Revista IPD Farma

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• Com investimentos que ultrapassam os R$ 6 bi, reunião do GECIS define a nova política

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Revista IPD-Farma •ANO VII • Edição 14• 2016

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• Brasil cresce em patentes, mas segue longe do ideal

10º ENIFarMed debate temas cíclicos para melhorias no setor de fármacos e medicamentos Realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo, o Encontro Nacional de Inovação trouxe à tona discussões fundamentais para ampliação do setor no Brasil que carece de recursos humanos, políticas de incentivo e parcerias estratégicas



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Índice

Editorial

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10º ENIFarMed

Realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo, o encontro apresentou discussões fundamentais para ampliação do setor no Brasil

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Patentes

A análise da atual situação das nações emergentes no que diz respeito às patentes da área da saúde é um dos melhores indicadores para traçarmos o cenário brasileiro, observando o crescimento (ou o declínio) desses países em desenvolvimento

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Internacionalização

O termo internacionalização tem sido repetido continuamente quando falamos sobre o desempenho das empresas brasileiras no setor da saúde como um todo

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Reunião do GECIS

Além do investimento foram previstas as construções de três novas fábricas, geração de mais de 7 mil empregos e benefícios para doenças raras e negligenciadas

Este foi o décimo ENIFarMed, desde 2007, quando 110 profissionais atuantes em temas da inovação tecnológica em fármacos e medicamentos iniciaram o projeto de se criar um fórum reunindo indústria, academia e governo para discutir as políticas públicas de estímulo e incentivo ao desenvolvimento do complexo industrial da saúde e o seu papel no crescimento do país. O pioneirismo ampliou-se com o avanço da inovação tecnológica no setor, assim como o próprio evento contribuiu para a disseminação da atividade de P&D nas indústria farmacêutica. Essa sinergia ficou clara no surgimento e avanço das PDP ao longo dos ENIFarMed, bem como no crescimento das patentes brasileiras no USPTO, notadamente no setor da saúde.

Expediente Revista IPD-Farma • ANO VII • Edição 14 Acesse: www.ipd-farma.org.br

Jornalistas responsáveis: Deborah Rezende (MTB: 46.691) Elaine Cristina Alves (MTB: 729.34) Redação: Marcela Marques Coordenação: Mariana Sandroni e Roberto Nicolsky Colaboração: Michele Murta Diagramação: Stephan Strojnowski

Prezados,

Diretor: Roberto Nicolsky Coordenadora: Mariana Sandroni Coordenadora adjunta e captação de recursos: Michele Murta Gerente de Marketing e Eventos: Alexandre Nicolsky Webmaster e webdesign:Ukla Fernandes Assessoria de Comunicação Horrany Machado Secretariado: Ingrid Medeiros

A Revista IPD-Farma é uma publicação da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica

O primeiro tema tratado foi o atual cenário da indústria e do mercado local. As palavras do ex-ministro José Gomes Temporão esclareceram o histórico do conceito CIS e a intervenção do BNDES foi uma reconstituição do avanço setorial. Também foi destaque a internacionalização das indústrias farmacêuticas, principalmente em um momento em que se registra uma forte retração no mercado interno. Por fim, temos um balanço da 11ª Reunião do Gecis que estimou os investimentos setoriais em R$ 6,4 bilhões, montante que ampliará a perspectiva setorial. Roberto Nicolsky, Superintendente do IPD-Farma


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10º ENIFarMed debate temas cíclicos para melhorias no setor de fármacos e medicamentos Realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo, o Encontro Nacional de Inovação trouxe à tona discussões fundamentais para ampliação do setor no Brasil que carece de recursos humanos, políticas de incentivo e parcerias estratégicas

A 10ª edição do ENIFarMed – Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos foi realizada entre os dias 17 e 18 de outubro no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Durante os dois dias do evento, plenárias reuniram os principais players do setor em busca de debates que incentivam o diálogo entre indústria e academia e fomentam parcerias para desenvolvimento conjunto entre setor público e privado. Um dos principais temas do evento foi a retomada das políticas públicas de acesso à saúde e medicamentos, plenária inaugural desta edição que também abordou a Lei do Bem, a Lei da Inovação e a importância das PDPs – Parcerias para Desenvolvimento Produtivo no ganho de poder do mercado farmacológico no Brasil. Durante o debate sobre a importância das políticas públicas e do fomento à tecnologia, a plenária levantou questionamentos sobre os prós e os contras da PEC 241, iniciativa do Chefe do Poder Executivo que institui o novo regime fiscal com objetivo de controlar o ritmo de aumento de despesas, estabelecendo uma regra geral que defina limites para o aumento de despesas em termos globais.

