Editora Sinodal. 70 anos. A serviço da Palavra

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EDITORA SINODAL

70 ANOS A SERVIÇO

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DA PALAVRA

© Editora Sinodal, 1997

Rua Amadeo Rossi, 467

Morro do Espelho

Caixa Postal 11

93001-970 São Leopoldo, RS

Fone:(051) 590-2366

Fax:(051) 590-2664

Comissão 70 Anos: Cláudio Schubert, Asclepíades Pommê, Letícia Braga de Andrade, Valdir de Jesus Ro drigues e Silva, Brunilde

Arendt Tornquist

Fotos: Arquivo

Produção editorial: Equipe Editorial

Pré-impressão: Gráfica Sinodal

Impressão: Colaboração da Pallotti, Santa Ma ria, RS

A Editora Sinodal, ao completar 70 anos a serviço da Palavra, dedica este li vro com carinho e gratidão aos seus lei tores, motivadores do nosso trabalho, aos numerosos colaboradores e funcionários que ao longo destes anos trabalharam e trabalham nesta instituição da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

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A Editora Sinodal confessa que louvor, a glória, a sabedoria, as ações de graça, a honra, o poder e a força perten cem ao nosso Deus pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 7.12).

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pouco do passado recente, valorizar o presente e apostar no futuro. O livro não quer ter a pre tensão de ser completo. Com certeza poderiam ser agregadas várias outras facetas da sua histó ria do passado longínqüo, bem como do pre sente. Mas ele quer ser justamente um estímulo para a reflexão, para a imaginação ou simples mente para relembrar o relacionamento de cada um, como cliente, fornecedor ou simpatizante dessa casa publicadora e divulgadora do Evan gelho de Jesus Cristo.

Nós, atuais administradores, “herdeiros” de um patrimônio intelectual e cultural da co municação impressa na lECLB (Igreja Evangé lica de Confissão Luterana no Brasil), quere mos agradecer a todas as pessoas que fizeram a sua parte nessa história. Não por último, agra decemos a Deus que possibilitou que podemos hoje comemorar os 70 anos da Editora Sinodal. Queremos pedir que Ele continue acompanhan do os passos dessa editora, para que outras bo das possam ser comemoradas.

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Funcionários chi Editora Sinodal em abril de 1997

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Diretor: Eloy Teckemeier

Gerente Editorial: João Artur MüUer da Silva

Gerente de Produção: Silvio José dos Santos

Gerente de Vendas: Asclepíades Pommê

Administração: Marlene Marli Kleemann

Maria Madalena Eschberger

Maria Beatriz Cupertino

Maredi-Léri Marilete Mello da Silva

Serviços gerais: Helena Maria de Moura

Iara Wurmeister Ketternaann

Editoração: Brunilde Arendt Tornquist

Rui Jorge Bender

Pré-impressão: Joice Elisa de Oliveira

Letícia Braga de Andrade

Gilson Leão Garibaldi

Roberto dos Reis Francisco

Lucéli Cardozo Guidotti

Gráfica: Mário Joergensen Michel

José Paulo TonoUi

Júlio César Kettermann

Silácio Ninov

Lauro Ninov

Gilmar Fontoura

Kleberson Kerber

Carlos Alberto Rauber

Jarbas Luciano Rathke

Expedição: Valdir de Jesus Rodrigues e Silva

Valdemar dos Santos Prates

Luciano Ricardo de Deus

João Alexandre Moraes Prado

Alessandro Dias Lima

Mario Domingos Borba

Secretaria: Simone Beatriz Kich

Silvana Kauer

Livraria: EdelBeineke

Nara Rosane Thiesen

Luciane Espíndola

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Tudo COMEÇA muíto antes... MAS Tá CONTiNUiÓAdE

No início, um colportor

A Editora Sinodal comemora 70 anos. Na realidade, porém, seus alicerces foram lançados em 1864, quando da chegada a São Leopoldo do Pastor Dr. Hermann Borchard. Borchard veio convocado pela Comunidade Evangélica de São Leopoldo, mas recebera também a in cumbência de organizar a vida do povo evangélico-luterano no Rio Grande do Sul. Foi, po rém, muito além, pois viajou até o Uruguai e visitou também congregações luteranas no Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Além de sua esposa, Borchard veio acompa nhado de um colportor, profissão hoje não mais muito conhecida. Tratava-se de um mascate de livros, pessoa que tinha a tarefa de oferecer lite-

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ratura cristã de casa em casa, nos lares evangélico-luteranos. O colportor era o organizador da espiritualidade do povo através da literatura que distribuía. Pois o colportor que acompanhava Borchard se chamava Heinrich Michel, nascido no ano de 1837, na Westfália. Segundo relatório por ele elaborado, entre 20 de setembro e 31 de dezembro de 1864, vendeu 495 Novos Testamen tos e 111 Bíblias em Nova Petrópolis (RS). Na quela época, o preço do feijão estava muito bom e os agricultores puderam comprar suas Bíblias. Mais tarde, em 1869, Michel casou no interior de Santa Cruz do Sul e fixou-se em Trombudo, hoje Vale do Sol (RS).

Sociedade Sinodal de Livros

Da atividade de Michel surgiu o “depósito de livros”, designado de “Synodal BücherGesellschaft” (Sociedade Sinodal de Livros), na casa pastoral de São Leopoldo e era para lá que os pastores e comunidades dirigiam seus pedi dos. Os acionistas da “Synodal BücherGesellschaft” eram alguns pastores. Quem, no entanto, fornecia o material para esse “depósi-

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to” era uma organização da Missão Interna da Igreja Evangélica Alemã, estabelecida em Ham burgo. Trata-se da ainda hoje existente “Agentur des Rauhen Hauses”. A casa havia sido funda da por Johann Hinrich Wichern (1808 -1881) para abrigar e encaminhar crianças carentes, e nela se estabeleceríam no decorrer dos anos uma casa publicadora e uma livraria.

O que havia no “depósito de livros”? A res posta pode ser dada com facilidade. Ao procu rar por fontes sobre a origem regional dos imi grantes que vieram a São Leopoldo, encontrei o Livro de Registro de Batismos da Comunidade Evangélica de Lomba Grande, um Distrito de Novo Hamburgo (RS). O primeiro volume tem por título: “Tauf-Register der deutschevangelischen Gemeinde zu Lomba Grande gehõrig vom 17ten April 1864. Vol. I. Dr. H. Borchard Pastor” (Registro de Batismos, perten cente à Comunidade Teuto-Evangélica de Lom ba Grande, a partir de 17 de abril de 1864. Vol. I. Dr. H. Borchard, Pastor). O livro traz registros de 1864 a 1868. Depois, seguem-se páginas em branco. Porém, no final do livro, encontra-se outra preciosidade. Certamente, por falta de ou-

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tro livro, desde 1875, o Livro de Registros de Batismos foi transformado em Livro-Caixa do “depósito de livros”. Constam ali os nomes dos compradores, a localidade de sua residência, as compras e os pagamentos efetuados. É interes sante listar compradores e localidades, seguindo a grafia do livro: Dietschi, Mundo Novo; Wegel, Picada 48; Kaz, Germania da Costa da Serra; Smidt, Rio Pardinho; Tüsmann, Agudo em San to Ângelo;Peters, Forromecco; Hãttinger, Ferraz; Falk, Santa Cruz; Brutschin, Baumpikade; Hunsche,Linha Nova; Flãuser, Teutônia; Meyer, Lomba Grande. O que compravam? Hinários, Cancioneiros de edificação (Missionsharfe), Li vro de Confirmandos, Histórias Bíblicas, Ami go das Crianças (Kinderfreund), Cartilhas, Di cionários, Bíblias, Novos Testamentos, Atlas, Li vro de Cirurgia, Envelopes, Penas de aço. Livro de Orações de Stark, Certidões, Catecismos, Ro mances, Vasos sacros. Livros teológicos. Parece que se tem as ofertas da Editora Sinodal de 1997! A caixa de embalagem e o transporte, de São Leo poldo para Forromecco (São Vendelino/RS), custavam, em 1877, 1.800 Réis. Em 1875, o Pas tor Falk, de Santa Cruz, encomendou, p. ex., o

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o pastor Hermann Borchard lançou, em
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1864, os alicerces da Editora Sinodal

livro de Robert Avé-Lallement sobre Hans Staden, entre outros livros. O P. Brutschin comprou,em 26 de junho de 1876, a obra de Wigand sobre o Darwinismo e a obra de Ebrard, Apologética. Mas não foram só pastores os que encomen davam livros. Muitos professores também en comendavam livros: Schoenell de Maratá, GauK de Estância Velha, Collmann de Linha Nova, Lanzer de Neu Hamburg.

