Portugal em destaque - Edição 22

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ÍNDICE

ALGARVE PÁG 04

ALENTEJO PÁG 30

MÉDIO TEJO PÁG 54

EDITORIAL Mais uma edição da Portugal em Destaque… em que levamos até si o de melhor se faz em Portugal, realçando a ousadia, arrojo e visão estratégica dos nossos empresários, que dia após dia, demonstram uma grande capacidade de reinventarem as suas empresas para competirem num mercado cada vez mais global e competitivo. O trabalho meritório e abnegado dos autarcas também tem destaque nesta edição, percebendo o seu espírito de missão e a sua preocupação em preconizar um conjunto de medidas e apoios em prol do bem-estar e de uma melhor qualidade de vida. Tudo isto e muito mais são motivos mais que suficientes para embarcar numa viagem de leituras e descobertas nesta edição da Portugal em Destaque!

A direção editorial Diana Silva

FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: CATARINA FERREIRA, LUCA FONTES, JOANA GONÇALVES, JOANA GRADÍSSIMO, JOSÉ ARAÚJO, JORGE TEIXEIRA, TERESA MATA, VERA PINHO | OUTROS COLABORADORES: ISABEL PEREIRA, JOANA CAPINHA, JOANA QUINTAS, MELANIE ALVES, TERESA TEIXEIRA | DIREÇÃO GRÁFICA: TIAGO RODRIGUES, VANESSA MARTINS | SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DIREÇÃO COMERCIAL: JOSÉ MOREIRA | DEP. COMERCIAL: EDUARDO NUNES, ISABEL BRANDÃO, JAIME PEREIRA, JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, JOSÉ VARELA, LUÍS BRANCO, MANUELA NOGUEIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 9ºANDAR, SALA 9.3 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E SECTORIZADA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE AGOSTO ‘17 ESTATUTO EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.

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ALGARVE Foi daqui que os Portugueses partiram ao encontro de outros povos e culturas no século XV… e é no Algarve que recebemos grande parte dos que nos visitam sempre com boa disposição. Até no clima, ameno e com muito sol ao longo de todo o ano! E também com praias de excelente qualidade. Areais a perder de vista, limitados por falésias douradas, ilhas quase desertas que marcam a fronteira entre a Ria Formosa e o mar, ou baías pequenas, aconchegadas pelas rochas. O oceano em todos os tons de azul, quase sempre calmo e cálido, convida a banhos prolongados e à prática de desportos náuticos. Nesta edição, damos especial destaque a Vila do Bispo e a mais uma edição do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, em Sagres. Este ano, o maior evento de observação de aves do país, que trouxe ao concelho o prémio de “Município do Ano”, tem previsto cerca de 200 atividades, e como já vem sendo habitual, muitas novidades. Simultaneamente percorremos a região conhecendo os bons exemplos que proliferam nas mais diversas áreas, desde a esfera social à empresarial. Não deixe de folhear a nossa revista e conhecer o pouco mais sobre o Algarve!



TERRA DE BELEZA ÚNICA E INIGUALÁVEL Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, apresenta-nos a sua terra em todas as suas vertentes e potencialidades. MUNICÍPIO DE VILA DO BISPO

ADELINO SOARES Vila do Bispo é um destino turístico onde a natureza, a praia e a história se cruzam. Que apresentação faz do município? O concelho de Vila do Bispo tem de facto esta característica ímpar de reunir um misto de excelentes praias de areia fina e clara e águas límpidas, que têm sido alvo de várias distinções a nível nacional e internacional, e um património natural e histórico-cultural muito rico e bem preservado. Para além disto, Vila do Bispo define-se como um concelho tranquilo e de gente acolhedora, afastado das imensas multidões que rumam à região do Algarve, principalmente durante o período do verão. São estas as principais características que tornam este território tão especial e que fazem com que seja considerado, nos dias que correm, um dos mais bem conservados do litoral Europeu. Como caracteriza o tecido industrial e empresarial de Vila do Bispo? O tecido industrial e empresarial do concelho concentra-se, fundamentalmente, em duas principais áreas de atividade: o turismo e a pesca. No que respeita ao turismo temos as atividades normais que lhe estão associadas, como sejam a restauração, a hotelaria e as atividades marítimo-turísticas e de turismo de natureza, onde a câmara também tem feito uma forte aposta. No que respeita à pesca, na realidade não há muito a dizer. A qualidade do pescado e do marisco da nossa costa falam por si, sendo considerados pelos conhecedores como dos melhores do mundo e os nossos pescadores e mariscadores fazem o possível para que ele não falte à nossa mesa e à mesa de quem nos visita. Que medidas toma a autarquia para apoiar as empresas existentes e captar novos investimentos? O trabalho levado a cabo pela câmara municipal na promoção e divulgação 8 | PORTUGAL EM DESTAQUE


do concelho tem-se revelado o melhor apoio para as empresas existentes no concelho e para a atração de investimento exterior. À medida que mais gente nos visita e tem contato com o território, principalmente fora da chamada “época alta”, o que tem sido outra forte aposta nossa, novas janelas de negócio se abrem para as empresas sediadas no concelho e mais empresários aparecem com interesse e vontade de aqui investir. Que medidas têm sido tomadas no âmbito social e para a criação de emprego? No que respeita ao emprego, Vila do Bispo é um exemplo a nível nacional, sendo o concelho que regista menor intensidade de desemprego face a sua população total (1,4 por cento), segundo dados do IEFP. Estes números, por si só, revelam-nos que estamos no bom caminho. A nível social, inaugurámos, em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo, uma estrutura residencial para os idosos do concelho assim como uma creche, construímos um novo centro escolar que permite acolher alunos do pré-escolar e primeiro ciclo, entre outras valências, adquirimos

uma viatura/unidade móvel de saúde que percorre todas as localidades do concelho para prestar cuidados de saúde primários, decretámos várias formas de apoio, nomeadamente à natalidade, consultas médicas, comparticipação nos medicamentos e rendas de habitação (no que à população mais idosa e às famílias mais carenciadas diz respeito) e disponibilizamos ainda refeições, transporte escolar e ajuda na aquisição de manuais escolares para os jovens estudantes. Vila do Bispo faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e tem praias de Bandeira Azul e Dourada. O mar e as atividades desportivas são um ponto forte neste território … Sem dúvida, o mar proporciona-nos e a quem nos visita, a possibilidade de desenvolver uma série de atividades a ele ligadas que são de grande importância, não só do ponto de vista de quem aqui reside, como também a nível turístico. Quem tem o privilégio de ter “à porta de casa” um mar como o nosso, tem que daí saber retirar os devidos proveitos. Por essa razão temos um número significativo de empresas que se dedicam às atividades marítimo-turísticas, como sejam a observação de cetáceos, o mergulho, o surf, o windsurf, o bodyboard,

o stand up paddle, entre outros. A autarquia, por sua vez, tem procurado apoiar as associações e os atletas do concelho, por forma a proporcionar-lhes condições para competirem ao mais alto nível nos seus desportos. O expoente máximo do desporto no concelho é, de alguns anos a esta parte, a Joana Schenker, atleta nascida e residente no concelho, atual campeã europeia e nacional de bodyboard que é apoiada pela autarquia, mas temos igualmente campeões noutras modalidades. De que forma promovem a gastronomia, cultura e turismo da região? Para além da organização de eventos como o Festival do Percebe (marisco típico desta costa) ou o Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres, a autarquia promove e incentiva os restaurantes da região a participarem na Rota do Petisco, organiza e esforça-se por receber iniciativas que contribuam para a

promoção e divulgação do concelho, como o recente 5th International Tsunami Field Symposium 2017, um encontro científico, de escala internacional, que reúne cerca de 80 investigadores e académicos das áreas da Sismologia, da Sismografia, da Geologia e da Geoarqueologia, entre outras, que à escala global estudam os fenómenos naturais conhecidos por “tsunamis”, e marca presença, conjuntamente com empresários da região, em feiras e certames internacionais relacionados com o turismo. O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres decorre, anualmente, no primeiro fim-de-semana de outubro. Este festival, iniciado em 2010, tem tido grande projeção a nível nacional e internacional, não só para os amantes das aves, mas também para os da natureza. Qual a importância deste evento? O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres foi criado numa ótica de promoção e divulgação do PORTUGAL EM DESTAQUE | 9


concelho e na tentativa de atrair turismo fora da chamada “época alta”, sabendo nós de antemão que a observação de aves é uma atividade muito praticada em muitos países, mas ainda com pouco impacto em Portugal. A realidade é que, ano após ano, o mesmo tem superado as nossas espetativas tendo, em cada edição, vindo a ser superado o número de participantes da edição anterior sendo que, na edição de 2016, este andou muito perto dos 1200, e nas edições anteriores tivemos pessoas de 36 países de diferentes continentes.

Society.

O turismo de natureza ocupa um lugar de destaque. Que atividades compõem o programa do Festival? As atividades são muito diversificadas e destinadas a todas as faixas etárias e a descrição de cada uma delas, assim como os horários a que terão lugar, pode ser encontrada no website oficial do festival (http://www.birdwatchingsagres.com): Quais os principais visitantes ao longo destas edições? Todos os anos o Festival atrai novos públicos, mas há um número significativo de participantes que acompanha a iniciativa desde a 1ª edição. De registar também que o número de participantes estrangeiros tem vindo sempre a aumentar, tendo-se registado só em 2016 participantes de 29 nacionalidades, desde países mais próximos como Espanha ou França, até países bem distantes como sejam o Canadá, Austrália ou Nova Zelândia. Este evento é organizado em parceria com outras entidades. Quais? O evento é organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo e conta com a colaboração da SPEA e da Almargem. O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres valeu a Vila do Bispo o Prémio Município do Ano Portugal 2015. Como viu este reconhecimento? Com muita satisfação, naturalmente. Ser contemplado com um prémio de âmbito nacional com esta importância, enche-nos de orgulho, ainda para mais sendo este um galardão que premeia as boas práticas municipais. Voltou a ser distinguido em 2017, a nível regional, com o projeto “Evocação das Operações do U-35 em Sagres”. Qual o seu significado? O projeto do U-35 tem para nós um significado muito especial. Tudo começou no dia 12 de agosto de 2014 quando, na ses10 | PORTUGAL EM DESTAQUE

são ordinária da câmara municipal, se aprovou o protocolo de cooperação com a Marinha Portuguesa-Centro de Investigação Naval. Após quase 3 anos de investigação, os resultados não podiam ser melhores: não só foram identificados os destroços submersos dos navios afundados ao largo de Sagres no dia 24 de abril de 1917, pelo submarino alemão U-35 da 1ª Guerra Mundial, como estes foram ainda considerados Património Cultural Subaquático da Humanidade (UNESCO). A 24 de Abril de 2017, a autarquia organizou, no Forte do Beliche em Sagres, uma cerimónia evocativa do centenário deste episódio da 1ª Guerra Mundial ocorrido nas nossas águas. Por essa altura, e na presença do Comandante da Escola Naval da Marinha Portuguesa, o Contra-Almirante António Manuel Gomes e de altos representantes das entidades envolvidas no episódio, procedeu-se ao descerramento de uma placa evocativa do acontecimento e ao lançamento de um livro, em parceria com a Escola Naval. Orgulha-nos também referir que, em 2015, este Projeto recebeu o prémio Adopt a Wreck Award, atribuído por uma das mais prestigiadas instituições mundiais, a britânica Nautical Archaeology

Que projetos realizados destacaria como marcas da Câmara Municipal de Vila do Bispo? Destacaria a Construção do Equipamento Público de Ação Cultural – EPAC “O Celeiro da História” (obra já adjudicada), a Construção da Ecovia e Ciclovia do Litoral Sudoeste (aguarda início do concurso público), a Paisagem Museu – Vila do Bispo Go (a decorrer), o Parque Inclusivo de Sagres (em fase de projeto), a Requalificação das Praças da República de Sagres e Vila do Bispo (em fase de projeto) e a Construção do Novo Mercado de Sagres, tudo obras com financiamentos garantidos através do Quadro de Referência Estratégico Nacional dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (2014-2020). A Sede do Clube Recreativo Infante de Sagres – Requalificação da Escola Primária e Construção do Pavilhão Multiusos de Sagres (aguarda visto do Tribunal de Contas), a Requalificação do Jardim da Fonte em Vila do Bispo (obra já adjudicada), a Pavimentação da Rua do Barrudo e Envolvente à Escola S. Vicente em Vila do Bispo (a decorrer processo de empreitada), a Ampliação do Cemitério de Vila do Bispo (em fase de projeto), a Construção do novo Cemitério de Sagres (em fase de projeto) e a Ampliação do Cemitério de Budens (em fase de projeto), intervenções a executar com fundos próprios do Município. Ao longo deste quadriénio quais foram as principais prioridades do executivo? E que balanço podemos fazer do atual mandato? Não só neste quadriénio, mas desde que assumimos os destinos do Município de Vila do Bispo, está agora a fazer oito anos, uma das grandes prioridades foi fazer tudo ao nosso alcance para reduzir a dívida herdada que estrangulava a autarquia e a impedia de investir. Esse objetivo foi alcançado e, independentemente de quem ganhar as eleições do próximo dia 1 de outubro, existem agora condições para se poder efetuar um investimento importante em infraestruturas necessárias ao concelho, investimento esse que deve ser sempre bem ponderado para evitar cometer os erros do passado.



OS VALORES DA MISERICÓRDIA EM PRIMEIRO LUGAR Em conjunto com o seu Hospital de São Camilo, a Santa Casa da Misericórdia de Portimão tem crescido muito nos últimos anos e presta um serviço de excelência à população portimonense. Tendo como data de fundação o ano de 1543, as suas valências encontram-se divididas pelo Parque de Saúde da Misericórdia e pelo Complexo Social com respostas na área da saúde, sénior, infantil e apoio à família. SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PORTIMÃO

João Amado cumpre atualmente o segundo mandato enquanto Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Portimão mas já está ligado à instituição há vários anos. Chegou como médico e diretor clínico para exercer a sua profissão, tornou-se Irmão da Misericórdia, passou a Mesário, Vice-Provedor e agora ocupa o lugar mais evidente. Existem registos da existência da Misericórdia em 1543, pelo que se data que a organização vive há pelo menos 474 anos. Após um período de inatividade a seguir ao 25 de Abril de 1974, nos últimos anos a Santa Casa tem crescido a olhos vistos e detém uma grande importância na sociedade portimonense. A presença de provedores ativos, como José Francisco Serralha impulsionaram a instituição que tem tudo para crescer. Como forma de dinamizar o seu hospital, a Santa Casa da Misericórdia estabeleceu uma parceria com um grupo privado para gerir o Hospital de São Camilo. “Desde o início do ano, a Misericórdia detém a maioria e tenta que este hospital tenha as características e qualidade de uma unidade privada mas com uma sensibilidade social diferente. Essa parceria surgiu da

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JOÃO AMADO necessidade da Misericórdia em salvar o hospital após alguns investimentos desajustados. Tem corrido bem e sido benéfico para ambas as partes e, principalmente, para a população”, recorda o Provedor. Respostas socias ajustadas As valências desta instituição encontram-se divididas entre o Parque de Saúde da Misericórdia e o Complexo Social, numa estrutura de gestão adequada às necessidades. “Na área sénior temos duas residências, uma com capacidade para 23 utentes e com


comparticipação da Segurança Social e a outra com 40 utentes. Temos ainda o Centro de Dia, com 50 utentes e o Apoio Domiciliário, no centro da cidade, que tem a capacidade de responder a 80 utentes. Na área da saúde, temos duas unidades de Cuidados Continuados, uma de convalescença com 19 camas e outra de média duração com 26 camas. Existem desde o início da Rede Nacional de Cuidados Continuados, fomos um projeto piloto, único na região do Algarve, por isso temos uma larga experiência”, explica João Amado. Na infância, entre a Creche com berçário, Pré-escolar e uma sala para crianças em idade escolar são apoiadas 130 crianças. Mas as respostas sociais não ficam por aqui. A Santa Casa da Misericórdia de Portimão dispõe de uma Cantina Social que serve mais de 100 refeições por dia, ou seja, cerca de 35 mil por ano. O Gabinete de Inserção Profissional, numa parceria com o Instituto de Emprego é também uma mais-valia para esta instituição que, tendo em conta os princípios da Misericórdia, presta serviços de qualidade e competências exigidas pela solidariedade. Ajudar quem precisa Apesar de desenvolver um trabalho independente e ajustado, na Santa Casa prevalecem as raízes e os valores da Misericórdia ligadas à Igreja Católica. “Temos que promover os valores cristãos e humanos que afirmamos defender e praticá-los no dia-a-dia”, declara. Uma equipa jovem e multidisciplinar, incentivada pelo espírito de dar algo mais do que aquilo que a sua profissão ensina é fundamental nesta instituição. Além da formação adequada ao exercício das funções, ao todo, 150 colaboradores primam pela sensibilidade de servir um público muito especial, pela

idade e carências económicas e afetivas. Aqueles que têm algum tempo livre, vontade de ajudar e dar carinho aos mais necessitados também são bem-vindos na Santa Casa. Com uma média de 10 a 20 pessoas, estes voluntários constituem um suplemento afetivo extra, não substituindo o trabalho dos profissionais. Uma resposta pluridisciplinar, acessível a todos, consoante os desejos dos utentes ou familiares é uma prioridade da Santa Casa da Misericórdia de Portimão. “Mantendo o respeito pela nossa história e valores, esforçamo-nos para ser uma referência e inovar a nossa instituição”, assegura João Amado. Numa tentativa de promover a interação entre os idosos e as crianças do Complexo Social, onde se situam as estruturas residenciais para idosos, a creche e o pré-escolar, a instituição tem organizado atividades. Um exemplo visível desses episódios é o arraial que acontece anualmente e incentiva a participação de todos. As marcas da instituição “Na Unidade de Cuidados Continuados temos uma marca vigorosa pelo facto de termos sido pioneiros e apostarmos muito na qualidade. Somos uma instituição, que nos últimos anos, de uma forma

constante, tem estado sempre entre os três finalistas do Prémio Saúde Sustentável. É o reconhecimento do trabalho e profissionalismo desta casa”, destaca o Provedor. Desta forma, toda a instituição tem certificação de qualidade pela norma ISO 9001-2015 e aposta fortemente nos procedimentos que sejam facilmente auditados e que qualquer entidade externa possa perceber rapidamente o que se faz na Misericórdia. As unidades estão fortemente sensibilizadas para a prevenção das infeções e para o programa de higienização das mãos e toda a área de saúde foi informatizada, privilegiando a segurança. Questionado sobre o futuro da Santa Casa da Misericórdia de Portimão, João Amado conta-nos sobre a existência de alguns edifícios devolutos na zona histórica da cidade que aguardam o projeto de reabilitação urbana. Para combater a solidão dos mais idosos, a ambição passa por criar um centro de noite e outras respostas ajustadas às necessidades. Contudo, existem outros projetos fundamentais que não devem ser esquecidos. “Um deles é manter a marca da Misericórdia no Hospital de São Camilo, que não se constrói de um dia para o outro mas que nos próximos anos nos vai ocupar no sentido de conseguimos melhores respostas como instituição social. Queremos mostrar ao Estado e ao Serviço Nacional de Saúde que têm aqui um parceiro disponível para colaborar na resolução de alguns problemas, quer seja na atribuição de médico de família, na marcação de consultas de especialidade, na utilização do bloco, que é relativamente recente. Foi um investimento grande em que vale a pena apostar e mostrar à sociedade as nossas potencialidades e credibilidade na área social e na saúde”, conclui.

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A QUALIDADE DOS CITRINOS DO ALGARVE A região do Algarve detém um clima equilibrado para a produção de citrinos que ocupam um lugar de destaque na dieta diária por serem ricos em fibra vegetal, vitaminas e minerais, nutrientes e reguladores do organismo. Em entrevista à Portugal em Destaque, José Oliveira, presidente do Conselho de Administração e Horácio Ferreira, diretor da CACIAL contam-nos o funcionamento desta empresa que já soma 53 anos de atividade. CACIAL - COOPERATIVA AGRÍCOLA DE CITRICULTORES DO ALGARVE, CRL

JOSÉ OLIVEIRA E HORÁCIO FERREIRA Revista Portugal em Destaque: A CACIAL foi constituída em Agosto de 1964 e reconhecida como Organização de Produtores em 1995. Como descrevem a sua fundação e evolução até aos dias de hoje? José Oliveira: Foi fundada em 1964, como a primeira Cooperativa de Citrinos da região e através da necessidade que os produtores sentiram em concentrar a sua produção. Teve uma evolução natural, com alguns melhoramentos em equipamentos e controlo de processos de produção até atingir um patamar de excelência com o reconhecimento da Indicação Geográfica Protegida. Nos últimos anos acentuou-se ainda mais este crescimento e este “armazém de frutas”, em que os produtores vinham trazer a fruta e nós 14 | PORTUGAL EM DESTAQUE

fazíamos todo o processamento manual, transformou-se. Alcançamos uma grande expansão, automatizando e informatizando todos os processos e obtendo o controlo completo sobre a empresa e linhas de produção. Foram anos consecutivos de crescimento sustentado e em termos de volume de negócios, passamos de 2,3 milhões de euros para 14 milhões. Têm como missão cumprir a responsabilidade social para com os vossos parceiros e associados. Estamos a falar de uma Cooperativa com que dimensão? JO: Nos últimos anos trabalhávamos com cerca de 100 produtores associados. No entanto há cerca de um ano, foi feita uma restruturação de forma a cumprir o

Código Cooperativo, os Estatutos da Cooperativa e a Directiva das Organizações de Produtores. Hoje, temos cerca de 40 produtores associados, mas aumentamos a nossa área de produção, muito porque a CACIAL começou a sustentar o seu trabalho nos pomares por ela geridos. Temos cerca de 800 hectares de produção e só trabalhamos com citrinos: laranjas, tangerinas, clementinas e limões. Esta foi uma das principais alterações que levou a um aumento substancial do volume de negócios. Hoje a Cacial tem uma equipa permanente na Central de 70 colaboradores e mantem durante quase todo o ano equipas de apanha de cerca de 100 pessoas.


Esta é uma produção 100% integrada. Quais são os principais cuidados? Horácio Ferreira: Toda a produção dos associados e de toda a área que temos é sustentada tecnicamente por uma equipa de três engenheiros que garantem a qualidade de toda a produção sustentada segundo as normas de produção integrada. O Departamento Técnico da Cacial aconselha, planifica e controla todo o processo produtivo. Como se desenvolve o ciclo desde a apanha até à comercialização? JO: Resumidamente, procedemos à apanha do produto com equipas da Cacial, e garantimos o seu transporte para a central. A fruta é pesada e é atribuído um código de barras que acompanha o produto até à mão do cliente. Todo o processo de preparação, escolha e embalamento é feito na linha de produção por meios automatizados e informatizados que permitem e sustentam a rastreabilidade do produto. A comercialização do produto pode ser feita em caixas a granel ou de confecção manual e em sacos de rede. Pode ser comercializado na marca Cacial ou na marca dos nossos clientes. Até porque a CACIAL foi a primeira unidade do país a embalar citrinos de forma industrial … HF: Sim. Em 1970 foi quando este armazém começou a funcionar e desde aí começamos a embalar fruta, essencialmente para o mercado tradicional. Nessa altura, não havia tanta necessidade e exigências na higienização e calibragem da fruta. Fomos pioneiros em Portugal nessa matéria, que foi bem aceite pelo público, desde o início, sobretudo porque a apresentação era semelhante à que vinha de fora do país. Quem são os principais clientes? JO: Em Portugal, os nossos principais

clientes são as cadeias de distribuição e a nível internacional, trabalhamos com Espanha, França, Holanda, Suíça, Alemanha, Angola, Cabo Verde, Dubai e Canadá. O mercado nacional absorve grande parte da nossa produção, mas para além de procurarmos uma rentabilidade natural, achamos que devemos ter meios e canais alternativos. Sentimos que o mercado europeu começa a valorizar a laranja do Algarve, pela sua diferenciação qualitativa, pelas condições climáticas e do terreno. O açúcar, a cor e o teor de sumo diferenciam a nossa laranja. Aproveitamos ainda o chamado “mercado da saudade” e o facto de os portugueses apreciarem os produtos nacionais que são extremamente bem recebidos. Queremos apostar no mercado da Europa do Norte. Temos um projeto de internacionalização aprovado e queremos estudar esse mercado, sempre numa perspetiva de qualidade e não de quantidade

JO: A produção tem de ser perfeitamente controlada com as metodologias de produção, tratamento e aposta em novas variedades e produção própria da CACIAL. Temos que incentivar os associados a modernizar os seus pomares, para que nós possamos controlar todo o processo desde a produção até à comercialização. Na comercialização queremos fundamentalmente servir os nossos clientes com serviço de qualidade, pois eles foram os parceiros que nos permitiram chegar onde estamos hoje.

Quais os aspetos diferenciadores da CACIAL? HF: A nossa filosofia é prestar um bom serviço e salvaguardar os interesses dos nossos clientes, servindo-os bem e concretizando as encomendas. Há vários anos que a CACIAL é considerada PME Líder e este ano temos a perspetiva de conseguirmos ser PME Excelência. Esta distinção é um reconhecimento relativamente ao nosso trabalho, dá-nos algum prestígio. Em termos de produção, já ultrapassamos as 20 mil toneladas. Por onde passa o futuro da empresa? HF: Para o futuro, com o investimento que fizemos na modernização dos equipamentos, pretendemos aumentar a capacidade produtiva e assim prestarmos uma melhor resposta aos nossos clientes. Isto permitirá crescer e consolidar o mercado existente que cada vez mais procura os nossos produtos. PORTUGAL EM DESTAQUE | 15


LISBOA Lisboa é uma cidade cosmopolita, com bons acessos e a poucas horas de distância de qualquer capital europeia. E há tanta coisa para ver e fazer que é difícil ter tempo suficiente para ver tudo o que se quer, com tempo… Com praias, parques naturais, percursos culturais e alojamentos para todos os gostos, é difícil escapar à região de Lisboa numa visita a Portugal. Por outro lado, Lisboa tem uma vasta panóplia de razões para atrair investimentos, que vão desde a sua situação geoestratégica privilegiada ao seu papel como centro económico de uma vasta região. Nas páginas que se seguem descubra um pouco mais sobre a Patente Europeia Unitária, bem como os inconvenientes e vantagens deste sistema para as empresas portuguesas.