Presentes no evento, o consultor e ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão e Marcos Cintra, da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, trouxeram seus posicionamentos. “O que nos deixa apreensivos é saber para onde vamos com as medidas macro políticas que o governo vem defendendo como, por exemplo, a PEC 241, uma série de medidas que fragilizam a política industrial, a visão da saúde como gasto e não como investimento em uma área em desenvolvimento”, declarou Temporão. Em contrapartida, Cintra enxerga um outro panorama com a aprovação da proposta de emenda constitucional. “A PEC vai prover, sobretudo, o que é necessário para estimular o empresariado que não investe por não ter confiança na capacidade do governo em honrar seus compromissos. Tudo isso gera uma crise interna que desestimula os investimentos”, declarou. De forma geral, o evento também questionou o papel do estado e dos estímulos públicos. Presença constante nas edições do ENIFarMed, o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social mostrou-se aberto à conversas e propostas para fomento da inovação na área da saúde. Sob


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comando de João Paulo Pieroni, a participação do banco nacional apresentou seus três principais pilares e desafios atuais: a preservação e o incentivo às políticas públicas, a estruturação dos instrumentos de apoio à inovação e o alinhamento às necessidades de saúde da população. Pensando ainda na atuação das instituições públicas, a Fundação CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, esteve presente representada por Cyntia Sandes Oliveira, no debate que destacou a grande importância do investimento em recursos humanos. Cyntia mostrou alguns dos programas da fundação focados no desenvolvimento da inovação e exemplificou alguns acordos internacionais com empresas como Sanofi e Bayer. Ainda em se tratando de recursos humanos, o consultor Aurelio Villafranca Saez incentivou a preocupação com a formação de líderes em todos os setores da área da saúde, sendo esta a principal

demanda atual do nosso mercado. “Dependemos da capacitação humana para tudo o que fazemos. Essa é, para mim, a discussão mais importante, pois nada funciona sem capacitação. É isso que permeia o sucesso em qualquer projeto”. Saez tem razão quando menciona a importância do investimento em recursos humanos, tema que também permeou outras sessões desta edição do ENIFarMed. Com foco em inovação, é imprescindível mesclar o fomento da indústria à atividade da universidade e a formação de profissionais especializados e com caráter inovador, que se tornarão os grandes responsáveis por levar os projetos adiante. “Insisto na importância da seleção de recursos humanos, pois não é possível entregar inovação para um indivíduo que não tem capacidade e motivação para converter projetos. Quando ele não tem essa vocação, desiste no primeiro empecilho”, comenta Lauro Moretto, da ANF – Academia Nacional de Farmácia. Em uma análise sobre o atual momento da saúde no Brasil, diversos participantes traçaram paralelos entre a nossa realidade e a de outros países já desenvolvidos e em desenvolvimento. Comparativos sobre o setor de patentes e também sobre os posicionamentos no ranking de inovação foram recorrentes ao longo dos dois dias de evento. Tendo atuado fora do Brasil e retornado há cerca de dois anos, Gabriela Barreiro, da Eurofarma, apresentou sua percepção sobre o que encontrou, no país, ao se dedicar à área de fármacos. “A indústria farmacêutica teve dois momentos: o ambiente antigo e o que vivemos hoje, que é o que prevemos até 2020. As crises financeiras dos últimos tempos, juntamente à pressões demográficas e epidemiológicas, causaram essa transformação. A primeira mudança, ocorrida há 20 anos, foi a incorporação do conceito de terceirização por meio dos CROs, o que possibilitou à indústria falar sobre discover. Porém, o que ouço no Brasil é sobre a importância da inovação em qualquer setor tecnológico, mas principalmente no farmacêutico. O global Innovation Index, que ranqueia os países, nos colocou em 61º lugar em 2014. Em 2015 caímos cerca de dez posições. Se nosso mote é inovar, por que não conseguimos melhorar?”, questionou abrindo espaço para que os outros participantes trouxessem demandas e ofertas a fim de desvendar os entraves da inovação na área de saúde.