Surge a Livraria Evangélica

Formalmente,a Synodal Bücher-Gesellschaft foi dissolvida em 1° de agosto de 1877. No mes mo mês, porém, alguns pastores e professores fundam a “Evangelische Buchhandlung”(Livra ria Evangélica). Seu capital era pequeno. Mes mo assim, o primeiro livro a ser editado pela Livraria Evangélica seria uma “Fibel”(Cartilha), que o então pastor de São Leopoldo, Wilhelm Rotermund, redigira com o professor Nack,der Verden/Alemanha. Além disso, a Livraria deve ria providenciar “boa literatura”, pois em Por to Alegre, em virtude da influência de Carlos von Koseritz, distribuía-se, basicamente, litera-

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tura materialista. Eventuais lucros da Livraria

Evangélica formariam um fundo de pensão para viúvas e órfãos de pastores e professores, ques tão crônica na história do luteranismo brasilei ro. Em vão buscou-se um gerente para o empre endimento. De fato, W. Rotermund e sua espo sa Marie gerenciavam o empreendimento. Em fins da década de 1880, a Livraria Evangélica seria totalmente assumida por W.Rotermund e seus familiares, passando a se denominar de Livraria de W. Rotermund. Por longo tempo, a Firma W. Rotermund seria produtora e revendedora de materiais para o mundo evangélicoluterano, imprimindo também textos para o Sínodo Riograndense.

Período de publicações avulsas e evangelização

Houve, porém, um periódico que não foi assumido pela Editora Rotermund e que conti nuou sendo propriedade do Sínodo Riogranden se. Trata-se do “Sonntagsblatt”, mais tarde deno minado de “Folha Dominical” e, finalmente, de “Jornal Evangélico”. Desde 1914, o Sínodo tam-

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bém publicaria seu “Evangeliscbes Volksblatt fiür Brasilien”, órgão evangelístico, distribuído nas comunidades em que aconteciam evangelizações, mas não só nelas. Desde 1922, essas duas publicações, que eram preparadas por pastores ao lado de suas atividades comunitárias, passam a integrar os relatórios para as Assembléias do Sínodo Riograndense sob a rubrica “Behõrde fur Evangelischen Volksdienst”, que poderiamos tra duzir por “Departamento de Missão Interna”. Esse Departamento assumia funções de assessoria de imprensa e trazia relatórios sobre Evangelização, Capelania Militar, Sonntagsblatt, Acompanhamento de Migrantes, etc. Era o De partamento que se ocupava com a vida nas co munidades. Publicações eclesiásticas destinavamse à vida nas comunidades!

A partir de 1924, o Departamento procurou publicar, em vão, uma folhinha de meditações diárias, um “Abreifikalender”. O plano só seria concretizado em 1933. Sonhava também com a fundação de uma “Livraria Sinodal” e de uma

“Gráfica Sinodal”, que teriam a finalidade de fomentar a criação de bibliotecas comunitárias, facilitar a compra de Bíblias, Hinários, Livros de

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No seu quinto ano (1926), o “Jahrweiser”

teve uma tiragem de 7.000 exemplares

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Orações, Certidões de Confirmação e Hóstias.

O termo usado era, muitas vezes, “Buchniederlage”,“Depósito de Livros”. Os planos não puderam ser concretizados. Outras iniciativas, porém,foram tomadas. Desde 1922 passou a ser publicado o “Kalender für die Deutschen Evangelischen Gemeinden in Brasilien”, com uma tiragem inicial de 600 exemplares(em 1926, a tiragem já era de 7.000 exemplares). Trata-se do “Jahrweiser”, hoje também publicado sob o títu lo de “Anuário Evangélico”. Em 1926, se bem que com duração efêmera, foi publicado um “Jugendblatt” (Eolha Jovem). Desde 1930, seria publicado o “Evangelischer Kinderfreund für Brasilien”, hoje “O Amigo das Crianças”. Todas essas iniciativas tinham caráter artesanal. Tudo era elaborado em casas paroquiais, ao lado do trabalho pastoral, após cavalgadas.

Da Central para Editoração e Distribuição de Impressos ao Centro de Impressos

Mudança significativa nessa situação acon teceu em 15 de maio de 1927, quando o P.

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Hermann Dohms assumiu a tesouraria do Sínodo Riograndense. Arquiteto da lECLB, Dohms foi, desde o início de suas atividades pastorais em Cachoeira do Sul (RS), grande vi sionário e idealizador de todas as atividades que fazem de igreja Igreja. Dohms fez análises mi nuciosas da situação financeira do Sínodo e de todos os seus departamentos. A partir de sua primeira análise, feita em 1927, a Diretoria do Sínodo resolveu criar uma “Zentralstelle für Verlag und Schriftenvertriebe der Synode”(Cen tral para Editoração e Distribuição de Impres sos do Sínodo). O primeiro funcionário con tratado para atuar na nova entidade foi o se nhor Gustav Vogt. Ele iniciou suas atividades em janeiro de 1929 e atuou na Central até 31 de dezembro de 1932.

No relatório do Presidente do Sínodo Rio grandense ao Concilio reunido em Cachoeira do Sul, em 1932, encontramos a observação de que a “Central” havia sido transferida por deci são da Diretoria Sinodal para o prédio do Ins tituto Pré-Teológico,onde era administrada com a tesouraria do Sínodo. Parece que até então funcionara nos prédios que abrigavam os semi-

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nários evangélicos às margens do Rio dos Si nos. O nome “Central” também fora transfor mado em “Schriítenzentrale der Rio Grandenser Synode” (Centro de Impressos do Sínodo Riograndense). Seu endereço era: Caixa Postal 11, São Leopoldo.

O Presidente do Centro de Impressos era o Pastor Hermann Dohms. A primeira decisão da Diretoria do Centro de Impressos foi a de publicar um “Abreifikalender für Südamerika”, o avô do atual “Castelo Forte”. Até então, atra vés da Firma Rotermund, o Sínodo importava o Neukirchener Kalender, prática que voltou a ser adotada pela Editora Sinodal, quando se tornou inviável a confecção de um livro de meditações em língua alemã no Brasil. Para exe cutar as tarefas do Centro de Impressos foi con vocado o P. Rudolf Becker, mais tarde sucedi do pelo P. Erich Knâpper.

Alguns dados podem refletir o que foi o Centro de Impressos, em 1932. Nesse ano ven deram-se 990 Bíblias e Novos Testamentos. For necedor destas Bíblias era a Sociedade Bíblica Prussiana. 2.000 exemplares do Hinário Alemão para o estrangeiro, o hinário que doravante se-

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Nesse prédio funcionou durante muitos anos o Cen tro de Impressos

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ria usado pelas comunidades e que serviria de base para traduções ao português, puderam ser vendidos. Esse hinârio, doravante,seria também

impresso pela Editora do Sínodo Riograndense e vendido para todo o Brasil, para a Argentina e o Chile. Nesse ano foram também, pela pri meira vez, impressas no país certidões de Con firmação, Batismo e Bênção Matrimonial. Sig nificativo foi o fato de o ano de 1932 trazer pela primeira vez o Buchkalender, o calendário com meditações diárias. Naquele ano,o Sonntagsblatt teve uma tiragem de 4.300 exemplares e O Amigo das Crianças, 2.600. O “Livro de Reli gião” de Rotermund foi reformulado por Hermann Dohms e feita uma co-edição com a Firma Rotermund.

Tarefas muito importantes estavam sendo assumidas e merecem reflexão. As publicações e vendas do Centro de Impressos evidenciam uma Igreja que lê. Importante, porém, é que se veja que o investimento, que era feito através do Centro de Impressos, fazia parte dos pla nos de uma geração que, liderada por H. Dohms, buscava uma Igreja que tivesse futuro no Brasil.

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Desde 1933,o Centro de Impressos também fornecia materiais para o Departamento de Mú sica Sacra, dirigido pelo Dr. E. Rotermund. Mais de 1.000 livros, entre romances e material esco lar, foram vendidos somente em 1933. Além disso, o “Abreifikalender” teve uma tiragem de 3.500 exemplares e o “Jahrweiser” chegou a 7.000 (1934: 8.000) exemplares.

