Portugal em Destaque - Edição 14

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ÍNDICE

ALGARVE PAG 20

SANTO TIRSO PAG 35

AVEIRO

PAG 60

EDITORIAL Agora que estamos em pleno momento natalício e a promessa de um novo ano se avista no horizonte, chegou a altura de toda uma equipa fazer o balanço da obra feita. Ao longo de doze meses, a revista Portugal em Destaque afirmou-se como um projeto pautado por uma atitude diferente, inovadora e séria. Afinal de contas, e quase sem darmos por isso, celebrou-se um ano de firme e fiel compromisso para com todos os nossos leitores, em nome dos quais procurámos, contactámos e demos a conhecer o que de melhor existe no nosso país. Da região do Minho e do alto das terras de Trás-os-Montes até ao calor do Algarve, sem esquecer os mimos e sabores da Beira Interior, ou os polos de desenvolvimento tecnológico que muitas cidades do litoral apresentam, quisemos divulgar genuínos casos de sucesso, inovação e triunfo. E, se há algo que pudemos efetivamente comprovar foi a maravilha deste país à beira-mar plantado que é efetivamente o nosso. Afinal, confirmou-se aquilo que já imaginávamos saber: para além da beleza das nossas paisagens, da hospitalidade do nosso povo ou do agradável clima que lá fora tanto lhe gabam, Portugal é hoje um país rico. Sim, rico. Portugal é hoje digno de destaque pelo seu espírito de sacrifício, pelas histórias de esforço e pela vontade de fazer diferente. Foram estes os valores comuns que sentimos ao longo do ano, da indústria mais pesada às mais recentes e promissoras start-ups. Mas nem só destes agentes se fizeram as nossas páginas. Assistimos também a excelentes casos de boa gestão do poder local e ao incansável esforço com que diversas instituições de solidariedade têm assumido a urgência da sua missão. Portugal, é por isso, um país rico de bons exemplos e de audácia. Só um país assim poderia fazer de nós, Portugal em Destaque, uma publicação também ela rica em histórias e aventuras. E é dessa forma – com otimismo, muita expectativa e vontade de continuar a marcar pela diferença – que prometemos continuar a ser a sua fiel companhia. A si, caríssimo leitor, desejamos por isso um excelente Natal e um próspero ano novo. Em 2017, cá o esperamos! A direção editorial Fernando R. Silva

FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: BÁRBARA POUZADA, HELENA SILVA, JOANA CASTRO, TERESA MATA | DIREÇÃO GRÁFICA: TIAGO RODRIGUES | SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DEP. COMERCIAL: JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, JOSÉ VARELA, LUÍS BRANCO, MANUELA NOGUEIRA, MARIA JOSÉ MOREIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 6ºANDAR, SALA 6.1 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | NÚMERO DE REGISTO NA ERC: 126615 | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE DEZEMBRO ESTATUTO EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.

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BRAGANÇA Em Bragança, os caminhos para o futuro assentam em tradições com origens milenares. Nesta cidade dinâmica, com uma eclética oferta cultural, a arquitetura contemporânea convive com desfiles de caretos (mascarados que evocam rituais de iniciação) e os museus expõem tanto a herança etnográfica da região como as últimas criações de artistas consagrados. Bragança conserva um património ímpar num centro histórico compacto, que facilmente se percorre a pé. As suas pedras gastas são testemunhas de uma História atribulada, que remonta à Idade do Bronze, conta com a presença de romanos, suevos e visigodos, prosseguindo com combates que ajudaram a estabelecer as linhas de fronteira e a importância estratégica do burgo. A gastronomia de Bragança destaca-se pela qualidade dos seus produtos, com sabores e aromas que parecem exalar das paisagens de onde provêm. A confeção simples é orientada por mãos sábias, que conhecem bem a origem dos ingredientes, muitas vezes trazidos diretamente da horta para a cozinha. A suculenta posta de vitela mirandesa - gado que pasta nos lameiros verdejantes -não precisa mais do que uma pitada de sal e brasas no ponto certo para ser servida. Fonte: www.cm-braganca.pt


NA VANGUARDA DA EXCELÊNCIA Sediada em Bragança, e centrada no fabrico de componentes para o setor automóvel, a CATRAPORT, Lda. é já um caso de inusitado crescimento, inovação e êxito. Em entrevista à Portugal em Destaque, José Amaral falou-nos um pouco sobre a empresa e os seus projetos futuros. CATRAPORT

JOSÉ AMARAL

Criada oficialmente em 2015, a CATRAPORT, Lda. funciona como agente ibérico do grupo empresarial italiano P&C Automotive. O nascimento da firma portuguesa corresponde, de facto, ao atender de uma necessidade que o consórcio tinha vindo a sentir junto daquele que é um dos seus principais clientes: a empresa Faurecia. De facto, “já há alguns anos” que a multinacional de origem francesa, ligada ao setor automóvel (e com uma filial em Bragança), “tinha pedido que fosse instalada em Portugal uma fábrica que pudesse atender aos seus novos projetos”, contextualiza José Amaral. O CEO da CATRAPORT e sócio-gerente do grupo P&C Automotive esclarece, todavia, que a empresa portuguesa ultrapassou 6 | PORTUGAL EM DESTAQUE

já aquele que era o seu desígnio inicial. “Hoje já não trabalhamos apenas para a Faurecia, pois contamos com outras valências e potenciais clientes na Península Ibérica”, explica. Significa isto que, pouco mais de um ano desde que a firma se enraizou em Bragança, “abriu-se um mundo bem maior de possibilidades do que tínhamos inicialmente previsto”, existindo “grandes possibilidades de expansão no mercado”, considera o responsável. Os anos de 2015 e 2016 afiguraram-se, deste modo, não apenas como períodos de “construção e formação”, mas também de um interessante crescimento “acima daquilo que era expectável”, reconhece José Amaral. A comprovar esse mesmo aspeto está o facto de uma série de investimentos previstos para 2018 (como a expansão das instalações e a aquisição de novos equipamentos) se encontrarem já na etapa de materialização. Claro está que, para o sucesso de tamanho empreendimento foi decisiva a aprovação dos apoios comunitários obtidos, no âmbito do programa Portugal 2020. A referência num mercado competitivo Assumindo uma forte vocação para o setor automóvel, a CATRAPORT é uma empresa que se especializa no fabrico de componentes metálicos estampados. “Podemos estampar qualquer tipo de peça metálica e soldá-la para diversos tipos de indústria”, sintetiza o CEO. Paralelamente ao setor com o qual tem mais contacto, a empresa tem vindo a fornecer respostas de excelência para produtos como aparelhos de ar condicionado ou para caldeiras industriais, entre outros.


próximo ano – é evidente o papel dinamizador que a CATRAPORT tem vindo a assumir no tecido empresarial, económico e científico de Bragança. Esta é uma realidade que se torna evidente pela forma como a empresa aproveita as potencialidades geradas por instituições como o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), sendo simultaneamente agente impulsionador e dinamizado. O estatuto de vanguarda e pioneirismo que a CATRAPORT assume no seu dia-a-dia verificam-se também através de projetos como o Maintenance 4.0. A iniciativa, concretizada em parceria com organismos como o Instituto Politécnico de Bragança ou o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, tem por base o desenvolvimento de um sistema de “manutenção inteligente”, mediante o qual “as máquinas são ligadas a computadores, que fazem o respetivo estudo e alertam o operador” sobre o seu desempenho. Expandir, a palavra de ordem Ainda em fase embrionária, a CATRAPORT foi um dos projetos que se instalou no Brigantia Ecopark, uma incubadora de empresas inaugurada no ano passado, em Bragança. “Para nós, foi uma mais-valia, uma vez que os nossos escritórios ainda não estão acabados e aqui conseguimos ter todo o apoio necessário”, esclarece José Amaral. “Aqui temos internet, os equipamentos, as salas de reuniões necessárias para receber clientes importantes e uma série de facilidades”, continua o porta-voz. A mudança para as instalações definitivas – localizadas no Parque Empresarial de Mós – coincidirá, entretanto, com o culminar do presente ano. Com efeito, a unidade fabril e os escritórios em que a CATRAPORT passará a operar propagam-se por uma extensão de 2.250 m2, estando prevista uma expansão – ainda durante a primeira metade de 2017 – que culminará num complexo com um perímetro superior a 3.000 m2. Desta forma “conseguiremos produzir mais de 20 milhões de peças por ano”, antecipa o CEO.

Esta é uma pluralidade de respostas que não desvia a empresa portuguesa daquele que é o seu principal foco: “aumentar a penetração no setor automóvel”. Para este efeito, os processos produtivos da firma são já caracterizados por um elevado nível de automação, pois só de tal forma o compromisso com a elevada qualidade poderá atender aos imperativos da competitividade e da eficiência. Sendo este um mercado particularmente árduo e competitivo, estar na linha da frente corresponde a um imperativo que não pode ser subestimado, atendendo à tremenda velocidade com que o setor evolui. “É preciso estar sempre a estabelecer contactos e frequentar as Feiras Internacionais”, atesta José Amaral. A diferenciação consegue-se, por isso, através “de muito investimento, quer nas pessoas, quer nas máquinas”. A esse pormenor acrescenta-se, porém, o inqualificável valor que só o amplo know-how de um grupo como a P&C Automotive possui sobre a área. Formação e inovação Escusado será constatar que, numa área em que o grau de exigência e especificidade são tão elevados, a aposta nos recursos humanos torna-se de sobremaneira decisiva. “Fazemos um grande investimento na formação dos colaboradores”, observa o nosso interlocutor. De facto, “aqui em Bragança encontrei pessoas com muita preparação académica, mas também com vontade e capacidade para aprender mais”, prossegue o responsável. Contando já com uma equipa de 11 colaboradores – estando prevista a admissão de mais nove trabalhadores no decorrer do PORTUGAL EM DESTAQUE | 7


Novas instalações e objetivos As atuais instalações que a CATRAPORT ocupa no Brigantia Ecopark serão, por seu turno, cedidas a uma futura empresa de engenharia, cuja principal atividade coincidirá com o desenvolvimento de projetos e construção de moldes para a indústria automóvel. “O nosso objetivo é criar uma empresa com seis engenheiros recém-licenciados do IPB”, concretiza o nosso entrevistado, aproveitando assim as potencialidades e os recursos humanos que o próprio concelho proporciona, no reflexo daquela que tem sido uma das principais filosofias da firma. Consciente de que “2017 será um ano de expansão e abertura a novos clientes”, José Amaral não esconde a expectativa de desenvolver uma segunda unidade da CATRAPORT em Bragança, na Zona Industrial das Cantarias. Desde modo, as ambições de faturação para o ano de 2019 passarão por um total de 12 milhões de euros. Posto isto, a visão que o nosso interlocutor reserva para o futuro é paralelamente audaz e simples: “gostaria de ver

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a CATRAPORT cheia de trabalho”, assimilando-se assim o estatuto de maior empresa nacional de estampagem. Sempre, claro está, com a inovação e a excelência à mistura. Sobre o grupo P&C Automotive Constituído atualmente por oito empresas (quatro das quais sediadas em Itália e as restantes propagadas por Portugal, Alemanha, Roménia e Bulgária), a P&C Automotive é um consórcio especializado na estampagem e soldadura de componentes em chapa, com uma forte incidência no setor automóvel. As suas origens remontam ao ano de 1979 e, mais concretamente, à firma Catra SPA, da qual José Amaral é sócio-gerente. Instituída este ano, a nova designação do grupo assume o objetivo de reforçar os elos de ligação e unidade entre as oito empresas que integram esta rede.



IDEAL PARA PASSAR UM PAR DE DIAS Seja na época mais mágica do ano, em que a iluminação e a música convidam a passeios pelas ruas deste lindo e único centro histórico. MUNICÍPIO DE BRAGANÇA

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Enfrente o saudável frio do Nordeste Transmontano e aconchegue-se num dos fogareiros instalados na Praça da Sé e na Praça Camões, onde pode conhecer Bragança, Terra Natal e de Sonhos de perto. Se vem com pequenos ou, apenas, com graúdos, aproveite para patinar na pista de gelo e para saborear um chocolate quente no Mercadinho de Natal, onde encontra doçaria de Natal. Mas não se pense que Bragança é magia apenas na época de Natal. Terminado o ano e as Festas dos Rapazes, em que os Caretos animam as ruas de várias aldeias, inicia-se um período dedicado a uma verdadeira iguaria gastronómica: o Butelo e Casulas. De 24 a 26 de fevereiro, Bragança é procurada por milhares de turistas que aproveitam o Festival do Butelo e das Casulas para saborearem um prato típico do Nordeste Transmontano que, por tradição, se come na altura do Carnaval. E porque estamos no Entrudo, os Caretos preparam-se para “desassossegar” as raparigas que encontram nas ruas, durante o Carnaval dos Caretos, em que centenas de mascarados, de Portugal e Espanha, tomam “de assalto” a zona histórica de Bragança. Terra de tradições e de história, Bragança é, também, um território de cultura e de modernidade. E para conhecer um pouco mais desta Bragança atual, visite as exposições patentes no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, projetado pelo galardoado arquiteto Souto de Moura, os trajes e máscaras do Museu Ibérico da Máscara e do Traje, as obras a preto e branco no Centro de Fotografia Georges Dussaud, o legado transmontano no Museu Abade de Baçal ou saiba mais sobre sustentabilidade e ciência no Centro Ciência Viva e Casa da Seda. Aproveite, ainda, para relaxar no fantástico do Teatro Municipal de Bragança e desfrute de um belíssimo espetáculo que este equipamento único oferece. Bragança é tradição, modernidade, cultura, história e muito, muito mais. Visite Bragança e terá motivos mais do que suficientes para voltar.



UMA EXPERIÊNCIA SEM IGUAL À conversa com Marcel Silveira ficámos a conhecer as maravilhas do Hotel Turismo São Lázaro e o potencial turístico que Bragança apresenta. Um hotel de encantos para uma cidade de encantos.

HOTEL TURISMO S. LÁZARO deste projeto turístico. “Ao longo destes anos, o hotel nunca passou por uma grande fase de remodelação, mas apenas por pequenas obras de manutenção”, contextualiza o administrador, antes de acrescentar que este projeto de intervenção – que está a decorrer há três meses – conta já com o apoio do projeto Compete 2020. Um novo hotel Em causa está uma série de trabalhos que culminará numa “reformulação total dos quartos” e, inclusivamente, “num hotel completamente renovado”, em que se constatarão evoluções não apenas na estrutura do edifício, mas também em questões de segurança, isolamento ou decoração. Sendo este um setor particularmente exigente, no qual a novidade se afirma ao virar de cada dia, a necessidade de se proporcionar uma resposta capaz de atrair novos públicos e atender a cada desafio assume-se como uma obrigação a que o Hotel São Lázaro faz questão de atender. Paralelamente a estas melhorias, as obras de reformulação traduzir-se-ão também no desenvolvimento de novas valências para os hóspedes. Assim sendo, para além da atual sala de ginástica e dos espaços para a prática de futsal, ténis e pingue-pongue, o renovado Hotel São Lázaro incluirá um spa, piscina exterior, ginásio e golfe, multiplicando-se desta forma uma já impressioMARCEL SILVEIRA

Inaugurado em 2002, pela mão de Armindo Correia e Maria Alcina Ramos, o Hotel Turismo São Lázaro é hoje uma incontornável referência nacional do setor. Com um total de 272 quartos divididos por diversas tipologias, esta corresponde à unidade hoteleira com maior capacidade de lotação não apenas na região de Trás-os-Montes, mas também na zona norte do país. Mais, todavia, do que um espaço reservado para o desfrutar de umas relaxantes e memoráveis férias, a casa afirma-se como uma verdadeira promotora do concelho de Bragança, não se poupando a esforços para a divulgação de uma cultura, gastronomia e beleza sem igual. Numa altura, porém, em que a cidade brigantina é cada vez mais procurada não apenas para fins turísticos, mas também pelo surgimento de iniciativas científicas e académicas que entidades como o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) têm organizado nos últimos anos, a unidade hoteleira sempre dispôs de salas vocacionadas para a realização de reuniões, ações de formação ou congressos, com capacidades a oscilar entre as 60 e as 600 pessoas. Hoje, volvidos 14 anos desde a abertura do Hotel São Lázaro, a direção técnica está a cargo de Marcel Silveira, que cedo se apercebeu da necessidade de fazer evoluir a imagem e a identidade

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nante oferta turística. Todos estes correspondem a esforços que têm o objetivo de marcar a diferença. Mas, em consonância com todas estas evoluções, existe outro aspeto que Marcel Silveira faz questão de não negligenciar: a formação. O atualizar constante de conhecimentos e novos mercados assume-se, de facto, como outra das linhas-mestras do atual modelo de gestão, não sendo por acaso que o diretor-geral – que acumula um know-how de 20 anos ligados ao setor – faça questão de se colocar a si e aos 29 funcionários do Hotel São Lázaro em contínuos programas de formação profissional.


Gastronomia Encontrando-se o Hotel São Lázaro perfeitamente sincronizado com a identidade cultural de Bragança, não será de admirar que o restaurante do empreendimento turístico faça questão de proporcionar aos seus turistas o melhor da cozinha tradicional transmontada. Posto isto, entre outros pontos obrigatórios da ementa, encontraremos sempre os incomparáveis sabores do fumeiro, do porco bísaro, do javali ou da vitela. A par, no entanto, de iguarias tradicionais como a castanha ou os cogumelos, o Hotel São Lázaro faz questão de apresentar as outras grandes referências da comida portuguesa, nomeadamente os pratos de bacalhau. Já a pensar num público internacional, o restaurante faz questão de apostar também numa certa inovação gastronómica, onde a comida típica da região é misturada com outros conceitos. Tal é o caso do hambúrguer de borrego e de outras ofertas que terão de ser experienciadas para crer.

Bragança: uma cidade turística “A região tem sido muito procurada, pois os acessos melhoraram”, começa por esclarecer Marcel Silveira quando questionado sobre o estado turístico em que Bragança atualmente se encontra. A título de exemplo, constatam-se progressos como a inauguração do túnel do Marão ou o regresso das ligações aéreas, fenómeno que tem vindo a atrair, inclusivamente, visitantes de nacionalidade inglesa que, tradicionalmente, não se aventuravam pela região. Neste âmbito, o diretor-geral constata também que, recentemente, o público espanhol – economicamente mais próspero – “começou a invadir a cidade”. Estes são sinais inegavelmente positivos que, em conjunto com a dinamização proporcionada por instituições como o já mencionado IPB, ajudam a dinamizar o valioso potencial turístico da cidade transmontana. A título de exemplo, o administrador refere o caso de pessoas que “visitam a cidade por causa desses eventos e gostam” do que vêem. “O turismo em Bragança é diferente daquilo a que a maior parte das pessoas está habituada”, considera Marcel Silveira. “Normalmente, quando os turistas viajam costumam pensar em praia, mas o contacto com a natureza e a gastronomia tradicional são uma oferta completamente diferente”, prossegue o nosso interlocutor. De facto, Bragança é cada vez mais vista como um destino para todos os que procuram “qualidade de vida” e uma experiência tranquila, por oposição a outras tendências mais massificadas do turismo.

Ano novo, projetos novos “Neste momento estamos a investir na internacionalização da empresa”, afirma Marcel Silveira, com a finalidade de atrair novos públicos – nomeadamente da Alemanha, Espanha, Holanda ou Reino Unido – à cidade brigantina. Já numa segunda fase, o diretor-geral aponta o desenvolvimento de novas infraestruturas em redor da unidade hoteleira, a fim de proporcionar “uma resposta cada vez melhor a públicos mais exigentes”. Tudo isto, na tentativa de “colocar a taxa de ocupação o mais perto possível dos 100 por cento” e de elevar o Hotel São Lázaro a uma classificação de quatro estrelas. Por fim, e a pensar no Réveillon, Marcel Silveira deixa um convite a todos os leitores, a pensar nas três noites associadas a esta data: “Haverá animações musicais – este ano o tema será o fado –, um jantar vinícola para as pessoas apreciarem a comida e os melhores vinhos da região, bar aberto e muita animação”, promete o nosso interlocutor, que se despede com um apelo simples e direto: “venham e usufruam de Bragança”.

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SABOR A BRAGANÇA Apostando na incomparável qualidade da cozinha regional, ‘Poças’ é uma inegável referência da restauração transmontana. Para os mais aventureiros, há também pratos que misturam o melhor do tradicional com o inovador.

RESTAURANTE O POÇAS

ARNALDO, DINA E BEATRIZ MESQUITA Construído em 1955 pela família que ainda hoje perdura no seu nome, o Restaurante ‘Poças’ é um dos grandes pontos de paragem obrigatórios, aquando de uma visita à cidade brigantina. Preservando os traços arquitetónicos típicos da época que a viu nascer, o ar que se respira entre as três salas que compõem esta casa com lotação para 80 pessoas é tradicional, intimista e familiar. Volvidos 61 anos desde o dia em que abriu as portas, ‘Poças’ é hoje um restaurante gerido pela família de Arnaldo Mesquita, que assumiu as rédeas do estabelecimento em 1983. Consciente de que o “cliente é cada vez mais exigente”, a filha do proprietário, Dina Mesquita, não subestima a necessidade de uma casa tão tradicional como esta ter de apostar também na “inovação” das suas receitas. Este corresponde, efetivamente, a um dos seus trunfos.

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Inovação tradicional “Sempre fomos um restaurante tradicional, mas temos tentado adaptar a nossa ementa cada vez mais aos produtos regionais”, explica a porta-voz, que não esconde uma inegável paixão pela arte que decidiu abraçar. Significa isto que quem visitar ‘Poças’ se poderá e deverá deliciar com as maravilhas de produtos tão diferentes quanto o porco bísaro, o javali, o veado, a perdiz, ou a famosa posta de vitela mirandesa. A estes argumentos somam-se, todavia, iguarias como os enchidos, o cogumelo ou a castanha. Por detrás da qualidade que só os produtos tradicionais da terra conseguem apresentar, o fator inovação reflete-se pelo modo “como os pratos são apresentados e pela aposta em texturas diferentes”, esclarece Dina Mesquita. Exemplos desse mesmo arrojo são o puré de castanha ou a cebola cozida em vinho tinto. “As pessoas de Bragança começam a procurar-nos precisamente por termos pratos diferentes”, atesta a nossa entrevistada, ressalvando que as ementas tradicionais continuam à disposição dos que procuram apenas a gastronomia clássica. Aposta no turismo Situado em pleno centro de Bragança, ‘Poças’ é um restaurante “que trabalha acima de tudo com o turismo”, estando por isso “muito voltado para o público estrangeiro”, considera Dina Mesquita. De facto, o consumidor francês e (principalmente) o espanhol são já frequentadores habituais da casa. “Neste momento eles procuram muito a nossa cozinha tradicional e nunca se vendeu tanta caça como hoje em dia”, verifica a nossa interlocutora, antes de sublinhar que “eles já conhecem a nossa qualidade”, tendo o feedback sido “muito gratificante”. Sendo esta uma casa que cresceu com base na excelência e riqueza de uma gastronomia muito tradicional, ‘Poças’ é também um projeto que não cessa de olhar para o futuro, em busca de novas respostas que lhe permitam continuar a marcar a diferença. Efetivamente prevista para o futuro está em projeto uma unidade hoteleira anexa ao restaurante, que permita reforçar o conceito de turismo gastronómico que Dina Mesquita pretende proporcionar a todos os que se encontrem de visita às maravilhas da cidade. A mensagem final da nossa interlocutora é simples mas eficaz: “visitem o nosso espaço, conheçam a nossa gastronomia e desfrutem”.



“NÓS SOMOS LUSITANOS” A Portugal em Destaque esteve no concelho de Bragança, o maior exportador de castanha do país. A propósito da época, visitamos a Castanha Lusitana Lda, uma empresa que, apesar de recente, tem singrado a olhos vistos e além-fronteiras.

CASTANHA LUSITANA

ANTÓNIO REIS E ORLANDO REGODEIRO Com apenas um ano de atividade, a Castanha Lusitana já exporta 90 por cento do seu produto. Orlando Regodeiro e António Reis, ambos proprietários e sócios deste negócio revelaram à nossa revista como tudo surgiu e como deram vida a este projeto. A Castanha Lusitana Lda consiste na comercialização e transformação da castanha e de outros frutos secos. Esta castanha, mais conhecida por castanea sativa, tem maior abundância no interior norte e centro de Portugal, tendo sido considerada, por Miguel Torga, como “o fruto dos frutos”. Atualmente é destacada na produção agrícola. “A castanha é dos poucos produtos da região ainda ligados à agricultura”, comenta Orlando Regodeiro, “e ainda existe aqui em Trás-os-Montes, não só pela excelência que apresenta, como também pela sua grande procura no estrangeiro, onde a castanha é utilizada para diversos fins”. A sua localização, em Bragança, é estratégica, não só por estar no centro da maior produção de castanha, mas também por conseguirem maior acesso à Europa, pelo que pretendem expandir a lusitana para todo o mundo, permitindo a todos a oportunidade de saborearem a castanha nacional.

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Transformação e comercialização Os produtos são comprados diretamente aos produtores, pelo que assim conseguem acompanhar o trabalho que é feito e estabelecer uma relação de confiança. A escolha desses produtos é feita minuciosamente para serem transformados e, posteriormente, comercializados. Os produtos que comercializam, a castanha e outros frutos secos, são todos de origem lusitana. O principal neste negócio tem sido a exportação, cerca de 90 por cento do produto, para variados países como Espanha, Inglaterra, França, Angola, Brasil, Austrália e Itália, o seu mercado principal. “Começámos ainda agora, mas produzimos e exportamos muito e por dia saem 100 toneladas de castanhas daqui”, esclarece um dos proprietários. Sendo a castanha um dos nossos principais rendimentos, “a menina dos nossos olhos”, afirma Orlando, passa por um processo de calibração e esterilização, oferecendo aos clientes uma castanha de excelência. Compromisso e princípios Esta empresa preza pela sua simplicidade, mas sobretudo pela eficácia e excelência nos serviços que presta. Compromete-se a estabelecer uma boa relação com os agricultores e a produtos com elevada excelência. Questionados sobre a sua ambição, confessam que gostariam de ser considerados parceiros estratégicos, pois centram-se no desenvolvimento de soluções, que se ajustam às necessidades dos produtores, cujo rendimento e sucesso fazem a empresa depender deles. Objetivos e fins da castanha A castanha, mais no estrangeiro do que em solo nacional, é utilizada para diversos fins, como o consumo fresco ou congelado, para fins culinários, nomeadamente para farinha, compotas, licores e doçarias, mas também na saúde estética, em produtos cosméticos. Os nossos interlocutores afirmam que gostariam de apostar em outras vertentes, nomeadamente em produtos regionais, e expandir a sua gama internacionalmente. Na opinião de ambos os proprietários, a venda da castanha é um setor com muito futuro em Portugal. O nome “lusitana” surgiu por ser um nome com muita história, com personalidade e identidade. “Porque, além de um nome bonito, nós somos lusitanos”.


A MESMA QUALIDADE EM NOVAS GARRAFAS Das vinhas de Parada, aldeia de Bragança, nasce o único vinho da zona – Alto Do JOA – o vinho transmontano que combina o melhor da tradição e do que a terra dá com o vigor da inovação. Um projeto, levado a cabo por Jorge Afonso, que agora vê a imagem do seu produto renovada.