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A importância das PDPs Desenvolvimento Produtivo

Parcerias

para

O CIS – Complexo Industrial da Saúde, também foi mencionado em diversas plenárias e sessões temáticas desta edição do ENIFarMed que, inclusive, contou com uma sessão exclusivamente para debate da pauta da 11ª Reunião do GECIS – Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (cuja resolução você encontra na página 16 desta publicação). Segundo Roberto Nicolsky, da Protec e IPD-Farma, é fundamental consolidar as mais de 100 PDPs que já estão assinadas no país. “O setor farmacêutico pode esperar que o GECIS promova uma retomada das PDPs e da fabricação e verticalização dos medicamentos e políticas públicas de acesso”, disse. A relevância dessas parcerias no setor de fármacos e medicamentos é inegável e assunto em concordância entre os diversos players do setor, porém o debate não deve se limitar a este contexto, como declara Pieroni, do BNDES: “precisamos pensar além das PDPs, analisar outros instrumentos e pensar fora do nosso ecossistema. A política pública da saúde no Brasil colocou a indústria farmacêutica como primeiro passo. Temos que fortalecê-la para que ganhe musculatura e para que possamos pensar, também, no ecossistema de inovação. Jamais deixaremos de olhar para as empresas de base tecnológica, mas agora, talvez, seja a hora de dar mais ênfase nesse ecossistema”. O evento contou, também, com a participação da palestrante internacional Els Torreele, da Open Society Foundaton (EUA) que manteve seu discurso na reavaliação mundial do atual sistema de inovação na área da saúde. Para ela, o mundo precisa voltar sua atenção a observar a forma como o setor vem sendo gerido, buscando alternativas e mudanças capazes de melhorar significativamente o acesso da população e a produção da indústria. “Há uma falha crítica no sistema atual de inovação, no qual não recompensamos a inovação médica, mas sim a novidade química mesmo que ela não apresente um benefício clínico”, declarou. Quanto ao relacionamento entre público e privado, Walker Lahmann, da Eurofarma, lembrou a importância da indústria no desenvolvimento de novos fármacos que transformaram o cenário brasileiro permitindo a oferta, no SUS – Sistema

Único de Saúde, de uma grande quantidade de tratamentos para doenças como hipertensão, asma e diabetes a custos baixíssimos. “Temos, sim, que repensar o modelo de inovação. O que me preocupa, apenas, é o fato de que o estímulo atual gerou bons resultados. Podemos encontrar formatos melhores? Sim, mas temo que ainda não o encontramos”, destacou. Judicialização da saúde – Moderado por Pedro Bernardo, da Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa que, recentemente, publicou um caderno com uma análise clara e precisa dos processos judiciais sofridos pela saúde pública no Brasil, o debate apresentou o forte impacto da judicialização no setor da saúde brasileira e os reflexos no SUS. Ficou claro que há um gap entre os interesses públicos, privados e dos pacientes. “Para a saúde pública o interessante é ter um medicamento que


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casos de microcefalia associados à contaminação pelo zika vírus.

seja seguro, eficaz em levar a cura ou atender ao maior número de pessoas no uso crônico. Seria ótimo se ele fosse acessível, barato, pois grandes populações vão toma-lo por muitos anos”, comentou Clarice Petramale, da CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, que foi complementada por Tatiana Figueiredo, da Farmanguinhos: “precisamos analisar de que tipo de inovação estamos falando. Ela é radical ou incremental? Se é uma inovação que leva a boas consequências, ela deve ser incorporada pelo sistema. Se for incremental para substituir algo que já existe, precisamos analisar o custo efetividade em comparação ao custo benefício”, mencionou. A facilidade de acesso à informação por parte da população também entra como fator de pressão no sistema público, que começa a ser cobrado por medicamentos importados que ainda não passaram pelo crivo da ANVISA e não têm sua eficácia realmente comprovada. Essa visão, por parte do paciente, foi apresentada por Maria Cecília Oliveira, da AFAG. “É a hora de tentarmos um diálogo mais próximo com os laboratórios. Tentar essa conversa para chegarmos a um consenso, pois quando olhamos individualmente o paciente e suas necessidades específicas, o assunto fica mais delicado”, finalizou. Diagnóstico e tratamento de doenças também integram o rol de debates desta edição Em um momento mais técnico, o encontro trouxe ao debate informações e novidades a respeito do diagnóstico, prognóstico e tratamento de doenças como Dengue, Chikungunya, Zika e Hepatite C. No que diz respeito às doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, a mesa enfatizou os grandes avanços obtidos nos últimos três anos para controle das enfermidades, principalmente após a comoção nacional observada pela divulgação dos inúmeros