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PATENTE UNITÁRIA João Pereira da Cruz, Managing Partner da J. Pereira da Cruz conversou com a revista Portugal em Destaque sobre a Patente Europeia Unitária, apontando os inconvenientes e vantagens deste sistema para as empresas portuguesas. J. PEREIRA DA CRUZ

JOÃO PEREIRA DA CRUZ

Com mais de seis décadas de experiência, a J. Pereira da Cruz é uma sociedade de consultoria especializada em Propriedade Intelectual, que iniciou a sua atividade em 1949, como uma empresa familiar. Hoje, assume uma reconhecida projeção nacional e internacional, assente numa filosofia de proximidade e num serviço especializado de assessoria jurídica, tendo como premissas a exigência, rigor e qualidade. Em entrevista à revista Portugal em Destaque, João Pereira da Cruz abordou o “atribulado” processo de implementação do Tribunal Unificado de Patentes, sublinhando que as tentativas de se encontrar um sistema unitário de patentes e um sistema judicial competente começou em meados dos anos setenta, não tendo sido possível entre os Estados Membros (EM) reunir unanimidade sobre esta matéria. Na sua opinião, “o principal obstáculo foi, sem sombra de dúvida, a multiplicidade de idiomas que enriquecem a cultura europeia, bem como o diferente desenvolvimento tecnológico dos respetivos países, que se traduz no número de patentes que são protegidas anualmente”, refere João Pereira da Cruz, sublinhando que o Tratado de Lisboa criou um instrumento chamado “Cooperação Reforçada” que permite, no caso de não se encontrar unanimidade entre os EM iniciar o sistema com o mínimo de países, permitindo que outros se juntem mais tarde. Foi, portanto, o que sucedeu em 2012, quando 25 dos 28 países assinaram a tal Cooperação Reforçada, ficando de fora Espanha, Itália e Croácia. Posteriormente “quando os EM mais importantes, ou seja, Alemanha, França e Reino Unido, conseguiram chegar a acordo entre si sobre a repartição dos Tribunais nos seus países foi possível estabelecer um acordo a nível da União Europeia sobre o TUP”, conta, clarificando que a Alemanha guardou os processos de patentes ligadas à área da Mecânica, a

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França as da área Electrónica e a sede do TUP e o Reino Unido, as da área Químico-Farmacêutica. Fazendo um ponto da situação, João Pereira da Cruz esclarece que para que este acordo entre em vigor é necessário que 13 países o ratifiquem e, de entre eles, os referidos “três grandes”. Neste momento já ratificaram 14 países, mas como a Alemanha e o Reino Unido ainda não o fizeram, o processo ainda não está concluído. “Como é habitual, Portugal esteve na linha da frente para a ratificação, mas fê-lo contra os interesses da Indústria Nacional”. A CIP encomendou à Deloitte um estudo sobre o impacto económico que este pacote legislativo poderia ter nas empresas portuguesas e as conclusões foram negativas. Na verdade, pesando as vantagens e inconvenientes concluiu-se que Portugal não deveria ter ratificado. João Pereira da Cruz mostrou a sua concordância com o resultado desse estudo, crendo que a maioria das entidades que entendem o sistema também, até porque, sendo um sistema aberto, as empresas nacionais que desejarem podem usar a Patente Eu-

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ropeia de Efeito Unitário e o Tribunal Unificado de Patentes sem necessidade de Portugal aderir ao sistema. “Creio que houve um fortíssimo “lobby” por detrás de todo este processo, que levou o governo de Passos Coelho a apressar-se a ratificar”. Sendo o Reino Unido um dos países fundamentais para a implementação do sistema, o nosso entrevistado entende que o Brexit veio lançar enorme confusão em todo este processo, “pela enorme insegurança jurídica que a sua adesão neste momento e uma eventual saída em Março de 2019 poderá causar”. Considerando também incompreensível “como é que um país que não aceita estar sob a jurisdição do Tribunal de Justiça da EU pondera fazer parte de um sistema que tem como órgão jurisdicional superior, esse mesmo tribunal”. Por outro lado, “se Reino Unido não entrar no sistema o país que o substitui é a Itália por, em 2012, ter sido o 4º país com maior número de pedidos de patentes europeias. Naturalmente que o sistema sofre um enorme revés, pelo peso que o Reino Unido tem


na Europa e no Sistema de Patentes”, clarifica o responsável pela J. Pereira da Cruz. Relativamente à Alemanha foi recentemente apresentada uma “muito bem fundamentada” queixa no Tribunal Constitucional alemão contra a ratificação do acordo TUP. Corre atualmente prazo para eventuais interessados se pronunciarem sobre os fundamentos desta queixa e caso se considere que a mesma tem fundamento, “o processo poderá sofrer um atraso considerável”. Perante esta nova realidade Europeia, João Pereira da Cruz considera que Portugal deveria repensar a sua participação no sistema, isto porque entende que faz todo o sentido encontrar-se um processo unitário de proteção de patentes, tal como existe para as marcas e desenhos, que não distorça ainda mais a realidade actual. Advoga, portanto, que este sistema tem que primar pelo equilíbrio. “O regulamento da Patente Unitária e o Acordo TUP atuais são de especial interesse para os países com muitas patentes e logicamente para as empresas que as detêm. No entanto, em 2016 só houve 150 pedidos de origem portuguesa (e com crescimento de 8%), o que representa 0,035% das patentes protegidas na Patente Europeia”, revela, evidenciando que este sistema não foi feito para Portugal, nem para os países da dimensão tecnológica do nosso.

Como mostram os números, este sistema interessa sobretudo aos Estados Unidos, ao Japão, aos Sul-Coreanos, aos Chineses, aos Suíços e, na União Europeia, aos Alemães, seguido dos Ingleses, Franceses e Italianos. Mas afinal, é ou não bom para Portugal e para as indústrias portuguesas que haja uma patente unitária e um Tribunal Unificado para estas matérias? E se tivermos a tão falada “divisão local”? João Pereira da Cruz considera que a “divisão local” não resolve todos os problemas e custará muitos milhões de euros ao erário público, vislumbrando apenas como vantagem o facto de permitir que os nacionais demandados possam não ter que se deslocar ao estrangeiro nos processos de primeira instância. “Estou em crer que a maioria das empresas nacionais nem sequer tentará defender-se e fecharão as suas portas ou abandonarão os seus projetos”, reflete. Como profissional que dedica a vida a estas matérias, João Pereira da Cruz gostaria que os decisores nacionais estudassem a hipótese de Portugal sair da “Cooperação Reforçada” em que fomos metidos e que simultaneamente fosse negociado “um adiamento da entrada em vigor do Tribunal Unificado de Patentes em Portugal, no mínimo enquanto os nossos principais parceiros comerciais – Espanha – estejam fora do sistema”, conclui.

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SETÚBAL Setúbal é cidade e é distrito. Pertencente à região da capital de Portugal, é um cantinho da região Oeste com história, património, arte, religião, fáceis acessibilidades, indústria, ensino, turismo, entre outras variadas áreas. Como profissionais da comunicação, a equipa da Portugal Em Destaque fica agradada pela quantidade de órgãos de comunicação que são disponibilizados aos setubalenses, desde jornais em papel, aos eletrónicos, passando pelas rádios e por televisões online. Pessoalmente, provamos os chocos fritos, prato endógeno da região e extremamente apetitoso. Pela proximidade do oceano Atlântico e ao estuário do rio Sado, é natural que a gastronomia da região seja muito baseada em pratos de peixe. Aliás, o peixe foi importante para o desenvolvimento da região, servindo como motor económico. A açorda de marisco, feijoadas e saladas à base de choco e polvo, amêijoas à bulhão pato, caldeiradas de peixe ou de marisco, muita é a variedade por onde escolher na altura da refeição. Depois do comer, é hora do lazer. Para esses efeitos, pode recorrer às várias praias que o distrito tem à sua disposição, todas elas inseridas no Parque Natural da Arrábida, com exceção de Tróia, do outro lado do rio Sado, o que as tornas únicas. Se esse ambiente não for da sua preferência, poderá optar pelos jardins e parques, cuja envolvência capta o visitante e o deixa desfrutar dos seus momentos de pausa. Representado pelo Vitória Futebol Clube, Setúbal tem grande tradição no desporto e conta com várias modalidades que competem nas divisões distritais. Agora será, talvez, pertinente referir que o já considerado melhor treinador do mundo, José Mourinho, nasceu na cidade capital deste distrito. Com todos estes atrativos já enumerados, é difícil resistir a visitar este distrito, que oferece inúmeras valências aos seus habitantes e aos seus visitantes. A Portugal Em Destaque espera fazer justiça aos sadinos com as instituições, organizações e empresas que as próximas páginas trazem até si.



“FRESCURA E GARANTIA DE QUALIDADE TODOS OS DIAS” Atualmente temos cada vez mais consciência daquilo que comemos e procuramos produtos de qualidade. Atenta a esta realidade e com o objetivo de defender a produção de forma sustentável, encontra-se a PrimoHorta. Esta organização de sócios produtores dedica-se à produção e comercialização de hortícolas e é já uma referência na região do Montijo. PRIMOHORTA

EQUIPA

Sustentabilidade é uma palavra de ordem para a PrimoHorta. Esta organização foi constituída em Novembro de 1999, por 21 sócios produtores de cenouras, cebolas, batatas entre outros produtos hortícolas. A razão da sua existência foi desencadeada pela insuficiência de resposta ao mercado quanto ao escoamento de produtos, assim corno a necessidade de apoio técnico especializado junto dos produtores. “Enquanto empresa associada a um grupo de produtores, o que define a Primohorta é a defesa de produção. Foi constituída com esse objetivo, para garantir a viabilidade económica dos agricultores para que a sua vida fosse mais sustentável”, avança um dos gerentes, Paulo Leite. Atualmente, o número total de sócios baixou para 12, porém a área de produção não foi reduzida. Por via desta organização, quer os grandes, pequenos ou médios agricultores aumentaram os terrenos e têm hoje uma dimensão média enquanto horticultores. A união fez a força e juntos conseguiram assegurar uma resposta eficaz e atempada junto do mercado. Os associados da PrimoHorta asseguram produtos com qualidade, obtidos a partir de modo de produção integrada, cuja lo22 | PORTUGAL EM DESTAQUE

gística, comercialização e expedição são posteriormente asseguradas pela empresa. Em termos brutos, chega a atingir os 30 milhões de quilos de cenouras e tenta minimizar impactos ambientais. Investimento garantido Ao longo dos anos a evolução têm-se revelado positiva e desde cedo que a PrimoHorta apostou em investimentos e novos projetos. Em meados de 2010, ocorreu a mudança de instalações e foram adquiridas máquinas para garantir o processo de lavagem e embalamento dos produtos. Assim, proporcionou-se o aumento quantitativo da sua capacidade produtiva e uma diversificação da oferta, com a inclusão das linhas de batata e cebola. “Hoje, a Primohorta produz 60% cenouras, 20% batatas e as cebolas já caminham para o mesmo número”, informa o gerente desta PME Líder. No que diz respeito ao processo de produção, a PrimoHorta tenta cumprir ao máximo as práticas definidas. No caso das cenouras, por exemplo, “o produto é colhido, rececionado, lavado, calibrado, embalado e, se possível, expedido no mesmo dia”. Nesse sentido e tratando-se


de produtos alimentares, a empresa privilegia o tratamento e conservação natural, apenas com água gelada e câmaras de frio. Um fator cada vez mais valorizado pelos consumidores na hora de escolher as melhores hortícolas, sem técnicas de gás ou produtos químicos. “Comparativamente com o processo adotado há uns anos atrás, a diferença é abismal. Portugal reorganizou-se, tem hoje boas empresas a trabalhar na agricultura que cumpre as normas exigidas da qualidade e estamos numa plataforma de desenvolvimento de mecanização e preparação. Demos um salto qualitativo de 200%”, assegura. Consciência alimentar O facto de trabalharem num modo de produção integrada garante a fiscalização de toda a fileira desde a produção até à sustentabilidade social da empresa. A PrimoHorta preocupa-se com o bem-estar dos trabalhadores e valoriza o seu trabalho como parte essencial no sucesso de uma empresa. Conta com um grupo efetivo de 40 pessoas mas em certas alturas vê a sua equipa chegar aos 70 funcionários. A importância do grupo aliada aos meios existentes para analisar o estado do produto, através de um departamento técnico, tem situado a empresa num patamar de excelência e partilha de informação entre produtores. Tendo como principal missão alcançar a qualidade e a segurança alimentar, a PrimoHorta diferencia-se pela proteção do mundo da produção. “Foi assim que começamos e queremos continuar: dar mais sustentabilidade e garantia de trabalho ao mundo da produção. Queremos trazer para a fileira do consumidor uma segurança por via da transparência de trabalho que nos caracteriza. O cliente deve sentir-se confortável ao comprar produtos das nossas explorações”, relembra Paulo Leite. A exportação e os mercados Por necessidade imperativa e devido às mudanças na transação de mercados regionais, a empresa recorreu à grande distribuição. “Os produtores não tinham capacidade de fornecer individualmente e foi através deste coletivo que se tornou possível”, explica o gerente. Atualmente, a PrimoHorta abastece as grandes unidades comerciais do país e realiza periodicamente exportação dos seus produtos para a Alemanha e outros países da União Europeia. A grande expressão do grupo na exportação é o mercado alemão, que ocupa cerca de 30% da produção e através de uma parceria, as cenouras são embaladas e comercializadas por uma das maiores cadeias de supermercados e distribuição na Alemanha. Trabalhar com este mercado aumentou o patamar de exigência e certificação específica da PrimoHorta. Contudo, Paulo Leite não fica indiferente aos mecanismos adotados por estes grupos em organizar a produção em Portugal e na Europa. O gerente acredita que com a globalização e a oferta de outros países estamos constantemente a produzir acima das necessidades do mercado. Uma política que só visa preços agressivos, em que muitas vezes os produtos são vendidos abaixo do custo de produção sendo muitas vezes o desperdício escandaloso, tem levado também ao encerramento de algumas empresas. “Se queremos criar um mundo mais sustentável e sem ditaduras económicas, temos que repensar todo o sistema de uma forma global e inteligível de modo a criar um equilíbrio financeiro”, reforça. Futuro sustentável A PrimoHorta é já uma referência local e nacional e criou uma forma de trabalho que marcou o futuro das cenouras em Portugal. O objetivo não passa por produzir em quantidade mas sim procurar a sustentabilidade qualitativa e uma relação de con-

fiança e satisfação entre colaboradores, produtores e consumidores. “Daqui a uns anos gostaríamos de ver as novas gerações em ação, com responsabilidades acrescidas. Ambicionamos um patamar de tecnologia e investigação dos alimentos superior ao atual com a criação de uma plataforma em colaboração com as universidades. Só através da investigação podemos ter a segurança daquilo que estamos a produzir e dos reflexos no futuro”, conclui. PORTUGAL EM DESTAQUE | 23




SABORES GENUÍNOS DESDE 1954 Todos nós conhecemos o pão alentejano, mas o do Torrão é especial. São muitas as pessoas que se deslocam a esta freguesia de Alcácer do Sal e visitam a produção artesanal e os fornos a lenha que contam segredos. As Padarias Reunidas do Torrão somam mais de 60 anos e têm atravessado gerações na família Sanona. Aqui a tradição mantem-se, mas as rotas de distribuição, as encomendas e os apreciadores deste produto não param de aumentar. PADARIAS REUNIDAS DO TORRÃO

RITA SANONA

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São vários os negócios que atravessam gerações. Alguns por obrigação ou imposição, outros por paixão ou ainda quando os valores da família falam mais alto. Foi este o caso de Rita Sanona, uma jovem licenciada em Engenharia Alimentar que tinha inúmeras oportunidades de trabalho, mas escolheu abraçar este projeto. A licenciatura e o mestrado levaram-na até novas experiências profissionais em adegas e instituições públicas, mas foi na panificação que encontrou um novo rumo. “Muita gente me questiona o porquê desta decisão, uma vez que sou tão nova. Além disso este é um meio pequeno, mais rural e com poucas ofertas, comparativamente com Lisboa, Setúbal ou Évora, cidades próximas do Torrão. Mas o lado familiar e o facto de ter sido criado pelo meu avô tocou-me e não podia quebrar a transmissão de geração nem deixar o negócio cair em mãos alheias”, começa por explicar a atual gerente. Na realidade, as Padarias Reunidas do Torrão foram fundadas pelo avô de Rita e outros sócios no ano de 1954. Apostaram na padaria e pastelaria, a evolução aconteceu naturalmente e sentiram necessidade de alargar rotas de distribuição, dado o cres-


cimento e procura por parte dos clientes. O negócio corria de vento em popa e as tradições não se podiam perder, por isso o pai de Rita Sanona, filho do fundador, assumiu a gerência. Após 12 anos à frente da empresa, decidiu que estaria na hora de Rita ocupar o seu lugar, uma vez ligada à área alimentar. A decisão foi ponderada e desde agosto de 2015 que se nota o esforço e uma dedicação ímpar neste negócio familiar. É único, é o Pão do Torrão Reconhecidas um pouco por todo o país, as Padarias Reunidas do Torrão são já uma referência pelos seus produtos de excelência. Mais do que um pão alentejano, o pão do Torrão é das iguarias mais apreciadas na região e quem visita a vila não deixa de passar pela unidade de produção, espreitar o processo de fabrico e comprar pão quente e fresco pronto a levar para casa. Mas afinal o que torna este produto tão especial? “O que diferencia o nosso pão é a forma de produção artesanal e os fornos a lenha que lhes atribui um sabor característico”, avança Rita Sanona. Desta forma, diríamos que se trata de um processo simples, uma vez que é feito tal e qual como antigamente. Chegados à fábrica, os amassadores começam por amassar as massas previamente preparadas e mais tarde os forneiros que vão estender e dar forma aos vários tipos, formas e tamanhos de pão comercializados atualmente. Aqui a tradição mantém-se inalterada e são os fornos de alvenaria e farinhas 100 por cento nacionais que asseguram um bom produto. Acessível a todos Os segredos ficam para os mais antigos, até porque o que o consumidor deseja é provar e ter este pão na sua mesa durante alguns dias. Contrariamente ao pão congelado que chega até nós facilmente, mas com pouca validade de consumo, o pão do Torrão marca a diferença. “As pessoas apreciam muito o nosso pão, dizem que é diferente de todos os outros. Dura mais de uma semana sem ficar seco ou criar bolor e isso é cada vez mais valorizado pelos clientes. Fazemos um produto tradicional, cada vez mais apreciado pelos clientes e isso deixa-nos muito satisfeitos”, garante Rita Sanona. Além da unidade de produção, localizada no centro da freguesia, as Padarias Reunidas do Torrão acumulam ainda vários pontos de venda espalhados por concelhos como Alcácer do Sal, Évora, Vila Viçosa, Almada, Setúbal, Sines, Santiago do Cacém ou Barreiro, com nome e marca própria. As voltas de distribuição asseguradas pelos funcionários da empresa funcionam mediante os pedidos dos clientes e cobrem o Alentejo e quase toda a grande Lisboa, incluindo a zona da Costa da Caparica. Pode ainda encontrar o pão do Torrão em alguns minimercados e cadeias de supermercados como o Intermarché, uma rede que aposta na diferenciação e privilegia os melhores produtos nacionais. A pastelaria de qualidade Desde o início do negócio que a pastelaria ocupa um lugar de

destaque. Criada como complemento à padaria, hoje é uma aposta para continuar dando resposta aos pedidos e prestando um serviço mais completo. “O nosso forte é a pastelaria diversa e temos algumas especialidades típicas como os folhados alentejanos, as costas estendidas e as costas dobradas. São produtos que só se podem encontrar aqui, feitos através da massa do pão e essa característica torna-os únicos porque garante um sabor incomparável. São apenas adicionados alguns ingredientes como a erva-doce ou a canela, mas a base é a massa do pão”, adianta. Responsabilidade social Tendo como missão manter a tradição e levar os sabores doces mais longe, as Padarias Reunidas do Torrão são ainda a maior empregadora particular da vila do Torrão. Ao todo, 30 colaboradores compõem a equipa que se vê ser aumentada em alturas de maior movimento como o Verão ou épocas festivas, em que as encomendas crescem substancialmente. Uma grande responsabilidade social que teve algum peso quando Rita decidiu integrar o projeto. “Tinha alguma facilidade em apostar em novos projetos e introduzir na empresa algumas melhorias e inovação ou até mesmo levá-la para outro ponto do país, talvez numa zona mais central. Mas tenho a consciência de que não o posso fazer, pois é aqui que se encontram os nossos fornos que garantem todo o sabor ao pão. Temos aqui um forno que é único no país e é o segundo na Península Ibérica, só existe o nosso e outro em Espanha”, exemplifica a gerente. Questionada sobre o futuro, Rita Sanona pretende alargar a rede e rotas de distribuição que já se encontram em franca expansão. Inovar e lançar um produto novo faz parte dos planos de qualquer negócio e este não foge à regra. Contudo, manter as receitas tradicionais e preservar saberes e sabores é o principal objetivo do ex-libris do Torrão.

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A MAIOR UNIÃO DE FREGUESIAS DO PAÍS Alcácer do Sal é o segundo maior concelho do nosso país e tem uma união de freguesias à sua medida. Santa Maria do Castelo, Santiago e Santa Susana compõem este território carregado de beleza e um património incomparável. Desde a cripta arqueológica à vila romana, passando pelas igrejas, não deixe de percorrer a encosta junto ao Rio Sado e apreciar uma gastronomia de excelência numa terra em que o bem receber faz parte da ementa. UNIÃO DE FREGUESIAS DE ALCÁCER DO SAL

ARLINDO JOSÉ PASSOS Santa Maria do Castelo era já a maior freguesia do país, numa área que começava na Marateca e ia até aos limites de Grândola. Com a reorganização administrativa de 2013, altura em que Arlindo José Passos assumiu a presidência da União de Freguesias de Alcácer do Sal, juntaram-se Santiago e Santa Susana. Uma cidade de serviços, um vasto património e cada vez mais turística com 916 quilómetros quadrados. “Esta é a maior união do país, chega a ser maior do que a ilha da Madeira. Dos 308 concelhos existentes a nível nacional, só 13 deles têm uma área superior a esta união de freguesias. Alcácer do Sal é o segundo maior concelho do país, a seguir a Odemira”, começa por avançar o presidente, Arlindo José Passos. Se a grandiosidade do território é evidente em área, o património não fica atrás. Quem visita Alcácer do Sal não fica indiferente a um dos grandes símbolos do concelho e principal foco de desenvolvimento: o Rio Sado. Um passeio pela encosta entre o rio e o centro da cidade, passando pela ponte metálica ao estilo “Eiffel” é algo quase obrigatório. No alto das colinas ergue-se o conhecido Castelo de Alcácer, que detém atualmente a Pousada D. Afonso II e a Cripta Arqueológica. Entre os pontos de atração destacam-se ainda o Fórum e a Vila Romana de Santa Catarina. Os monumentos históricos não deixam os visitantes indiferentes e não faltam igrejas para um passeio mais religioso. Desde a de Santiago, do Convento de Santo António, de Santa Maria do Castelo, da Misericórdia até à de Santa Susana é extensa a área a percorrer. Os efeitos do turismo têm sido sentidos nesta União que evidencia a preocupação da Câmara Municipal de Alcácer do Sal em promover a região. A componente gastronómica é já uma referência com os típicos pratos alentejanos e o peixe grelhado, cada vez mais apreciados. “Temos muitos visitantes de Lisboa, por exemplo, que fazem questão de vir almoçar a Alcácer e isso tem dinamizado a restauração, que se encontra muito bem preparada e é variada”, afirma o presidente. Já as camas e unidades hoteleiras são escassas mas existem já projetos a avançar para responder às necessidades daqueles que procuram a cidade.

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Alcácer do Sal em Festa Com bairros e aldeias típicas, os arraiais e os santos populares não são esquecidos pela população e contam com todo o apoio da União de Freguesias. Se em Maio as festas tradicionais de Santa Catarina ganham vida, em Agosto é a vez das de Santa Susana saírem à rua. As festas da Senhora do Monte, em Vale do Guiso voltaram a ser recriadas e irão alargar-se a mais localidades. Já a nível concelhio, existem momentos importantes como a Feira do Pimel, o Feriado Municipal e a Feira Nova de Outubro. “Criámos uma festa que tem sido um sucesso e visto aumentar os seus visitantes: o Festival dos Sabores do Sado. Resulta da junção de duas festas e atualmente acontece na margem sul do rio, durante três dias com uma procissão noturna muito bonita”, remata Arlindo José Passos. São várias as festividades e as associações detêm o papel principal e dinâmico na organização destes momentos. Ao todo, 57 coletividades da freguesia promovem as tradições com a ajuda da população e do comércio local que se envolvem ativamente nas iniciativas e no bem receber.


Cidade com futuro Mas o balanço não fica por aqui e o executivo ambicionou mais. Em parceria com a Câmara Municipal de Alcácer do Sal, a União de Freguesias procedeu à pintura de todas as igrejas, requalificando o património religioso do concelho. O apoio nas obras de recuperação e ampliação do Centro de Dia de Foros de Albergaria é também motivo de orgulho. “Para já, queremos concluir as obras iniciadas e preservar os espaços verdes. As aldeias não podem ser esquecidas e todos devem ter as mesmas oportunidades, por isso queremos dar outra vida ao espaço público que está a precisar de manutenção. A União tem apoiado as Festas de Santa Catarina e a população vai ver crescer uma sala multiusos, um espaço que pode ser usado para várias atividades”, conclui o presidente. Missão cumprida Melhorar a qualidade de vida dos habitantes foi a principal prioridade de Arlindo José Passos ao longo deste mandato. Apesar de representar uma estrutura pesada e extensa, o presidente acredita que todos os compromissos propostos estão a ser cumpridos. Ao todo são 21 localidades e longas distâncias, que o impedem de visitar todas com tanta frequência, mas ouvir as pessoas, perceber as dificuldades e acompanhar as obras são condições essenciais no exercício da sua atividade. O transporte solidário é já uma realidade do atual executivo que oferece aos mais idosos e carenciados a possibilidade de se deslocarem ao hospital ou centro de saúde. “A pensar nos mais idosos, após a reorganização administrativa que uniu as freguesias, continuamos a manter abertos os polos nas três freguesias. Santa Susana e o Barracão, por exemplo, distam alguns quilómetros do centro da cidade e as pessoas não podiam deslocar-se até cá e fazer grandes distâncias para resolverem algum assunto. Desta forma, cada habitante desloca-se ao polo mais próximo da sua área de residência com os serviços da junta”, exemplifica. A instalação de aparelhos geriátricos e a criação de parques infantis são exemplos que já existem em quase todas as aldeias e satisfazem miúdos e graúdos. Os passeios entre avós e netos têm sido uma constante na tentativa de proporcionar um dia diferente, sendo o último no Jardim Zoológico. A educação assume um lugar de destaque para esta União de Freguesias que apoia a compra de manuais escolares até ao 12º ano, minimizando o esforço financeiro das famílias.

TELEFONE: 265 612 875 FAX: 265 613 465 EMAIL: UNIAOFREGALCACER@SAPO.PT

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Fotografias: Diogo Carlos da Maia

UM REFÚGIO ALENTEJANO ÚNICO Situada em Silveiras, perto de Montemor-o-Novo, encontra-se a Herdade da Paz. Um refúgio alentejano único para quem procura tranquilidade… e paz. Montado de azinho, sobro e olival compõem a paisagem verde ao longo de 200 hectares HERDADE DA PAZ

Maria da Paz Pontes abraçou este projeto com a paixão que sempre nutriu pela natureza e gosto pelo turismo. A Herdade da Defesa Grande fazia parte de uma grande propriedade dividida entre os irmãos e representa agora um paraíso natural único. A arquitetura do núcleo principal foi reabilitada e um dos espaços de arrumação do Monte foi transformado num empreendimento turístico como agroturismo. Com cerca de 5 quartos, duas salas de estar e uma cozinha partilhada e equipada, os hóspedes podem sentir-se em casa. A decoração moderna e inspiradora salta à vista de qualquer visitante que não fica indiferente às áreas e comodidades do espaço. Ideal para descontrair após um dia ocupado ou até mesmo trabalhar com o som da natureza como fundo, a Herdade da Paz é sempre uma boa opção. Propõe-se que os visitantes usufruam ainda do espaço verde através de percursos pedonais que ligam o espaço do agroturis-

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mo, zona de horta com árvores de fruto e barragem passando pelo montado e olivais. Um final de tarde relaxante acompanhado por um pôr-do-sol inesquecível é um plano irrecusável e muitas vezes inesperado. Na Herdade existe ainda uma coutada, reserva de caça turística para uso exclusivo de hóspedes e convidados. Um passeio pela Herdade é uma das propostas que temos para si. Aqui poderá observar algumas espécies de aves, o designado bird watching e outros animais, através dos percursos pedestres ou de bicicleta, ficando a conhecer os terrenos e culturas existentes. Os amantes de uma boa pescaria na calma de uma reserva ecológica nacional encontram na barragem privativa o local ideal para a atividade ou, simplesmente, mergulhar neste lago de sentidos. Quer procure atividades de lazer ou momentos de descanso em contacto com a natureza, não deixe de visitar esta propriedade que em breve terá novidades.