VINHO DO JOA

JORGE AFONSO Jorge Afonso, apaixonado pela aldeia onde cresceu, desde cedo que mostrou interesse em trabalhar no vinho e preservar as vinhas velhas. Apesar de trabalhar atualmente em sistemas de informação, em Lisboa, não esqueceu a sua paixão e, depois de iniciar o mestrado em Viticultura e Enologia, criou o vinho Alto Do JOA. O mais recente projeto é a criação da Adega onde se processa toda a transformação da uva até ao vinho que, para além de uma unidade industrial, contém uma vertente social. Feito a partir de um terroir único, entre 700 e 800 metros de altitude, as uvas do vinho Alto Do JOA atingem a sua excelência graças às qualidades do clima, do solo e do recurso às técnicas e truques utilizados pelos seus antepassados. Extraído de vinhas centenárias, que rondam os 150 anos de existência, este vinho é constituído por mais de vinte castas identificadas, tornando-se singular pelas qualidades de que beneficia e pelo processo de transformação a que está sujeito. “O que está na vinha é trazido para dentro do lagar e o esmagamento é feito a pé. Nada é adicionado ao nível de leveduras para a fermentação. Depois de fermentado, o vinho vai para os depósitos e passa

para estágio”. O processo de micro-oxigenação é feito de forma a tornar o vinho mais redondo e macio. Assim, tanto para o vinho tinto como para o vinho branco, de acordo com Jorge Afonso, a premissa assenta no “máximo de monitorização e mínimo de intervenção”. Atualmente a finalizar a pós-graduação em Wine Business, Jorge Afonso, refere que, ao provar este vinho “o desejo é que qualquer pessoa consiga sentir aquilo que estava presente na vinha”. Não sendo um vinho fácil nem comercial foi de importância vital renovar o rótulo e a própria garrafa. Assim, com esta nova imagem pretende-se dar o toque de sofisticação e o requinte que o vinho assim exige. A colheita de 2013 é caracterizada como tendo uma cor aberta, um aroma complexo que faz lembrar as plantas da região, tais como a giesta e a urze. É tido como um vinho fresco (devendo ser bebido entre o 14 e os 16 graus) onde a acidez se faz presente. A sua textura é macia e é considerado um vinho muito bom para acompanhar queijos, enchidos e refeições um tanto ou quanto condimentadas. Para ser adquirido é possível deslocar-se a algumas referências no mercado lisboeta, sendo o preço por garrafa aproximadamente de 19 euros. Em 2017 o vinho Alto Do JOA estará presente em mais lojas, nomeadamente na cidade do Porto e em restaurantes típicos de Bragança, podendo assim, facilmente provar este vinho elegante e único. De futuro seguem-se novos projetos, nomeadamente o vinho licoroso e workshops sobre vinho em geral, pois, para Jorge Afonso, a história do vinho em Portugal tem um grande peso na história nacional e deve, por isso, ser ensinada e partilhada. Outro produto a ser trabalhado será o azeite e a atividade de enoturismo, que já deu os seus primeiros passos com visitas à adega. “No entanto, mais para a frente terá também alojamento local, para que as pessoas possam participar em várias atividades, como por exemplo na vindima ou na poda da vinha”. Para visitar a aldeia de Parada e provar o vinho Alto Do JOA basta preencher o formulário presente no site e desfrutar da riqueza que esta terra oferece. WHY NOT WINE

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UMA TERRA PARA CONHECER, VIVER E DEGUSTAR Enquanto parte integrante do concelho de Bragança, a União de Freguesias de Izeda, Calvelhe e Paradinha Nova guarda tesouros especiais, que vão da antiguidade do património até ao paladar único do seu azeite e folar. UNIÃO DE FREGUESIAS DE IZEDA, CALVELHE E PARADINHA NOVA

promoção de atividades como a ginástica, a pensar na população mais envelhecida. “Tendo em conta que as ex-freguesias estão equipadas com os serviços básicos, o grande trabalho que temos de fazer é sobretudo na área social”, considera o presidente. Posto isto, é com reforçada importância que são realizados serviços como a deslocação de farmacêuticos aos territórios mais afastados desta União de Freguesias, com o intuito de “fazer rastreios mensais à população idosa e evitar descuidos”. Um vasto património Um passeio por estas ex-freguesias sem uma visita às respetivas igrejas matrizes ficaria incompleto, ou não encontrássemos na beleza arquitetónica e no movimento social à volta destas construções alguns dos traços que, efetivamente, as caracterizam. Mas, paralelamente a marcos como a Capela de Santa Eulália (em Izeda), existe um ponto turístico obrigatório a todos os fãs de história ou arqueologia: a Fraga Escrevida. Situado em Paradinha Nova, este afloramento de xisto-grauvaque apresenta gravuras rupestres que, segundo várias análises, serão contemporâneas das famosas ilustrações presentes em Foz Côa. Calvelhe orgulha-se dos seus castelos, que muitas histórias têm para contar.

LUÍS FILIPE FERNANDES Constituída por três territórios de diferentes características, a União de Freguesias de Izeda, Calvelhe e Paradinha Nova é uma divisão administrativa ainda recente, que resultou “de um processo muito complicado”, introduz o presidente, Luís Filipe Fernandes. Felizmente, com o decorrer do tempo, e graças às iniciativas do atual executivo, “os ânimos foram-se amenizando”, existindo hoje uma relação de bom equilíbrio, não apenas no contacto entre as diferentes populações, como também no que à disponibilização de serviços diz respeito. De facto, e correspondendo a vila de Izeda ao território de maior dimensão e infraestruturas, foi política da equipa chefiada por Luís Filipe Fernandes “tentar compensar a perda das Juntas de Freguesia em Calvelhe e Paradinha Nova através de outras iniciativas”, explica o porta-voz. Nesse âmbito, e de modo a combater situações de isolamento social, existem serviços de transporte, bem como a

Izeda: terra de azeite e folar Paralelamente à caça ou à produção de castanha (mais evidente em Calvelhe e Paradinha Nova), esta União de Freguesias é cada vez mais notória pelo azeite de características únicas que aqui se produz. Contando com cerca de 400 associados, o Lagar Cooperativo de Olivicultores da Região de Izeda é já “uma marca” da região, que potencia de sobremaneira a economia local. É, afinal, neste lagar de características modernas que se labora a azeitona santulhana, através da qual é produzido um “azeite típico e de características muito próprias”, como evidencia o seu paladar, alvo de grande reconhecimento. Mas também conhecida pelas melhores razões é a Feira do Folar. Dinamizado pela Associação de Desenvolvimento da Região de Izeda, este é um evento realizado em época de Páscoa que atrai pessoas de outras regiões por um motivo único e simples: a qualidade, o sabor e o prestígio do folar aqui produzido, “um produto típico que é também um ex-líbris”, garante Luís Filipe Fernandes. Está, por isso, feito o convite para que todos venham conhecer e provar as melhores iguarias da região!

Av. Nossa Senhora da Assunção 5300 – 615 – Izeda Telefone: 273959123 / 969361380 Fax: 273959402 Email: uniao-icp@sapo.pt 18 | PORTUGAL EM DESTAQUE


A UNIÃO QUE FAZ A TRADIÇÃO À conversa com Altino Pires, presidente da União das Freguesias de São Julião de Palácios e Deilão, ficámos a conhecer as duas grandes prioridades do atual executivo: promover a cultura e o espírito de ligação e camaradagem entre a população.

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE SÃO JULIÃO DE PALÁCIOS E DEILÃO

ALTINO PIRES Implementada em 2013, a União das Freguesias de São Julião de Palácios e Deilão corresponde à agregação de dois territórios outrora autónomos, mas que compõem entre si a totalidade da região da Alta Lombada. Inserida no concelho de Bragança, esta corresponde a uma agregação composta por seis aldeias, onde atividades como a agricultura ou a construção civil se afirmam como os maiores valores da economia local. Atendendo à natureza rural que caracteriza São Julião de Palácios e Deilão, não admira que seja na beleza das paisagens – ou em argumentos como a qualidade de vida – que se encontrem alguns dos principais argumentos, no que ao património diz respeito. Ainda assim, o líder do executivo, Altino Pires, sublinha “as belíssimas igrejas” propagadas pelas diversas aldeias e os museus rurais que exemplificam a atividade do mundo rural vivido outrora, bem como os 13 moinhos de água ainda em funcionamento, a tradição do artesanato ou o peso que atividades como a caça também assumem. A pensar, efetivamente, em todos os que apreciam a natureza,

foram recentemente inaugurados três percursos pedestres e um de BTT, que contaram com o patrocínio do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Outro interessante projeto são as iniciativas de turismo rural que prometem, a quem por aqui passar, uma agradável e tranquila estadia com o melhor da gastronomia tradicional. Uma obra de união “Inicialmente, esta união entre freguesias não foi pacífica”, admite Altino Pires. Mas os esforços de aproximação que o presidente assumiu, na tentativa de criar um verdadeiro elo de ligação entre ambos os territórios, deu bons frutos. Prova disso foi a iniciativa de convívio que teve lugar no passado mês de novembro, que contou “com a intervenção das seis aldeias”, permitindo que os habitantes se conhecessem e atentassem àquilo que realmente partilham entre si. “Fizemos a apresentação do nosso brasão comum, que representa a identidade das antigas freguesias”, sublinha o porta-voz. Hoje, após tanto esforço, “sinto que a freguesia está mais unida”, reconhece Altino Pires. Para esse efeito, foi também importante a Feira Rural da Terra e das Gentes da Alta Lombada. Afinal, através de stands de venda – onde produtos regionais como o pão, o mel ou os licores estiveram em destaque – promoveram-se e degustaram-se novas potencialidades. Preservar a cultura Outro grande projeto do presidente da União de Freguesias foi a aposta nas tradições locais, materializada através da inauguração de uma escola de música, onde a gaita-de-foles e outros instrumentos típicos são ensinados às diferentes gerações, em nome de um legado imaterial que se quer preservar. “Temos aproximadamente 30 alunos”, explica o nosso entrevistado, numa amplitude de idades que “vai dos oito aos 65 anos”. Por falar em cultura, importa salientar que entre os dias 22 e 29 de dezembro as diferentes aldeias celebram a tradicional Festa dos Rapazes, onde é esperada “muita animação” em redor de rituais tão antigos como “a procura do meirinho”. Para os curiosos, fica uma interessante sugestão de festa em período natalício. E porque de Natal também vivem São Julião de Palácios e Deilão, é com otimismo e votos de muita saúde que Altino Pires saúda todos os leitores.

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ALGARVE O turismo é a principal atividade económica da região algarvia, que assenta nos lucros da sua oferta um crescimento económico notável. Graças ao tempo apelativo e à melhoria das condições de vida das populações a que se assistiam nas últimas décadas, o Algarve é a única zona do país, a par das grandes áreas urbanas de Lisboa e do Porto, a registar um crescimento da população. O Aeroporto Internacional de Faro, localizado na capital da região e inaugurado em 1965, constituiu o grande impulso para a afirmação do Algarve como estância balnear a nível internacional. O Algarve dispõe de praias e paisagens naturais que, aliadas ao clima temperado mediterrânico, torna-a a mais turística das províncias de Portugal. A gastronomia algarvia remonta aos tempos históricos da presença romana e árabe, constituindo a par do clima da região um dos principais pontos de interesse turístico. Os ingredientes utilizados refletem os sabores frescos do mar e os aromas agradáveis e fortes do campo. Desde o famoso arroz de Lingueirão farense, da bela sardinha assada portimonense até aos doces Dom Rodrigos de Lagos, encontram-se maravilhas para todos os gostos. A vila de Monchique destaca-se neste capítulo pois é conhecida pela suinicultura, prova disso são os conhecidos enchidos feitos com carne de porco. É também vastamente conhecida a aquardente de medronho produzida nesta região, com marca própria, que atrai gente de toda a parte para a saborear. São também procurados os licores feitos com produtos da região.

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“SOMOS UMA MULTINACIONAL QUE TEM A VISÃO DO LOCAL” O Algarve está bem servido pelo Intermarché, um supermercado onde pode encontrar todos os serviços básicos. Philippe Bourroux dirige sete lojas nesta região a sul de Portugal e narrou-nos a sua viagem, que se iniciou em França. INTERMARCHÉ LAGOA

PHILIPPE BOURROUX

A chegada a Portugal Philippe Bourroux chegou a Portugal de carro. De naturalidade francesa (o nome não engana), pouco mais trazia consigo, para além dos sete anos como engenheiro informático no grupo ‘Os Mosqueteiros’, na sua terra natal. Sem falar português e sem experiência em comércio, tomou a decisão de mudar-se para Portugal em 1990 e pôs o seu plano em marcha em maio do ano seguinte No início de 1993 abriu a sua primeira loja. O seu objetivo era “adquirir uma empresa independente dentro do grupo”, projeto esse em vias de se concretizar em França. Na sua fase final, foi-lhe pedido que viajasse até terras lusas, para averiguar se haveria hipóteses de implementar esse mesmo sistema informático, que estava a ser desenvolvido por si, em Portugal. Em caso afirmativo, o que se seguiria seria a implementação do 22 | PORTUGAL EM DESTAQUE

grupo aqui. “Eu descobri Portugal assim”, revela o sócio-gerente. O que viu agradou-lhe: “gostei particularmente do país e das pessoas, é um país extraordinário para viver, os portugueses são muito acolhedores, o clima é excecional, se voltasse atrás no tempo fazia exatamente a mesma coisa”. Na altura, considerou interessante “participar no arranque do grupo” num país que não o tinha, ao invés de “criar uma empresa numa estrutura já existente em França”. O seu percurso faz sobressair a sua vontade em enfrentar os desafios e dificuldades, não escolhe o caminho mais fácil: “em França o grupo estava bem implementado, enquanto aqui seria necessário criar tudo do zero”. Naturalmente, Philippe Bourroux não tinha nenhuma inclinação em especial por qualquer região de Portugal, uma vez que pouco conhecia do país. Decidiu que o seu “primeiro Intermarché seria no Norte, na cidade de Felgueiras”, porque diziam-lhe que no Norte a economia era mais forte, havia mais população e um projeto disponível, à espera de quem lhe quisesse tomar as rédeas. Volvidos cinco anos, as contas deste Intermarché começaram-se a equilibrar e o empresário voltou a sentir que precisava de enfrentar um novo desafio. A mudança para o Algarve A loja em Carvoeira, Lagoa, era um projeto disponível mas pouco desejado, acreditava-se que estava mal posicionado. “Pensei que não conhecia o Algarve”, expõe, “tenho de conhecer a região, da qual me falavam muito bem. Propus então aos meus colegas ser eu a ficar a cargo do projeto. Gostei muito desta zona, de tal forma que decidi mudar-me assim que cheguei. De certa forma, fugi de Felgueiras”,


confessa Philippe Bourroux. Desde então que tem tido sucesso, demonstrado nas sete lojas que já abriu, todas nesta região sul. A mais recentes há apenas três semanas: Carvoeira (onde nos foi concedida a entrevista), Lagoa Centro, Alporchinhos, Armação de Pera, Monchique, São Bartolomeu de Messines e, a mais recente, à saída de Messines, com parque de estacionamento e bombas de gasolina.

Relativamente aos Intermarché a sul da EN125, mais perto da costa, registam grande influência de estrangeiros, “particularmente de ingleses”, o que, naturalmente, resulta numa “gama de produtos vendidos diferentes”. De referir outra particularidade: a loja de Alporchinhos também é muito ” turística”, porém é um turismo muito mais português. Desta forma, estamos perante um “outro tipo de loja”. “Uma receita que funciona numa loja poderá não funcionar noutra”, explica Philippe Bourroux, “temos que adaptar o conceito e a loja ao tipo de clientes que vai receber”. Devido à naturalidade do nosso entrevistado, podemos fazer uma comparação entre o público comprador português e o francês: “É lógico, os hábitos de cada país são diferentes”. O empresário assegura, no entanto, que “fazer comércio, seja em França ou em Portugal, é igual”. O Intermarché oferece todos os produtos que são de esperar encontrar num supermercado e muito mais do que isso. “Muito rapidamente compreendemos que o modo de vida do português era diferente. Por exemplo, a cafetaria é uma coisa primordial aqui, é norma para todos os portugueses encontrar um posto de venda de café. Percebi, muito rapidamente, que uma cafetaria era obrigatória no Intermarché, as pessoas gostam de fazer compras e ir tomar um café, é um ponto de encontro e isso dá muita vida à loja”. Alguns dos Intermarché completam os seus serviços através de uma “galeria de lojas”, de forma a oferecer “todos os serviços que o cliente pode precisar para fazer

as suas compras, são serviços complementares. Temos florista, lavandaria, chaveiro, sapateiro, a loja dos telefones, a parafarmácia (que somos nós que desenvolvemos), cabeleireiro, e tabacaria. O cliente deve poder encontrar todos os serviços básicos aqui, foi esse o meu ponto de vista”, fez denotar Philippe Bourroux. Proximidade ao local “Isso também é uma marca importante”, responde o nosso entrevistado quando questionado acerca da sua relação com a população local. Uma das regras do grupo ‘Os Mosqueteiros’ é que os dirigentes de cada estabelecimento devem morar na região da mesma, o que se confirma no caso de Philippe Bourroux. “Tenho proximidade com todos os habitantes do concelho, eles são os meus clientes, parece-me normal darlhes um retorno, por exemplo, patrocinando as festas e as escolas. Somos um Grupo de empresas independentes que tem a visão do local-social e não só do financeiro. A nossa forma de funcionar, a nossa estrutura, é diferente”. Futuro Nestes 25 anos em Portugal, o sócio-gerente revela que experienciou um “desenvolvimento pessoal e profissional muito importante”. Dentro do grupo ‘Os Mosqueteiros’ “não é comum uma só pessoa ter tantas lojas”, como é o caso do empresário. Philippe Bourroux revela o gosto pela adrenalina de lançar uma nova loja e constatar que o projeto corre bem. “É o desafio”, afirma e, por essa razão, não tenciona parar.

O impacto do turismo Não há nenhuma loja exatamente igual. O sócio-gerente tem por hábito afirmar que “a parte comercial abaixo da Estrada Nacional 125 é diferente da parte de cima”. O que marca a diferença nesta região é, notoriamente, a presença mais ou menos forte de turistas. Monchique e São Bartolomeu de Messines, acima da EN125, “são lojas com um pequeno impacto de turismo e, por essa razão, muito parecidas aos estabelecimentos do centro-norte do país”. Philippe Bourroux chama-as de “Intermarché clássicas”, onde as “vendas de produtos portugueses” são mais fortes. PORTUGAL EM DESTAQUE | 23


DISTRIBUIÇÃO SEM FALHAS Desde 1989 que a Pacheco & Pacheco, empresa distribuidora de frutas e legumes do Algarve, está em atividade e, desde então, que tem construído uma reputação que prima pela comercialização de produtos de qualidade a preços competitivos, com entregas atempadas e asseguradas a 100 por cento.

PACHECO & PACHECO

JOSÉ HENRIQUES E ARMANDO PACHECO

No mercado há quase 30 anos, a empresa liderada por Amândio Pacheco e José Henriques opera na distribuição de frutas e legumes para todo o país, com especial incidência nos hotéis, restaurantes e supermercados da região algarvia. A Pacheco & Pacheco aposta nos produtos cultivados no sul do país, “principalmente o tomate e a laranja”, revelam os interlocutores, acrescentando que “apostam nos produtos de qualidade existentes na região”. A distribuidora também abastece com frequência em Lisboa e no 24 | PORTUGAL EM DESTAQUE

mercado de Sevilha, onde a Pacheco & Pacheco se desloca semanalmente, sobretudo devido à grande variedade de produtos disponíveis. Para além dos setores já enumerados, a empresa opera de Sagres a Tavira efetuando entregas em escolas, mini e supermercados. A Pacheco & Pacheco está recetiva a novos clientes, porém, no entender dos responsáveis da empresa, neste momento, “as grandes superfícies constituem uma concorrência de peso”, referem, nomeando, como exemplo “o mercado de Por-


EQUIPA timão, no qual se faziam bastantes transações e onde circulavam mil pessoas ou mais, a comprar ou a vender. Agora, tem 100 pessoas ou nem tanto. Os mercados praticamente acabaram”, desabafam. Contudo, a Pacheco & Pacheco soube ao longo dos tempos adaptar-se às novas realidades do mercado “com a especialização na distribuição pelos hotéis da zona. Estamos bem vinculados, aos chefes de cozinha, eles apreciam o nosso trabalho”. Questionados sobre o que os distingue da concorrência, os empresários afirmam que “as encomendas que lhes são solicitadas chegam ao destino no dia seguinte, sem falhas de produtos nem atrasos”, primando por um serviço eficiente, de qualidade, com uma grande capacidade resposta, “temos clientes que optam pelos nossos serviços, mesmo tendo a possibilidade de pagar menos se escolhessem outra empresa”, referem Amândio Pacheco e José Henriques. Ao longo dos quase 30 anos de atividade, a qualidade tem ditado o sucesso da Pacheco & Pacheco que este ano foi distinguida com o estatuto PME Líder, um reconhecimento que agrada aos interlocutores, mas que segundo eles, “em nada altera o padrão já de si elevado dos serviços e missão da empresa, que consiste, apenas e só, em trabalhar o mais possível”. A Pacheco & Pacheco é responsável por oito postos de trabalho, reforçando a equipa na altura do verão. Amândio Pacheco e José Henriques revelam que “um dos problemas do Algarve é a baixa oferta de mão de obra qualificada. É difícil encontrar a pessoa certa para este tipo de trabalho. A preparação das encomendas, as entregas exigem um atendimento de excelência e grande disponibilidade por parte dos colaboradores. O trabalho começa de madrugada e só termina quando o serviço termina”. Em jeito de conclusão, os nossos entrevistados revelam que “o balanço destes quase 30 anos tem sido positivo, fruto de muito trabalho e é desta forma que pretendem continuar”.

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A HABITAÇÃO PERFEITA PARA SI A Domínio Original é uma empresa de mediação imobiliária cujo ADN consiste em “conhecer os clientes e ajudá-los a encontrar o que procuram”. Afinal, “uma casa compra-se uma vez”.

DOMÍNIO ORIGINAL

FÁTIMA GUERREIRO Quando entramos na Domínio Original, Fátima Guerreiro estava, nesse preciso momento, a atender um cliente de origem francesa, para o qual já tinha encontrado o imóvel pretendido. A proprietária da empresa de mediação imobiliária iniciou a sua carreira profissional nesse mesmo país e o dominar da língua constitui uma mais valia para o exercício da sua profissão na localização onde se encontra: Almancil, no Algarve. “Nesta região trabalhamos com muitos estrangeiros”, afirmou Fátima Guerreiro, “franceses, ingleses, belgas, suíços… Portugal é um país seguro” e que providencia muitos benefícios fiscais a quem vem de fora comprar imóveis. Em Portugal, começou a trabalhar no ramo imobiliário e rapidamente decidiu que gostava de ter independência e que queria criar a sua própria empresa, “na altura com uma sócia” que, mais tarde, abandonou o projeto e ficou sozinha. Foi há cerca de 16 anos que se lançou no mercado, sob o nome de Vilas Ibéricas. Entretanto, essa empresa fechou por motivos de força maior, e “das suas cinzas” surgiu a Domínio Original, e assim a proprietária continua a fazer o trabalho que gosta. Neste seu projeto, conta com a colaboração de uma funcionária e três vendedores externos. A equipa é propositadamente pequena e selecionada, na qual a prioridade é “o atendimento ao cliente e a qualidade do serviço”, quer na angariação, quer na venda ou arrendamento do imóvel. Em relação aos imóveis, a empresária admitiu que “há procura suficiente para justificar novas construções, que são praticamente inexistentes”. Neste momento, o mercado tem “imóveis antigos e sem conforto, o Algarve também tem inverno e as casas não estão preparadas”. E se muitos são os estrangeiros que procuram a Domínio Original, é de referir que os portugueses também o fazem. Todos os potenciais clientes são recebidos da mesma forma e com a mesma dedicação, afinal, este é um negócio de pessoas e não de casas. Nem sempre é fácil ir ao encontro das expectativas, mas com “sensibilidade e realismo” acabam sempre por chegar ao en26 | PORTUGAL EM DESTAQUE

tendimento. Fátima Guerreiro aconselha o investimento no mercado imobiliário, até porque já se sente a retoma. “Acho que a crise teve o efeito benéfico de acertar os preços”, declarou, “que estavam muito inflacionados”. Ao mesmo tempo, decorreu uma “seleção muito forte de imobiliárias”, as quais existiam em abundância e, muitas vezes, com alguns profissionais menos informados na área. Questionada como superou essa altura mais baixa e qual o segredo do sucesso, respondeu-nos que “poupando”, sendo “muito exigente” consigo própria e um “atendimento aos clientes excelente”. A prova viva disso é o reconhecimento dos mesmos, que visitam a loja com o intuito de agradecer e recomendam a empresa aos amigos. A imobiliária almancilense só trabalha em regimes de compra e venda e arrendamentos de longa duração, não de férias. Com as últimas alterações legais, nomeadamente o Balcão Nacional do Arrendamento, a procura pelo arrendamento está a disparar. A imobiliária certifica-se de que todos os passos e cuidados que devem ser tidos durante um processo de arrendamento estão conforme, recorrendo a profissionais (juristas) de forma a transmitir segurança tanto ao inquilino como ao senhorio. De futuro, a ambição é “continuar com o bom trabalho da empresa, mantendo a prestação de serviço o melhor possível e dar continuidade ao bom nome” que foi adquirindo ao longo dos anos, terminou Fátima Guerreiro.


CASAS COM VIDA E PARA A VIDA NO ALGARVE Sistema U é uma empresa PME Líder localizada na zona da Quinta do Lago, em Almancil, com três décadas de experiência e focada na construção de habitações de luxo. Carlos Nascimento e Maria Contreiras são os administradores desta empresa sendo Jorge Nascimento, o engenheiro responsável pela direção técnica. A dedicação, o empenho e a honestidade são as palavras de ordem. Em conversa com a Portugal em Destaque explicaram os serviços que oferecem e teceram uma abordagem sobre a atualidade do setor da construção civil na região mais a sul de Portugal.

SISTEMA U

tes estrangeiros, que decidem investir no Algarve para a construção da sua segunda casa”, explicou o empresário. Constrangimentos do setor Ao longo da conversa, os empresários enumeraram o principal constrangimento com que se deparam no exercício da sua atividade. “O processo de licenciamento é moroso. Muitas vezes é causado pelo fato de ser necessário pareceres de vários organismos. Julgamos que as Câmaras Municipais deveriam ter mais poder de decisão, evitando dessa forma, essas consultas e consequentemente os atrasos inerentes. É muito difícil explicar a um cliente estrangeiro que o processo de licenciamento, em alguns casos, seja mais moroso do que o processo de construção”. Os empresários acrescentaram ainda, que estão preparados para o futuro, que dá sinais de melhoria no segmento da construção a que estão dedicados na medida em que há cada vez mais pessoas a investirem em Portugal e no Algarve em especial.