Representando o Instituto Renée Rachou, Carlos Eduardo Calzavara destacou o pouco desenvolvimento brasileiro na identificação e tratamento dessas doenças. “Depois de três décadas de epidemias de dengue, ainda vemos óbitos. Ser contaminado, infectado é aceitável, pois sabemos como é complexa a resolução com a vacina. Mas, raras exceções, o óbito por dengue é muito evitável. Vemos uma incompetência científica e uma grande desorganização da atenção básica refletindo em mortes”, declarou. Após a grande comoção nacional, o cenário mudou drasticamente para melhor. “Hoje, o menor dos nossos problemas é o diagnóstico que, inclusive, aproximou o pesquisador da empresa, diminuindo o abismo entre o projeto e o produto. Já na questão de prognóstico ainda estamos engatinhando e este é um gargalo importante e que devemos apostar. Em breve teremos vacinas para dengue e já temos a promessa, também, da vacinação para a zika. Nossa deficiência ainda está na pesquisa básica, principalmente das novas epidemias de zika e chikungunya”, comenta Calzavara. A positividade ficou por conta do Instituto Butantan que, por meio de Paulo Lee Ho, afirma que até o início de 2018 deve ter a vacina para dengue finalizada e que a vacinação para a zika está em processo de análise. Já em se tratando da Hepatite C, as questões estão muito mais voltadas ao âmbito internacional, pois há um amplo debate mundial a respeito da patente do medicamento Sofosbuvir e da disponibilização de seu genérico, já em fase final de desenvolvimento, para utilização estratégica da saúde pública. O sucesso do ENIFarMed, que há uma década reúne grandes nomes do setor para debates importantíssimos para o desenvolvimento do mercado brasileiro se dá pela dinâmica do evento que coloca, na agenda, assuntos relevantes e que vão sendo renovados ao longo dos anos. Além de mesclar os interesses de todos os envolvidos, dando espaço a todos os interessados, promove o relacionamento entre os setores público e privado, aproximando, também, a indústria de fármacos e medicamentos dos membros da academia, unindo as duas vertentes que, juntas, são capazes de levar o país a outro patamar.


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A INOVAÇÃO GUIA NOSSOS PASSOS Ao longo de 19 anos de história, comprometida com a evolução, com foco em pesquisa, desenvolvimento e inovação, a Biolab tornou-se uma das 10 maiores farmacêuticas de prescrição médica do país. Com relevante atuação global – assegurada por nossas parcerias estratégicas com empresas, universidades e instituições de pesquisa no mundo todo -, a Biolab pesquisa, desenvolve, produz e comercializa medicamentos com o propósito de participar das conquistas humanas, porque as pessoas são o meio e o fim dos nossos esforços. Para a Biolab, evoluir é criar, ousar, crescer. É inspirar conquistas, realizações e sonhos. É imprimir nossa presença amiga e nosso compromisso com a excelência em tudo que fazemos. É nossa vida!

www.biolabfarma.com.br


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Brasil cresce em patentes, mas segue longe do ideal Realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo, o Encontro Nacional de Inovação trouxe à tona discussões fundamentais para ampliação do setor no Brasil que carece de recursos humanos, políticas de incentivo e parcerias estratégicas

A análise da atual situação das nações emergentes no que diz respeito às patentes da área da saúde é um dos melhores indicadores para traçarmos o cenário brasileiro, observando o crescimento (ou o declínio) desses países em desenvolvimento. Para Roberto Nicolsky, da Protec e IPD-Farma, analisar a posição do Brasil no comparativo com os avanços obtidos pela Índia é um bom exemplo: “enquanto nós quintuplicamos nossas patentes nos últimos 20 anos, os indianos aumentaram 90 vezes suas conquistas. Traduzindo, a Índia criou uma gigantesca capacidade de competir e crescer em um desempenho que nada tem de excepcional”, afirmou durante a abertura da 10ª edição do ENIFarMed – Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos. A busca pela otimização dos processos envolve diversos players do mercado, que vão desde o setor público e privado, nacional e internacional, até mesmo a população que clama por acesso a medicamentos inovadores que, divulgados constantemente pela mídia, geram expectativa e um embate entre o fornecedor e o consumidor. Uma das grandes reclamações da indústria farmacêutica hoje está relacionada à burocracia e a demora dos processos para o depósito de patentes, que é longo e chega a ultrapassar o limite de uma década. Responsável pela análise, levantamento e conclusão desses processos, o INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial se justifica,

