núcleo urbano ser praticamente da competência total do município, a zona circundante, mais rústica e rural, está a cargo de Edgar Fragoso e do seu executivo. “Temos duas povoações anexas – Nogueirinha e Travanca que estão praticamente dentro da cidade e o nosso foco está virado para elas com apoios rurais à agricultura, esta é a nossa preocupação principal”, assume. Além disso, as necessidades sociais para a terceira idade são também um as-

sunto relevante face ao envelhecimento da população. “Temos desejos que se possa criar centros de convívio para os séniores nas duas povoações mas ainda não conseguimos porque o orçamento é muito curto”, esclarece. Edgar Fragoso tem vontade de fazer mais e partilha com os macedenses o anseio de ver a intervenção urbana concluída em Travanca. Um desejo que se arrasta há algum tempo e que o presidente da Junta revela ser necessário para a população, mas para já “ainda se mantém pelo projeto”. Fica o convite para os leitores visitarem Macedo de Cavaleiros e experienciarem todas as sensações naturais, gastronómicas e culturais que não só a freguesia, mas todo concelho tem para oferecer. “Sabemos bem receber e temos pontos de interesse por todo o concelho. Desde a praia fluvial, aos museus, as belas paisagens e as tradições transmontanas que procuramos manter vivas”, assevera Edgar Fragoso.

Rua Frei Casimiro Bairro dos Padres Marianos 5340-270 Macedo de Cavaleiros Telefone: 278 422 430 Telemóvel:913 989 557 E-mail: jfmcavaleiros@sapo.pt

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DINAMIZAR MONTALEGRE Montalegre e Padroso formam uma União das Freguesias. António Morais da Costa é o Presidente que, ao longo de vários anos consecutivos à frente do mandato, tem vindo a desenvolver a região e a preservar o que de melhor tem, o património histórico. UNIÃO DE FREGUESIAS DE MONTALEGRE E PADROSO

A União das Freguesias de Montalegre e Padroso tem mais de 2000 eleitores. Montalegre é a sede de concelho e destaca-se por ser “uma vila bonita, apresentável e com vários pontos turísticos”. Cada vez mais direcionado para os turistas e com um forte crescimento neste setor, Montalegre tem uma alargada oferta turística, nomeadamente o Castelo, as Sepulturas Antropomórficas (Santo Adrião), a Igreja do Castelo e da Misericórdia, o Carvalho da Forca, o Fojo e Mata do Avelar, a Pista Automóvel e por fim o Forno do Povo e Igreja em Padroso. A juntar a todos estes pontos, não nos podemos esquecer de enaltecer as paisagens únicas e as barragens de Montalegre, tal como a barragem do Alto Rabagão. Ainda sobre a história de Montalegre foi criado o Ecomuseu de Barroso que se distingue por ser interativo, dinâmico e apelativo para dar a conhecer o território, as suas gentes e as suas tradições. Falar de Montalegre é também falar de gastronomia e de festividades. “O cozido à Barrosã, a posta de vitela e o cabrito dos lameiros de Barroso são considerados os melhores pratos da região”. Para além disso, no primeiro domingo de agosto a população de Montalegre homenageia o seu Padroeiro – Senhor da Piedade e ainda a Feira do Fumeiro todos os anos no mês de janeiro “que acolhe milhares de pessoas”, afirma o

Património Agrícola Mundial. A entrega do certificado da candidatura vencedora teve uma cerimónia pública em Roma. A Assembleia da República aprova, por unanimidade, um voto de congratulação pela distinção da Região do Barroso como Património Agrícola Mundial”.

ANTÓNIO MORAIS DA COSTA

presidente. Este é também um local de provas. Podemos salientar provas de parapente e pesca, a nível europeu, e o Mundial de Rally Cross. Estes são os motivos ideais para se deixar render aos encantos de Montalegre. As míticas sextas 13 Sabemos que a região também é conhecida pela misticismo da sexta-feira 13, considerada a noite das bruxas. Esperada por milhares de visitantes de norte a sul do país e Espanha, a próxima festa decorre em julho e contam, tal como em edições anteriores, com milhares de visitantes. A grande curiosidade é que nenhuma festa é igual à anterior, “existem sempre espetáculos diferentes para cativar as pessoas”. Esta tradição é uma das maiores festas de rua do país que começou com o Padre Fontes e tem vindo a permitir o desenvolvimento de Montalegre. Uma região distinguida como Património Agrícola Mundial “A Organização das Nações Unidas para a alimentação e para a agricultura (FAO), declarou que a Região do Barroso, que engloba os municípios de Montalegre e Boticas, é

Avenida D. Nuno Álvares Pereira,Apartado 27 5470-203 Montalegre Telefone: 276 512 831 - 965 700 421 Email: geral@freguesiamontalegre.net Website: www.freguesiamontalegre.net

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Projetar o passado e o futuro Ao longo do seu mandato, António Costa não baixou os braços e cumpriu com vários projetos. “O mais emblemático foi o Parque de lazer Fernando Rodrigues. Recuperei também os dois fornos do Povo de Montalegre e em 2017 foi colocada à disposição da população da Vila de Montalegre a Casa Mortuária”. Tendo como objetivo principal estar junto à população, desejo melhorar vários caminhos agrícolas uma vez que a agricultura é a atividade principal do nosso Concelho e fazer uma piscina ao ar livre no parque de lazer. O presidente da União das Freguesias deixa um convite aos nossos leitores para visitarem a região. “Montalegre é uma terra bonita com gente acolhedora. Temos boa gastronomia, boas paisagens. Temos tudo de bom para que nos possam visitar”, finaliza.


A TÍPICA COZINHA TRANSMONTANA COM UM TOQUE ESPECIAL Em Montalegre, o Restaurante Dias faz história desde 1979. Este é um espaço onde pode saborear os tradicionais sabores transmontanos confecionados e apresentados de uma forma inovadora. Na constante procura de mais e melhor, António Dias assume-se um apaixonado pela sua terra. Outrora uma sala pequena com pratos típicos virou um conceituado restaurante montalegrense graças às ideias inovadoras que António Dias foi adquirindo nos seus tempos de emigrante em Andorra, Barcelona e Roma. O Restaurante Dias é um espaço com história e que, desde 2010, se atreveu a explorar e dar a conhecer experiências gastronómicas. “Quando assumi a gestão do espaço houve um choque de conceitos, mas as novas ideias foram sendo bem aceites”, conta-nos o atual proprietário. Apesar de ter crescido no seio da restauração, António Dias só despertou a verdadeira paixão pela cozinha quando esteve em Andorra. “Aprendi muito lá e percebi que a restauração podia ser muito mais desafiante e empolgante do aquilo que conhecia. Trabalhei em muitas cozinhas e fui despertando curiosidade em relação ao que os chefes faziam, as combinações, as técnicas, as formas de apresentação. Os melhores chefes que lá conheci eram todos portugueses, e todos do Alto Minho”, confessa. Como um defensor acérrimo dos produtos típicos da região, António Dias procura inovar nos processos de confeção, nos acompanhamentos e na apresentação dos pratos que todos conhecem. “Por exemplo, aqui a tradição é que a melhor carne é a que se corta logo a seguir ao abate. Mas é ao contrário, as carnes precisam de passar por uma fase de maturação para que os sabores e a textura sobressaiam. Trabalhei com um brasileiro e um argentino que implementaram este processo em Andorra e quando cheguei cá, a primeira coisa que fiz foi fazer o mesmo”, revela, destacando a importância deste processo para a famosa carne barrosã – “é uma raça de um gado de monte,

RESTAURANTE DIAS

o que lhe dá uma característica de carne musculada com um sabor excelente e por isso temos de obriga-la a passar por um processo de maturação para que fique com uma textura mais tenra, mantendo todo o sabor”. Além disso, o Restaurante Dias marca pela diferença por conjugar ingredientes improváveis, mas que depois acabam por fazer sentido no resultado final, como os Rojões e a Alheira com mel inspirados numa tradição antiga de conserva da carne das famílias mais abastadas. Entre outras sugestões está o Entrecôte na Brasa, a Posta Barrosã, exclusivamente da rabada, os cinco pratos diferentes de polvo e bacalhau – Polvo à Lagareiro e Bacalhau à Casa com a receita de cebolada da avó – a tradicional Posta e o Cozido à Barrosã com fumeiro caseiro (disponível apenas entre janeiro e março). Com capacidade para 112 lugares, o Restaurante Dias vai passar por uma nova fase de remodelações com muitas novidades para a região. “Vou criar um bar que funcione durante o dia com ambiente de café e à noite seja uma espécie de pub, com vários tipos de cerveja, disponibilizando não só os petiscos, mas aquilo que a gente de cá vai buscar fora, como as francesinhas e os cachorros”, desvenda António Dias que vai promovendo várias iniciativas como o festival de sushi, as noites de fado e a música ao vivo aos sábados à noite. Para um verão agradável, o gerente do restaurante vai apostar também numa esplanada com vista para a albufeira, onde os clientes podem usufruir de uma bela paisagem saboreando os bons sabores transmontanos acompanhados do vinho Mont’Alegre ou do vinho Padre Fontes, com os quais tem uma parceria. Em constante formação, António Dias trabalha diariamente para proporcionair experiências gastronómicas únicas a quem visita o seu espaço.

Largo do Penedo nº 2 - Montalegre Tlm.: 910 228 242 E.: restaurantedias1979@gmail.com

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BOTICAS HOTEL ART & SPA BOTICAS HOTEL ART & SPA

No seio da montanha, qual o conceito que o Boticas Hotel apresenta e propõe? O Boticas Hotel ART & SPA é um charmoso hotel de 4 estrelas, dedicado à arte contemporânea. Num edifico de arquitetura moderna e arrojada, de autoria do Arquiteto Artur Afonso, o Hotel está situado ao lado do centro de Artes Nadir Afonso, em pleno centro de Boticas. Integrado num espaço marcado por uma inigualável beleza natural, o Hotel dispõe de instalações num estilo contemporâneo. O Boticas Hotel ART & SPA presta homenagem ao Pintor, Artquiteto e Filósofo, Nadir Afonso, pinturas, tapeçarias, fotogalerias e livros do grande Mestre da pintura contemporânea portuguesa do século XX são a decoração do hotel. Que experiência gastronómica oferece o Restaurante Abstrato, que alia a sofisticação à tradição barrosã? Ao almoço e ao jantar todos são convidados a saborear o melhor da gastronomia Barrosã, no Restaurante Abstrato. A beleza da paisagem e a deliciosa gastronomia da região permitem-lhe esquecer a correria do dia a dia. Num misto de sofisticação e tradição barrosã, o Restaurante Abstrato coloca à disposição de quem visita este espaço, uma ementa baseada na cozinha tradicional, mas com uma apresentação contemporânea. São servidos produtos regionais de excelente qualidade, acompanhados de um serviço sofisticado. Entre as especialidades estão o bacalhau com broa (bacalhau assado no forno de forma tradicional portuguesa com migalhas de broa de milho no topo) e pratos confeccionados com a famosa carne barrosã. A carta é variada, e é constituída por um leque de entradas, sabores do mar, terra e campo, pratos vegetarianos e menu infantil, culminando com as sobremesas que são verdadeiras tentações de degustação. A carta de vinhos que dá destaque aos vinhos do Douro e de Trás-os-Montes. O Boticas Hotel Art & SPA privilegia a aquisição de serviços e produtos da terra, numa relação de proximidade com o comércio local.

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O Piquenique Barrosinho, o Pool Terrace Club e o Bar-Vinoteca são outras experiências gastronómicas que o hotel proporciona aos seus hóspedes. Em que consistem? No terraço do edifício, todos são convidados a usufruir da piscina exterior enquanto desfrutam de uma vista deslumbrante panorâmica sobre Boticas. Neste espaço é proporcionado aos clientes um serviço de bar, refeições mais leves, várias atividades e eventos como sunsets, aulas de dança, meditação e massagens. A partir do hotel podem também aproveitar várias atividades como visitas ao Centro de Artes, Eco Museu, caminhadas pelos trilhos e património arqueológico do Vale do Terva e do Boticas Parque - Natureza e Biodiversidade. Com tantas paisagens deslumbrantes e parques naturais, na região, a experiência só fica completa com um piquenique. Para quem não quiser quebrar o ritmo de um passeio pela natureza, a equipa do hotel prepara-lhe um piquenique com degustações regionais, a lista standard do cesto de piquenique inclui mel de urze, pastéis de chaves, bola de carne, pão de centeio, queijos, enchidos e outros produtos locais. Um convite a visitar Boticas e a pernoitar no Boticas Hotel Art & Spa. Ao pernoitar num dos 42 quartos e duas suites, vai desfrutar de uma decoração contemporânea, num ambiente sofisticado. Os quartos têm vista para a vila e montanha ou para o jardim e proporcionam o conforto e a tranquilidade de um destino de montanha. A experiência de visitar o Boticas Hotel ART & SPA proporciona a utilização do SPA (equipado com sauna, banho turco, duche Vichy, duche Escocês e piscina aquecida) diversos tratamentos e ginásio. O Boticas Hotel ART & SPA distingue-se pela oferta de um conjunto de serviços de qualidade para proporcionar aos nossos clientes uma experiencia única e memorável. A atenção ao detalhe, a preocupação com o bem estar do cliente, a disponibilidade e o profissionalismo de toda a equipa tornam a passagem pelo Boticas Hotel ART & SPA numa experiência inesquecível seja no segmento lazer ou corporativo.


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ALENTEJO ALCÁCER DO SAL REDONDO Nesta edição convidamo-lo a conhecer dois concelhos alentejanos: Alcácer do Sal e Redondo. Quem visita Alcácer do Sal não pode deixar de conhecer um museu escavado no subsolo de um castelo, passear por um cais palafítico único na Europa, pescar ou fazer um piquenique nas tranquilas albufeiras do concelho. Os diversos testemunhos da arquitetura religiosa e civil marcam fortemente este território e são locais de visita obrigatória. Venha conhecer este que é o segundo maior concelho de Portugal e que, a dois passos das fabulosas praias da costa atlântica, é o destino ideal para uma escapadinha romântica ou para uma semana em família. Redondo é conhecido pelos seus vinhos de indiscutível qualidade, resultantes das melhores castas da região e bastante apreciados pelos visitantes. A acompanhar um belo vinho, uma apetitosa refeição bem representativa da variada gastronomia alentejana. Mas não só! O repasto é servido em loiça de barro, feita nesta terra, não só de vinhos mas também de barro, de oleiros. Redondo é Alentejo, é vila de gente afável e humilde. Redondo é tradição e hospitalidade. Aldeias brancas com casas com uma faixa de cor alegre, como tantas outras da região, de tempos antigos e campos sem fim cobertos por tapetes de flores. O concelho de Redondo encontra-se envolvido pela imensa planície alentejana e pela deslumbrante beleza da Serra D’Ossa, que se ergue altiva e imponente. As suas paisagens revelam-nos os característicos montados e as vastas vinhas. Ambos – Alcácer do Sal e Redondo – recebem os seus visitantes de “braços abertos”, oferecendo-lhes tudo para que se sintam em casa.

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FAMÍLIA, DIVERSÃO E TRANQUILIDADE Localizado em São Teotónio, Odemira, o Pé no Monte oferece uma estadia única e relaxante a quem por ali passa. Com vistas para o campo, esta propriedade oferece uma vasta lista de atividades aos seus visitantes. PÉ NO MONTE

O Pé no Monte nasceu do sonho de Helena e Gonçalo, um casal que após sete anos a viver no estrangeiro resolveu mudar-se para a serenidade alentejana com os três filhos. Foi, então, em agosto de 2014 que nasceu este projeto autêntico para quem deseja fugir do quotidiano das cidades e disfrutar da costa alentejana nesta propriedade relaxante. Este projeto familiar é, precisamente, feito a pensar nas famílias e nas crianças. “O ambiente que aqui se vive é muito descontraído e é muito natural termos mais crianças do que adultos nos nossos espaços. Tudo está preparado para que as crianças possam brincar com toda a segurança e liberdade enquanto os pais podem estar relaxados a beber um copo de gin no bar ou a ler um livro deitados numa rede”, explica Gonçalo Marques. Quanto à descrição do local, o proprietário não se poderia mostrar mais orgulhoso ao descrever aquilo que construiu. “Este local é um pequeno paraíso, estamos no meio do campo e onde quer que se olhe só se vê verde. Estamos a dois minutos da vila, com todas as comodidades que esta nos oferece e a 15 minutos das fantásticas praias da costa alentejana, da Zambujeira do Mar e de outras mais escondidas, que realmente são um sonho para quem nos visita”. Além das praias, há muitas outras atividades. Logo

após o pequeno-almoço não faltam experiências para tornar o dia mais descontraído e divertido. Desde as bicicletas gratuitas para os hóspedes e os passeios no campo, as pessoas ainda podem passear na Rota Vicentina, que passa mesmo ali ao lado! Uma novidade é um circuito circular que vai ser lançado este ano e vai passar mesmo à porta da propriedade. Além disso, Gonçalo Marques conta-nos que também “há uma série de atividades organizadas por parceiros locais que acabam por estar à disposição dos hóspedes, como tudo o que sejam desportos de água, aulas de surf, kayak e passeios de barco”. Mas não fica por aqui, também é possível realizar passeios a cavalo e de burro, para os mais novos. Entre risos, o proprietário afirma que ainda há mais uma coisa fundamental a fazer: “depois há aquela atividade nobre que é simplesmente não fazer nada e deixar-se estar aqui a relaxar, o que é bastante importante”. A tranquilidade do campo com a proximidade das praias é um misto muito completo para quem vem passear com a família à procura de sossego. A paz de alma é o sentimento que

GONÇALO E HELENA MARQUES E FILHOS

o local transmite com tanta serenidade que a natureza oferece. Para o futuro, as surpresas são bastantes! Gonçalo Marques, revela que estão sempre “saudavelmente a inventar” e que “todos os anos se inova com mais alguma coisa”. Após o crescimento do último ano com a criação de um restaurante, de uma nova piscina e de mais oito apartamentos, nos próximos tempos podem-se esperar mais “surpresas giras para os mais pequenos”. O proprietário conta que “no meio dos sobreiros vai nascer em breve uma casa na árvore e, também, um lago com uma série de atividades para as crianças”. Já para os mais crescidos, há um projeto a acontecer neste momento: “acabámos de montar uma fábrica de cerveja artesanal, onde produzimos a nossa própria cerveja, de nome ‘Calkula’ e convidamos os nossos hóspedes a participar”. Uma forma de poder oferecer uma nova experiência a quem visita o Pé no Monte, uma novidade realmente fresquinha!