DIREÇÃO rA sociedade surgiu em 1990 quando, depois de trabalharem juntos numa imobiliária, decidiram criar uma empresa própria. A empresa presta a todos os seus clientes um serviço completo no âmbito da construção. “Fazer uma casa é construir algo que é para vida”, afirmou Carlos Nascimento e, talvez, seja por isso que a confiança e cumplicidade existentes entre a Sistema U e os seus clientes sejam tão importantes e diferenciadores: “Temos casos de pessoas a quem já fizemos três casas. Quando o cliente chega até nós vem aconselhado por arquitetos ou por outros clientes. A melhor publicidade que temos são clientes satisfeitos”. A crise na construção civil, que teve o seu auge entre 2011 e 2013, também teve consequências nesta empresa que se viu obrigada a reduzir o número de colaboradores. “Nos primeiros anos da empresa concentrámos a nossa atividade exclusivamente em construções novas. A crise veio alterar as características do mercado, o que nos levou a um novo tipo de trabalho dirigido à remodelação e reabilitação de moradias. Atualmente, para além destes trabalhos, que não descoramos, voltamos a ter mais solicitações para novas moradias, sinal de que o mercado está a melhorar. Tivemos uns anos muito difíceis. Esta é a primeira zona a ter a crise mas também é a primeira a sair dela porque lida muito diretamente com clienPORTUGAL EM DESTAQUE | 27


LEALDADE, HONESTIDADE E QUALIDADE Estas são as características que distinguem esta empresa de administração de condomínios de todas as outras. A CondiLoulé, no mercado há 19 anos, alia a sua experiência profissional com a disponibilidade constante de todos os seus colaboradores para os condóminos que requerem os seus serviços. CONDILOULÉ

VASCO OLIVEIRA E EQUIPA Porquê recorrer aos serviços de uma empresa de administração de condomínios? “As contratações são, em cerca de 50 por cento das situações, para resolver problemas que existam entre os condóminos”, esclareceu-nos Vasco Oliveira. De seguida, desafiamos o gerente da CondiLoulé a dizer-nos o que distinguia a sua empresa das restantes no mercado: “Lealdade, honestidade e prestação de serviços de qualidade”. Não poderíamos ter obtido melhor resposta. A CondiLoulé surgiu no mercado já lá vão 19 anos, numa altura particularmente propícia para a administração, até porque não existia mais nenhuma empresa do setor na zona. Vasco Oliveira e a esposa enveredaram numa nova atividade, apostando nos conhecimentos que tinham da zona de Vilamoura, na Quarteira. Com 14 colaboradores, a empresa tem uma vasta área de valências, desde gestão financeira, administração, manutenção e limpeza. As restantes áreas são asseguradas por uma série de prestadores externos de serviços, nomeadamente canalização e pinturas, parceiros que são de inteira confiança. Qualquer uma destas funções, ou qualquer outra que seja necessária, estão à disposição dos condóminos 24 horas por dia, sete dias por semana. E como têm conhecimento do que se passa nos condomínios que administram? Vasco Oliveira referiu que conta com a comunicação dos próprios residentes e que “todos os edifícios são visitados pelo menos uma vez por semana”. Um dos problemas mais sensíveis que se sente na administração de condomínios é o incumprimento no pagamento das comparticipações. Este facto deve-se à falta de informação e sensibilidade para com a necessidade de contribuir para o bem-comum. “Fazemos muito trabalho de psicólogos”, admitiu o gerente, “pretendemos ter uma boa relação com os nossos condóminos, ouço 28 | PORTUGAL EM DESTAQUE

muito e tento elucidar o melhor que posso”. Atualmente, a CondiLoulé tem 2.000 frações e neste ano de 2016 foram 537 os condóminos que optaram pelo pagamento anual. A maior parte, no entanto, paga mensalmente, deslocando-se pessoalmente ao escritório da empresa, representando os pagamentos em dinheiro 54 por cento, as transferências 34 por cento e o restante em cheque. Outra das “grandes lutas”, da qual o nosso entrevistado também faz parte, é a legislação da profissão de administrador de condomínio. Já existe na “gaveta dos políticos” um projeto lei com essa proposta e outras alterações consideradas necessárias por quem exerce esta profissão: “São aqueles aspetos práticos que quem legisla não tem noção”. Desde que 1994 que o fazem, já “todos os governos” poderiam ter feito alguma coisa quanto a isso. O certo é que não foi feito, e nem Vasco Oliveira nem ninguém compreende a razão. Para apresentação de contas, eleição da administração e aprovação de orçamento de obras de conservação, é realizada uma vez por ano, no mínimo, uma reunião de condomínio, na qual todos os condóminos devem estar presentes. A conservação e reabilitação dos edifícios também constitui uma adversidade. “A CondiLoulé procede a ações de conservação a cada oito ou a cada dez anos”. O administrador afirmou não ser “fácil ter orçamentos programados previamente”, de forma a permitir aos condóminos “irem pagando quotas e gerar um fundo” para reabilitação. A empresa de Loulé tem capacidade de atuação em todo o seu próprio concelho, mas também no de Faro, em Olhão, São Brás e Albufeira. Quanto a projetos futuros, Vasco Oliveira refere que gostaria de ver “a aprovação da legislação referente à atividade, e que a APEGAC da qual faço parte dos órgãos sociais como presidente do núcleo ‘Alentejo e Algarve ‘, seja reconhecida no setor pelo esforço que tem tido na defesa pela atividade”.



SOLUÇÕES INFORMÁTICAS POR MEDIDA AlgarSoft, a empresa que a Portugal em Destaque visitou, exerce a sua atividade na comercialização de software e equipamentos informáticos, na implementação de soluções integradas, na prestação de serviços técnicos e no desenvolvimento de software. Maria José Gorgulho é sócia-gerente desta empresa e, em entrevista, falou dos serviços que oferece, bem como da atualidade do setor informático e tecnológico em Portugal. ALGARSOFT

Novo projeto Sempre na vanguarda da evolução no que à oferta de soluções diz respeito, a empresa encontra-se já a atuar em áreas de negócio como a gestão comercial, o comércio e retalho, a restauração, a hotelaria, parques, recursos humanos e contabilidade. A AlgarSoft está, agora, a desenvolver um novo projeto nas áreas de Web e Mobile: “É um novo mercado em que queremos apostar. Neste momento estamos a fazer um investimento bastante grande ao nível do desenvolvimento de software nestas áreas, porque acreditamos que o futuro da tecnologia passa obrigatoriamente pelas soluções Cloud e dispositivos móveis, e é uma área em que nos queremos afirmar”, reiterou. Para Maria José Gorgulho, a exigência do setor requer quer dos comerciais, quer dos técnicos, um conhecimento e uma aprendizagem quase diários, mas é isso que a fascina e dá força para continuar. A concorrência, essa, diz ser saudável para o negócio. “Obriga-nos a ser mais exigentes, oferecendo cada vez mais soluções. Na verdade, eu não penso na concorrência, eu penso nos meus objetivos e no que preciso de melhorar”, revelou a empresária. Recrutamento e formação Encontrar mão-de-obra qualificada e preparada não é tarefa fácil, porém, na AlgarSoft existe a possibilidade de aprendizagem com os técnicos mais antigos, num processo de formação teórica e prática, que pode demorar até dois anos. Isto porque “um técnico tem muitas responsabilidades e é necessário conseguir pessoas com muito à-vontade na área. É preciso perceber que a maior diferença entre o nosso serviço e o das grandes superfícies é o atendimento e apoio técnico personalizados que prestamos ao nosso cliente”, concluiu. De acrescentar que esta empresa irá, em breve, recrutar dois técnicos para integrar a atual equipa.

MARIA JOSÉ GORGULHO Esta empresa, sediada em Tavira, surgiu em 1994 com o objetivo de oferecer soluções no âmbito informático a toda a região do Algarve e, para isso, possui parcerias com as maiores marcas a nível mundial: Microsoft, HP, Sage, Toshiba e ASUS são disso exemplos. Começou por focar a sua atividade no mercado particular. No entanto, com o passar do tempo e com a afirmação das grandes superfícies, a AlgarSoft teve que se adaptar e penetrar um novo mercado, o empresarial. “Qualquer empresa que se queira manter no mercado, e ainda mais nesta área, tem que andar sempre à procura do caminho mais válido para alcançar os objetivos. Temos vários departamentos, começamos com o departamento comercial – com exposição de produtos e venda – e o departamento técnico. Neste momento temos dois departamentos comerciais, um técnico e um de programação, que é uma aposta mais recente”, confidenciou a empresária. Com clientes por todo o Algarve, o trabalho dos 12 membros que compõem a equipa da AlgarSoft é reconhecido e valorizado, tornando o passa-a-palavra a principal forma de publicidade. Nem a crise abalou esta estrutura com mais de 20 anos de existência, pois nas palavras da nossa entrevistada: “Passámos pela crise com algumas dificuldades mas com força para a superar. Eu aprendi muito com a crise e nós, empresários, começámos a valorizar outro tipo de atitudes e valores como o profissionalismo e a exigência”, assumiu. 30 | PORTUGAL EM DESTAQUE



O EXTERIOR DA SUA CASA EM BOAS MÃOS Na região de Lagoa, no Algarve, localiza-se a Sanipina - Agricultura e Jardinagem. “De um modo geral, temos tudo o que é necessário para decorar e cuidar do exterior de uma casa”, revelou-nos Vitorino Pina, proprietário, aquando da nossa visita. A empresa orgulha-se de receber a distinção PME Líder, ano após ano.

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Rossio de S. João, S. Sebastião da Alegria, nº51 Dá muito gosto a Vitorino Pina Largo narrar a fundação da sua empreTel.: 282 761 274 Tel.: 282 762 056 sa. “Surgiu em 1979, na altura chamava-se Saniagro”. Desde então www.sanipina.com queinfo@sanipina.com várias alterações foram feitas a este empreendimento, necessárias para acompanhar o avançar dos tempos. Constantemente atualizado nas estratégias de mercado, o gerente compreendeu que só tinha possibilidades de dar seguimento ao negócio se tivesse um espaço com exposição de artigos acessível ao público e estacionamento. “Já eramos uma empresa credível no mercado, quer a nível de fornecedores, como de clientes”, afirmou. Só faltavam as infraestruturas. Assim, surge a Sanipina – Agricultura e Jardinagem, tal como a conhecemos, com 4000 m2. De seguida, Vitorino Pina questionou-se como organizar a loja, de forma a que o público não se perdesse dentro dos 2000m2 que constituem a exposição dos artigos. Deste modo, nasceram seis departamentos “muito bem identificados”, com pessoas responsáveis à frente de cada um, prontas a atender o cliente e esclarecer qualquer dúvida. Os diferentes departamentos receberam nomes que remetem para a área que representam: a Sanimaq constitui a parte das máquinas novas e peças das mesmas; a Sanitec compõe a parte da oficina, da manutenção, da reparação, dos acessórios, de toda a parte de assistência técnica pós-venda,

Quintas da Várzea, Sitio do Carmo Tel.: 282 341 742

32 | PORTUGAL EM DESTAQUE

incluindo as demonstrações ao público e reparações dos equipamentos; a Sanidrog remete para a drogaria propriamente dita, onde existe um balcão de atendimento; a Sanirega existe para satisfazer tudo o que seja relacionado com sistemas de rega e até piscinas; a Sanizoo é a área da pecuária que conta com uma farmácia veterinária; e, por fim, a Saniagro, que é a parte da agricultura, com adubos, turfas, estrumes e produtos fitofarmacêuticos. “É extremamente importante que as empresas cresçam por dentro e por fora”, explicou-nos o nosso entrevistado. De acordo com essa perspetiva, a Sanipina “vai crescer em 2017” através de organização interior mais eficaz e abrangente. Esta entidade conta com 30 colaboradores e três lojas, em Lagoa, Lagos e Odiáxere. “Os funcionários têm formação para evoluírem dentro da empresa, quando chegam são informados sobre o comportamento do grupo e de como este funciona. Pretendemos que entrem dentro do espírito da equipa, que vistam – literalmente - a camisola e têm de compreender isso logo à partida”. Encontrar mão de obra especializada é “uma coisa diabólica”, desabafou o empresário. “Há muita procura de trabalho, mas muita falta de conhecimento. É muito difícil. Nós temos uma boa equipa, felizmente. Formação prática, é essencial. Por exemplo, se um cliente que vem comprar material no departamento de rega, mas não sabe o que precisa, é o funcionário que o atende que tem de compreender o que ele quer, mesmo que ele não o saiba explicar”. E perspetivas de futuro? “Nós temos perspetivas, porque acreditamos que a agricultura e este setor onde estamos inseridos têm condições para andar. Estamos numa área muito abrangente e estamos otimistas de que vamos continuar no mercado, até porque a nossa trajetória tem sido sempre de crescimento”. Para concluir a nossa entrevista, perguntamos se a concorrência tinha um peso significativo na atividade, ao que obtivemos a resposta: “Eu costumo dizer que a nossa concorrência, somos nós próprios, por querermos sempre ser melhores e mais perfeitos”. A Sanipina é pioneira em diversas áreas e a sua preocupação é manter o nível elevado. “Todos os nossos colaboradores sabem que o cliente tem de sair daqui feliz e satisfeito. Se fizermos as coisas bem-feitas temos sucesso com toda a certeza”, terminou Vitorino Pina.


O S E U PA R C E I RO D E CO N F I A N Ç A Cultivamos uma experiência de mais de 30 anos em Agricultura, Pecuária e Jardinagem. Encontre tudo o que precisa nos mais de 4500m2 disponíveis nas nossas 3 Lojas.

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CONFORTO DE NORTE A SUL GRUPO CONFORHOTEIS

MADALENA 125 BOUTIQUE HOTEL - LISBOA

Em plena baixa pombalina, a 200 metros da Praça do Comércio, e debruçado sobre o elitista bairro do Chiado, está a nascer uma nova experiência de boutique hotel. Trata-se de um hotel 4 estrelas, com 30 quartos, que oferece mais do que uma dormida numa cidade histórica. Este hotel proporcionará aos seus clientes uma experiência única e inesquecível. Com a simbiose de uma privilegiada localização, um património edificado, qualificado e uma decoração intimista, os seus hóspedes irão usufruir de uma das melhores experiências de hotel jamais vivenciadas. Envolto pela vista do castelo de Lisboa, o horizonte visual da Ponte 25 de Abril, com o Chiado em primeiro plano, será inaugurado um espaço de privilégio um prime hotel no estilo boutique hotel. Olhar ela janela e ver Lisboa é um privilégio único. Há alguns prazeres que só estão disponíveis para quem ficar hospedado no MADALENA 125 BOUTIQUE HOTEL. O espaço contará igualmente com restaurante com um páteo exterior e um bar com entrada independente A sua abertura está prevista para o primeiro trismestre de 2017. 34 | PORTUGAL EM DESTAQUE


Opção 1.

OPORTO STAY HOTEL - PORTO OPorto Story Hotel, um Prisma da Cidade do Porto, é palco de encontro de uma cidade cheia de história, representou um marco importante na sociedade portuence do século XIX e XX. No aspeto social através da ASM CL (Associação de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas) e cultural através da escola e teatro “Os Modestos”. Localizado na antiga Quinta de Santo António do Bonjardim, na Rua Gonçalo Cristóvão no cruzamento com a rua do Bonjardim, este será um hotel que envolverá um teatro de época e será capaz de apelar aos sentidos através de formas de interpretação através das cores. OPorto Story Hotel pretende, a partir do espectro de cores, combinar a perceção dos sentidos em toda a sua envolvência, criando uma mensagem visual capaz de combinar sensações, emoções e expressões.

Sta. Eulália Hotel Apartamento & SPA – Receção do Hotel – propostas de remodelação

SANTA EULÁLIA HOTEL & SPA - ALBUFEIRA

Opção 2.

Sta. Eulália Hotel Apartamento & SPA – Fachada – propostas de remodelação

Tendo como objetivo proporcionar aos clientes todo um serviço e conforto de excelência, foi projetada uma profunda remodelação em todo o Santa Eulália Hotel & SPA. A unidade, depois da remodelação, será uma novo suite hotel e contribuirá para elevar a qualidade da oferta hoteleira do Algarve, indo ainda ao encontro de proporcionar maior satisfação das expectativas dos clientes nacionais e estrangeiros.

ALBUFEIRA SOL HOTEL & SPA - ALBUFEIRA O ALBUFEIRA SOL HOTEL & SPA após renovação e re-decoração afirma-se como uma moderna unidade hoteleira de 4 estrelas que proporciona aos seus clientes todo o conforto e um serviço de extrema qualidade em regime de tudo incluído. A unidade hoteleira dispõe de 215 unidades de alojamento com diferentes categorias. Na remodelação operada nas áreas comuns, merece destaque o departamento de A&B que foi inteiramente remodelado, contando com um novíssimo Restaurante ‘Dine Divine’ com conceito Buffet & “show-cooking” e um novo restaurante de raiz com o conceito Grill à La Carte. Adicionalmente, houve uma total remodelação e melhoramento da área de piscinas, bar de piscina, bem como a constituição de um novíssimo SPA. PORTUGAL EM DESTAQUE | 35


SANTO TIRSO A riqueza cultural e natural de Santo Tirso traduz-se pela sua diversidade. Há muito para descobrir e sentir ao longo de todo o ano. Em Santo Tirso a presença do verde é constante, por vezes tomado pelo caudal dos dois rios principais do Concelho: o Leça, que convida a uma união mais próxima com a natureza e o Ave, que, na cidade de Santo Tirso se deixa acompanhar de perto, percorrendo o recentemente inaugurado Passeio das Margens do Ave. Descobrir os diferentes parques, mais informais ou mais humanizados, é aceitar o convite para uma vida mais saudável, ao desfrutar de belos momentos de lazer. Não deixe de visitar o Parque Urbano de Rabada, o expoente máximo do convívio entre o homem e a natureza. Um pouco por todo o concelho, as várias festas e romarias mantêm acesa a chama cultural de uma região onde as marcas do rural se misturam com a industrialização deixando vestígios que se confundem e convivem na atualidade. Não esqueça que Santo Tirso é terra de mosteiros e conventos. Estes espaços, recolhidos em belos nichos de paisagem, abrem as portas aos visitantes que, respeitando o seu sentido, queiram usufruir de uma cultura e modo de estar muito próprio. Fonte: www.cm-stirso.pt

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No centro da cidade de Santo Tirso, a cerca de 15 minutos do Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, a 20 minutos do Porto, Braga, Guimarães e Póvoa de Varzim (fácil acesso a auto-estradas A3 / A7 e A28) • 68 Quartos, uma Suite Executiva, uma Suite Deluxe e um apartamento Cidnay Master Deluxe • Restaurante D. Unisco, Bar Cidnay e Esplanada Lounge, com menus especiais • Salas de Reuniões, equipadas com material audiovisual • Ginásio • Galeria de Arte

HOTEL CIDNAY Rua Dr. João Gonçalves, Apartado 232 4784 - 909 Santo Tirso TEL 00 351 252 859 300 FAX 00 351 252 859 320 EMAILS reservas@hotel-cidnay.pt comercial@hotel-cidnay.pt

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FESTAS DE NATAL BUFETE DE NATAL JANTAR DE PASSAGEM D’ANO BUFETE DE ANO NOVO


ONDE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE SE FUNDEM A gastronomia é uma das grandes potencialidades do concelho de Santo Tirso, atraindo os mais curiosos e apreciadores na busca de uma boa mesa. Quase a festejar o seu segundo aniversário, o Restaurante 15 apresenta-se como uma referência no panorama gastronómico da cidade tirsense.

RESTAURANTE 15

Este foi um espaço sonhado com ambição. Depois de vários meses de empenho e dedicação, eis que surge o Restaurante 15, coincidência ou não, num dia 15 do ano de 2015. Certamente, terá sido um bom presságio para um caminho de sucesso que se iniciou assim que as suas portas se abriram à cidade e que, sem qualquer dúvida, se avizinha longo. Situado no centro, zona privilegiada da cidade de Santo Tirso, o seu conceito é simples: cozinha tradicional regional aliando, na perfeição, a modernidade e o conforto à qualidade e excelência da sua gastronomia. Hélder Martins, gerente, pretende que este seja um espaço, essencialmente, 38 | PORTUGAL EM DESTAQUE


de convívio, um espaço onde os clientes consigam ver uma simples ida ao restaurante como uma experiência. Além da cozinha tradicional portuguesa, o marisco também ocupa um lugar de peso nos sabores desta casa, sendo confecionado por profissionais especializados para o efeito. Aqui, trabalham apenas com peixe fresco e o cliente tem a oportunidade de escolher o peixe que pretende. Desta forma, o Restaurante 15 oferece uma ementa variada de onde se destacam especialidades como a posta arouquesa, o bacalhau gratinado, o arroz de marisco e tamboril, o polvo à lagareiro e o cabrito no forno. Não esquecendo o seu serviço de snack onde encontramos refeições mais rápidas, como a francesinha ou o pica-pau, o serviço Take Away e a forte aposta nas referências vinícolas. Detentor de uma decoração sofisticada, o ambiente do Restaurante 15 caracateriza-se pelo conforto e pela elegância. Com três espaços distintos: a sala principal, a sala privada e a agradável esplanada, o restaurante tem capacidade para 130 pessoas. O sucesso é visível, deixando-nos com a certeza de que existem bem mais do que 15 razões para visistar o Restaurante 15.

Praç a Ca m i lo Ca s t e l o B r an c o, n º 1 5 San to T i r so + 3 5 1 2 52 098 375 PORTUGAL EM DESTAQUE | 39


TRADIÇÃO E QUALIDADE Quando se fala em Santo Tirso fica-se imediatamente de água na boca, ou não fosse a terra conhecida pelos seus jesuítas. O que não é do conhecimento geral é que esta reputação se deve à Confeitaria Moura e não o contrário. De facto, foi esta pastelaria que deu origem à tradição, decorria o ano de 1892.

CONFEITARIA MOURA

FERNANDA PELAYO, ALDA MOURA E LUÍSA PELAYO

Luísa e Fernanda Pelayo, irmãs, Alda Moura, prima, e Francisco Pinheiro, primo, constituem a atual gerência e já narraram a história da Confeitaria Moura vezes e vezes sem conta. Esta é, de facto, uma narrativa que merece ser contada. “A nossa bisavó Luísa fazia doces de romaria, os chamados doces de gaveta. Quando casou com o bisavô Joaquim montaram um negócio aqui, em Santo Tirso, e começaram a vender esses doces. Assim nasceu a Confeitaria. O negócio foi evoluindo com a ajuda dos filhos que também se juntaram ao mesmo. Um deles, o nosso avô Guilherme, foi especializar-se numa confeitaria do Porto. A falta que fazia aqui foi suprimida graças à contratação de um pasteleiro espanhol. Ora, não sabemos o nome dele nem temos a certeza que era espanhol, mas falava a língua. Crê-se que ele era proveniente de Bilbau, uma vez que nesta região existem jesuítas parecidos com os nossos, feitos em conventos, em algum dos quais esse pasteleiro terá trabalhado. Teve aqui a sua época e, entretanto, foi embora, mas não sem antes deixar a receita da massa folhada, o nosso ex-libris, a partir da qual fazemos os jesuítas, os limonetes e todos os outros bolos que levam este ingrediente e os quais vamos inovando e inventando. É isto que nos diferencia: a receita da nossa massa folhada é diferente daquela que é confecionada por qualquer outra pastelaria. Poucos são os bolos que confecionamos sem massa folhada, como os éclaires, por exemplo. Continuamos a fazer os doces tradicionais, não fugimos a nenhum ingrediente e não usamos nenhum ingrediente pré-feito ou pré-cozinhado, como por exemplo, não compramos creme de pasteleiro já feito, fazemos nós o creme, não compramos o chocolate, fazemos nós, e usamos sempre ovos frescos, temos uma licença es40 | PORTUGAL EM DESTAQUE

pecial para isso. Toda a matéria prima aqui é fresca e selecionada e todos os produtos são confecionados diariamente”. Questionadas se a receita seria secreta, responderam que sim, ou não fosse o segredo a alma do negócio. Porém, é um segredo partilhado com os pasteleiros, que são quase todos membros da família. Com o evoluir dos tempos surgem os ingredientes instantâneos e os pré-confecionados, graças aos quais os estabelecimentos têm a possibilidade de poupar tempo e retirar mais lucro. No entanto, nenhum desses é utilizado pela Confeitaria Moura. A receita original foi sempre conservada e assim vai permanecer, a ordem é “não alterar nada, quando está bem assim não é para mexer”. A exigência que impõe a si próprios não é exagerada. A clientela da Confeitaria Moura tem expectativas muito altas. “Nós temos um cliente do segmento médio-alto, o nosso cliente não questiona o preço, está habituado, quer qualidade, quando cá vem quer é ser bem servido. Isso dá-nos uma responsabilidade muito maior, porque um cliente ir a uma pastelaria que não conhece, comprar um bolo e não gostar muito… vir à Moura a pensar que vai comer os melhores jesuítas e não comer”. Dos bolos ao espaço físico da Confeitaria Moura, tudo é pensado para dar uma melhor experiência ao cliente. A área foi recentemente remodelada de forma a ir ao encontro das necessidades de quem a visita. “Queremos que o cliente se sinta mais acolhido, com melhores condições, que também são importantes. Até a visualização e exposição dos artigos é feito de outra forma e isso reflete-se logo nas vendas. Este negócio é muito sensorial, as pessoas entram, vêem, cheiram, gostam e levam. Se calhar vêm para tomar um café, mas reparam nos doces na vitrine e levam”, explicaram-nos. “O cliente de hoje não é o cliente do passado. Temos de ir ao encontro do que pretendem, não podemos parar”. É desta forma que continuam a atrair clientes novos, que vêm provar os muito falados jesuítas, ou os bem-afamados limonetes. Mas também é assim que cultivam a saudade em quem os costumava visitar e agora volta a fazê-lo. “Vêm até aqui pessoas do estrangeiro, emigrantes que voltam à terra e querem levar para os amigos de lá. Já chegaram até encomendas diretas para Bruxelas. Há pessoas para quem isto é uma ligação à sua infância, porque vinham cá com os pais ou quando eram estudantes aqui perto”. Santo Tirso recebe muitos visitantes destinados à Confeitaria Moura. “Temos mais encomendas no inverno e em agosto, muita gente cheia de saudades”. Com um percurso de tantos anos de atividade como é o caso deste estabelecimento, já viram um pouco de tudo. Há quem tenha provado os bolos pela primeira vez e não tenha gostado, há


quem só goste dos seus pastéis se vierem numa caixa com a indicação Confeitaria Moura, e até recebem elogios de indivíduos notáveis, como o caso do Presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa. E por falar no clube fala-se também na cidade, que recebeu há apenas pouco mais de dois anos um ponto de venda das confeções Moura. “Temos uma loja no Porto, no Bom Sucesso. Andamos há muito a pensar em abrir em Braga ou Guimarães, mas é difícil, temos que garantir saída e este ciclo económico é complicado. Por acaso, até abrimos a nossa casa da cidade Invicta a contraciclo. Foi um ato muito pensado, verdade seja dita as empresas com qualidade nunca têm contraciclo, já sabíamos que teríamos bons resultados”. Acima de tudo, referem que é importantíssimo “nunca ceder à pressão de alterar a receita” ao mesmo tempo que se assegura as quantidades, sem recorrer aos produtos congelados nem outros ‘truques’, toda a confeção é diária. Este posto de venda não tem tanta saída como a casa-mãe em Santo Tirso. Um dos

fatores para isso acontecer é o facto de o visitante fazer questão de se deslocar até Santo Tirso para comer os excelentes pastéis, apesar de serem os mesmos nas duas localizações. “Os bolos vêm todos daqui”, elucidaram-nos as nossas entrevistadas. Na altura do Natal, a confeitaria produz com maior intensidade os bolos da época, como o bolo rei, pão de ló e as bolas cobertas. Também comercializam os ‘Doces de gaveta’. Os mais procurados sâo os pivetes e a fatia de chocolate. Com quatro membros da família na confeção, e outros quatro na gerência, torna-se complexo a mistura de laços familiares com os profissionais, mas entendem-se bem, muito graças à confiança que depositam uns nos outros e ao sentido de responsabilidade pelo património que herdaram. “É uma grande responsabilidade e uma obrigação moral dar continuidade a este empreendimento. Se os nossos antepassados nos pudessem ver ficariam muito contentes”. A quinta geração já tem, literalmente, a mão na massa, fundamental para compreenderem o negócio que um dia lhes pertencerá. Apesar de ainda ser cedo para fazer previsões, é fácil acreditar que o sucesso está escrito no futuro da Confeitaria Moura.