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ALENTEJO Considerada como uma das regiões com qualidade de vida mais elevada, o Alentejo ainda é um local por descobrir. As paisagens planas não devem ser confundidas com monotonia, pois muitos são os segredos que encerram. Comportando um terço do território de Portugal, apenas é habitada por menos de um décimo da população portuguesa. Todavia, este é um local recomendável para viver, trabalhar e descansar, a quem aguentar as condições climatéricas exigentes, mas que potenciam finais de tarde agradabilíssimos no Verão, quando todos os habitantes saem à rua e disfrutam da proximidade e do convívio entre si. Terra de olivais, de pinheiros, de sobreiros e de vinhas, é também comum cruzar caminho com manadas de vacas, um plantel de cavalos, ou rebanhos de ovelhas, muitas das vezes acompanhadas pelos seus fieis zeladores: os pastores. Falando de Alentejo, é quase obrigatório referir as duas cidades classificadas como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO: Évora e Elvas, além dos muitos outros pontos atrativos de Monsaraz (como o Castelo), Cabeço de Vide (onde se localizam as Termas de Sulfurea) e Alqueva, com a mais recente barragem, a qual criou uma Albufeira que alterou favoravelmente a paisagem alentejana. Os leitores perdoar-me-ão os vários sítios que ficam, com certeza, por referir. Cada vez mais são os visitantes que por aqui passam, em busca de um turismo diferente. Aliás, no ano de 2015 foi batido o recorde de dormidas de turistas internacionais em hotéis da região. Vários prémios têm sido ganhos na área do turismo, quer a nível nacional, quer a nível internacional. Por cá, ganhou quatro vezes o prémio de melhor região de turismo em Portugal, nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013. Desde então que as previsões neste setor são positivas, o que dinamiza a economia local e põe Portugal no mapa mundo. Afinal, estamos na moda… Venha descobrir, caro leitor, o que o espera nesta região.



DA REALEZA AO ESPÍRITO FAMILIAR Numa paisagem idílica e bucólica, o Hotel Rural Monte dos Apóstolos é o complemento perfeito para o sol e qualidade de vida, características inatas a toda a região do Alentejo. Um oásis localizado na freguesia da Urra – concelho de Portalegre – que oferece a todos os clientes a possibilidade de pernoitar num local histórico, recheado de memórias da nobreza portuguesa e laços familiares de gerações. HOTEL RURAL MONTE DOS APÓSTOLOS Turismo Rural. Em 11 de Novembro de 2000, foi oficialmente inaugurado, e, desde então, além da exploração agrícola, retém hoje a denominação oficial de Hotel Rural de quatro estrelas. Esta casa apalaçada do início do século XIX, inserida no limite sul da área urCAPITÃO MANUEL MARTINS bana, local onde se O atual proprietário, Capitão Manuel divisa uma paisagem de grande beleza naMartins, é o responsável pela rentabiliza- tural constituída pelo seu imenso sobreição e reestruturação de um espaço rural ral oferece, atualmente, aos seus clientes, adquirido pelo seu avô, com “a queda da no edifício principal, 5 amplos quartos realeza”. E se este antigo militar da Guar- com telefone, TV satélite e ar condicionada Nacional Republicana e militar milicia- do, todos com casa de banho. De relevar a no na India Portuguesa é o grande men- preocupação de proporcionar a facilidade tor de todo este projeto, o baptismo deste de acessos, com rampa adequadas no résmagnífico espaço de lazer surge de uma -do-chão, elevador e quarto adaptado as lenda antiga: necessidades de pessoas desabilitadas. No - “Segundo um estudo de um padre, este anexo ao pé da piscina, a Casa de Campo, concluiu que havendo várias capelas nas tem as mesmas condições e dispõe de duas propriedades contiguas ao Monte, e cada suítes e de dois quartos. Mas o luxo ineuma com o nome de um Apóstolo, teriam rente a todas estas infraestruturas é apea sua sede, aqui, no Monte dos Apóstolos. nas parte do encanto do Monte dos ApósDaí a sua designação”. tolos. A grande mais-valia deste Hotel Aquando da sua tomada de posse, em Rural é o ambiente acolhedor e familiar, 1966, Manuel Martins dá os primeiros proporcionando um retemperar de forpassos, ainda de forma inconsciente, para ças, fruto do stress diário da vida moderse estabelecer como uma das referências na. Além de mais, providenciam refeições do Turismo Rural em todo o Alentejo. caseiras de alta qualidade, com produtos Decide limpar todos os terrenos da vasta biológicos, para assim poder apreciar a dipropriedade e iniciar os primeiros restau- versidade de pratos e sabores que fazem ros aos edifícios, à data degradados, do parte da gastronomia regional. Dispomos Monte dos Apóstolos. Em 1986, ao abrigo de uma sala de convívio, que poderá serde um projeto de Turismo Rural, procede vir para a realização de eventos sociais ou ao seu aproveitamento legal, transfor- empresariais. Ainda existe a possibilidade mando a propriedade numa unidade de de efetuar, na propriedade, circuitos pe-

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destres, de bicicleta ou trem, puxado por cavalos. Poderá também, montar a cavalo em picadeiro descoberto ou efetuar passeios. No verão, terá à sua disposição uma piscina de água salgada para adultos e outra infantil. Possui uma capela muito antiga, onde poderão ser efetuados eventos de caracter cultural. Um espaço de requinte, em perfeita harmonia com a natureza, na capital do alto Alentejo. Deixe-se apaixonar por este quadro envolvente e venha disfrutar de um espaço único em Portugal. Digno de realeza. Passeios de bicicleta Poderá pedalar pela nossa propriedade Passeios pedestres Onde poderá aproveitar o ar fresco que a natureza proporciona todos os dias Piscinas de água salgada Temos duas piscinas, uma para adultos e outra para os mais novos Passeios a cavalo Sabia que as crianças ficam maravilhadas quando vêem cavalos? Venha ver os nossos e poderá também galopa-los no nosso picadeiro descoberto Pode ainda desfrutar da magnífica cozinha regional, servida no buffet de pequeno-almoço ou às refeições principais, mediante pedido. Esta unidade hoteleira possui ainda um frondoso pátio, um bar, salas para reuniões, uma horta-biológica e uma capela onde poderão ser efectuados eventos de cariz cultural.


O REQUINTE CHEGOU A ELVAS A cidade de Elvas foi distinguida como Património Mundial e tem agora um espaço à altura. O Acontece Avenida alia a gastronomia à arte de forma harmoniosa e inovadora num restaurante. Na sua carta de autor, apresenta alguns pratos típicos alentejanos e receitas diferentes que têm despertado a curiosidade dos visitantes. Localizado numa das avenidas mais movimentadas da cidade, o ambiente elegante e a decoração contemporânea não deixa ninguém indiferente e tornam este espaço único. ACONTECE AVENIDA

RUY D’ANDRADE E FRANCISCO MONTEIRO

dos segundo a receita tradicional, mas com um toque à Acontece Avenida. “Além dos nacos de vitela na pedra, procuramos aquilo que ainda não existia na região e apostámos em pratos diferentes como gambas com champanhe, caril, ananás ou coco. Trabalhamos com carnes de qualidade e excelência, os molhos são feitos na hora com os sucos da carne e os nossos bifes são sempre uma boa opção”, sugerem os proprietários. As sobremesas não são esquecidas e o Acontece Avenida apresenta ainda dez doces caseiros elogiados pelos mais gulosos. Desde a sua conceção, o objetivo era apenas um: aliar a gastronomia à arte e cultura de forma harmoniosa. Assim, a decoração contemporânea e as instalações artísticas saltam à vista de qualquer pessoa, destacando-se a peça dos Jogos Olímpicos de 2012, pela primeira vez em Portugal. Inserido numa cidade histórica, o Acontece tem uma equipa jovem que prima pela proximidade com os clientes e um serviço personalizado. “Tentamos imple-

Ruy d´Andrade é decorador de interiores e, Francisco Monteiro sempre esteve ligado ao ramo da restauração. Durante um passeio por Badajoz surgiu a ideia de ver nascer um espaço novo e diferente na cidade histórica de Elvas e assim fizeram acontecer… Primeiramente recuperaram um edifício do século XVI de construção vertical e implementaram o conceito de bar, restaurante e roof-top, inaugurando o Acontece em janeiro de 2016. Inicialmente apostaram numa ementa à base de fondue e nacos de carne alentejana na pedra, mas depressa alargaram a oferta e criaram uma carta de autor. Ruy aproveitou a experiência adquirida enquanto chef de cozinha e criou sugestões com receitas próprias e diferenciadoras. Sentido necessidade de crescer, há cerca de três meses, o antigo Acontece mudou de local e hoje podemos ver o novo espaço localizado num edifício dos anos 60 que era uma antiga estação de serviço e bomba de gasolina e, ai nasce, o novo ACONTECE AVENIDA. Após um grande investimento, abre o novo e renovado ACONTE AVENIDA, localizado na Avenida Garcia da Orta, uma das avenidas mais movimentadas. A localização, a qualidade dos pratos e um ambiente acolhedor tornam este espaço a escolha ideal para jantar e transformam-no numa montra da região. Quem visita este espaço pode provar as presinhas no tacho ou o bacalhau dourado, pratos típicos da cidade de Elvas, confeciona-

mentar na equipa a ideia de que cada cliente é um amigo. Por isso, damos uma atenção especial e um atendimento cuidado a cada um. Desde a abertura até agora temos tido um feedback positivo, somos o nº1 no Trip Advisor e isso é um grande reconhecimento, porque quem nos avalia são os clientes”, reforçam. Mais do que uma ida a um bar ou restaurante, visitar o Acontece constitui uma experiência. E se a esplanada é uma mais valia e torna o espaço ainda mais convidativo, em breve, a varanda natural do primeiro piso transformar-se-á no roof-top. Como Elvas não vive apenas da tradição e é necessário inovar, Ruy e Francisco têm já mais dois projetos a caminho que estão ainda no segredo dos deuses.

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TERRA DE ENCANTOS E SINGULARIDADES O concelho de Sousel localiza-se a norte do Alentejo Central, na confluência dos distritos de Portalegre e Évora. O concelho confina, a norte, com os concelhos de Avis e Fronteira, a este com o de Estremoz e a sul com o de Arraiolos. A sua localização privilegiada é por si só garante de interesse e potencialidade a nível económico e turístico. MUNICÍPIO DE SOUSEL

MARTA CARUJO Enquanto vice-presidente deste município, elabore uma pequena apresentação do mesmo, onde sejam destacadas as suas principais potencialidades? Na paisagem do concelho destacam-se principalmente três tipos de ocupação do solo: os montados, os sistemas culturais arvenses de sequeiro, os imensos olivais, e o azeite, que constituem uma das maiores riquezas e potencialidades da região, aliados às vinhas e à produção de vinho. O concelho tem quatro freguesias: Cano, Casa Branca, Santo Amaro e Sousel. A profunda feição eminentemente agrícola presente na história deste concelho marca, ainda hoje, a cultura e a identidade de Sousel, são disso exemplo, os produtos endógenos do concelho, todos eles ligados ao campo e à agricultura. As suas condições naturais e a preservação das tradições e costumes aliadas a uma forte aposta na educação, na cultura, na gastronomia, na aposta dos produtos locais e na identida36 | PORTUGAL EM DESTAQUE

de deste povo e desta terra, são garante de atrativo e reveladores das potencialidades do nosso concelho. Quais os principais projetos que foram desenvolvidos pela Câmara Municipal de Sousel neste mandato? Neste mandato de quatro anos que agora chega ao fim, uma das principais apostas deste Município foi na Educação com especial destaque para a conclusão do Centro Escolar, também a área Cultural e Patrimonial foram alvo de vários projetos, alguns dos quais não concluídos. O Município teve ainda na ação social uma das suas maiores preocupações, dado o envelhecimento da população e o fraco tecido económico da região. A promoção do concelho, das suas potencialidades e dos seus produtos de origem, estiveram sempre presentes em todas as ações desenvolvidas, com vista à transformação do concelho de Sousel num atrativo turístico apetecível.

A aposta no turismo tem sido uma realidade. Quais os principais locais a visitar no concelho? Sousel tem uma entidade preservada ao longo do tempo, um património natural riquíssimo e um contexto natural de vida das suas populações, que por si só constituem um forte motivo de visita e permanência no concelho e na região. É também importante visitar o seu património arqueológico, e religioso, tendo sido identificados 139 locais em todo o concelho que comprovam antigas presenças humanas, deixando em aberto possíveis programas de valorização com vista ao seu aproveitamento, tanto turístico como pedagógico. De salientar os antigos fornos de cal, que o Município tem preservado como um importante legado de conhecimento para as gerações futuras. A gastronomia souselense integra o valioso património da cultura gastronómica alentejana. A mestria em combinar os cheiros e sabo-


res das ervas aromáticas, a importância do pão e os doces confeccionados em dias de festa, são os principais traços da nossa gastronomia. No sentido de valorizar e promover a gastronomia souselense, foi criada a Confraria Gastronómica de Sousel, que teve o seu primeiro capítulo no dia 26 de Novembro de 2011. Destacamos nesta área os produtos característicos, e os produtores locais, que nos apresentam um vasto leque de escolhas, entre as quais, a Doçaria; o Mel; o Pão; o Vinho; o Azeite; os Queijos; e os Enchidos. O seu Património Cultural é caracterizado pela recolha de tradições e saberes populares e pela preservação de hábitos e costumes, sendo disso exemplo a existência de ranchos folclóricos e etnográficos em todas as freguesias do concelho, todos eles com reconhecimento nacional e internacional. Temos ainda importantes celebrações tais como: A Bênção do Gado, A Romaria à Serra de S. Miguel, o Festival do Caracol, o Festival das Tapas, a Feira de S. Miguel, entre outras e as tradicionais festas de Verão. Encontrando-nos perto da próxima semana cultural 17 – e de uma constante aposta na promoção da marca Sousel, nomeadamente a nível gastronómico –, o

que é importante dizer nesta altura? Este ano, tal como em anos anteriores, a oferta é bastante diversificada, destacamos a nível gastronómico: o Festival dos Sabores Mediterrânicos e o IV Festival das Sopas de Pão, para além dos stands com representação gastronómica do concelho, a Confraria Gastronómica terá em permanência um restaurante onde poderão ser degustadas refeições características da nossa zona e produtos oriundos do nosso concelho. Existem ainda stands com representações de produtores e produtos do concelho e da região. Do extenso programa constam ateliers, tertúlias, palestras, exposições, colóquios e espectáculos de animação musical e folclore. O programa revela por si só motivo de interesse para que neste fim de semana todos os caminhos venham dar a Sousel. Sendo a atual presidente da Confraria Gastronómica de Sousel, qual a importância desta instituição no desenvolvimento e promoção dos produtos da região? Assume, em pleno, o papel de principal embaixador do município? A Confraria Gastronómica de Sousel desempenha um papel relevante no que diz respeito ao reconhecimento, promoção e valorização dos produtos e saberes tra-

dicionais, estabelecendo a ponte entre a comunidade, agentes locais e públicoalvo, assumindo a figura de centro organizador e dinamizador do património gastronómico de Sousel. Assume-se como um elemento privilegiado na divulgação de produtos endógenos do concelho e dos produtores locais, podendo ser considerada um embaixador de excelência do Município. Qual a mensagem que pretende deixar aos seus munícipes? E qual o convite que pretende fazer aos restantes leitores da Revista Portugal em Destaque? Somos privilegiados por vivermos nesta região e especialmente por podermos dizer que somos Souselenses. Sousel sente-se, está-nos na alma e enche-nos o coração. Este imenso mar verde onde se perde o olhar e se encontra a tranquilidade de que necessitamos para o equilíbrio fundamental ao corpo e ao pensamento, ganha aqui novas formas de sentir e de estar. Queremos partilhar as nossas memórias, a nossa maneira peculiar de estar e de viver, queremos dar-vos a conhecer o nosso Alentejo e as nossas gentes, sobretudo estamos disponíveis para vos receber com a humildade e a abrangência características do Alentejo e dos Alentejanos.

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FREGUESIA DE SANTO AMARO EM DESENVOLVIMENTO Nélio Painha é o atual presidente da Junta de Freguesia de Santo Amaro, localizada no concelho de Sousel. Encontrando-se a terminar o primeiro mandato à frente desta autarquia, Nélio Painha concedeu uma entrevista à nossa revista, por forma a apresentar-nos a terra que o viu nascer e de onde não pretende nunca sair. JUNTA DE FREGUESIA DE SANTO AMARO

Santo Amaro é uma freguesia rural do concelho de Sousel, a norte do Alentejo. Extremamente rica em tradições, esta localidade portuguesa é caracterizada por desenvolver inúmeras festividades ao longo do ano, das quais se destacam: a festa em honra do padroeiro, Santo Amaro, a 15 de janeiro; a celebração do Entrudo; a Feira Tradicional, em março; a Bênção do Gado, em maio; o São João, a festa de verão e o Magusto. Motivado pelo “amor à terra”, o nosso entrevistado contou-nos pertencer a várias coletividades da localidade que representa: “Esta freguesia é pequena, mas muito dinâmica. Aqui existem diversas Associações e todas elas muito unidas no que ao desenvolvimento da freguesia diz respeito. Só para vos dar um exemplo, aqui é organizado um evento onde se contam mais frangos assados vendidos do que número de habitantes na freguesia. Todo ele organizado, em conjunto, pelas diversas Associações”, confidenciou-nos. No que à ação social diz respeito e no que concerne ao apoio à terceira idade, a freguesia de Santo Amaro conta com o apoio de uma IPSS – Comissão de Melhoramentos de Sousel – e com um Centro de Convívio para Idosos. Mas, nesta área, muito mais tem sido feito pelo executivo de Santo Amaro: “Nós aqui sofremos de um problema grave. Fruto da interioridade, temos falta de natalidade. A juntar a isso, os nossos jovens saem daqui em procura de melhores condições de vida. Por forma a combater essa realidade, temos feito um investimento muito grande na escola da freguesia, para melhorar as condições lá encontradas e temos criado atividades extracurriculares para atrair mais crianças”, enumerou o presidente. Os objetivos do presidente Ao longo da conversa com a nossa revista, Nélio Painha confidenciou que irá recandidatar-se nas eleições deste ano e que espera ser novamente eleito pelos seus fregueses: “A minha ideia

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NÉLIO PAINHA é nos primeiros seis anos focar-me no melhoramento da imagem da nossa freguesia, atraindo mais habitantes. Nos segundos 6 anos, dedicar-me à criação de emprego e habitação para os jovens”. Criar um parque de campismo natural, aproveitando as paisagens e promover o Bolo Branco (confecionado unicamente nesta localidade), tentando industrializá-lo, criando mais emprego na freguesia, serão os caminhos a seguir. “Também quero tentar recuperar algumas casas da aldeia, com o apoio da Câmara Municipal, criando habitações sociais”, acrescentou. O executivo que adicionou infraestruturas básicas ao cemitério da freguesia, que pintou a igreja e que promoveu a continuação da existência da escola em Santo Amaro, pretende continuar com o trabalho até aqui realizado, sempre em prol do desenvolvimento da freguesia: “Espero ganhar e espero continuar com este dinamismo. Infelizmente as Juntas de Freguesia são o parente pobre das autarquias locais e isso deveria ser invertido porque somos nós que estamos mais próximos da população e sabemos melhor o que é verdadeiramente necessário”, reiterou Nélio Painha. Por fim, ficou o convite: “As pessoas de Santo Amaro sabem receber muito bem. Temos a nossa gastronomia, as festas, o nosso maravilhoso clima e lindíssimas paisagens. O Alentejo é a zona do país com mais potencial de crescimento e espero que os nossos governantes vejam este potencial e que não o esqueçam”, finalizou.


400 ANOS A SERVIR A COMUNIDADE A atividade primaz da Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide, desde os seus primórdios, é a saúde. Com uma história intimamente ligada aos enfermos e pobres, desde a sua fundação, a Santa Casa partilha este passado com um dos bens fundamentais à subsistência da região, o hospital. SCM CASTELO DE VIDE

FERNANDO SOARES A 28 de novembro de 1948 é inaugurado o albergue João José Le Cocq, através de um legado deixado pelo Conselheiro Alfredo Le Cocq – com vista ao usufruto da sua senhora. E este é um passo marcante no futuro da vasta história de apoio à comunidade e esforços vigentes no serviço social desta mui nobre instituição. Após a revolução de abril, os hospitais das misericórdias, ao longo do nosso país, passaram para a regência do Governo, e assim,

inaugurado o Centro de Dia da Misericórdia. “O centro de dia é a resposta social destinada a pessoas idosas de ambos os sexos que proporciona, em horário diurno, um conjunto diversificado de serviços e actividades de desenvolvimento pessoal tendentes ao bem-estar do utente e ao seu equilíbrio emocional e físico, e de apoio à respetiva família”. Em 2013, abre “portas” um novo lar, no edifício onde pontificava o antigo hospital, que acolhe 37 utentes, de ambos os sexos. Além de todas as estas infra-estruturas de apoio fixo permanente, a Santa Casa é ainda responsável pela gestão da cantina social – ferramenta fundamental no garante de uma alimentação digna a muitas famílias na altura da crise – e pelo Apoio Domiciliário à população. Ou seja, “prestação de cuidados e serviços individualizados e personalizados no domicílio das pessoas quando, por motivo de doença, deficiência, idade, ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e/ou atividades da vida diária”. Mas a influência desta instituição reflecte-se também na sua equipa de colaboradores. São cerca de 60 pessoas, entre enfermeiros, médicos, auxiliares para os apoios domiciliários, distribuição de alimentos, prestar apoio às casas das pessoas e todos os cuidados básicos para o funcionamento e manutenção dos espaços que a Santa Casa disponibiliza à comunidade. E é sempre este o objetivo da equipa liderada pelo provedor Fernando Soares, melhorar constantemente os serviços prestados e disponibilizados aumentando a oferta de equipamento social, mantendo a qualidade e o rigor do serviço prestado à comunidade ao longo destes 400 anos de história. Nas palavras do próprio “O mais importante é o bem-estar da nossa população. Somos conscientes do trabalho levado a cabo e do apoio que prestamos directamente a todos os que mais necessitam. Além disso, somos um dos maiores empregadores do concelho, o que nos imputa uma responsabilidade acrescida pelas sessenta famílias que dependem de nós. O essencial é zelar pelo bem estar de todos, garantindo um trabalho de qualidade pelo bem comum – a comunidade”.

esta infra-estrutura permitiu que o trabalho com as senhoras desfavorecidas da região permanecesse. Atualmente, o Lar João Le Cocq mantem a premissa inicial da sua fundação – um centro de acolhimento para senhoras necessitadas. A 1 de Outubro de 1981, nas dependências do Lar Le Cocq, foi

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“O CAMINHO É O BEM-ESTAR ANIMAL E A RESPONSABILIDADE” Inaugurada em 2004, a empresa Vetal – Clínica Veterinária do Alto Alentejo – é hoje um caso de sucesso, com um serviço de excelência. O objetivo de partida foi implementar um projeto de assistência médico-veterinária abrangente na região do Alto Alentejo, com serviços inovadores, tendo vindo a crescer, com uma grande diversificação de atividades, naquilo que é hoje o Complexo Veterinário do Alto Alentejo. VETAL

O principal sinal de humanidade é a maneira como os seres humanos tratam os animais. Há uma responsabilidade no intelecto do Homem em tratar e receber o carinho que os animais, fortuitamente, nos dão. Foi no contexto de cuidar os nossos animais da melhor forma possível que este projeto surgiu, em pleno ano de 2004, quando três médicos veterinários conciliaram a amizade com o desígnio de servir a Saúde Animal, criando também serviços e uma filosofia diferenciados e inovadores na região. A atividade da Vetal iniciou-se num pequeno espaço de 200 metros quadrados onde o foco era tratar animais de companhia (sobretudo cães e gatos), agregado a um serviço ambulatório a espécies pecuárias e equinos. A inovação, qualidade dos serviços e as novas exigências do mercado levaram a que, em 2014, expandisse as suas instalações para um enorme complexo (que continua em evolução) que acolhe hoje uma equipa multidisciplinar muito vasta e inúmeros serviços, entre os quais: consultas, serviços de urgências, cirurgia, treino básico de cães, fisioterapia, entre outros. A inovação no equipamento e serviços foi um fator determinante para envolver a clinica na especialização em áreas como a, cardiologia, ortopedia, reprodução e medicina de equinos e de espécies pecuárias, com apoio de equipamento de imagiologia, análises clínicas, entre outros. Alexandra Romão é uma das responsáveis, daquele que é uma das principais referências no que diz respeito à Saúde Animal na região, e lidera uma equipa de profissionais com uma “paixão enorme pelo trabalho e pela profissão”. Educar para construir o futuro Uma instituição direcionada ao bem-estar animal tem também 40 | PORTUGAL EM DESTAQUE

uma responsabilidade social de enorme preponderância, sobretudo no que diz respeito a questões pedagógicas. É frequente a presença da Vetal e da sua equipa em escolas, uma proximidade com a comunidade juvenil, e não só, de forma a promover boas práticas a ter com os animais de estimação. “Damos grande relevância à parte pedagógica. Fomos pioneiros na extensão pedagógica da prática médico-veterinária e educação da comunidade nesta área. Havia muitas dúvidas sobre como tratar os animais e, mesmo estando inseridos numa região de cariz rural, muitos não têm regularmente contacto com estes ou apoio mais técnico”, explicou Alexandra Romão. Centro Hípico e serviços turísticos Os protocolos e relações que se estabeleceram com a Comunidade criaram a oportunidade de fazer nascer um centro hípico, “com um cariz pedagógico muito diferente do habitual, valorizando a humildade e o respeito pelos animais, baseados na segurança dos utentes e na qualidade de serviços”, explicou a responsável. Incluíram-se uma série de vertentes inovadoras no âmbito dos equinos, promovendo-se também a utilização e criação de burros de muares, também com uma grande ligação à cultura e Etnologia regionais, de que são exemplos os passeios com burros ou a participação em romarias tradicionais, que fizeram renascer o desfile de carroças engalanadas em Portalegre, durante as Festas da Cidade. Alguns dos cavalos, burros e muares ao serviço da empresa de eventos Evetal, agora com importante desempenho, foram recuperados e educados pela clínica. “Acreditamos que é possível desfrutar daquilo que um animal nos pode dar de uma forma


diferente e sempre positiva”, acrescentou Alexandra Romão. Existe também, no local, um bar de apoio, curiosamente apelidado de “Abegoaria” que permite, por um lado, acolher os utentes de forma confortável, e desfrutar do espaço equestre, saboreando a gastronomia e os bons vinhos regionais. Para além dos serviços hípicos deste “Centro Hípico do Alto Alentejo”, existe também a oferta de serviços turísticos como o de turismo de natureza (empresa reconhecida pelo Turismo de Portugal) e outros, que tiram partido das condições únicas do Parque Natural da Serra de S. Mamede e da região. Existem ainda valências terapêuticas, apoiadas por técnicos especializados, muito importantes para a Comunidade, de hipoterapia e asininoterapia, e uma parte pedagógica inovadora: “uma disciplina pioneira em Portugal que é o desenvolvimento infantil, feito com crianças que, com 3 e 4 anos, começam já a desenvolver algumas atividades em cima do cavalo” esclareceu Alexandra Romão.