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UMA CIDADE À BEIRA DO SADO QUE O VAI SURPREENDER Há muitos estrangeiros a mudarem-se para esta região, pois aqui há muito potencial, é uma zona muito bonita, com uma marginal linda propícia a passeios de bicicleta, com uma grande qualidade de vida e com uma zona ribeirinha com edifícios históricos e pequenos comércios que animam a cidade. UNIÃO DE FREGUESIAS DE ALCÁCER DO SAL E SANTA SUSANA

Não há quase transportes públicos – esse sistema é quase inexistente – e para o hospital público não há disponivel nenhuma opção, só de táxi, o que representa um custo muito avassalador para algumas pessoas, bastante carenciadas. O ano passado transportaram cerca de 450 pessoas numa iniciativa de transporte solidário até ao HLA e a outros espaços de saúde. Este ano, já vão em 138 pessoas desde janeiro.

ARLINDO JOSÉ PASSOS

Chegamos à cidade, e o nosso espírito fica mais leve e esquecemos os ritmos citadinos. Aqui o tempo move-se de outra forma – e não, não nos referimos à questão de ser o Alentejo, e de no Alentejo tudo ter outra velocidade. Aqui o tempo é calmo, acompanhando a paisagem. Olhando o rio, vemos as cegonhas à distância, dispersas pelos campos, vemos a auto-estrada anunciando a proximidade aos grandes centros urbanos, mas é calmaria que predomina. Dá vontade de passear no Sado de barco, mas dá ainda mais vontade de ficar e descobrir que segredos esconde esta terra tão bem escondida ali tão perto da Capital. Acredite, é a próxima cidade que deveria estar na sua lista para visitar! O desafio de ser a maior freguesia do país Esta é, de longe, a maior freguesia do país. Tal fator acarreta consigo diversas responsabilidades acrescidas: chegar a todos é o objetivo primordial de Arlindo José Passos, o presidente desta União de Freguesias. Tal tornou-se mais difícil em 2013, altura em que a reforma administrativa transformou a forma como se organizava o trabalho das freguesias. “É muito trabalho. São, de momento, cerca de 9.600 habitantes, num território bastante extenso, pois as pessoas estão dispersas por uma área muito grande. Queremos dar alguma dignidade aos jovens e aos mais idosos, e queremos, neste mandato, transformar a vida nas aldeias, para que as pessoas se sintam bem nas suas terras”. Uma das grandes dificuldades que representa gerir esta União de freguesias é o facto de ter uma população muito encarecida, com necessidades muito especiais derivadas dessa carência económica. O fecho de várias escolas, definitivamente, piorou as condições de vida dos habitantes, pois as escolas ajudam bastante a dinamizar as regiões com esta dispersão populacional. 78 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Mais camas, mais turismo, mais dinamismo na região O antigo quartel dos bombeiros transformar-se-á, em breve, num hotel, acompanhando a necessidade de responder ao interesse de turistas em conhecer esta zona. Alcácer do Sal celebra 800 anos de existência, sendo uma das cidades mais antigas da Europa. E, na verdade, cerca de 90 por cento dos visitantes a esta cidade são portugueses. A cidade está à saída da auto-estrada, com muito fácil acesso. Na junta, regista-se uma alteração, entre tantas outras, a nível demográfico: muitos dos pedidos de atestados de residência são feitos por parte de italianos e ingleses, pois a qualidade de vida nesta cidade é um aspeto que pesa na reflexão dos mesmos em escolhê-la como a sua nova casa. Este verão, fica o convite para visitar Alcácer. A União de Freguesias organiza vários eventos, e destaca-se uma festa maravilhosa em julho, o Festival de Sabores do Sado. Tem sido um autêntico sucesso, pois tem uma vista privilegiada para a parte histórica da cidade, e tem criado bastante afluência e atraído cada vez mais visitantes anualmente.


UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ALCÁCER DO SAL (SANTA MARIA DO CASTELO E SANTIAGO) E SANTA SUSANA

A União das Freguesias de Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo e Santiago) e Santa Susana é uma freguesia portuguesa do concelho de Alcácer do Sal, com 916 km km² de área e 9 033 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 10,2 hab/km².

É de longe a freguesia portuguesa de maior extensão territorial. De facto, dos 308 municípios portugueses, só 13 são mais extensos do que esta freguesia. Foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Santa Maria do Castelo, Santiago e Santa Susana.

O atendimento geral aos cidadãos, por parte do Presidente da UFAS, tem lugar:

Na sede da UFAS (Rua Forno das Escadinhas, 15): Primeira e terceira quinta-feira de cada mês, entre as 14h00 e as 16h00. No edifício da Freguesia de Santiago (Rua Dr. Acácio Abreu Faria, 10): Segunda e quarta quinta-feira de cada mês, entre as 14h00 e as 16h00.

Sede da Junta

Delegação de Santiago

Delegação de Santa Susana

Rua do Forno das Escadinhas, 15 7580-159 Alcácer do Sal Telefone: 265 612 875 Fax: 265 613 465 E-mail: geral@uf-alcacerdosal.pt

Rua Dr. Acácio Alberto de Abreu Faria, 10 7580-153 Alcácer do Sal Telefone: 265 622 701 Fax: 265 612 758

Rua da Liberdade 7580-713 Santa Susana Telefone: 265 650 001 Fax: 265 650 002

Visite-nos em: uf-alcacerdosal.pt

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TERRA DE GENTE INSPIRADORA O Redondo é uma terra cheia de surpresas. Das potencialidades da região destacam-se os vinhos, as olarias tradicionais e a forma de receber dos locais que são reconhecidas por toda a parte pela sua amabilidade. JUNTA DE FREGUESIA DE REDONDO

Entrar nesta freguesia é ter a garantia de momentos bonitos passados, numa terra cheia de história, com pessoas afáveis e belezas inconfundíveis escondidas nos recantos por descobrir na Serra D’Ossa. A Portugal em Destaque foi falar com o novo presidente da Junta de Freguesia do Redondo, José Carlos Cidade, e descobriu mais do que o suficiente para convencê-lo a visitar esta terra de gente inspiradora e paisagens de cortar a respiração! “Quando há alguém com um problema na Freguesia, eu também tenho um problema. Enquanto houver um freguês com problemas, eu tenho problemas.” O papel de uma junta de freguesia é dinamizar e apoiar a vida dos seus fregueses, como carinhosamente gosta de tratar os seus cidadãos. Foi apanhado de surpresa pela nomeação. No entanto, aceitou-a com entusiasmo por ver aqui a oportunidade de melhorar a vida de todos naquela que é a sua freguesia. Isso significava então, dinamizar a vida da população, criando mais e melhores oportunidades para os seus fregueses. Um dos grandes focos do presidente foi dinamizar o turismo, dando assim alguma atenção e foco a projetos na Serra da Ossa, região que acreditaque deveria ser muito mais valorizada do que tem sido até agora – e a população tem essa expectativa neste momento – de que haja desenvolvimento e investimento na região da Serra, que tem estado ao abandono. Há coisas a mudar na freguesia para conseguir atrair mais jovens. “Em termos de terrenos para habitação, tem de se facilitar, por exemplo, construção de berçários que

JOSÉ CARLOS CIDADE

é uma lacuna da nossa terra, temos que dar garantias aos pais para terem cá os filhos”, explica o presidente. “Sou muito humano, gosto muito de apoiar as pessoas – as pessoas estão em primeiro lugar”. São poucos meses nesta posição de presidente, mas neste tempo tem sido muito contactado relativamente às promessas feitas à freguesia. Já há alguns projetos em marcha: “reabrimos agora o acesso à Casinha do Monge na Serra D’ Ossa. O turismo da natureza e rural, é muito procurado e temos a obrigação de aproveitar a nossa Serra”. A parte de exploração agrícola da região estancou, à exceção da vinha tem-se registado algum crescimento, e isso tem dado imenso destaque à região, até no estrangeiro com o reconhecimento da qualidade do vinho que aqui se produz. Também temos algum aumento na quantidade e qualidade dos nossos azeites. “Há estrangeiros a investir, conseguem ver que há aqui uma pedra por lapidar. Eles reconhecem o valor que a nossa terra tem e que nós temos ignorado. Temos um cinema, praça de touros-coliseu, piscinas, pavilhões, museus, a nível urbano está tudo renovado. Só falta a nível de indústria desenvolver mais e criar mais oferta de emprego para cativar pessoas a ficarem na região”, conclui. Fica o apelo do presidente aos nossos leitores a que visitem o Redondo – não esquecendo que o que define esta freguesia são, principalmente, as pessoas e a sua gastronomia – aceita o convite?

Sede Rua das Vinhas Novas lote 59 7170-036 Redondo

www.freg-redondo.pt 80 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Telefone: 266 989 130 Telemóvel: 961 355 830 Email: geral@freg-redondo.pt


A CRIAR RAÍZES EM GRÂNDOLA Moradia. Odemira . 2017

No centro histórico da vila morena, localiza-se um gabinete de arquitetura que tem como base a relação de proximidade com as pessoas, e que mede o seu sucesso pela satisfação dos clientes. ATELIER ARQUITETURA TERESA LEDO Moradia. Grândola .2018

necessários para a construção ou reabilitação de um imóvel. Para além da formação em arquitetura, Teresa Ledo possui igualmente formação na área da avaliações imobiliárias possuindo uma longa experiência no ramo de avaliações de imóveis, encontrando-se inscrita junto da Comissão de Mercados de Avaliações Mobiliárias ( CMVM).

“Não tendo raízes em Grândola, a opção de mudar deveu-se ao facto de na altura trabalhar em Odemira, o meu marido em Setúbal. Tendo Grândola uma localização central e de fáceis acessos, foram fatores determinantes, não esquecendo igualmente a proximidade com a nossa fantástica costa e serra, ficando desta forma com o melhor dos dois mundos”, começa por nos contar Teresa Ledo. “Há dois anos optei por abrir o meu próprio espaço que sempre idealizei, no centro de histórico, localizando-se próximo de todos os serviços, conseguindo desta forma, gerir melhor o tempo tanto a nível profissional como familiar. Apesar de no início ter sido um pouco stressante, acreditei que seria uma aposta certa na minha carreira profissional”, refere. Questionada sobre a sua dedicação, a resposta é perentória: ”sempre que me é solicitado um projeto, a minha entrega ao mesmo é total, sendo o objetivo final, a satisfação completa do cliente”. Teresa Ledo refere que não existem projetos standard de casas, até porque cada cliente possui uma identidade própria, fator esse determinante na elaboração do projeto. Trata-se desta forma um encontro/conjugação de ideias entre a arquiteta e o cliente. Atualmente começa-se a verificar uma preocupação em reabilitar edificações em mau estado de conservação ou até mesmo em ruína, tanto ao nível de espaços urbanos como rurais. É aí que entra o trabalho da arquiteta Teresa Ledo, através da elaboração de estudos viáveis para a sua execução. Colaborando com diversos profissionais, nomeadamente engenheiros e topógrafos, entre outros, no seu gabinete encontra-se disponível todos os serviços

Rigor, acompanhamento e disponibilidade Face ao crescimento do mercado imobiliário na zona, tanto ao nível de portugueses como outras nacionalidades, no gabinete da arquiteta Teresa Ledo, presta-se igualmente serviços de consultadoria de forma a garantir uma boa interpretação da legislação, a fim de viabilizar os diversos investimentos. A região é bastante visitada, por ter uma costa e uma serra bem preservadas nas quais se destaca o sol, as praias, gente amável e boa gastronomia, atraindo, desta forma, novos investidores, tanto ao nível do setor do turismo, habitação , entre outros. O importante é percebermos que no gabinete da arquiteta Teresa Ledo o acompanhamento é único e exclusivo, do início ao fim, sendo prestável, em vários âmbitos.

TERESA LEDO

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“QUERO QUE OS CLIENTES SINTAM QUE SOMOS A SUA CASA” “Chegámos a acordo com o antigo proprietário da loja do Intermarché de Alcácer do Sal e, em setembro de 2016, eu e a minha esposa entrámos na nossa nova loja como gerentes e proprietários. Vamos celebrar dois anos de gestão, fomos muito bem acolhidos pela população local e acreditamos que fizemos o investimento da nossa vida”. Entrevista a Ricardo Monteiro, proprietário e gerente do intermarché de Alcácer do Sal. INTERMARCHÉ DE ALCÁCER DO SAL

o serviço de padaria, bem como o novo serviço de caravanas que serve os clientes que se deslocam desta forma para a nossa cidade. Adicionámos os serviços de cabeleireiro, de parafarmácia e papelaria. A nossa responsabilidade social também passa por empregar os habitantes locais, por isso empregámos mais dez elementos – todos vindos do concelho de Alcácer do Sal – contabilizando um total de 42 funcionários.

RICARDO MONTEIRO E ESPOSA

Assumiu a propriedade da gerência do Intermarché de Alcácer do Sal em 2016. Como iniciou esta aventura? Fui subdiretor, numa empresa de obras públicas, durante 15 anos. Saí dessa empresa e, pouco tempo depois, eu e a minha esposa, conhecemos o gerente do Intermarché de Elvas, a cidade onde vivíamos. Uma altura, ele sugere que eu seria um bom gerente para uma estrutura como o Intermarché. Essa sugestão fez-me pensar que poderia canalizar o investimento da indemnização (que tinha recebido da empresa onde trabalhava) num negócio próprio. E assim foi. Falei com a minha esposa, que acedeu de imediato, e começámos o processo para nos tornarmos gerentes de uma loja do Intermarché. Chegámos a acordo com o antigo proprietário da loja do Intermarché de Alcácer do Sal em agosto de 2016. As pessoas preferem fazer compras no Intermarché porque sabem que vendem produtos locais? Não tenho dúvidas disso. Mais de 70 por cento das vendas da minha padaria são relativas ao pão produzido localmente, os vinhos, queijos e enchidos também são de produtores locais e as pessoas sabem que não os conseguem encontrar noutras lojas similares porque, ao contrário do que acontece com as lojas do Intermarché, eles não têm autonomia para escolher os seus fornecedores. A preferência pela nossa loja também passa pelas facilidades que disponibilizamos como o facto de os clientes não terem de entrar dentro da loja para utilizarem 82 | PORTUGAL EM DESTAQUE

O que difere esta loja das outras da concorrência? Um dos pontos que distinguem a loja do Intermarché de Alcácer do Sal é a imagem exterior da loja que respeita a arquitetura tradicional alentejana. Mas o que realmente nos difere são os clientes. Eles são muito proativos e quando querem emitir a sua opinião fazem-no diretamente. Lutamos diariamente pela satisfação do cliente, quero que o cliente entre na loja, seja servido e saia satisfeito, com vontade de voltar no dia seguinte. Este ciclo consegue-se com muito trabalho, serviço excecional para o cliente, produtos frescos e o bom aspeto da loja. Faça o balanço destes dois anos de gestão do Intermarché de Alcácer do Sal. Faço um balanço muito positivo. Estou totalmente integrado na sociedade alcacerense. Alcácer do Sal é uma cidade com um posicionamento estratégico muito interessante, a apenas 15 minutos de Setúbal e 30 de Lisboa. Esta loja precisava de mudar o seu posicionamento, a sua imagem perante os clientes e mostrar que tem muito mais para dar. Apostamos muito nos serviços de e para os clientes. A chave do nosso sucesso começou por nos sabermos integrar na sociedade envolvente e cooperar com as entidades e instituições locais, o que pedimos em troca é que também nos ajudem ao fazer compras na nossa superfície comercial.