alegando que a demanda é muito maior do que a capacidade humana do instituto em finalizar suas análises. Tentando amenizar os impactos desta demora, os pesquisadores da UFPA – Universidade Federal do Pará contam com o auxílio de um departamento que promete contribuir com o desvendamento destas burocracias. A CPINT – Coordenadoria de Propriedade Intelectual da Universitec, Agência de Inovação Tecnológica da UFPA, orienta todo o processo e acompanha o pedido junto ao INPI, explicando ao pesquisador como é o processo global, da análise ao relatório. Por lá, recentemente dois grandes casos de inovação na área de saúde foram apresentados pela mídia e acabaram de receber patente internacional. O primeiro, criado pela professora Fani Dolabela, refere-se à um marcador farmacológico que, presente em uma planta medicinal amazônica, se mostrou promissor para o tratamento de malária. O segundo, desenvolvido pelo professor Alberdan Santos, envolve a produção de micrometabólitos e macrometabólitos com potencial contra leishmaniose cutânea. Aqui no Brasil ainda há a cultura de que a solicitação de patentes está única e exclusivamente relacionada à inovação radical, pensamento que está equivocado. “Quando Altshuller tabulou os dados revelando que 50% das patentes são triviais, melhorias e incrementos gerados na própria


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empresa, e que a medida que vamos avançando em complexidade, o percentual vai diminuindo, ele definiu que a inovação que realmente introduz uma nova concepção tecnológica não passa de 1% do total de patentes em países como EUA, Alemanha e França. Se isso é válido por lá, quem dirá por aqui”, comenta Nicolsky em referência a Genrich Altshuller, cientista e escritor russo criador da TRIZ – Teoria para Resolução de Problemas Inventivos. Ainda durante o ENIFarMed, Dante Alario Jr, presidente do Conselho Deliberativo do IPD-Farma e da Biolab, concorda com a divergência entre inovação radical e inovação incremental. “Em relação às patentes, é assim que se começa. Não devemos querer fazer patente achando que de cara teremos inovação radical, isso é para quem quer ganhar prêmio Nobel e não é isso que a indústria procura, ela quer atender a população. Nas patentes ocorre o mesmo. Estamos em processo de aprendizado na indústria nacional. Não podemos querer trabalhar, hoje, no mesmo ritmo que vemos lá fora. É um processo gradual que precisa ter financiamentos diferenciados, pois o risco é alto”, afirma. A Lei nº 11.196/2005, conhecida como Lei do Bem, contribuiu para o avanço brasileiro dos últimos cinco anos, porém ela é aplicável principalmente às grandes empresas, mesmo sabendo que resultaria em um estímulo semelhante se estendida às pequenas e médias que não têm capital e meios para financiar o investimento em inovação. “Pouco mais de 20% das empresas que realizam Pesquisa e Desenvolvimento usufruem deste benefício e o investimento estimulado não tem aumentado. A Lei do Bem viabilizou, em cinco anos, 15 novos centros de PD&I e mais de 20 mil novos produtos ou aperfeiçoamentos tecnológicos. Ela segue funcionando, mas é um instrumento que perdeu parte de sua credibilidade. Como esperar que o setor produtivo faça planejamento a longo prazo, computando esses benefícios em seus business plans sabendo que não há estabilidade e garantia de que haverá suporte até o final de seu estabelecimento?”, questiona Marcos Cintra, da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos. Na Índia, por exemplo, mencionada acima como um dos grandes crescimentos mundiais em número

de patentes requeridas, a Lei de Desenvolvimento Tecnológico apresenta o compartilhamento de risco, nomeado equity capital, que contribui e muito para alavancar o mercado. “O compartilhamento de risco sofre preconceito no Brasil. Quando foi aprovada a Lei da Inovação, houve uma discordância na academia que não apoiava a destinação de recursos públicos para empresas lucrativas. Por conta disso, acabamos ficando para trás”, argumenta Nicolsky que propõe um modelo mais dinâmico em contraposição ao linear que domina nossa política: “universidade e empresa são entidades independentes. Quem gera inovação tecnológica é a empresa, pois não