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O MELHOR DE PORTUGAL NUMA SÓ LOJA Chama-se Wine House Portugal Gourmet, está localizada em Santo Tirso, e é uma loja onde os vinhos e os produtos gourmet portugueses se fundem numa simbiose de sabores únicos à disposição de todos aqueles que por lá quiserem passar. A par da loja física existe a loja online para que, também no estrangeiro, seja possível degustar o que de melhor se faz em Portugal. André Carvalho e Marta Moreira são os administradores desta empresa e foi com o primeiro que a Portugal em Destaque esteve à conversa por forma a perceber o conceito e a estratégia seguidos por esta Casa dos Vinhos. WINE HOUSE PORTUGAL GOURMET

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Começou por ser, apenas, uma loja online e hoje conta com um armazém na Zona Industrial da Palmeira, em Santo Tirso, e uma loja no mesmo concelho. Produtos 100 por cento portugueses A maior vantagem do seu negócio, afirmou André Carvalho, é trabalhar com produtos genuinamente portugueses, excetuando apenas os Gins, Whiskies e Champanhes: “Damos muito valor aos produtos nacionais e realizamos provas de degustação para os nossos clientes com a presença de grandes produtores e enólogos aqui na loja”, contou-nos o empresário. Estas provas de degustação realizam-se quinzenalmente e pretendem dar a conhecer aos clientes da Wine House Portugal Gourmet as novidades vínicas de todas as regiões do país. A próxima prova de degustação será na Sexta-Feira Santa, antes da Páscoa, isto porque o casal decidiu parar durante os próximos 2 meses com essas atividades para que possam preparar a estratégia que seguirão no próximo ano. No entanto, o produto a degustar não foi ainda revelado: “O segredo aguça a curiosidade dos nossos clientes”, aclarou. Os produtos expostos na loja gourmet de Santo Tirso são escolhidos cuidadosamente pelo casal André Carvalho e Marta Moreira: “Nós costumamos ir a feiras deste tipo de produtos e tiramos contactos. Provamo-los todos por forma a perceber se têm aquele sabor especial diferenciador para estar presente no nosso leque de ofertas”, explicou. Para além da enorme gama de vinhos disponível, na área gourmet podem encontrar-se: conservas, cervejas artesanais, queijos, mel com frutos secos, chás, azeites, chocolates e bolachas artesanais. Tudo com a qualidade que o conceito gourmet sugere: “Gourmet significa qualidade, são produtos criados e elaborados com muita dedicação, inovação e pormenor. Criou-se uma imagem de que os produtos gourmet são todos muito caros mas, nos produtos artesanais, o fator preço/qualidade está muito equilibrado”, reiterou o nosso entrevistado. O atendimento prestado pelo casal revela-se imprescindível ao sucesso do negócio: “Passamos muito tempo a conversar com os clientes, aconselhando-os, porque o atendimento é muito importante”, continuou.


A loja online exporta para o Reino Unido, Alemanha e para o mercado da saudade como o Luxemburgo, Suíça e França. A Ásia também começa a ser expressiva nas vendas e os EUA são um objetivo a cumprir. André Carvalho confidenciou à nossa revista que os vinhos do Porto e do Douro são os mais procurados e apenas lamentou a legislatura portuguesa que diz respeito à exportação de vinhos, considerando-a “impeditiva e nada facilitadora”. 1 ano de existência no Natal A Wine House Portugal Gourmet encontra-se neste mês de dezembro a celebrar o seu primeiro ano de atividade: “As coisas neste ano correram mesmo muito bem”, afirmou orgulhoso o empresário, aproveitando o momento para apresentar as novidades que se encontram na loja para este Natal: “Temos conjuntos de vinhos e cabazes de Natal preparados para ajudar todos quantos queiram passar um Natal mais feliz e especial. Temos muitas empresas a encomendarem cabazes para oferecerem produtos artesanais aos seus colaboradores, por exemplo”, concluiu. Futuro risonho A aposta numa área antes desconhecida para Santo Tirso revelou-se um sucesso: “Santo Tirso já precisava de uma aposta na área gourmet. No início as pessoas não estavam preparadas para este conceito agora, passado um ano da nossa existência, essa realidade mudou radicalmente”, garantiu. Outro dado interessante divulgado pelo nosso entrevistado dános conta da média de idades dos seus clientes: “A média de idades dos nossos clientes ronda os 30 anos e temos muitas mulheres a vir comprar vinho à nossa loja”, o que demonstra uma mudança de mentalidades e uma aceitação da cultura do vinho, no nosso país, por jovens e pelo sexo feminino, ao contrário do que acontecia em anos anteriores. André Carvalho perspetiva o ano de 2017 com um crescimento a rondar os 30 por cento com muitas novidades ao nível dos produtos gourmet e não só: “Poderá vir uma nova loja, num grande centro, mas ainda estamos a analisar a situação”, finalizou. ANDRÉ CARVALHO E MARTA MOREIRA

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FELICIDADE EM CONVÍVIO A S. Tiago – Associação de Solidariedade Social de Areias (STASSA) tem como finalidade dar resposta a pessoas idosas, em situação de risco ou de perda de independência, por período temporário ou permanente, contribuindo para que tenham uma vida digna, confortável e saudável, prestando ajuda direta ao idoso e indireta à sua família e comunidade. Conversámos com Luís Freitas, presidente desta associação.

STASSA

DIREÇÃO

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, começo esta entrevista por lhe pedir que nos conte como nasce a STASSA. Tudo começou após uma conversa com alguns amigos da freguesia de Areias. A evolução foi da reunião de vontades e ideias à constituição formal da ‘S. Tiago’ a 29 de novembro de 1996, contando com 29 fundadores de todos os extratos sociais. A reconstrução do edifício para centro de dia e base para o apoio domiciliário foi uma fantástica conquista para a qual não pode ser esquecido também o apoio dado pela Segurança Social, pelo Município de Santo Tirso, pela Junta de Freguesia de Areias e pelo Governo Civil do Porto. Neste processo de crescimento, não podemos ignorar o contributo, esforço e dedicação do pessoal. Qual a missão e objectivos em que se baseia a vossa ação? A nossa missão são os utentes e as famílias, são eles o motivo da criação da STASSA e a nossa ação baseia-se na disponibilidade dos serviços das valências de centro de dia, refeições, ocupação e transporte; apoio domiciliário nas várias vertentes (higiene pessoal e doméstica, higiene habitacional, prestação de refeições, serviços de rouparia/lavandaria); residência/lar, apoio médico e de enfermagem. A nossa ação passa ainda por um acompanhamento diário da atividade, na cultura de afetos e de proximidade, quer para com os utentes, quer para com o pessoal ao serviço. 44 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Que realidade é esta que envolve a Associação? A realidade envolvente é muito semelhante à de toda a região do Médio Ave: um tecido social que sofre com o envelhecimento da população, a qual esteve muito afeta à indústria predominante no Vale do Ave, que foi indústria têxtil e que sofreu nas últimas décadas uma crise que eliminou as principais e maiores unidades produtivas. É uma realidade também caracterizada por significativos índices de desemprego e emigração, que obrigam jovens e adultos a procurar ocupação nas cidades ou países mais distantes, dificultando a possibilidade de apoio aos familiares mais idosos. O que distingue a STASSA das restantes instituições? Com modéstia, reconhecemos que muito haverá a melhorar na nossa S. Tiago, mas reconhecemos o eco que nos chega de utentes e familiares, de franco encorajamento pela distinção em relação a congéneres, no que toca ao acompanhamento diretivo, ao ambiente de colaboração entre o pessoal e órgãos dirigentes, ao asseio, zelo e afeto com que lidamos com os nossos utentes. Como vê a realidade deste setor no concelho e em Portugal? Que dificuldades enfrenta? E quais as soluções? O terceiro setor ou o setor da economia social tem, em Portugal e nos tempos atuais, um papel determinante na atenuação dos


efeitos devastadores da crise económica que temos vivido nos últimos anos. Tem igualmente um papel alternativo face ao menor apoio que as famílias podem dispensar aos seus idosos. A par da relevância social deste setor, o seu papel na atividade económica é crescente e, no que diz respeito à criação de emprego, tem sido uma exceção, pois não despediu, não reduziu efetivos, bem pelo contrário, tem sido caso único no aumento do emprego. Por tudo isto, as dificuldades de sustentabilidade e financiamento não podem ser ignoradas. As ofertas para utentes de baixos rendimentos colidem com a incapacidade dos familiares completarem o financiamento dos serviços. Os apoios por via da Segurança Social, por motivos de ordem essencialmente orçamentais, não têm sido alargados e, quando o são, mantêm-se a níveis inferiores aos custos reais e abaixo do real número de utentes. Mesmo sabendo das restrições de meios financeiros, a solução passa por maior atenção e seguimento destas instituições, quer por parte dos órgãos estatais, quer pelas autarquias. Sem um funcionamento sustentável destas instituições, uma larga franja da população não tem alternativas para o seu dia-a-dia. Quantos e que profissionais formam a vossa equipa? A equipa da STASSA é composta por 38 pessoas do quadro (diretora técnica, técnica auxiliar de serviço social, educadora social, dois animadores, duas administrativas, um motorista e 30 ajudantes familiares), oito pessoas ao abrigo de programas de apoio ao emprego, três colaboradores externos (médica, enfermeira, contabilista) e ainda dois voluntários na área afeta às viaturas e serviços gerais. E no que concerne a instalações, com o que contam? As instalações são compostas por dois pisos. No rés-do-chão, funcionam uma área de receção e acolhimento, gabinete da

coordenadora e de serviço administrativo, sala de ocupação e de estar para utentes do centro de dia, cozinha, despensa, refeitório e lavandaria. No piso superior, existem 12 quartos para residentes, gabinete da direção, gabinete médico e de enfermagem e sala de estar e convívio. Qual a importância das famílias dus utentes e de que forma participam na vida da STASSA? As famílias, na sua generalidade, participam e frequentam as atividades promovidas pela STASSA: as festas, os passeios, os atos comemorativos. É uma permanente preocupação nossa motivá-las a participar, a visitar, a saber da nossa atividade. E, para o efeito, temo-nos valido dos mais diversos meios, inclusive da divulgação através da internet. Que balanço faz da atividade da STASSA e como perspectiva o futuro? A STASSA é uma instituição de fundamental apoio social para as populações da freguesia em que se insere e das freguesias circundantes, é um gerador de emprego num volume considerável, é um agente económico com relevância para a economia local. É, portanto, muito importante que tenha continuidade e que possa dar resposta à necessidade crescente que se deteta na realidade circundante, especialmente ao nível da valência da residência para idosos. Assim, a expansão de instalações que venha responder às necessidades conhecidas é um passo a dar nos próximos anos. O terreno para o efeito foi recentemente adquirido e todo o restante trabalho está pela frente. Perspetivamos os próximos anos com especial dedicação a duas frentes: a consolidação das valências atuais num elevado nível de qualidade de serviços e a construção de novas instalações que permitam ampliar a oferta na valência de ERPI (Estrutura Residencial para Idosos).

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INCLUSÃO A TODO O TERRENO: SOMOS O QUE PARTILHAMOS A Casa de Acolhimento Sol Nascente (CASL) é uma IPSS de apoio a pessoa com deficiência. CASA DE ACOLHIMENTO SOL NASCENTE

“A instituição surgiu de forma natural e incide sob pais a braços com o filho não sonhado, preocupados com o seu futuro. Os filhos foram frequentando a instituição e apresentaram alguma evolução em vários aspetos. Com o passar do tempo, os pais começaram a questionar a necessidade de existir um lar residencial onde os filhos pudessem ficar enquanto os pais gozariam de alguns dias de descanso. Comprámos uma casa devoluta, em ruínas, que foi restaurada. Em 2006, fizemos o acordo com a Segurança Social para 15 utentes; em janeiro de 2007 acontece a abertura oficial da instituição e demos a conhecer às pessoas que existíamos. No ano seguinte, como tínhamos muitos interessados, solicitámos à Câmara Municipal de Santo Tirso a cedência das instalações da antiga escola primária de Paços, em Monte Córdova, onde agora funciona o Pólo Sol Nascente e pedimos o alargamento do Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) para mais 15 utentes, que foi aprovado em 2014”, conta-nos Maria de Lourdes Ribeiro, presidente da instituição e fundadora. O novo pólo Em 2009, uma mãe, doente com um filho deficiente , preocupada com o seu futuro , oferece um terreno na rua Agra de Ginjo freguesia de S. Tomé de Negrelos, destinada à construção de um lar residencial para pessoa com deficiência . O arquiteto Helder Coelho sensibilizado pela necessidade manifestada, desenhou o projeto de arquitetura, entretanto aprovado pela Câmara Municipal e pela Segurança Social. Uma associada deficiente diligenciou junto da Rádio Renascença que permitiu que a sua campanha 46 | PORTUGAL EM DESTAQUE

MARIA DE LOURDES RIBEIRO


de 2009 revertesse a favor da construção deste Lar Residencial. Atendendo à situação de crise financeira da altura, a obra esteve parada até que, em 2014, perante esta necessidade de acolhimento, foi decidido investir a verba solidária nesta obra, até que em janeiro de 2015 estava, finalmente, construída toda a estrutura. ”Alimentar o caminho da esperança de quem tanto precisa”, diz a nossa interlocutora. Mãe de um utente num ímpeto de confiança afirma ”temos de puxar todos para a mesma banda, não tenho quem tome conta do meu filho, por isso vamos pedir apoios para acabar o obra e poder abrir portas ao acolhimento” relata Maria de Lourdes Ribeiro. Atualmente, a instituição pretende consolidar e dar continuidade ao trabalho que tem vindo a fazer, contribuindo para a adaptação e capacitação dos utentes, melhorando a sua qualidade de vida, bem como, a dos familiares. A abertura do lar vai permitir criar 30 por cento de empregos para pessoa com deficiência. “Os nossos utentes vão fazer jardinagem no domicílio, vão criar estufas de flores hortícola, como fonte de sustentabilidade”. No presente, o maior desafio prende-se com a conclusão das obras do lar residencial, para tal a entrevistada revela que “continua a contar com o apoio de todos aqueles que queiram e possam contribuir para que o sonho possa ganhar forma”, finaliza Maria de Lourdes Ribeiro.

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VILA NOVA DE FAMALICÃO Vila Nova de Famalicão nasceu para a história em 1 de julho de 1205, com o Foral de D. Sancho I. Vila Nova de Famalicão é hoje uma terra frequentemente mencionada como um dos principais centros culturais, comerciais e industriais do país. Situada estrategicamente entre as cidades de Braga, Guimarães e Porto, Famalicão é uma cidade de referência no Baixo Minho e no Vale do Ave. Com uma rica e variada tradição cultural que remonta aos tempos pré-históricos, a comunidade famalicense tem-se afirmado com uma personalidade própria e bem definida. Liderando um dos pólos de desenvolvimento do Vale do Ave, a cuja Associação de Municípios pertence, o concelho de Vila Nova de Famalicão, com cerca de 140.000 habitantes, é uma terra de encantos e oportunidades. Daí a força da sua indústria diversificada e a dinâmica sócio-económica característica do município. Vila Nova de Famalicão acolhe a sede das maiores e melhores empresas do país em vários setores da indústria: no têxtil, nos pneus, no vestuário, no setor alimentar, na construção de obras públicas. Fonte: www.cm-vnfamalicao.pt

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UMA UNIÃO COM MUITO PARA OFERECER EM FAMALICÃO Falamos-lhe, claro está, da União de Freguesias de Gondifelos, Cavalões e Outiz. Freguesias essas que possuem inúmeras particularidades, características e tradições que merecem destaque na nossa revista. Quem prontamente nos deu conta de todas essas informações foi o presidente da mesma, Manuel Santos, numa abordagem descritiva sobre a sua terra-natal. UNIÃO DE FREGUESIAS DE GONDIFELOS, CAVALÕES E OUTIZ

Foi há três anos, aquando da reforma administrativa que afetou a estruturação destes organismos, que passou a existir esta União de Freguesias que, com cerca de 5000 habitantes, consegue manter a sua componente agrícola a par da industrial e comercial. Envolvido na Junta e pela Junta há mais de 30 anos, Manuel Santos encontra-se já no seu terceiro mandato: “Eu estou envolvido nisto há muito tempo, desde a minha juventude. Fui secretário da Junta desde 1982, ou seja, conheço a Junta por dentro e por fora, de uma ponta à outra”, esclareceu o autarca avançando também com as suas motivações e dificuldades à frente da, agora, União de Freguesias de Gondifelos, Cavalões e Outiz: “Este não está a ser o meu melhor mandato como presidente, esta União é uma experiência nova e houve dificuldades que foi necessário ultrapassar. Mas, agora, a situação normalizou e já começamos a fazer mais obra, desde pavimentações, alguns alargamentos em caminhos mais estreitos e antigos e algum investimento no património a freguesia, como é o caso do Salão polivalente de Cavalões que estava em más condições. Temos investido principalmente na melhoria das acessibilidades, porque sendo uma terra agrícola ainda existem caminhos e as estradas muito rudimentares”, continuou. De futuro, esclareceu-nos o autarca, pretende-se a ampliação dos cemitérios de Gondifelos e Cavalões, que ainda estão em fase de negociação dos terrenos. Representante de uma população tendencialmente envelhecida a ação social torna-se numa das principais preocupações para o executivo que garante, através de parcerias com as associações da freguesia, o apoio necessário à terceira idade. Para além do Lar de Idosos, pertencente à Santa Casa da Misericórdia, em Outiz, inaugurou-se, recentemente, uma IPSS em Gondifelos, que promete trazer mais estabilidade e qualidade de vida a todos aqueles que dos seus serviços necessitarem: “Atualmente conta já com algumas valências e, de futuro, terá outras valências conforme as necessidades da freguesia, nomeadamente um Centro de Dia”, constatou o presidente. Para além da agricultura, também a indústria marca lugar no leque de atividades económicas desta União de Freguesias. O nosso entrevistado apontou a confeção como sendo a indústria com mais expressão, seguida pelo setor da reparação de automóveis que também se encontra bem representado. Mas, o autarca, não se esqueceu de mencionar uma das maiores empresas da região, a Porminho, bem conhecida dos leitores e que possui a sua sede na freguesia de Outiz. Quem por Gondifelos passar pode, em janeiro, usufruir da Festa de S. Sebastião, em maio, da Festa do Espírito Santo e em agosto a Feira das Cebolas. Cavalões celebra o verão com a Festa do Senhor da Vida, em agosto, enquanto Outiz presta homenagem a S. Tiago, no mês de julho, e à Senhora da Guia, no mês de agosto. Em final de conversa, Manuel Santos, não deixou passar a oportunidade de desejar as boas festas a todos os famalicenses, em particular aos seus fregueses: “Gostava de desejar um bom natal aos meus fregueses e um novo ano muito próspero”, finalizou.

MANUEL SANTOS

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EXCELÊNCIA NA PRODUÇÃO E COMÉRCIO DE FLORES Fundada em 2010, a DGFlower é uma empresa dedicada à produção e comércio de flores. Situada em Famalicão, oferece aos seus clientes uma vasta gama de produtos de elevada qualidade a um preço competitivo, estabelecendo deste modo uma relação de confiança, profissionalismo e parceria para com todos os seus clientes. A Portugal em Destaque esteve à conversa com Daniel Barbosa e Gabriela Novais, proprietários da empresa, que nos deram a conhecer os seus serviços, bem como perspetivas futuras.

DG FLOWER

um grande prejuízo. Com isso, fomos um bocadinho abaixo, mas conseguimos dar a volta e continuar, até porque já não dava para desistir. Neste momento estamos a produzir lilium, cravo e produzimos um produto sazonalmente, a tulipa. A equipa é constituída por quantas pessoas atualmente? A equipa é constituída por apenas três pessoas. É difícil encontrar pessoas para este tipo de trabalho. É um trabalho bastante minucioso e exige muita prática.

DANIEL BARBOSA E GABRIELA NOVAIS Como é que surge este projeto? Começou por ser uma brincadeira. O primo do meu marido queria iniciar um novo projeto e aliciou-o a abrir um negócio que envolveria estufas e flores. Inicialmente o Daniel mostrou-se inseguro mas, depois de alguma insistência, decidiram avançar com o projeto. Começámos com uma pequena estufa, com apenas 400 m2. Angariei os primeiros clientes, essencialmente floristas, onde transportava as flores no autocarro para os clientes. Foi assim que tudo começou. A produção era feita depois do nosso horário de trabalho e aos fins-de-semana, uma vez que tínhamos outros empregos. Resolvemos continuar a explorar este ramo e dedicamo-nos de corpo e alma a este novo projeto. Numa fase inicial tivemos a ajuda de um colega experiente na área, que nos ajudou imenso. É claro que houve alturas em que duvidamos de tudo e pensamos mesmo em desistir, porque os investimentos eram e continuam a ser muito elevados. Inicialmente dedicaram-se à produção de que tipo de flores? O lilium foi a nossa primeira grande produção. Começamos com uma produção ao ar livre no verão, e só depois montamos as estruturas, e a verdade é que tudo deu certo. Logo no ano seguinte, no inverno, tivemos um problema com as plantas, o que nos deu

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Com que mercados costumam trabalhar? Começámos pelo mercado interno, mais concretamente pelo norte do país. Não chegamos ao sul porque é lá que se encontram os grandes produtores e isso não nos interessa, uma vez que não temos capacidade de produção. Começámos o nosso plano de internacionalização no ano anterior, através de uma pesquisa efetuada. Atualmente temos uma parceria com uma empresa que trabalha diretamente com o mercado holandês e estamos ainda presentes em Espanha. Com este tipo de parcerias sabemos quem são os nossos clientes e desta forma reduzimos os nossos custos e os custos dos nossos parceiros. Quais é que são os maiores problemas que este sector enfrenta atualmente? A falta de formação, uma vez que os produtores são obrigados a fazer pesquisas por conta própria através da internet. Muitos procuram soluções no estrangeiro onde as coisas estão mais desenvolvidas. A verdade é que em Portugal existem workshops, mas são insuficientes. Há falta de incentivos e projetos, e quando existem chegam muito tarde. Muitas vezes, quando os novos produtores já têm o projeto lançado, é que as ajudas chegam. Vêm fora de horas e quando já não são necessárias. Sem esquecer a falta de união entre os produtores que infelizmente não partilham as informações e o conhecimento que possuem. Por onde passa o futuro da DGFlower? Temos inúmeros planos para o futuro, contudo ainda se mantêm no segredo dos Deuses. Ainda não temos nenhuma decisão em concreto tomada. Há um processo de análise e de estudo de mercado que temos que fazer, mas poderemos enveredar por outras áreas para complementarmos o inverno que é muito difícil de passar.


CONTEMPORANEIDADE ALIADA À TRADIÇÃO A Ourivesaria Satierf é uma referência com décadas de experiência no setor. O primeiro estabelecimento abriu portas em 1977, em Pousada de Saramagos. Atualmente, a ourivesaria está situada na cidade de Famalicão. Em entrevista à proprietária Gracinda Soares, damos a conhecer a história e o futuro da Ourivesaria Satierf.

OURIVESARIA SATIERF

GRACINDA SOARES E FAMÍLIA Sobre a longa história da Satierf, Gracinda Soares começa por assinalar que “a origem da ourivesaria vem da família do marido Aristides Freitas, natural da Póvoa de Lanhoso, região conhecida como terra de ourives”. Seguindo os passos da família, abriu o seu primeiro espaço, em 1977, onde se dedicava à compra e venda de ouro em segunda mão. Depois de se estabelecerem em Vila Nova de Famalicão, a Satierf ganhou notariedade com a compra e venda de ouro em segunda mão e porque o negócio assim o exigia, para conseguir objetos usados de grande beleza e qualidade, Aristides Freitas não se poupava a esforços. Frequentava os principais leilões de ouro que decorriam em Portugal, como os que eram organizados pela Caixa Geral de Depósitos, Montepio Geral entre muitos outros, como assinala a entrevistada: “há 30 anos era praticamente inexistente, nenhuma ourivesaria trabalhava com a compra e venda de ouro usado, fomos pioneiros e inovadores. Na altura, a compra de artigos em ouro representava para a maioria das pessoas um bom investimento, que mais

tarde se veio a refletir quando o ouro atingiu valores históricos”. Ao longo dos anos, a Ourivesaria Satierf soube adaptar-se às exigências e alterações do mercado, a entrevistada explica que “os artigos e jóias em prata ganharam prestígio, e por isso vendemos também vários artigos novos porque o mercado assim o exige. Somos das ourivesarias mais antigas de Vila Nova de Famalicão e temos clientes fiéis que nos acompanham desde o início, mas tentamos sempre alcançar e agradar novos clientes”. Continuam com a mesma vertente, contudo procuram sempre acompanhar as novas tendências dando “relevância a marcas, principalmente de novos autores, cujas peças marcam a diferença pelos materiais que usam e pelos bons acabamentos”. Na Satierf pode encontrar peças de uso pessoal, lembranças de batizado, comunhões, casamentos, final de curso, além de porta-retratos, bibelôs em prata, salvas, jarras e cristais. Possui também oficina própria, assim sempre que o cliente necessitar pode fazer o serviço que pretende, bem como, personalizar os seus presentes, ao optar por uma gravação. O estabelecimento presta também reparações e assistência a produtos que não são adquiridos na loja. Sendo um negócio de família, Aristides Freitas e Gracinda Soares contam já com o apoio e a dedicação da nova geração, os filhos Marieta e Luís Freitas, que trazem com eles a inovação e novas ideias para o negócio. Um outro fator distintivo é a equipa da ourivesaria primar por atendimento personalizado capaz de corresponder e satisfazer as necessidades dos clientes. No que diz respeito aos projetos de futuro, a entrevistada revela que passa pela “renovação do espaço físico, permitindo uma maior proximidade entre o cliente e o artigo, bem como, a diversificação da oferta em termos de artigos com novas marcas e novos artigos como relógios”, e salienta ainda que “comprar ouro é a melhor opção quer a nível de investimento, quer a nível de jóias de uso pessoal. Uma jóia em ouro é intemporal e define o requinte de quem a usa”, finaliza Gracinda Soares.