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QUALIDADE NOS VINHOS ALENTEJANOS Localizada no concelho de Odemira, em Fornalhas Novas, encontra-se a Adega dos Nascedios. Aqui, as uvas são transformadas em vinho, nomeadamente o Fornalha, Encosta da Fornalha e o Anima de Fornalhas. Luís e Elisabete Ribeiro deram-nos a conhecer o seu percurso. ADEGA DOS NASCEDIOS

Foi em 1989 que o casal Luís e Elisabete Ribeiro, naturais de Torres Vedras, se mudaram para o Monte de Nascedios. A fazer uma especialização em agricultura, apareceu a oportunidade de comprar a propriedade, o que mudou a vida dos dois vitivinicultores. “Sempre gostamos muito do Alentejo, especialmente do litoral alentejano. Vínhamos cá nas férias, e então queríamos fazer um projeto agrícola relacionado com viticultura, devido aos estudos e ao curso que estávamos a fazer, compramos esta propriedade. Sendo uma tradição de família iniciada pelos nossos avós, a cultura da vinha e do vinho é também uma paixão nossa”, conta Elisabete Ribeiro. Com solos e clima diferentes, classificam a zona do litoral como “muito agradável” uma vez que “os solos não são muito férteis nas encostas o que, para vinhas, é muito bom, pois são solos com profundidade”. O casal, conta que na altura começaram com uvas de mesa, mas o projeto cresceu e, agora, estes dois vitivinicultores fazem “tudo do início ao fim, desde plantação, colheita e transformação”. Luís Ribeiro, diz que este “é um processo vasto, onde tem de se fazer um estudo prévio” e, que optaram “mais pelas castas tradicionais, pois têm mais que ver com o clima, e algumas de origem francesa, mas muito bem adaptadas a Portugal, mais propriamente ao Alentejo”. No que diz respeito às castas, Luís Ribeiro

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ELISABETE E LUÍS RIBEIRO

destaca a Syrah uma vez que “se adaptou muito bem”. As castas que se encontram na Adega dos Nascedios são, nas castas tintas, o Aragonez, Trincadeira, Syrah, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Castelão. Já nas castas brancas, a Arinto, Alvarinho, Viognier e Antão Vaz. “A Syrah aqui é a que é mais multifacetada, aquela casta que nos dá cor, corpo, é generosa na produção, tem um bocadinho de tudo. É um vinho fantástico, com um aroma mais especial, especiado até”, revela Luís Ribeiro. No mercado, a saída vai encaminhada com exportações para a Alemanha, China, Espanha e Holanda. Já em Portugal, pode-se encontrar estes vinhos na região sul e em Intermarchés da região, que são mais recetivos a produtos regionais, mas também em alguns restaurantes e turismos rurais. Luís Ribeiro considera que cada vez mais há a cultura do vinho, pois esta “está enraizada e as pessoas, até mesmo os mais jovens, aparecem”. Conta também que ali, aparecem “pessoas de todo o mundo e é

incrível. Passam aqui na estrada, param e gostam deste tipo de adegas, chegam mais perto da cultura local, vêm também após visitarem os Postos de Turismo e obterem informação, contactos, gostam de experimentar, provar os vinhos, gostam de estar até mais perto dos produtores”. Estas experiências mexem com a economia da região, e segundo o vitivinicultor, este setor, nomeadamente o Alentejo e os seus vinhos “são uma referência no mundo”. O nosso interlocuor considera que “o Alentejo tem uma vantagem nos vinhos, pois são mais fáceis de beber, são aromáticos, muito frutados, alguns até exuberantes e agradam a todo o tipo de apreciador, mesmo aquele que não é assim tão conhecedor, mas que aprecia muito o vinho alentejano. O vinho fica mais macio, mais aveludado e muito aromático e é um vinho muito redondo em boca”. Além da economia, também é a cultura da região que é aqui promovida. Luís e Elisabete mantêm-se, assim, ocupados a tratar das suas vinhas de forma a continuar a aperfeiçoar a qualidade dos vinhos e a conquistar batalhas, no sentido de expandir de uma forma equilibrada, com uma estrutura maior para receber as pessoas, em condições melhoradas. Para o futuro, o desejo é o de continuar a fazer mais e melhor, sendo este o lema do casal. “Temos uma boa dimensão, mas queremos aumentar a produção e a exportação. Precisamos de continuar a apostar no marketing, de forma a aumentar as vendas de vinho engarrafado sendo este de muita boa qualidade, assim como chegar a outros nichos de mercado fora de Portugal. Estamos a trabalhar nesse sentido. Queremos sempre aumentar, mas mantendo a qualidade ou melhorar”, finalizam Luís e Elisabete Ribeiro.


O RECONHECER DA QUALIDADE CENTENAR DAS AZEITONAS ALCACERENCES Francisco José Viegas Lince conta-nos como os romanos já viam que o nosso azeite era diferente dos outros, nas notas existentes – a zona de Alcácer foi outrora a maior zona de olival plantado no país. Encontrámos aqui alguém que mantém a tradição e que tem levado o nome de Portugal e a marca Alcácer do Sal também além-fronteiras. AZEITE MANOS LINCE A história do Azeite Manos Lince, remonta a 1980; Francisco foi dando passos cada vez mais certos sempre respeitando a sua ligação com esta terra que adora, e esta tradição de fazer azeite; é um produtor que acompanha tudo, minuciosamente, pois quer sempre garantir o melhor resultado. Os seus clientes são exigentes, e essa exigência é acompanhada pela excelência e riqueza de sabores de um azeite que fala por si ao entrar em contacto com o nosso palato. De momento, trabalha sozinho, desde a produção de azeitona a laboração desta e embalamento em diversos tipo de embalagem; as azeitonas são de tipologia galega e cobrançosa locais, do concelho, e distritos limítrofes. Utilizando um processo de extração exclusivamente mecânico e a frio, conferindo assim um acréscimo na qualidade. Conhecendo bem o mercado nacional, tentou focar-se mais na região do sul e com um crescimento sustentável a nível nacional, e também na exportação, sendo que 40 por cento dos seus produtos são exportados – para países como o Brasil, Alemanha, França, Bélgica, Itália e Espanha, países onde se faz representar com frequência em feiras e provas de degustação ,sempre que solicitado. É comum ter o seguinte feedback, nota com humor, por parte dos seus clientes: “ vieram-me perguntar outra vez, como é que o meu prato é tão diferente dos outros restaurantes, e nem sabem, que a diferença é o teu azeite!”Infelizmente, nota que o azeite que é comercializado em Portugal e principalmente nos países que têm menos conhecimento sobre azeite não reflete a qualidade que gostaria de ver no mercado – não é sequer azeite, é azeite misturado com óleos ou só e unicamente outro tipo de óleos (tempero). O azeite oscila bastante de preço e de qualidade a cada ano pois também varia a disponibilidade da azeitona mediante a metereologia – variações de 40 por cento, provocando uma escassez de produto que se reflete completamente nos preços, influenciando todo o processo de produção. Já tinha tido alguns reconhecimentos, mas este foi o primeiro no exterior – sem dúvida um prémio à qualidade do azeite Manos Lince. Já tinha muito cuidado na seleção das azeitonas – este reconhecimento da qualidade do seu produto faz com que esteja

motivado a uma seleção mais criteriosa nas suas azeitonas, para uma melhoria na qualidade. “A campanha passada fi-la sozinho; três meses sem dormir muito, foi arregaçar as mangas e fazer o meu azeite!”, relata. O azeite a ser reconhecido para além dos países mediterrâneos O que distingue a cozinha mediterrânea pela sua leveza é em parte o uso de azeite como gordura principal, ao invés de se utilizar gorduras pesadas e óleos – que têm sido progressivamente vistos como menos benéficos para a nossa saúde. O azeite tem vindo a ser reconhecido em outros países, como é o caso de Inglaterra que já está representado em número 2 na tabela alimentar oficial como a escolha mais favorável e decididamente mais benéfica em vários aspetos – esta pequena grande alteração nos hábitos alimentares dos ingleses, reduz em 30 por cento doenças cardiovasculares, retarda o evelhecimento da pele e reduz o surgimento da doença de alzheimer substancialmente além de desenvolver uma enzima (OLEOCANTHAL E OLEACEIN) que ajuda a evitar e, inclusive, combater o cancro. E é neste contexto que Francisco Lince leva o seu azeite a uma competição internacional em Londres, tendo trazido para Portugal, humilde e orgulhosamente, a medalha de bronze na ‘London International Olive Oil Competitions’, onde estiveram representados 384 tipos de azeite para as diversas categorias. Um dos desafios à produção e à exportação, é que haja tão poucos incentivos, e benesses nas remessas que significariam muito crescimento para o país. Perde-se muito, não motivando de certa forma a que os empresários tenham algum real incentivo à internacionalização.Um azeite frutado, com um ligeiro amargo na parte inicial – depois nota-se a parte do picante, vai-se agarrando docemente à parte de cima da boca, espalhando-se, e com um agradável final de boca. É um azeite ótimo para quem goste de frutados, bastante complexo, e são estas componentes que o levarão, quiçá, ao ouro na próxima edição da London Olive Oil International Competition. Só provas de que o que é nacional é que...é excelente!

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VINHOS À ARCEBISPA A Sociedade Agrícola da Arcebispa, em Castelo de Arez do concelho de Alcácer do Sal, abarca várias valências e produções agrícolas, das quais se destacam a cortiça, o arroz e o vinho. O enólogo Gonçalo Carapeto e Ana Amante deram-nos a conhecer a qualidade dos seus produtos vinícolas e os projetos futuros nesta área. SOCIEDADE AGRÍCOLA DA ARCEBISPA

ANA AMANTE E GONÇALO CARAPETO

Fundada em 2006, a Sociedade Agrícola da Arcebispa tem-se destacado pelos vinhos produzidos nas suas herdades, apesar de se inserir como referência noutros mercados como o arroz e a cortiça. Desta forma, a produção vinícola assume uma posição especial no seio da sociedade. “Através do vinho tentamos dar eco ao trabalho que é realizado em toda a sociedade. É o produto que chega ao alcance de mais consumidores e que ficam apreciadores do nosso vinho e das nossas marcas”, explica Gonçalo Carapeto. O enólogo descreve o seu trabalho e as características que incorporam os vinhos produzidos na Arcebispa. “Tentamos maximizar as nossas vinhas, as nossas castas e tentamos alcançar um conjunto de aromas que seja único, diferente de outros vinhos. Como vinho da península de Setúbal, este tem algumas influências da zona onde nos encontramos daí que se nota que são vinhos maduros, mas com uma ligeira acidez que nos permite ter outra textura. Um vinho à Arcebispa”, assevera.

A casta predominante é o Aragonez, bastante típica no sul de Portugal que dá uma certa suavidade. Além desta, contam com as castas Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Syrah que proporcionam aromas diferentes com outras complexidades. Ana Amante esclarece-nos que a Sociedade Agrícola da Arcebispa concertou uma nova aposta na adega e nos seus produtos vinícolas. “Com as produções a saírem das nossas portas, a adega começou a apostar cada vez mais no vinho para gamas de entrada. Vindima a vindima vamos trabalhando com uva selecionada e conseguimos obter vinhos que permitem agradar o paladar dos portugueses”, relata. Direcionada para um novo segmento, a nova imagem da Herdade da Arcebispa tenta inserir-se numa gama mais alta com reservas e grandes reservas de forma a alcançar outros patamares do mercado. Apesar deste novo projeto, os dois entrevistados garantem a continuidade das marcas iniciais D. Nuno e Castelo de Arez, mantendo as qualidades reconhecidas. “O processo é igual, tratamos a uva da mesma forma. Porém, durante a vindima selecionamos a uva que aparenta acima da média e aí sim fazemos a seleção e encaminhamos para cada segmento consoante o estado de qualidade da uva”, esclarece o enólogo Gonçalo Carapeto. Ana Amante prossegue: “Queremos que o vinho seja bom, seja aceite e claro, se conseguirmos alcançar um patamar gourmet de alta qualidade será o ideal”. Ambos estão empenhados na promoção e afirmação da nova marca Herdade da Arcebispa, participando em eventos e concursos do setor e tendo já sido reconhecida com uma medalha de ouro e outra de prata. “O objetivo é vendermos o nosso vinho para todo o país e dar a conhecer o nosso trabalho e a nossa qualidade”, concluem.

Sociedade Agrícola da Arcebispa, S.A. Castelo de Arez - Barrosinha 7580 - 508 Alcácer do Sal Portugal

www.arcebispa.com Telf. +351 265 613 199

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PONTE DE LIMA Já conhecida pela maioria dos portugueses, sendo muitas vezes o destino de eleição para férias, Ponte de Lima tem vindo a crescer. Banhada pelo Rio Lima e munida de uma arquitetura medieval sem igual, esta vila faz com que todos os limianos sejam orgulhosos do que é seu. Ponte de Lima distingue-se, sem dúvida, pelo ambiente e pela qualidade de vida. Com uma localização privilegiada, no centro do Alto Minho, e com um conjunto de acessibilidades que nos faz estar perto dos centros urbanos – é atravessada por duas auto-estradas, a A3 e a A28, existindo ainda a A27 que liga Ponte de Lima a Viana do Castelo – em Ponte de Lima estamos a menos de uma hora da cidade do Porto e não muito distantes da fronteira com Espanha, o que permite estar perto tanto do Aeroporto do Porto, como do de Vigo. Com 150 quilómetros de trilhos pela natureza, em Ponte Lima respira-se ar puro. Mas nem só de tranquilidade vive esta vila minhota. Capital da canoagem portuguesa, Ponte de Lima é também conhecida pela sua Feira do Cavalo, distinguida como a melhor do desporto e turismo equestre, e pelas Feiras Novas, uma das maiores romarias minhotas, no segundo fim de semana de setembro. Já a suculenta gastronomia de Ponte de Lima tem o seu ex-libris no Arroz de Sarrabulho, servido com rojões de porco, um prato rico em sabores e tradição. A lampreia do Rio Lima também é muito apreciada. Esta iguaria pode ser cozinhada de diversas formas, com destaque para o Arroz de Lampreia e para a Lampreia à Bordaleza. Uma palavra de realce para o Bacalhau de Cebolada, prato tradicional estimado a nível popular, confecionado nas tascas e nos restaurantes limianos, tornando-se num pitéu afamado e muito procurado. Os mais gulosos, os que gostam de doces, não podem deixar de saborear a textura do Leite-Creme queimado.

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TERRA RICA DA HUMANIDADE É a vila mais antiga de Portugal e um concelho com mais de oito séculos de história. É anterior à nacionalidade e, portanto, tem tido ao longo dos anos um percurso muito baseado naquilo que é a sua identidade cultural, a sua história e o seu património, mas sempre projetando essa memória e essa identidade no futuro. Neste contexto, Victor Mendes, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, respondeu a algumas questões para esta edição da Portugal em Destaque. MUNICÍPIO DE PONTE DE LIMA

VICTOR MENDES

Como pode apresentar o Município de Ponte de Lima aos nossos leitores? Ponte de Lima é uma referência nacional no que à preservação e valorização do património diz respeito e constitui-se, também, como um excelente exemplo daquilo que é a gestão autárquica. Somos um dos poucos concelhos do país que não tem dívida, que paga aos seus fornecedores em 17 dias e que consegue abdicar de cerca de 2,5 milhões de euros referentes a impostos, colocando-os a favor da fixação de empresas e dos nossos cidadãos. É um concelho jovem, o mais jovem do distrito, e tem como prioridade a educação, daí que tenhamos em Ponte de Lima todos os graus de ensino desde o pré-escolar até ao ensino superior, com uma população escolar na ordem dos sete mil alunos. Por outro lado, temos um movimento associativo muito forte. São cerca de 100 associações e 1700 atletas federados em cerca de 30 clubes (nas mais variadas modalidades), onde destaco o Clube Náutico de Ponte de Lima, que já arrecadou diversos prémios europeus e mundiais. Também somos o concelho com menor taxa de desemprego no distrito, 4,71 por cento, ou seja, quase pleno emprego. A nível cultural, estamos a falar de incontáveis atrações. Enumere-nos algumas… Temos uma rede de equipamentos culturais de excelência e uma boa programação cultural, para além dos equipamentos afetos à 90 | PORTUGAL EM DESTAQUE

promoção daquilo que são as nossas atividades económicas como a Expolima e o Novo Pavilhão de Feiras e Exposições. Contamos, ainda, com uma rede museológica ímpar no país, de onde podemos destacar: o Museu de Arte Sacra, o Museu do Brinquedo Português, o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde, o Museu Militar e o Centro de Interpretação do Território. Também o Caminho Português de Santiago que nos atravessa e que faz com que cerca de 50 mil peregrinos passem por Ponte de Lima, é motivo de destaque, assim como a nossa rede de percursos e trilhos de centenas de quilómetros. Enfim, posso dizer que nesta terra temos lugar para o turismo náutico, equestre e até para um Bike Park, por onde passam os melhores atletas do mundo da modalidade. Verificamos que este é um concelho bastante orgulhoso de si mesmo. O que pode dizer sobre este facto? O orgulho de ser Limiano é algo que tentamos incutir até nas efemérides que vão acontecendo ao longo do ano, seja no 4 de março (dia de Ponte de Lima), seja na vaca das cordas, seja nas Feiras Novas (um grande evento para o concelho, em que toda a população se envolve por completo). Enquanto presidente, posso afirmar que contamos com os pais para incutirem esta identidade nos seus filhos, fazendo-a perdurar no tempo.


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SABOREAR PONTE DE LIMA É na Freguesia da Correlhã, a três quilómetros de Ponte de Lima, que pode encontrar o Restaurante Fátima Amorim, local onde se confecionam as melhores iguarias típicas da região. Para se deixar conquistar por esta casa, venha conhecer connosco este espaço através de uma conversa com Fátima Amorim (proprietária) e o seu filho Paulo Amorim. RESTAURANTE FÁTIMA AMORIM de carne, sempre com a garantia de que irá encontrar a máxima qualidade aliada à comida tradicional. Todos os pratos, sejam eles quais forem, são provados e aprovados pela equipa de colaboradores antes de irem para a mesa: “Tem de estar tudo no ponto”, salientam.