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há inovação sem produção. A resposta brasileira às ferramentas disponíveis, como a Lei do Bem, foi muito positiva mostrando que as empresas têm grande sensibilidade e mostram muito apetite para inovar. Precisamos do compartilhamento do risco tecnológico, de compras governamentais, formação competente de recursos humanos com engenheiros e farmacêuticos criativos”, finaliza. Nesse meio devemos considerar, também, o papel do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social como parte fundamental do investimento em inovação e, consequentemente, da ampliação das patentes brasileiras no país e também no mercado internacional. Hoje, o BNDES tem o desafio de financiar atividades de maior risco tecnológico, diversificando instrumentos

financeiros e priorizando tecnologias que atendam às necessidades de saúde dos brasileiros. Analisando todos os players envolvidos nesta questão que a cada dia está mais debatida, vemos que há uma necessidade de dedicação e controle de todos para que, juntos, em um apoio mútuo, haja progresso a curto e a longo prazo. Enquanto o BNDES precisa olhar com mais profundidade a necessidade de trabalhar esses financiamentos, o INPI precisa trabalhar melhorias em seus processos para otimizar, principalmente, os prazos dos pedidos de patentes e a indústria garantir o investimento em pesquisa e desenvolvimento, por meio de parcerias inclusive com a academia, a fim de traçar um novo ciclo e um novo caminho para a inovação na saúde brasileira.

Hepatite C – Um caso sério que vem trazendo desafios mundiais Uma das plenárias do ENIFarMed trouxe, à tona, um estudo de caso para inovação e acesso ao tratamento da Hepatite C. Recentemente, a patente do Sofosbuvir (princípio ativo do fármaco Sovaldi) começou a ser questionada, inclusive na mídia, como uma iniciativa para abrir a porta para genéricos a menor custo e, consequentemente, mais acessíveis. A ONG Médicos do Mundo argumenta que não foi apresentada a fórmula exata do Sofosbuvir, mas sim uma ampla composição química além da tese de que princípios ativos como este já estavam à disposição da ciência, o que tira o caráter inovador do fármaco.

No Brasil, o debate segue a mesma linha quando os envolvidos levantam a necessidade de análise da patente do medicamento Sofosbuvir e da disponibilização de seu genérico como estratégia de saúde pública. A ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids acredita que pressionar pela garantia da universalidade, lutando pela rejeição da patente é o caminho para atender a demanda da população com medicamentos mais modernos e que promovam melhorias na qualidade de vida dos pacientes. Além disso, há também a questão da patente do Daclatasvir, medicamento também utilizado para tratamento da Hepatite C.


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Internacionalização para ampliação da competitividade brasileira O termo internacionalização tem sido repetido continuamente quando falamos sobre o desempenho das empresas brasileiras no setor da saúde como um todo. Ao entrar na área de fármacos e medicamentos, a importância de tornar a indústria nacional competitiva no mercado externo ganha ainda mais foco nos encontros e debates do segmento. Graças a novas políticas e oportunidades criadas por meio de parcerias e por projetos setoriais específicos, a indústria brasileira tem tido um bom resultado na busca por espaço no mercado internacional. Mas o que é preciso para que essa expansão de fato ocorra com mais consistência? Segundo Marcos Cintra, da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, é importante levarmos alguns fatores em conta na montagem de uma nova política pública de fomento à inovação. “Vemos novas oportunidades, criadas pela Lei da Biodiversidade, e a busca por essa maior internacionalização, essa grande necessidade de darmos um salto para fora. Para isso precisamos deixar claro quais são os benefícios dessa interconexão do setor produtivo brasileiro com suas contrapartidas em outros países”, destacou durante sua apresentação no ENIFarMed. Ao apresentar essas novas oportunidades para o setor de fármacos no país, Cintra esboçou um pouco do que já temos de acordos e parcerias internacionais, resultado do maior investimento da indústria farmacêutica em atividades inovativas e na internacionalização, que exige recursos e competências ao mesmo tempo em que abre oportunidades para capturar valor e aprender. Segundo ele, entre 2013 e 2014 alguns acordos

merecem destaque como, por exemplo, as compras da Laprin, 4ª empresa em prescrição médica no mercado da Guatemala, e da Refasa Carrión, 25ª companhia do setor no mercado peruano, pela brasileira Eurofarma, empresa que tem como proposta de internacionalização aperfeiçoar a gestão local replicando o atual modelo comercial nos países em que investe. Além da Eurofarma, a EMS também vem trabalhando sua atuação internacional sendo que, recentemente, criou a Brace Pharma, tornando-se a primeira empresa brasileira a apostar em inovação radical nos EUA, nação responsável por cerca de 70% do desenvolvimento de terapias inovadoras em todo o mundo. Apostando na internacionalização de sua divisão de medicamentos, a Blanver também tem mostrado amadurecimento e forte desenvolvimento no setor. “Pela Lei do Bem, passamos a investir de 4% a 10% de nosso faturamento, aumentando nosso quadro de pessoal principalmente em níveis técnicos como doutores e cargos mais capacitados. Melhoramos nossa tecnologia e a empresa passou por uma transformação bastante ampla desde 2011. Hoje, nosso resultado aumentou 600% e tivemos uma média de incremento no faturamento de 93%, pagando os impostos na mesma proporção”, comentou Sérgio Frangioni, presidente da Blanver, que, hoje, conta com quatro PDPs com o governo federal para fabricação e fornecimento de medicamentos genéricos ao SUS para o tratamento de pacientes com HIV, hepatite e osteoporose. Ainda sobre a importância de fomentar a internacionalização da indústria nacional, Dante