Desde 1934 foi publicado o Cancioneiro da Juventude Evangélica (2.000 exemplares). O li vro de Erich Fausel,“D. Dr.Wilhelm Rotermund.

Ein Kampf um Recht und Richtung des evangelischen Deutschtums in Brasilien”, foi publicado com uma tiragem de 1.000 exempla res. Uma revista para jovens (“Evangelische Jugend”) era publicada de dois em dois meses, com uma tiragem de 1.000 exemplares.

Golpe da nacionalizxição

A campanha de nacionalização do governo brasileiro foi um duro golpe também para o Centro de Impressos. Praticamente tudo deixou de ser publicado. Com urgência, porém, o Cen tro de Impressos pôde preparar materiais para o

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tempo de sobrevivência. Um pequeno manual de ofícios, depois hinos para o Natal e sermões foram publicados em língua portuguesa. É to cante poder-se olhar as quatro (!) páginas do pri meiro binário em língua portuguesa preparado para que as comunidades do Sínodo Riograndense pudessem cantar no Natal! Finalmente, todo o binário do Pastor Hans Müller, de Joinville, em uso na Igreja Luterana no Brasil, foi editado também para o Sínodo Riograndense. É impressionante poder ler os sermões prepa rados para comunidades que não os entenderíam e que seriam lidos por pastores que mal sabiam pronunciar as palavras que liam. Seu tom era o de anunciar aquilo a que de maneira nenhuma se poderia renunciar: Jesus Cristo.

Começando tudo de novo

Após a Segunda Guerra Mundial, passada a crise, em 1948, foi convocado o P. Wilhelm

Nõllenburg,que se destacara por suas campanhas evangelísticas, para dirigir o Centro de Impres sos. Em 1954 aconteceria o registro do nome “Editora Sinodal”. Nesse ano, o Pastor Ulrich

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Em julho de 1977, a Editora Sinodal mudou para um prédio próprio no Morro do Espelho

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Hees assumiría a coordenação, sendo seguido, em 1960, pelo P. Johannes Hasenack, que tinha a colaboração do P. Bertholdo Weber, na reda ção, e mais nove auxiliares. Em 1964, instalavase, finalmente, a tipografia, sob a orientação do evangelista Alcides Jucksch. Quando da reestruturação da lECLB, da dis solução dos Sínodos e de sua transformação em Regiões Eclesiásticas, a Editora Sinodal passou a ser de propriedade da Igreja Evangélica de Con fissão Luterana no Brasil. À Editora Sinodal ria integrada, ainda, a Editora Luterana, de São Paulo, que era a casa publicadora da missão da American Lutheran Church no Brasil.

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A caminhada dos anos posteriores à Guerra é espantosa. Foi a caminhada ao lado de uma Igreja que queria ser, com todas as conseqüências daí advindas. Igreja de Jesus Cristo no Bra sil. Nesse empenho houve acertos e desacertos. Houve concentração de periódicos (Igreja em Nossos Dias, Presença, Juventude Evangélica, Voz do Evangelho)... houve perdas. Houve em penho na tradução e criação de uma hinologia: Hinário(edição provisória), Hinário da lECLB, Hinos do Povo de Deus. Houve um esforço de 26 ● ●

tradução de obras teológicas e publicação de obras surgidas no país. Literatura de edificação, material catequético, de formação de lideran ça... novos almanaques (Seleções Evangélicas, Anuário Evangélico). Alguns campeões de ven das; A Bíblia para Crianças, Horinhas com Deus. Atividade importante começou em 1968, quando foi criada a “Comissão de LiteraturaCastelo Forte”, que a partir de 1969 publicou pela primeira vez o “Castelo Forte - Devoções Diárias”. Nos anos posteriores a 1945, timida mente, a Editora Sinodal começou a traduzir Lutero. Depois, o trabalho pôde ser continua do em colaboração entre as duas maiores Igre jas Luteranas do país, editando-se, hoje, em co laboração com a Editora Concórdia, a Coleção Obras de Lutero.

Bastam esses poucos exemplos para chegar mos a uma conclusão. Nos muitos reinícios podemos ver continuidade, per manência a serviço da divulga ção do Evangelho.

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VEm agosto de 1996, a Editora participou da XIV

Bienal Internacional do Livro de São Paulo

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PARAbÉNS, EdiTORAÍ

Nós, do Conselho de Administração da Editora Sinodal, não queremos deixar passar em brancas nuvens esta oportunidade de nos asso ciar às homenagens pela passagem de seu sep tuagésimo aniversário.

O que significa, para a Editora Sinodal, ter completado 70 anos?

Se comparado a uma vida humana, é muito tempo. Quanta coisa muda em 70 anos! Quantos planos! Quanto trabalho! Por um lado, as in certezas,frustrações e dissabores, por outro, mui tas alegrias, satisfações e realizações. Se fosse uma pessoa, talvez dissesse: Valeu a pena, mas agora que estou velho e cansado, quero minha apo sentadoria! Embora dirigida por pessoas, a Edi-

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tora é uma entidade e, como tal, não se limita a uma determinada idade, as pessoas passam e a entidade continua.

Atualmente, cabe a nós, do Conselho de Administração, diretor, gerentes e funcionários, a administração da Editora. É,sem dúvida, uma tarefa gratificante! Muitos outros já o fizeram no passado. Faço votos de que, com o auxílio de Deus, quando nós já tivermos passado, ou tros possam, com o mesmo entusiasmo, conti nuar a dirigir a nossa Editora ainda por muitos e muitos anos. Que esta jovem de 70 anos con tinue a oferecer cultura, lazer, entretenimento e, principalmente, ajuda na honrosa missão que Cristo nos deixou, de divulgar o Evangelho às pessoas.

Conselheiros titulares: Edgar Schneider, Hilário Kaiser, Egon Schwingel, Clóvis Lindner, Cloir Papke

Conselheiros suplentes: Egonho Tag, Ursula Kaiser, Bernardo Schwingel, Mariane Beyer Ehrat, Valdemar Rohde

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Para o autor, a editora é uma espécie de parteira. Sem a sua as sistência e seu encorajamento, muitos livros jamais viriam à luz.

Por 25 anos dos seus 70 anos, a Editora Sinodal teve este papel para mim. Que Deus a ilumine e abençoe para que ela sempre pos sa difundir a palavra da verda de com vigor.

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lUA tecnologia contribui para a melhoria da qualida de do produto da Editora

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Três dÉCAdAs a servíço dA paIavra escríta

Abrigo de estudantes

Foi em 1944 que começaram minhas rela ções com a Editora Sinodal, então Centro de Impressos do Sínodo Riograndense. Quando, com apenas 11 anos, vim estudar no Instituto Pré-Teológico, a correspondência de cada dia era algo muito importante para os alunos inter nos, em geral vindos de longe. As cartas vinham pelo Centro de Impressos. Da parte do diretor do internato, professor Udo Soth, fui eu encar regado de buscá-las diariamente para distribui ção na hora do almoço. Assim fui conhecendo as pessoas que trabalhavam na Casa Sinodal, como Anneliese Dohms, Irene Dietschi,

Localizado na mesma casa, o Centro de Impressos evidentemente tinha um forte víncu lo com a direção da Igreja, o Sínodo. A casa.

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temporariamente, também era abrigo para estu dantes de teologia, moradia de professores, bi blioteca,sala de preleções. Como estudante, tam bém morei lá durante um ano com o primo Walter Schaeffer, que, já órfão de pai, custeava seu estudo no empacotamento. Seria bom que alguém escrevesse a história dessa “casa da so gra” acolhedora (lembrando “Aqui Você Tem Lugar”), que certamente voltará a ser Casa Sinodal com a nova estrutura da lECLB.

Já formado e recém-chegado de Porto dos Gaúchos, Mato Grosso, para prestar o segundo exame teológico, em 1960, fui solicitado pelo pastor Wilhelm Nõllenburg a cooperar na Edi tora, sucedendo ao pastor Ulrich Hees, em vias de retornar à Alemanha.