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“A NOSSA RELAÇÃO COM OS PRODUTORES DIFERENCIA-NOS” Situada em Monsaraz, terra cada vez mais na moda pelos seus vinhos, a Ar D’Alentejo Wines & Spirits aposta na divulgação dos produtores locais, associada a um serviço de excelência proporcionado pela experiência dos seus gerentes. Em entrevista à Portugal em Destaque, Paulo e Vera Lourenço falam acerca deste seu projeto, que dá a conhecer os vários sabores da região. AR D’ALENTEJO

VERA E PAULO LOURENÇO Com experiência prévia na área dos vinhos, foi natural para Paulo e Vera Lourenço aproveitarem a oportunidade que lhes surgiu. “É uma necessidade de Monsaraz e nós já temos um know-how acumulado na área, eu já levo 18 anos na área dos vinhos e a Vera outros 9. Fazia todo o sentido apostar em algo único e que ajuda a promover a nossa região, os produtores e os produtos. Este espaço já funciona como Wine Shop há sensivelmente 18 anos. Entretanto, e de acordo com uma mudança estratégica, surgiu uma oportunidade de restruturar este espaço”, explicou Paulo Lourenço. Numa região cada vez mais reconhecida pela qualidade dos seus vinhos, a Ar D’Alentejo Wines & Spirits é um espaço que permite a divulgação do trabalho dos produtores locais, apostando não só no vinho, mas também em diversos outros produtos regionais. “Nós somos regionalistas, mas não somos fundamentalistas. Identifico-me com um conceito amplo, onde as pessoas podem aceder a produtos dos 2€ aos 200€, e o nosso trabalho aqui passa essencialmente por isso, promover de forma transversal todos os produtos. Quando trabalhamos com um produtor, temos toda a sua gama. Iniciámos com sete produtores locais, escolhidos

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pela sua proximidade e depois fomos expandindo para os atuais 15 produtores. 98 por cento do que temos aqui é local, mas temos alguns produtos de outras regiões, são um complemento e servem para apresentar o que de bom se faz em Portugal. Além aos vinhos temos também os azeites, os licores, as bolachas, os gins, as compotas, os queijos e enchidos. O conceito está alicerçado sobre o vinho, embora os licores e os gins assumam cada vez mais importância. Tudo o resto, é uma mais-valia que desperta a atenção de quem cá vem, faz querer experimentar e provar”, esclarece Vera Lourenço. Com vontade de arriscar e fazer crescer o conceito, surge na Ar D’Alentejo Wines & Spirits uma marca própria, ligada às bolachas artesanais. É com ela que se introduz o novo membro da família. A GUST’ARAZ é a marca de bolachas artesanais criada e estará no futuro sob a responsabilidade de Gustavo, o filho do casal. Faz parte de mais uma estratégia de desenvolvimento da empresa e assumiu-se como uma das primeiras medidas de expansão. Sobre a concorrência, “não é que não existam concorrentes, todos os espaços são únicos e existe lugar para todos. O que nos diferencia é o nosso know-how, que acumulado perfaz mais de 25 anos de experiência. Temos uma real noção do que é o nosso trabalho, apostamos imenso na formação, conhecemos integralmente o que temos dentro de portas, conhecemos bem os nossos produtores e a nossa relação direta com os mesmos diferencia-nos. De igual modo, acabamos por ser uma expansão dos produtores, onde aqui se pode provar de tudo, e aceder aos produtos em condições altamente competitivas”, afirma Paulo Lourenço. Com um forte crescimento do turismo no nosso país, bem como pelo interesse estrangeiro nos nossos produtos, os clientes da Ar D’Alentejo Wines & Spirits dividem-se, entre turistas, locais, hotelaria e restauração da região. O futuro passa por manter a qualidade e desenvolver alguns aspetos inovadores. “Há dois anos assumimos o desafio de ter todos os produtores da região neste espaço, que não é nada fácil. Mas com o respeito e compreensão de todos foi possível e agora queremos ir mais além e ser uma referência na nossa área”, conclui Vera Lourenço.


FONTE DE SAÚDE No Alto Alentejo há gastronomia de excelência, património que merece ser visitado, locais históricos com muito para contar, população atenciosa e acolhedora. A juntar a isso, Cabeço de Vide é a casa das Termas da Sulfúrea, onde pode relaxar e cuidar da sua saúde. JUNTA DE FREGUESIA DE CABEÇO DE VIDE

JOÃO VELEZ A Portugal em Destaque foi recebida pelo presidente João Velez, a cumprir o seu primeiro mandato neste cargo. Quando lhe perguntámos quais seriam os pontos fortes da sua freguesia, o edil não hesitou: o destaque será, claramente, as Termas da Sulfúrea, as quais, nos últimos anos, têm visto um esforço para serem dotadas de melhores condições e oferecerem melhores serviços, com elas, relacionados. As propriedades destas águas são de uma qualidade impressionável. Este lugar atrai perto de dois mil visitantes anuais, o que é significativo numa vila de cerca de mil habitantes. As estadias são longas, em média o visitante permanece em Cabeço de Vide durante 10 dias, durante os quais poderá disfrutar dos vários programas de Termais que lhe são disponibilizados. Do ponto de vista económico, as termas acabam por dinamizar tudo o que está à volta, desde restaurantes a hotelaria, e atraem visitantes cada vez mais jovens. Para complementar essa vertente da saúde, há riqueza histórica e patrimonial: o Castelo, a Torre do Relógio, o Pelourinho, entre outras referências. Não é de admirar que até haja, ainda em fase de estudo e descoberta, dados que poderão revelar a existência de uma vila romana junto a esta freguesia. Tal como já referido, Cabeço de Vide é dotada de gastronomia de excelência, desde a sopa de tomate ou de espinafres à açorda,

passando pelas migas de espargos e coentros, ou simplesmente de pão ou batata e as várias formas de se cozinhar a carne de porco: não é um único prato, são vários, todos eles aconselháveis a experimentar. Este conjunto aliado à pacatez e sossego da vila, demonstra potencial para serem uma referência no turismo do Alto Alentejo, um bom local para estadia e a partir do qual visitar outros pontos de interesse do distrito. O presidente João Velez acredita que neste aspeto da centralidade é um fator decisivo para no futuro e com a criação de protocolos com as freguesias e municípios que rodeiam Cabeço de Vide poderá favorecer todas as localidades, gerando maior dinamização e movimentação de pessoas. “Quanto maior e rica for a oferta, mais abrangente se torna e isso atrairá mais público, este é o caminho para o futuro de Cabeço de Vide”, expõe o presidente. Se o conseguir, “Cabeço de Vide estará no mapa no Turismo de Portugal”. Um destes novos projetos, já pronto para lançamento, consiste em sabonetes produzidos com águas das termas em parceria com “água mole” uma empresa sediada na Vila.

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UM DIA QUE NÃO ESQUECERÁ Preparada essencialmente para a receção de eventos, sobretudo casamentos, a Quinta das Sentieiras permite uma conexão entre a natureza e a cultura, bene ciando de elementos arquitetónicos e paisagísticos diferenciadores. Com o foco no cliente e nas suas expetativas, oferecem um serviço de qualidade e rigor, dando impor- tância a todos os detalhes envolvidos. QUINTA DAS SENTIEIRAS

A Quinta das Sentieiras, localizada no centro do País, na Cidade de Abrantes, cujo as suas origens remontam ao século XVIII tem várias valências à disposição dos seus clientes. Estão direccionados para a organização de eventos, desde casamentos, batizados e eventos empresariais, valorizando a diferenciação entre cada ocasião e colocando rigor e requinte em todos os pormenores. Inserida entre 50 hectares de espaço verde, a Quinta das Sentieiras, percorreu um longo caminho pela História até chegar aos dias de hoje e se tornar um espaço onde a natureza e o bem-estar se unem para proporcionar um dia único e memorável àqueles que a escolherem para realizar os seus eventos. Beneficiando da proximidade com a natureza e associada também à cultura, o espaço físico da quinta permite a quem a visita sonhar com um evento diferente, onde os espaços exteriores disponíveis têm um papel distintivo de grande relevância. Muitas são as fontes de água que brotam naturalmente de vários pontos espalhados pelos jardins. Desafiamos os nossos visitantes a veranear pelos caminhos demarcados e conhecerem a envolvência natural. Quinta das Sentieiras - 2200 Sentieiras/Abrantes E-mail: info@quintadassentieiras.pt Tlm.: 932 689 980 | 932689981/3 www.facebook.com/quintadas.sentieiras www.blogquintadassentieiras.pt www.quintadassentieiras.pt

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A Quinta das Sentieiras oferece um vasto leque de serviços e tem a capacidade de se adaptar a qualquer tipo de evento: casamentos, batizados,reuniões empresariais, conferências e qualquer outro tipo de festa, seja de media ou de grande dimensão. Para os serviços de catering e animação recorremos em outsorcing mas apenas com empresas cujo o portfólio conhecem e sejam de prossionalismo e de confiança. A decoração é efetuada em parceria com as Isabeis Decoracoes. A gerência da quinta encarrega-se da organização de todos os pormenores, ao mesmo tempo que dá abertura ao cliente para escolher de acordo com os seus gostos e preferências, por forma as expectativas serem cumpridas. A organização dos eventos no espaço é um processo de total dedicação, projetada com rigor e atenção a todos os detalhes em forma de total exclusividade para cada evento. Com duas salas com capacidade para quinhentos lugares sentados, a zona interior de convívio não foi descuidada. Quanto à parte do alojamento, as Casas do Campo, que contam com um total de 10 quartos, que podem ser disponibilizados em ambiente rustic e confortável. O solar e a Capela da Nossa Senhora da Conceição do século XVIII são espaços de um passado que transcende até ao presente e representam um marco emblemático do património desta região. A Quinta das Sentieiras aguarda a sua visita.

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PRESERVAR O PASSADO, PENSAR O PRESENTE E PREPARAR O FUTURO O Agrupamento nº 3 de Elvas é detentor de uma identidade própria, resultante do contexto a que pertence. É um agrupamento pleno de diversidade, que se deve constituir como escola inclusiva, como conta a diretora Fátima Pinto, em entrevista à Portugal em Destaque. AGRUPAMENTO Nº3 DE ELVAS finem as nossas prioridades e metas para alcançar uma Escola de Valores. Para concretizar estes objetivos, a oferta formativa é diversificada e abrangente incluindo todos os cursos científico-humanísticos, cursos profissionais e cursos CEF. Na educação e formação de adultos a oferta inclui o ensino recorrente noturno, o Centro Qualifica e a formação no Estabelecimento Prisional de Elvas. Merece ainda destaque a existência de uma sala para crianças do espetro do autismo utilizando a metodologia TEACCH.

FÁTIMA PINTO Como carateriza esta instituição? O Agrupamento é constituído pelas Escolas Básicas de Barbacena, S. Eulália, S. Vicente, Terrugem, a EBI de Vila Boim e a Escola Secundária D. Sancho II. Estas escolas encontram-se dispersas por todo o concelho de Elvas sendo a escola secundária a única que se encontra na sede de concelho. O agrupamento é uma instituição pública cuja missão é “a formação integral das crianças e jovens, preservando o passado, vivendo conscientemente o presente e preparando um futuro mais promissor.” Neste sentido, deve afiançar um serviço educativo de qualidade, estar aberta à tecnologia e inovação, ser um espaço cívico por excelência, ser uma “escola” aberta à comunidade, inclusiva e contribuir para o desenvolvimento do país, preparando os alunos para corresponder aos desafios de um mundo globalizante. Como carateriza a oferta formativa? O nosso Projeto Educativo pretende ser a linha orientadora que une a Comunidade Educativa em torno dos mesmos objetivos e metas para levar os nossos alunos a ter sucesso. Permite-nos diagnosticar os nossos pontos fracos e fortes e as estratégias a adotar, diagnosticar problemas reais, identificar anseios e espectativas da Comunidade Educativa a partir das quais se de-

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No que concerne à formação e qualificação profissionalizante, quais os principais cursos disponibilizados? Os cursos profissionalizantes são definidos em parceria com o tecido empresarial da região de modo a responder eficazmente às necessidades reais do concelho. Neste contexto, atualmente são disponibilizados cursos na área da produção agrária, das novas tecnologias da informação, conservação e restauro, desporto, eletricidade e mecânica. Que atividades assumem real importância na comunidade educativa do Agrupamento de Escolas nº 3 de Elvas? Além da aquisição de competências e conhecimentos académicos, pretende-se que o Agrupamento seja um fator decisivo na formação integral dos alunos, dando importância à sua formação enquanto cidadãos empenhados em dar o seu contributo para a melhoria da sociedade. Neste contexto, são desenvolvidos projetos integrantes em 7 vertentes: Escola Solidária, Escola Empreendedora, Escola Inclusiva, Escola Amiga do Ambiente, Escola Além Fronteiras, Escola Promotora de Saúde, Escola Promotora de Leitura. Que objetivos e ambições tem para o Agrupamento de Escolas nº 3 de Elvas? Pretende-se que se constitua como uma instituição com identidade, inclusiva, reconhecida pela qualidade e relevância das atividades que desenvolve e que se assuma como instituição de referência e coesão das identidades das unidades orgânicas que a constituem. De referir também que no ano lectivo de 2017/2018 o Agrupamento faz parte das 236 escolas que vão participar no projeto-piloto para a flexibilização curricular.


TRADIÇÃO E CARÁTER A paisagem de Vila Viçosa, no Alentejo, conquistou Alison e Joaquim Luiz Gomes. Na Herdade do Rego vive-se a tranquilidade e a riqueza das planícies alentejanas que, em breve, podem atrair outros visitantes. Quem já quiser provar do que aqui se produz aposte nos vinhos ou no azeite Azamor. AZAMOR De um total de quase 260 hectares, 25 são de vinha, 140 de olival e 55 de floresta de pinheiros e sobreiros. O restante é ocupado pelos belos cavalos da Herdade. Azamor: vinhos e azeite Sob a marca Azamor já foram lançados cinco vinhos: quatro tintos e um branco, bem como um azeite, com estreia este ano. Mais de 80 por cento do vinho é exportado: os Azamor estão muito presentes no norte da Europa e nos Estados Unidos da América. Alison revela que gostaria de ver os seus vinhos no Brasil. Por cá, os vinhos podem ser encontrados em alguns supermercados locais, mas principalmente em restaurantes ou pequenas lojas especializadas.

ALISON LUIZ GOMES Alison Luiz Gomes e Joaquim Luiz Gomes conheceram-se em Inglaterra, quando ambos estudavam. Iniciaram a vida profissional em Londres, porém Joaquim, português, sempre sonhou em regressar ao seu país de origem. Assim o fez e, com ele, trouxe Alison, que não falava uma única palavra de português (hoje isso já não é verdade, apesar de manter o sotaque cativante). A Herdade do Rego, em Vila Viçosa, foi adquirida pelos pais de Joaquim, que não a exploraram de forma nenhuma. O casal comprou-a pensando nos seus filhos, que, assim, poderiam usufruir de um local onde pudessem ter espaço para crescer em contacto com a natureza e a liberdade inerente. Em primeiro lugar foi construída a casa de visitas. Já a casa principal precisou de três anos de renovação, uma vez que não tinha sequer água potável, nem eletricidade. Atualmente está equipada com todas as comodidades, tornou-se uma habitação espaçosa e que goza do silêncio que a envolve. Uma das particularidades preferidas de Alison é a luminosidade permanente, devido ao edifício se situar num local elevado do clima alentejano. A construção da casa principal exigiu a procura por um arquiteto que compreendesse a visão que o casal tinha, que consistia no respeito pela herança, tradição e património, bem como pelas características endógenas da região, com o objetivo de que a casa refletisse isso mesmo. No Alentejo têm algo único, a forma como os montes crescem e as casas que refletem essa orgânica arquitetónica: adaptam-se ao terreno e as divisões acompanham o chão onde estão estruturadas. De tal forma que a Herdade do Rego é única no mundo.

Futuro Questionada acerca dos planos para o futuro, Alison desabafou: “Ainda há tanto para fazer…”. A família ambiciona a concretização de vários projetos que irão dinamizar o potencial da Herdade do Rego, um dos quais passa pela aposta no turismo. A casa principal é composta por cinco quartos e poderá ser alocada para aluguer, onde os visitantes podem desfrutar de uma estadia sossegada, em contacto com a natureza e com possibilidade de fazer passeios a cavalo, de bicicleta, ou dar um mergulho na piscina quando o calor alentejano apertar. A casa de visitas também poderá ser disponibilizada para uma família, por exemplo, uma vez que é composta por dois quartos, uma casa de banho, uma cozinha e uma sala relativamente grande. Ambas as habitações deslumbram pela vista que providenciam. Estes projetos poderão arrancar dentro de um ano, mas em termos de enoturismo o prazo terá de ser mais alargado. O objetivo é levar os visitantes a realizar visitas e provas à adega da Herdade. Alison Luiz Gomes gostaria de ver o projeto mencionado na Rota dos Vinhos, meta para a qual já está a trabalhar. Para já, a família vai gerindo o negócio, no qual se começam a introduzir os filhos, aproveitando o património fantástico que possuem.

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PAREDES O município de Paredes situa-se na região norte de Portugal, no distrito do Porto, integrando a Área Metropolitana do Porto desde 2013. Está geograficamente delimitado pelos concelhos de Paços de Ferreira e Lousada a norte, Penafiel a este, Gondomar a sul e Valongo a oeste. É o 27.º maior concelho de Portugal, entre os 308 que constituem o território nacional, e o 10.º com população mais jovem. Marcado também por um forte desenvolvimento industrial nas últimas décadas, a competitividade do concelho de Paredes é reforçada pelas excelentes condições de acessibilidade rodoviária. É servido por três autoestradas (A4, A41, A42), que o colocam a poucos minutos das principais saídas internacionais, como o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e o Porto de Leixões e a cerca de uma hora da Galiza. É ainda servido pela linha ferroviária do Douro, que faz a ligação entre dois Patrimónios Mundiais da Humanidade: o Centro Histórico do Porto e o Douro Vinhateiro. Para a competitividade de Paredes contribui igualmente o facto de ter, num raio de 70 quilómetros, quatro das principais universidades de Portugal (Porto, Minho, Aveiro e Trás-os-Montes), que fornecem mais de cinco mil licenciados por ano na área CTEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), mão-de-obra qualificada, muito solicitada pela moderna indústria. Ao folhear as próximas páginas encontrará uma panóplia de motivos para visitar, conhecer e investir em Paredes.


“QUEREMOS SER A ZONA INDUSTRIAL DA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO” Paredes é o 27º concelho mais populoso de Portugal e assume há vários anos a liderança na indústria do mobiliário, com milhares de empresas sediadas num dos 12 parques industriais do território. Em entrevista a Celso Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Paredes damos a conhecer um concelho dinâmico, em constante desenvolvimento e com massa crítica. MUNICÍPIO DE PAREDES

CELSO FERREIRA Com cerca de 90 mil habitantes, o concelho de Paredes é um dos mais populosos de Portugal e o 10º concelho mais jovem. O município tem conquistado lugares no pódio nacional ao nível empresarial, com mais de 7 mil empresas, 12 parques industriais e com uma taxa de desemprego na ordem dos 9,1 por cento. Também na área da educação tem sobressaído com o seu modelo diferenciador, registando uma descida abrupta na taxa de abandono escolar. Autarca há quase 20 anos, Celso Ferreira é o político que mais tempo esteve em funções executivas em toda a história do concelho de Paredes, embora repartido por dois períodos distintos, sobretudo pela natureza das suas funções- nos primeiros oito anos enquanto vice-presiden-

te e os restantes 12 enquanto presidente da Câmara Municipal de Paredes. Prepara-se para terminar o seu último mandato como número um do município, mas garante que sai “com o dever de missão cumprida”, pois hoje Paredes “é um lugar melhor do que há 20 anos atrás e isso é o desígnio de qualquer autarca, o de entregar um território melhor do que aquele que recebeu, sobretudo em áreas como o ordenamento do território, educação e indústria.” Explica o presidente, que Paredes deu um salto muito significativo e conseguiu contrariar o desordenamento do território em domínios como a educação, principalmente de 2005 para cá, quando o concelho se tornou numa das maiores referências em Portugal. “Passamos de

um dos piores territórios educativos do país para um dos melhores, com registos absolutamente notáveis no domínio das políticas de juventude. Somos um dos 10 concelhos mais jovens de Portugal, num território com 24 freguesias, que em 2005 não tinha quaisquer equipamentos desportivos, mas que ainda assim tinha 200 jovens atletas federados. Hoje temos 7 complexos desportivos de futebol e 21 pavilhões gimnodesportivos e 7500 jovens atletas federados. Hoje em dia, já toda a gente pode praticar desporto em Paredes”, refere o autarca. Escola, um espaço de inclusão Ao nível da educação o município tem uma aposta forte em apoios sociais escolares e apresenta um modelo educativo de PORTUGAL EM DESTAQUE | 51


excelência. Cerca 85 por cento dos alunos têm apoios sociais - “não quer isto, necessariamente dizer que as famílias são carenciadas”, que asseguram transporte escolar e refeições gratuitas, atribuição de manuais escolares, financiamento de atividades extra curriculares (golfe, cinema, teatro, mecatrónica, entre outros). Tudo isto, “na lógica de fazer da escola um espaço inclusivo.” “Fizemos aquilo que mais ninguém fez, nós demos ao nosso território uma dimensão social de integração. Lançámos um projeto de combate ao abandono escolar- programa de metodologia EPIS, totalmente financiado pela Câmara Municipal (250mil euros por ano), que permite fazer a mediação familiar entre alunos em risco de abandono escolar ou problemáticos, as respetivas famílias e a escola. Enquanto, que em Portugal no ano letivo 2011/20012 e 2012/2013 a redução de negativas foi de menos dois por cento, em Paredes foi de menos 17 por cento. Atacamos o problema na sua raiz e o resultado está a ser extraordinário.” Através da implementação deste programa, o presidente acredita que há-de criar competitividade no território de Paredes, em relação aos envolventes e fazer das empresas de Paredes as melhores de todo o território nacional, pois se tiverem “os melhores profissionais, qualificados e com excelente aproveitamento”, podem ser “os melhores em tudo.” 52 | PORTUGAL EM DESTAQUE


Celso Ferreira tem uma certeza, a de que “este modelo vai dar a esta geração oportunidades extraordinárias.” Captação de investimento Paredes continua a ser uma referência na indústria do mobiliário, mas os tempos de crise forçaram a Câmara Municipal a tomar medidas de captação de investimento industrial, direcionadas para outros setores empresariais. Recorda o presidente, que nos seus 20 anos enquanto autarca “existiram dois picos de crescimento económico e duas crises, a última particularmente difícil de ultrapassar e que fez com que a indústria do mobiliário fosse abalada.” Paredes perdeu quase 35 por cento da capacidade na indústria do mobiliário, que se traduz em cerca de 500 fábricas. Não conseguiram recuperar em número as indústrias, mas o volume de negócio das que não fecharam portas é hoje superior às que existiam antes da crise. Também a taxa de desemprego atual de 9,1 por cento, destrona os 23,5 por cento registados em 2013, com a criação de três mil postos de trabalho em indústrias não ligadas ao mobiliário.

A estratégia adotada pelo município encarou a crise como uma ameaça e como uma oportunidade. Neste sentido, explica o presidente, que gizaram uma estratégia de captação de investimento para diversificar o tecido empresarial, com isenções fiscais ao nível do IMI, do IMT e da derrama da venda de terrenos a preço preferencial. Apostaram na captação de investimento industrial alternativo ao mobiliário, atraindo para o seu território empresas da área da metalomecânica, combustíveis e produtos químicos, cartão canelado, alimentação, têxtil, materiais compósitos- “uma panóplia alargada de setores que atenua o impacto da crise.” Com 12 zonas industriais, 7200 empresas (2 por cento das PME’s nacionais) e uma localização privilegiada, Paredes é “o eixo de mobilidade da região norte”, com a ambição de se tornar na PORTUGAL EM DESTAQUE | 53


“zona industrial da Área Metropolitana do Porto”. Turismo de negócios Na vertente do turismo o município tem desenvolvido um trabalho importantíssimo, direcionado para o turismo de negócios. “Recebemos milhares de pessoas por dia em negócios e o turismo é fundamental no apoio à atividade económica de qualquer território. Por isso, a Câmara Municipal criou um conjunto de iniciativas para valorizar a visita do agente empresário ao território.” Foram constituídos vários centros de interpretação, que a autarquia promove junto das empresas, para que os empresários possam conduzir os visitantes ao território. O roteiro passa pelo Centro de Interpretação das Minas de Ouro de Castromil (maior reserva aurífera portuguesa), Centro de Interpretação da Senhora do Salto (acidente geográfico, que hoje integra o parque das serras do Porto), o Centro de Interpretação Ambiental, localizado no campo de golfe (aqueduto com cerca de 270 anos e local de extração de minério) e o Centro de Interpretação da Rota do Românico, com cinco monumentos. Foi ainda criado um posto de turismo em articulação com o turismo do Porto e Norte de Portugal e um circuito de arte pública contemporânea, com 13 esculturas espalhadas pelas ruas da cidade. Sensivelmente daqui a um mês vão inaugurar o Parque do Rio Ferreira, o segundo maior parque urbano do distrito do Porto, apenas ultrapassado pelo Parque da Cidade do Porto. O culminar de um ciclo Prestes a terminar o ciclo de duas décadas de vida autárquica, com inúmeros projetos concluídos, a sua saída coloca a fasquia num patamar elevado para quem se seguir. Garante que não vai ter saudades do cargo, mas está certo de que ao olhar para trás vai “sentir um orgulho imenso” de quem cumpriu com dever e responsabilidade a sua missão. A mensagem que deixa à população é que “não deixe nunca de querer para si aquilo que a demografia e a economia criou, que não deixe nunca de acreditar e de ambicionar para o seu território tudo o que de melhor nele se pode construir.” PRAÇA JOSÉ GUILHERME 4580-130 PAREDES TELEFONE: 255 788 800 FAX: 255 782 155 E-MAIL: CMPAREDES@CM-PAREDES.PT WWW.CM-PAREDES.PT

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MÉDIO TEJO Localizada privilegiadamente no centro de Portugal, a região do Médio Tejo é constituída por treze concelhos, entre os quais Vila de Rei e Constância. A localização estratégia da região confere-lhe uma posição singular, beneficiando de excelentes condições ao nível da acessibilidade, sendo atravessada pelas estradas mais importantes da rede rodoviária nacional, com inúmeras ligações ao resto do país, nomeadamente a A1, A13 e A23, assim como também por itinerários complementares (IC3, IC8 e IC9). Vila de Rei é uma bonita vila considerada o ponto mais central do nosso país, por se encontrar a cerca de dois quilómetros da vila, na Serra da Melriça, o Centro Geodésico de Portugal, um verdadeiro ex-libris, de onde se tem uma fantástica vista panorâmica sobre a região. Situada na confluência de dois rios - o Tejo e o Zêzere – Constância tem o seu nome ligado ao de Luís Vaz de Camões, grande poeta português do séc. XVI, autor dos “Lusíadas”, que aqui viveu durante algum tempo. Anualmente, no dia 10 de Junho realizam-se as “Pomonas Camonianas”, festas que retratam a época medieval, em que a vila presta homenagem ao seu Poeta. Nas próximas páginas fique a conhecer um pouco mais esta região e os seus tesouros!