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CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO PESSOAL A vida é feita de desafios, escolhas, metas, altos e baixos e nem sempre nos sentimos capazes de ultrapassar este ou aquele momento mais delicado. Nem todos encaramos os problemas como aprendizagens e nem todos nos sentimos capazes para dar a volta a um problema amoroso, profissional, financeiro ou até de saúde. Enfrentamos uma sociedade exigente, crítica, impiedosa e com um ritmo alucinante onde o stress é uma presença cada vez mais assídua no nosso dia-a-dia. Urge, por isso, encontrar um espaço cujo objetivo é o de proporcionar às pessoas as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios do quotidiano. CAMINHO VIOLETA

CARINA PINTO DA COSTA Esse espaço surge na forma de uma clínica holística – O Caminho Violeta – clínica corpo e mente. Carina Pinto da Costa tornou, assim, real um propósito de vida e uns dos seus mais nobres contributos ao próximo. Foi há quatro anos que o projeto nasceu mas foi apenas um objetivo cumprido. Carina Pinto da Costa é uma jovem empreendedora que, como qualquer um, tem uma vida normal, com dúvidas, receios e problemas. Nem melhor, nem pior que ninguém. Contudo, há algo que a distingue: o seu dom mediúnico. Dom esse contra o qual Carina Pinto da Costa desde sempre se debateu. O caminho traçado pela jovem nem sempre foi fácil ou tranquilo. A fundadora d’ O Caminho Violeta, hoje com 30 anos, recorda-se de comunicar, desde sempre, com seres celestiais ajudantes dos planos superiores e ter premonições sobre o seu futuro e do daqueles que a rodeavam, como explica. “Naquela altura achava interessante ver aqueles seres coloridos mas, de facto, as coisas mudam quando temos avisos sobre pessoas que amamos e que vão partir e nada podemos fazer com a informação que nos é transmitida”. Essa impotência deu origem a um sentimento de revolta que se viria a refletir na procura de outros caminhos. Licenciou-se em Gestão e entrou no mercado de trabalho como qualquer outro profissional. Procurava, assim, uma vida “normal”. Contudo, quando há quatro anos e meio lhe foi diagnosticado cancro do colo do útero, a sua vida “normal” viria a mudar. Foi, desta forma, confrontada com algo de decisivo que a faria repensar toda a sua vida. “Julguei que havia chegado ao fim da linha, pois a minha luta e rebeldia contra aquilo que Eles me davam resultou 52 | PORTUGAL EM DESTAQUE

em doença. Fui submetida a uma cirurgia mas receando os possíveis tratamentos. Foi nessa altura que decidi assumir de vez o meu compromisso com Eles, quando me transmitiram a mensagem de que não teria de passar por todos os tratamentos dolorosos inerentes, uma vez que esse era o meu maior receio. Bastou a operação para que eu ficasse bem. E de facto, quando fui à consulta para saber qual o tratamento a que seria submetida, as análises demonstraram que as células cancerígenas tinham desaparecido. Desta forma decidi resignar-me comprometendo-me a 100 por cento com a minha missão”. A partir deste momento Carina Pinto da Costa começou a delinear aquilo que viria a ser O Caminho Violeta – o caminho da transmutação – que abriria portas pela primeira vez em 2013 no Porto e, em maio de 2014, abriria um segundo espaço em Vila Nova de Famalicão. Em junho de 2015, na mesma cidade, surge a clínica corpo e mente – O Caminho Violeta. Este é um espaço voltado para a saúde e o bem-estar holísticos que facilita ferramentas às pessoas para que estas possam crescer sozinhas e ajudar a ajudarem-se. O Caminho Violeta O Caminho Violeta tem como missão desmistificar conceitos e crenças no âmbito da espiritualidade de forma clara e abrangente, uma vez que este é um tema que causa alguma celeuma e é, por si só, abstrato. “É como se o Caminho fosse um comboio onde as linhas do mesmo estão a ser construídas por Eles e por aquilo que Eles vão colocando. Nós, no nosso espaço, apenas orientamos e transpomos barreiras no timing necessário com a ajuda de St. Germain, Jesus e os Anjos. Somos um todo que se vai transformando cada vez mais”, explica.Por isso o principal objetivo desta clínica é, nas palavras da sua mentora, dar novas ferramentas e soluções alternativas para quem procura ajuda. “Eu tento ajudar as pessoas a ajudarem-se porque foi o que nunca fizeram comigo. A vida tem desafios duros, provações, testes e cada pessoa vive de uma determinada forma e aprende com os seus desafios. As pessoas precisam acima de tudo de acreditarem nelas”, explica. Para levar a cabo a sua missão, O Caminho Violeta conta com uma equipa de 30 profissionais multidisciplinares com formação na área da saúde, do bem-estar e do exercício físico. Atualmente, o Caminho Violeta recebe pessoas de todo o país e, inclusivamente, Carina Pinto da Costa facilita consultas via Skype para pessoas que vivem no estrangeiro ou longe de Vila Nova de Famalicão. Projetos futuros Para complementar e alargar o trabalho que está a decorrer em Famalicão, a responsável vai abrir um novo espaço em Santo Tirso com capacidade para acolher pessoas e proporcionar retiros, entre outros serviços. “De momento, o espaço encontra-se em obras para que em janeiro seja possível a inauguração. Teremos todas as terapias que facilitamos em Vila Nova de Famalicão, mas incluiremos condições para alojar pessoas que pretendam realizar a sua Reabilitação Holística. Haverá também um espaço para Práticas do Corpo, da Mente e da Alma, bem como uma série de gabinetes que complementam especialidades já existentes”. Juntamente com esta nova aposta, Carina Pinto da Costa irá manter o espaço em Famalicão, tendo também outros projetos como O Instituto Holístico O Caminho Violeta que atuará no âmbito da formação e do desenvolvimento pessoal/transpessoal. Alicerçado na experiência e na prática dos processos pedagógicos e didáticos do desenvolvimento holístico de cada Ser Humano, o instituto oferece uma filosofia de formação e ensino a nível físico, mental, emocional, social e espiritual. Além destes projetos, conta ainda com uma área de voluntariado, em desenvolvimento, com o intuito de ajudar a criar novas perspetivas de terapias em instituições onde sejam necessárias.



ONDE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE SE FUNDEM O espaço que, outrora, foi uma das mais famosas tascas da região dá, hoje, lugar ao Restaurante 7 Olhinhos, em Guardizela. Se no passado era conhecida pelo vinho e pela sardinha frita, hoje, pelas mãos de Nuno Cunha, traz-nos o melhor da cozinha tradicional portuguesa.

ADEGA REGIONAL 7 OLHINHOS

Já dizia Fernando Pessoa: “Boa é a vida mas melhor é o vinho”, frase que nos recebe de braços abertos neste restaurante que, repleto de história, nos leva numa fantástica viagem aos anos 60 quando era, ainda, uma tasca. “Este espaço era uma tasca que vendia apenas vinho e sardinhas”, começa por explicar Nuno Cunha, dono do restaurante. “As pipas estavam espalhadas pela sala e no meio existia uma salamandra que aquecia os clientes enquanto bebiam o seu vinho e comiam os seus petiscos”. Nuno Cunha, que trabalha na restauração desde tenra idade, era cliente da casa e foi, desde sempre, apaixonado pela mística e pelo espírito que envolvia a tasca. Desta forma, decidiu ficar com o espaço quando, pela boca do antigo dono, soube que havia vontade de o vender. Desde os 14 anos que Nuno Cunha conhece a realidade deste serviço quando, por mera brincadeira, se iniciou com um part-time num restaurante, mas “as coisas começaram a ficar sérias e comecei a trabalhar durante o dia enquanto estudava à noite”, conta. Rapidamente se rendeu à profissão e formou-se, embora confesse que “é o dia a dia que traz a maior parte da experiência”. E foi a 30 de setembro de 2006 que a Adega Regional ganhou uma nova alma com uma nova cor pelas mãos de Nuno Cunha,

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que transformou a tasca num restaurante que alia, na perfeição, o requinte e a modernidade, não esquecendo o legado histórico que este espaço carrega. “Fomos construindo este restaurante aos poucos”, explica, “quisemos dar outro rumo à casa e mudar a mentalidade das pessoas que conheciam o espaço pela realidade antiga”, caminho que foi difícil e gradual e, por isso, nos primeiros dois anos funcionou, ainda, como tasquinha com pratos um pouco mais elaborados. “Conseguimos que as pessoas nos vissem com outros olhos e o 7 Olhinhos acabou por ser a ordem natural das coisas”, diz-nos. Decorado com motivos regionais, o 7 Olhinhos mostra-nos as raízes de um Portugal antigo, rustíco e, essencialmente, vínico, com uma garrafeira cuidadosamente selecionada pelo dono Nuno Cunha. A cozinha tradicional portuguesa do restaurante transforma a matéria-prima em verdadeiras iguarias, sendo que as especialidade recaem sobre o cabrito e a vitela assadas no forno e o polvo à lagareiro, não esquecendo as, já conhecidas, entradas que fazem as delícias dos clientes. Com uma equipa de seis pessoas, o 7 Olhinhos está fechado ao domingo à noite e à segunda-feira, sendo que ao fim de semana funciona mediante marcação. Porém, há um pormenor que deixa a todos com uma questão a colocar: porquê o nome 7 Olhinhos? Nuno Cunha responde-nos: “No início esse nome era uma brincadeira dos clientes. A verdade é que onde, hoje, é a cozinha do restaurante, na altura da tasca, era um escritório de uma carpintaria que operava ao lado, e a explicação é muito simples: nesse escritório trabalhavam três funcionários que, com curiosidade, espreitavam por uma pequena janela os clientes que passavam para a tasca. Então, os seis olhos dos três funcionários com a janela fazem os 7 Olhinhos que, como comentavam os clientes, estavam ali a olhar para eles”. Este é, por isso, um nome com história e que liga este novo espaço ao seu passado, passado, esse, que querem manter no futuro.


MAIA A Cidade da Maia é considerada como um importante centro cultural na região sendo de realçar variadas atividades ligadas ao teatro, à música, às artes plásticas e às tradições locais como as manifestações etnográficas visíveis nas festas religiosas que se realizam ao longo do ano. Também o Jardim Zoológico, o único do norte devidamente organizado, é ponto de encontro para muitos visitantes. A história deste município está, também, intimamente ligada à fundação da nacionalidade. Alguns autores defendem mesmo que o príncipe Afonso Henriques terá sido aqui educado, junto à família dos Mendes da Maia, a que pertenciam o arcebispo de Braga D. Paio Mendes e o famoso guerreiro Gonçalo Mendes da Maia, o ‘Lidador’, assim chamado por ter entrado em constantes lutas destemidas contra os sarracenos.

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ESPAÇO ACOLHEDOR E DE QUALIDADE Sediado em Milheirós, na cidade da Maia, o Restaurante Sabores de Prata, é um espaço acolhedor, caracterizado e conhecido pela qualidade dos seus pratos tipicamente portugueses. Em entrevista à Revista Portugal em Destaque, Hélio Prata, proprietário deste restaurante, fala-nos sobre a sua experiência nesta área e posterior crescimento na mesma, bem como das perspetivas para este espaço nos próximos anos. RESTAURANTE SABORES DE PRATA cional, com comida igualmente tradicional. Aos fins-de-semana, confecionamos essencialmente assados, um dia fixo por semana, cozido à portuguesa e as tripas à moda do Porto. Depois temos também pratos não tão tradicionais porque temos que nos manter atualizados. Temos uma carta com cerca de 17 pratos porque temos que ser transversais para satisfazer o pedido de todos os clientes. Durante a semana também confecionamos pratos económicos”. Subdividido em três espaços distintos, no Sabores de Prata, pode também realizar qualquer tipo de evento ou festividade, sendo que só um dos espaços tem capacidade para 150 pessoas. “Dispomos de serviço de take-away e fazemos muitos jantares de grupo e festividades como casamentos, batizados, comunhões, aniversários, entre outras. Para jantares de Natal já há um mês que temos a casa lotada em termos de reservas e já poucas aceitamos. Apenas no dia de Natal fechamos por completo mas, estamos abertos no dia de ano novo. Temos três salas, na sala superior temos capacidade para cerca de 80 pessoas, na sala inferior para cerca de 50 pessoas e ainda dispomos de um salão que é completamente independente do edifício do restaurante e que tem capacidade para 150 pessoas. Para este tipo de jantar temos música ao vivo porque atualmente só a comida não chega, o espaço é tradicional mas temos que nos adaptar ao público”.

HÉLIO E ARMANDA PRATA “Sempre trabalhei na área da restauração e o Sabores de Prata representa um avanço que, a certo ponto, tivemos que ter na nossa vida. Queríamos explorar um espaço maior e estamos aqui há cerca de três anos. Porém, é óbvio que um restaurante com esta envergadura já teria que ter bagagem anterior e a minha mãe, Armanda Prata, é chefe da cozinha e tem-me ajudado na gestão do restaurante. Já trabalhou em diversas casas mas, já há alguns anos que trabalha estabelecida e agora estamos neste projeto juntos, fazemos parceria e tem tudo corrido dentro das expectativas”, começa por explicar Hélio Prata. Questionado sobre os pratos confecionados e que distinguem o seu restaurante, o empresário foi perentório em afirmar: “uma casa como esta tem que ser conhecida pela sua comida, tudo o resto é acréscimo e, como sou portuense, achei que deveríamos manter a nossa cultura gastronómica e optar por um espaço como este, tradi56 | PORTUGAL EM DESTAQUE


Apesar do balanço destes três anos de atividade ser bastante positivo, o empresário enaltece também um dos pontos com que se tem deparado com maiores dificuldades, ou seja, em encontrar profissionais qualificados para laborarem na cozinha do seu restaurante. “O setor da restauração não é fácil, é essencial gostar desta área e, no meu caso, já é um gosto que vem de família, que sempre trabalhou na restauração e hotelaria. Mas, estes três anos foram positivos, correu melhor em algumas coisas que outras, mas confesso que melhor do que estava à espera. Temos um público muito diferenciado e primamos pela qualidade. Fazemos os pratos na hora, mesmo demorando algum tempo na sua confeção, pois utilizamos métodos tradicionais, mas no final o mais importante é servirmos pratos de qualidade e o cliente ficar satisfeito. No entanto, uma das maiores dificuldades que temos nesta área é arranjar pessoal para trabalhar, principalmente na cozinha. As pessoas por vezes não têm a real noção da dificuldade deste trabalho, estão habituadas a fazer pratos mais gourmet e não se adequam à confeção deste tipo de pratos. Já tentamos recorrer a escolas de hotelaria mas, sem sucesso. Servir à mesa, considero que é mais fácil por não se tratar de uma tarefa tão exigente”. Para o futuro, confessa que “se continuar nesta área nos próximos anos as perspetivas passam por um espaço maior. Gosto de ter os pés bem assentes na terra e, apesar de dominar e conhecer bem este setor, nem sempre é fácil. São muitas horas de trabalho e o acumular dos anos, ressente-se. Mas, não tenho medo de trabalhar e tenho muitos mais anos para trabalhar na restauração. Comecei a trabalhar num outro restaurante que a minha mãe teve na Maia e que era metade deste que temos no momento. Crescemos e queremos crescer mais mas, passo a passo”, finaliza Hélio Prata.

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BELEZA ALIADA À QUALIDADE A Pull Max PC importa os melhores produtos da área da cosmética e maquilhagem, sendo responsável pela sua distribuição em vários pontos de venda a nível nacional. Aliando a qualidade aos melhores preços do mercado, fomos conhecer a Pull Max PC, numa entrevista a Sofia Narciso, diretora-geral e Paulo Alves, diretor comercial. PULL MAX PC

PAULO ALVES E SOFIA NARCISO Desde 2007, que a Pull Max PC leva a todo o país produtos de qualidade de cosmética e maquilhagem. A empresa comemora no próximo ano dez anos de atividade, mas conta com profissionais experientes, que trabalham nesta área há largos anos e que decidiram fundar o próprio negócio. Questionados sobre o panorama do setor a nível nacional, os entrevistados revelam que apesar da dimensão, “Portugal é um mercado fantástico que está em franco desenvolvimento, entendemos a crise como uma nova oportunidade. O nosso mercado é de dimensão pequena, sendo que 70 por cento é adquirido pelo público feminino. Em termos de maquilhagem há uma evolução, as mulheres são inteligentes e já perceberam que os produtos não têm de ser de marca, por exemplo, com 50 euros podem comprar uma vasta panóplia de produtos de qualidade que se adequam às suas necessidades, quando antes, com o mesmo valor, apenas conseguiam comprar dois. De referir que todas as marcas que comercializamos têm vertente masculina, os homens hoje em dia estão cada vez mais preocupados com a ima58 | PORTUGAL EM DESTAQUE

gem”. O diretor comercial Paulo Alves esclarece que “a maquilhagem quanto mais saída tem, melhor é a sua qualidade. Um produto de alto consumo é melhor, porque tem muito menos componentes conservantes. Por exemplo, um batom de alto consumo é muito mais hidratante, enquanto os batons carreiristas, que vão para as lojas e estão quatro ou cinco meses em exposição, têm mais componentes conservantes tornando-se mais secos. Para além deste facto, uma outra vantagem está no preço, enquanto o batom de marca custa cerca de 30 euros o outro custa em média sete. Isto adapta-se a todos os produtos de maquilhagem, no geral, um mercado que está em expansão em Portugal”. Por outro lado, a diretora geral, Sofia Narciso revela que, no que diz respeito, aos cremes hidrantes e a toda a gama skin care a mentalidade ainda é a da compra dos mais dispendiosos, “os produtos hidratantes para a pele, que trabalhamos em paralelo à maquilhagem, são diferentes, nesta vertente, os clientes já desconfiam quando o preço é mais baixo. Mas há cremes que são vendidos em Portugal a mais de 20 euros e, no


restante mercado europeu, podem ser comprados a seis. Em Portugal, temos o problema do transporte e a distância, factores que encarecem o produto”. Sobre a origem dos produtos comercializados, os interlocutores revelam que atualmente, “trabalhamos com a Polónia, que tem produtos de muita qualidade e está a crescer e a desenvolver-se neste setor, apresentando já cinco marcas de referência para o mercado europeu. Estou convencido de que a Polónia poderá ter uma posição muito relevante em Portugal. Importamos também produtos de Itália e França. Atualmente, a maquilhagem e cosmética que importamos está disponível em parafarmácias e na rede de lojas Beauty Store e Suzy Petros. Optámos por não estar nas grandes superfícies, porque a política de mercado praticada não se coaduna com a nossa”, esclarecem. Sofia Narciso refere que é importante esclarecer que todos os produtos de maquilhagem e cosmética que são comercializados em Portugal “são supervisionados pelo Infarmed e têm de corresponder às normas de qualidade europeias”. Num balanço de quase dez anos de atividade, Paulo Alves conta que o principal desafio prendeu-se “com a reestruturação a nível interno, devido às mudanças no mercado. À medida que o tempo foi passando traçámos objetivos diferentes. Hoje assuminos com algum orgulho que demos o passo certo. Começámos a trabalhar marcas médias e populares, respondendo às necessidades de mercado, tivémos de alterar o nosso modelo de negócio, foi o maior desafio, abandonar o mercado médio passando a trabalhar com mais popular”. No que diz respeito aos projetos de futuro, os entrevistados revelam que passam “por continuar a explorar os produtos de gama popular, dado que o mercado tradicional está novamente em expansão. Nos próximos anos queremos explorar novas áreas de negócio, em final de 2017, devemos estar a trabalhar em novos mercados, porque para crescer é necessário diversificar”, finalizam Sofia Narciso e Paulo Alves.

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AVEIRO Aveiro é, atualmente, uma região em franco crescimento económico, que consegue aliar os testemunhos do passado às exigências atuais, envolvendo a Universidade de Aveiro, num caminho para o desenvolvimento sustentável que garantirá o futuro. O distrito está sub-dividido em vários concelhos, nomeadamente Vale de Cambra, Anadia, Oliveira de Azeméis, Mealhada e a própria cidade de Aveiro. São estes que merecem destaque nesta nossa edição.

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UMA EQUIPA PRONTA A CRIAR MAGIA A Firmino’s (marca registada) da empresa Surpresa Sensacional Unipessoal, Lda. nasceu em maio de 2014 do empenho de Rosa Maria e da sua equipa em criar uma empresa de pirotecnia e iluminações festivas com qualidade e nome reconhecidos. Desde então que o número de clientes e serviços prestados tem crescido constantemente e já são vários os concelhos nacionais onde é possível encontrar múltiplos eventos abrilhantados pela magia desta equipa.

FIRMINO’S

ROSA MARIA E FILHOS

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Há dois anos Rosa Maria resolveu arriscar e apostar tudo na criação de uma nova empresa de pirotecnica e iluminação. Este projeto, nascido após separação da empresa-mãe, tomou forma no concelho natal da responsável, Vale de Cambra, e teve um início árduo e muito trabalhoso. “Foram tempos muito difíceis, de muito trabalho e muita dedicação, de bater a muitas portas e muitas delas se fecharem. E depois de muita insistência e muita persistência, porque acho que o segredo passa por isso, pela persistência, pela dedicação, pelo empenho e pelo amor que tenho à profissão, conseguimos devagarinho, passo a passo, crescer”, explica a proprietária. O início da atividade da empresa foi marcado pela angariação de clientes e o investimento em materiais e equipamentos. Este esforço, combinado com o apoio incondicional de alguns amigos e de seus pais Preciosa da Conceição e Firmino Silva, garantiu à Firmino’s (marca registada) da empresa Surpresa Sensacional Unipessoal, Lda. os primeiros trabalhos, essencialmente de dimensão pequena e na área da pirotecnia. O salto para trabalhos maiores aconteceu com alguma celeridade, como nos explica Rosa Maria. “Quando comecei a ter mais material, material diversificado com qualidade, vieram mais clientes. Depois dos primeiros trabalhos postos, quando as pessoas começaram a ver a qualidade que tinham, a assistência que tinham, o tratamento que damos aos clientes, começamos a ter mais pedidos”. Este crescimento nas encomendas representou um aumento de sensivelmente 80 por cento na atividade da empresa após um ano. Números revelado-


res de um sucesso considerável e que a proprietária atribui essencialmente à política de trabalho da Firmino’s (marca registada) da empresa Surpresa Sensacional Unipessoal, Lda. e à equipa que a rodeia. “Não devo isso só a mim, devo isso a quem está ao meu lado, aos funcionários e ao meu marido que é chefe de equipa. Quem vem à minha procura tem que vir à procura de qualidade, de bom atendimento, de simpatia e de profissionalismo”, refere. Projetos de excelência em todo o país Atualmente a Firmino’s (marca registada) da empresa Surpresa Sensacional Unipessoal, Lda. trabalha a nível nacional, com marcações a ocuparem os 12 meses do ano. Responsável pela iluminação de vários eventos e romarias, a equipa de Rosa Maria não se limita apenas a montar os projetos executados, procurando sempre melhorar aquilo que é proposto e idealizar de forma única cada iluminação. Para além deste trabalho, a empresa está também a trabalhar internacionalmente em parcerias com outras empresas, como nos explica a responsável. “Trabalhamos muito com municípios, juntas e com muitos clientes particulares grandes. Além disto, estamos também a fornecer material para Luanda, damos formação e fazemos os projetos para ser feita a montagem”. Apesar desta expansão, esta equipa aposta numa relação de lealdade com os seus clientes e não deixa por isso de lado os mais antigos, que acompanharam desde o início a atividade da empresa. “Mesmo os clientes mais pequenos, se me acompanharam desde início têm lugar cativo porque me deram o benefício da dúvida. Eu organizo os clientes não pelo valor dos trabalhos, mas sim pela ordem de chegada e pelos clientes que já pertencem à casa, que já são meus amigos”. Este tipo de decisão exemplifica aquilo que Rosa Maria considera os requisitos essenciais para ter sucesso no mundo dos negócios e dirigir uma empresa forte: humildade, gosto pelo trabalho e determinação. “Hoje em dia falta muito nos empresários paixão, carácter, sensibilidade. Falta a palavra. Eu acho que a humildade é a base de tudo – para sermos grandes primeiro temos que ser pequeninos e a humildade não se pode perder. Independentemente de ter um milhão ou dez euros no bolso eu sou sempre a mesma pessoa. Mas tive que por a máscara de uma mulher firme, de pulso, que sabia o que estava a fazer para vencer num mundo de homens”.

mas não me parece que seja possível, as pessoas não estão recetivas a esse crescimento. E é uma pena, porque Vale de Cambra tem muitos jovens talentosos, empreendedores, que podiam levar o nome da cidade a outros cantos do país”. Sucesso construído em equipa O sucesso da Firmino’s (marca registada) da empresa Surpresa Sensacional Unipessoal, Lda., que requereu muito empenho e vontade de Rosa Maria, existe, nas palavras da proprietária, para ser partilhado com a equipa que todos os dias a acompanha. “Quero deixar um agradecimento aos meus funcionários - Luís Almeida, Luís Rafael, Jorge Castanheira e em especial ao meu marido, João Miguel. Quero dizer que agradeço o empenho deles, o profissionalismo. Porque onde quer que vamos passando, em qualquer evento ou romaria, pequenas ou grandes, nós vamos deixando a nossa magia espalhada e o nosso nome vai-se tornando cada vez mais um orgulho para mim, é um nome referenciado e uma marca muito elogiada”. Para a responsável, mais do que sucesso económico, a empresa conseguiu ao longo destes anos criar uma equipa unida e capaz que age como uma família e com a qual sabe que pode contar em qualquer momento. Um feito que advém da cultura de reconhecimento e respeito que sempre procurou manter com todos os funcionários da empresa. “Eles são os meus braços na rua, são uma equipa fora de série: humildes, trabalhadores, leais acima de tudo e sempre dispostos a satisfazer qualquer pedido. Independentemente de sermos patrão e funcionários, somos todos amigos e para mim isso conta muito”. A nossa interlocurtora termina esta enta entrevista deixando um agradecimento a Daniel e Cidália, “dois amigos que são como família”.

Um futuro de expansão contínua Embora a Firmino’s (marca registada) da empresa Surpresa Sensacional Unipessoal, Lda. tenha obtido um crescimento fulgurante nos últimos dois anos, Rosa Maria continua a pensar no desenvolvimento da empresa e tem por isso já idealizados alguns planos concretos. O primeiro é a criação de uma fábrica de pirotecnia, que permita incrementar os serviços que presta neste campo. “De futuro eu gostaria de ter uma fábrica a laborar com instalações de topo. Assim, poderia criar mais postos de trabalho, aumentar a equipa para chegar a mais cidades do país e fora”. Outro ponto importante para Rosa Maria é o aumento das instalações que possui, para poder acondicionar melhor os seus equipamentos e materiais e poder dar mais resposta em termos de encomendas de iluminação. “As instalações que tenho são grandes, mas já não chegam. Para conseguir crescer preciso de umas instalações maiores”, explica. Estes objetivos estão já a ser trabalhados pela responsável, até porque a mesma vê já nos filhos a vontade para continuar a sua empresa. “Acho que já tenho uma geração decidida a continuar o meu trabalho. Os meus filhos mostram vontade e eu acho que eles têm fazer o que gostam. Queria uma coisa mais leve para o futuro deles, mas acho que não vou ter sorte. Eles já sabem opinar e já criticam o meu trabalho”, explica. O único ponto menos positivo nestes planos de expansão são as limitações que a empresária deteta no seu concelho. “Eu queria ficar no meu concelho, PORTUGAL EM DESTAQUE | 63


UMA SEMENTE DE BEM-FAZER Com 64 anos de história, a Misericórdia de Vale de Cambra não é apenas uma instituição prestigiada com uma tradição de intervenção é também uma grande protagonista do presente. A comprovar isso mesmo está o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta instituição em todas as suas respostas sociais.