Ponto de eficontro

A Editora, então, continuava a receber, ex pedir e distribuir a correspondência para a co munidade do Morro do Espelho. Por isso a li vraria era um apreciado ponto de encontro e de comunicação. Isso também por causa do único telefone existente no Morro, o velho apa-

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o pastor Johannes Hasenack priorizou metas evangdísticas na Editora Sinodal

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relho N° 131. Na memória, ainda vejo nossas colegas Gerda Ruppenthal (hoje esposa do pas tor H. Kunkel, em Genebra), ou Magda

Spieweck, ou Carla Jaeckel girando a manivela do telefone, e lembro das muitas vezes que o professor Willy Fuchs, do Departamento de Ensino no andar de cima, teve que falar tão alto que podia ser ouvido por toda a casa e até no campo de esportes. Muitos estudantes de teologia tiveram passagem pelo setor de expedi ção, onde colaboraram garantindo um ganho para sua subsistência.

Desde o início, idealizada pelo pastor-evangelista Nõllenburg, a Editora tinha também metas evangelísticas. No meu tempo, demos continuidade a este enfoque pela estreita coo peração com os evangelistas Alcides Jucksch e Newton Paulo Beyer. Eles eram inclusive nos sos autores e melhores divulgadores, que se abas teciam com literatura na Editora.

Feiras de Livros

O aspecto de divulgação evangelística e de prestação de serviço também ganhou expressão

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pelas centenas de “feiras” com oferta de pu blicações que fazíamos por ocasião de concílios, dias de igreja, encontros e eventos os mais diversos. A atividade era norteada pelo propó sito de que, onde acontecia algo de importante nas comunidades, sempre também estivessem ali presentes os livros. Para essas saídas, a Edito ra dispunha de uma VW-Kombi, nos anos 60 ainda um dos poucos veículos existentes no Mor ro, motivo por que também costumava ser re quisitada para outras finalidades. Na expedição sempre tínhamos um empacotador-motorista. Lembro com saudade os anos de cooperação com Eliseu Jung(de Estância Velha, já falecido) e Délfio Glier. Este veio do interior de Venâncio Aires (RS), aprendeu a dirigir conosco e duran te muitos anos foi suficientemente hábil para enfrentar o trânsito da Grande Porto Alegre.

Na dimensão evangelística deve ser vista ain da a posterior contratação do pastor João Pedro Brueckheimer para a tarefa de supervisão da li vraria e da divulgação. Com ele veio tempora riamente para a Editora o serviço de folhetos evangelísticos. Cooperaram neste ramo, na ga ragem do prédio novo, entre outros, os então

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estudantes de teologia Luiz Arthur Eichholz e Eloir Kich. Além dos folhetos, eles expediam os cartões para a Coleta Infantil da Obra Gustavo Adolfo, com a qual estou envolvido até hoje. Esses serviços da igreja com fi ns não-lucrativos durante muitos anos estiveram “anexados” à Editora.

Livraria Volante

A partir da aprendizagem evangelística, o colega Luiz Arthur posteriormente colaborou na área das promoções da Editora e foi ele o encarregado do projeto Livraria Volante: com o caminhão, ele e sua esposa atenderam centenas de comunidades e livrarias de norte a sul, incre mentando as saídas que antes eram feitas espo radicamente com a Kombi.

Havíamos concebido a Livraria Volante como alternativa mais flexível para fdiais, que tínhamos durante alguns anos. Por exemplo,em São Paulo, havíamos “herdado” da Missão Lu terana a editora-livraria no Bairro Pinheiros. Destacamos para lá nosso funcionário Elemar Koelln, que foi orientado pelo pastor Louis

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Com a Livraria Volante foram atendidas centenas de comunidades e livrarias de norte a sul

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Becker. Quando as crescentes facilidades de comunicação nos pareciam tornar desnecessá rias as filiais, passamos a trabalhar mais com distribuidores e agentes de literatura e de assi naturas, realizando seminários de treinamento com eles.

Pequena tipografia

A cooperação do estimado Pastor Jucksch foi mais longe. Como tinha formação profissional no ramo gráfico, ele instalou no “porão” da Casa Sinodal, onde hoje está o posto do Banco Meri dional, uma pequena tipografia. Precisamos re conhecer que, a despeito da precariedade das instalações, ali foi realizado um trabalho respei tável na produção de folhetos, de cartões com mensagens, cadernos evangelísticos, cruzes lumi nosas... Pois o Pastor Jucksch buscou pessoas que, no seu espírito, colaboraram com muita dedica ção e idealismo. Quem não gostaria de lembrar colegas como Paulina Ranger e Bernardo Rossner (que se formou pastor)? À moda antiga, os textos eram compostos com letras de chumbo móveis, pegados com pinça, letra por letra, o que exigia

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muita habilidade. Quanto a gráficas de terceiros, trabalhamos principalmente com a tradicional firma Rotermund (São Leopoldo) e com a Me trópole(Porto Alegre), onde sempre tivemos bons amigos. As relações não eram meramente comer ciais, mas havia também certa consciência co mum com relação à tarefa específica e ao valor da Palavra impressa na perspectiva da igreja. Nossa gráfica, posteriormente, no novo prédio, foi am pliada e modernizada, inicialmente sob a gerên cia de Leopoldo Doernte e, depois, Renato Krohn. Mas penso que uma Editora tem sua tarefa prin cipal na criação de textos e que a parte técnica da produção pode ser terceirizada com vantagem.

Esqueleto editorial

Internamente na livraria, bem como nos referidos mutirões pelas comunidades, a “Frau Schmidt”, Waltraut Schmidt, foi pessoa que durante 16 anos desenvolveu admirável capaci dade e liderança. Conhecia quase todos os pas tores, sabia das preferências de clientes que vi nham inclusive de Porto Alegre e de mais longe para ver novidades e serem atendidos por ela.

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Sabia vender com bom humor e argumentos imbatíveis, e em contrapartida por vezes dizia que era impossível vender - e ameaçava deixar encalhar - quando eu adquiria algo sem consultála e que lhe parecia de menor importância. Seu empenho durante esses anos todos é tanto mais respeitável considerando que vinha diariamen te de Porto Alegre e subia a pé o Morro.

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No meu tempo inicial ainda se vendia mui ta literatura alemã importada. As publicações próprias no início não eram muito diversifica das. Os periódicos e as publicações “obrigatóno uso das comunidades formavam o es queleto editorial, portanto: devocionários, anuá rios, manuais de culto e do culto infantil, biná rios, catecismos e outro material de ensino,além de jornais/revistas como a Folha Dominical, Igreja em Nossos Dias, Juventude Evangélica, Presença, O Amigo das Crianças. De ano a ano, era ali que se gastava o fôlego, cuidando para que tudo estivesse pontualmente disponível. A redação semanal da Folha Dominical teve que ser assumida em 1960, após o falecimento do pastor Rudolf Becker. Esse compromisso sema nal dava pouca folga, e só foi possível dar conta 42 ● ●
.. .íhSí. ..
● ● 43
Pastor Bcrtholdo Weber, um fiel colaborador

dele com expedientes noturnos e com a partici pação fiel do pastor Bertholdo Weber. Cooperação externa

criar um para as

Assim sobrava pouco tempo para programa editorial mais diversificado. Recor reu-se inclusive à cooperação externa: n’0 Ami go das Crianças durante alguns anos colaborou o professor Siegfried Dietschi; no material para a Escola Dominical,o estudante Werner J. Dietz; nos periódicos Igreja em Nossos Dias e Presen ça, a competente jornalista Sibyla Diehl. Várias publicações tiveram origem fora da Editora, como é o caso de “A Palavra Diária”(posterior mente “Castelo Forte”), que surgiu por iniciati va do pastor Christoph Jahn, de Arroio do Ti gre, muito criativo em matéria de publicações comunidades. Também o “Anuário

Evangélico” veio à Editora Sinodal, depois de criado na Região II sob a responsabilidade do então pastor regional Heinz Ehlert e dos srs. Emil Dietz e Henrique Wunderlich. Os folhe tos “Cantate Domino” eram preparados pela chantre Bárbara Friedburg, e o “Roteiro da

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9
44 ● ●

OASE” por Dorothea Seidel. Deste modo, a Editora era prestadora de serviço editorial para a igreja e suas entidades.

Enquanto anexada ao Sínodo, a Editora ti nha um mínimo de burocracia e um baixo grau de institucionalidade. Era um ambiente muito pessoal e familiar para funcionários e clientes.