Com uma experiência de mais de 25 anos, Fátima Amorim é o rosto do restaurante que tem o seu nome. Os filhos, Paulo e Miguel Amorim, estão a seguir-lhe as pisadas e também colaboram no restaurante tanto na cozinha como na sala. Esta nova casa, construída há quatro anos, foi pensada ao pormenor e construída à medida, desde a sala à cozinha, passando pela decoração, que se destaca pelo espaço amplo, acolhedor, agradável e moderno. Tudo totalmente equipado para ter, todos os dias, produtos com uma qualidade incomparável. Atualmente têm disponíveis duas salas, uma com capacidade para receber 150 pessoas e outra para 70. Sabor e tradição A tradição está sempre à mesa no restaurante de Fátima Amorim, não fosse o arroz de sarrabulho o prato típico de Ponte de Lima que é considerado o rei da casa. Mas existem outros pratos de eleição, tais como o bacalhau com cebolada ou com puré, a picanha, a posta e o cabrito feito à moda antiga (este não vai ao forno, é confecionado na panela, tal como no antigamente). Durante a semana têm pratos do dia que são delineados no dia anterior. Proporcionam ao cliente um prato de peixe e outro

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Os segredos de um bom sarrabulho E se lhe disséssemos que descobrimos o grande segredo do arroz de sarrabulho? É verdade, Fátima Amorim partilhou a diferença neste prato tão procurado no seu restaurante. A calda do sarrabulho é preparada no dia

com vários ingredientes. De seguida, retira-se a calda, desfia-se a carne e, posteriormente, a mesma é dividida pelas porções de arroz que fazem juntamente com o sangue. No fim, coloca-se sumo de limão e cominhos, que é precisamente o toque final que distingue este arroz de sarrabulho de todos os outros confecionados na região. Mas, para que fique perfeito é preciso não deixar cozer o arroz em demasia, uma vez que “deve ser cozido na própria calda, a caminho da mesa do cliente”.

MIGUEL, FÁTIMA E PAULO AMORIM

Da Correlhã para a Europa A cozinha da nossa anfitriã também viaja. França, Bélgica e Luxemburgo são alguns dos países que contam com a presença da cozinheira. Fátima Amorim é convidada para fazer o arroz de sarrabulho e o bacalhau junto das comunidades portuguesas. Estas alugam espaços e organizam convívios com cerca de 400 pessoas. Uma experiência que tem como propósito levar aos portugueses emigrados os tradicionais sabores das suas terras-natal. Em final de conversa, e sempre focados na qualidade, na exigência e na arte de bem servir, os proprietários deste restaurante sublinharam a importância dos seus clientes, principalmente aos fins de semana, efetuarem reserva das mesas pretendidas.


204 Quartos

SPA com piscina interior

Capela privativa - 120 lugares

Auditório - 300 lugares

Um refúgio de fé no coração de Fátima www.steylerfatimahotel.pt Praça Luís Kondor, 33 | 2495-409 Fátima (+351) 249 533 043

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EM TERRAS DE SARRABULHO TAMBÉM HÁ LUGAR PARA A… PIZZA! A AltaDonna Pizzaria é conhecida pelas suas pizzas de excelência e por um atendimento de qualidade. Quem passa por Ponte de Lima não pode deixar escapar a oportunidade de as provar, tanto na Freguesia da Correlhã como na Freguesia de Arcozelo, na AltaDonna II. Venha conhecer esta pizzaria de sucesso e comprovar por si mesmo! ALTADONNA PIZZARIA

O nosso entrevistado viveu durante 20 anos nos Estados Unidos e voltou para Portugal há 12. Em 2006, João Matos em sociedade com uma cunhada, fundou a AltaDonna Pizzaria que oferece uma gastronomia muito variada, onde a pizza, claro está, não pode faltar! “Temos pizzas, calzones, massas, pregos, panados, francesinhas, saladas… Toda uma oferta que vai um bocadinho ao desencontro da oferta gastronómica de Ponte de Lima. Também fazemos muitas francesinhas, mas o ponto forte são as pizzas, fazemos em média 600 por semana”, conta João Matos, proprietário.

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Além das refeições, as sobremesas não podem ficar de fora. Confecionadas nas Pizzarias, são muitas as variedades que quem por aqui passa pode encontrar: “Fazemos mousse de chocolate, bolo de bolacha, natas do céu, cheesecake, entre outras, e é tudo confecionado aqui. Vêm cá muitas famílias, mas também os mais jovens fazem parte da casa, principalmente em festas de aniversário e últimos dias de aulas”. Assim, a Pizzaria é, também, um ponto de encontro. Com preços económicos e acessíveis a todos os bolsos, o crescimento foi notório. Como tal, surgiu a necessidade de abrir uma segunda pizzaria, a AltaDonna II, que já conta com quatro anos de casa. Este crescimento revê-se, também, na quantidade de funcionários presentes nas duas casas: “São à volta de 16 pessoas. Graças a Deus nunca tive dificuldade em arranjar funcionários, muitos aprenderam aqui, outros já trabalharam em outros sítios, mas desde que sejamos sérios

com todos eles não há problema”. Para o futuro, a vontade é de permanecer com o sucesso alcançado até aqui que, na ótica de João Matos, não pode ser “mais do que aquilo que já existe. Ao fim de semana tenho uma lista de espera de 30 a 45 minutos, isto fica cheio”, confidencia. O segredo é a qualidade e não é o proprietário quem o diz, mas sim aqueles que por ali passam e terminam a refeição de uma forma feliz: “Oferecemos qualidade, mas isso não sou eu que digo, são os clientes”, termina João Matos.


HÁ 25 ANOS A TRABALHAR O ALUMÍNIO EM PONTE DE LIMA Silvio Cerqueira Alumínios é o nome de uma empresa que celebra, este ano, 25 anos de atividade. Localizada, há oito anos, no Parque Industrial da Gemieira esta é já uma referência na região tanto pela qualidade dos produtos apresentados, como pela confiança transmitida pelo seu fundador (e nosso entrevistado nesta edição), Silvio Cerqueira. SÍLVIO CERQUEIRA ALUMÍNIOS O nosso interlocutor cedo se aventurou por conta própria no mercado de trabalho: “no início foi difícil porque tive de pedir empréstimos a familiares para comprar as máquinas. Comecei do zero, a trabalhar na minha garagem. Aos poucos fui crescendo enquanto empresário e profissional e comigo foi crescendo o negócio também”, começou por contar. Esta empresa trabalha com todos os géneros de alumínios (lacados, anodizados, naturais) e é especializada na criação, fabrico e montagem de todo o tipo de caixilharias e portadas de alumínio, de onde se destacam os sistemas de batente, os sistemas de correr, as portadas, as grades e os portões exteriores. Sobre a sua experiência de 25 anos no setor, Silvio Cerqueira afirmou que “nos últimos 15 anos houve uma evolução muito grande no que diz respeito ao alumínio e às caixilharias. Os fabricantes da perfilaria foram essenciais neste processo, porque puseram no mercado componentes que nos ajudaram a fazer um produto final melhor”. Apesar de todos estes anos de existência, esta empresa depara-se com uma problemática difícil de colmatar: a falta de mão-de-obra qualificada. “É muito difícil contratarmos novos funcionários. Cada pessoa nova que vem é um investimento muito grande de tempo e de dinheiro porque nós temos que a formar por completo. Há falta de gente no concelho, infelizmente muitos dos nossos jovens emigraram, e agora que precisamos de mão-de-obra, ela não existe. Também a formação dada na região não é a adequada às necessidades do tecido empresarial da mesma”, lamentou Rafael Cerqueira (filho do proprietário da empresa – estudou gestão e encontra-se à frente da administração).

Presença no mercado francês A empresa Silvio Cerqueira Alumínios atua também internacionalmente, com uma forte exportação para França . Foi precisamente esta realidade que lhe valeu uma época de crise tranquila: “não senti a crise na construção civil porque sempre trabalhamos com o mercado francês. Na época de menos trabalho aqui, socorri-me das encomendas para França”, confidenciou-nos o empresário que continua a apostar num serviço diferenciado, de qualidade e à medida do cliente. “Dentro da construção nós trabalhamos um produto específico, por medida e cada obra é única para nós. É impossível fazermos stocks de produtos porque existem milhares de combinações, incomportáveis de manter em stock. Por outro lado, atualmente as pessoas procuram exclusividade, afinal trata-se da casa delas, que pretendem que sejam construídas à sua medida. E é aí que procuramos diferenciar-nos”, acrescentou Rafael Cerqueira. Também a questão energética é cada vez mais uma preocupação para o público em geral: “As pessoas são cada vez mais exigentes e informadas sobre a variedade de produtos e as suas características. Os materiais isolantes são mais procurados, mesmo sendo mais caros, porque a qualidade é cada vez mais valorizada. Em termos de tons, atualmente são mais procurados os cinzas”, finalizaram os nossos interlocutores.

RAFAEL E SÍLVIO CERQUEIRA

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(RE)CONSTRUIR EM PONTE DE LIMA Salvador Fernandes e Filhos é o nome de uma empresa que atua no setor da construção civil, no concelho de Ponte de Lima. Os mais de 20 anos de experiência do patriarca da família, valeram-lhe o sucesso que hoje alcança e a confiança de inúmeras pessoas, nacionais e estrangeiras, na hora de construir ou reabilitar os seus imóveis. SALVADOR FERNANDES E FILHOS

Em conversa com Salvador Fernandes, cedo nos apercebemos do know-how que emanava das suas palavras: “Eu sou um dos mais velhos de dez irmãos e comecei a trabalhar muito cedo. Depois das aulas ia trabalhar na construção civil com o meu pai e na altura fazia o que conseguia, mas já tinha vontade de aprender e de saber fazer sozinho. Em 1988 fui trabalhar numa empresa do setor, em Viana do Castelo. Lá os ordenados eram mais altos e, ao fim de poucos meses, o meu patrão ofereceu-me sociedade”, começou por nos contar. Mais tarde, o nosso entrevistado estabeleceu uma sociedade com o seu pai e irmãos. Sociedade essa que durou até 2013, ano em que o empresário decidiu iniciar uma empresa sozinho, com o objetivo de a deixar como património aos seus filhos: “Comecei do zero, mas tinha a experiência de mais de 20 anos de gestão nesta área e a confiança de muitos clientes que rapidamente procuraram os meus serviços”, completou.

SALVADOR FERNANDES

A empresa, que se dedica à construção, reconstrução e reabilitação de imóveis, conta no seu currículo com diversas obras emblemáticas da região. De entre todas elas há uma que se destaca: o Paço do Vitorino. “A reconstrução do Paço do Vitorino foi uma das obras que mais orgulho me deu. Quando a comecei tinha uma ânsia enorme de a ver concluída e o curto prazo que nos impuseram para executar o projeto ainda aumentou mais o desafio”, recordou. Foram 14 meses de muito trabalho, muito intensos, mas que “valeram a pena”. Fez-se “um trabalho espetacular” onde foram aplicadas técnicas que não eram utilizadas na região: “Tendo em conta a traça antiga do edifício

nós evitamos o cimento, apostando nas madeiras e em materiais mais adequados como a cal por exemplo”. De facto, é na reconstrução que o nosso entrevistado se sente bem: “Não gosto de fazer as típicas casas, mas sim aqueles projetos diferentes que me desafiam”, confidenciou o empresário, que tem a seu cargo a construção de uma fábrica (toda em betão à vista) na Gemieira e o Hotel Eco Green, que pautará por uma arquitetura invulgar e rica em pormenores. Também os filhos de Salvador Fernandes são parte integrante da gestão da empresa: “Os meus filhos dedicam-se à parte do escritório, juntamente com três engenheiros que tratam da parte técnica. E eu acompanho todas as obras”, esclareceu, ao mesmo tempo que nos dava conta da vinda de cada vez mais imigrantes para Ponte de Lima: “Temos muitos estrangeiros a comprar terrenos e a construir em Ponte de Lima. Gostam desta terra e da qualidade de vida que oferece”. Em final de conversa, o nosso entrevistado garantiu que ser empresário hoje em dia é bem mais difícil do que quando começou: “Há muita burocracia e carga fiscal sobre os nossos ombros. Para além disso, falta mão-de-obra na construção. Não há jovens na nossa terra, muito menos dispostos a enveredar pela construção civil”, lamentou.

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VALE DO TUA OS TESOUROS DO VALE DO TUA A área do Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) é de aproximadamente 25 mil hectares, situado no Baixo Tua, entre os distritos de Vila Real e Bragança, e integra os municípios de Alijó, Murça, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães e Mirandela. Na envolvência do PNRVT subsiste um conjunto de áreas protegidas, designadamente o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural do Montesinho e a Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo. O PNRVT tem uma particularidade importante: agrega 5 concelhos de culturas e tradições identitárias, que faz com que exista uma grande diversidade de escolha, por parte de quem o visita, ao nível da gastronomia, vinhos e artesanato, geologia e hidrogeologia, micro-reservas, e flora e agrossistemas. A paisagem é diversificada e marcada por serras, planaltos e vales encaixados, nomeadamente os dos rios Douro, Tua e Tinhela. A causa principal desta diversidade reside na variedade de litologias e estruturas geológicas que constituem a base destes relevos. A geomorfologia da região envolvente é bastante variada, fruto de características estruturais e litológicas específicas, e inclui vales profundos e vertentes declivosas, principalmente nos troços finais dos rios Tua e Tinhela, bem como afloramentos rochosos e zonas de planalto, com relevo pouco acentuado. A flora da região é bastante variada, estimando-se que possam ocorrer na área de estudo cerca de 700 espécies de flora vascular e cerca de 400 espécies de flora criptogâmica. A fauna da região envolvente do Vale do Tua é numerosa e diversificada, tendo sido até ao momento identificadas 943 espécies, sendo 744 de invertebrados terrestres. A este total há ainda a juntar um número indeterminado de espécies de invertebrados aquáticos, agrupados em 72 famílias. Esta diversidade de valores naturais e patrimoniais presentes no PNRVT devem ser mantidos, valorizados e dados a conhecer, pelo que reúnem as condições necessárias para prosperar e acima de tudo para proporcionar à população residente momentos únicos e inesquecíveis. Nas próximas páginas conhecer melhor esta região e os seus tesouros!

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UM PROJETO ÚNICO E SINGULAR PARQUE NATURAL REGIONAL DO VALE DO TUA

Educação ambiental No passado dia 23 de abril, decorreu, no Auditório Municipal de Alijó, a gala de entrega de prémios do ‘Festi – Vale do Tua’, uma iniciativa lançada pelo Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) em parceria com a OIKOS – Cooperação e Desenvolvimento, que assumiu o desiderato de elevar a visibilidade do PNRVT, desafiando a comunidade escolar a realizar pequenos filmes sobre o tema «Parque Natural Regional do Vale do Tua – recursos naturais e patrimoniais: proteger e valorizar».

O concurso ‘Festi - Vale do Tua’, que se enquadra na esfera da educação ambiental do PNRVT, foi aberto a todos os estudantes do 3º ciclo do ensino básico ou ensino secundário dos agrupamentos de escolas de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, os cinco concelhos que integram o Vale do Tua. Dos 22 microfilmes a concurso no ‘Festi-Vale do Tua’ dez chegaram à pré-final e, na gala final, foram anunciados os três vencedores: Ana Delfim com o vídeo ‘Vale do Tua – Um Tesouro a Descobrir’ do Agrupamento de Escolas de Vila Flor (1º lugar); Joana Martinho com o vídeo ‘A Tua Viagem’ do Agrupamento de Escolas de Murça (2º lugar); e um grupo de 13 estudantes do Curso Profissional Técnico Desenho Digital 3D com o vídeo ‘Tua – Um novo parque a explorar’ do Agrupamento de Escolas de Alijó. Aos três vencedores, foi-lhes atribuído um prémio monetário, na forma de cheque FNAC, nomeadamente 1º prémio no valor de 1.000 euros, 2º prémio de 750 euros e o 3º prémio no valor de 500 euros. O Agrupamento de Escolas de Vila Flor foi igualmente premiado com um cheque FNAC no valor de 1.000 euros, uma vez que o vídeo vencedor foi atribuído a uma estudante deste agrupamento. No final da gala de entrega de prémios, Artur Cascarejo, diretor do PNRVT, mostrou-se bastante satisfeito pela adesão das escolas e dos alunos a esta iniciativa, que excedeu as suas melhores expectativas, por isso aproveitou para prestar uma palavra de agradecimento aos alunos, aos professores e às direções das escolas, bem como aos municípios que se envolveram e tornaram esta iniciativa “um verdadeiro sucesso”. Na componente mais lúdica e de competição, Artur Cascarejo considera vencedores, todos os que participaram, porque integraram a iniciativa com a pureza da juventude, desenvolvendo a sua criatividade, apresentando “resultados surpreendentes. Recordo que este projeto decorre durante dois anos, assim sendo na próxima fase, prevê-se o desenvolvimento de materiais pedagógicos sobre bioPORTUGAL EM DESTAQUE | 99


diversidade e educação ambiental. Estes conteúdos, incluindo os microfilmes apresentados pelos concorrentes, vão servir de mote para a realização de encontros/mostras com a comunidade, no sentido de dar a conhecer o trabalho dos alunos, porque ao educar os jovens estamos a garantir o nosso futuro e a fazer com que participem neste projeto de desenvolvimento integrado do Vale do Tua”, esclarece o diretor do PNRVT. Verdadeiros tesouros a descobrir Em apenas quatro anos, o PNRVT aderiu às áreas protegidas e à marca natural.pt., ao mesmo tempo que desenhou um plano de desenvolvimento consubstanciado na promoção da natureza e biodiversidade e no turismo sustentável. No campo da promoção da natureza e da biodiversidade, a oferta do PNRVT disponibiliza um conjunto de micro-reservas, onde se encontram os habitats mais emblemáticos do Vale do Tua, assim como as espécies da flora e da fauna com mais interesse do ponto de vista da conservação. Ainda nesta área, destacamos a utilização de morcegos para combater as pragas agrícolas na vinha, no olival e no sobreiral, através de uma candidatura ao fundo ambiental no valor de 200 mil euros. “No domínio do turismo sustentável, apostamos numa Rede de Percursos Pedestres do Parque Natural Regional do Vale do Tua, estes percursos pretendem promover a prática de desporto, vida saudável e o aproveitamento da biodiversidade, mas também da promoção do turismo sustentável, sobretudo para dinamizar a restauração e o alojamento, dinamizar a economia regional, bem como as aldeias ribeirinhas”, sublinha Artur Cascarejo. Paralelamente foi criada a Rota do Património, a Rota dos Miradouros e dos Museus, bem como um conjunto de material promocional sobre o alojamento e restauração em cada um dos cinco municípios, que permita ao turista ser ‘seduzido’ a conhecer o território de uma forma plena, porque “para conhecer o Vale do Tua, tem de o sentir, 100 | PORTUGAL EM DESTAQUE

ARTUR CASCAREJO

visitar e experienciar”. Artur Cascarejo evidencia ainda, a criação do Guia da Natureza, uma publicação que visa atingir dois objetivos, que se complementam, no sentido de dar a conhecer e promover o território do Vale do Tua: por um lado, a aposta na biodiversidade e nas potencialidades do Património Natural; por outro lado, promover os fatores distintivos de cada um dos cinco municípios que fazem parte do PNRVT. Em síntese, “queremos que o Turismo de Natureza possa constituir-se como um complemento às atividades económicas tradicionais, de cariz marcadamente agroalimentar, ajudando a promover o desenvolvimento local”, realça. O passo seguinte é

a constituição de cinco portas de entrada do Vale do Tua, uma por concelho, que representam pequenos núcleos de promoção com soluções interativas e conteúdos audiovisuais para explicar ao turista o que é e o que pode visitar no Parque Natural Regional do Vale do Tua. “O objetivo é que o turista, através de uma porta de entrada, se sinta estimulado a conhecer as restantes, bem como todo o território e as suas singularidades”, realça, lembrando que as portas de entrada resultam de uma candidatura ao programa ‘Valorizar’, cujo financiamento ronda os 400 mil euros. Homem de causas e projetos, Artur Cascarejo sente e vive o PNRVT, desde o início, com grande paixão, por isso revela também como desiderato a afirmação e valorização da marca TUA ligando-a à marca DOURO, permitindo uma oferta integrada e de excelência.