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Alario Jr, do IPD-Farma e da Biolab, aliou a necessidade da inovação na busca por essa quebra de fronteiras. “Uma das coisas que buscamos na inovação é ter produtos que nos diferenciem por meio das patentes e nos permitam sair do Brasil. Por isso, a inovação é fundamental, pois internacionalizar sem inovar, sem apresentar produtos novos sob patente, não será possível. Se, no passado, a Índia e a China conseguiram um avanço brutal em cima

de matérias primas não inovadoras, hoje temos que pensar que commodities dependem da oscilação do dólar e que o dólar a R$ 3,20 não é um bom dólar para exportar. Precisamos diminuir a nossa dependência, inovando e tendo produtos sob patente. Ou começamos a praticar ou não temos outra alternativa, pois ninguém faz inovação para ficar restrito ao Brasil”, declarou. Criando alternativas e ampliando as possibilidades para promover a indústria nacional no exterior, a Abiquifi – Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos, juntamente com a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos desenvolveu o projeto setorial Brazilian Pharma Solutions, que fomenta a internacionalização dos setores farmoquímico e de insumos farmacêuticos, veterinário (cadeia da proteína) e de biotecnologia (saúde humana e animal). Apoiado por outras entidades setoriais como Sindusfarma, Alanac, Interfarma, Pro-Genéricos e Abifina, o projeto incentiva a participação em feiras internacionais como a CPHI Worldwide que, este ano, foi realizada entre 4 e 6 de outubro na Espanha, e a BIO International Convention, cuja última edição ocorreu em junho em São Francisco, EUA. Além de impulsionar a participação das empresas brasileiras sendo responsável pela montagem e organização dos pavilhões do Brasil nesses eventos de fundamental importância no cenário global, o projeto atua com a inteligência de mercado, elaborando estudos diversos e fornecendo informações fundamentais para a tomada de decisões estratégicas e promove workshops para capacitação do empresariado. Como resultados do investimento na indústria nacional, o Brazilian Pharma Solutions conquistou positividade. Até agosto deste ano, por exemplo, as vacinas para uso veterinário produzidas no Brasil e que têm excelente aceitação nos países sulamericanos, resultaram em um envio ao exterior na faixa de US$ 20 milhões. Outro importante item da pauta de exportações é a heparina, um anticoagulante extraído da mucosa intestinal bovina e suína que contribuiu com US$ 18 milhões para o nosso superávit no comércio exterior. Para 2017, já há a organização do pavilhão brasileiro


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na IPPE – Production & Processing Expo, que será realizada entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro em Atlanta, nos EUA. Para este que é considerado o maior evento mundial de aves domésticas, processamento de carne e indústria alimentícia do ramo, já estão confirmadas as presenças das empresas Ferraz, Fornari, Galluse e Geave. Investimento em recursos humanos como estímulo à internacionalização A Fundação CAPES também contribui com a internacionalização da indústria de fármacos e medicamentos quando atua na formação e no desenvolvimento das forças humanas. Incentivando uma formação de pessoal qualificado em nível superior, contribui com a expansão da cooperação internacional e o apoio a projetos conjuntos de pesquisa. Pela CAPES, os profissionais são treinados para resolução de problemas nacionais e internacionais e formação de grupos de pesquisa no mercado externo. Além disso, há todo um planejamento estratégico com revisão de estruturas, identificação de potenciais parceiros e gerenciamento, que são fundamentais para a consolidação de parcerias firmes e eficientes. Segundo dados apresentados durante a 10ª edição do ENIFarMed, em 2005 a CAPES forneceu 5.675 bolsas de graduação e pós-graduação no exterior. Dez anos depois, já em 2015, esse montante passou para 40.330. O principal destino dos bolsistas brasileiros é os Estados Unidos da América, seguidos pela França e pela Alemanha. Todos esses esforços contribuem com a internacionalização da indústria, pois com profissionais formados no exterior trazendo, no retorno ao Brasil, toda a expertise por lá adquirida, somam esforços para que o segmento crie medidas e moldes que chamem a atenção do comércio exterior. Mas os desafios da Fundação CAPES seguem. Segundo Cyntia Sandes, a instituição está pronta para enfrentar esse caminho trazendo ainda mais vantagens competitivas ao país. “O foco da Universidade é aumentar substancialmente o número de matrículas internacionais nos próximos cinco anos, continuar e expandir nossos programas de preparação acadêmica, melhorar nossa rede de