Em geral nossas balconistas e colaboradores sa biam do sentido mais profundo de seu traba lho; participar de uma missão com a palavra impressa. E também a Dona Bila, faxineira da Casa Sinodal durante várias décadas,enquadrouse bem no espírito da casa. Só uma vez alguém me disse que vendia Bíblias a quilo e a dinheiro e que não queria saber desse papo de missão.

Guinada significativa

Experimentamos como alteração profunda a criação da lECLB pela fusão dos Sínodos e a transferência da Editora para a Instituição Si nodal de Assistência, Educação e Cultura (ISAEC). Significou, por assim dizer, o corte desse cordão umbilical que a Editora tinha com o Sínodo-Igreja. A direção da ISAEC passou a

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administrar inclusive a Editora, sob a liderança dinâmica de Eugênio Leonhardt. A Folha Do minical foi incorporada ao novo Jornal Evan gélico, para cuja edição foi convocado o pastor Jost Ohler, inicialmente auxiliado pela secretá ria Margareth Weingârtner.

Na antiga Casa Sinodal faltava espaço. Po rões, garagens e parte de outros prédios(JOREV) já vinham sendo aproveitados. Por isso, a Edi tora mudou-se temporariamente para um pré dio comercial alugado na “Rua Grande” em São

Leopoldo. Enquanto isso foi dado andamento à construção do prédio próprio. A direção da Editora, nestes anos de transição, esteve a cargo de um Conselho Editorial colegiado, com reu niões semanais.

Foi uma guinada significativa em direção a um trabalho de imprensa, comunicação, jorna lismo e administração mais profissional. Tive mos jornalistas que se destacaram por sua com petência, como Eva Dürr, Christa Berger, Edelberto Behs, Rui Bender, Ingelore Starke Koch, Vilson Schoenell.

46 ● ●

Na década de 70,

a

Editora Sinodal ocu-

...
pou temporariamente um prédio comer cial no centro de São Leopoldo ● ● 47

Três Mosqueteiros

como centro passaram municação (FIC). Montou-se um ótimo estú dio para a gravação de discos sob a responsabi lidade da Editora Sinodal Musical, de cuja criinicialmente nem sabia. Contrataram- açao eu se artistas e cantores. Fizeram-se lançamentos de discos pelo Brasil afora, inclusive em Manaus. Mesmo visando a geração de renda, esses em preendimentos só foram viáveis com recursos de vulto canalizados para a FIC via requerimenentidades do exterior e inclusive de outras tos a instituições da ISAEC. À testa dessas iniciati vas estavam os “Três Mosqueteiros”, como eu os chamava com um misto de admiração e re ceio pelo que aprontavam. Eugênio, Dealmo e Hilmar, em todo caso, desenvolveram uma di-

/
Foram anos de intenso planejamento, temde milagre econômico e de Brasil Grande, em termos de pos com impressionantes iniciativas comunicação e produção. Via-se na Editora um potencial de desenvolvimento multimedial. Os fatos até se precipitaram. Cria ram-se e compraram-se emissoras de rádio, que a formar a Fundação ISAEC de Co48 ● ●

nâmica como não a presenciei em outro mo mento no pacato Morro do Espelho. Com relação a discos, certa vez tivemos no Morro a visita da artista Sandra Bréa. Na livraria, o pastor João P. Brueckheimer, fiel à tarefa evangelizadora, ofereceu-lhe o livro devocional “Caste lo Forte” com votos de uma leitura abençoada.

Colaboradores

Fui solicitado a escrever algo lembrando pes soas. Tiveram passagem pela Editora também várias pessoas que posteriormente se destacaram em outros ramos. Lembro Hans J. Voget, que passou para o AMENCAR-Amparo ao Menor Carente, e Carlos C. Aveline, hoje renomado ecologista.

E quantas pessoas deixei de mencionar!

Wilhelm Wiebke e Inge Schott da tesouraria em comum com o Sínodo, Dorothea Schasse na contabilidade, Ruth Dietschi no controle de as sinaturas, a gerente Dolores Fuhr, o fotógrafo e artista Vigand F. Eidam, não esquecendo mi nhas secretárias Rosane Lange, Kaethe Fuchs, Liliana Creutzberg...

...
● ● 49

Deveria lembrar muitos outros que colabodons, na loja, na administra- raram com seus ção, na tipografia, na expedição. Queiram desculpar pela falta de espaço - e de memóriapara contar suas histórias. Inclusive, “livros são pessoas”, como nos dizia o saudoso pastor-professor Hermann Dohms, incutindo-nos respei-

me to e amor pelo pensamento impresso.

Aliás, um “funcionário” menos qualificado ficava debaixo de minha escrivanime trazia por vezes nha. E quando a Rosemarie Dohms correspondência,levava um susto com o Scooby, em seguir-me de casa. cocker preto que insistia Por sua maneira de relaxar, não deixou de ser companhia útil em momentos de sufoco, quando por exemplo a inflação nos atropelava. Os desafios financeiros e administrativos dos diretor com forma-

uma novos tempos exigiam um

ção mais específica.

Pois bem,comecei recordando o tempo quan do, de calça curta, buscava a correspondência na Casa Sinodal. Fui estudante de teologia, na mes ma casa, em boa vizinhança com os livros. De pois foram mais que três décadas dedicadas à produção e divulgação da palavra escrita. Nos

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50 ● ●

Em 1989, Ascicpíades Pommê (C), então presidente do Conselho de Administração, dá posse ao novo diretor da Editora Sinodal, Eloy Teckemeier (E), em substituição ao pastor Hasenack (D)

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últimos anos desse período, vez por outra ouvia falar de mim como “alma da Editora Sinodal” - fantasma? E por ocasião de um seminário para autores de textos devocionais, um pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil disse da sua alegria em “conhecer o Hasenack, vovô legal... Percebi que já era tempo de me retirar.

Jobannes Hasenack

Ex-diretor da Editora Sinodal

■ ■ ■A 9
52 ● ●

Trabalhar com a Editora Sino-

● dal é, para mim, uma experiên-

● cia gratificante, porque significa

● crescimento, troca de idéias e in● tercâmbio de informações, num ● ambiente de franqueza e amiza-

de. O autor sente-se mais seguro,

respaldado em seu trabalho por

um editor que não interfere na sua

criatividade, a não ser para esti-

mulá-lo. Continuem assim, que

● vocês estão no caminho certo, por mais sete vezes setenta anos! Pa● rabéns!

Anamaria Kovács

Escritora

,
,
● ● 53

Na gráfica, o papel branco transforma-se em pági nas de livros

■ \
54 ● ●

A COMUWCAÇÃO ÍMpRESSA A SERViÇO

cJa míssão na IECLB

Empacotador

Lembro-me de que,como estudante no Insti tuto Pré-Teológico e na Faculdade de Teologia, tive oportunidades para ganhar um dinheirinho muito útil no então “Centro de Impressos do Sínodo Riograndense”. Trabalhava em horas li vres fazendo pacotes de material para as comuni dades. O que entrava nesses pacotes? Eram livros de doutrina e de orações, binários. Bíblias em português e alemão, hóstias para a celebração da Santa Ceia,certidões de Batismo,Confirmação..., enfim material prático para a vida da comunida de. Depois, como pastor de paróquia, começan do em 1963 em Palmitos, SC, percebi a impor

tância desse material para a vida concreta de fé e serviço das pessoas. Era material constitutivo de comunidade cristã, de Igreja Evangélica de Con fissão Luterana no Brasil (IECLB).

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f
● ● 55

A palavra impressa é uma forma de comu nicação que acompanha o luteranismo desde sua origem. Na Reforma de Martim Lutero, no século 16, esta forma de comunicação teve pa pel decisivo. Os panfletos impressos contendo principais temas da Reforma constituíramse no mais moderno e ágil meio de comunica

ção na época. Isso, juntamente com a divulga ção da Bíblia na língua do povo, surtiu resulta dos extremamente positivos no andamento da Reforma. Como se sabe, ela foi marcante tam bém na história da humanidade.

os Semente da lECLB

A palavra impressa continuou sendo de im portância decisiva para os evangélico-luteranos que emigraram da Europa para o Brasil, a partir de 1824. A Bíblia, os hinários, o catecismo fo ram lidos, memorizados,.discutidos em grupos e assim auxiliaram a formar comunidades de fé.