Vale do Tua: um novo paradigma O PNRVT nasceu em 2013, no seio da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT), na sequência da decisão do Estado Português de construir o Aproveitamento Hidroelétrico do Vale do Tua. Os cinco municípios abrangidos (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor) decidiram transformar esta realidade numa oportunidade e garantir que as soluções apresentadas resultariam numa mais-valia efetiva para o desenvolvimento local. A união dos autarcas dos cinco municípios foi determinante para este novo paradigma na concretização das

contrapartidas financeiras associadas à construção de barragens, garantindo uma distribuição equitativa das mesmas para os seus territórios, no âmbito deste projeto supramunicipal. “O intuito passa por mostrar que existe uma oferta turística no Vale do Tua, que está apostada em reunir sinergias, estabelecer parcerias estratégicas, para se apresentar no mercado, de forma organizada, estruturada e sustentada”. Nesse sentido foi desenhado um plano de atividades que assenta em vários projetos âncora que, no seu conjunto, pretendem servir as populações, dar um novo impulso na dinamização da economia local e, por conseguinte, gerar emprego e riqueza, proteger e conservar os valores naturais e promover os cinco concelhos de forma integrada e sustentada, apostando no turismo e na valorização dos recursos locais. Os grandes eixos são o Emprego e Empreendedorismo, Recuperação do Património, Centro Interpretativo do Vale do Tua, Plano de Mobilidade e, claro, o Parque Natural Regional do Vale do Tua. O programa de Apoio ao Empreendedorismo, com um investimento de 1.7 milhões de euros, assume o desenvolvimento da capacidade empreendedora local, aposta na formação dos agentes locais, aumento da taxa de sobrevivência das empresas, fixação das populações e a melhoria das condições de vida. Na esfera da Reabilitação e Valorização de Património Cultural, com base num protocolo assinado em 2013 entre a EDP, a ADRVT e a Direção Regional de Cultura do Norte foram financiadas um conjunto de ações de reabilitação e valorização de património cultural localizado nos cinco municípios do Vale do Tua, no valor de 1.5 milhões de euros, visando a preservação, recuperação e valorização, apostando no turismo cultural e religioso, mas também a publicação de dois livros: ‘A Linha do Tua’ e o

‘Estudo Histórico e Etnológico do Vale do Tua’, que constitui o primeiro livro supramunicipal sobre a história e a ideia do novo território – o TUA. Por outro lado, “o investimento de 2.2 milhões de euros no Centro Interpretativo do Vale do Tua, representa a concretização de um dos grandes eixos do projeto, constituindo um lugar de preservação, memória e valorização. A temática abordada foi a Linha do Tua, o Vale e a Barragem, criando a ligação entre o território, as suas gentes, o caminho de ferro e a barragem”. Já o Plano de Mobilidade pretende responder a dois tipos de procura diferenciados, ou seja mobilidade quotidiana e turística, representa um investimento total de 15 milhões de euros, e patenteia um programa multimodal, que engloba autocarro, barco e comboio. Integra a recuperação do troço entre Brunheda e a Estação Ferroviária de Mirandela, para que “o comboio volte a apitar na linha do Tua”. Este projeto é o motor que vai impulsionar todo o desenvolvimento do território, garantir dinâmica económica, bem como captar mais de 100 mil turistas, refere Artur Cascarejo, sublinhando “estamos a fazer história no território”. A criação do Parque Natural Regional do Vale do Tua, o único parque natural regional do país, é uma classificação que garante a autonomia desta entidade. E o único caso no país em que um organismo está diretamente associado à concessão para explorar o Aproveitamento Hidroelétrico de Foz-Tua, concessionado à EDP por 75 anos. “Dessa exploração, três por cento revertem para um fundo ambiental a gerir pelo Estado. Com a criação do PNRVT, 75 por cento desta verba é atribuída à criação e gestão do parque,

ou seja, fica no território”, salienta Artur Cascarejo, aludindo que o parque ainda pode apresentar projetos e candidaturas aos restantes 25 por cento. De referir também que o PNRVT é a única das medidas compensatórias que acompanha a totalidade da existência da barragem e da concessão, tendo estruturado um plano de atividades para os primeiros 12 anos, que assenta na promoção da biodiversidade e do turismo sustentável, com financiamento no valor de 7.5 milhões de euros. O sucesso do Vale do Tua depende da articulação e complementaridade entre estes cinco pilares: Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT); Reabilitação e Valorização do Património Cultural; Apoio ao Empreendedorismo; Plano de Mobilidade (turística e quotidiana); e PNRVT. Depende também da capacidade do território se manter unido e coeso na defesa das suas vantagens competitivas num mundo cada vez mais incerto e inseguro. “Temos que ser capazes de proporcionar a quem nos visita experiências únicas e singulares. Verdadeiramente é isto que importa, é isto que nos apaixona, é isto que este projeto é: único e singular!”. PORTUGAL EM DESTAQUE | 101


FEIRA FRANCA, PORCA DE MURÇA

A primeira edição da Feira Franca -- Porca de Murça realizou-se entre 5 e 6 de maio para promover e divulgar o azeite, vinho e castanha, sector que representa 8,6 milhões de euros para a economia local. Organizada pelo Município de Murça, a Feira Franca constitui uma homenagem ao monumento ex-libris do concelho, a Porca de Murça, e uma forma de promover os produtos regionais, valorizar as atividades económicas e atrair visitantes ao concelho. O evento teve lugar no parque desportivo da vila e o programa incluiu recriações históricas sobre os doces conventuais e a desmancha do porco, a confeção de rojões no pote e a apresentação de vinhos brancos e azeites. Pelo recinto espalharam-se cerca de 70 expositores dos produtores locais, também de artesanato, maquinaria agrícola, associações e instituições. Durante o certame decorreu também um roteiro gastronómico, onde 10 restaurantes

locais serviram à mesa os “saberes e sabores” da região. O presidente da Câmara, Mário Artur Lopes realçou que apesar das novidades, a essência da feira continua e passa por promover os produtos locais. Estas foram as palavras do autarca após a visita ao recinto da feira na companhia de Fernando Freire de Sousa, presidente da CCDR-n, do executivo municipal e dos diversos convidados e personalidades, entre os quais vários autarcas, que fizeram questão de marcar presença.

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AZEITES COM IDENTIDADE SINGULAR Fundada em 1956, a Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça (CAOM) é uma instituição com grande riqueza histórica, enquadrada numa das mais tradicionais e prestigiadas regiões da olivicultura nacional.

COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS OLIVICULTORES DE MURÇA Com um universo de 1100 associados, a área de influência da CAOM restringe-se unicamente ao concelho de Murça, terroir com características singulares do qual resulta “um azeite completamente diferente, provavelmente o mais genuíno dos azeites de Trás-os-Montes”. A estratégia da atual direção tem passado pela criação de uma identidade própria da instituição aliando história e cultura para conseguir promover os seus produtos no mercado interno e externo. A CAOM tem procurado valorizar a riqueza cultural inerente ao cultivo da oliveira e do azeite e a construção de um núcleo museológico permitiu valorizar o desenvolvimento local ancorado no turismo e perpetuar toda uma identidade e um legado. A aposta desta direção é através do azeite promover Murça e, nesse sentido, lançou o Azeite Milhões, uma edição limitada que presta homenagem ao herói da Primeira Guerra Mundial, Aníbal Augusto Milhais. Este “azeite com história” assinala o centenário da Batalha de La Lys e o seu lançamento decorreu em França, na comuna de La Couture. Juntamente com a garrafa foi editado um livro que contém um texto inédito do escritor João Pinto Coelho, factos da história do soldado Milhões escritos pela neta Leonida Milhões e ilustrações da bisneta Mafalda Milhões. “Trata-se de um lote muito especial, criado a partir de azeitonas prove-

tradicional. Além disso, “produzimos também o azeite biológico da região do Douro e um lote monovarietal de Cordovil”, revela. Francisco Vilela sublinha que mais de 20 por cento da produção destina-se ao mercado externo, nomeadamente para o mercado da saudade, mas também Canadá, Brasil, Angola, Alemanha e países nórdicos. Nos últimos anos, a CAOM tem obtido diversas medalhas de ouro, nomeadamente no Olivinus na Argentina, no Concurso Internacional de Los Angeles e no Terra Olivo em Israel, principalmente com os lotes de Cordovil, mas também “com alguns dos nossos lotes de blend’s com as variedades Madural, Verdeal e Cordovil.

nientes de olivais centenários da terra do soldado herói”, salientou também que se trata de um produto genuinamente murcense. Azeites de excelência A aposta na qualidade tem norteado a atuação da CAOM ao longo do seu percurso permitindo o reconhecimento dos seus azeites tanto no mercado nacional como internacional. No mercado tem três marcas: Azeite Porca de Murça, a gama premium; Azeite Senhor de Murça, a gama de restauração e o Azeite de Murça, a gama mais

Inovação e modernização A CAOM tem efetuado um conjunto de investimentos que visam a sua modernização, preservando assim a sua vertente pioneira, na qual Francisco Vilela destaca a valorização de um subproduto importante, ou seja o aproveitamento do bagaço para pellets” e, por outro lado, a política de “proximidade e transparência para com o cooperante”. Um exemplo está na “instalação de um laboratório de espectrofotometria, que indica no imediato o rendimento da azeitona de cada produtor”. É com este espírito empreendedor e inovador que a CAOM pretende continuar a fazer história a partir do concelho de Murça.

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APOSTA NA INOVAÇÃO E NO REFORÇO DA COMPETITIVIDADE A Adega Cooperativa de Murça está localizada na sub-região Cima Corgo, no seio da Região Demarcada do Douro, conta hoje com 750 associados com uma área de 1.000 hectares, assumindo a capacidade de produzir cerca de quatro milhões de litros. Após 55 anos de existência, a Adega de Murça continua a apostar na inovação e no reforço da competitividade, uma filosofia que transmitiu também a todos quantos visitaram a 1ª edição da Feira Franca – Porca de Murça. ADEGA COOPERATIVA DE MURÇA Fundada em 1963 por um pequeno grupo de vitivinicultores, a Adega Cooperativa de Murça está integrada na Região Demarcada do Douro e conta hoje com cerca de 750 cooperantes. O seu emblema, a conhecida Porca de Murça, esculpida num monólito granítico, é símbolo de fecundidade da região e também da força e crença dos homens que nela cultivam a vinha, desde há milhares de anos. A Adega Cooperativa de Murça produz vinhos com Denominação de Origem Controlada Douro com a marca “Caves de Murça”. Os 1.000 hectares de vinhas gozam de um clima mediterrânico caracterizado por verões quentes e secos e invernos suaves. Estes fatores, influentes na tipicidade dos vinhos, aliados ao forte empenho dos viticultores, têm consolidado a imagem do concelho de Murça como região produtora de grandes vinhos. Conjugando os métodos de vinificação dos seus antepassados com a moderna tecnologia instalada, esta adega continua a produzir vinhos com características ‘sui generis’, cujas qualidades vêm sendo reconhecidas com diversas distinções. “Os nossos produtos são conhecidos de norte a sul do país e também nas ilhas, por outro lado a nível internacional atuamos em nichos de mercado, designadamente França, Luxemburgo, Suíça, Angola, etc.”, sublinha António Augusto Ribeiro, presidente da direção da Adega Cooperativa de Murça, realçando que neste país africano o volume de vendas ultrapassa os 500 mil euros. No concelho, a Adega Cooperativa assume-se como uma referência económica dado que contribui decisivamente para a sua dinamização económica, mas também como uma 104 | PORTUGAL EM DESTAQUE


referência em termos sociais já que a sua atuação e intervenção está diretamente ligada à subsistência dos seus cooperantes, por isso mesmo “depois das uvas vinificadas, tentamos rentabilizar ao máximo o produto, aliando a qualidade a um preço competitivo”, salienta o nosso entrevistado, ao mesmo tempo que refere que a Adega Cooperativa tem a preocupação de vender o melhor possível e “pagar atempadamente aos associados”. A relação de confiança entre instituição e cooperantes exige uma gestão rigorosa e cuidada para o bem de todos. A dimensão social da adega não se esgota por aqui, isto porque também se assume como uma entidade criadora de postos de trabalho, que neste momento conta com 21 colaboradores, embora este número possa quase que duplicar aquando da campanha das vindimas. Qualidade e diversidade Com um portfólio vasto e diversificado, a Adega Cooperativa de Murça tem ao dispor dos seus clientes e consumidores uma panóplia de produtos que vão desde Vinhos do Porto elegantes, de estilo clássico com maturidade e frescura, criado para os múltiplos apreciadores deste estilo, cuja gama é composta por White, Tawny, Porto 10 anos e Vintage 2007. Este último proveniente de uma colheita excecional com características de sabor, aroma e cor únicas. Gama de referência em vinhos DOC do Douro, composta por Branco e Tinto, e o Reserva Tinto, todos vinificados com uvas selecionadas a partir das castas nobres da Região Demarcada do Douro é outra opção com carácter bem marcado que refletem a riqueza e qualidade da região. Depois de um sucesso assinalável, surge a nova imagem dos espumantes Caves de Murça. Ao saber fazer, junta-se uma imagem moderna e novas variedades, com uma opção para cada momento especial: Caves de Murça Branco (Bruto), Caves de Murça Branco (Meio-Seco) e Caves de Murça Rosé (Meio-Seco). A Aguardente Bagaceira, os Vinhos Frisantes Branco e Rosé, os Vinhos de Mesa nas embalagens de 0,250L, 0,375L, 0, 750L e bag-in-box completam este conceituado portfólio. António Augusto Ribeiro lembra no entanto que a Adega Cooperativa de Murça não raras vezes lança edições especiais limitadas como o Milhões, uma edição de 100 garrafas comemorativas do centenário da Batalha de La Lys e do Soldado Milhões. Outro exemplo é indubitavelmente o Foral de Murça. Com a intenção de assinalar os 792 anos da atribuição do primeiro Foral

a Murça, passado pelo Rei D. Sancho II, a Adega Cooperativa lançou uma nova marca de vinho, o Foral da Murça. Este vinho tinto é o resultado da junção feliz de topografia, o clima, a natureza dos solos, a variedade das castas e o “saber fazer” dos homens. “O lançamento decorreu numa cerimónia no Largo do Pelourinho em Murça, com uma representação histórica da atribuição da Carta de Foral por D. Sancho II a Murça”,esclarece o presidente da direção, referindo que o vinho sai para o mercado na tradicional garrafa de 75cl e também numa versão magnum, ambas em caixa de madeira e, mais recentemente, numa caixa cartonada com duas garrafas, com uma imagem apelativa para ser uma oferta ou lembrança. De acordo com António Augusto Ribeiro, é um portfólio simples, mas bastante variado

no sentido de ir ao encontro do gosto e exigências dos mais diversos clientes. De resto, este é um portfólio onde sobressai sempre a palavra Murça, porque Murça é conhecida pelo seu ex-libris, a Porca de Murça, mas também pelos seus produtos endógenos, a Adega acaba por ser uma embaixadora do concelho e da qualidade dos vinhos da região. Potenciar e inovar a marca A inovação marca o ritmo dos dias de hoje e a Adega Cooperativa de Murça tem sabido seguir este trilho, no sentido de ir ao encontro dos gostos e exigências dos seus clientes. Atualmente, os vinhos de mesa PORTUGAL EM DESTAQUE | 105


são o produto mais vendido, ultrapassando os 2,5 milhões de litros engarrafados. Por outro lado, o chamado vinho generoso é vendido a granel e será comercializado pelas casas exportadoras do Vinho do Porto, já que este não é o principal foco e produto de comercialização. No entanto, um dos objetivos traçados pela instituição até 2020 passa por ultrapassar a fasquia de 25 por cento de faturação com a marca “Caves de Murça” para ir ao encontro do nosso Plano Estratégico (Visão, Missão e Política da Qualidade), diversificando assim cada vez mais o volume de vendas. O binómio qualidade/preço é a chave para o sucesso e para a crescente procura por parte dos consumidores. Contudo, o trabalho comercial, a proximidade ao cliente e a relação de confiança estabelecida tem permitido cada vez mais a sua fidelização. Certificação de qualidade A Adega Cooperativa de Murça, numa perspetiva de melhoria contínua, mantém desde 2005 a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade, atualmente pelo referencial NP EN ISO 9001:2015. Anualmente, a Adega Cooperativa de Murça é submetida a auditorias da qualidade interna e externa e, a cada três anos, submetida a auditoria externa de renovação do sistema de gestão da qualidade. A implementação

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e manutenção do sistema HACCP, para além de um requisito legal, é encarada pela Adega Cooperativa de Murça como uma ferramenta de análise e prevenção. Com as atuais instalações, adaptadas aos novos desafios do mercado e a certificação obtida, a direção da Adega de Murça procura adotar uma cultura empresarial criativa, visando antecipar as tendências de mercado e projetar esta Adega como grande pólo de dinamização da atividade económica do concelho de Murça.