UM DESTINO PARA CONHECER E DESFRUTAR O Centro de Portugal é uma região autêntica, onde pode descobrir aldeias de uma rara beleza preservadas no tempo, montanhas com paisagens de cortar a respiração, cidades que souberam preservar a sua história e virarem-se para o futuro. Portugal é um verdadeiro arco-íris de potencialidades, com muito para oferecer e, sem dúvida, que Vila de Rei não é exceção! MUNICÍPIO DE VILA DE REI Para quem ainda não conhece, Vila de Rei é uma bonita vila, sede de concelho, considerada, o ponto mais central do nosso país, por se encontrar a cerca de dois quilómetros da vila, na Serra da Melriça, o Centro Geodésico de Portugal, um verdadeiro ex-libris, de onde se tem uma fantástica vista panorâmica sobre a região. Mas os motivos para visitar Vila de Rei são mais que muitos, por isso parta à aventura e, desfrute de momentos verdadeiramente inspiradores, percorra os trilhos e as praias fluviais de Bostelim, Fernandaires, Pego das Cancelas, Zaboeira e Penedo Furado, esta última conhecida entre os amantes da natureza pelas inúmeras quedas de água, os miradouros e pela sua beleza estonteante. E se pensarmos em património histórico e cultural, não deixe de visitar os quatro núcleos museológicos do concelho: Museu da Geodesia, Museu Municipal, Museu da Escola (Fundada) e o Museu do Fogo e da Resina. A gastronomia é outro dos pontos fortes deste tesouro do Interior, e tendo em conta a qualidade e diversidade dos produtos endógenos, ao longo do ano são realizados vários festivais, sendo eles Festival de Folclore, Festival do Azeite e do Bacalhau, Festival das Sopas e Petiscos, Festival do Achigã e a Feira de Enchidos, Queijos e Mel, um evento que tem vindo a crescer e cativar cada vez mais visitantes da região e do país. “Esta feira tem 28 anos, é um evento marcante na nossa região, mas também afirmada a nível nacional”, realça Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, lembrando que aos motivos gastronómicos junta-se a animação musical, por isso fez questão de evidenciar a qualidade e talento da Associação “A Bela Serrana”, as Concertinas da Casa do Benfica, a Escola de Música, bem

como a Vila d’ El Rei Tuna, composta por estudantes universitários que estão espalhados pelo país, mas que têm Vila de Rei no coração. De acordo com Ricardo Aires, o concelho de Vila de Rei tem uma capacidade hoteleira interessante, e o trabalho do executivo tem versado a atração turística e a criação de produtos turísticos, no sentido de promover a dinamização económica do concelho. Mais e melhor para Vila de Rei Atrair investimento para Vila de Rei tem sido uma das grandes batalhas de Ricardo Aires, para tal a autarquia apresentou o Regulamento de Estímulos ao Investimento no concelho, que pretende estimular o empreendedorismo, criando condições favoráveis e atrativas para a formação de novas empresas e de novos postos de trabalho. As medidas aprovadas no regulamento incluem apoios como a isenção ou redução de taxas e preços municipais para a fixação de novas empresas ou novos investimentos em função do número de postos de trabalho criados, apoios à modernização do comércio local, apoios à criação de plantações (oliveiras, medronheiros, carvalhos, nogueiras, castanheiros, pinheiras mansas, aveleiras, sobreiros ou azinheiras) ou apoios às explorações agropecuárias. Ricardo Aires, edil vilarregense, afirma que o regulamento aprovado “vai reforçar o apoio e o investimento do Município nos setores industrial, comercial, agroindustrial, agrícola e turístico no nosso concelho”, sublinha, esperando que esta aposta seja crucial para a fixação de população e uma arma na luta contra a desertificação do interior do País. Por outro lado, Ricardo Aires evidencia a importância da aprovação da candidatura comunitária para concluir a Zona Indus-

RICARDO AIRES trial do Souto, que certamente tornará Vila de Rei mais atrativa. Pensar nas pessoas Ricardo Aires destaca que “o Município tem realizado uma forte aposta na área da Educação, encarando-a como uma das suas principais prioridades. Os investimentos que têm vindo a ser realizados vão possibilitar que as crianças e jovens tenham acesso a todas as condições para que consigam desenvolver todas as suas aptidões com vista ao seu desenvolvimento e sucesso escolar”. O serviço de teleassistência veio reforçar a aposta social da autarquia, centrando a atenção nos seniores e no envelhecimento ativo da população. Em fim de entrevista, o autarca apontou novos projetos e referiu que “a prosperidade é a ambição deste Município. No futuro próximo, vamos continuar a apostar na Educação, na Inclusão Social, no Turismo, na eficiência energética e no ambiente. Iremos, igualmente, apostar em parcerias com o setor privado para investimentos na área da Saúde/Social e do Turismo”. PORTUGAL EM DESTAQUE | 57


MAIS RIQUEZA PARA O CENTRO, MAIOR BEM-ESTAR PARA O INTERIOR As organizações são constituídas por pessoas e quando diferentes individualidades se juntam para atingir um objetivo comum sabe-se que a troca de ideias e experiências passará a fazer parte do enriquecimento de toda a estrutura. A Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei tem esse olhar próximo para com a sociedade, e a Provedora Irene Barata está consciente dos desafios que esta gestão envolve. SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA DE REI prevê que possa vir a receber o dobro, pois “está preparado para 120 pessoas”, adianta.

IRENE BARATA “São poucas as pessoas que têm consciência da realidade do interior do país”, frisa a nossa entrevistada, que tão bem sabe que a misericórdia torna toda a vivência mais humana. Porém, olhar para a história implica muitas vezes questionar os paradigmas de outrora e as questões que se colocam atualmente. Neste caso, estando a misericórdia localizada em Vila de Rei, o trabalho é diário e mais do que a força física exige força de espírito. “O que eu sempre coloco em primeiro lugar é o serviço de qualidade prestado ao utente e aqui eu sei que as preocupações são completamente diferentes daquelas de quem vive os dilemas das grandes cidades”, observa. Sob este princípio norteador, a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei foi paulatinamente crescendo em valências e colaboradores. Atualmente, a infraestrutura encontra-se equipada com a Estrutura Residencial para Idosos, o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), a Unidade de Cuidados Continuados (UCC), a Creche e Jardim de Infância “Os Patuscos”, e mais recentemente o Centro Geriátrico. Este último, nasceu de uma sinergia entre a autarquia local e as misericórdias de Vila de Rei e de Lisboa, e recebe utentes 58 | PORTUGAL EM DESTAQUE

dos distritos de Castelo Branco, Santarém, Lisboa, entre outros. Composto por um conjunto total de três blocos (lavandaria, área social, e quartos), o Centro Geriátrico Nossa Senhora da Esperança está em harmonia com a natureza e cobre assim uma área superior a 5.000 metros quadrados. “Portanto, no total, temos 380 utentes e 250 funcionários”, informa a interlocutora que durante a conversa lembra ainda que “há 20 anos atrás a misericórdia tinha apenas um edifício com 25 funcionários”. É de registar que no concelho de Vila de Rei encontram-se em funcionamento nove lares para prestação de cuidados permanentes a idosos, uma unidade de cuidados continuados e a Fundação Garcia, o que resulta em cerca de 500 postos de trabalho diretos na prestação de cuidados de saúde. Não podendo ficar indiferente a estes números, a provedora considera esta resposta social uma mais-valia para a região que permite a criação de emprego: “Somos um concelho com uma obra grande, e há pouca gente que tem consciência do que se passa aqui em Vila de Rei”. A realidade é viva e está em permanente movimento, e embora o Centro Geriátrico acolha agora 60 utentes, Irene Barata

O olhar do cuidador Ao pensarmos no funcionamento desta misericórdia é natural considerarmos que toda a missão precisa da solidez de uma equipa para ser cumprida. Existem profissões de maior desgaste, onde a exaustão física e mental levam a uma sobrecarga que poderá originar outros problemas. Nesse âmbito, a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei sabe que é importante cuidar das pessoas, mas não devemos deixar de olhar para quem cuida. Numa equipa multidisciplinar e diferenciada juntam-se aqui médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, terapeuta da fala, psicólogo clínico, psicopedagogo clínico, animador educativo e sociocultural, dietista, farmacêutico, e auxiliares de ação médica e de serviços gerais. Esta dinâmica encoraja a partilha de conhecimento, e estimula o espírito de entreajuda, que nunca poderia subtrair-se em ações de cariz social. Exemplo máximo desta filosofia foi o apoio prestado pela Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei às vítimas dos incêndios florestais que assolaram toda a região. Durante sensivelmente uma semana acolheram cento e cinquenta e três pessoas, das mais diversas faixas etárias – inclusive crianças e gravidas – providenciando gratuitamente cuidados primários de alojamento, alimentação, higiene e saúde. Uma medida social que reforça os laços afetivos entre a instituição e a comunidade, dando valor aos reais ativos da região – os vilarregenses. Ver e Viver Daqui para a frente, Irene Barata destaca a importância de olhar para o interior e aqui construir infraestruturas de valor para a comunidade. Com um orçamento anual na ordem dos 8 milhões de euros, a misericórdia é atualmente a maior entidade empregadora do município.


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CUIDAR E TRANSFORMAR VIDAS A bondade intrínseca de algumas pessoas faz com que obras maiores do que o próprio ser humano nasçam e cresçam. Irene Barata, traçando um percurso que vai muito além da frieza dos números, fala-nos agora sobre o rosto humano que está por detrás da Fundação Garcia. FUNDAÇÃO GARCIA

FERNANDA GARCIA “Vila de Rei teve a sorte de ter como vilarregense uma grande mulher: a Fernanda Garcia, que neste caso teve a generosidade de despender de uma avultada quantia de dinheiro para os mais desfavorecidos”, começa por introduzir Irene Barata. Esta mulher de virtudes várias conseguiu assim elevar Vila de Rei, não só do ponto de vista económico, mas também na vertente social e humana. 7 de maio de 2010, assinalando o início da Fundação João e Fernanda Garcia, ficou conhecido como o dia que marcou uma nova etapa para “as pessoas mais desprotegidas da sociedade”.

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Margens valorizadas O primeiro objetivo da Fundação passava então por criar uma infraestrutura com capacidade para 18 utentes, e o projeto foi logo ao encontro das necessidades de promoção de emprego, numa localidade também marcada pela desertificação. O Lar Residencial, começando por ser a primeira semente, permitiu desde logo dar apoio a pessoas portadoras de deficiência em ambiente familiar e de proximidade. A lacuna já estava presente há muito tempo na vida destas pessoas, e pesem embora os problemas de interioridade da região, a verdade é que Vila de Rei precisava de estruturas adequadas às suas especificidades. É preciso verificar que a criação desta resposta social veio colmatar uma insuficiência existente não só no concelho, mas também no distrito de Castelo Branco. Simultaneamente fora integrada uma rede sustentada de equipamentos de apoio social presentes em Vila de Rei. O Centro de Atividades Ocupacionais (CAO), localizado noutro edifício, também passou a somar-se a esta valência, visando um maior desenvolvimento humano, social e económico. Nesta própria filosofia de constante interação com a comunidade, a Fundação Garcia procura erradicar a exclusão so-

cial, ao mesmo tempo que desafia preconceitos, coloca o ser humano em alerta, e torna-o mais consciente. “Não é um trabalho fácil para o interior do país, mas a Fundação tem uma missão importante e é interessante observar como os jovens se adaptam a este trabalho e, ainda mais, quando são jovens rapazes a desempenhar funções de cuidadores, pois muitas das vezes associa-se esse trabalho a um ofício de mulheres, mas é um preconceito, e precisa de ser quebrado”, corrobora Irene Barata. Lugar de afetos Em estreita ligação com as mais diversas instituições aqui as pessoas são encorajadas a experimentar atividades várias - desde a escolinha, passando pela ginástica, a biblioteca, a piscina, o teatro inclusivo e a biblioterapia. Fernanda Garcia, responsável por este lar digno, embora tenha delegado funções a Irene Barata (nossa interlocutora), está em contacto permanente com a Fundação. A IPSS, enquanto agente de desenvolvimento, pretende agora reestruturar e remodelar os edifícios do CAO e do Lar Residencial, de modo a que as duas valências fiquem concentradas no mesmo espaço. “Penso que dentro de dez meses essa obra estará terminada”, informa.

CAO: Avenida Eng.º Adelino Amaro da Costa, Lt. A | 6110-174 Vila de Rei LAR: Rua de Angola, Lt. 15 | Z.I. do Carrascal | 6110-231 Vila de Rei Tlf. CAO: 274 898 082 Tlf./Fax LAR: 274 898 095 Email: fundacao@gmail.com www.fundacaogarcia.pt


MAIS QUE UMA FARMÁCIA, UM SERVIÇO À COMUNIDADE Na simpática localidade de Vila de Rei encontramos a Farmácia Silva Domingos, um estabelecimento centenário que faz do rigor e da excelência os valores nos seus serviços. À conversa com os gerentes, Lourdes Domingos e Isidro Domingos, inteiramo-nos do percurso da sua farmácia. FARMÁCIA SILVA DOMINGOS

ISIDRO E LOURDES DOMINGOS (AO CENTRO) E EQUIPA A aventura começa numa história lírica que ganhou contornos de grande relevância no município de Vila do Rei. Lourdes Domingos veio de Angola no pós-25 de abril e depois de tirar o curso viu-se a trabalhar num laboratório, em Lisboa. Ao fim de oito anos o “bichinho da farmácia começou a mexer”, foi atrás da autorrealização e em 1989 acabou por adquirir aquela que é hoje a Farmácia Silva Domingos, um espaço centenário no centro de Vila do Rei. Atualmente, tendo a farmácia como sua segunda casa, a gerente que durante 28 anos de atividade foi ultrapassando várias conjeturas económicas destacou a paixão que sempre moveu o seu negócio, “não podia ter escolhido outra profissão”. A caminhar para as três décadas de atividade, sempre primou por servir com excelência e rigor numa área tão importante e fundamental como a saúde. A Farmácia

Silva Domingos enveredou por um rumo inovador e moderno, mas mantendo os valores históricos e os princípios de qualidade que lhe foram transmitidos. Com os olhos postos no futuro, a renovação foi uma necessidade imperial para relançar uma nova etapa pós-crise. A inovação estende-se nos serviços disponibilizados à comunidade, que a gerente enunciou: “fazemos a venda de medicamentos sujeitos e não sujeitos a receita médica, produtos de saúde e bem-estar, medicamentos de veterinária, ortopedia, efetuamos medicamentos manipulados, prestamos serviços de: fisioterapia, podologia, nutrição assim como vários testes”. Com a responsabilidade social de bem servir um setor tão relevante, adaptou-se às necessidades dos mais velhos, realizando assim entrega de medicamentos ao domicilio. “Este é um trabalho quase humanitário de servir

a comunidade. Mais do que vender a receita, nós ajudamos e encaminhamos as pessoas. Por vezes detetamos algumas doenças mais graves e encaminhamos logo para o médico de família”, destacou Lourdes Domingos. A dinamização e formação social na localidade de Vila do Rei também é uma constante atividade realizada pela farmácia, concretizando anualmente vários eventos referentes á saúde e bem-estar. “Dia 8, será o dia da grávida e nós vamos realizar uma aula de ginástica ao ar livre”, anunciou a gerente a próxima atividade em que tem vindo a trabalhar. Este ano iremos estar também num programa da Gulbenkian “não há diabetes”, acrescentou. A qualidade na prestação de serviços assenta, essencialmente, na competência dos oito profissionais que compõem a equipa da Farmácia, que pretende distinguir-se não só pelo atendimento, mas na constante disponibilidade de produtos. Assim, o utente sabe que é praticamente garantido que encontra o que procura. Par além de Lourdes e Isidro Domingos, Joana, Ana, Sofia, Susana, Ema e Inês são os nomes que constituem a equipa. No que diz respeito ao futuro, Lourdes Domingos revelou que tem ponderado a vontade de ir passando gradualmente o negócio aos filhos. “Está na hora de eu me libertar um pouco, foram anos de muita luta. Gostava de me dedicar a outros projetos até em parceria com a Câmara e o Centro e Saúde”, referiu a gerente. A Farmácia Silva Domingos é cada vez mais uma referência, sendo por isso a escolha dos seus utentes: “Temos bons clientes que se mantêm fieis à casa e isso eu tenho de agradecer”, concluiu a gerente.

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UM DESTINO ÚNICO NO CENTRO DE PORTUGAL Localizado num ambiente de grande simbiose entre a urbanidade e a natureza, o Hotel Vila de Rei assume-se como espaço ideal para quem procura lazer, reuniões de negócios ou apenas necessita de um bom descanso, apreciando a tranquilidade de uma unidade hoteleira, onde a simplicidade e o bom gosto espreitam em cada recanto. HOTEL VILA DE REI Em pleno coração de Portugal, venha descobrir Vila de Rei, um concelho que se assume como um arco-íris de potencialidades, que tem como expoente máximo o Centro Geodésico de Portugal, no entanto a Aldeia de Xisto - Água Formosa, as Praias Fluviais e os Percursos Pedestres, a par das águas do Rio Zêzere, sem esquecer a rica gastronomia regional, constituem uma panóplia de razões para visitar esta região, quer seja em trabalho, ou lazer. Limitada a norte pela ribeira da Isna, a sul pela ribeira de Codes e a oeste pelo Rio Zêzere,o concelho apresenta-se como uma península, o que lhe confere características únicas, que se refletem na paisagem envolvente. No Hotel Vila de Rei, os hóspedes são convidados a fruir de distintas experiências, desfrutando de uma estadia ímpar, onde a calma e a descontração se mesclam com o azul do céu e o verde dos jardins. Numa visita, descubra os amplos quartos, onde as noites são abraçadas pela tranquilidade, são 17 opções de conforto, assumindo uma predominância de grande luminosidade natural. Por sua vez, o

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Restaurante Alma Rei é sinónimo de requinte num sabor tradicional, que aproxima os hóspedes da gastronomia portuguesa e tradicional. Assim, na sua ementa encontrará um leque de especialidades gastronómicas de fazer “crescer água na boca”. Desde a sopa de peixe ao maranho e bucho, com especial destaque para o saboroso achigã que deu nome a um dos festivais gastronómicos do concelho, delicie-se sem pressas. O Alma Rei apresenta-se ainda como o espaço ideal para a realização dos eventos da sua vida, com a promessa de os tornar verdadeiramente inesquecíveis. Assumindo-se assim um destino de excelência, Vila de Rei viu reabrir o seu espaço com maior capacidade hoteleira há cerca de seis meses. A nova gerência, pretende afirmar o Hotel Vila de Rei como uma referência na região do Médio Tejo, para tal tem desenvolvido um trabalho meritório, no sentido de contribuir para o desenvolvimento turístico do concelho e de toda a região, oferecendo um serviço marcado pela qualidade e simpatia, quer na área da

restauração, quer do alojamento. A aposta num conceito inovador e diferenciador tem trilhado o percurso desta unidade hoteleira, que em breve, fará parte de um roadshow nas principais cidades francesas, no sentido de criar e reforçar a sua presença internacional, bem como promover as potencialidades da região. Está também assegurada a presença na Feira Internacional de Turismo em Madrid. A par disso, o Hotel desenvolve parcerias com várias associações, como é o caso da Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa, e da Associação de Judo do Distrito de Santarém, que aí vai comemorar o seu 40º aniversário. No próximo Verão, o Hotel Vila de Rei será a base de um summer camp que acolherá centenas de jovens franceses, que desfrutarão do concelho e das suas potencialidades, com visitas ao património natural, e com a prática de desportos náuticos e trekking. O Hotel Vila de Rei é também palco frequente de tertúlias da Academia do Bacalhau do Ribatejo. Motivos mais que suficientes para se deixar deslumbrar. Visite Vila de Rei, deleite-se com a riqueza paisagística e deixe-se envolver pela simplicidade e conforto do Hotel Vila de Rei e, na despedida, ficará sempre com vontade de regressar.


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PENSAR O PASSADO, DESAFIAR O PRESENTE, E PROJETAR O FUTURO Localizado num dos concelhos mais pequenos do distrito de Santarém, o Agrupamento de Escolas de Constância deixa-se inspirar pela passagem dos rios - Zêzere e Tejo - e encontra amparo nas palavras de Camões. Olga Antunes, dá-nos agora a conhecer um percurso que se deixa enriquecer pela união das pessoas (professores, pais, alunos, e pessoas que estão directamente ligadas à história desta região). AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CONSTÂNCIA

OLGA ANTUNES Enquanto comunidade de aprendizagem, a nossa interlocutora sabe que este trajeto, que se iniciou em 1999, é muito mais do que um interesse colectivo dos diversos ciclos de ensino, é também uma missão que se vive e se inspira: “O que nos diferencia é esta proximidade, não só a nível local, mas também regional, e até nacional. Estabelecemos diversas parcerias com entidades do ensino superior e tudo isso acaba por proporcionar uma maior união”. A escola, que em momento algum se separa da vida quotidiana, tem aqui a capacidade de ajudar a aprender - a conhecer, a fazer, a viver com os outros, e a ser. O Agrupamento de Escolas de Constância está consciente desse desafio e procura transmitir conhecimentos ao mesmo tempo que orienta os educandos para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos: “Queremos fazer a diferença na vida destes alunos”. Mas para que este objetivo encontre a sua real implementação na vida prática, Olga Antunes apela à valori64 | PORTUGAL EM DESTAQUE

zação do papel do professor na sociedade, que muito mais do que mero transmissor de um programa está lá para acompanhar e perceber as necessidades individuais de cada aluno. Vila Poema Muita desta aprendizagem está relaciona-

da com o contacto direto com as pessoas e o envolvimento em diferentes dinâmicas. Nessa perspetiva, tão depressa podemos observar crianças a debitar Camões como jovens em intercâmbio com a Letónia e a Turquia através do Projeto Erasmus +. “Uma das nossas maiores atividades são as Pomonas Camonianas e nada disto seria possível sem a existência destes vínculos”, refere. As atividades caminham lado a lado com a comunidade, e as ruas preenchem-se ora pelo teatro - através da peça “Tomem lá do Camões”, com vista a preservar, valorizar e divulgar a relação de Camões com Constância - ora pelas tertúlias e exposições. Em parceria com a associação Casa-Memória de Camões, o Agrupamento de Escolas do concelho de Constância consegue desse modo trazer um conjunto de iniciativas que comemoram Camões, ao mesmo tempo que constrói rimas com os rios. Neste último ano letivo, celebrou-se ainda o Ano Camões, e assinalaram-se os aniversários da Associação Casa-Memória de Camões (40 anos) e da Escola Básica e Secundária Luís de Camões (25 anos). Razões não faltarão para celebrar a poesia, pois não podemos esquecer que por


aqui passaram Vasco de Lima Couto e Alexandre O´Neill - nomes que ligam a escola a outras formas de arte, sem esquecer as raízes e tradições de Constância. Saber Ser, Saber Estar e Saber Fazer Lado a lado a esta afirmação cultural, o Agrupamento de Escolas de Constância está a ser reconhecido como um Agrupamento de referência regional e nacional, o que vem reforçar os desafios sociais que o espaço educativo procura abraçar. Olga Antunes reconhece que existem competências e habilidades que também podem ser trabalhadas fora da sala de aula e é por isso que estudar em Constância é sinónimo de acessibilidade e interação: “Nós sabemos que existem experiências que só a escola poderá dar a estas crianças e jovens”. Este convite à experiência quando conjugado à diversidade da oferta educativa (que vai desde o pré escolar até ao ensino secundário, passando pelos Cursos EFA e Profissionais, com os cursos: Restaurante-Bar, Cozinha, Eletrotecnia e Turismo) leva a que pais dos concelhos limítrofes reconheçam o sucesso do projeto educativo e também eles procurem o Agrupamento. “Quando o nosso trabalho é reconhecido pelos próprios pais é sem dúvida uma enorme satisfação”, afirma Olga Antunes. Visando reforçar a importância do pré-escolar como base fundamental para uma escolaridade de sucesso, o Agrupamento assume como compromisso um ensino interdisciplinar e vivo, garantindo que os tempos de permanência na escola sejam pedagogicamente ricos. Porém as suas linhas orientadoras estendem-se a outros campos, e por isso a escola procura dotar e sensibilizar os seus alunos para a importância da atividade física regular. Neste Agrupamento, existe ainda a oportunidade de contactar com universos que outros agrupamentos não poderão proporcionar, como o caso da hipoterapia e da equitação. “Temos igualmente o grupo MoviRitmos, que harmoniza a ginástica acrobática com o som dos bombos e dos tambores”, acrescenta. Trabalho integrado Neste diálogo constante, Olga Antunes apela a que o papel do professor seja novamente compreendido nos modelos pedagógicos contemporâneos, não só tendo em vista a questionar a relação passiva que muitas vezes é cultivada nas escolas entre professor-aluno, mas também de forma a que as tecnologias possam cada vez mais ser utilizadas como suportes de aprendizagem. “O maior desafio ainda é manter as pessoas e a comunidade a trabalhar na mesma direção”, resume. O Agrupamento de Escolas de Constância, que já se preocupa neste momento com a partilha de recursos, procurará daqui para a frente fazer mais, e fazer diferente. Nota Final O trabalho desenvolvido pelo Agrupamento de Escolas de Constância foi recentemente avaliado pela Inspeção Geral da Educa-

ção e Ciência que, no Projeto de Relatório de Avaliação Externa datado de 31 de julho de 2017, classificou como Muito Bom os domínios dos «Resultados» e «Prestação do Serviço Educativo» e como Excelente o domínio da «Liderança e Gestão».

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CHAVES E VALPAÇOS É em Chaves que se inicia a EN 2, ou seja, a Estrada Nacional número 2 que liga Chaves a Faro e é a terceira estrada mais extensa do mundo, com 738,5 quilómetros. Ora, se neste concelho se encontra o quilómetro zero, também achamos pertinente iniciar, assim, a nossa apresentação da cidade de Chaves. Seja bem-vindo, estimado leitor, à segunda maior cidade do distrito de Vila Real. Aqui se encontra património como a Ponte de Trajano, o Largo do Pelourinho, a Torre de Menagem, a Igreja da Madalena, a Ponte de Trajano, entre outras referências. A gastronomia transmontana é vastamente conhecida. Dentro da mesma, os pastéis de Chaves serão, talvez, os que mais andam na boca do povo, mas também o folar, o pão de centeio e o presunto. O associativismo e a cultura têm presença relevante na cidade que alberga uma Biblioteca Municipal, um Museu da Região Flaviense, um Grupo Desportivo, um Centro Cultural e um Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso. O Jardim das Freiras foi um emblemático jardim, no coração da cidade de Chaves, que durante mais de 70 anos a animou. Já na primeira década do século XXI, o jardim foi reconvertido em espaço para algumas iniciativas culturais. Atualmente, permanece como um espaço de memórias e lazer transversais a dezenas de gerações. Aquele que é julgado ser o primeiro livro impresso em língua portuguesa terá sido impresso em Chaves: Sacramental, documento fundamental para o estudo da sociedade mediável, corria o ano de 1488. No ano seguinte, seria impresso o Tratado de Confissom, de cariz pastoral, também dos primeiros. Desta forma a impressão tipográfica ou mecânica da língua de Camões se iniciava em Portugal. Só muitos anos depois a mesma técnica seria utilizada nos grandes centros como Lisboa, Porto e, até, Braga. Para os amantes de história arqueológica, muitas são as zonas a explorar, desde Cêrca de Vilas Boas, às Gravuras Rupestres em Mairos. Chaves tem registado um desenvolvimento notável a nível empresarial, para o qual o turismo tem contribuído como dinamizador da região.

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RESTAURANTE MARCA A DIFERENÇA EM CHAVES A zona histórica da cidade de Chaves foi o local escolhido para acolher, em 2013, um espaço que prima pela qualidade e requinte. O Paprika & Cacau nasceu da vontade de marcar a diferença perante os demais restaurantes tipicamente transmontanos, conferindo um toque inovador e sofisticado à tradicional confeção dos pratos. PAPRIKA & CACAU À primeira vista Paprika & Cacau pode parecer uma combinação de ingredientes um pouco improvável, mas para Maria José Pires, a junção pareceu-lhe um ótimo nome para dar ao seu restaurante. Natural de Moçambique, a diretora comercial, com espírito empreendedor resolveu, em 2013, investir neste projeto, em parceria com mais dois sócios. A escolha da cidade começou por ser uma dúvida de primeira instância para Maria José. Consciente de que na região transmontana existem inúmeros restaurantes de qualidade, a empreendedora concluiu que na cidade termal fazia falta um espaço requintado, mas “não demasiado sofisticado”, que inibisse as pessoas de entrar. Depois de encontrado o espaço começaram as remodelações. Com a ajuda de um arquiteto, inspirou-se no estilo inglês dos anos 60 para decorar paredes e mesas. No final surgiu uma decoração “fresca e agradável”, que faz lembrar “uma casa de bonecas”, salienta Maria José. Muito procurado por estrangeiros e visitantes da cidade, o Paprika & Cacau vai

também conquistando o coração e estômago flaviense. Não deixando de lado os principais ingredientes que enchem as medidas ao paladar transmontano, nesta casa existe o cuidado de manter a ementa fiel ao presunto, ao bacalhau, à costeleta e, claro, aos inigualáveis enchidos da região. Preparada para servir almoços, lanches e jantares, a cozinha do Paprika oferece uma variedade de entradas, pratos e sobremesas à escolha, pensados e preparados ao pormenor: “Há muita preocupação quer na qualidade e apresentação dos pratos quer nas ofertas disponíveis”, confirma a sócia fundadora. Reconhecido pelas entradas, uma das mais-valias do Paprika é o facto de apresentar “uma grande quantidade de sugestões”. A lista engloba, então, salada de polvo, croquetes, enchidos, salada de bacalhau, folhados de queijo feta, mel e nozes, pastéis de bacalhau, chicken wings, camarões panados e, claro está, os famosos pastéis de Chaves. Para a escolha do prato principal, o Paprika apresenta um divinal bacalhau confitado a par do lom-

MARIA JOSÉ PIRES bo de salmão, dos filetes de dourada, do polvo à lagareiro e do arroz de marisco. Quanto à carne, sugere-se o bife à portuguesa ou à Paprika & Cacau, a tradicional costeleta, os hambúrgueres com alheira, entre outros. Mas, o rei da casa é o prato das tenras bochechas de porco preto, confecionadas em vinho d´alho e acompanhadas com arroz de cogumelos. Caso ainda tenha guardado apetite para as majestosas sobremesas, pode optar pela mousse de lima em cama de bolacha oreo, pela mousse de chocolate com cobertura de amêndoa torrada ou pelas pavlovas com base merengada. Os mais gulosos podem ainda optar pela sobremesa de eleição deste restaurante: um bolo fondue de chocolate com bola de gelado de sésamo negro. A direção do Paprika resolveu inovar e criar jantares temáticos e, de todos os praticados até à data, houve um que superou todas as expectativas: “O sushi foi uma surpresa agradável. Deixou de ser temático e passou a ser efetivo”, finalizou a proprietária.