SCM DE VALE DE CAMBRA

MESA ADMINISTRATIVA Fundada a 5 de maio de 1952, a Misericórdia de Vale de Cambra é Instituição Particular de Solidariedade Social, que tem revelado uma extraordinária capacidade de se renovar e de atualizar o seu papel na sociedade. Na sua génese, o objetivo da instituição era a construção de um hospital, contudo com a Revolução de 25 de Abril, a intervenção social passou a ser o foco. A coragem e ousadia dos seus órgãos sociais, o apoio dos beneméritos e os fundos comunitários permitiram edificar um projeto de intervenção social de referência. Atualmente, a Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra tem um conjunto de valências sociais que marcam a diferença, nomeadamente Creche, Jardim-de-infância, ATL e CAT (Centro de Acolhimento Temporário de Menores) dedicadas à infância com um universo de 250 crianças. As respostas sociais dedicadas à terceira idade são o Lar de Idosos, Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de mais de 240 idosos. No âmbito do apoio prestado à pessoa idosa e, particularmente direcionado, a quem, por motivo de convalescença, ausência temporária do cuidador, necessite de cuidados e de assistência 24 horas, o Lar de Burgães dispõe ainda do serviço de internamento temporário. A estas respostas, acrescenta-se ainda uma Unidade de Cuidados Continuados. “A Misericórdia de Vale de Cambra assume um papel de intervenção social bastante ativo. Como muitas instituições de carácter social, nos últimos anos, tem vindo a ser chamada a um esforço maior, dada a situação de carência social”, sublinha o provedor António de Pina Marques, afirmando que espera que o atual governo revogue o regime sancionatório que penaliza as instituições que deem apoio para além da sua capacidade reconhecida, bem como a revisão urgente de todos os acordos sociais. Há dez anos a liderar a Mesa Administrativa da Misericórdia de Vale de Cambra, An64 | PORTUGAL EM DESTAQUE

tónio de Pina Marques traça um balanço positivo, relevando a “fantástica” equipa de 114 colaboradores que todos os dias mostra dedicação, empenho e entrega no exercício das suas funções. Por outro lado, salienta os excelentes equipamentos sociais, que proporcionam a todos os seus utentes condições adequadas ao seu conforto e bem-estar, aludindo à implementação do Sistema de Gestão da Qualidade obtendo a certificação ISO 9001, que imprimiu na instituição a busca contínua pela qualidade, excelência e melhoria contínua. “No serviço de apoio domiciliário, estamos constantemente a lançar desafios às nossas equipas para inovarem. Brevemente, teremos um reforço na nossa equipa para que se perceba as necessidades das pessoas e possamos ampliar a capacidade de resposta (acompanhamento a consultas, ao cabeleireiro, às compras, e outras), enfim, tudo o que as pessoas necessitam para seu bem-estar, de forma a elevar a autoestima dos nossos utentes”, esclarece o provedor, afirmando que a dinâmica e visão da instituição é visível em vários projetos. “Recentemente tivemos a oferta de um equipamento por parte do Comendador Eng.º Ilídio Pinho para a instalação do sistema cardio on com a colaboração do cardiologista João Guimarães”, que permite a elaboração de eletrocardiogramas no quarto de uma pessoa que esteja em situação de crise. “Quando solicitamos os serviços de socorro e emergência médica, temos a possibilidade de efetuar um eletrocardiograma que é enviado para um gabinete de cardiologia e no prazo de 30 minutos, é enviado um relatório. É uma mais-valia, porque se trata de um indispensável elemento auxiliar de diagnóstico”. Para isso, a Misericórdia de Vale de Cambra instalou o sistema wi-fi no Lar de Idosos, o que também permite que qualquer pessoa no seu quarto tenha a possibilidade de aceder à internet, até porque cada vez mais os utentes dominam as no-


vas tecnologias e será uma forma de estar mais em contacto com os seus familiares. António de Pina Marques salienta também o projeto que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal para a construção, no espaço do Lar, de um arquivo central e um espaço polivalente que será auditório, espaço de fisioterapia e de lazer. “Estamos a desenvolver um projeto para concentrar o setor da infância na zona da nossa creche, que terá também um espaço multiusos”, revela. Uma instituição dinâmica António de Pina Marques destacou ainda a dinâmica da instituição, salientando a edição de boletim anual, do Anuário da Infância e da Monografia da Misericórdia, mas também a participação na comunidade ao nível de lançamento de projetos como o ‘Cuidar de quem Cuida’, e o ‘Banco Solidário’. “Há ainda um conjunto de preocupações, nomeadamente ao nível da inclusão e prevenção das crianças e jovens”, sustenta, sublinhando ainda a celebração do Dia do Colaborador e Dia Aberto da Instituição, Jantar de Natal e as Marchas de Santo António. Mensagem do provedor “Falamos de memórias, por isso não posso deixar de homenagear todos os órgãos sociais que nos antecederam, todas as pessoas que deram atenção à Misericórdia pelas suas benemerências, donativos e apoios, os Irmãos e os nossos colaboradores, uma equipa fantástica que tem emprestado à instituição o seu empenho e dedicação. Um reconhecimento também aos sucessivos governos, que nos concederam apoio para o fundo de equilíbrio financeiro, bem como o apoio dos fundos comunitários. Ainda à UMP pelo apoio concedido desde a primeira hora em que assumimos a administração. A minha mensagem é portanto de gratidão a todos os que se envolvem e preocupam com este projeto social”.

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O ENCONTRO ENTRE GASTRONOMIA, RELIGIÃO E LAZER Abel Soares, atual presidente da junta de freguesia de São Pedro de Castelões, de Vale de Cambra, recebeu uma herança complicada. Porém, depressa deu a volta por cima e no seu primeiro mandato conseguiu “abater a dívida praticamente toda”, ao mesmo tempo que realizou bastantes obras necessárias. FREGUESIA DE S. PEDRO DE CASTELÕES

ABEL SOARES A Portugal em Destaque visitou a Vila de S. Pedro de Castelões e descobriu uma freguesia de amplos espaços verdes cuidados, longas estradas pavimentadas e uma população calorosa. Fomos recebidos pelo presidente da junta. “Desde 29 de setembro de 2013”, quando este executivo foi eleito, presidido por Abel Soares, já conseguiram “fazer muito”. “Era uma junta deveras endividada”, expôs, “fruto de uma redução de custos bastante acentuada. Fomos capazes de transformar um saldo negativo de cerca de 150 mil euros numa dívida praticamente abatida”. Devido a este débito, S. Pedro de Castelões sofria com a “falta 66 | PORTUGAL EM DESTAQUE

de credibilidade” junto dos fornecedores que, por sua vez, não apresentavam preços tão atrativos como a outras instituições. A junta procedeu a um acordo judicial pacífico com a empresa maior credora de forma a resolver a situação, o que decorreu com sucesso. “Tem sido um mandato muito cauteloso, de rigor financeiro e sempre com muita contenção de custos”, refere Abel Soares, “somos pessoas de contas certas e temos vindo a rectificar algumas situações que até então não estavam a ser feitas da melhor forma, por exemplo, a nível de gestão”. Desta forma, foi revertida a reputação da junta de freguesia para “uma entidade credível”, que só adquire aquilo que pode pagar. “E como vamos pagar, exigimos mais dos nossos fornecedores, ou seja, melhores preços”, reitera o presidente. A Lei dos Compromissos, de fevereiro de 2012, impediu as autarquias locais de perpetuar o hábito conhecido como “mandar fazer e depois pagar”, que resultava em endividamento. “O facto é que agora temos as contas em dia e, assim, conseguimos os melhores orçamentos para os projetos que pomos em andamento”, orgulha-se, “nesse aspeto, temos uma saúde financeira bastante aprazível, conseguida em apenas três anos”. O presidente acrescenta, ainda, que em duas décadas nunca as contas estiveram “tão certas como neste executivo”. Os quase oito mil quinhentos habitantes, daquela que constitui a maior freguesia do concelho, são “bastante afáveis e compreensivos”, ao mesmo tempo pretendem que “os responsáveis que estão à frente da instituição zelem pelos seus interesses o melhor possível”, como é natural. “Este executivo está bem visto pela população de S. Pedro de Castelões, que acredita em nós pelas provas que já demos, graças a coesão que existe entre todos os membros do executivo, e ao trabalho honesto que tem vindo a ser desenvolvido, não descriminando ninguém e sempre tomando as melhores opções nos trabalhos e projectos a ser realizados”. Os projetos realizados pela junta têm sempre uma dimensão ponderada, uma vez que o orçamento não dá lugar a grandes margens de manobra. Recebem algum apoio da Câmara Municipal de Vale de Cambra, apesar de o presidente entender que é insuficiente em relação a “dimensão da freguesia”. Apesar de tudo, as relações entre estas duas instituições “são ótimas” e realizam parcerias em algumas obras e serviços. A nível de emprego “aqui não temos carência, quem quiser trabalhar arranja sempre”. O concelho de Vale de Cambra é dos mais industrializados do país, o que acaba por beneficiar a freguesia “encostada à parte urbana da cidade” e habitada por “muitos empresários”. Questionado acerca das associações, respondeu-nos que a nível social poderíamos encontrar a Santa Casa da Misericórdia e o Centro Social de S. Pedro de Castelões, bem como uma sucursal da Associação Pais e Amigos do Cidadão Deficiente. “As forças vivas da nossa freguesia são muitas, desde desporto a cultura. De relevante poderei referir o Grupo Folclórico Etnográfico de S. Pedro de Castelões, considerado o nosso maior embaixador”, assim como o Grupo de Escuteiros e tantos outros. O presidente confessa que


todas as associações merecem o “nosso reconhecimento” e até um maior apoio monetário, que “infelizmente não tem sido possível, no entanto apoiamos pontualmente certas iniciativas quando estes o solicitam”. Os dois maiores eventos de maior relevância são a Feira da Castanha, que se realiza no início de novembro, e a Semana Cultural, que acontece entre o fim de junho e o início de julho, sendo esta conhecida pelos famosos rojões. O primeiro já é um evento conhecido a nível nacional, graças ao esforço de divulgação deste executivo. “Temos as melhores castanhas de Portugal segundo os experts da Europa”, assegura-nos. Juntamente com estes aspetos, S. Pedro de Castelões é conhecido pelo Parque de Nossa Senhora da Saúde da Serra, assim como outros monumentos religiosos, a Praia Fluvial, a nossa gastronomia, tudo isto faz com que, se desloquem a nossa freguesia milhares de forasteiros. As prioridades atuais consistem em terminar o edifício da junta de freguesia, para desocuparem as instalações provisórias. O presidente também gostaria que existisse maior oferta a nível de instituições para o cuidado de idosos, e revela que ambiciona erigir um monumento simbólico, dedicado aos soldados que combateram nas guerras na praça central, assim como ampliar o cemitério paroquial e outras. Abel Soares não tenciona recandidatar-se, apesar de “gostar imenso” daquilo que faz e manifestar que é “uma experiência de vida bastante gratificante”. O executivo encontra-se a fazer o seu trabalho “o melhor possível, sempre com o espirito de missão, para que os Castelonenses fiquem satisfeitos, não se sintam desfraldados”. Por fim agradecer aos seus colegas do executivo o empenhamento e dedicação demonstrado ao longo do mandato e a todos os funcionários da junta de freguesia. E nesta época natalícia, aproveita para desejar umas Boas Festas e um Feliz Ano Novo aos Castelonenses espalhados pelo mundo, assim como a todos os residentes.

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UMA TERRA DE HISTÓRIA E PATRIMÓNIO Em entrevista à Portugal em Destaque, o presidente Jorge Paiva faz-nos uma apresentação da freguesia de Fajões, território que foi elevado a vila em 1995 e que goza de um incomparável património histórico e cultural.

JUNTA DE FREGUESIA DE FAJÕES

JORGE PAIVA

Inserida no concelho de Oliveira de Azeméis, Fajões é “uma terra com alguns séculos de existência, muito embora com a presença de vestígios de há cerca de seis mil anos”, introduz o atual presidente da Junta de Freguesia, Jorge Paiva. Contando com cerca de 3200 habitantes, propagados por uma área total de 8.12 quilómetros quadrados, este corresponde a um território de caráter semi-rural, que se orgulha de uma taxa de desemprego “de valor residual”. Um dos aspetos que ajuda a explicar tal fenómeno prende-se com a diversidade e riqueza do tecido empresarial existente na freguesia. Os setores de atividade oscilam, efetivamente, da tubaria para a construção civil e obras públicas, à indústria de moldes para componentes automóveis. Também dignos de nota 68 | PORTUGAL EM DESTAQUE

para a economia local são, todavia, setores como o calçado, o fabrico de louça artesanal, a extração de inertes ou a indústria de plásticos. Claro está que uma heterogeneidade como esta não se constata por mero acaso, mas antes pelo esforço que o presidente da Junta de Freguesia sempre assumiu na tentativa de dinamizar e assegurar o desenvolvimento da vila. De facto, “tenho todo o gosto e apoio incondicionalmente toda e qualquer indústria que se queira implantar” no território. Um vasto património Apesar de, “em termos culturais e artísticos não termos um património muito remoto”, existem na freguesia “algumas construções de cariz agrícola”, nomeadamente no Lugar de S. Mamede e no Lugar de Passos. Estes correspondem a “dois dos espaços mais antigos da vila, que preservam um pouco da sua história”, prossegue o nosso interlocutor. Falar de património quando o tema é Fajões implica, forçosamente, uma referência aos “cerca de 20 moinhos construídos e instalados à face do rio Antuã”, merece destaque o Dólmen da Mourisca, que reflete o povoado de então. Preservar estes artefactos da história local e “colocá-los à disposição das comunidades escolares” corresponde a uma das grandes prioridades do atual executivo, continuando Jorge Paiva a pugnar – junto de instituições como a Câmara Municipal ou a associação de desenvolvimento regional ADRITEM – por um projeto que possibilite o levantamento do estado de conservação destas mesmas construções. Lamentando a dificuldade na obtenção de apoios financeiros, o nosso interlocutor garante, no entanto, que “quem porfia sempre alcança”. Já no que respeita ao património religioso, destaca-se a Igreja Matriz, uma “construção imponente, com cerca de 150 anos, que se abre a todo o vale da freguesia e proporciona uma paisagem muito bonita”. Também de visita obrigatória são, no entanto, construções tais como a Capela do Côto (“uma construção ímpar em granito”), ou as Capelas de Nossa Senhora da Lapa e de Nossa Senhora da Saúde, entre outras. Esta última encontra-se situada na Quinta de Fajões, “um espaço adaptado para a gastronomia e digno de ser visitado, onde se realizam diversos eventos e festas”. Vocação turística Se falássemos de Fajões sem referir, todavia, o Monte de São Marcos ficaríamos com um retrato incompleto da vila. Situada a “476 metros de altitude”, no cimo da montanha, encontramos a Capela de São Marcos e um dos grandes orgulhos da freguesia. A partir do Monte de São Marcos – e sempre que o clima assim o permita – “podemos ver, a olho nu, a refinaria de Leça da Palmeira, a Costa Nova (desde Aveiro quase até Mira) ou a ponte da Varela, na Torreira”, enumera Jorge Paiva. Já com o auxílio de binóculos, “podemos atingir o alto do Monte de Santa Luzia”, em Viana


do Castelo. “Ao longo dos anos, temos vindo a criar condições para que este espaço se mantenha vivo diariamente”, assegura o nosso entrevistado, dando como exemplo o gradual reforço de iluminação e a construção de infraestruturas como bancos e mesas, também relevante é o auditório que foi construído há cerca de 20 anos e que permite, não só o apoio de um bar como permite a realização de eventos culturais. A este respeito, o presidente da Junta de Freguesia lamenta que “num passado não muito distante, quem me antecedeu teve a oportunidade de trabalhar o Monte de São Marcos e não o fez”.

fazer através da parceria com a INDAQUA, para que esta realidade seja finalmente verdade. Já em contexto de conclusão, o porta-voz deixa “uma mensagem de esperança para a freguesia”, esperando que os seus habitantes possam vir a encontrar, no futuro próximo, “uma qualidade de vida ainda melhor” e a possibilidade de “empregos estáveis”. Acima de tudo, “penso que, neste mandato, contribui para pacificar a freguesia, tentei resolver os problemas e colocar Fajões num patamar de reconhecimento”, antes de terminar com um último apelo: o de “que, todos juntos, nos façamos ao caminho”.

Projetos futuros Acima de tudo, o nosso interlocutor assume-se como um homem determinado em “estancar os problemas” identificados pela Junta de Freguesia. Não admira, nesse âmbito, que o atual executivo encontre em causas como a reabilitação e potencialização de todo o património um grande ponto de honra. A título de exemplo, “pretendemos criar mais espaços de lazer e reforçar a iluminação do Monte de São Marcos, dinamizando o morro para fins turísticos”. Outro projeto em cima de mesa passa pela requalificação das margens do Rio Antuã, obra que “dará muita mais beleza a esse espaço”, caracterizado pela limpidez das suas águas. De resto, e orgulhando-se de vitórias como a renovação dos estabelecimentos de ensino presentes na freguesia, Jorge Paiva identifica na “limpeza e manutenção das ruas” um dos aspetos mais importantes para o bem-estar de Fajões, nunca se poupando a esforços para o continuado alcance deste objetivo. Gostava diz o nosso interlocutor, de ver a freguesia dotada a curto prazo do abastecimento de água e saneamento ao domicílio, pois não entende como é possível em pleno século XXI, Fajões, não ter estes dois importantes meios de defesa do ambiente. Parece-nos importante referir todo o esforço que a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, quer

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TRABALHAR PELA COMUNIDADE Num trabalho especial sobre Oliveira de Azeméis, é inevitável um artigo sobre Carregosa. Para tal, nada melhor do que uma conversa com António Aguiar, presidente desta Junta de Freguesia, que faz à Portugal em Destaque uma viagem pelas realidades da freguesia.

FREGUESIA DE CARREGOSA

ANTÓNIO MANUEL AGUIAR 70 | PORTUGAL EM DESTAQUE

António Manuel Aguiar, atual presidente da freguesia de Carregosa, trabalha, também, na sua empresa de carpintaria e mobiliário. Este dirigente começou por referir que foi presidente de uma coletividade durante dez anos, sendo o seu fundador e sócio número um e que foi neste projeto que nasceu o gosto de ajudar a comunidade. Passaram-se oito anos até que surgiu o convite para o cargo de presidente de Junta de Freguesia. Apesar de nunca ter tido a ambição de ser edil de Carregosa, “aceitei o cargo porque penso que todos temos obrigações e responsabilidades perante a sociedade. Era chegada a minha vez de trabalhar em prol da minha comunidade”. Sabia para o que vinha e veio com o espírito trabalhador, com o espírito de conseguir dar o melhor de si aos fregueses, mas considera que sem a sua equipa nunca o teria conseguido. “Somos uma equipa forte e jovem, e penso que temos feito um trabalho aceitável, dentro dos parâmetros propostos. Trabalhamos pelo bem da freguesia”, explica. Serviços à população Questionado sobre os apoios do Executivo à população, o nosso interlocutor refere que a Junta de Freguesia é sempre a primeira entidade a quem dão conhecimento das falhas e dos problemas que surgem. “Costumo dizer que nós somos o primeiro socorro para tudo e todos”, comenta António Aguiar. São sempre os primeiros a ser avisados se algo acontece e tentam sempre ajudar todas as pessoas. Aqui, os apoios são os mais variados, nomeadamente de cariz social, com a comissão social da freguesia, “que voltou a dinamizar-se, com a ajuda da junta”, e que se tem revelado uma peça fundamental no auxílio às carências sentidas pela população. Felizmente, a freguesia de Carregosa tem a maior parte dos problemas sinalizados, problemas esses que estão já a receber as ajudas necessárias. No que à vertente cultural diz respeito, são muitas as atividades que passam pelos seus espaços e que permitem à freguesia disfrutar de momentos verdadeiramente enriquecedores, também é de referir o excelente trabalho das diversas Associações Carregosenses, que dinamizam projetos em áreas diversas como a dança, o teatro, o futsal e o futebol, pois “temos um clube de futebol com mais de 50 anos e uma Banda de Música que irá completar, brevemente, o 126º aniversário”. A Junta funciona diariamente das 14 horas às 17:30, para que seja possível uma maior proximidade e ajuda à população.


O melhor que a junta faz, na opinião do presidente, é tentar entender os problemas e, de alguma forma, solucioná-los. Principais alterações Assim que assumiu o comando do Executivo, a primeira alteração deu-se logo na forma de trabalhar do mesmo. “Precisávamos de abrir um pouco o leque que tínhamos”, explica. Por exemplo, neste momento têm 12 coletividades ativas a funcionar em pleno, “conseguindo uma união e um trabalho conjunto em prol da freguesia”, expõe António Aguiar. Recentemente foram criadas para os mais idosos atividades como a ginástica, que decorre duas vezes por semana. Na avaliação feita pelo presidente da junta sobre Portugal, “podemos considerar que cada vez mais temos tido um grande crescimento na esperança média de vida, o que faz com que haja muita população envelhecida”. Mas Carregosa é uma boa freguesia para os seus idosos, “temos tudo o que necessitam: uma farmácia, um centro de saúde, correios, restaurantes e supermercados. Não há necessidade de sair da freguesia, temos todas as funcionalidades para proporcionar qualidade de vida”. Setor económico Nesta freguesia estão localizadas duas grandes empresas, fazendo com que haja um grande crescimento económico na localidade: a Ferpinta e a Polisport, que são líderes mundiais nos diferentes setores, que aumentam a empregabilidade, “re-

duzindo a taxa de desemprego na nossa freguesia, o que é fundamental para estabilidade económica das nossas famílias”. A indústria é assim, o setor com maior impacto em Carregosa, tendo como exemplo, para além das empresas referidas, também a indústria de calçado, dos moldes e a carpintaria. Projetos e objetivos “Os objetivos continuam iguais desde o primeiro dia deste mandato”, comenta o presidente que gostaria de melhorar os acessos à zona Industrial e a rede viária da freguesia. Para isso, irá ter a ajuda de um grande parceiro, a Câmara Municipal, que irá participar na realização das referidas obras, bem como no alargamento do cemitério. O principal projeto que se encontra em curso, e que mereceu o destaque do edil é o Parque Ribeirinho, junto ao rio Antuã, um parque virado para a natureza, que terá um circuito pedestre e um anfiteatro ao ar livre, tentando incluir uma praia fluvial. “Quero que o próximo festival da Banda de música seja feito no parque, sendo que para isso, parte da obra terá de estar concluída em maio de 2017”, explica. Existe ainda um projeto de construção de habitações sociais, que envolve a reconstrução de uma escola antiga, para criar habitações comunitárias. Estes dois projetos fazem parte de candidaturas, ao Programa Portugal2020, programa ao qual a freguesia se candidatou, esperando um desfecho positivo, de forma a proporcionar mais e melhor qualidade de vida, a todos os Carregosenses.

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INSTITUIÇÃO EM CONSTANTE DESENVOLVIMENTO Ilda Ferreira é a diretora do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis e, em entrevista fala-nos sobre os seus projetos diferenciadores.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FERREIRA DE CASTRO

Peço-lhe que apresente este Agrupamento de Escolas aos nossos leitores. Estas são já as terceiras instalações desde a fundação da Escola Básica e Secundária Ferreira de Castro. Em setembro de 1988, a escola mudou as suas instalações do centro da cidade para Lações de Cima. Entre 2009 e 2011 a escola foi remodelada e ampliada pela Parque Escolar, EP, no âmbito de um plano nacional de modernização de escolas secundárias. O edifício passou a ter uma configuração diferente e única, tendo incorporado os cinco blocos existentes até 2009. No edifício sede, funcionam o 2º, 3º ciclo e o ensino secundário. Ao longo do tempo, a sua oferta formativa centrou-se em múltiplas áreas de estudos, com relevo para os cursos científico-humanísticos de ciências e tecnologias, línguas e humanidades, ciências socioeconómicas e artes visuais. Com a introdução dos cursos profissionais, têm assumido relevo os cursos de Design, Gestão, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos. Temos apostado em novas áreas, como Higiene e Segurança no Trabalho, um curso cada vez mais pedido nas empresas, mas não muito atrativo para os alunos, apesar de ser o único com certificação profissional. Temos uma parceria com a Escola Superior de Enfermagem, na qual são lecionadas algumas aulas técnicas. Em junho de 2012, com a agregação dos Jardins de Infância e escolas EB1 das Freguesias de Ossela e Santiago de Riba Ul, e ainda da EB1JI de Lações, a Escola Secundária Ferreira de Castro, passou a denominar-se Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro. O Agrupamento de Escolas potenciou uma oferta educativa mais abrangente cuja constituição integra quatro Jardins de Infância com seis turmas distribuídas pelo JI Vermoim, JI de Lações, JI de Outeiro e JI do Cruzeiro, num total de 100 alunos. Todos os Jardins de Infância disponibilizam a Componente de Apoio à Família nas vertentes de prolongamento de horário e almoço e ainda transporte nos JI das Freguesias de Ossela e Santiago de Riba-Ul. Temos também uma vertente formativa, destinada a adultos, que é o Centro para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP). Foi pioneira no desenvolvimento de novos cursos… Orgulho-me, enquanto dirigente de um órgão de gestão, de ter

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aceitado o desafio lançado pela Universidade de Aveiro. Na sequência da criação dos primeiros Cursos de Especialização Tecnológica (CET), criou-se uma parceria que envolveu a Universidade de Aveiro, o Centro Tecnológico do Calçado e uma escola secundária. Assim nasceram os cursos de Design de Calçado e Marroquinaria e de Programação e Gestão de Redes Informáticas que constituem uma oferta formativa local e nacional. Dos projetos desenvolvidos, quais os que mais se orgulha? A escola encontra-se envolvida em vários projetos: ‘Tablets em sala de aula’, ‘Escola com Saúde’, ‘Eco Escolas’, ‘Diversão Solidária’, ‘Oficina dos Media’, ‘Rádio e televisões escolares’, ‘Vejo-me grego com estes romanos’, ‘Introdução à Programação no 1.º ciclo’, ‘Clube de robótica’ e ‘Ciência na Escola no 1.º ciclo’. O projeto ‘Diversão Solidária’ é um projeto emblemático do agrupamento, criado no ano letivo 2009/2010. De modo a evitar a iniciação precoce nas práticas jogo, consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, criou-se um espaço de diversão onde se tornou possível ocupar o tempo livre dos alunos de forma recreativa. Paralelamente, dado as dificuldades económicas de algumas famílias, associou-se ao projeto uma vertente solidária de apoio a famílias carenciadas. Somos uma Escola Solidária e fomos reconhecidos a nível nacional pela Fundação EDP entre as 11 escolas vencedoras. Quanto aos serviços disponibilizados pela escola, destacam-se os Serviços de Psicologia e Orientação, o Gabinete de Apoio aos Alunos, o Gabinete de Informação ao Aluno, o espaço Diversão Solidária e o ATL – Prolongamento de horário. O Gabinete de Apoio ao Aluno é um serviço de acompanhamento também da restante comunidade escolar que trata essencialmente de questões comportamentais, mediação de conflitos e outras situações disfuncionais diagnosticadas. O Gabinete de Informação e Apoio é um espaço criado no âmbito do Projeto de Educação para a Saúde e da Educação Sexual. Este serviço está aberto a todos os alunos e tem o apoio de uma enfermeira e um psicólogo. Sente-se realizada com o trabalho desenvolvido? Que patamar gostaria de alcançar? Estou satisfeita, cumpri o plano de ação estratégico a que me propus no âmbito da minha candidatura e sinto-me realizada. A escola tem sido reconhecida com a atribuição de vários prémios nacionais e internacionais, como os prémios ‘Sapo’ onde obtivemos vários prémios de ouro em várias modalidades, entre outros. Fomos a escola pioneira no concelho na criação de um ATL para o 2.º e 3.º ciclos e um gabinete de apoio ao aluno que dispõe de um código de conduta. Temos honrado o nome do nosso patrono Ferreira de Castro, desenvolvendo anualmente um conjunto de atividades, nomeadamente este ano no âmbito do Centenário da sua obra literária.


O PASSADO COMO MELHOR VEÍCULO PARA PENSAR O FUTURO É de tempos muitos remotos que podemos ouvir falar sobre a Vacariça. Vinculada a uma ruralidade, que depressa se aproxima ao concelho da Mealhada, este pequeno recanto sempre se soube construir com graciosidade, progresso e tradição.

FREGUESIA DE VACARIÇA

rurais, a povoação respeita o seu contexto e as associações assumem as suas forças, não negligenciando o conforto do típico habitante ou as experiências do atrevido forasteiro. “A Vacariça tem uma história antiga”, confirma. Nos elos que a memória convoca, não poderemos deixar de lado a celebração dos 500 anos de entrega do Foral de Vacariça e Mealhada. Transportados para o século XVI, o povo da freguesia e do município uniu-se no dia 5 de outubro deste ano para reviver o ambiente da época. Não ficamos imunes às recriações, pois sabemos que dentro delas existe um presente que se festeja aos olhos do passado. A importância dos moinhos nesta vivência pressente-se com o Parque dos Moinhos do Lograssol, numa área de cerca de 6000 m2. “No concelho não temos igual”, assevera a voz do presidente. Outrora em estado de abandono, os moinhos (ainda inativos) foram recuperados e o espaço reconvertido para lazer. Na tentativa de aproximação de culturas e suas gentes, todos os anos comemora-se o Dia Nacional dos Moinhos. Servindo como ponto de harmonia entre costumes e natureza, são diversos os visitantes que aqui redescobrem raízes de outrora. Circunscrita a nove lugares, a freguesia distribui-se com boas acessibilidades. Por entre Carreira, Lameira de S. Geraldo, Lograssol, Pego, Quinta do Vale, Vacariça, Quinta do Valongo, Santa Cristina e Travasso destacam-se espaços como a Casa do Turismo do Lograssol, a Quinta do Valdoeiro, o Lavadouro em Vacariça, o Moinho e a Fonte em arco de Santa Cristina. Com mais de mil anos de história, o silêncio dos parques mistura-se com a azáfama das festas e o património humano afirma-se como o mais belo recurso que o lugar pode conhecer. Paralelamente, os sabores abrem-se em sinfonia desperta, os artesãos revelam o seu trabalho, e Travasso dinamiza a Feira de Gastronomia. Numa terra de pessoas idosas, a vida restitui-se ao sabor de antiguidades. Por isso infraestruturas como a Casa do Povo (com ATL, Centro de Dia e Pavilhão Gimnodesportivo), a extensão do Centro de Saúde, a Farmácia, os dois campos de Jogos, a feira mensal e a biblioteca móvel acabam por ter um peso muito forte na vertente social. “Aqui, as pequenas obras são sempre grandes obras”, sublinha. Nesta perspetiva, Carlos Rocha procurará estimular associações, perpetuar proximidades e reforçar turismo, não escondendo que “gostava de fazer mais obras”. Adianta que algumas decisões são morosas, mas aguarda com esperança a possibilidade de criação de um café. O futuro, conectado às necessidades das pessoas, nunca comprometerá assim as virtudes que a ruralidade abriga.