Esta foi a semente da qual surgiu nossa lECLB. Desde cedo esteve presente a preocupação de criar aqui publicações próprias para atender as comunidades em sua nova forma de ser Igre-

56 ● ●

A palavra impressa acompanha o luteranismo desde a sua origem

● ● 57

ja. Esses materiais, por conseguinte, auxiliaram a definir o jeito de sermos Igreja no Brasil. Fo ram auxílio indispensável para a Igreja ao lon go de sua história. Desse modo,o então Centro de Impressos teve papel de vital importância na edificação de comunidades, no processo de for mação da própria lECLB e na definição de sua identidade.

Mesmo hoje, na virada do milênio, quando podemos nos comunicar através dos modernos meios eletrônicos e dos recursos da informáti

ca, a comunicação impressa continua ocupan do lugar de destaque na Igreja.

Lugar na história

Sem dúvida, reflete-se também nessa área a acirrada disputa de mercado existente na socie dade, inclusive no que diz respeito a crenças e religiões. Precisamos e queremos nos moderni zar, usando com criatividade as novas tecnolo gias de comunicação, como aconteceu no tem po da Reforma. Mas estamos conscientes de que a palavra impressa é insubstituível para nós como lECLB e para a missão que somos cha-

...
58 ● ●

Kirchheim: a palavra impressa é insubsti

tuível para a missão que somos chamados a cumprir

●1 '1' t I i I
● ● 59

mados a cumprir. Importa permanecer fiel ao conteúdo das “Escrituras” e à nossa identidade de confissão luterana; a mensagem da justifica ção por graça e fé, independentemente de con quistas e méritos, tão em evidência na concor rência global dos dias de hoje. A Editora Sinodal, resgatando sua própria história, deve estar consciente de seu “lugar” e colocar prioridade na elaboração de materiais para a informação da comunidade e para sua formação espiritual e teológica em torno daquilo que constitui nos sa identidade. As comunidades necessitam de material simples e concreto para que possam realizar melhor a tarefa missionária de ir, ensi nar e fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20).

No retrospecto dos 70 anos de existência e trabalho, cabe, pois, uma palavra de reconheci mento às tantas pessoas que labutaram e labu tam em nossa Editora, e cabe-nos sobretudo dar gratidão e louvor a Deus por sua proteção e inspiração na caminhada.

.... P
60 ● ●

o que representa, para mim, a Editora SinodaE Representa qua se um milagre. Eu era anônimo, e a Editora me deu um nome, ao editar minha palavra.

Para mim, a Editora Sinodal não edita livros, edita caminhos por onde as pessoas buscam a es perança e a alegria de viver. Por isso, posso afirmar que a Editora Sinodal é a grande estre la do ecumenismo. Sua palavra é palavra fraterna.

● ● 61
Sérgio Farina Escritor

Cac/a livio é uma peça de artesanato, que envolve muitas mãos

■ ■ ■míi t i ■I
62 ● ●

Nomes & SobRENOMES

DEUS e JESUS são nomes que não faltam em livros publicados por uma editora cristã.

Mas a Editora Sinodal vai mais longe: até entre seus funcionários aparecem os nomes de DEUS e JESUS. Não é brincadeira, não! Na expedição trabalham dois funcionários chamados Valdir

de JESUS Rodrigues e Silva e Luciano Ricardo de DEUS. Portanto, DEUS e JESUS estão na Editora. Só que JESUS é chefe de DEUS.

Mas não fica por aí. Uma editora cristã que se preze também tem entre seus funcionários pelo menos alguns com nomes bíblicos. E isso não falta. Tem JOÃO e PAULO, dois dos principais apóstolos de Jesus. Tem ainda MARIA MADA

LENA, testemunha da crucificação e ressurrei

ção de Jesus. Tem JOSÉ e MARIA, pais de Jesus.

Não esquecendo que o diretor da Editora Sino

dal chama-se Eloy. Eloy deriva do termo hebraico

ELOHIM, o nome do Deus de Israel.

Na Editora Sinodal também trabalha um dos mais conhecidos comunicadores do Brasil:

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● ● 63

Silvio Santos. Mas, qualquer semelhança é mera coincidência. Acontece que o gerente de produ ção da Sinodal chama-se SILVIO José dos SAN

TOS. Para não provocar ciúmes na Globo, é preciso ser dito que até já trabalhava um FAUS

TO SILVA na casa. Alguns dos funcionários talvez ainda se lembrem de Antônio FAUSTO da SILVA, funcionário da Gráfica Sinodal.

Falando em SILVA, este é um sobrenome comum entre os funcionários da Editora. Há

não muito tempo havia seis SILVA na casa. Hoje ainda tem três, acompanhados de uma SILVANA. Muito oportuno para uma instituição rodeada de mato. Afinal, mato e floresta em latim significam SILVA.

p
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Setor EdiTORÍAl

Quando estamos sen tados confortavelmen te no sofá lendo, ou quando estamos aco modados numa bela rede nordestina lendo

nosso romance preferido, ou ainda quando es tamos sentados à escrivaninha pesquisando um assunto exposto num livro, raramente nos da mos conta do caminho percorrido pelo livro até chegar às nossas mãos. Isso não só acontece com os livros, mas desconhecemos como são preparados muitos outros produtos que inte gram o nosso cotidiano.

O livro nasce na cabeça de um autor, mas também nasce na discussão ou na roda de con versa que semanalmente acontece numa equipe editorial. O livro é o resultado do talento, do conhecimento, da experiência e da sensibilida de de uma equipe formada por diversas pes-

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soas. Conceber um livro, seja ele destinado ao público infantil ou ao público adulto, é um desafio e um trabalho realizado por muitas mãos. O autor, a revisora, o digitador, a capista, o editor, o impressor, o intercalador e outros profissionais são as pessoas que fazem o livro chegar às mãos dos leitores.

Na Editora Sinodal acontece um processo semelhante, coordenado pela equipe editorial, que tem a incumbência de preparar a pauta para a reunião editorial. Cada título a ser lan çado merece atenção e dedicação. Entre as preo cupações que norteiam nossa equipe destaca mos duas: constante busca por sintonia com os assuntos que possam interessar nosso pú blico e constante zelo para prosseguir na li nha editorial da nossa Editora, forjada ao lon go destes 70 anos.

Nosso maior desafio é oferecer continuamen te literatura cristã às crianças, aos jovens e aos adultos, ou em outras comunidades. A cada ano vamos aumentando nossa oferta no Catálogo de Publicações, buscando assim nos desincumbir da tarefa que nos cabe como editora cristã.

Nossos aliados nessa tarefa são os autores e

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autoras, os ilustradores e ilustradoras, os tra dutores e o pessoal da casa, que junto com a equipe editorial prepara os lançamentos de cada ano.

Na Editora Sinodal, a preparação de cada original é conduzida com responsabilidade, carinho e muito amor. O livro é como um fi lho para os editores e autores. O tempo de gra videz é que varia de livro para livro, mas o tra tamento dispensado a cada livro é o mesmo. Entendemos que os nossos leitores, quer sejam eles as crianças, os jovens, as mulheres, os ho mens, merecem ter em mãos um bom livro, bem preparado, bem impresso e com bom conteú¬ do.

Editamos livros não apenas para o prazer da leitura, mas também para contribuir na for mação de relações humanas e comunitárias mais fraternas e acolhedoras.

● ● 67
João Artur MüIIer da Silva
Gerente Editorial

Em abril de 1996, a Editora promoveu com sucesso a 1- OFicina Sinodal para Autores de Literatura In fantil - OSALl, em Rodeio/SC

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68 ● ●
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/Sr r EDÍTOKA
Artur Sanfelice Nunes Ilustrador ● ● 69
51N0DAL E EU: UM LONOO E EXCITANTE CA50 DE AMOR!

COM LICENÇA. VOCÊ SABE AONOE É A FE5T/* DE ANIVERSÁRIO D^ EDITORA SINODAL7

Tratar com profissionais competentes, qualificados e honestos, tendo a certe za de que construímos valores positi vos para a humanidade. Isso é traba lhar com a Editora Sinodal, que ago ra vira a página setenta do excelente livro de sua existência.

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Setor óe ProcJução

Produção, por defini ção, é o setor onde são confeccionados os pro dutos de uma empresa.

, Na Editora Sinodal

J não é diferente. Após os livros receberem o

tratamento editorial, chegam às nossas mãos para que façamos a sua industrialização. Deste mo mento em diante, é iniciado o processo que transforma idéias, talento, profissionalismo em um livro.