Confiança e Sustentabilidade António Augusto Ribeiro está na Adega desde 2005, altura em que a Adega estava a passar uma fase menos boa, mas a sua perseverança e resiliência, bem como das suas equipas, fez com que um novo rumo se iniciasse. O presidente lembrou que a eficácia da gestão tem assentado na determinação e na dedicação, considerando os associados da Adega os grandes protagonistas que contribuíram para a recuperação financeira, para uma nova imagem da adega e a qualidade dos seus vinhos. “Nos últimos anos, a Adega Cooperativa de Murça tem vindo a encetar um grande plano de recuperação económica, sendo agora um grande polo de dinamização da atividade económica do concelho. A instituição quer continuar a trilhar um caminho de sustentabilidade e afirmar a cooperativa como uma referência no setor vitivinícola nacional”, realça o presidente da instituição.


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MADEIRA A Madeira tem um cenário de cortar a respiração, vegetação exuberante, espantosas paisagens montanhosas, as passagens incomparáveis da Levada, que cobrem grande parte da ilha, e uma população acolhedora. Além disso, oferece-lhe o mais maravilhoso e saudável clima que poderia desejar! Apenas a 1h30 de avião, a partir de Lisboa, encontrará, no arquipélago da Madeira, um verdadeiro paraíso para retemperar energias e viver experiências únicas. Venha restabelecer se e leve a família para este arquipélago encantado, que mais não é do que uma fonte inesgotável de diversão! A ilha da Madeira constitui um local único, aqui tão perto, onde a paisagem, a cultura, a gastronomia, os eventos, a vida noturna, os parques e os jardins constituem os cenários ideais para uma descontração e uma revitalização indispensáveis à manutenção de uma mente sã. A ilha da Madeira é considerada um dos mais belos destinos de férias da Europa, onde milhares de turistas anseiam regressar todos os anos. Além do excelente clima durante os 12 meses e da riquíssima fauna e flora, também é um local onde praticamente não existe criminalidade, sendo um dos destinos de férias mais seguros do mundo. Com a capital no encantador Funchal, aqui parece ser sempre primavera. A sua amena água do mar e a verdejante vegetação faz desta ilha um destino turístico de eleição durante todo o ano. A Floresta Laurissilva, classificada pela UNESCO como Património Mundial Natural, oferece paisagens sem igual, podendo se embarcar na aventura das “levadas”, antigos caminhos de água que facilitavam a irrigação de tão acidentados terrenos, e que, hoje em dia, constituem a melhor das formas de conhecer este património natural e o âmago da ilha da Madeira.

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“FAZEMOS A DINAMIZAÇÃO DAQUILO QUE A MADEIRA TEM DE MELHOR” A Portugal em Destaque esteve à conversa com Paula Jardim Duarte, presidente do Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, e ficou a conhecer mais sobre esse organismo que define, coordena, regula e executa políticas de valorização e preservação destes produtos, verdadeiros embaixadores da ilha além-fronteiras.

PAULA JARDIM DUARTE

INSTITUTO DO VINHO, DO BORDADO E DO ARTESANATO DA MADEIRA

Foi em julho de 2006 que o Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM) nasceu, da fusão do Instituto do Vinho da Madeira com o Instituto do Bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira. Paula Jardim Duarte, na presidência desta instituição há cerca de um ano e meio, revela-nos as principais funções deste organismo tão fundamental na ‘Pérola do Atlântico’: “o IVBAM destaca-se por ser a entidade emissora do certificado de qualidade para o Bordado e o Vinho Madeira. Para tal, regulamos tudo o que diz respeito ao controlo e certificação destas atividades”, explica. Vinho Madeira – Produto DOP Com quase seis séculos de história, e com forte cariz de internacionalização, que passa pelas mais diversificadas rotas de exportação, o Vinho Madeira tem Denominação de Origem Protegida, o que obriga a um controlo de produção desde a plantação até ao produto final. De forma a garantir que todas as especificações sejam cumpridas, todo o vinho passa pelo crivo do IVBAM. “As nossas funções, para além de legislarmos e fazermos cumprir as normas europeias relativas a este setor como por exemplo a obrigatoriedade de comunicação ao Instituto do arranque definitivo, plantação

e abandono da vinha , também presta o apoio técnico na melhoria das boas práticas da cultura, assim como no apoio à decisão da data de vindima”, salienta a presidente Paula Jardim Duarte. “A comercialização do Vinho Madeira obriga à sua certificação DOP o que implica o controlo dos parâmetros físico-químicos executados no laboratório do IVBAM e prova organolética através da câmara de provadores. Tem ainda, como função a análise e aprovação da rotulagem a ser utilizada nos vinhos de acordo com as normas que lhe são aplicáveis”, refere. Bordado Madeira – um produto de luxo Reconhecido pela sua qualidade, ninguém fica indiferente ao Bordado Madeira. Todo ele passa também pelo IVBAM, entidade que o certifica: “verificamos a qualidade tanto do bordado como da matéria-prima. Após comprovar que há o cumprimento de todas as regras relativas ao Bordado, é-lhe aplicado um certificado de qualidade materializado num selo com holograma”, explica Paula Jardim Duarte, acrescentando que “o Bordado Madeira exige anos


de experiência às bordadeiras, que executam um trabalho exímio tendo em conta as dificuldades inerentes a um ofício manual. Se não reúne as condições de qualidade são devolvidas pelo Instituto, ao Industrial do Bordado sem certificação. É uma arte que vai passando de mães para filhas, de avós para netas e assim sucessivamente. Falamos de um trabalho com muito valor, de um produto que se insere num mercado de luxo. É uma arte muito específica”. Aposta na promoção Outra das principais funções do IVBAM prende-se com a promoção dos vários produtos. No que ao Vinho Madeira diz respeito, e embora este seja já conhecido além-fronteipara lamentar que em Portugal Continental existam poucos pontos de venda de Bordado Madeira. Segundo a presidente, tal deve-se ao facto de os industriais estarem historicamente mais virados para a exportação para outros países do continente europeu e americano, com mais tradição no consumo do setor têxtil. Esta situação, no entanto, está a ser alvo da atenção por parte do Instituto que, com vista a elevar a imagem do Bordado Madeira e difundir ao máximo este produto artesanal de grande prestígio, luxo e qualidade no mercado nacional, está, entre outros, a desenvolver um projeto com o estilista Filipe Faísca, no sentido do Bordado da Madeira ter uma presença vincada nos eventos de moda nacionais através de coleções subordinada ao tema do Bordado Madeira. Tem sido uma, inclusive, já apresentada em março na Moda Lisboa, revelando-se um sucesso.

ras, são várias as ações que têm sido levadas a cabo para levar ainda mais longe este produto embaixador da ilha da Madeira. Exemplos disso são os vários eventos que têm sido desenvolvidos em cidades Europeias, como Paris e Londres, aos quais se seguirão países fora da EU como Japão e EUA: “é do nosso interesse que as empresas do setor levem os seus produtos mais além, para que sejam cada vez mais conhecidos e com presença ativa nos mercados internacionais”, reconhece a presidente Paula Jardim. No que ao Bordado Madeira diz respeito, a próxima aposta de promoção terá lugar em Veneza, Itália, numa exposição que reunirá os exemplares dos produtos de luxo do setor. Paula Jardim Duarte aproveita ainda

“Estamos no meio do oceano Atlântico, com um conjunto de produtos de alto valor pretendendo-se levar pelo mundo fora, dinamizando o que temos de bom”, conclui. O Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira possui ainda um núcleo museológico com vista a dar a conhecer aos madeirenses e aos seus visitantes algumas das mais importantes obras artesanais regionais, bem como a sua evolução ao longo dos tempos. Das coleções que possui, destaca-se para um conjunto de peças de embutidos de madeira, produzidos em meados do século XX, as coleções de vimes e tapeçarias e coleções de Bordado Madeira que vão da segunda metade do século XIX ao bordado contemporâneo.

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A FREGUESIA MAIS POPULOSA DA MADEIRA Santo António é uma das dez freguesias do concelho do Funchal, tem cerca de 28.000 habitantes e uma área de 22 km2. “Cresce pela montanha fora, tem uma parte baixa que é a mais recente em termos urbanísticos e é onde se concentra os imóveis mais atuais”. Quem o afirma é Rui Santos, presidente da Junta de Freguesia de Santo António, que esteve à conversa com a Portugal em Destaque. JUNTA DE FREGUESIA DE SANTO ANTÓNIO

A verdadeira história da freguesia faz-se nas encostas e caracteriza-se por ser uma das cinco freguesias suburbanas do concelho do Funchal. Outrora dedicada à agricultura, hoje em dia concerne muitos habitantes que estiveram ligados à construção civil. Numa altura em que o país atravessou uma grave crise, as mesmas ficaram desempregadas, o que faz com que, nos dias de hoje, a freguesia tenha “um grande índice de população desempregada”. RUI SANTOS

“As pessoas estão sempre em primeiro lugar” O trabalho deste Executivo centra-se, diariamente, no bem-estar da população, sempre com foco na parte social, “para colmatar as dificuldades financeiras das famílias”, ajudando-as com as faturas da água, eletricidade, gás e farmácia. No caso das crianças, pagam o material escolar a alunos do 1ºciclo e para o ensino superior “criamos uma bolsa de estudo para apoiar 45 alunos”. No que diz respeito à requalificação das habitações apoiam com material destinado à execução de pequenos restauros. Para o bem-estar das pessoas e para garantir uma melhor acessibilidade das suas moradias também é necessário a manutenção e limpeza dos 67 km de becos e veredas. Esta tarefa é assegurada pela Junta de Freguesia ao longo de todo o ano. Esta tem a preocupação de dinamizar atividades e eventos ao longo do ano. Comemoram o Carnaval das creches e jardins de infância, em que as crianças são levadas a realizar uma atividade própria da data: têm ainda a comemoração do dia da criança, “onde vamos ao campo do Marítimo ou ao campo do Andorinha”. Contam com 1.500 crianças. Comemoram ainda o dia da mulher e a semana do idoso e realizam um piquenique anual destinado às famílias da freguesia que conta com a participação de cera de 800 pessoas. Têm também várias formações em diversas áreas, nomeadamente em línguas como inglês, alemão e espanhol, informática, pintura de tecidos e corte e costura.

Ainda apostam no ensino às pessoas mais idosas que sofrem de iliteracia. Como complemento a estas formações, e ainda como ocupação dos tempos livres da população, a Junta tem um ginásio ao dispor onde são ministradas aulas de zumba, hapkido e karaté à noite, funcionando esse espaço durante o dia de apoio aos munícipes da freguesia com mais de 55 anos, com aulas de ginástica. Cinco paróquias, cinco santos, cinco festas Santo Amaro, Graça, Santo António, Visitação e Álamos são as festas que a freguesia acolhe, principalmente, no mês de junho. Mas a grande festa é a do Santo Padroeiro da Freguesia, o Santo António, que conta com “um desfile concurso de marchas populares que já vai na 21ª edição onde premiamos as melhores marchas e damos um prémio de participação a todas para incentivar a participação e a qualidade”, explica. Promover o turismo Para dar a conhecer pormenorizadamente Santo António, a Junta decidiu criar um roteiro turístico em parceria com a Casa do Povo de Santo António. Para além da promoção através dos flyers, estará disponível uma aplicação informática, “que permitirá que as pessoas tenham destaque dos pontos principais da nossa freguesia, os melhores restaurantes e também os negócios que se queiram associar ao projeto”, avança o presidente. “Convido todos a visitarem a Madeira e não se esqueçam de passar nos pontos bonitos que a nossa freguesia tem, como é o caso do Miradouro do Pico dos Barcelos, o novo Miradouro do Paredão, as capelas antigas, os fontanários históricos, a Torre do Capitão e o Jardim das Madalenas. Visitem os nossos espaços comerciais, a biblioteca e o arquivo regional e as piscinas olímpicas da Madeira. Temos muito para oferecer e somos capazes de proporcionar um dia interessante aos nossos visitantes”, conclui Rui Santos.

Caminho das Romeiras, nº 10, 12 e 14 • 9020-117 Funchal • Telefone:291 709 400 • E-mail:jfsantonio@sapo.pt • www.jf-santoantonio.pt

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MEL DE CANA, UM PRODUTO 100% NATURAL Não tem aditivos, corantes, nem conservantes. Tem um processo muito próprio a nível de produção e é um dos produtos regionais mais procurados. Adivinha o que é? Sim, é o famoso mel de cana feito a partir da cana de açúcar. Estivemos à conversa com João Carlos Melim, sócio-gerente da Fábrica do Ribeiro Sêco, que nos falou da magia de todo o processo até chegar ao produto final. FÁBRICA DO RIBEIRO SÊCO

Na fábrica têm uma amostra de cana de açúcar para quem os visita, uma forma das pessoas perceberem como é a planta da cana e as respetivas características. Na grande maioria, a cana de açúcar é adquirida aos produtores e alguns fazem a entrega da cana há 50/60 anos, porque vai passando de geração em geração.

JOÃO CARLOS MELIM

mantêm a fórmula, “com algumas melhorias de equipamentos”. O ‘bichinho’ da cana de açúcar ficou enraizado de geração em geração. Juntamente com as irmãs e cunhados, João Carlos Melim assumiu a gerência após o falecimento do seu pai.

Fundada em 1883 pelas mãos de Aloísio de Bettencourt, a Fábrica do Ribeiro Sêco começou por produzir aguardente, vinagre de vinho, sumo de uva, vinho azedo e, posteriormente, sumo de maracujá. Em 1927 saiu uma lei que proibia a produção de aguardente de cana de açúcar e todo o equipamento que tinham foi automaticamente apreendido. Em 1932, Luís Vogado Bettencourt, filho do fundador, “decidiu apostar numa fórmula do mel de cana”. Já em 1935, iniciaram a produção e ainda hoje 114 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Mas como surge a cana de açúcar na Madeira? “Segundo a história, o cultivo da cana de açúcar foi implementado na Ilha da Madeira em 1425, oriunda da Sicília. O primeiro terreno cultivado foi em frente à Sé Catedral. Ao longo dos tempos, viram que era uma planta que se adaptava bem às características do solo e clima da Madeira. Com isto, foi-se desenvolvendo e na década de 50 tínhamos aqui um produto que era considerado o ‘ouro branco’, ou seja, o açúcar que era extraído em grande quantidade”, explica.

