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Fake News contra o Movimento dos Atingidos por Barragens Movimento dos Atingidos por Barragens
from Buscar a Verdade: Um Compromisso de Fé
by Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
FAKE NEWS CONTRA O MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS
MOViMENTO DOS ATiNGiDOS POR BARRAGENS
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Nesses 30 anos de organização nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), lidar com mentiras e calúnias a respeito do Movimento não é uma novidade. Sendo uma organização que confronta interesses econômicos poderosos desde a escala local até internacional, temos lidado com as mais diversas tentativas de impedir o trabalho do Movimento, que vão desde ameaças físicas até a cooptação de lideranças, passando por ameaças judiciais, em que se destaca o uso da figura do interdito proibitório como forma de nos intimidar.
Na região do Xingu, atuamos na organização junto aos atingidos pela hidrelétrica de Belo Monte. Desde o início, essa atuação foi marcada por todas essas formas de intimidação. Já sofremos espionagem, temos até hoje um processo de interdito proibitório e já tivemos que proteger lideranças de ameaças por sua atuação política. Mas, no último período, com o avanço do uso das redes sociais, em especial o Whatsapp, notamos a proliferação de uma nova forma de ataque, que é o uso de Fake News para buscar desmoralizar o Movimento.
Essa prática se tornou mais comum na atual conjuntura, após o golpe de 2016 e as eleições de 2018. Há um acirramento dos conflitos na Amazônia e um ataque cada vez mais frequente ao conjunto das organizações que têm compromisso com as classes populares e os povos tradicionais. Somos acusados de atentarmos contra os interesses nacionais na Amazônia e também contra o desenvolvimento. Nada poderia ser mais falso: defendemos a soberania popular como um princípio e, se questionamos o “desenvolvimento”, é porque se trata de um discurso utilizado para explorar cada vez mais o povo e a natureza, causando mais desigualdades e dependência.
Durante a pandemia, nos somamos aos demais movimentos locais da região de Altamira (PA) na campanha “Respira Xingu”, que promoveu uma série de ações como doações de máscaras, produtos de higiene e cestas básicas, além de buscar informar a população sobre a importância de praticar o isolamento físico para combater a transmissão da Covid-19. Grupos regionais ligados à base da extrema direita fizeram uma dura campanha nas redes sociais buscando nos desmoralizar, partindo de um falso antagonismo entre os que “querem trabalhar” e os que “querem ficar em casa” . Notamos resistência até entre as famílias das comunidades onde atuamos para se vacinarem, devido à quantidade de mentiras espalhadas nas redes sobre as vacinas.
Nossa estratégia diante desses ataques foi:
- Junto aos demais movimentos, ampliar a comunicação sobre os perigos da pandemia e a importância da prevenção e da vacinação.
- Utilizar as redes sociais para divulgar nossas ações de solidariedade.
- Reforçar nossos vínculos com o povo nas comunidades de atuação do Movimento.