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DAS MELHORES CASTAS, OS MELHORES VINHOS Este é o novo slogan da Quinta do Gago, localizada em Sonim no concelho de Valpaços. Já com cinco referências no mercado e duas marcas de excelência (Xalana e Casal Faria), esta Quinta distingue-se pela qualidade dos vinhos que produz bem como pelos métodos utilizados ao longo da sua produção. O casal Faria, composto por Deolinda Sousa e Fernando Faria, foi nosso entrevistado para esta edição e as novidades sobre a Quinta do Gago seguem abaixo. QUINTA DO GAGO

As referências da Quinta do Gago podem ser encontradas de norte a sul do país, essencialmente em restaurantes e garrafeiras.

FERNANDO FARIA E DEOLINDA SOUSA O Xalana é um DOC simples, “um vinho mais típico de Trás-os-Montes”, pois mistura várias castas, todas elas autóctones da região. O Casal Faria Reserva leva três castas (tinta amarela, roriz e bastardo – de salientar que esta última é produzida, na região e em grande escala), por outro lado, a bastardo russo é produzida em grande escala pela Quinta do Gago, dando origem ao monovarietal Quinta do Gago Rosé. O Casal Faria Grande Reserva é um vinho cem por cento touriga nacional e, até ao

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momento, este Grande Reserva é o único vinho, em Trás-os-Montes, que ganhou o prémio Grande Ouro no concurso nacional de vinhos. A Quinta do Gago mantém a tradição no que aos métodos de produção diz respeito. Nesta propriedade o pisa-pé ainda existe, bem como os lagares de granitos e a fermentação alcoólica antes da transposição para o inox. Tudo isto, juntamente com a enorme amplitude térmica existente na localização da Quinta (onde as vinhas se encontram entre os 430 e os 660 metros de altitude) e os solos granítico-arenosos, típicos da região, resultam em vinhos únicos e de elevada qualidade: “São vinhos muito frescos, ácidos e com personalidade própria. São o reflexo do transmontano”, acrescentou o casal.

O segredo do casal Faria Os nossos entrevistados confidenciaram que o segredo por detrás da qualidade dos vinhos da Quinta do Gago está na experiência e no conhecimento que os próprios possuem: “Nós acompanhamos o processo desde o pé da videira ao vinho engarrafado, o produto é totalmente produzido por nós e, o mais importante de tudo, é olhar para uma videira e saber interpretar o que ela nos está a pedir”. Este facto foi comprovado, por exemplo, na colheita do ano de 2016, aquando das intempéries ocorridas que resultaram em grandes perdas para a maioria dos produtores da região. Nesse ano, o casal Faria verificou um aumento na sua produção, graças às técnicas atempadamente utilizadas, fruto de vários anos dedicados a esta atividade. A Quinta do Gago personalizada “O senhor Faria e as videiras são uma coisa só. Ele é a base disto tudo”, garantiu a sua esposa, Deolinda Sousa, ao longo da conversa com a nossa revista. De facto, tivemos a oportunidade de comprovar o lado artístico de Fernando Faria, aquando da visita à Quinta que este representa, toda ela esculpida por si, ao seu gosto e à sua imagem: “Esta Quinta é o meu reflexo”, reiterou o produtor. Do vinho e da cortiça ao turismo de animação Nem só de vinho vive a Quinta do Gago. Aqui também se trabalha a extração e comercialização de cortiça: “Compramos cortiça nos sobreiros, faz-se a extracção às árvores e vendemos às fábricas. O maior negócio é o vinho mas o mais rentável é a cortiça”, evidenciaram. No país


onde a produção e transformação de cortiça acontece em maior número, a nível mundial, a rolha de cortiça é uma tradição: “Nós só usamos rolha de cortiça, porque seria antinatural colocar um vinho de alta qualidade com uma rolha sintética”, garantiu Deolinda Sousa. Com um total de 23 hectares, onde 8 são dedicados à cultura do vinho, paira o sonho do enoturismo. Até lá, passos estão a ser dados e, por isso, no próximo ano a Quinta do Gago também poderá ser requisitada para eventos: “Vamos começar com um projeto de turismo de animação que, em principio, começará a funcionar em 2018. Trabalharemos nessa área apenas por marcação”, informou-nos o casal Faria, empreendedor por natureza. O objetivo da aposta noutros ramos de atividade pretende a criação de condições para que a filha mais velha do casal, que atualmente se encontra a morar em Lisboa, retorne à sua terra-natal, dando continuidade ao legado da família. Sobre as atuais colheitas, devido às temperaturas elevadas deste

verão de 2017, prevê-se que a vindima seja antecipada (em pelo menos duas semanas): “há que ter cuidados para garantir o equilíbrio do vinho, porque o vinho não é só grau. Mas prevemos um ano bom”, finalizaram os nossos entrevistados.

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AROUCA Os Passadiços do Paiva localizam-se na margem esquerda do Rio Paiva, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro. São 8 quilómetros que proporcionam um passeio “intocado”, rodeado de paisagens de beleza ímpar, num autêntico santuário natural, junto a descidas de águas bravas, cristais de quartzo e espécies em extinção na Europa. O percurso estende-se entre as praias fluviais do Areinho e de Espiunca, encontrando-se, entre as duas, a praia do Vau. Uma viagem pela biologia, geologia e arqueologia que ficará, com certeza, no coração, na alma e na mente de qualquer apaixonado pela natureza. Venha visitar-nos e conheça, também, o restante território Arouca Geopark, reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade. Desfrute de uma natureza em estado puro. Refresque-se nas águas límpidas do Rio Paiva. Observe a biodiversidade do local, com espécies em vias de extinção na Europa. Deslumbre-se com cinco geossítios do Arouca Geopark, durante o percurso. Faça uma viagem ao passado, ao mesmo tempo que conhece a realidade atual deste concelho e todas as suas singularidades…


PROFISSIONALISMO, RIGOR E EXIGÊNCIA AO SERVIÇO DA ARTE Mesmo licenciado em Artes Plásticas, Júlio Caseiro nunca desistiu do seu sonho de se formar em Arquitetura. E a empresa “Júlio Caseiro – Arquitetura, Lda” surge precisamente após o término desta segunda licenciatura na Faculdade do Porto. Com a consciência da necessidade do mercado na região de Arouca, abre portas, dando uma resposta imediata e de qualidade. JÚLIO CASEIRO - ARQUITETURA, LDA

JÚLIO CASEIRO Enquanto arquiteto, o objetivo primaz de Júlio Caseiro é garantir a satisfação dos seus clientes, correspondendo a todas as necessidades e à realização dos sonhos de quem o contacta. Profissionalismo, rigor e exigência são os valores que procura transportar consigo em todas as ocasiões. E é essa a reputação que o caracteriza no mercado. A sua atividade profissional conta com a colaboração de uma equipa de técnicos de excelente valia. Júlio Caseiro demonstra sempre um comportamento exemplar de modo a garantir o cumprimento de todos os objetivos dos clientes mas sempre com a tutela do processo. O acompanhamento e personalização do seu serviço e o cuidado que presta no desenho garantem a confiança de um elo emocional com todos os seus projetos. Dos diversos projetos em desenvolvimento destacam-se os dedicados à habitação unifamiliar e à reabilitação do património cultural e arquitetónico. Outra das grandes mais valias do seu trabalho é a capacidade de resposta a todas as valências do mercado – habitação, comércio, serviços, equipamento, indústria, turismo, obra nova, ampliação, alteração, reabilitação - sejam clientes particulares, instituições ou órgãos de poder local. A influência de Júlio Caseiro na área da arquitetura vai já muito para além da obra feita. Com um percurso de acompanhamento e formação de outros arquitetos,

alguns dos quais seus estagiários e parceiros, a semente está já disseminada por diversos municípios do nosso país. E é essa a beleza de todo este percurso. Uma obra única, artística e pessoal, que se perpetuará ao longo dos tempos. O exemplo mais recente são as Quintãs Farm House na vila de Arouca, (frente aos Bombeiros Voluntários). Edifícios únicos, com um estilo de assinatura e construção singular que marcam a paisagem de toda a região. Não deixe de visitar!

JÚLIO CASEIRO - ARQUITETURA, LDA LARGO SANTO ANTÓNIO 4540-551 AROUCA TELEFONE: 256 949 349/ 962 787 425 EMAIL: AJCMUS@GMAIL.COM


“PARA VER UM MUNDO MELHOR” Atrás do balcão da Loja da Visão, na Avenida 25 de Abril, em Arouca, encontramos Luís Bastos. Esta é uma das quatro lojas do Grupo Lojas da Visão, que gere em conjunto com o sócio Pedro Pereira. À Portugal em Destaque, contou uma história de 25 anos de dedicação aos clientes. GRUPO LOJAS DA VISÃO e isso faz com que a visão se ressinta. Há que estar vigilante em relação aos primeiros sinais nas crianças, pois quanto mais cedo for feita uma correção mais eficaz será. Que sinais são esses? Não ver bem para o quadro, na escola, ou ter necessidade de se aproximar muito da televisão, são indícios de que é melhor contactar um especialista.

LUÍS BASTOS Como surge o Grupo Lojas da Visão? Há 25 anos, o meu sócio Pedro Pereira, que já estava ligado ao ramo da ótica, resolveu lançar-se por conta própria, abrindo a primeira loja aqui em Arouca. Mais tarde, em 1998, quando eu também já estava na área da ótica, fizemos sociedade e abrimos a loja na Corga do Lobão. Em 2001, abrimos a loja em Vale de Cambra. Depois, era nosso objetivo abrir um segundo espaço em Arouca, maior, com outras condições. E, nesse sentido, abrimos esta loja, em maio de 2015. Que tipo de serviços prestam? Temos todos os serviços comuns de ótica. Aviamos receituário, fazemos testes de optometria, contactologia, exames de retinopatia diabética, para avaliar a retina e medição da tensão ocular. Temos ainda todos os equipamentos para fazer óculos na hora. É nosso objetivo ter a maior qualidade possível, até porque na visão não se pode facilitar! Durante os 25 anos de história do Grupo Lojas da visão, como tem sido a evolução do setor? Neste momento, o mercado está a viver um momento de banalização dos serviços, sendo dominado por cadeias low cost. O objetivo dessas cadeias é ter o máximo de clientes possível, e o acompanhamento e serviço pós-venda acabam por se ressentir, não sendo os melhores. Para combater essa tendência, o setor está a direcionar-se para a qualidade como fator distintivo. Os fabricantes estão cada vez mais atentos às necessidades das pessoas. Hoje em dia, toda a gente trabalha com computadores e outros dispositivos, por isso, as marcas de lentes evoluem no sentido de ofertas com tratamentos específicos, para proteger das radiações emanadas por estes equipamentos. Há cada vez mais pessoas a precisar de óculos? Sim! É comum ouvirmos dizer – “o meu avô até aos 90 anos não precisou de óculos”. É natural porque não se fazia esforço visual ao perto, que é onde forçamos mais a visão. Hoje isso acontece deste tenra idade. As crianças com dois anos já utilizam tablets, 72 | PORTUGAL EM DESTAQUE

E quais são as patologias mais comuns que aqui chegam? Em crianças é a miopia e a hipermetropia. A partir dos 40 anos, quando o olho começa a dar mais sinais de cansaço, aparece a presbiopia. Surge porque o músculo cristalino, que confere à nossa visão a graduação necessária para cada situação, fica enfraquecido. As pessoas estão mais sensibilizadas para a importância dos cuidados com a visão? Sim, cada vez mais! Notamos que as pessoas estão mais atentas e que procuram os profissionais da área. Isto acontece porque os próprios meios de comunicação social têm vindo a alertar, nomeadamente, para o problema da diabetes, por exemplo. A obrigatoriedade de exame à visão para tirar a carta de condu-


ção também funciona como sensibilização. E há alturas no ano em que são lançadas campanhas, como no regresso às aulas, ou mesmo nesta altura do Verão, em relação à proteção com óculos de sol. O que diferencia as Lojas da Visão dos tais estabelecimentos das redes low cost de que falava? Temos um serviço de consultório acima da média, com equipamentos da mais alta tecnologia e com as últimas novidades. Temos também uma gama de produtos muito abrangente e um serviço de pós-venda muito próximo do cliente. É isto que nos diferencia. Tudo isto é possível com uma equipa de quatro balconistas, com competências técnicas, e quatro optometristas que fazem consultas, todos os dias, nas nossas lojas. Tudo isto tem sido fundamental para o sucesso das vossas lojas? Nós buscamos, acima de tudo, prestar um serviço cada vez melhor, para fidelizar os clientes. E temos, de facto, a preferência das pessoas aqui na nossa zona. Temos clientes que vêm cá desde os seis anos de idade e hoje já trazem também os filhos. Esta fidelidade do cliente é indicativa de que, realmente, prestamos um bom serviço. Que valores norteiam a vossa ação? A assinatura das Lojas da Visão é “para ver um mundo melhor”, e é nisso mesmo que acreditamos. A visão é uma das coisas em que devemos investir na qualidade, pois define a forma como vemos o mundo. Nós somos esse serviço ótico de qualidade. A nossa missão é superar as expectativas do cliente, em termos de qualidade.

Quais são os vossos objetivos para o futuro? Queremos continuar a ter a preferência dos clientes e, para isso, procuramos a excelência. Trimestralmente, temos reuniões para perceber no que podemos melhorar. A mais recente novidade é a nossa loja online: um projeto que queremos consolidar.

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ENVELHECIMENTO E FELICIDADE DE MÃOS DADAS Em 2011, a freguesia de Alvarenga, em Arouca, viu nascer uma Casa Povo diferente. Aqui, não se poupam esforços, quando se trata de dar conforto aos idosos. Edgar Soares, presidente da Casa do Povo Santa Cruz de Alvarenga conta, à Portugal em Destaque, o que há de especial nesta instituição. CASA DO POVO SANTA CRUZ DE ALVARENGA “Escolhi esta terra para viver a minha vida e agora tenho ir para casa de um filho, em Lisboa, ou na França, e morrer longe”: este era o desabafo que Edgar Soares ouvia, vezes sem conta. “Os novos foram emigrando e os velhos foram ficando… Desamparados e sem estruturas que os pudessem acolher com conforto”, explica. Perante esta realidade, um grupo de pessoas ativas na freguesia de Alvarenga, do qual Edgar fazia parte, começou, em 2006, a esboçar o que viria a tornar-se num ambicioso projeto. “Contactámos a direção da Casa do Povo Santa Cruz de Alvarenga, que já existia como instituição de âmbito social, desde 1973, e acolheram a nossa ideia”, conta. O passo seguinte foi estruturar a candidatura a um programa comunitário de financiamento (PARES). Em 2009, foi lançada a primeira pedra e, em 2011, foi inaugurado o Lar de Idosos. A “obra ultrapassou os dois milhões de euros e, se não fosse um conjunto de benfeitores, seria impossível de concretizar”, realça o agora presidente da instituição. A título de curiosidade um dos beneméritos da instituição foi Cristiano Ronaldo, “que criou um site para recolha de donativos e ofereceu uma camisola que leiloámos”, recorda. Instituição de referência no cuidado a idosos Hoje, para além do lar, está em funcionamento uma Creche, com 15 crianças. No total, a instituição emprega 37 funcionários, acolhe 56 idosos no lar, assiste 21, em regime de apoio domiciliário, e ainda apoia cerca de 120 pessoas, através de um banco alimentar.

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EDGAR SOARES E JOAQUIM TELES A Casa do Povo de Alvarenga já recebeu representantes de outras instituições, delegações estrangeiras, o Primeiro-ministro, e até o Presidente da República está a agendar visita. O interesse em conhecer o espaço prende-se com o facto de oferecer aos idosos um conjunto de serviços pouco usuais, que, de acordo com Edgar Soares, “fazem toda a diferença”. “A sociedade [e o Estado] vê os lares de terceira idade como casas para recolher pessoas em fim de vida. Nós quisemos lançar um projeto que respeitasse mais a dignidade humana e promovesse o conforto e a felicidade”, explica. O Lar de Idosos dispõe, então, de equipamento de fisioterapia, piscina interior para aulas de hidroginástica, sauna, jacuzzi e piscina exterior. Conta ainda com recursos humanos especializados: dois fisioterapeutas, três enfermeiros, uma psicomotricista, uma animadora sociocultural, um professor de educação física e médicos especialistas (em regime de voluntariado).

Um futuro recheado de novos projetos Continuar a promover o bem-estar dos idosos é o principal objetivo da Casa do Povo Santa Cruz de Alvarenga. Para isso, já tem projeto e terreno para ampliar as usas valências, através da construção de uma Unidade de Cuidados Continuados (UCC) e da expansão do atual ginásio para fisioterapia. “A UCC é uma necessidade premente devido à distância que temos quer do hospital de referência, quer dos centros urbanos, e porque a Unidade de Cuidados Continuados mais próxima está completamente lotada”, explica Edgar Soares. Já em relação ao ginásio, acredita que “com mais funções é possível dar ainda mais vitalidade e mobilidade aos idosos, o que se traduz em mais vontade de viver”. A instituição aguarda agora uma possibilidade de financiamento para concretizar mais este sonho.


OLIVEIRA DO BAIRRO Oliveira do Bairro é um concelho situado na Região Centro, no Baixo Vouga, pertencendo ao distrito de Aveiro. É limitado a Norte pelo município de Aveiro, a Nordeste pelo de Águeda, a Sueste pelo de Anadia, a Sul pelo de Cantanhede e a Oeste pelo de Vagos. O concelho ocupa 86.6 quilómetros quadrados distribuídos por seis freguesias: Oliveira do Bairro, Oiã, Bustos, Troviscal, Palhaça e Mamarrosa. A sede do concelho está situada em Oliveira do Bairro, freguesia que se tornou cidade a 26 de Agosto de 2003. O concelho integra a CIRA - Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Baixo Vouga. Classificado como concelho rural de 2ª ordem, Oliveira do Bairro consegue conjugar na perfeição a agricultura tradicional com a indústria extractiva onde os Barreiros assumem um lugar de destaque. A vitivinícola é a atividade agrícola mais conhecida do concelho, com a produção do típico vinho da Bairrada, mas não é a única. A agricultura de subsistência é ainda uma prática vulgar neste município. Nos últimos anos assumiu particular importância a cultura do kiwi na região. A localização privilegiada do concelho promoveu o crescimento de zonas industriais, em várias freguesias. Contam-se mais de 400 empresas, especialmente vocacionadas para a indústria cerâmica de grande dimensão e para a metalomecânica, constituindo as mesmas grandes fontes empregadoras. Conheça alguns bons exemplos sociais e empresariais que proliferam no concelho de Oliveira do Bairro!

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UMA APOSTA NO DESENVOLVIMENTO LOCAL A AD ELO - Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego, já dura há mais de 20 anos e as obras e iniciativas que apoiou já formam uma longa lista. O futuro depende de fatores externos, mas os projetos não escasseiam. AD ELO - ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL DA BAIRRADA E MONDEGO

ANTÓNIO SANTOS Uma associação com mais de 20 anos O início da AD ELO remonta a 1994, mas os primeiros passos já tinham sido dados anteriormente com iniciativas de formação para o desenvolvimento. A dinamização do território local e a execução dos apoios comunitários são os principais eixos de atuação da associação que se estabeleceu há mais de duas décadas. A AD ELO trabalha com um leque muito amplo de instituições, prova viva da sua importância para o desenvolvimento da região. Câmaras Municipais, Caixas de Crédito, Escolas Profissionais, IPSS e Cooperativas Agrícolas são alguns dos exemplos das parcerias desta associação. Hoje a AD ELO já conta com 21 funcionários e apesar de apenas ter instalações físicas na Mealhada e em Cantanhede, a sua atuação estende-se aos concelhos de Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-Velho e Penacova. Programas de destaque Atualmente, a AD ELO trabalha em vários projetos de grande importância para a dinamização social e económica da zona centro. Os programas DLBC - Desenvolvimento Local de Base Comunitária, tanto

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no âmbito rural como no costeiro são as grandes apostas da associação neste momento. Ao abrigo do programa DLBC Rural e DLBC Costeiro está a decorrer o SI 2E – Sistema Incentivos ao Empreendedorismo e Emprego que visa o apoio ao investimento e à criação de emprego. O programa é da maior importância porque “a criação de emprego é um imperativo”, explica António Santos. As segundas e terceiras fases de candidaturas estender-se-ão até ao final do ano. A par dos programas DLBC, os Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS) são outros programas em que a AD ELO tem apostado. Centram-se no emprego e nas dinâmicas sociais de cada município. A primeira edição do CLDS teve resultados satisfatórios e desta forma surgiu o CLDS 3G - 3ª Geração que se estende até novembro de 2018. Projetos inovadores: um pescódromo e moinhos para pernoitar Além da preocupação com a qualidade de vida das populações residentes na área, a AD ELO também se preocupa com a dinamização de projetos únicos que possam complementar as infraestruturas já existentes na região. É o caso do pescódromo de Lavos que significou uma grande dinamização da Costa de Lavos na Figueira da Foz. Do reaproveitamento de estruturas antigas, nasceu o primeiro pescódromo de água salgada do país, um agradável local para a pesca desportiva e lazer. No pescódromo, vende-se e aluga-se todo o material necessário à atividade da pesca e no final nem é preciso chegar a casa para comer o peixe que pode ser confecionado nas próprias instalações do pescódromo.

Penacova também é cenário da inovação apoiada pela AD ELO. Com a ajuda desta associação, os moinhos da Serra da Atalhada foram recuperados e são agora unidades de alojamento onde os que vão à descoberta da área podem pernoitar, mas a tradição não ficou esquecida e um dos moinhos foi inteiramente reconstruído para que se pudesse recordar o tradicional processo de moagem. O turismo em espaço rural ganhou um novo significado com este investimento que alia a paisagem serrana da Atalhada aos saberes mais antigos. A serra da Atalhada é um verdadeiro museu vivo com o apoio da AD ELO. O futuro António Santos acrescenta ainda que “muitas vezes os territórios estão desertificados do ponto de vista humano porque não há emprego, mas se o rendimento ficar nos territórios a desertificação deixará de ser tão acentuada.” Desta forma, o aumento da qualidade de vida das populações corresponde necessariamente ao desenvolvimento da região.



UMA IPSS ONDE SE VALORIZA A QUALIDADE O Recanto da Natureza, na Palhaça, é uma instituição de solidariedade social constituída em 1999. O caminho foi feito de altos e baixos, mas desde que Manuel Justiniano chegou ao cargo de presidente que a instituição nunca mais voltou a enfrentar problemas. O RECANTO DA NATUREZA

MANUEL JUSTINIANO O número 67 da Rua da Tojeira, na Palhaça, Oliveira do Bairro, pode passar despercebido, mas assim que se avança para lá dos portões percebe-se que não estamos apenas perante mais uma instituição de solidariedade social. No Recanto da Natureza, as árvores viçosas estão por todo o lado e é no meio deste cenário bucólico que se situa uma instituição de solidariedade social que já caminha para o vigésimo aniversário. No Recanto da Natureza, todos são bem-vindos: desde os mais novos na creche, aos idosos no lar. Além destes serviços, esta instituição tem ainda uma vasta área verde e um apelativo parque de lazer com equipamentos para todos os gostos que se encontra aberto à comunidade. O lar é a casa de 40 utentes, todas as vagas estão cheias. “É muito difícil conseguir um lugar aqui no Recanto da Natureza porque todos querem vir para aqui ou todos querem ver os pais aqui”, conta o presidente Manuel Justiniano. Temos quartos de uma cama, de duas camas e um único de três camas, e em cada um há um telefone e uma televisão que cada utente pode usar. Na creche já não acontece o mesmo. A ca78 | PORTUGAL EM DESTAQUE

pacidade máxima é de 35 crianças, mas a baixa da natalidade faz com que nem metade das vagas estejam preenchidas. São poucas as crianças, mas não é por isso que as instalações não seguem altos padrões. Os equipamentos cumprem todas as normas necessárias e além disso as crianças dispõem de um amplo espaço ao ar livre onde podem brincar. O caminho desta instituição da freguesia de Palhaça fez-se de altos e baixos, mas há já algum tempo que a escassez de dinheiro nos cofres deu lugar a uma boa situação financeira. As conquistas têm sido sucessivas e o sucesso marca presença assídua nesta casa. O presidente, Manuel Justiniano, trabalha a título voluntário, mas nem por isso a gestão desta instituição de solidariedade social é deixada ao acaso. O trabalho que faz em conjunto com 28 colaboradores traduz-se em excelentes condições para todos os utentes do Recanto: dos mais novos aos mais idosos. O actual presidente chegou a esta instituição de solidariedade social há cerca de 12 anos. Quando começou os trabalhos, a instituição passava por grandes dificuldades financeiras, mas Manuel Justiniano

aplicou os conhecimentos que reuniu durante o período que trabalhou como empresário no Brasil e rapidamente inverteu a situação. Manuel Justiniano explica que a viabilidade das instituições de solidariedade social é um elemento essencial para o bom funcionamento da mesma. “Não existe outra alternativa. A gestão deve ser igual à gestão de uma empresa privada. É uma empresa privada diferente, claro, mas a gestão é semelhante”, explica. A gestão criteriosa desta instituição faz com que a boa saúde financeira esteja garantida. Para Manuel Justiniano, tal é essencial para a qualidade dos serviços que ali se prestam. “Uma instituição onde o dinheiro seja bem gerido funciona melhor”, explica o presidente. Para o presidente a rentabilidade da instituição é a base para os elevados padrões de qualidade. “Só peço que cada um faça a sua parte. Eu faço a minha da melhor maneira possível”, conta, garantindo que todos gostam de trabalhar com a instituição e que isso também é uma mais valia. Atenção aos detalhes: desde a comida servida até à lavagem da roupa O cuidado com os utentes é a maior preocupação de todos aqueles que trabalham n’O Recanto da Natureza. Manuel Justiniano tem em atenção todos os pormenores que podem influenciar a qualidade dos que vivem no lar ou das crianças que


Se quando Manuel Justiniano chegou ao Recanto da Natureza a instituição estava à deriva, agora a situação é muito diferente. A instituição de solidariedade social situada em Oliveira do Bairro está de boa saúde e o futuro é risonho. Manuel Justiniano chegou ao lugar de presidente há 12 anos e o seu mandato terminará em 2018. Depois dessa data conta que provavelmente não se vai recandidatar ao lugar de presidente. Durante o período em que foi presidente da instituição de solidariedade social, O Recanto da Natureza não parou de crescer. Para o futuro, Manuel Justiniano deseja apenas manter a qualidade. Para este responsável, a instituição de solidariedade social já não tem muito por onde crescer, o frequentam a creche do Recanto. A preocupação constante com o bem-estar dos idosos utentes do lar traduz-se na elevada qualidade das refeições orientadas pela Nutricionista. Manuel Justiniano explica que habitualmente compra produtos alimentares aos mesmos fornecedores, mas se há algum produto que os fornecedores habituais não vendem ou que considera não terem qualidade não hesita em recorrer a outros meios. “Se o produto não é bom, apenas compro uma vez. Passa tudo pelo meu controle”, explica o presidente. “O melhor que eu conseguir servir, é o que escolho. Não abro mão da qualidade”, conta o presidente. E a maior prova dos altos padrões da comida servida nesta instituição de solidariedade social é o facto do próprio presidente fazer as refeições na cantina onde comem os utentes. Contudo, a sua preocupação do presidente não fica apenas pela área do refeitório e até os detalhes mais pequenos são tidos em conta. “Se a roupa não for bem lavada, os químicos ficam em contacto com a pele e isso

faz mal à saúde. Por isso um dos grandes investimentos que fiz, financiado na sua totalidade pela instituição, foi uma nova lavandaria”, conta Manuel Justiniano. Nesta lavandaria as regras são apertadas e os produtos utilizados são de elevada qualidade. “Muitas vezes as alergias estão relacionadas com a utilização de produtos de fraca qualidade durante o processo de limpeza da roupa. Por isto, é muito importante usar produtos com qualidade”, explica o presidente que escolhe criteriosamente os produtos com que se lavam as roupas n’O Recanto da Natureza. Os detergentes utilizados são especiais de modo a não causar alergias ou irritações na pele. “Temos um cuidado muito especial com estes detalhes porque queremos agradar aos utentes”. “Estamos aqui para cuidar dos utentes. Lidamos com seres humanos e por isso temos que prestar atenção a tudo”, acrescenta.

futuro passa sobretudo pela manutenção das instalações e dos elevados padrões de qualidade dos serviços que prestam. Embora o aumento do número de lugares no lar não seja um objectivo por questões de rentabilidade, o aumento da qualidade das infra-estruturas não sai da cabeça de Manuel Justiniano. Um parque para automóveis é o próximo grande passo e deseja completar este projecto até ao termino deste mandato.