O processo detalhado Com uma produção que consideram ser única a nível mundial, apostam num processo que dizem ser “muito da sua génese”. Tudo começa com a entrada da cana de açúcar nos engenhos (moinhos), onde é triturada e é extraído um sumo, que se chama guarapa. É feita uma filtração, de seguida uma cozedura nos clarificadores e novamente uma filtração. Todo este processo leva entre 21 a 23 horas que vai dependendo da qualidade da cana de açúcar que vão recebendo. “De ano para ano, o método de produção varia e temos de estar sempre atentos”, afirma João Melim. Para os mais curiosos, a colheita da cana de açúcar é feita uma vez por ano, por norma


fazem estes derivados com qualidade”, refere João Melim.

entre março e maio. Quando ultrapassa esse período de tempo, a qualidade da cana torna-se inferior “no seu estado de maturação”. Para este ano e numa época em que estão em produção 24 sob 24 horas, estima-se uma produção de 90 mil litros, na variante biológica e clássica. Nesta altura, o número de colaboradores aumenta de oito para 50. E há mais. Não se deixe enganar se pensa que existe apenas um tipo de cana de açúcar. No total estão implementadas na Madeira cerca de nove variedades. Há Fábrica do Ribeiro Sêco chegam, geralmente, sete a oito variedades. Na opinião de João Melim, existem umas que têm mais qualidade do que outras e isso reflete-se no próprio sabor. “Nós batizamos que a melhor era a madeirense”, acentua. Uma constante evolução Sem perderem a essência de um produto tão especial para a ilha, o sócio-gerente afirma que há cada vez mais a preocupação em se adaptarem e modernizarem-se ao longo do tempo. “É um investimento avultado, mas

pensamos não parar no tempo, nunca descurando a receita que já vem de 1935 e que mantemos até aos dias de hoje. Queremos manter sempre a qualidade do produto”, assegura. Versátil é a palavra que caracteriza o mel de cana. Isto tudo porque se liga na perfeição com outros produtos, “nos cereais, no iogurte, nos morangos como substituto do chantilly ou do açúcar branco, na batata doce, nos assados, entre outros. Basta a pessoa ter imaginação e saber aplicar na dose certa”, diz-nos o sócio gerente que teve a ousadia de lançar um livro onde criaram 62 receitas que tiveram como ingrediente predileto o mel de cana. Mas se falamos de um produto Madeira, falamos de tradição. Para isso, nada melhor do que destacar duas épocas “muito próprias e que estão enraizadas para o consumo de mel de cana: o Natal e o Carnaval”. A partir do mel de cana são feitos outros produtos, como é o caso da broa de mel, bolo de mel, dos bombons mel de cana, bombons bolo de mel e das compotas. “Isto tudo só é possível com parceiros regionais que nos

Simplicidade gera qualidade Apesar do processo ser bastante rigoroso e trabalhoso, a simplicidade define o mel de cana, tendo em conta a naturalidade com que é produzido. Assim, o mel assume determinadas características que o tornam único. “O nosso produto passa por uma produção que não leva aditivos nem conservantes, é 100 por cento natural. Depois, é rico em sais minerais e vitaminas e tem uma composição muito própria em magnésio e ferro”, assinala. Com o mesmo processo de fabrico mas com um sabor diferente, o mel de cana biológico apresenta uma composição que varia em relação ao mel clássico. O uso de mel de cana é recomendado para as pessoas que têm anemia face aos componentes benéficos, mas sempre em proporções moderadas. O mel que chega a diversos mercados A venda deste mel de cana já não se rege só a nível regional. É também presença obrigatória em Portugal Continental e na Ilha dos Açores, em lojas tradicionais e em hipermercados. No que diz respeito ao mercado internacional estão inseridos em Inglaterra, Suíça, Alemanha e França, “mais pontualmente, mas sempre com o objetivo de irmos mais além”. Prémio Great Taste Fruto do enorme esforço e vontade de fazerem mais e melhor, a empresa recebeu o galardão do prémio Great Taste. “Este prémio surgiu em Inglaterra, em 1974, e está em Portugal há dois anos. No ano passado, concorremos com o intuito de sabermos o potencial do produto a ser analisado por pessoas neutras e imparciais e ganhamos no mel de cana clássico duas estrelas”, avança João Melim. Com um objetivo promissor de continuar a oferecer o melhor mel de cana produzido na Madeira, a Fábrica do Ribeiro Sêco tem como perspetivas futuras “continuar com este projeto, já que este é um produto da génese da Ilha da Madeira”. João Carlos Melim acrescenta ainda que têm a ambição de cooperar com novos parceiros no exterior, face ao potencial do mel de cana. Desta forma, são procurados por muitos turistas, principalmente franceses, que vão em busca do produto, o que o sócio gerente considera uma porta aberta para “entrar nesses mercados e darmos a conhecer aquilo que fazemos”, conclui. PORTUGAL EM DESTAQUE | 115


DESDE 1969 A PROMOVER A SAÚDE NA MADEIRA O Laboratório Teixeira e Góis é um laboratório médico de análises clínicas, com médicos especialistas e técnicos qualificados, que pretende satisfazer, desde sempre, as necessidades dos seus utentes e médicos assistentes. LABORATÓRIO TEIXEIRA E GÓIS

Fundado em 1969 pelo doutor Teixeira Góis, o laboratório com o mesmo nome foi um dos primeiros laboratórios médicos na ilha da Madeira. Em entrevista à Portugal em Destaque, Joana Góis, administradora e neta do fundador, explica que tudo começou no local onde ainda hoje se localiza a sede da empresa e o posto de colheitas – Largo do Phelps, no Funchal. Ao longo do tempo, foram surgindo novas unidades de colheita, incluindo o Posto de Machico e novos segmentos de negócio em parceria com clínicas. Segundo a nossa entrevistada, só uma política de qualidade exigente, bem como os controlos internos e externos da qualidade justificam que o laboratório Teixeira e Góis continue a ser uma referência, quase 50 anos depois da sua fundação. “Temos como principal objetivo atingir a confiança do utente e do seu médico e tal só é possível garantindo a máxima qualidade no serviço. No nosso laboratório utilizamos os equipamentos mais modernos, aliados a técnicos altamente profissionais, que trabalham afincadamente para garantir rapidez, segurança e rigor nos resultados”, explica. É, aliás, essa rapidez que mais motiva elogios por parte dos utentes ao Laboratório Médico de Análises Clínicas Teixeira e Góis. “Como somos certificados pela APCER e IQNet por cumprimen-

Largo Phelps 21,1º, 9050-449 Funchal Email: geral@teixeiragois.pt • www.teixeiragois.com Telefone: 291228869 | Telemóvel: 91 23 01 791

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to da norma NP EN ISO 9001, desde 2008, procuramos realizar inquéritos de satisfação ao longo do ano, quer a utentes, quer a médicos prescritores. O que nos costumam elogiar é o nosso tempo de resposta, seja o tempo de espera para a colheita em si, seja da validação do resultado – quer presencialmente, quer por e-mail. Além disso, referem como muito positivo o acolhimento e a atenção que recebem por parte dos nossos técnicos”, acrescenta Joana Góis. Contando com uma equipa de 12 colaboradores, entre técnicos especializados em análises clínicas e dois médicos de Patologia Clínica, o Laboratório Teixeira e Góis atua nas valências de Bioquímica, Hematologia, Microbiologia, Endocrinologia, Alergologia, Imunologia e monitorização de fármacos e drogas. Paralelamente, é possível realizar colheitas ao domicílio, mediante marcação. O futuro, no Laboratório de Análises Clínicas Teixeira e Góis, passa por manter a máxima qualidade, garante Joana Góis. “Temos previstas novas parcerias e acordos, nomeadamente em áreas como a medicina desportiva e do trabalho. Mas o nosso principal projeto é de continuidade. Queremos manter sempre a qualidade, é o que nos distingue desde 1969”, conclui.


AVEIRO Aveiro capta a essência de um destino que esperaríamos ver num livro de viagens, com os seus moliceiros, lagoas naturais e uma elegante arquitetura do século XIX. É um local especial onde o antigo se conjuga com o moderno. Situado na sub-região do Baixo Vouga, entre o oceano Atlântico e as zonas montanhosas dos distritos contíguos, Aveiro exibe uma paisagem muito variada, caracterizada por uma longa costa arenosa, um bonito estuário e diversos parques e jardins. Conhecida como a “Veneza portuguesa”, Aveiro é tida como um dos destinos mais encantadores do país. Enquanto estiver na cidade não deixe de provar os divinais ovos moles, que são a especialidade da região. Pode ainda fazer um passeio de bicicleta nas chamadas BUGAS, percorrer o cintilante canal da cidade, as ruelas pitorescas e explorar algumas das atracões mais afastadas do centro. No que ao tecido empresarial diz respeito, predomina em Aveiro a indústria transformadora e o comércio, os quais registam 50 por cento e 32 por cento do volume de negócios da região, respetivamente. Destaca-se, ainda, o sector das pescas, cujo peso na economia nacional representa cerca de 19 por cento do total das vendas. Das atividades industriais de maior relevância destacam-se diversos sectores tradicionais, designadamente a metalomecânica, a indústria química, a madeira e a cortiça, entre outros. Contudo, é de referir também o surgimento, nos últimos anos, de sectores industriais produtores de bens de forte componente tecnológica e de vocação exportadora, facto a que não é alheio o impulso dado pela Universidade de Aveiro e pelos polos tecnológicos existentes no distrito.

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RECICLAMOS PAPEL EVITAMOS O ABATE DE 500 ÁRVORES POR DIA… Em 1936, José Correia do Couto e a esposa Maria Alves Pinto abriram um armazém de recolha de papel velho, no Porto. Foi o embrião do que é hoje a Fábrica de Papel da Lapa. FÁBRICA DE PAPEL DA LAPA Na década de 40 começaram a explorar uma pequena fábrica de papel em Gondesende, Esmoriz. Em 1958 compraram uma fábrica de papel ‘seco ao ar’ em S. Paio de Oleiros, que era propriedade da mãe de José Correia do Couto.Em 1966, fez-se a ampliação das instalações existentes e o investimento em maquinaria que permitiu secar o papel a vapor. Já em 1976, surgiu o arranque da máquina de canelar simples face. Em 1982, houve um novo investimento no alargamento da máquina, possibilitando começar a fabricar papel fluting para transformação em caixas de cartão canelado. De 1998 a 2000 deu-se um investimento nas melhores tecnologias disponíveis na área do ambiente, nomeadamente na implantação de novos tanques de armazenamento de água, sendo a primeira unidade do país a trabalhar em circuito fechado. 2001, novos desafios, novas apostas. Foi necessário melhorar a qualidade para poder ter um produto competitivo no mercado interno e externo. Ano em que lhe foi atribuído o prémio PME Excelência. 2005 recebem o galardão ‘Cliente Aplauso’, distinção conjunta da Escola de Gestão do Porto e do Millennium BCP. 2007 foi-lhe atribuído o prémio PME Líder, que se manteve até 2015. Em 2016 e 2017, foi-lhe atribuído o prémio PME Excelência. 2009 foi concedida a Licença Ambiental nº 307. Neste momento a empresa produz cerca de

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14.000 ton/ano. A Fábrica de Papel da Lapa é, atualmente, gerida pelos administradores Belmiro Rosas, Emília Couto, José Manuel Couto e Manuela Couto, coadjuvados pela geração seguinte, Saúl Couto e Sara Couto. Os seus principais concorrentes são os grandes grupos papeleiros europeus que ‘tabelam’ os preços da matéria-prima e do produto final (fluting). Neste momento, porque não tem havido exportações da Europa para a China de matérias-primas, elas desceram substancialmente, o que é bom a curto prazo, mas pode levar ao desaparecimento de pequenos recolhedores e virem a pagar a ‘fatura’ mais tarde. Dada a escassez de fluting no mercado em Espanha, França, etc., a sua principal concorrência vem da Turquia. Mas, como em todas as indústrias, apesar de estarem a atravessar um bom período, têm que estar preparados para enfrentar tempos menos bons a médio prazo.Muitas pequenas fábricas de papel que existiam no distrito de Aveiro, que não evoluíram, encerraram por problemas económicos e ou ambientais. Restam algumas e, por isso, a Lapa é a maior das mais pequenas e a mais pequena das maiores. Encaram o futuro com otimismo comedido, pois têm consciência do poderio dos grandes grupos papeleiros europeus. Lapa 3 A Lapa 3 é uma sociedade por quotas constituída por escritura publica de 7 de março de 1979, tendo como objetivo potencializar

o know how da família José Correia do Couto. A produção iniciou-se com a compra de uma máquina para o fabrico de pequenas séries de embalagens de cartão canelado sem impressão. Funcionava em instalações cedidas pela Fábrica de Papel da Lapa e com a construção de um pavilhão industrial, em terreno adquirido para o efeito em S. Paio de Oleiros, a empresa transferiu para as novas instalações todo o setor produtivo, permanecendo no Porto apenas um armazém de venda ao público. Em dezembro de 1997, foi concluído um projeto de investimento cuja principal finalidade foi a de dotar a empresa de meios físicos que permitiram manter a competitividade nos segmentos de mercado que elegeu como alvo. O aumento da capacidade instalada colocou novos desafios quer em termos de gestão de fluxos de produção, quer em termos de abordagem a clientes com grau de exigência superior. Em finais de 1998, aumentou-se o espaço fabril, criando três setores distintos: o de matéria prima, de fabrico e de produto acabado. Em 2003, 2004 e 2009, realizaram-se novos investimentos, que permitiram a entrada em funcionamento de novas máquinas para produzir especialmente as caixas de grandes dimensões. Pensam continuar a investir em tecnologia de ponta para melhor servir e reforçar a confiança que os clientes lhes têm depositado. “Embalamos o Futuro” continuará a ser a palavra de ordem para a satisfação total dos clientes.


FÁBRICA DE PAPEL PONTE REDONDA, S.A.

T. +351 227 330 | F.+351 227 330 801 geral@ponteredonda.com | www.ponteredonda.com Rua da Ponte Redonda N.º 2700 Silvalde Apartado 2 • 4501-851 ESPINHO PORTUGAL

(1848 - 2018)

A Fábrica de Papel Ponte Redonda, S.A. foi fundada em 1848 e está ligada à família actual proprietária, desde 1923. Com cerca de 130 colaboradores, as suas produções distribuem-se por: - Papéis para embalagem à base de reciclados, com gramagens entre 60 e 160Grs/m2 e larguras até 2,50m - Sacos de papel, unifolha ou multi-folhas para todo o tipo de utilizações - Impressão flexográfica até 6 cores - Saquetas para supermercado e mercados em geral - Papéis kraft crus ou brancos de várias referências - Papéis crepados crus ou brancos para cosedura de sacos ou protecção de acessórios - Rebobinagem, corte e guilhotinagem com fortes amplitudes - Bobinas ou placas de micro-canelado - Separadores e protectores para paletas

170 ANOS A LIDAR COM PAPEL

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“TEMOS DE ESTAR EM TODO O LADO” Localizada em Arada (Ovar), a JVPerfis foi constituída em fevereiro de 2013 e nasceu da experiência de Jorge Vilarinho no mercado da chapa e de produtos derivados. Com dedicação e muito trabalho, a empresa tem crescido de forma ativa e sustentada. JV PERFIS

JORGE VILARINHO

A qualidade do produto, a mão de obra qualificada e os produtos qualificados fazem parte da grandeza desta empresa. Com vista os mercados de armazenistas e grandes empreiteiros, a aposta é na formação e na qualidade. Com oito funcionários experientes no fabrico destes produtos, Jorge Vilarinho, dono da empresa, considera que ainda “é um problema encontrar mão de obra qualificada”. No entanto, são feitas “várias formações dentro da empresa, tanto e-learning como presenciais”, refere Fábio Maia, administrativo. A empresa que aposta na “constante inovação e na qualidade” vende material já acabado em que todo o produto é de “chapa perfilada” – conceito que se enquadra em estruturas, remodelação e construção de habitações. Quanto ao mercado em que se insere, Jorge Vilarinho conta que

trabalham “diretamente a nível nacional” e que por intermédio dos fornecedores já estão internacionalizados em países como “no Senegal, na Argélia, em Moçambique e em Angola”. Com elevados padrões de qualidade na resposta às necessidades dos clientes, é assim que a concorrência é contornada. “Contornamos a nossa concorrência sempre com a qualidade, que é a capacidade de resposta. Ou seja, a nossa clientela trabalha com Micro Zinco Z 140 Profiles e nós trabalhamos com Z 200, aguenta mais tempo e damos uma maior garantia ao nosso cliente”, explica Jorge Vilarinho. A qualidade revê-se, também, na capacidade de resposta no caso de existir algum problema: “Nós conseguimos fazer o rastreio desde a produção, é por isso que a empresa é certificada. Cada elemento aqui tem uma função e conseguimos fazer o rastreio nem que seja daqui a 20 ou 30 anos. Todo o perfil é marcado, todas as peças têm uma ordem de fabrico e através dessa ordem conseguimos saber a que horas foi fabricada, quem foi o fornecedor, a capacidade de zinco, a hora que saiu e para onde foi. Tem a informação toda guardada e detalhada. Cada um tem a sua função cá dentro, não podem falhar”, declara o dono da empresa. Para o futuro as expectativas são duas. Este ano, o objetivo é o de adquirir o estatuto de PME Líder. Mais à frente, daqui a cinco a seis anos, o projeto, como revela Jorge Vilarinho, é “chegar aos cinco milhões de euros. Começamos em 2013 com 521 mil (isto valores sem iva), em 2014 passamos a um milhão e 200 e, este ano, já vamos em 727 mil. Temos parceria com a Universidade do Porto para começar com novos artigos, temos de estar em todo o lado”, finaliza.

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UM PAPEL IMPORTANTE NO AMBIENTE E SOCIEDADE A Papeleira Coreboard S.A. é uma empresa sedeada em São Paio de Oleiros (Santa Maria da Feira) especializada na produção de papel para a indústria de tubos e cantoneiras de cartão, sendo a maior empresa de reciclagem de papel de Portugal ao contribuir com 6.000ton/mês para a economia circular nacional. A unidade está integrada num grupo de importantes transformadores a nível ibérico e mundial, entre os quais, a Spiralpack Manipulados de Papel, S.A., localizada na Trofa. PAPELEIRA COREBOARD S.A. Fundada em 1815 numa zona onde se desenvolveu um importante cluster do papel e embalagem, transforma diariamente 220 toneladas de papel reciclado, sendo um player importante no processo de reciclagem em Portugal, assegurando com naturalidade o respeito pelo meio ambiente e a execução das políticas de gestão ambiental definidas pela União Europeia.

Inicialmente a sua atividade estava orientada para a produção de papéis finos de escrita e de papel para cigarros, destinados principalmente a satisfazer encomendas locais de todo o distrito de Aveiro e Porto. Atualmente está direcionada para especialidades na área da embalagem compreendendo gramagens de 180 a 700 gr/m2, essencialmente nas seguintes gamas: Coreboard – papéis de altas gramagens destinados à produção de tubos, cantoneiras e aplicações similares.