Começamos pelas pessoas que vão fazer a paginação. São elas que darão a forma final para os livros, corpo da letra, tamanho da página, etc. Após esta etapa, nosso livro vai para as mãos da revisora, que procura, com muito cuidado, todos os erros a serem corrigidos. Assim que ela termina a leitura, este material volta para que a turma da paginação faça as arrumações.

flík- ● ● ●
● ● 71

retoques e apronte a arte-fmal. Correndo para lelamente a este trabalho todo, temos uma artis ta que cria as capas para nossos livros, etapa importante do processo, pois a capa será o pri meiro contato do leitor com o livro.

Bem,já estamos com o livro paginado, revi sado e arte-fmalizado. Está na hora de o pessoal que faz o fotolito entrar em ação, transforman do todas as artes em filmes para que possam ser devidamente montados e entregues à pessoa que gravará as chapas de impressão.

Já na gráfica, e com as chapas prontas, o nosso cortador prepara o corte do papel para dar andamento à finalização do trabalho. Na mão do impressor, o papel branco transformase em páginas de livro e na capa, que vai ser a sua roupagem. Com mais esta etapa vencida, entram em cena os colegas que vão fazer o aca bamento, intercalar, colar e colocar a capa e por fim há o recorte final. Ufa! O livro está pronto, boa leitura!

Creio que ficou claro que contamos com uma excelente equipe de trabalho, mas nem por isso descuidamos do aspecto tecnológico. Nes te item procuramos modernizar e trazer equi-

72 ● ●

pamentos que nos permitam manter nossos produtos competitivos e de muito boa qualida de. Mas a busca de aperfeiçoamento, que é uma constante para nós, não se restringe somente a equipamentos. Nós tratamos de sempre apri morar a mão-de-obra do nosso pessoal, envian do as pessoas para cursos ou trazendo profis sionais de treinamento para dentro da nossa gráfica.

Silvio]. dos Santos

Gerente de Produção

■ ● 73

Trabalho na Editora Sinodal desde de 1989. Antes desta data não conhecia a Editora nem o Morro do Espelho. Cheguei aqui apenas porque precisava de um empre go. Hoje continuo aqui, porque gosto do que faço e conto com a amizade dos colegas e um ótimo ambiente de trabalho. Aqui também tenho a oportunidade de conhecer pessoas li gadas a lECLB vindas de várias regiões e até do exterior.

Setor de Administração

Funcionária desde 1989

tra-

i^gradeço a Deus pela oportunidade de balhar aqui, onde posso desenvolver os dons que Ele me deu e ainda crescer pessoal, pro fissional e espiritualmente.

Setor de Pré-impressão

Funcionária desde 1995

marco
74 ● ●

● Para mim,trabalhar na Editora Sinodal sig-

● nifica segurança, compromisso, algo que faz

*parte da gente.

● Gosto de trabalhar na Editora Sinodal,

*pois fiz disso um oficio quando comecei aqui ,em 1986, e para vir todos os dias é preciso ogostar do que se faz, criar o seu ambiente de ^trabalho junto aos colegas.

Setor de Administração

Funcionária desde 1986

● O coleguismo, alegria e humanidade de-

*monstrados sempre pela Equipe Diretiva e Qcolegas da Editora Sinodal proporcionam um

● ambiente de trabalho leve e gostoso. Tudo

*isso fez com que eu me sentisse “em casa o desde o meu primeiro dia de trabalho.

Lticéli Cardozo Guidotti

Setor de Pré-impressão

Funcionária desde 1995

I) ● ● 75

ÇJientes e fornecedores.

Como homenageá-los?

Simplesmente dizendo obrigado a todos vocês, companheiros de jornada desde a nossa primeira publicação.

76 ● ●

Setor óe VencJas

Como um pao quentinho. Assim o pessoal de vendas vê o livro que chega às suas mãos para comercializar. Isso mes

mo. Como um alimento gostoso, que a gente, num processo que envolve muitas pessoas, ter mina por colocar na frente dos olhos do leitor.

Um alimento que muita gente define como espi ritual, isto é, que melhora o nosso conhecimen to, responde a perguntas, questiona conceitos, dá ânimo, conforta e, em muitos mo mentos, é o mais puro e gostoso entretenimento. Cada livro é uma peça de artesanato, que envolve muitas mãos. Desde a hora em que vi ceja no pensamento do autor, o livro inicia uma caminhada que inevitavelmente termina no Departamento de Marketing e Vendas. Afinal, de que adianta produzir se não há quem venda?

os nossos

a&.... p
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Para vender, produzimos anúncios, prepa ramos malas-diretas, editamos o “Informe Sinodal”. Acionamos a nossa rede de represen tantes e distribuidores, que, aos poucos, vai atin gindo todos os recantos do País. Pretendemos chegar a uma cobertura que se estenda do Oiapoque ao Chuí!

Quando a primeira parte está feita, ataca mos a segunda: executar os pedidos, despachar depressinha o material que os leitores aguardam. As encomendas entram na expedição através de telefone, fax ou carta. Por telefone, um opera dor digita o pedido diretamente no computa dor, pois o nosso faturamento é informatizado. Na sequência, o material é recolhido, pesado e embalado; são emitidas a nota fiscal, o boleto para o banco proceder o recebimento e a enco menda já segue para o correio ou para a trans portadora.

80% dos pedidos que entram são atendidos no mesmo dia e os demais dentro de, no máxi mo,48 horas.

Ainda dentro da nossa área, temos uma li vraria que funciona ao lado da Editora e o jornalzinho infantil O Amigo das Crianças. Ao

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78 ● ●

todo, onze pessoas, internamente, e uma plêiade de colaboradores externos fazem o livro da Sinodal chegar até o leitor. Fazemos o possí vel e, às vezes, o impossível para que o livro chegue às suas mãos como um pão quentinho, gostoso, aromático, que vai saciar a sua fome da Palavra.

Por isso, para a área de vendas da Sinodal, vender é duplamente gostoso. Quando satisfa zemos o desejo ou a necessidade do nosso lei tor, temos a certeza de que estamos levando a ele um alimento insubstituível: o pão da Vida.

Asclepíades Pommê Gerente de Vendas

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o livro chega à livraria como um pão quentinho, pronto a ser degustado pelos leitores

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80 ● ●

Setor óe AcImínístração

Osetor administrativo de qualquer empre sa é muito importante. Ele é a âncora de todos os outros setores. Além de ser o principal gera dor de dados para as outras áreas, o setor de administração é o último elo de ligação entre o cliente/fornecedor e a empresa. Isso por si só justifica um investimento em organização e efi ciência nessa área, pois a última impressão é a que permanece.

Neste sentido, a Editora Sinodal procu rou, ao longo dos anos, aperfeiçoar o seu setor de administração. Hoje contamos com uma rede de computadores interligando desde o setor de vendas, passando pelo setor de contas a receber (faturamento via modem diretamente ao ban co) e pagar até o setor fiscal. Isso faz parte de uma estratégia de melhor atendimento ao cliente e fornecedor, pois todo investimento em tecno logia deve visar também um aperfeiçoamento nas relações humanas.

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● ● 81

A admimistração é a âncora de todos os setores dentro da Editora

f 1 i
82 ● ●

das Crlaibças

Sf/S dÉCAdAS dE Amíqo

Em setembro de 1930 surgiu, no extinto Sínodo Riograndense, o jornal infantil Evangdischer Kinderfreund fíir Brasilien, des tinado a todas as crianças evangélicas de con fissão luterana no Brasil. Era uma publicação semanal, de quatro páginas, característica que manteve até 1964, quando o término de exem plares no arquivo indica o encerramento da quela publicação.

Antes disso, no ano de 1938, surgiu algo similar em língua portuguesa: O Amigo das Crianças. Este jornalzinho saía paralelamen te à edição alemã. Também saía semanalmen te e tinha quatro páginas. Com o desapareci mento do Evangelischer Kinderfreund em

\1^964, o Amigo passou a ser o único jornay

o Akin»lg®
Xi] u.
● ● 83

infantil da lECLB de circulação nacional, po sição que ocupa ainda hoje, em 1997. É edita do pela Editora Sinodal, a exemplo do Kinderfreund.

A redação do Amigo já esteve a cargo do antigo Centro de Impressos e depois da Edi tora Sinodal, mas desde 1971 está sob a res ponsabilidade do Departamento de Catequese da lECLB, sediado em São Leopoldo.