ANTÓNIO MANUEL AGUIAR Desde muito nova, a freguesia orgulha-se dos seus ancestrais pergaminhos, tirando proveito de toda a fama e glória. Na narrativa onde o poderio territorial se cruza com a força acolhedora do seu povoado estende-se uma imensa história por descobrir e segredos por desvendar. Carlos Rocha auxilia-se da realidade dos dias para melhor perceber as suas pessoas e o lugar a que pertencem. Dentro das responsabilidades político-sociais, o nosso interlocutor compreende a prevalência de necessidades. De encantos

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TERRA DE SABERES E SABORES A Portugal em Destaque viajou até à União de Freguesias de Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes e foi conhecer, pelas palavras de João Santos, presidente da junta desta união de freguesias, as potencialidades desta região, caracterizada pela sua gastronomia, bem como pelas suas gentes. UNIÃO DE FREGUESIAS DE MEALHADA, VENTOSA DO BAIRRO E ANTES

tratar da recuperação de vários chafarizes, que marcam determinadas épocas e a história da região, e que estavam deixados um pouco ao abandono. Hoje todos têm água ligada, água de rede e potável. Temos também várias igrejas centenárias e um vasto património que vale a pena visitar.

JOÃO SANTOS

Inicialmente, peço-lhe que apresente a sua união de freguesias aos nossos leitores. É uma freguesia que está implementada junto ao litoral e que reúne todas as condições para que as pessoas possam visitar toda a região. Está situada numa zona bastante frequentada por turistas, a cerca de 10km da Serra do Buçaco e a 25km da praia de Mira. A gastronomia da Mealhada é conhecida a nível nacional, depois estamos também numa zona muito rica na fabricação de bons vinhos, de bons espumantes, com áreas imensas de vinhas e que será sempre um motivo de visita. Estamos situados entre duas termas, ainda que uma não pertença ao concelho da Mealhada, ou seja, as Termas de Curia e as Termas do Luso, bem como a mata do Buçaco que nesta altura é candidata à Unesco. Sem dúvida, que a Mealhada está associada ao leitão e é impossível não o referir como o seu produto gastronómico principal. Assim, penso que esta união de freguesias, terá sempre motivos de visita. E, no que diz respeito ao património histórico, o que destaca na região? Temos um património muito rico. Neste momento, estamos a 74 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Fale-nos um pouco sobre os projetos desenvolvidos ao longo do seu mandato como líder do executivo desta união de freguesias. Infelizmente, as freguesias não têm a possibilidade de realizar grandes obras porque não têm financiamentos para isso e estão sempre um pouco dependentes das câmaras municipais mas, nesta freguesia, temos outras competências que são de alguma maneira mais valorizadas. Refiro-me à parte social, ao bem-estar das populações, no apoio aos jovens, nomeadamente no desporto, às IPSS da freguesia, sendo cada vez mais difícil estas instituições darem uma resposta mais pronta à população, às limpezas urbanas e depois na proximidade direta à população, pois a junta de freguesia é o local onde a mesma recorre em momentos de maiores dificuldades e temos que prestar esse tipo de apoio. Faço questão que a classe mais jovem e mais idosa da união de freguesias se sinta apoiada. Temos três lares de idosos, todos eles com apoio domiciliário e considero muito importante este suporte pois a população está cada vez está mais envelhecida. A nível dos mais jovens, apoiamo-los muito social e desportivamente. Em termos de festividades, qual a que merece maior destaque? A junta organiza um evento em Ventosa do Bairro, em finais de agosto que consiste numa feira designada por “Saberes e Sabores da nossa terra”. Nesta feira, os artesãos têm a possibilidade de expor os seus trabalhos. Quais os projetos delineados para o futuro? Neste momento, estamos a realizar obras urbanas que consideramos necessárias, sendo que esta união de freguesias começou do zero e teve a necessidade de se reorganizar. Há obras que já começaram, por exemplo, o cemitério novo de Antes, um inves-


timento nas infraestruturas de cerca de 50 mil euros, que já está pronto e em funcionamento, a recuperação de lavadouros que estavam ao abandono e vamos iniciar as obras de reabilitação do Largo de S. José e do Largo de António Antunes Vereda. Está satisfeito com o trabalho desenvolvido? Sim, estou. Apesar das dificuldades iniciais, pois muitos contestaram a agregação de freguesias, inclusive eu próprio, sendo um desafio em que tivemos que trabalhar dia e noite para o superar, tivemos que explicar às pessoas, quase uma a uma, esta alteração para que aceitassem esta organização mas hoje as pessoas estão mais conscientes e nós demos o nosso melhor nesse sentido. Já aprovamos em assembleia e em executivo a alteração desta lei mas o trabalho foi feito e estamos satisfeitos com isso. Deixe uma mensagem aos nossos leitores. A mensagem que posso deixar é convidar todos os leitores a virem conhecer a União de Freguesias de Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes, seja pelo nosso leitão, que praticamente toda a gente gosta, seja pelo nosso parque da cidade, que é enorme e lindíssimo, modernizado já neste mandato pela câmara municipal, pelos vinhedos que todos podem conhecer, temos o Buçaco, o Buçaco Palace, o Luso, que é uma vila turística de muita procura e claro, a Mealhada em si. Temos também o Carnaval que é uma festividade de referência e destaque na região e a câmara realiza ainda o Festame, que é a festa do concelho e que permite que sejamos visitados durante todo o ano. Aproveito a oportunidade para desejar a todas as pessoas e residentes da União de Freguesias de Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes um feliz e santo Natal junto das suas famílias e com muita felicidade.

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UMA FREGUESIA EM CONSTANTE CRESCIMENTO Atualmente, a freguesia de Pampilhosa é a mais populosa do concelho da Mealhada e uma das vilas com mais relevo e destaque da zona da Bairrada. Com um futuro promissor pela frente, a Pampilhosa é uma freguesia importante para o crescimento da região. A Portugal em Destaque esteve à conversa com Vítor Matos, atual presidente da Junta de Freguesia da Pampilhosa para descobrir quais as valências da sua terra.

FREGUESIA DE PAMPILHOSA

VÍTOR MATOS A freguesia da Pampilhosa foi elevada à categoria de Vila a 9 de Julho de 1985, estando geminada com a Comuna francesa de Courcoury, desde o dia 14 de Junho de 1991. Quem chega a esta sossegada vila da Beira Litoral, repara que há uma característica que identifica a grande maioria dos pampilhosenses: o profundo amor à sua terra natal, percetível no imenso orgulho com que a ela sempre se referem. Este facto é motivo de orgulho para Vítor Matos, atual presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa. Em 2017 a freguesia de Pampilhosa comemorará os 900 anos de existência e é com esta chave de ouro que Vítor Matos termina os seus 4 mandatos à frente desta vila. “O trabalho é sempre feito, toda a gente me conhece e sabe que dou e faço tudo o que está ao meu e nosso alcance”, salienta o autarca. O associativismo na Pampilhosa Desde a implementação do caminho-de-ferro na Pampilhosa que a vila não para de crescer e de evoluir positivamente. Ao longo de 16 anos pelas mãos de Ví76 | PORTUGAL EM DESTAQUE

tor Matos, várias modificações foram feitas tendo em vista o progresso da vila de Pampilhosa. Exemplo disso é a construção do atual edifício da Junta de Freguesia, a recuperação do Cineteatro da terra, a construção de novas infraestruturas e a requalificação de espaços importantes. Esta é uma terra com todos os meios essenciais para que haja qualidade de vida. Este sentimento explica o surgimento de Grupos e de Associações locais que têm como lema a defesa intransigente de tudo o que é tradição, cultura, património da Vila da Pampilhosa. Composta por cerca de 13 associações e coletividades, todos os recursos estão à disposição da população para qualquer evento feito na Pampilhosa. Esta é uma vila bem apetrechada e completa. Isto deve-se à boa gestão e ao apoio mútuo que existe entre a autarquia e as associações da terra, visto que todos

colaboram no mesmo sentido e na mesma direção, tendo em vista o enaltecimento da Pampilhosa. No fundo, o que estas associações pretendem é a perpetuação de uma memória coletiva que confere uma identidade bastante peculiar a esta freguesia do Concelho de Mealhada. Crescimento, atrações e prioridades O crescimento populacional, económico e cultural desta freguesia foi proporcional à prosperidade que se fazia sentir nas unidades fabris da região, durante toda a primeira metade do nosso século XX. O afluxo populacional à Pampilhosa e o aumento demográfico que se registou nesta freguesia explicam em grande parte o forte crescimento da fatia habitacional da mesma. Aliada à Festa da Padroeira Santa Marinha, há uma feira de artes e cultura


onde todos os artistas e artesãos mostram e expõem os seus produtos e as suas obras-primas. “O entretenimento deste tipo de iniciativas fica a cargo das associações da Pampilhosa e toda a ajuda é fornecida pela Junta de Freguesia”, completa o presidente. A nível de prioridades sociais, os idosos e as crianças são a grande preocupação da autarquia local. Existe um Centro de Assistência Paroquial, com as valências de infanto juvenis e lar, com centro de dia, residência para idosos e apoio domiciliário, e uma extensão de saúde. Foram implementadas pela autarquia, aulas de dança e ginástica para séniores. Para surpresa de todos, esta tem sido uma atividade com bastante sucesso e adesão por parte da população, o que mostra que as gentes da Pampilhosa, apesar da idade avançada, são dinâmicas e bastante ativas. Para as crianças, existem na freguesia parques infantis e jardins-de-infância. Os pampilhosenses mais novos são alvo de grande importância por parte da autarquia local, conforme menciona Vítor Matos: “Procuramos a felicidade das crianças. A natalidade continua a crescer e há muita

segurança na nossa terra”. A Junta de Freguesia da Pampilhosa é solicitada para diversos assuntos e a principal prioridade é trabalhar em prol da comunidade. “Há uma grande abertura e um grande contacto entre nós e as pessoas. Elas confiam em nós e fazem por nos manter cá a trabalhar com e para elas”, refere Vítor Matos. Em jeito de mensagem para os habitantes da Pampilhosa e para os leitores, o autarca afirma: “Estou muito feliz por estar aqui e pelos habitantes desta terra. Sinto respeito por eles e eles por mim. É impossível agradar a todos, mas dou sempre o meu melhor. Esta freguesia sabe acolher, receber e estar com todas as gentes que vêm de fora. A essas pessoas, queremos agradecer o facto de nos visitarem e de usufruírem dos nossos serviços, participando assim no nosso crescimento local. Somos uma vila simples, mas com muito para dar e oferecer a quem por cá passa”.

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APOSTA NO DESPORTO Visitámos a vila de Sangalhos e descobrimos os seus muitos pontos fortes: uma grande aposta no desporto distingue-a de todas as outras freguesias, mas há muitas outras características a descobrir. Aqui estão reunidas todas as condições para um maior desenvolvimento, que até já está a decorrer.

FREGUESIA DE SANGALHOS

ANTÓNIO FLORO DOS SANTOS FERREIRA Fomos recebidos por António Floro dos Santos Ferreira, presidente da Junta de Freguesia. Diz a expressão ‘partindo do geral para o particular’, e foi dessa forma que iniciamos a nossa entrevista. “Anadia é, a nível financeiro, dos poucos concelhos do país que paga aos seus fornecedores quase na hora”, declarou o presidente “com um certo orgulho”. Atualmente, o partido que está no poder na Câmara Municipal de Anadia é o MIAP, Movimento Independente Anadia Primeiro, mas as diferentes ‘cores políticas’ não impedem todas as freguesias de se darem bem entre si e de serem “tratadas por igual”, esclareceu António Floro, e acrescentou que “eles próprios reconhecem isso, estamos todos a trabalhar para o bem do concelho”. Agora sim, passamos ao particular, mais especificamente aos pontos fortes de Sangalhos. A freguesia é conhecida nacionalmente pela sua indústria de fabrico, comercialização e exportação de bicicletas. Quisemos saber como surgiu esta especialização, ao que o nosso entrevistado respondeu que teríamos de “recuar até ao ano de 1900. Quando nasceu a bicicleta a nível mundial, Sangalhos foi dos primeiros importadores de bicicletas inglesas”, desta forma, “o ciclismo português centralizou-se aqui”. Daí, expandiu-se para os concelhos vizinhos e para o restante país, coinci78 | PORTUGAL EM DESTAQUE

dindo com o aparecimento das bicicletas motorizadas. O culminar da especialidade consiste no Centro de Alto Rendimento, mais conhecido por Velódromo. “Inicialmente, a obra nasceu apenas para ser utilizada como pista de ciclismo, mas depois, e muito bem, outras federações (ginástica, esgrima e judo) juntaram-se e têm aqui o seu espaço. Deu outro aproveitamento e outra rentabilidade ao recinto”, manifestou o presidente. No fim de semana anterior à nossa visita, a Federação de Ginástica festejou 66 anos de existência no Centro de Alto Rendimento, celebração na qual todo o país esteve representado. Um outro ponto forte desta terra são os espumantes naturais, considerados como os melhores de Portugal. “Em 1875, um anadiense foi estagiar para França e aprendeu a fazer o espumante, baseado no champanhe francês. Assim, implementaram o sistema em Anadia, mais especificamente na freguesia de Sangalhos. Os terrenos desta região possuem qualidades adequadas à produção de uvas para bons espumantes e tintos Bairrada”, narrou António Floro. Sangalhos é das poucas freguesias em Portugal que, não sendo sede de concelho, tem uma Misericórdia, fundada já lá vai quase um século. Para além disso, esta instituição, também dispõe de uma residência sénior, um hospital e de um Centro de Acolhimento Temporário (CAT) para crianças abandonadas. A nível escolar possui um Centro Escolar, inaugurado recentemente, que centralizou as várias escolas do 1º Ciclo espalhadas pela freguesia. De referir, ainda, os vários prazeres gastronómicos disponíveis nesta terra. O edil António Floro convida os visitantes a provar o Leitão da Bairrada (cuja confraria tem aqui sede) e os bolos regionais. “Sabemos receber muito bem”. Relativamente ‘aos da casa’, os sangalhenses têm vindo a diminuir, nas habituais fugas para os centros urbanos. Porém, re-


centemente“nota-se a retoma da procura por parte das pessoas”, nomeadamente a nível industrial. A freguesia tem duas zonas industriais e, de momento, não tem nenhum lote disponível para venda. “Estamos a tentar expandir a zona industrial. Eu não sei se isto é para durar, mas noto que este ano, pelo menos em relação aos anos anteriores, há mais dinâmica”, uma maior procura que justifica a expansão planeada. “Já estão a aparecer várias vivendas para construir”, informou-nos, “esta zona é espetacular! Estamos a poucos quilómetros de Coimbra e de Aveiro, também estamos muito perto da autoestrada. Sangalhos tem qualidade de vida e bons terrenos para construir, só faltam os empresários. Tem tudo para crescer, e estamos a trabalhar nesse sentido”, revelou-nos. Presidente presente António Floro dos Santos Ferreira desempenha o cargo de presidente da Freguesia pela segunda vez e nestes oito anos já conseguiu reabilitar certas ruas e abrir outras que eram inexistentes até à data, “sempre com a colaboração da Câmara Municipal”, como nos esclareceu o próprio. “Fez-se um pavilhão novo ao Sangalhos Desporto Clube, de forma que, neste momento, o clube tem dois pavilhões”. No futuro mais próximo, ainda este mês, vai iniciar-se “a requalificação de uma rua que dá acesso à Misericórdia de Sangalhos”. A médio prazo, será requalificada a rua que dá acesso ao Velódromo para prevenir possíveis acidentes. Já em 2017 “ficará pronta a pista olímpica de BMX” e será inaugurado o Museu de Duas Rodas. Só falta mencionar que António Floro dos Santos Ferreira será candidato novamente para o próximo ano: “Não era para me candidatar, mas devido a umas situações que surgiram eu mudei de ideias para apoiar a presidente que está hoje em funções”.

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ONDE O PALADAR PORTUGUÊS E O TROPICAL SE ENCONTRAM Provar uma versão mais saborosa da cozinha tradicional portuguesa é a grande proposta que ‘o Batel’ apresenta a todos os visitantes. À conversa com Ivania Soares, ficamos a conhecer quais as especialidades de um espaço que se marca pela diferença.

RESTAURANTE O BATEL

FILIPE SANTANA E IVANIA SOARES Situado em pleno centro de Aveiro, ‘O Batel’ é um restaurante que aposta numa filosofia gastronómica que tem tanto de único e ousado, como de misteriosamente familiar: “o conceito da nossa casa é servir comida tradicional portuguesa, mas com um toque mais moderno e pessoal”. As palavras são de Ivania Soares, chef de cozinha e sócia-gerente de um projeto assumido em conjunto com o marido, Filipe Santana. Depois de muitos anos dedicados a diferentes conceitos no setor da restauração, o casal decidiu apostar num espaço que de imediato nos seduz pela ambiência. Marcado por uma decoração de carácter rústico que nos faz lembrar, precisamente, o interior de um batel e toda a vida marinha que a ele se associa, este é um restaurante com lotação para um total de 26 pessoas, onde é proporcionado um ambiente intimista, familiar e romântico. “O nosso conceito é o cliente entrar e sentir que está numa segunda casa”, sintetiza Ivania Soares. E o que se pode, afinal, provar num espaço tão peculiar como este? “Temos a cozinha tradicional portuguesa com um toque tropical”, explica a nossa entrevistada, que faz questão de pontuar

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cada sugestão da ementa com um “elemento pessoal”. O resultado fica, por seu turno, no paladar de todos: “o cliente fica com a sensação de estar a comer um prato português, mas com mais sabor”. Assim sendo, quem visitar este restaurante poderá experimentar o famoso bacalhau à Batel, mas também diversos pratos de peixe fresco. Igualmente obrigatórios, todavia, são o arroz de polvo, o arroz de gambas ou a sopa de peixe. Brasileira de nacionalidade, Ivania Soares é conhecedora dos melhores temperos e vegetais que o seu “país multicultural” pode oferecer a toda e qualquer gastronomia. É por esse motivo que a ementa aqui servida – inovadora por excelência – se demarca das demais alternativas. Não admira, assim sendo, que ‘o Batel’ atraia também a atenção de turistas de países tão díspares quanto o Brasil, Espanha ou Alemanha, que fazem questão de se deixar surpreender pelo sabor das evidências. A elevada exigência dos clientes que frequentam ‘o Batel’ é, entretanto, encarada como uma autêntica mais-valia. “Este é um trabalho feito apenas para quem gosta e quando algo é feito com verdadeira paixão, o resultado final gera gratificação”, explica a porta-voz. Nesse âmbito, o espírito crítico dos que visitam a casa serve como importante estímulo para uma constante evolução na qualidade, no serviço e no método. Já relativamente aos próximos anos, Ivania Soares sublinha a intenção de “aperfeiçoar este trabalho e manter a qualidade” até hoje reconhecida. Até porque “satisfazer as exigências dos nossos clientes” será sempre a grande prioridade. Por fim, e em contexto de despedida, a nossa interlocutora deixa um apelo a todos os leitores para que “procurem, cada vez mais, a diferenciação” nos pratos e nos sabores. E é a pensar precisamente em novos desafios que as portas de ‘O Batel’ continuarão abertas. Bom apetite!


O MELHOR BACALHAU TRADICIONAL De portas abertas desde 1972, o Batista do Bacalhau é um restaurante de qualidade e mestria ímpar. À conversa com José Caçola, ficámos a saber um pouco sobre a história da casa e sobre a especialidade que tantas visitas merece. BATISTA DO BACALHAU

Há 44 anos a servir almoços e jantares que aliam o melhor da qualidade e da tradição, o Batista do Bacalhau é uma casa de referência, história e encanto, obrigatória a qualquer verdadeiro apreciador daquele que é visto como o peixe preferido dos portugueses. “O negócio começou pelo meu sogro – António Ferreira Batista – que abriu uma tasca, em conjunto com a mulher”, começa por contextualizar o sócio-gerente José Caçola. Sempre em companhia da esposa e das filhas, a casa foi consolidando o seu estatuto ao longo dos anos, tendo António Ferreira Batista decidido, na década de 1990, constituir uma sociedade familiar em torno do negócio passando, desse modo, o testemunho à geração seguinte. Hoje, a gestão da casa é assegurada por uma equipa de quatro pessoas, entre as quais encontramos Lígia e Noémia Batista (filhas do fundador), bem como os maridos José

Caçola e João Saraiva. Com o avançar do tempo, e tal como enumera o nosso entrevistado, “ampliaram-se as instalações, dinamizou-se o negócio e criouse uma dinâmica mais moderna” em torno da casa. Tudo isto foi conseguido sem que, todavia, a essência do Batista do Bacalhau alguma vez se perdesse: “mantivemos sempre a tradição da casa e os seus traços típicos”, assegura José Caçola. Significa isto, também, que jamais foi esquecida a arte de bem escolher, preparar, confecionar e servir o bacalhau. O prato “favorito” da casa corresponde a nada mais, nada menos do que o tradicional bacalhau grelhado com batata a murro. “As pessoas vêm de muito longe já com a ideia de o provar”, explica o nosso interlocutor, que admite que “mesmo quando fazemos outro tipo de prato, com inovação, não podemos largar o nosso prato típico”. O segredo da casa está, por isso, na qualidade de todos os produtos, bem como na simplicidade e eficácia de um “saber fazer” que se alastra há várias décadas. Não admira, posto isto, que o público estrangeiro também se tenha rendido já ao sabor das evidências: “Temos muito público espanhol e até inglês, que vem sem saber o que esperar e fica a gostar”, afirma José Caçola. Entre o cliente internacional nota-se também um crescente nicho: o consumidor norueguês que, apesar de não estar habituado ao paladar do bacalhau salgado, se mostra igualmente agradado com o toque tradicional que aqui se pratica. “O bacalhau é um prato que está em evidencia”, constata o sócio-gerente, que observa também um acréscimo no interesse por este tipo de prato, não apenas em Portugal, como também além-fronteiras. Mas numa casa com duas salas de refeição com uma capacidade total para 210 pessoas, existe também um serviço de venda de bacalhau em regime take-away. De facto, “é já um velho hábito as pessoas o levarem para casa”, atesta José Caçola. Sendo esta uma casa de grande fama não apenas em Aveiro, como também no âmbito nacional, os desejos da equipa que gere o Batista do Bacalhau são simples: “queremos continuar a elevar o restaurante ao mais alto nível, mas sem nunca abandonar a tradição. Manteremos sempre a qualidade”, prometem. Está, por isso, feito a todos o convite: que venham conhecer a casa e desfrutem de um bacalhau sem igual, feito por quem melhor sabe.

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OLIVEIRA DO HOSPITAL E TÁBUA Oliveira do Hospital é um dos mais belos concelhos do distrito de Coimbra e da Serra da Estrela. Aqui o visitante depara-se com surpreendentes retratos e refúgios encantados. Vestígios que remontam à Pré-história e tantos outros registos edificados por todo o concelho espelham a grandeza desta região. Por sua vez, localizado entre terrenos de serra (Estrela, Lousã, Buçaco e Caramulo), o que lhe confere uma cota acentuadamente planáltica, o concelho de Tábua pertence ao que a última classificação que delimitou as unidades territoriais determinou designar através da nomenclatura Comunidade Intermunicipal – Região de Coimbra. É, pois, uma porta aberta para uma região plena de contrastes. Conheça o que de melhor estes dois concelhos têm para oferecer.

SERVIÇO COMPLETO E DE QUALIDADE AGÊNCIA FUNERÁRIA CENTRAL TABUENSE VELOSO E BRITO LDA Ana Brito é a proprietária da empresa Veloso e Brito, Lda. – uma empresa referente a uma agência funerária e ao fabrico de móveis e urnas – e, ainda, da Agência Funerária Central Tabuense. Herdeira de um negócio familiar que conta com mais de 50 anos, Ana Brito garante um serviço fúnebre completo e de qualidade no concelho de Tábua e em toda a região circundante. No leque de serviços prestados por esta empresa lutuosa encontram-se a organização completa da cerimónia fúnebre, o comércio e retalho de flores e, ainda, a fabricação de caixões mortuários em madeira. No que diz respeito ao fabrico dos artefactos relacionados com o funeral, a nossa entrevistada garantiu existir inovação neste ramo. “Temos novos modelos, mais simples e mais baratos, porque é essa a exigência dos nossos clientes atualmente”. Veloso e Brito, Lda., realiza fabrico próprio mas também para outras entidades espalhadas pelo país. Em modo de finalização de conversa, Ana Brito, confessou estar habituada a este trabalho. “Já nasci nisto”, afirmou, e que apenas se torna mais difícil quando “se trata de pessoas próximas”.