CoreTissue –papéis direcionados para a fabricação e transformação de tissue. Recentemente a empresa viveu um importante processo de mudança estrutural e organizacional, tendo concluído um significativo investimento ao abrigo do programa Portugal 2020, assegurado pelo comprometimento de uma nova equipa de gestão e pela consequente mudança de mentalidades, percurso fundamental para ajudar a empresa a enfrentar os desafios que um posicionamento num mercado mundial acarreta. A unidade industrial comporta 75 colaboradores, assegurando a laboração contínua 24 horas por dia e sete dias por semana. Privilegia a formação e sensibilização dos seus colaboradores para o conhecimento das normas e métodos de gestão que cada um deve desempenhar. Tem o seu Sistema de Gestão Integrado implementado com a certificação em qualidade, ambiente e segurança. Hoje, após uma mudança profunda, a Papeleira afirma-se como uma empresa global proporcionando aos seus clientes uma qualidade e um serviço de excelência, garantidos por uma localização privilegiada que lhe permite a tão desejada expansão. A Papeleira, que exporta mais de 60 por cento da sua produção, procura continuar a crescer nos mercados onde já se encontra estabelecida e, ao mesmo tempo, começa a apostar em novos mercados da Ásia, África e América do Norte, Central e Latina. Estas medidas constam do seu Plano Estratégico, que está a ser cumprido com sucesso. É com otimismo que a empresa encara o futuro, apostando continuamente no crescimento e desenvolvimento da sua atividade e na consolidação da estratégia do investimento delineada, de forma a melhorar e garantir a sustentabilidade do crescimento, da qualidade, do ambiente e da segurança já alcançadas. PORTUGAL EM DESTAQUE | 121


MENTE SÃ, CORPO SÃO Situada no Bunheiro, a mais rural das quatro freguesias da Murtosa, em Aveiro, a Casa da Noquinhas tem um encanto e conforto únicos para lhe oferecer sempre a pensar no seu conforto e bem-estar. CASA DA NOQUINHAS

A Casa da Noquinhas sempre foi um conceito familiar. Celeste Sousa, gerente, abraçou este projeto uma vez que sempre teve uma paixão pela gastronomia. Aqui, o espaço é caraterizado pelo conforto e pela hospitalidade com que se é recebido. Noquinhas, o nome pelo qual Celeste era tratada pela mãe, foi a homenagem feita àquela que era uma pessoa muito carinhosa. Um lugar próprio para uma pausa e um descanso, oferece um espaço para realizar eventos e não só! Aqui, a principal atenção é o bem-estar das pessoas. “Tenho uma paixão por tudo o que é conceito de família, bem-estar, alimentação saudável e preferência pelo biológico, que é aquilo que estamos a tentar implementar aqui”. Além da preocupação com a alimentação, também são proporcionados retiros, ioga, terapias e massagens. Outras atividades são os cursos de alimentação vegetariana e meditação: “é um todo, é uma alimentação saudável, é o bem-estar e a saúde, é todo esse conceito”, afirma a gerente. A Casa da Noquinhas tem, também, uma parceria com a “Terra de Água”, com os quais é possível pro-

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gramar uma série de atividades. Aqui, tudo é pensado ao pormenor. Todos os oito quartos são classificados com nomes de flores, como alfazemas, camélias, campestre, margaridas, rosas… e, todos os lençóis são bordados à mão. Também, na cozinha, todas as refeições são pensadas e elaboradas pela gerente. Um lugar de sonhos. Resultado de uma excelente experiência para os hospedes, é o prémio Guest Review Award, onde a Casa da Noquinhas obteve uma pontuação, por parte dos hospedes, de 9.7 no Booking. Para Celeste Sousa, o segredo está no amor com que tudo é feito. “Quando se gosta do que se faz tudo sai bem e tudo sabe bem. Portanto, o que temos tido, ao longo dos poucos meses que estamos a funcionar tem sido muito gratificante”. Para o futuro, o conceito familiar passa mesmo pela família, neste caso, pelas três filhas de Celeste Sousa. Sandra, Anabela e Raquel Tavares, são as seguidoras deste projeto, e são um complemento que se unem como um todo, visto que através das suas áreas de estudo se conseguem interligar neste negócio. Para já, Celeste Sousa levanta o véu sobre uma vertente a explorar, uma vez que a filha, psicóloga, vai proporcionar a grupos de estrangeiros, programas de promoção de saúde e bem-estar. Outro projeto é a exploração de ervas aromáticas e os benefícios que podem proporcionar aos hóspedes. Na Casa da Noquinhas, o importante é oferecer conforto e bem-estar a quem por aqui passa!


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FEIRA NACIONAL DO MIRTILO ESTÁ A CHEGAR… Está a chegar a Feira Nacional do Mirtilo em Sever do Vouga. O certame do mirtilo vai decorrer nos dias 28, 29 e 30 de junho e 1 de julho. O evento, de entrada gratuita, realiza-se no Parque Urbano da vila e promete trazer milhares de visitantes à Capital do Mirtilo ao longo dos quatro dias. MUNICÍPIO DE SEVER DO VOUGA

Com uma organização conjunta do Município de Sever do Vouga e da AGIM, este é um evento que contribui para a promoção e divulgação do Mirtilo, bem como para valorizar e incentivar as potencialidades económicas de todas as empresas da região possibilitando à indústria, comércio, agricultura, artesanato e restauração apresentar todos os produtos e/ou serviços relacionados ou derivados do Mirtilo. É uma das principais atividades de promoção turística do concelho, por isso deslocam-se à Capital do Mirtilo dezenas de milhares de visitantes que vão propositadamente para visitar os 100 expositores, conhecer e comprar o mirtilo nas suas mais diversas formas, seja em fruto fresco, doces, compotas, licores ou em planta. O certame inclui uma componente direcionada para o visitante profissional, com uma área de expositores ligados à fileira e palestras técnicas, e uma componente lúdica, composta por atividades para a família, animação musical, visitas a plantações de mirtilos, apanha do mirtilo e showcookings. José Almeida e Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, realça a dimensão que o evento conquistou através das jornadas técnicas que incluem visitas ao campo experimental de mirtilos e à produção de particulares que proporcionam visitas guiadas às suas explorações. A produção do mirtilo e de pequenos frutos é uma alavanca para a dinamização económica do concelho e uma fileira em franca expansão. “Grande parte dos produtores de mirtilos complementou a sua produção com groselha, framboesa, maracujá, amora, goji e fisális”. Por outro lado, o vice-presidente JOSÉ ALMEIDA E COSTA salienta o sucesso da criação de 124 | PORTUGAL EM DESTAQUE

uma Bolsa de Terras por parte do Município em colaboração com a Fundação Bernardo Barbosa de Quadros, “em que as propriedades foram divididas em lotes, vários jovens agricultores aderiram, obtiveram financiamento e apostaram nesta área de negócio com grande qualidade”, refere, advogando que os produtores se sentem apoiados quer no aspeto técnico, quer no acompanhamento prestado pelas instituições (Mirtilusa, Bagas de Portugal e AGIM) desde a plantação até ao escoamento do produto. Atualmente, outros concelhos


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podem ter maior área de produção, no entanto não têm o terroir e o clima favoráveis ao bom desenvolvimento das variedades de mirtilo, “nem os técnicos com o saber fazer e a experiência”, sublinha, lembrando que Sever do Vouga foi pioneiro a criar esta identidade e dinâmica à volta do Mirtilo. À dinâmica da Feira Nacional do Mirtilo, juntam-se eventos como o Festival das Guitarras Mágicas ou o Festim, bem como uma programação cultural onde a Biblioteca Municipal, o Centro de Artes do Espetáculo e o Museu Municipal têm um lugar de destaque. A Feira Nacional do Mirtilo também volta a dar a mão ao desporto, com mais uma edição do Mirtilo Cup, um torneio com 54 equipas promovido pela SeverFintas. Terra de sensações únicas Sever do Vouga é um município reconhecido pelas suas magníficas paisagens naturais e culturais, belas cascatas, o idílico vale do Vouga, miradouros, bem como um rico e preservado património megalítico. Este concelho integrado na região das Montanhas Mágicas é um destino turístico genuíno que combina natureza, gastronomia, património, cultura e história. São inúmeras as razões para uma visita a Sever do Vouga, começa

por dizer José Almeida e Costa, salientando a riqueza natural, a paisagem verdejante e a água, que proporcionam um cenário deslumbrante. As características naturais permitiram a criação de um conjunto de trilhos e percursos pedonais, considerados pelos visitantes, um desafio onde a natureza se conjuga de forma perfeita. Por outro lado, o património histórico e arqueológico do concelho é também um desafio para os amantes da história e das civilizações, bem como o património religioso. A gastronomia é outra das riquezas, sendo celebrada em vários eventos, como a Festa da Lampreia e da Vitela, integrada na Rota Nacional da Lampreia, que se realiza todos os anos em março. “Esta festa pretende divulgar os produtos endógenos e dinamizar a restauração”, refere o autarca, lembrando que esta divulgação serve também para criar impacto turístico, onde se destaca um leque de atividades e espaços de alojamento local de alta qualidade. “A albufeira da barragem de Ribeiradio com o seu lençol de água é outra das mais-valias do concelho que estão a ser potenciadas e onde se podem desenvolver um conjunto de atividades a que os nossos operadores turísticos estão atentos”, clarifica. José Almeida e Costa destaca ainda o FICAVOUGA, um evento que tem como pano de fundo o turismo, comércio e indústria, património e a gastronomia. A edição deste ano terá lugar de 28 de julho a 5 de agosto, contando com a presença de vários artistas nacionais. 126 | PORTUGAL EM DESTAQUE

GNR, Herman José, Diogo Piçarra, Slow J, Ricardo Ribeiro, Dead Combo, Blasted Mechanism são alguns dos nomes que vão subir ao palco deste evento que termina no dia 5 de agosto com a atuação da Banda One Vision que presta tributo aos Queen. Ciclo autárquico José Almeida e Costa traçou um balanço positivo deste ciclo autárquico, onde se destacam projetos que pretendem contribuir para o desenvolvimento do concelho, nomeadamente o centro escolar que está em execução. “Esta será a grande obra do mandato, cuja conclusão está prevista para agosto de 2019, num investimento total de 3,8 milhões de euros”. A requalificação do Largo de S. Mateus, a transformação do largo da feira semanal e a ampliação do parque urbano também estão previstas no âmbito da ARU de Sever do Vouga que tem como objetivo a criação de condições que promovam a fixação de população. O autarca realça ainda a necessidade da criação de uma nova via estruturante que faça a ligação desde as imediações do futuro Centro Escolar até às traseiras do Centro Coordenador de Transportes, da requalificação das margens do Vouga, reiterando a importância da chamada ‘via para a competitividade’, que permita o acesso direto à A25, fundamental para a valorização do município e no contributo para o desenvolvimento e dinâmica das empresas. “O estudo de impacto ambiental foi feito e o perfil delineado, por outro lado na revisão do PDM já foi consagrada uma nova zona industrial junto do traçado definido para este novo acesso”, sublinhando que esta tem sido “uma grande luta”. A esfera social é também uma das bandeiras do Município que visa a inclusão social, exemplo disso são os programas Casa + ou Just a Change, apoio à natalidade, bolsas de estudos para os alunos que ingressem no ensino universitário e cartão sénior 65+. Para tal existe uma relação estreita com as instituições sociais, no sentido de providenciar melhor qualidade de vida para a comunidade de Sever do Vouga.


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OURÉM Ourém, cidade e sede de concelho do distrito de Santarém, situa-se no centro do país, na área do Vale do Tejo, a cerca de 40 quilómetros da costa atlântica. A área afeta a este município desenvolve-se entre a vertente norte da Serra de Aire, a plataforma de Fátima a oeste e o Rio Nabão a leste e abrange uma área de cerca de 416,1 quilómetros quadrados. O povoamento é caraterizado por ser disperso, com uma acentuada tendência para a diminuição do número de habitantes das zonas rurais, ou dos lugares de pequena dimensão, em detrimento de um aumento dos núcleos urbanos, nomeadamente as cidades de Ourém e Fátima e as vilas de Caxarias, Freixianda, Vilar dos Prazeres e Olival, registando em 2011 (dados censitários) uma população na ordem dos 46 mil habitantes distribuídos por 13 freguesias. No que concerne a infraestruturas relacionadas com os transportes, as acessibilidades externas ficam essencialmente caracterizadas pelo acesso rodoviário à A1, através do nó de Fátima, e o acesso ferroviário à linha do norte, onde tem particular relevo a estação da vila de Caxarias. O tecido empresarial é maioritariamente constituído por pequenas e médias empresas, com particular incidência na indústria transformadora, construção e obras públicas, comércio e hotelaria, concentrando o setor terciário a maior proporção de população empregada, seguido do setor secundário e, por fim, o setor primário. O turismo e em particular o de cariz religioso – dada a importância internacional de Fátima, enquanto espaço de peregrinação ou visitação religiosa – detém um papel fundamental no desenvolvimento económico do concelho, visto que se estima um volume turístico anual próximo dos seis milhões de visitantes.

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DOIS CONCEITOS NUM ÚNICO ESPAÇO COMERCIAL EM CAXARIAS João Gonçalves está à frente do projeto Caixasuper que junta dois conceitos comerciais distintos num único espaço. O Meu Super e a Loja Agrícola completam-se e formam um espaço capaz de responder a todas as necessidades dos seus clientes. MEU SUPER CAXARIAS - LOJA AGRÍCOLA

A Loja Agrícola abriu portas no inicio de 2014 comercializando todo o tipo de produtos ligados ao setor agrícola nomeadamente plantas, sementes, adubos, fertilizantes, rações, máquinas, equipamentos e utensílios de jardinagem. João Gonçalves, em entrevista à Portugal em Destaque contou como tudo começou. “A Loja Agrícola abriu portas numa fase posterior à abertura do Meu Super, tendo uma variedade de produtos em nada comparável ao que estamos a oferecer no dia de hoje. Posso ainda completar que, todas as semanas introduzimos novos produtos de forma a tornar a nossa oferta ainda maior.” A Loja Agrícola é, no entanto, um projeto em constante desenvolvimento, garante João Gonçalves. Para o futuro, o nosso interlocutor refere que pretende continuar a completar a gama da Loja Agrícola, bem como continuar 130 | PORTUGAL EM DESTAQUE

a apostar numa constante remodelação das instalações e lineares, de forma a facilitar a visita não só de clientes, bem como dos seus colaboradores. A missão da equipa da Caixasuper é ter disponível aos seus clientes um serviço completo juntando dois conceitos e apostando sempre na qualidade e variedade dos seus produtos a preços competitivos. Assim, o principal objetivo da Caixasuper é ser um serviço completo no que diz respeito às compras do dia a dia dos habitantes de Caxarias. João Gonçalves terminou a entrevista revelando que ser gerente da Caixasuper é muito mais que um simples desafio: “sinto-me realizado por tudo que implica este projeto na sua globalidade. Tenho aprendido muita coisa que não se aprende num curso na faculdade. Tem sido uma experiência enriquecedora e desafiante. Tenho apostado de igual forma numa equipa capaz de servir de forma próxima todos os nossos clientes”.


MEU SUPER DE CAXARIAS APOSTA EM PRODUTOS DA TERRA Meu Super é a marca das lojas de proximidade em formato de franchising do grupo Sonae MC, localizadas em zonas habitacionais ou de serviços, como é o caso de Caxarias. Este formato é representado pelo Meu Super de Caxarias que tem disponível uma pequena distribuição de proximidade, em moldes bastante competitivos, com o know-how comprovado pela liderança apresentada da Sonae no mercado e por décadas de experiência na gestão de lojas próprias. MEU SUPER CAXARIAS

e pão da zona, respetivamente. Num futuro próximo o gerente do Meu Super pretende melhorar a área Bio e Saudável, introduzindo novos produtos dietéticos, sem glúten e sem lactose. João Gonçalves deu-nos conta de que cada vez mais se nota uma maior procura desses produtos por partes dos seus fregueses. Em final de conversa, o nosso interlocutor transmitiu o balanço bastante positivo que tem sido esta aventura e prometeu o constante melhoramento do seu projeto Caixasuper.

O Meu Super está próximo de todos os habitantes de Caxarias, que aqui podem encontrar tudo o que precisam para o seu dia a dia. A oferta é variada e estão também disponíveis uma grande diversidade de produtos da Marca Continente, complementando a gama de loja com produtos de fornecedores locais. O preço é baixo e estável, com a qualidade garantida. Este estabelecimento conta com nove colaboradores profissionais e com um atendimento personalizado e de aproximação. João Gonçalves explicou a base do projeto. “Temos como suporte o grupo Sonae e consequentemente, temos a oportunidade de implementar estratégias de marketing focadas nos nossos clientes, como folhetos cada vez mais completos e abrangentes, cupões de desconto em cartão Continente e desconto nos combustíveis dos postos de abastecimentos Galp. Contudo, o que nos difere em relação às superfícies comerciais com maior dimensão, são os produtos da nossa região”. A qualidade dos produtos locais é o fator diferenciador em relação aos estabelecimentos comerciais de maior dimensão, garantiu João Gonçalves. O jovem amante do ciclismo reconhece a importância das produções da terra: “todos os nossos artigos frescos são provenientes de produtores da região, desde frutas e queijos, passando pelos peixes e alguns vinhos. Os nossos clientes querem a melhor qualidade e é isso que oferecemos no nosso estabelecimento”. João Gonçalves revelou que a Caxamar e o Mestre Padeiro são dois dos seus parceiros que trazem ao seu Meu Super o melhor bacalhau


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