Um futuro promissor PORTUGAL EM DESTAQUE | 79


A PERSISTÊNCIA COMO SEGREDO PARA O SUCESSO E DISTINÇÃO Foi há 50 anos que o avô de David Rodrigues enraizou o gosto pelo negócio na família. Conselhos e aprendizagens que há 13 anos passaram para o neto, que fez, em conjunto com toda a equipa, da Residencial Estância, em Oliveira do Bairro, um ponto de referência. David Rodrigues, atual gerente, abriu as portas à Revista Portugal em Destaque e explicou o segredo para manter a qualidade, prestígio e o crescimento do setor. RESIDENCIAL ESTÂNCIA

E se muitos passam por aquela estrada nacional com o pé no acelerador, outros já não conseguem ficar indiferentes à fachada pertinente da Residencial Estância. Pintada de amarelo, e com um requinte e charme inconfundíveis, deixa a curiosidade para conhecer cada recanto do seu interior. A única solução passa mesmo por entrar e conhecer o espaço. Com jardins, preenchidos por espaços verdes, salas de eventos rústicas e acolhedoras, e uma equipa unida há vários anos, David confessa que o maior segredo para o sucesso está na valorização e acompanhamento do trabalho de todos aqueles que caminham ao seu lado. Formado em Gestão de Empresas, David Rodrigues, chegou há 13 anos com vários projetos e ambições que ajudaram a superar as dificuldades avistadas ao horizonte “estou sempre à procura de novidades na internet e procuro estudar a melhor estratégia a adotar”, confessa. A decoração esteve e está sempre entregue ao gosto da D. Teresa, a mãe, que tenta sempre dar um toque único e diferenciador em todos os espaços. Como problema neste setor David realça a falta de funcionários disponíveis para trabalhar, principalmente, ao fim de semana. “As pessoas desistem desta área e acabam por ir para outra, não tem sido fácil encontrar pessoas polivalentes. A nossa equipa é composta por membros fixos, mas quando há eventos somos obrigados a chamar mais colaboradores”. O compromisso com o cliente Para toda a equipa da Residencial Estância há um fator que David sublinha como sendo o principal: o acolhimento e o serviço prestado ao cliente “ A parte do atendimento é uma das mais importantes e que nos faz perceber o que os clientes necessitam e procuram. É relevante para nós cativar a confiança dos nossos clientes, todos são importantes”. Sem deixar para trás todo o percurso, realizado desde 1980 pelo avô ”o importante hoje é tentar evoluir e manter esta casa familiar. Defendo 80 | PORTUGAL EM DESTAQUE


os meus colaboradores porque eles defendem-me a mim e são eles também o rosto deste negócio”, refere. Trabalham pouco com divulgação online, mas garantem que a maior publicidade é a que se consegue na transmissão boca a boca, e que acaba por suscitar curiosidade a um futuro cliente. O espaço pode ser visitado no Facebook e num futuro próximo haverá um site que ainda se encontra em construção. Diversificação de serviços 37 longos anos de existência e, ainda hoje, a identidade mantém-se “lembro-me quando era pequeno e de vir aqui ajudar o meu avô a levantar as mesas, e o gosto por isto foi ficando. Entretanto, fui para o Porto estudar e acabei por voltar. É uma área complicada”, confessa. Dos mais variados serviços o restaurante apresenta uma ementa bastante diversificada. Das especialidades mais procuradas pode encontrar o bacalhau à Estância, as carnes grelhadas, rojões com batata à racha e grelo, todos com uma pitada tradicional típica da zona. As sobremesas, de fabrico próprio, como as natas do céu, doce de ovos tradicional, arroz doce e aletria deixam no paladar um gosto especial, promete David Rodrigues.

Este alojamento local, situado numa zona mais rural da cidade, com 17 quartos, entre duplos e de casal, é também bastante procurado para eventos. “Sempre fomos muito procurados para esse tipo de serviços. Temos quatro salas com capacidade para 750 pessoas. Com o surgimento das quintas as pessoas foram fugindo e perdemo-nos no mercado, mas nunca paramos de melhorar as condições. Quando vim para cá apostei no espaço exterior, o que acabou por cativar. Nós adaptamo-nos sempre ao cliente e em conjunto criamos a ementa que pretendem para esse dia, sempre com algumas sugestões da nossa parte”, esclarece David Rodrigues. Para casamentos, batizados e qualquer outro dia especial este espaço oferece um ambiente afável com uma lufada de tranquilidade à mistura. Quanto à concorrência David afirma que acaba por ser desafiante e o desvia da zona de conforto. Com a modificação estrutural de acessos na zona foi obrigado a ir ao encontro do cliente, criando a entrega de marmitas às empresas locais. Os dois carros que possui fazem rotas entre Oiã e Vila Verde e levam, do que melhor produzem, a cerca de 20 empresas há já 5 anos e a preços bastante apelativos. “Acabo por rentabilizar o meu funcionário, que no dia, e mediante

os pedidos, começa por volta das 11 horas a fazer os almoços que incluem o prato principal e a sopa. Foi um projeto que já tinha pensado mas estava com receio de avançar”. Com uma média de 50 refeições a Residencial aguça o apetite a vários sítios de Oliveira do Bairro. “Esta é uma casa humilde, simples, familiar e tradicional e o que nós pretendemos é que as pessoas que nos visitem se sintam em casa”, acrescenta David Rodrigues. A simpatia e a acessibilidade já são parte integrante da Residencial Estância e ficam na memória de todos os que por lá passam. Os testemunhos, esses, são bem visíveis nas linhas dos comentários nas redes sociais. Anseios futuros “O que mais queremos é a excelência, e mediante o crescimento do setor conseguir dar a resposta que o cliente procura. Nem sempre tudo correu como queríamos, nesta altura existe muita oferta, e torna-se difícil competir com outros espaços. O que mais anseio é conseguir sempre o melhor e continuar a ser um ponto de referência”, garante. Não pode faltar à visita. Apareça e conheça a Residencial Estância!

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AQUI ENCONTRA SEMPRE A MÁXIMA FRESCURA, PONTO! Ponto fresco é um dos nomes da cadeia de supermercados situado em Mamarrosa e Oiã, em Oliveira do Bairro. Rui Reste, dá rosto ao negócio já criado pelos seus pais, na altura uma pequena mercearia, onde cresceu e se habituou à casa. Deste pequeno projeto nasceu a vontade de alargar e se focar comércio com a empresa de nome Manuel Reste e filhos, Lda. À entrada percebe-se de imediato que ali se respira confiança e simpatia. PONTO FRESCO

RUI RESTE

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Já dura há 15 anos e, se há coisa que ali se promete, é frescura em dois pontos distintos, Oiã e Mamarrosa. Foi em 1980 que, Rui Reste se habituou ao comércio tradicional baseado na proximidade, quando passava os seus dias na mercearia dos pais. Hoje, e passado vários anos, continua a dizer que o segredo está na aproximação com o cliente “o comércio de proximidade tem o seu espaço no país. Os números do mercado dizem mesmo isso, no mercado rondamos os 20 por cento de quota ativa e esta continua a pertencer ao comércio de proximidade”. Deste mesmo contacto próximo com o cliente há várias vantagens que Rui Reste acha essenciais. Uma delas é conhecer o cliente, “nós passamos a conhecer o cliente e os seus hábitos e trabalhamos com isso. O nosso trabalho para combater as estratégias dos grandes

é trabalhar com a parte humana. Chamar o cliente pelo nome, recebê-lo a sorrir”. Para além da simpatia, confiança e os valores que diariamente os seus colaboradores transmitem, no Ponto Fresco também pode encontrar serviços de prestígio com uma cafetaria/padaria, um talho que tem como particularidade, a oferta de carnes da região, acompanhando sempre o processo desde a produção até ao abate “temos a vantagem de muitos clientes conhecerem os produtores, o que acaba por transmitir confiança”. Afrescura deixa aberto o caminho para o leque das variadas frutas e legumes, que por incapacidade de preços e indisponibilidade, a cadeia não consegue recorrer só aos produtos de proximidade. À entrada do espaço deparamo-nos com um fator diferenciador, o Ponto Fresco pretende marcar a diferença e também


distinguir a entrada do seu supermercado com a dos outros, surpreendendo. Tanto em Mamarrosa, como em Oiã Rui Restes encontrou um elemento fixo e cultural da zona. Na sua primeira loja, em Mamarrosa, como elemento fixo cultural deparamo-nos com a igreja e na sua segunda loja, em Oiã, encontra-se um pelourinho, ambos desenhados na parede e que fascinam e criam o elo de ligação e proximidade com os mais variados clientes que os procuram. A concorrência e a existência de “um certo massacre” nas promoções diárias não o assusta “a concorrência só nos faz crescer e até temos mesmo parcerias com grandes cadeias como o Pingo Doce, por exemplo, aqui também se fazem promoções e também existe cartão de cliente com pontos”, confessa Rui Reste. A confiança do cliente A palavra de ordem é a confiança e, a partir daí, a equipa trabalha todo o resto como o acompanhamento ao cliente, “neste momento quem nos visita, acaba por ir a mais três superfícies comerciais. Com muita facilidade comparam-nos e, por essa razão, nós temos e devemos modernizar todo o sistema aqui no Ponto Fresco, como o ambiente na loja, por exemplo”, acrescenta Rui Reste. A missão é sempre tentar satisfazer, mediante as possibilidades, o cliente. Quando saem daqui satisfeitos, o proprietário garante que eles voltam. Com um espaço já vincado no mercado o Ponto Fresco tem vindo a cativar cada vez mais o consumidor “quando a opinião de alguém que cá veio chega a outro cliente e essa opinião é positiva, para nós acaba por ser muito mais importante que qualquer outra informação que podíamos ter num panfleto”, revela. Uma equipa unida Da equipa fazem parte 25 trabalhadores, neste e no outro Ponto Fresco localizado em Oiã, um espaço mais pequeno, mas que garante igualmente a mesma política da empresa. Os valores são os mesmos. Rui Reste tenta zelar sempre pela permanência e durabilidade dos seus funcionários e ao começo da atividade de um novo membro, menciona sempre a importância de seguir todos os valores da empresa “tentamos sempre efetivar a pessoa que entra, o nosso propósito é sempre fixar as pessoas. Os clientes habituam-se aos nossos colaboradores e, dessa forma, sentem-se mais em casa”, acrescenta. Dos valores que incute estão como base o respeito, honestidade, trabalho, valorização da pessoa, segurança e uma responsabilidade social. Nos últimos tempos tem encontrado mais dificuldade de encontrar pessoas para trabalhar na equipa pois considera que “no dia de hoje é complicado articularem a sua vida pessoal com os horas rotativas, que este setor involuntariamente exige, há uma certa pressão diária para a falta de tempo e ocupação que têm por trabalharem com horários diferentes do normal”, confessa. O futuro Depois da conversa com Rui Reste percebemos de imediato que o futuro só pode ser risonho, pela sua visão do mercado, ideologia e, sobretudo, sabedoria. Até hoje garante que o balanço é bastante positivo “não nos podemos queixar, as coisas têm corrido muito bem. Nós temos cerca de meio milhão de visitas por ano ”, revela. Não esconde a vontade de abrir pelo menos mais uma loja nas redondezas, mas nunca mais “se investir é em apenas mais uma superfície e não mais que isso, se quiser alargar demais acredito que se comece a perder tudo aquilo que transmiti e quero continuar a transmitir até hoje”, esclarece. Também do futuro espera a sua visita em algumas das lojas que dispõe, e algo está sempre garantido: Um Ponto Fresco!

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UM DIFERENTE SETOR DE ATIVIDADE COMO APOSTA Henrique Castro, CEO da empresa SigmaVertice, em Oliveira do Bairro, apostou em 2012 num mercado com carência e de alto valor acrescentado, e conseguiu construir o nome desta empresa. Hoje, reflete-se num verdadeiro sucesso. Com cinco anos de existência, esta empresa produz peças mecanizadas para a industria automóvel, estando a dar os primeiros passos na industria aeronáutica. SIGMAVERTICE

Henrique Castro, desde o início que, sentia a imensa fragilidade nas ofertas do fabrico de componentes mecanizadas. Antes de iniciar este projeto trabalhava numa empresa de painéis fotovoltaicos que acabou por fechar e, rapidamente encontrou uma solução, “com a necessidade que havia neste setor, decidi apostar nesta área”. Um desafio inicialmente muito centrado na indústria automóvel, dado a excelente performance desta indústria no mercado global. Tudo acabou por ser a ‘rampa de lançamento’ para um futuro promissor e que rapidamente se tornou num presente com relevo e distinção. Inicialmente, Henrique começou com uma componente mais comercial, mas com o volume de pedidos a aumentar e reconhecendo alguma dificuldade na resposta às urgências dos clientes, decidiu apostar também na produção. Foi aqui que tudo começou e nasceu a SigmaVertice. Henrique Castro admitiu que, “se continuássemos apenas na parte comercial deste sector, acabaríamos por nos perder no caminho”. Arriscou na área de produção, com um investimento em equipamentos de alta tecnologia e, com o crescente volume de negócios, acabou por abandonar

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o espaço que apostou em Cantanhede. Hoje, as instalações maiores são o reflexo do ritmo de produção que neste momento apresenta. Conta já com cerca de sete equipamentos de alta tecnologia e nove colaboradores, todos eles acompanham o processo de manufaturação, com uma formação contínua e muito especializada. Atualmente cerca de 95 por cento do trabalho é feito de raiz na SigmaVertice, o que torna muito mais gratificante todo o trabalho final que é entregue ao cliente. “Continuamos a crescer, tivemos uma média de crescimento de 20 por cento na faturação desde o início, e este ano estamos

Podemos considerar que 90 por cento do que é fabricado na SigmaVertice é exportado indiretamente, uma vez que a produção dos nossos clientes (componentes para automóveis) é quase na totalidade para exportação. Estes componentes são posteriormente reencaminhados para alguns fabricantes de renome. Na lista estão marcas como BMW, Volkswagen, Mercedes, entre outras. O objectivo da SigmaVertice é ser uma referência no fornecimento de componentes mecanizados para indústria automóvel e aeronáutica, na indústria nacional focada em componentes de alto valor acrescenta-

com o mesmo ritmo”, garante Henrique. Até meados deste ano, parte significativa da produção estava dividida maioritariamente por três grandes empresas multinacionais e para a direção parecia ser o suficiente, dado o receio de aumentar o número e não conseguir garantir a máxima qualidade ao cliente. “Só este ano, o investimento foi de três novos equipamentos. Cada equipamento exige um operador altamente especializado. Só assim é que conseguimos ser eficientes/competitivos. Com este investimento, agora já faz sentido para nós fornecermos novos clientes”, afirma.

do, maioritariamente para exportação. Para alcançar estes objectivos, a SigmaVertice aposta numa equipa altamente especializada e motivada, assim como no investimento contínuo em equipamentos de alta tecnologia, não só para produção mas também para controlo da qualidade dos nossos produtos. À Portugal em Destaque, Henrique Castro deixa um balanço confiante destes cinco anos de atividade. “Os valores têm sido bons e o balanço é positivo”. Esta é uma verdadeira referência do empreendedorismo nacional.


APOIO, DEFESA E VALORIZAÇÃO A Associação Comercial e Industrial da Bairrada assume como visão ser uma referência regional para as micro e pequenas empresas nos domínios da qualidade e da excelência organizacional, tendo por missão desenvolver atividades e parcerias conducentes ao apoio, defesa e valorização dos seus associados, e à promoção e divulgação das potencialidades empresariais da Região da Bairrada.

as nossas empresas. Tanto a equipa diretiva como a equipa técnica estão sempre disponíveis para ouvir os associados, para além de utilizarmos algumas ferramentas, para tentar identificar as suas necessidades e o seu grau de satisfação com os serviços da associação. No entanto, procuramos sempre fazer esse acompanhamento de uma forma o mais personalizada possível, uma das grandes vantagens das associações com um cariz mais local.

DIREÇÃO Como surgiu a ACIB e qual a sua principal função, em especial centrada nesta região? A ACIB - Associação Comercial e Industrial da Bairrada foi constituída, em maio 1993, por um conjunto de empresários da região, que consideraram ser uma mais-valia para o tecido empresarial a existência de uma estrutura deste tipo, que desse apoio às empresas locais. Tendo iniciado a sua atividade com apenas 45 associados, com sede em Oliveira do Bairro, hoje conta com cerca de 500 associados ativos, que se distribuem pelos setores comercial, industrial e serviços. Em 2004, para além de ter levado a efeito uma mudança de imagem, abriu uma delegação em Anadia, para responder às necessidades das empresas associadas do concelho, nomeadamente em termos de formação. Em abril de 2006, obteve a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade pela Norma ISO 9001. Em janeiro de 2008, mudou a sua sede para novas instalações, situadas no Espaço Inovação – Zona Industrial de Vila Verde, passando a contar com um conjunto de infraestruturas modernas e devidamente equipadas, potencializadoras de um maior e melhor apoio às empresas da região. Quais são os princípios e vantagens que oferecem ao associado? A ACIB disponibiliza aos seus associados

diversas vantagens, em diferentes áreas. Desde uma alargada oferta formativa (é entidade certificada pela DGERT), realização de Seminários, apoio na área da Higiene e Segurança Alimentar, Apoio Jurídico, Consultadoria em diversas áreas, disseminação de informação relevante, apoio à contratação (temos um Gabinete de Inserção Profissional a funcionar nas nossas instalações), apoio ao enquadramento de projetos no âmbito dos sistemas de incentivos existentes, divulgação e promoção das empresas e produtos da região. Temos também um leque alargado de Protocolos e Parcerias com diversas entidades que permitem aos nossos associados aceder aos seus serviços com condições preferenciais. Mas uma das grandes vantagens passa sem dúvida por sermos um parceiro das empresas e um agente facilitador, tentando encontrar soluções e apoiando a resolução dos seus problemas e dificuldades, dentro da nossa área de abrangência. Que tipo de acompanhamento, a associação faz aos associados, tanto no ramo comercial como industrial? Procuramos estar atentos às suas necessidades e direcionar os nossos serviços de acordo com as mesmas. As atividades que desenvolvemos tanto para o ramo comercial como para o industrial, assentam sempre na prévia identificação ou de uma necessidade ou de uma oportunidade para

Que género de atividades e divulgações desenvolvem? Como referido anteriormente, desenvolvemos actividades em várias áreas. Neste momento, temos a decorrer o nosso Plano de Formação, que pode ser consultado na nossa página www.acib.pt, temos dois projectos financiados pelo Portugal 2020, um na área da Formação-Acção, dirigido a PME´S, outro na área da Qualidade/Internacionalização, dirigido para empresas do Sector Agroalimentar e encontramo-nos a preparar as ações para a promoção do nosso comércio local, para a Campanha de Natal. Este ano organizamos pela primeira vez o Congresso Empresarial de Bairrada, que correu muito bem e que será para repetir. Por onde passa o futuro da Associação Comercial e Industrial da Bairrada? Por continuar a apoiar o tecido empresarial desta fantástica Região!

ESPAÇO INOVAÇÃO ZONA INDUSTRIAL DE VILA VERDE, APARTADO 235 3770-305 OLIVEIRA DO BAIRRO TELEFONE: +351 234 730 320 FAX: +351 234 730 321 E-MAIL: ACIB@ACIB.PT WWW.ACIB.PT

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VIANA DO CASTELO E ESPOSENDE A Viana do Castelo depressa se acede a partir do Porto, ou de Valença para quem vem de Espanha. Do monte de Santa Luzia pode observar-se a situação geográfica privilegiada da cidade, junto ao mar e à foz do rio Lima. Esta vista deslumbrante e o Templo do Sagrado Coração de Jesus, edifício revivalista de Ventura Terra, de 1898, podem ser o ponto de partida para visitar a cidade. Nas redondezas da cidade podemos fazer um passeio pela ciclovia litoral ou fluvial ou por um dos muitos trilhos assinalados, assim como praticar surf, windsurf ou kitesurf e bodyboard em praias de areia fina e dourada. E ainda fazer jet-ski, vela, remo ou canoagem no rio Lima. Nas próximas páginas descubra um pouco mais sobre a história de Esposende, deixe-se encantar e descubra locais com vistas panorâmicas admiráveis sobre a costa e sobre o concelho!

Esposende - Ofir Portugal

Entre o azul do mar e o verde natural de Ofir surge o AXIS OFIR, uma referência local e regional há mais de 50 anos, completamente renovado, traduzindo-se hoje numa combinação perfeita de bem-estar.

Para informações: ecommerce@axishoteis.com www.axishoteis.com

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“MAIS EDUCAÇÃO, MELHOR FUTURO” O Agrupamento de Escolas de Monte da Ola é composto por 14 estabelecimentos de ensino desde a educação pré-escolar até ao ensino secundário. Com uma área de influência que abrange cerca de 78 quilómetros quadrados e nove freguesias, tem como missão qualificar a população escolar e envolver ativamente a comunidade. Um agrupamento que está inserido no Programa TEIP e pretende que o lema “Mais Escola, Mais Futuro” seja uma realidade. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MONTE DA OLA

CONCEIÇÃO FERNANDES O Agrupamento de Escolas de Monte da Ola concretizou-se em 2012, fruto da agregação dos AE de Darque, Monte da Ola e da Foz do Neiva. Com sede na EBS de Monte da Ola, a sua área de atuação estende-se a várias freguesias do concelho de Viana do Castelo, concretamente Darque, Vila Nova de Anha, União de Freguesias de Mazarefes e Vila Fria, Vila Franca, Subportela, Alvarães, Neiva, Castelo de Neiva e Chafé. “Uma realidade exigente dado o número de escolas e a resposta educativa a um grande número de alunos (cerca de 2250), num percurso de continuidade, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, sem esquecer as Unidades de Ensino Estruturado”, explica Conceição Fernandes. Diretora do Agrupamento há três anos, além de uma carreira no ensino, assume cargos de direção desde 2008 e por isso conhece bem as realidades e diferenças da população. Num processo de continuidade, está inserido no Programa TEIP, uma medida “dirigida a contextos particularmente difíceis e desafiantes que visa a criação de condições para a promoção do sucesso educativo de todos os alunos, o combate ao abandono, absentismo e indisciplina, bem como a transição qualificada para a vida ativa”. Neste sentido, tem sido feito um trabalho diferenciado, de acordo com as necessidades do meio e comunidade onde estão inseridos, para dar resposta a diferentes públicos. Além do ensino regular, o Agrupamento de Monte da Ola aposta numa turma de Percurso Integrado de Educação e Formação (PIEF) e possui uma Unidade de Atendimento Especializado Multideficiência e duas Unidades de Ensino Estruturado Autismo do 1º, 2º e 3ºciclo. “Somos uma escola inclusiva e este ano abrimos uma nova unidade de autismo para alunos do ensino secundário. As respostas têm-se revelado ajustadas e positivas, o que trouxe uma nova dinâmica de trabalho essencial para o relacionamento interpessoal”, acrescenta. 88 | PORTUGAL EM DESTAQUE

De modo a dar resposta às exigências e seguindo o Programa TEIP, o Agrupamento de Escolas de Monte da Ola definiu um plano de 13 ações com o objetivo de melhorar o sucesso escolar dos alunos, envolver as famílias e comunidade de forma ativa e desenvolver a identidade do Agrupamento. Vamos conhecê-las: 1 - Centro de Recursos Educativos (CRE) e Núcleo de Apoio às Disciplinas (NAD) – trata-se de espaços direcionados para o estudo, para atividades educativas, culturais e recreativas e de apoio específico e individualizado, dinamizado por professores do 3ºciclo e ensino secundário a alunos desses níveis de ensino. 2 - Projetos de Desenvolvimento Motivacional – procuram manter um processo de reconhecimento do mérito dos alunos a nível académico e comportamental, através da atribuição de quadros. A turma Destak consiste num concurso que de-


corre durante o ano letivo, entre turmas do 2º e 3ºciclo, secundário e PIEF para apurar a turma que se destaca em termos de resultados escolares e participação em atividades do PAA. 3 – Soma e Segue – consiste num apoio educativo aos alunos que revelam dificuldades nas disciplinas de português e matemática e pretende promover a melhoria da taxa de sucesso. 4 – Via Verde para o Conhecimento – as ações “100 Números” e “Salpicos de Cor” são de âmbito extracurricular e procuram desenvolver capacidades a matemática e português. 5 – Biblioteca Escolar: Ler + – “Contar-te” é um projeto de dinamização de um programa de leitura fundamentado nas obras da Educação Literária das metas curriculares, em parceria com a Escola Superior de Educação. Há ainda atividades desenvolvidas pelas bibliotecas do agrupamento, envolvendo toda a comunidade educativa. 6 – Fidelizar AEMO: dos 3 aos 18 – sessões periódicas de orientação vocacional são dirigidas aos alunos em fim de ciclo, a fim de dar a conhecer diferentes atividades profissionais e ofertas formativas. São ainda realizadas visitas de estudo a empresas e locais patrimoniais de referência. 7 – Educar Animando a Comunidade –

são propostas atividades de animação sociocultural e desportivas nos tempos não letivos dos alunos, como os clubes e desporto escolar. 8 – Mais Disciplina – a Equipa de Apoio à Disciplina, formada por docentes e técni-

cos de apoio à gestão da ação, contam com a colaboração dos delegados de turma e associações de estudantes na elaboração de propostas. O objetivo é envolver professores, alunos e pais no código de conduta para o Agrupamento. 9 – Ser Pessoa – são dinamizadas ações de sensibilização a alunos, ao nível da cidadania, com a colaboração de entidades externas, conforme as necessidades que vão surgindo. 10 – Observatório Educativo – faz a monitorização e avaliação das ações, dos resultados e das estratégias implementadas. É fulcral na elaboração do plano de melhoria do Agrupamento.