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Rua José dos Santos Gonçalves 3420-330 Tábua Tel. 235 413 174 | 235 712 222 Tlm. 963 705 543

Veloso e Brito Rua da Igreja, 95 3420-168 Mouronho Tlm. 963 705 543


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UMA MISSÃO ESPECIAL, EM NOME DA SOLIDARIEDADE A lutar pelo bem-estar da sua população há 83 anos, a Santa Casa da Misericórdia de Tábua proporciona uma série de serviços e valências, não esquecendo o desafio dos novos tempos. SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TÁBUA

JOAQUIM MARQUES

Assumindo-se desde sempre como uma instituição séria, altruísta e inovadora, a Santa Casa da Misericórdia de Tábua nasceu a 18 de abril de 1933. Assim sendo, e “longe de ser uma casa quinhentista”, este foi um organismo que surgiu no contexto de “uma corrente regionalista”, com coordenadas fixas em Lisboa (onde estava sediada a Casa dos Tabuenses), mas o coração sempre perto da terra que serve. De facto, e tal como lembra o atual provedor, Joaquim Marques, “a Santa Casa da Misericórdia de Tábua emergiu do Grémio Regionalista que mais tarde deu origem à Casa dos Tabuenses em Lisboa”. “O regionalismo, não sendo uma corrente literária, era uma corrente vivida pelas pessoas”, contextualiza o nosso entrevistado, numa alusão ao movimento de cidadãos tabuenses que, tendo partido da sua terra natal por necessidade, nunca esqueceram as suas raízes nem o imperativo de as auxiliar. A história da Santa Casa da Misericórdia de Tábua cruza-se, efetivamente, com a concretização do desejo que um grupo de voluntários associados à Casa dos Tabuenses partilhava: a construção de um hospital na vila, que pudesse proporcionar os cuidados e o bem-estar necessários à população. A obra, essa, seria inaugurada em 1955, para alegria de todos. A chegada do regime democrático a Portugal levaria, entretanto, à implementação do Serviço Nacional de Saúde em 1979 e à consequente nacionalização da unidade hospitalar. Uma vez desprovida da infraestrutura que até aqui pautara o seu trabalho, a Santa Casa da Misericórdia teve a capacidade de abrir ho84 | PORTUGAL EM DESTAQUE

rizontes e moldar a sua missão ao contexto que se lhe impunha. “A mesa que na altura existia começou a pensar que, para além dos doentes, existiam outras áreas nas quais poderia haver intervenção, nomeadamente os infantários e os idosos”, explica Joaquim Marques. Excelente capacidade de resposta O decorrer de todos estes acontecimentos conduz-nos, por seu turno, ao dia de hoje. Atualmente, “temos um equipamento que nos honra e orgulha pela capacidade”, confessa o provedor. Um contentamento que, constatados os factos, se explica na heterogeneidade de valências que a Santa Casa da Misericórdia de Tábua presta aos que mais necessitam. A pensar, por exemplo, na população mais envelhecida, o organismo conta com uma estrutura residencial para idosos “com uma média de 96 utentes”, o que se descreve como “uma capacidade extraordinária”. Contando com um acompanhamento de 24 horas por dia, as pessoas acolhidas ao abrigo deste serviço têm, ao seu dispor, uma equipa multidisciplinar entre outros técnicos, composta por três enfermeiras, um médico (que visita a unidade três vezes por semana), duas assistentes sociais e uma psicóloga, as quais se encarregam de estabelecer a ponte entre os utentes e as respetivas famílias, um animador socio cultural, para além de uma engenheira alimentar e de uma nutricionista. A esta unidade, acrescenta-se, contudo, um Centro de Dia, bem como a prestação de Apoio Domiciliário, de modo a garantir o serviço mais completo, sensível e humano quanto possível. Já a pensar no bem das crianças tabuenses, a Santa Casa da Misericórdia dispõe de serviços de jardim de infância e uma creche,


caracterizada pelo “equipamento modelar e uma estrutura muito bonita”, prossegue o porta-voz. Pese embora o decréscimo de natalidade que a vila tem vindo a sentir, “importa realçar que temos à volta de 130 a 140 crianças, o que é muito significativo”, considera Joaquim Marques. Digno de nota é, também, o Centro de Acolhimento Temporário ministrado pelo organismo, com capacidade para 15 crianças. Uma obra que prossegue Como se todas estas valências não servissem já como prova do árduo trabalho que a Santa Casa da Misericórdia de Tábua tem vindo a concretizar junto da população, o atual provedor (na chefia da instituição desde 2003) não tem cedido a esforços para o continuar de uma missão nobre e

cada vez mais urgente. Inaugurada em 2007 – já no mandato de Joaquim Marques –, a Unidade de Cuidados Continuados corresponde a um serviço de especial orgulho, quer para a direção, quer para os próprios tabuenses. Com acordo para 53 camas em regime de longa duração e 23 para média duração, esta corresponde a “uma das melhores” infraestruturas nacionais do género, que tem vindo a oferecer “uma resposta cabal” à comunidade tabuense e, inclusive, as pessoas de outros concelhos. Para além destas licenças, a Unidade de Cuidados Continuados conta, ainda, com oito camas para atender a “situações temporárias de carácter inopinado”, nomeadamente súbitos problemas de saúde. “Temos bons técnicos, quer na área do serviço de enfermagem e na parte médica, quer nas componentes de fisioterapia e hidroterapia”, enumera o nosso entrevistado, antes de salientar as valências de psicologia, bem como a presença, em permanência, de duas assistentes sociais que garantem a ligação entre os que estão doentes e as respetivas famílias. Saliente-se, no entanto, que a obra de Joaquim Marques se fez sentir em diversos domínios desta instituição. “Nunca me passou pela ideia ser provedor”, admite o porta-voz. Ainda assim, o cenário em que a Santa Casa da Misericórdia se encontrava – caracterizado por uma “falta de orientação” e endividamento – fez com que o imperativo desta missão se tornasse urgente. De facto, a opção por um estilo de gestão e dinamismo diferentes fizeram com que, num espaço de 12 anos, o organismo sentisse um crescimento de nada mais, nada menos do 638 por cento. Em grande proporção aumentou também a equipa de colaboradores: de 90 funcionários (em 2004) para 209 (em 2015). Estes são valores que se explicam apenas por um extraordinário “trabalho, dedicação

e controlo”. Pensar o futuro “A Misericórdia cresceu muito em todas as áreas”, observa Joaquim Marques, que destaca também “os projetos de luta contra a pobreza” que, ao longo dos anos, têm sido levados a cabo por esta casa, agora octogenária. Paralelamente à radiografia e acompanhamento das situações de maior carência no concelho, é já consensual que o organismo, por intermédio de diversas ações, “deu um cariz de rejuvenescimento a uma população envelhecida”. Porquanto as Santas Casas de Misericórdia, como elementos preponderantes do Terceiro Sector em Portugal, contribuem de forma efetiva no âmbito da Economia, mas muito especialmente no apoio que prestam através das Obras Misericordianas no auxilio aos mais desprotegidos. Acreditando que “as Santas Casas da Misericórdia têm uma ocupação muito grande no país e no mundo”, o atual provedor não duvida que estes organismos manterão a sua importância no futuro. De facto, cenários como o envelhecimento ou a falta de perspetivas das populações mais jovens assim o fazem crer. Esse corresponde a um dos motivos que leva o nosso interlocutor a assumir a vontade de permanecer na liderança da instituição pois, a seu ver, “a obra não está completamente terminada”. Existe, todavia, uma outra razão que leva o antigo militar e político Joaquim Marques a querer continuar esta missão: “quando se começa uma obra, ganha-se gosto por ela. Ganha-se força. Estamos numa área social e vemos que as pessoas necessitam da nossa ajuda”, conclui o provedor, numa alusão a um imperativo que é, acima de tudo, humano.


UMA INSTITUIÇÃO DINÂMICA Constituída em 01 de maio de 1957, a Sociedade de Defesa e Propaganda de Avô (SDPA), na freguesia de Avô, concelho de Oliveira do Hospital, é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), de utilidade pública, sem fins lucrativos, que desenvolve, essencialmente, a sua atividade em três vertentes importantes: a social; a cultural e a etnográfica. Com um relevante papel a nível local, e regional, a SDPA caracteriza-se pelo dinamismo das suas ações, conforme nos relatam o presidente Manuel Nunes e a diretora técnica Anabela Veloso.

Hoje, a estrutura da assenta no desenvolvimento das áreas sociais, através do Lar Nossa Senhora da Assunção; culturais pelo Choral Poliphónico do Alva; e etnográfica, pela realização das anuais Marchas Populares.

SOCIEDADE DE DEFESA E PROPAGANDA DE AVÔ, IPSS

Aprovados os primeiros estatutos a 7 de abril de 1956, e constituída por Alvará do Governo Civil de Coimbra em 1 de maio de 1957, a Sociedade de Defesa e Propaganda de Avô tinha como objetivos principais desenvolver a defesa, a propaganda, e a valorização de todo o património cultural da freguesia. Ao longo dos anos, a sua atividade foi sofrendo alterações diversas, e foi a partir de 1989 que, com alteração global dos seus estatutos, seguiu um novo rumo, com um maior destaque para a vertente social. Esta evolução natural surge de um testamento deixado por uma benemérita da terra, Isabel Maria de Mesquita, que destinou parte da sua herança à criação de um lar e de uma creche, destinados aos idosos e crianças da freguesia. Depois de várias impossibilidades na concretização deste projeto, foi apenas em 1990 que, pelas mãos de gentes empreendedoras da terra, nasceu o Centro de Dia e o ATL. “Este foi o verdadeiro início do Lar Nossa Senhora da Assunção, também designado por Lar de Avô”, afirma Manuel Nunes, com a construção de uma primeira estrutura de lar em 2001, destinada a população mais autónoma, e, mais tarde, no ano de 2009, uma segunda, direcionada para pessoas com maior grau de dependência, funcionando, agora, as duas em conjunto.

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Como IPSS, a Sociedade de Defesa e Propaganda de Avô – Lar Nossa Senhora da Assunção tem disponíveis três valências na resposta às pessoas idosas mais carenciadas e necessitadas a nível local, regional e até nacional, que procuram os seus serviços: o Espaço Residencial para Idosos (ERPI), vulgarmente, designado como lar, com 66 idosos; o apoio domiciliário que, abrangendo apenas a área geográfica da freguesia, dá resposta a 26 pessoas e o centro de dia com seis idosos. A SDPA, no Lar Nossa Senhora da Assunção, conta com um quadro de pessoal composto por 29 funcionários que se distribui pelas mais variadas funções, e uma equipa médica com cinco profissionais em permanência. No que diz respeito às atividades levadas a cabo pela Instituição, Anabela Veloso explica que “a atividade regular da instituição é orientada por um plano de atividades elaborado anualmente. Serve ainda de complemento, a planificação semanal, onde se insere uma dinâmica diária de carater religioso e lúdico” que tornam mais agradável e acolhedor o quotidiano dos residentes. “Estou em crer que um dos fatores mais importante para aumentar a qualidade de vida das pessoas é oferecer-lhes diariamente um ambiente amigável, um convívio social positivo, próximo e estável. Só assim conseguimos proporcionar um envelhecimento bem-sucedido” afirma a diretora técnica, “o que muitas vezes é dificultado pela maior dependência de alguns dos nossos idosos”, tendência que tem vindo a crescer a olhos vistos, sendo, por isso, as atividades adaptadas às necessidades de cada um.


Além dos serviços acima referidos, a SDPA tem, também, disponível o Banco de Ajudas Técnicas – Senhora da Assunção – (BAT-SA), com um conjunto muito diversificado de equipamentos ortopédicos e hospitalares de grande qualidade. “Apoiamos todas as pessoas que nos solicitem”, garantem, “de dentro e fora do concelho”, estando, neste momento, a apoiar cerca de 60 a 70 pessoas, algumas das quais encaminhadas pelos serviços hospitalares e até pela própria Segurança Social.

“Na SDPA temos uma grande preocupação”, conta o presidente, “que reside na criação de conforto, bem-estar e segurança para os nossos utentes”. São vários os espaços de circulação para os idosos dentro e fora da instituição, que se inserem num sistema de condomínio privado, investindo sempre no conforto e segurança dos nossos utentes, uma vez que “somos responsáveis pelas pessoas que, pelos seus familiares, nos são confiadas”, afirma, não esquecendo a qualidade e excelência dos serviços prestados. “A nossa imagem é real”, afirma Anabela Veloso, “as pessoas podem visitar-nos sem hora marcada”, considerando que na área social é importante “haver um rosto humanizante, e uma voz permanente, que no dia-a-dia transmitam conforto e confiança”. Setor Inseridos num meio afastado dos centros urbanos, essencialmente rural, a realidade é a de um setor social mais envelhecido e desfavorecido, “uma população idosa que fez da agricultura o seu principal meio de subsistência, vive hoje com baixos recursos”,

explica Anabela Veloso, “mesmo apesar das fortes limitações que hoje apresentam, vão adiando sucessivamente a sua entrada em lar e, quando acontece, é já em situações de fraca mobilidade, o que dificulta, por vezes, a relação entre as atividades sociais promovidas pela Instituição e a satisfação vivida pelo utente. Mas nem tudo é negativo, há um aspeto muito gratificante que o meio urbano não consegue oferecer ao idoso: a relação de proximidade que é possível estabelecer em meios mais pequenos, e aqui sim, ganhamos sem dúvida”. A ação da instituição depende, quase exclusivamente, dos Acordos de Cooperação com a Segurança Social. Para Manuel Nunes, “este tipo de lares têm os dias contados, a partir do dia em que a Segurança Social deixe de prestar esses apoios” e é necessária “uma gestão rigorosa e criteriosa, de forma a garantir a solvabilidade e sustentabilidade destas instituições”. O problema agrava-se quando falamos da demografia entre o litoral e o interior. Para os nossos entrevistados “estar no interior é uma limitação”, uma vez que a realidade é, completamente, diferente da existente no litoral “pela desertificação e baixa natalidade e por todas as consequências que daí advêm”. Futuro “Este mandato de três anos, que termina neste mês de dezembro”, conta Manuel Nunes, “foi um mandato orientado por princípios de gestão por objetivos, a que nos propusemos, aquando da eleição desta direção, apoiada em primeiro lugar numa análise e levantamento das necessidades, em segundo na realização e concretização das mesmas, e finalmente na sua consolidação. Foi um mandato de muito trabalho, na manutenção, reposição, reabilitação, e requalificação da estrutura, bem como na criação de novos espaços. A solvabilidade e sustentabilidade da instituição passa, agora, pela continuidade do trabalho feito, procurando criar uma estrutura que traga rentabilidade e mais-valia, aliadas à qualidade dos serviços que prestamos”.

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RIGOR E QUALIDADE EM PROL DOS SEUS CLIENTES A operar no setor da construção civil e obras públicas desde 1982, a Manuel da Silva & Filho, Lda. foi fundada por Manuel Silva que, manteve a gerência da empresa até ao ano 2002, tendo desde então sido ocupada pelo seu filho, José Silva. Em entrevista à Portugal em Destaque, os atuais administradores, José Silva e a sua esposa Sandra Silva, falam-nos sobre as obras de destaque desenvolvidas ao longo destes 14 anos de atividade, bem como dos projetos delineados para o futuro.

MANUEL DA SILVA E FILHO

“O nosso objetivo era dinamizar a empresa abraçando outro tipo de projetos além da construção tradicional e reparação. Apesar da conjuntura económica temos conseguido atingir esse objetivo, vindo a crescer de forma sustentada”, começa por nos contar Sandra Silva. E têm sido várias as obras e os projetos de grande envergadura e de referência desenvolvidos pela empresa na região de Oliveira do Hospital, concelho onde a MSF está sediada. “Detemos um variado leque de clientes e de obras. Realizamos trabalhos tanto a nível particular como obras públicas, no entanto, tem sido mais a nível particular que nos temos destacado, executando edifícios comerciais, habitacionais e industriais, postos de combustível, entre outros. Temos como exemplo de obras concluídas em Oliveira do Hospital, o Pingo Doce e mais recente a Residência Sénior”, destaca a empresária. Este crescimento permitiu à Manuel da Silva & Filho alargar a área de negócio à vertente imobiliária. “Em 2010, surgiu a hipótese de adquirirmos um terreno no centro de Oliveira do Hospital, no qual construímos um loteamento, o Loteamento Alto dos Moinhos”, diz José Silva. Atualmente a MSF tem várias obras em curso nomeadamente a construção do Museu do Azeite, obra com conclusão prevista para o próximo ano, que será um marco de interesse a nível nacional, com traços arquitetónicos de excelência e diferenciadores. “Neste momento, temos uma obra em mãos de grande dimensão no concelho, na freguesia da Bobadela. É uma obra com uma arquitetura muito arrojada, em que o empreendimento é constituído por vários edifícios que no seu conjunto representam um ramo de uma oliveira. É realmente um projeto desafiante e que muito nos orgulha”. 88 | PORTUGAL EM DESTAQUE

A Manuel da Silva & Filho labora essencialmente em Oliveira do Hospital e concelhos limítrofes, tencionando expandir a área de atuação, como José Silva nos informa. “Realizamos obras em Oliveira do Hospital, Tábua, Seia e Nelas mas as oportunidades surgem de várias zonas do país, o que para nós é gratificante, pois verificamos que o nosso trabalho é reconhecido e valorizado. A fim de responder às necessidades dos nossos clientes, iremos acrescentar outros concelhos à nossa área de atuação”. Relativamente às dificuldades do setor da construção, o empresário aponta como uma dificuldade atual a falta de mão de obra qualificada. “Apesar da crise económica que o setor tem atravessado nos últimos anos, a maior dificuldade que neste momento enfrentamos é contratar mais mão de obra qualificada. Consideramos que muitos dos melhores profissionais já não se encontram em Portugal e a nós interessa-nos que os colaboradores acrescentem valor à empresa”, acrescenta. Com o intuito de melhoria contínua, em janeiro de 2016, a Manuel Silva & Filho foi certificada pela APCER, seguindo o referencial normativo NP EN ISO 9001, tendo como objetivo primordial a satisfação total dos clientes e Sandra Silva esclarece em que medida esta certificação é uma mais-valia para o presente e futuro da empresa. “As certificações são uma mais-valia em termos de organização, na forma como conseguimos gerir os nossos recursos humanos, tanto a nível de equipamento, como de pessoal, numa gestão muito mais apertada a todos os níveis. Conseguimos extrair informação em tempo útil controlando se o que planeámos fazer numa determinada semana, foi rentável ou não. Junto do cliente final é também sinónimo de credibilidade”. “Temos mantido a empresa de forma sustentada e a crescer gradualmente. É devido ao empenho conjunto da gerência e dos colaboradores, que a MSF consegue responder às necessidades dos seus clientes”, finaliza José Silva.



OUTRAS REGIÕES EM DESTAQUE

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EMPRESA FAMILIAR EM CONSTANTE EVOLUÇÃO Em entrevista à Revista Portugal em Destaque, Artur Campos e Joana Campos, pai e filha, proprietários da Serração de Parada, dão a conhecer as dinâmicas desta empresa, sediada em Vila do Conde e a evolução da mesma ao longo de 50 anos de gestão.

SERRAÇÃO PARADA

JOANA, ARTUR E DIOGO CAMPOS Fundada em 1958 por José da Costa Campos, a Serração de Parada dedica-se há mais de 50 anos à serração e comércio de madeira, operando no mercado nacional e internacional. Fale-nos um pouco sobre a história desta empresa. Esta serração foi fundada em 1958 por José da Costa Campos, mas hoje é o seu filho, Artur Campos, quem está à frente do negócio numa sociedade conjunta com a sua esposa. Em pleno século XXI a Serração de Parada orgulha-se por ter percorrido um grande caminho que nem sempre foi fácil. Artur Campos lembra que “a empresa sofreu dois incêndios”, o primeiro em 1962 e o segundo em 1967, incidentes que deixaram a serração num estado precário e que levaram a uma reconstrução quase 92 | PORTUGAL EM DESTAQUE

total das instalações. Apesar das dificuldades, José da Costa Campos conseguiu dar rumo ao seu negócio, um património que deixaria nas mãos do seu filho em 1997 e que tem feito tudo para valorizar o legado deixado pelo seu pai. Empresa familiar, atualmente é Artur Campos, filho do fundador da empresa, quem está à frente do negócio. Qual o balanço que faz destes anos de atividade e posterior crescimento da empresa? A Floresta é um dos principais recursos renováveis em Portugal ocupando mais de um terço do território nacional. Neste contexto, a indústria de serração é uma atividade económica fundamental na transformação de madeira, sobretudo do pinheiro bravo, não só pelo seu elevado

nível de consumo de matéria-prima mas, também, pela sua incidência como fonte de abastecimento de produtos e subprodutos destinados a outros subsectores. Atualmente este sector tem enfrentado uma importante reconversão marcada por uma significativa redução do número de serrações no país, uma tendência que poderá manter-se, pelo menos, até que este nicho consiga um equilíbrio na conjugação da sua estrutura empresarial e na capacidade produtiva média das fábricas para que estas estejam adaptadas à disponibilidade de matéria-prima, cada vez mais escassa, e às condições de um mercado cada vez mais global. Com uma vasta experiência no setor em que atuam, quais os principais serviços/ atividades que disponibilizam e qual é a vossa gama de produtos? Atualmente, a atividade desta empresa está centrada na serração, secagem, aplainamento e tratamento de madeira que é comercializada tanto a nível nacional como internacional. Artur Campos explica que a gama de produtos da Serração inclui as “madeiras secas para decks, soalhos, forros, paletes, ripas, entre outros; madeiras para cofragem, postes e estacas de madeira tratada, assim, como, outros subprodutos como casca, serrim e fitas”. A matéria-prima é nacional e tanto o pinheiro bravo como o eucalipto são as variedades mais utilizadas, sendo que ambas são orientadas não só para a serração como, também, para a indústria da trituração, nomeadamente, painéis e pastas de celulose. “O eucalipto sai muito bem para fazer pasta, aliás é por isso que vendo muita madeira em bruto para a indústria de aglomerados e para a indústria do papel. A matéria-prima maioritária vou procurá-la diretamente ao proprietário das matas e a restante é adquirida a partir de fornecedores que já trazem a madeira cortada às minhas instalações”, refere Artur Campos. O empresário destaca ainda que “a madeira da serração vem, sobretudo, de Vila Verde, Terras de Bouro e Ponte de Lima”, e nas florestas são sempre escolhidas as zonas onde a madeira é “mais limpa, sem nós e, especialmente, com menos fontes de resina”. A nível internacional, quais são os vossos principais mercados? De um modo geral a empresa atua maioritariamente a nível do mercado nacional, no entanto a grande maioria dos nossos clientes são exportadores. Espanha, França e Angola também são mercados onde atuamos. A empresa tem perspetivas de desenvolver a internacionalização


num futuro próximo. Como reconhecimento do vosso trabalho, são há vários anos agraciados com o estatuto de PME Líder. De que forma esta distinção é uma mais valia para a empresa? O estatuto de PME Lider é uma mais-valia pois é um reconhecimento do mérito da empresa, distinguindo-se por um desempenho superior. Este estatuto de certa forma reforça a notoriedade e credibilidade da empresa no setor de mercado onde atua. Quais os projetos/objetivos delineados no sentido de potenciar a Serração de Parada nos próximos anos? A empresa tem vários objetivos a curto, médio e longo prazo de forma a potenciar os seus negócios e ter um desenvolvimento sustentável. Um dos objetivos a que se propõe é a organização produtiva, de forma a melhorar a competitividade da empresa, neste sentido estamos a implementar dois softwares de gestão da produção, um mais vocacionado para o fluxo de mão-de-obra e outro para o fluxo de material, tendo como objetivos fundamentais o aumento da produtividade, a melhoria da comunicação e organização

dentro da empresa, melhoria das condições de trabalho dos funcionários e por último um melhor atendimento ao cliente. Outro dos objetivos a atingir é a criação de novos produtos e para isso o investimento em I&D, que representa um papel preponderante na inovação do setor e no crescimento da empresa. Tem ainda como competências importantes desenvolver de forma privilegiada; a penetração em mercados externos e o desenvolvimento da internacionalização, a formação continuada dos trabalhadores da empresa, a preocupação com o meio ambiente e por último o desenvolvimento do marketing e gestão tecnológica.

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DEVOÇÃO, DEDICAÇÃO E DESLUMBRE No concelho de Peso da Régua encontra-se uma freguesia cuja dedicação dos habitantes à mesma chega a ser incomum: Loureiro, cujas vistas do Douro são (ainda mais) deslumbrantes.

JUNTA DE FREGUESIA DE LOUREIRO

ANTÓNIO JOSÉ FERREIRA O atual presidente da Junta de Freguesia de Loureiro, em Peso da Régua, está no seu primeiro mandato, mas luta pela sua freguesia em cargos políticos próximos desde há 20 anos, juntamente com o secretário, José Mário Sousa, e o tesoureiro, José Joaquim Costa. António José Ferreira, o referido presidente, esclareceu-nos que Loureiro tem 5,12 km² de área e cerca de 1.200 habitantes residentes, retirando um elevado número de habitantes emigrantes em diversos países. Os residentes dedicam-se principalmente à agricultura, à construção civil e ao comércio, entre outras atividades de menor expressão. Tal como na maioria das pequenas freguesias rurais, a população desloca-se para as grandes cidades para exercer alguma ocupação. Em Loureiro, as maiores forças empregadoras são a própria Junta e o Centro Social e Paroquial S. Pedro de Loureiro. Segundo crê António José Ferreira, Peso da Régua tem apenas dois infantários públicos, em duas freguesias rurais, e o presidente pode afirmar com orgulho que um deles está localizado na sua freguesia. São à volta de 25 crianças frequentadoras do infantário, as quais pertencem às várias freguesias mais próximas e têm transporte totalmente gratuito, assumido na íntegra 94 | PORTUGAL EM DESTAQUE

pela Câmara Municipal, realizado numa viatura recém-adquirida pela Junta de Freguesia e outra viatura da Câmara Municipal. De facto, não é qualquer freguesia que se possa gabar de possuir “a maquinaria” que Loureiro tem, e daí também terem sido eficazes e rápidos na resolução das diversas situações de calamidades, nomeadamente com “intempéries” causadas pelas chuvas e mau tempo deste e de vários invernos, que destruíram estradas e caminhos públicos. “Neste momento, está tudo concertado” e foi graças ao “pessoal da junta”, revelou o presidente, e quando diz pessoal, refere-se a mão de obra, pois a Câmara Municipal, tudo tem feito para ajudar a resolver estes problemas, com ajudas quer monetárias, que de materiais para executar essas obras. Questionado acerca das instituições existentes, António José Ferreira referiu que podemos encontrar os Escuteiros, o Clube dos Amigos do Todo Terreno das Pedras Santanas e a recentemente formada Associação Fim do Mundo, ligada ao desporto motorizado e à cultura. De notar, ainda, o Rancho Folclórico de Loureiro, que “não para e levam o nome da freguesia a todo o lado”. Os produtos característicos da região são as vinhas e as várias quintas produtoras de vinho, embora poucas sejam aquelas que têm produção própria. De tal forma que a nível agrícola a região regista algum crescimento. Loureiro tira também algum aproveitamento do turismo, que, no entanto, poderia ser mais rentabilizado. O miradouro de Santo António, com a sua vista de tirar a respiração, é “paragem obrigatória”. Dentro do espaço deste mandato, o presidente e a sua equipa já conseguiram atingir certos objetivos a que se propunham, nomeadamente estender a rede de saneamento a mais habitações e se a mais casas não chegou foi porque os meios, de responsabilidade autárquica, não chegaram, situação essa que compreende, pois devido as dificuldades económicas que todas as instituições têm, o Município não foge à regra. Apesar disso, já se criou uma rede de gás natural que abastece muitos lares. António José Ferreira ainda não sabe se um segundo mandato estará na ordem do dia, devido à natureza exigente do cargo, mas sabe com toda a certeza que ainda tem projetos por cumprir. Confessou-nos que entre eles está a reconversão do miradouro de Santo António, que precisa de ser elevado, e ainda que não irá de forma nenhuma abandonar o cargo sem construir um miradouro na capela de São Gonçalo. Esta vontade férrea nasce da sua devoção a Justo Heitor, um santo cujo percurso passava exatamente por São Gonçalo. “Era para começar a construção este ano”, afirmou o presidente, “mas as intempéries não me deixaram”. No verão, com a chegada dos emigrantes filhos da terra, realizam-se as festas: uma pequena em honra de Santo António, uma festa com tendência religiosa em finais de junho, pelo S. Pedro, padroeiro da freguesia, e em finais de agosto as do Justo Heitor, santo devoto.


CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL S. PEDRO DE LOUREIRO Aprovado em Diário da República, corria o ano de 1992, o Centro Social e Paroquial S. Pedro de Loureiro tem por missão prestar cuidados a idosos com necessidades a nível económico, habitacional, e muitas vezes sem qualquer retaguarda familiar. Assume um papel determinante na integridade física e psíquica dos seus utentes, pretendendo assim manter o máximo de qualidade de vida possível no seu próprio domicílio, evitando ou adiando ao máximo a sua institucionalização. Contam-se 35 utentes no serviço de apoio domiciliário, única valência do Centro até à data. Entre os serviços incluídos estão a higiene habitacional e pessoal, tratamento de roupas, fornecimento de refeições, prestação de serviços no exterior, cedência de ajudas técnicas, acompanhamento médico e até pequenas reparações no domicílio.

O Centro regista um aumento constante de pedidos de apoio ao domicílio, ou não estivessem localizados numa zona marcada por um crescente envelhecimento. Num futuro próximo esta instituição irá contar com mais uma valência, já que se encontra em construção um lar, Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, que irá albergar 19 utentes em seis quartos duplos e sete individuais. Para já, não tem data prevista de abertura, uma vez que não têm qualquer apoio financeiro por parte do governo, contanto a instituição com a preciosa colaboração do Município do Peso da Régua e da Freguesia de Loureiro e, assim, a obra vai avançando devagarinho e conforme as possibilidades, além da boa vontade de algumas pessoas que contribuem com pequenos donativos, às quais o Centro Social agradece encarecidamente. Este projeto abrir-lhes-á muitas portas, inclusive a reformulação do SAD e, posteriormente, a criação de um Centro de Dia.

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