Em novembro de 1983 foi criado o Con selho de Redação do Amigo,que se reúne duas vezes ao ano para planejar, apreciar e avaliar todas as etapas e os conteúdos do jornalzinho. Integram esse grêmio um representante da Edi tora Sinodal, professores de Ensino Religio so, orientadores de Culto Infantil e a equipe do Departamento de Catequese.

84 ● ●

Mensaçem do Co:\seIIío dE Comunícaçáo

dA lECLB

Que a Editora Sinodal prossiga na sua mis são de ser instrumento para a divulgação da Palavra emanada da lECLB,espalhando semen tes do Reino de Deus em todos os lares e insti

tuições luteranas.

Que a bênção divina se estenda sobre todos os seus obreiros, fazendo-os semeadores da Boa Nova e fazendo de cada letra a semente que germina.

Presidente do Conselho de Comunicação da lECLB

Jk.... f
● ● 85

JOREV: UM jornaI nacíonaI

Herança luterana

panfletos, que divulgaram rapidamente

Os periódicos impressos são uma caracte rística do luteranismo. A Reforma protestante foi marcada pela produção e circulação de di versos as idéias de Martim Lutero. A Igreja luterana se constituiu, ao longo da história, com um vasto material impresso, especialmente de periódicos que serviram como um elo de ligação entre as comunidades. Quando o luteranismo chegou ao Brasil, trouxe consigo esta característica. Al guns jornais, nas mais diferentes formas, tama nhos e periodicidade, começaram a circular desde cedo entre as comunidades evangélicas luteranas no Brasil. Com o enraizamento das comunidades em solo brasileiro, formaram-se os sínodos e a Igreja passou a se confrontar com novos desafios, o que significou novas tarefas também para esses jornais. 86 ● ●

Jor?2al Evangélico

O Jornal Evangélico foi criado para ser uma espécie de síntese da Comunicação Impressa na lECLB. A idéia pode ter sido ousada, mas era esse o objetivo. Em outubro de 1968, a lECLB se constituiu como Igreja nacional, decorrente da fusão dos diferentes sínodos. A maioria dos sínodos, no entanto, tinha suas próprias publi cações periódicas. Atendendo resolução do 7°

Concílio Geral da lECLB, que aconteceu em 1970, os responsáveis por esses jornais sentiramse desafiados a contribuir com a idéia de uma Igreja nacional. Para tal, aconteceu a fusão dos jornais sinodais num jornal em nível nacional.

A Voz do Evangelho (SC), o Heimatbote (ES),

A Cruz do Sul (SP) e a Folha Dominical resul taram no Jornal Evangélico, que passou a ser publicado a partir de 15 de novembro de 1971.

A redação e a administração do Jorev passaram a funcionar sob a direção da Editora Sinodal.

De lá até aqui, o Jornal Evangélico teve al tos e baixos, tanto na área administrativa como editorial. O certo é que ele deu uma contribui

ção importante, auxiliando a perfilar a lECLB

● ● 87

como uma Igreja nacional. Com seu conteúd o jornal procurou responder aos diferentes de safios que a Igreja enfrentava na busca de sua identidade no Brasil.

Quando o Jornal Evangélico completou 25 anos, em novembro/96,o contexto social, políti co, econômico e religioso do país e da lECLB havia se alterado sensivelmente. A necessidade de redefinir também a função do Jorev estava evidenciando já há alguns anos. Para tal, em 1992, a redação e administração foram transferidas para Porto Alegre(RS). Esse gesto significou culação maior do jornal com a direção da Igreja. A concretização desse intuito deu-se em 1995, quando o próprio Pastor Presidente da lECLB assumiu a função de diretor do jornal, evidenci ando, com isso, que o Jorev é um órgão de municação da Igreja.

Atualidade

se

A década de 90 trouxe novos desafios à lECLB e ao Jornal Evangélico. A existência de diversos jornais regionais, a busca pela identi dade luterana e principalmente a redescoberta

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o,
uma vmco-
88 ● ●

Em dezembro de 1982, entrega de prêmios aos agen

tes que se classificaram na campanha de novas assi naturas do jOREV

● ● 89

de que somos uma Igreja de comunidades auxi liaram o jornal na definição do seu papel na lECLB.

Diante disso, no contexto atual o Jorev está se pautando por uma linha editorial que tem como público-alvo prioritário as comunidades da nossa Igreja. Por esse motivo, os acentos es tão sendo dados numa linguagem inclusiva e acolhedora. Os assuntos de interesse e do coti diano das comunidades estão sendo priorizados. Temas que animem os membros para o exercício de seu testemunho como cristãos lu teranos recebem a ênfase principal. O Jornal Evangélico está se pautando por um jornalis mo isento, alicerçado na ética cristã e nas nor mas científicas do jornalismo. O jornal quer refletir e tematizar os anseios dos membros no universo da fé e nas preocupações do contexto social.

Desafios

O Jorev vê como prioridade, na sua tarefa de ser jornal em nível nacional, promover uma parceria amistosa com os outfos meios de co-

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municação da lECLB. Esse papel é reforçado, principalmente, diante da nova Constituição e estrutura funcional para a lECLB, aprovada no Concilio Constituinte em Ivoti/97. Por isso, o grande desafio nesse novo contexto é auxiliar a Igreja na sua tarefa de “Construir Comunida de”. Para tal, o Jorev está inserido na idéia de uma Comunicação Participativa, que tem como objetivo principal animar as pessoas, como fi lhos e filhas de Deus, para o exercício de seu sacerdócio.

Por mais de duas décadas, o Jornal Evangé lico funcionou na estrutura da Editora Sinodal e foi considerado um dos seus Departamentos. Por isso, nos 70 anos da Editora Sinodal, o Jor nal Evangélico lembra agradecido por essa ca minhada. Consciente de que nesse período a Editora prestou um serviço relevante às comu nidades da Igreja e em especial ao próprio Jorev.

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Autores da Editora Sinodal autografam na Feira do Livro de Porto Alegre em 1991

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Breve Bístóría

1864 - Início das atividades do colportor(mas cate de livros) Heinrich Michel, em São

Leopoldo, RS

1868 - Criação da Sociedade Sinodal de Livros (Synodal Bücher-Gesellschaft) em São

Leopoldo, RS

1877 - Fundação da Livraria Evangélica (Evangelische Buchhandlung)

1880 - A Livraria Evangélica passa a chamar-se Livraria W. Rotermund

1914 - O Sínodo Riograndense publica seu “Evangelisches Volksblatt fiir Brasilien” (Folha Popular Evangélica para o Brasil)

1922 - O Departamento de Missão Interna do Sínodo Riograndense começa a publiKalender für die Deutschen Evan- car o

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gelischen Gemeinden in Brasilien”(Ca lendário para as Comunidades Evangé licas Alemãs no Brasil)

1927_ Criação da Central para Editoração e Distribuição de Impressos do Sínodo(Zentralstelle für Verlag und Schriftenvertriebe der Synode)

1930 - Início da publicação “Evangelischer Kinderfreund für Brasilien”, hoje “O Amigo das Crianças”

1932 - Mudança do nome para: Centro de Im pressos do Sínodo Riograndense(Schriftenzentrale der Riograndenser Synode), localizado em São Leopoldo, RS

1948 - Convocação do P. Wilhelm Nõllenburg para dirigir o Centro de Impressos

1954 - Registro do nome “Editora Sinodal”

1957 - P. Ulrich Hees assume a direção da Edi tora Sinodal

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1960 - P. Johannes Hasenack assume a direção da Editora Sinodal

1977 - Mudança da Editora Sinodal para pré dio próprio, localizado no Morro do Espelho, em São Leopoldo, RS

1989 - Criação do Conselho de Administração da Editora Sinodal, sob a presidência de Asclepíades Pommê

- Eloy Teckemeier é nomeado Diretorgeral da Editora Sinodal

1995 - Edgar Schneider assume a presidência do Conselho de Administração da Edi tora Sinodal

J995 _ Realização da 1® Oficina Sinodal para Autores de Literatura Infantil(1- OSALI)

- Participação na XIV Bienal Internacio nal do Livro de São Paulo

1997- Comemoração dos 70 Anos

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Nossos Loqoripos o o PRIMEIRO □ O SEGUNDO l W-, Editora Sinodal o ATUAL â Editora ^Sinodal 96 ● ●
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