11 - Mediação Familiar e Educativa – são realizadas ações que fazem ligação com a família: acompanhamento, criação da Escola de Pais, sessões sobre Parentalidade Positiva e captação para o Pré-Escolar. 12 – Apoio e aconselhamento a alunos e famílias em situação de crise – é feito um apoio na escola e domicílio com a articulação de equipas e instituições exteriores de apoio à vida familiar. O Gabinete de Apoio ao Aluno acompanha situações de carência. 13 – Identidade Colaborativa - foi implementada a prática de articulação pedagógica entre pares e professores no sentido de melhorar as práticas. A ligação com o meio é fundamental num projeto como este, até porque a escola não é apenas uma sala de aula. Motivar os alunos através de iniciativas, envolver parceiros, famílias e a comunidade em geral faz parte dos planos desta instituição. Conceição Fernandes acredita que o futu-

ro do Agrupamento passa por cumprir as metas estabelecidas e trabalhar em prol de um só objetivo: melhorar a qualidade da aprendizagem. Uma das questões mais sensíveis é o abandono escolar e por isso alerta que “na educação, os nossos números são pessoas e todos são importantes. Somos nós os responsáveis da vida futura destes jovens”.

LARGO DO MONTE DA OLA, Nº 257 4935-370 VILA NOVA DE ANHA TELEFONE: 258320460 FAX: 258 331577 E-MAIL: GERAL@ESCOLASMONTEDAOLA.PT WWW.ESCOLASMONTEDAOLA.PT

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UM ENSINO DE EXCELÊNCIA ONDE SE VALORIZA A PESSOA E O SABER As paredes desta escola não são iguais às das outras escolas. Na Escola Profissional de Música de Viana do Castelo (EPMVC), juntamente com as vozes dos jovens, é a música e a cultura que entoam por todo o lado. Para além das mochilas com livros, os instrumentos musicais são inseparáveis dos alunos que ali podem entrar a partir do sétimo ano e prosseguir até concluir o secundário, em direção ao ensino superior. ESCOLA PROFISSIONAL DE MÚSICA DE VIANA DO CASTELO

A EPMVC começou a funcionar em setembro de 1991, por iniciativa da Academia de Música da cidade. Atualmente é tutelada pela Fundação Átrio da Música, criada para se assumir como entidade proprietária, em novembro de 1999. Integrada no Ensino Profissional Artístico, a EPMVC é uma escola privada que frui de autonomia pedagógica, administrativa e financeira. Carla Soares Barbosa, diretora, tem acompanhado o seu desenvolvimento desde os primeiros passos. Na sua tese de doutoramento estudou o impacto do capital cultural na mobilidade social: o conhecimento adquirido é posto em prática na EPMVC, na qual 97 por cento dos alunos que optam por esta vertente de ensino prosseguem para o ensino superior. A EPMVC tem a oferta dos níveis II e IV. Ministra o curso básico de instrumento (equivalente ao 9º ano de escolaridade) e os cursos de instrumentista de cordas e de teclas e de sopro e de percussão (equivalentes ao 12º ano de escolaridade). Durante o curso existe um acompanhamento permanente aos alunos de forma a potenciar as suas capacidades e motivações: “Há a preocupação de auferir o perfil inicial e de explicar a necessidade da persistência e do trabalho regular. Há jovens que têm muito claro que 90 | PORTUGAL EM DESTAQUE

querem ser músicos, mas outros há que, apesar de gostarem de música, ainda têm dúvidas sobre o que pretendem fazer. Há a possibilidade de prosseguir em diversas áreas ligadas à música, ou de reorientar o percurso académico para as humanidades. Criamos oportunidades para que o aluno descubra o que será mais interessante para o seu futuro e conheça a competitividade da vida profissional”, referiu Carla Soares Barbosa. Do espaço ao ensino, a escola oferece condições excecionais, a cedência de instrumentos musicais e subsídio de alojamento. Música como motor da educação e desenvolvimento A cultura e arte são aqui elevados num ensino de excelência. Engane-se quem pensar que aprender música é simplesmente aprender um instrumento e esquecer todo o rigor e competência a que isso acresce. Fundamentar toda a teoria na prática, a prática na teoria, ensaiar e definir uma gestão do tempo pedagógico para a aprendizagem de todas as componentes do currículo são pequenos exemplos da exigência de estudar esta arte, num contexto de ensino integrado. “A música desenvolve competências transversais de concentração, resolução de problemas, memori-


mento, apesar de existir espaço e local, o projeto encontra-se à espera de concretização. Ensinar música é também ensinar uma cultura. Uma arte de significado universal, entendida na harmonia de cada nota - tocada ou cantada - e sentida na sinfonia das almas. Aprender música é entender aquilo que nos rodeia e aquilo que somos. É interpretar e falar, sem falar, comunicar com a magia e o ritmo da melodia. Engane-se quem achar que a música é um ensino alternativo de classes sem bases educativas, é precisamente o contrário, um ensino de excelência onde se valoriza a pessoa, a educação, a cultura e as artes, porque só assim se pode entender o que realmente é a Música e estar harmonizado com o Mundo. zação e rendimento escolar de uma forma muito assertiva e há muitos estudos científicos sobre isso, além de domínios de formação pessoal e social, com destaque para a responsabilização, o trabalho em equipa e o respeito pelo outro”, explicou Carla Soares Barbosa. O ensino na EPMVC não segue o padrão horário do ensino regular, tendo uma componente prática privilegiada e de ensino individual, em que o sucesso se espelha nos resultados que os alunos têm obtido nos exames nacionais, nas provas de acesso ao ensino superior e em concursos”, mencionou a diretora. Destacou ainda a atividade profissional dos diplomados em prestigiadas orquestras, nacionais e estrangeiras, em conservatórios ou universidades, na produção musical e áreas afins. Impulsionar a cultura em Viana do Castelo A EPMVC tem uma grande ligação à comunidade - promover a música e a cultura é também forma de instigar o próprio trabalho - oferecendo concertos de qualidade, por vezes com convidados de renome portugueses ou estrangeiros. Também é frequente, alunos desta escola marcarem presença em concursos nacionais e internacionais e arrecadarem prémios, um sinónimo da qualidade do ensino praticado e valorização da região. Futuro 166 alunos, 12 turmas e uma vontade de crescer e receber mais alunos a cada ano: este é o panorama que o corpo executivo da EPMVC tem traçado. As ambições são manter o crescimento e dar credibilidade a um ensino de excelência. Existe também o projeto para a construção de um auditório, um complemento importante para o ensino e para a comunidade. Neste moPORTUGAL EM DESTAQUE | 91


ENCONTRE A SUA CASA DE SONHO NA CIDADE ENCANTADA DE VIANA DO CASTELO 7x7 Imobiliária é uma empresa criada por sete elementos em 2007. Atualmente, a mediadora imobiliária é gerida por Jorge Barbosa e conta com três agentes comerciais. A loja sediada em Viana do Castelo procura oferecer aos seus clientes um atendimento único, personalizado e com capacidade de aconselhar e acompanhar todos os processos intimamente ligados às necessidades do mercado imobiliário. 7X7 IMOBILIÁRIA

JORGE BARBOSA A empresa jovem e moderna aposta na formação, nas novas tecnologias e na inovação ao nível dos serviços imobiliários. A 7x7 é caracterizada pela confiança que é depositada tanto na competência e profissionalismo dos seus colaboradores como na lealdade, transparência e honestidade. A visão de mercado em que assenta toda esta postura é, na realidade, bastante simples e eficaz. Analisar o mercado de ativos imobiliários, de forma transparente e objetiva, no quadro legal em vigor, estabelecendo uma relação de confiança com o cliente assente em elevados padrões de competência. Todo este processo é alicerçado numa estrutura extremamente bem preparada, com colaboradores com muita experiência na área, com todas as ferramentas essenciais para poderem responder a todas as necessidades dos potenciais 92 | PORTUGAL EM DESTAQUE

clientes. 7x7 Imobiliária teve mais duas lojas abertas, uma em Caminha e outra em Matosinhos, no entanto, e com a crise instalada no país, o projeto foi remodelado. A mediadora imobiliária concentra-se na cidade de Viana de Castelo, mas continua a trabalhar com todo o mercado na zona norte. “Em primeiro lugar, porque a equipa é de Viana do Castelo, portanto, conhece bem o mercado da nossa cidade. E foi precisamente ao abrimos as outras duas lojas, por não conhecermos tão bem a realidade do mercado, que levou a que o projeto não resultasse tão bem e daí centrar-nos aqui em Viana”, o gerente acrescentou ainda que apenas os melhores comerciais sobreviveram à crise e que, por isso, a equipa ficaria reduzida a quatro pessoas. Os desafios foram sempre concretizados

por uma equipa que se rege por ideais como a transparência e a seriedade juntos dos seus clientes, segundo Jorge Barbosa: “O mercado de Viana já teve altos e baixos, teve o pico da crise que levou ao aumento da procura do arrendamento e nós apostamos muito nos arrendamentos e naturalmente com a rotatividade que é criada também ganhamos credibilidade junto do nosso público-alvo. Foi através desse processo que fomos transmitindo uma imagem de seriedade, transparência, credibilidade no mercado” referindo que, nos dias de hoje, as pessoas reconhecem a 7x7 como uma Imobiliária que efetivamente se encontra no mercado de uma forma transparente. Em parceria com empresas no setor da reabilitação urbana, a 7x7 é uma imobiliária que tem ao dispor de potenciais compradores, casas reabilitadas no centro histórico da cidade. O gerente explica: “Há um aumento significativo na procura de imóveis no centro histórico, primeiro porque poderá haver a necessidade de se mudarem para o centro e segundo porque estamos numa boa altura para investir em imóveis que poderão numa primeira fase serem arrendados no verão ou até mesmo durante o ano inteiro”, o empresário conta que cada vez há mais estrangeiros que investem em Viana do Castelo, devido a uma maior divulgação da cidade, através dos eventos nacionais e internacionais e até mesmo através das festas da Senhora da Agonia. Jorge Barbosa reconhece potencialidade numa cidade que é central, que tem bons acessos e que é dona de uma paisagem acolhedora: “Há coisas que ainda devem ser feitas por Viana, a Câmara Municipal saberá melhor o que fazer, mas em contrapartida já se começa a ter outra projeção face a estas questões. Não só nas questões culturais, mas até nos próprios caminhos de S. Tiago que fazem com que cada vez haja uma maior afluência a Viana”, desta-


cando ainda que as ruas ficaram lotadas nos dias da romaria em honra da padroeira de Viana do Castelo. Viana do Castelo está em crescimento e o seu setor empresarial em expansão. O gerente explica que esse fator é essencial à compra de casa: “Há também um investimento empresarial cada vez maior, arrendamos e vendemos imóveis com efeitos comerciais como lojas e escritórios. Por outro lado, Viana é uma cidade que vive muito do comércio e dos serviços. A nossa cidade agora deu um salto, na parte da produção, já há grandes empresas que se vão instalando cá, o que é ótimo para a criação de emprego, criando um maior poder de compra, e tornando a cidade mais sustentável”. O proprietário da 7x7 acrescenta ainda que: “A segurança dada pelo trabalho hoje em dia é volátil, no entanto, já há muito mais confiança. Nota-se também uma outra questão, a cidade de Viana não foi projetada para o mercado do arrendamento, foi projetada sobretudo para o mercado da habitação própria. Com a crise, muitas famílias viram-se obrigadas a vender os seus imóveis e no que diz respeito ao arrendamento, a cidade de Viana, não é propriamente barata. As pessoas começam a perceber que compensa comprar em vez de arrendar uma casa, se houver estabilidade financeira dada pelos seus postos de trabalho porque se não houver garantias, como é óbvio, preferem não comprar”. Destaca-se que a mediadora imobiliária mantem a sua posição no setor por já ter uma imagem criada aos olhos de quem lá vive. Apostando numa equipa coesa, Jorge Barbosa explica a importância da equipa no ramo imobiliário: Este é um setor muito complicado para se trabalhar, ou se confia na equipa ou não vale a pena. Nós neste momento somos uma equipa coesa em que novos elementos até poderiam pôr em risco o bom funcionamento da equipa, nos aqui apostamos sobretudo na qualidade dos nossos serviços. Numa cidade muito grande é natural que quem queira comprar um imóvel vá a uma rede, numa cidade pequena como é Viana, as pessoas conhecem-se todas umas às outras e, na maioria das vezes, somos recomendados a potenciais compradores e vendedores”, Jorge Barbosa salienta também que é feita toda a divulgação possível através da publicidade e das tecnologias, mas mais importante do que isso é serem recomendados pelos próprios habitantes de Viana do Castelo. Jorge Barbosa finaliza a conversa explicando que num futuro próximo o negócio deve ser consolidado em Viana do Castelo: “Nós queremos continuar a apostar

em Viana, aqui já somos uma marca reconhecida na nossa cidade e associada a um marca de confiança, com credibilidades junto do nosso público-alvo”, Jorge Barbosa deixa, ainda, o convite para visitarem o site www.7x7.pt ou as suas instalações em Viana do Castelo.

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DIFERENCIAÇÃO E SUPERAÇÃO COMO BASE DE SUCESSO A laborar desde 2015 e sediada em Areosa, Viana do Castelo, a Farmácia Areosa caracteriza-se por um atendimento personalizado, através de um adequado aconselhamento farmacêutico, primando por uma forte diferenciação nos produtos e serviços que disponibiliza. Em entrevista à Revista Portugal em Destaque, Maria Manuel Vaz Sousa, diretora-técnica, apresenta-nos esta, que é uma farmácia desenvolvida à sua imagem. FARMÁCIA AREOSA farmácia que ainda hoje mantêm, na Estrada da Circunvalação, Senhora da Hora. Depois, adquiriram mais duas farmácias, uma em Arcos de Valdevez e outra no centro de Viana do Castelo. Eu, licenciei-me em Química Analítica e quando terminei o curso comecei a trabalhar na farmácia da família, no Porto. Mais tarde, candidatei-me novamente à universidade e conclui, com muito esforço, o curso de Farmácia. Neste período nasceram os meus filhos, o que complicou um pouco mais o meu percurso académico, a par do trabalho que ainda mantinha, mas nun-

MARIA MANUEL VAZ SOUSA “Esta farmácia nasceu através de um concurso público, aberto em 2013, e foi construída de raíz por nós. Tudo foi feito mediante o que achávamos ser necessário por forma a servir a população da melhor maneira possível e tudo foi pensado ao pormenor”, começa por nos contar, Maria Manuel Vaz Sousa. Constituída por dois pisos, é uma farmácia moderna, bem localizada, com um parque de estacionamento de grandes dimensões, o que facilita o acesso à mesma, e funciona das 8 às 24 horas, todos os dias. “Temos utentes de toda a região, o que nos enche de orgulho, pois considero que nos procuram pela qualidade que temos”. A viver em Viana do Castelo há uma década, Maria Manuel Vaz Sousa é a grande responsável pelo sucesso alcançado, em apenas dois anos, por este espaço, nesta que é uma área com tradição familiar. “Os meus pais, Manuel Vaz Sousa e Maria do Carmo Pina, licenciados em Letras e em Enfermagem, respetivamente, que se iniciaram nesta área há cerca de 26 anos com a aquisição da Farmácia do Viso, no Porto, após a licenciatura em Ciências Farmacêuticas do filho mais velho, 94 | PORTUGAL EM DESTAQUE

ca desisti e hoje orgulho-se de ser a diretora técnica desta farmácia. Foi difícil, mas tudo valeu a pena. Ser técnica de farmácia é bom, mas ser proprietária e diretora técnica é ainda melhor e sê-lo nesta farmácia está a ser o realizar de um sonho. Neste momento, o pai faz a gestão das farmácias em conjunto com os filhos”, revela-nos, visivelmente orgulhosa. O objetivo, prendia-se em criar um espaço diferente, moderno e que correspondesse às expectativas


dos seus utentes. “O nosso negócio foi evoluindo ao longo dos anos, agora prestamos muitos mais serviços que antes e de uma forma muito mais delineada e estabelecida. A única coisa que se mantém em farmácia é continuar a ser o local de venda exclusiva de medicamentos sujeitos a receita médica, tudo o resto tem vindo sempre a alterar-se. O conceito de farmácia é, agora muito mais amplo e completo. Gosto de inovar, de ter produtos novos, diferentes e então apostamos em produtos naturais, sem químicos, a que cada vez mais pessoas aderem, conhecem e confiam. O que fazemos aqui é oferecer soluções e aconselhamento aos nossos utentes sempre com o objetivo de resolver a situação apresen-

tada. Com uma equipa jovem e dinâmica, a farmácia está preparada para dar este tipo de resposta aos utentes ”. Neste sentido, a formação mostra-se primordial, constituíndo uma forte aposta por parte de Maria Manuel Vaz Sousa, implementando na sua equipa várias formações em diversas áreas, bem como a questão social, apostando na ajuda a várias instituições de solidariedade social da região, como a própria nos explica. “Juntamente ao trabalho normal de uma farmácia, também temos a nossa parte social. Para festejar o nosso primeiro aniver-

sário, realizamos uma caminhada solidária, em que fizemos um kit, com um valor simbólico, para oferecer aos participantes e em que a verba angariada revertia em

favor do Centro Social Areosa, com o objetivo de ajudar na recuperação/construção do centro. Este ano, à semelhança do ano passado, voltamos a realizar a mesma iniciativa constituíndo numa forte contribuição solidária para a freguesia. Temos também um protocolo com a Associação Methamorphys, sediada também na Areosa e pontualmente ajudamos a Associação Berço”. Questionada sobre o futuro, a diretora técnica, mostra-se confiante e revela que o objetivo passa por evoluir de forma gradual e sustentada. “Queremos crescer passo a passo como até então e ser a farmácia de referência do concelho, em termos de localização, infraestruturas e de confiança, sempre com os pés bem assentes na terra”, conclui. O logótipo da farmácia é, com muito orgulho, o Templo de Santa Luzia no seio da cruz. O poema foi escrito em 1966, para os jogos florais de Viana do Castelo, por ocasião das Festas da Sra. D’Agonia desse ano.

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TRADIÇÕES QUE SE FUNDEM COM TRANSFORMAÇÕES Se as cidades pulsam na direção de quem as inspira, os negócios locais constroem-se a partir dos sonhos de gente empreendedora. Com a persistência do tempo e a força da juventude, Ana Meira dá-nos agora a conhecer a Lilian Jewelry. LILIAN JEWELRY

mentos fundamentais: a responsabilidade e a confiança. “Comecei por me deslocar às feiras, pois apesar de nunca ter estado ligada à área, sempre foi algo que me fascinara. Hoje, orgulho-me de ter uma excelente relação com os fornecedores”, confidencia. Por entre sucessos e pequenos contratempos, aqui a vontade de vencer alia-se à sensibilidade de bem receber e isso pode-se rever na simplicidade que Ana Meira, juntamente com Pedro Pires, procuram oferecer.

ANA MEIRA Localizada em pleno coração de Viana do Castelo, este espaço dispõe de uma vasta coleção de peças - relógios, jóias, prata e ouro, aço, e jóias folheadas. Mas nada começou por acaso, e Ana Meira, que sempre apreciara um bom desafio, conta-nos agora a transição de algo que já estaria para acontecer: “Numa outra época, eu trabalhei numa loja de decoração (aliás, foi o meu primeiro trabalho), mas o negócio estava a passar por uma má fase e eu tive de ponderar outras alternativas. Foi aí que pensei em frequentar uma formação de Estilismo de Unhas. Posteriormente, acabei por sair da loja de decoração e passei a dedicar mais tempo às unhas”. O trabalho, que ia crescendo dia após dia, dava à jovem empreendedora um crescimento que nem ela previra. “Nesse momento, fiquei com vontade de abrir uma loja no centro da cidade, mas não queria ser mais uma”, explica a nossa entrevistada. Nesse intervalo de tempo surgiu o esboço do que viria a ser Lilian Jewelry. E embora nos primeiros momentos se tenha deparado com algumas dificuldades, Ana Meira reconhecia que gradualmente haveria de crescer, bastava que para isso tivesse sempre em consideração dois ele96 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Colecionar e guardar momentos Hoje, com um ano de vida, a Lilian Jewelry representa grandes marcas como a Pekan, Franco Vieira, BMB, Festina, entre outras. A responsabilidade que está por detrás destas grandes marcas, não só dá a garantia de trabalhar com os melhores, como é um compromisso sério que vai além do ato da compra. Quando essa qualidade casa tão bem com a própria inovação do design poucas serão as chances de falhar. A responsável une-se assim ao seu compromisso para garantir que o valor de uma peça não se esgote com a passagem do tempo. Trabalhando essencialmente com a classe média e média-alta, o espaço acaba por ser muito procurado pelos turistas espanhóis, brasileiros, ingleses, alemães e, claro, os

portugueses, “sobretudo pessoas de Esposende, Guimarães, Porto e Lisboa”. Desassossegar Viana De olhar atento a todo o comércio local, Ana Meira não poderia deixar de sentir as lacunas da cidade e lançar o apelo: “Viana tem muito para oferecer e crescer, mas existem estratégias financeiras que acabam por derrubar o comércio local. Os próprios proprietários das lojas têm de se unir e perceber que o sábado à tarde não deve ser um dia de pausa. Viana tem movimento e temos de trabalhar para crescer”. Futuro Os planos nunca são pensados num dia só, e como boa gestora do seu negócio Ana Meira já se prepara para novas realizações pessoais e profissionais. Claro que “o segredo ainda é a alma do negócio”, e por isso a Ana Meira apenas revela que a curto prazo o espaço conhecerá uma nova expansão. Paralelamente, “estou a pensar criar uma peça de filigrana mais moderna, algo que possa ser usado no dia-a-dia, e não apenas numa época festiva”, acrescenta. Boas razões não faltarão para mergulhar neste lugar imerso em tradição, pois afinal em Viana do Castelo já se sabe que “quem gosta vem, quem ama fica”.


PÓVOA DE VARZIM Terra de pescadores destemidos, a Póvoa de Varzim tornou-se uma das mais conhecidas estâncias balneares do norte de Portugal, a partir da segunda metade do séc. XIX, sobretudo depois da abertura da linha de caminho-de-ferro que, em 1875, veio assegurar uma ligação mais fácil ao Porto. Hoje em dia, a Póvoa de Varzim é um animado centro de veraneio, com excelentes infraestruturas de apoio a que não faltam piscinas olímpicas, academias de ténis e squash e diversos campos desportivos. Banhado por um mar bravio apreciado pelos surfistas, o seu areal extenso e muito concorrido toma diversos nomes, como por exemplo Praia do Hotel, da Lagoa, da Lada, dos Beijinhos ou do Carvalhido de acordo com os concessionários responsáveis por cada espaço. A grande agitação prolonga-se pela noite fora nos muitos restaurantes, bares e esplanadas e no afamado Casino, um dos mais bonitos e reputados de Portugal. Descubra as maravilhas que esta cidade encerra nas próximas páginas da sua revista…


“UM ESPAÇO FEITO POR PESSOAS... PARA PESSOAS” Aberto desde 2012, na Avenida Santos Graça, na Póvoa do Varzim, o Tertúlia Café é já um local de eleição para conviver e desfrutar de um espaço díspar e único a qualquer altura do dia. Depois de entrar, o bom ambiente faz o resto, num café ao qual dificilmente não se regressa. Lurdes Fernandes e Hugo Lopes sentaram-se à mesa com a Portugal em Destaque e falaram sobre o seu negócio. CAFÉ TERTÚLIA

fazer parar o tempo e se desfrutar do lazer que ele proporciona. O que não conta a sublime e irreverente arquitetura do café são os cinco anos de história. Recuamos até 2012, durante um dos anos mais rigorosos da crise. Lurdes Fernandes decidira pegar num espaço bem perto da sua residência para o transformar num negócio na área da restauração. Com experiência profissional no setor, teve o apoio dos filhos António Lopes e Hugo Lopes. Em conjunto arriscaram e decidiram criar um espaço com um conceito destinto e abrangente. “Não queríamos que fosse mais um café, queríamos que fosse um espaço diferente porque sentimos que havia um vazio e que se tinha perdido o conceito de café. As pessoas já não iam a um café como um espaço de convívio para se estar com os amigos”, realçou Hugo Lopes, que se encontrava no último ano de arquitetura quando foi desafiado para criar o espaço do Tertúlia Café. “Queríamos ser um espaço diversificado e um ponto de referência, quer na área da restauração, bem como na área do lazer e diversão, que funcionasse das 9 da manhã até

É difícil não haver um impacto em quem entra no café Tertúlia. Objetos antigos, que provavelmente gerações mais novas nunca viram e que gerações mais velhas já não se lembram de ver. Agradavelmente, a cada passo a panorâmica realça novos pormenores e a vista explora um espaço onde cada pormenor é uma memória da tradição portuguesa. Uma guitarra portuguesa, um piano, um violino, apontamentos de Camões, e várias peças da Bordalo Pinheiro, como as sardinhas de várias cores, as andorinhas e o bacalhau. Uma decoração em diferentes tons, deixando que a luz invada o espaço e o transforme num autêntico refúgio. Percorre-se o espaço interior e cada leve passar de olhos exige a atenção e um olhar por cada particularidade disposta por Hugo Lopes, o responsável por arquitetar um espaço perfeito para se

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às 2 da noite e não tivesse só direcionada para um tipo de serviço nem público. Daí a decoração estar moldada para as diferentes partes do dia”, acrescentou. Assim funciona o café, aberto 17 horas por dia e abrangendo todas as faixas etárias. De manhã é um espaço onde se pode desfrutar do pequeno-almoço ou do tradicional café da manhã. Durante a hora de almoço servem refeições trabalhando com pratos do dia ou através do seu menu diversificado, servido também em jantares, onde se destacam o prego à Tertúlia, hambúrguer à Tertúlia e a Francesinha. Durante a tarde é um espaço de lazer onde se pode desfrutar da calma do espaço e de alguns petiscos como as moelas ou as ameijoas confecionadas com sabores únicos. Tudo isto pode ser harmonizado com aquela que apelidam de “a melhor cerveja do mundo” ou ainda pelas famosas sangrias de maracujá ou frutos vermelhos. Durante a noite é um espaço de convívio de encontro e de sorrisos, principalmente para os mais jovens. Uma simbiose de conceitos que abrange todas as gerações. Questionado pela decoração do espaço explicou: “O conceito era procurar coisas que trouxessem a recordação de pessoas mais velhas e ao mesmo tempo possibilitar que qualquer elemento ou objeto de decoração fosse um motivo de conversa e de observação. Temos uma perceção diferente do espaço nos vários ângulos. Num curto espaço de tempo não se descobre tudo aquilo que está cá dentro. Outra ideia era trazer um bocado a memória das pessoas”. A excelência do espaço encontra-se diretamente relacionada com o atendimento acolhedor que toda a equipa partilha – uma filosofia num trabalho em que todos são uma família e “todos os clientes são amigos”. Toda a equipa trabalha num só sentido com objetivo de servir com qualidade, com responsabilidade e com o mínimo de falhas possível. Estas são caraterísticas que tornam o Tertúlia Café num local único e diferenciado um lugar que nos parece envolver numa atmosfera tranquila, elegante e agradável. Asas para voar e motivos para voltar, eventualmente assim se resume a visita de quem por lá entra. A paixão que move o trabalho de Lurdes Fernandes, Hugo Lopes, António Lopes e toda a equipa, rapidamente traçaram um caminho de sucesso. Em apenas cinco anos concretizou todos os objetivos que a gerência tinha traçado no início do investimento. Tornaram-se numa referência na região, um local por onde passam todas as gerações e onde turistas levam o que de melhor Portugal e a Póvoa de Varzim tem para oferecer. “Daqui para a frente só o tempo o dirá”, concluiu Hugo Lopes orgulhoso no trabalho realizado até então e com um sentimento de dever comprido em cada final de dia. Caro leitor, se a curiosidade lhe foi apurada, não hesite em visitar o Tertúlia, certamente que será uma experiência de ímpar.

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