suporte aos estudantes internacionais e garantir que as atividades de engajamento global estejam em consonância com organizações comunitárias locais que tem uma repercussão global. A GES (Estratégia de Engajamento Global) é uma nova iniciativa da Universidade voltada a preparar todos seus egressos para serem cidadãos do mundo”, finalizou.


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Com investimentos que ultrapassam os R$ 6 bi, reunião do GECIS define a nova política Além do investimento foram previstas as construções de três novas fábricas, geração de mais de 7 mil empregos e benefícios para doenças raras e negligenciadas

Na segunda quinzena deste mês de outubro, a 11ª Reunião do GECIS – Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde trouxe informações referentes à nova Política de Plataformas Inteligentes de Tecnologia em Saúde. Segundo o que foi debatido naquela ocasião e que havia sido pautado durante o 10º ENIFarMed – Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos, esta nova política trará cerca de R$ 6,4 bilhões de investimentos que contribuirão com a geração de 7.400 empregos qualificados, além de benefícios diversos para quem busca a cura e o tratamento para doenças raras e negligenciadas. “O GECIS se propõe a reunir agentes, atores públicos e privados ligados ao desenvolvimento da indústria farmacêutica. Na saúde envolve, além de hospitais e serviços médicos, a indústria, um setor que não é pequeno e ocupa entre a 8ª e a 9ª colocação no PIB”, afirma Roberto Nicolsky, da Protec e IPD-Farma. Apresentada pelo ministro da saúde, Ricardo Barros, a nova política também deve envolver 450 doutores especializados em pesquisas auxiliando o desenvolvimento de medicamentos e produtos para a saúde. Com a construção de três novas fábricas na Fiocruz, Butantan e Tecpar, os investimentos na casa de R$ 6 bilhões auxiliarão os pacientes com câncer, além de desenvolver soros contra raiva e picadas de animais venenosos, vacinas para gripe, hepatite A e HPV.

Os impactos gerados por estímulos como estes também interferem na redução do custo dos medicamentos por fomentar a indústria nacional na área de produtos biológicos. Como uma das principais consequências, temos a ampliação do acesso à novos tratamentos à população como um todo por meio do SUS – Sistema Único de Saúde que, hoje, tem 51% de seus gastos destinados à compra de produtos biológicos. Dentro dos recursos propostos estão a destinação de R$ 740 milhões para a produção de medicamentos com foco em doenças raras e negligenciadas, como, por exemplo, a Doença de Gaucher, distúrbio metabólico genético que prejudica o baço, fígado, medula óssea e pulmões e, em alguns casos, o cérebro. Finalizando os impactos positivos da Nova Política de Plataformas Inteligentes de Tecnologia em Saúde, temos a redução da judicialização que assombra a saúde no Brasil com um aumento significativo de casos gerando uma despesa recorde no orçamento da área. “É uma decisão estratégica que vai gerar alguns bilhões para os cofres públicos, na medida e que avançarmos para os laboratórios serem qualificados e competitivos, produzindo aqui esses produtos em condições de competir no mercado, não para fornecer apenas ao governo. Fornecer para o governo é um detalhe”, afirmou o ministro durante a reunião do GECIS. Pensando na importância das PDPs – Parcerias


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para o Desenvolvimento Produtivo, a proposta é de reorganização. Hoje, o Ministério da Saúde está envolvido com 86 parcerias vigentes em 18 laboratórios públicos e 43 privados. Juntos, a previsão é de desenvolvimento de 88 medicamentos, quatro vacinas e 13 produtos para a saúde nos próximos dez anos. Ao trabalhar as parcerias com os laboratórios públicos, tornando-os mais competitivos e sustentáveis, o segmento receberá um aporte de R$ 333,5 milhões destinados à produção de sintéticos a partir de IFA – Insumos Farmacêuticos Ativos ou fármacos obtidos por síntese química, ação que beneficia diretamente os pacientes com HIV/AIDS, tuberculose, problemas psicológicos e Alzheimer. São as PDPs que asseguram a sobrevivência de algumas empresas, principalmente na área de medicamentos. “Foi uma iniciativa maiúscula an_ENIFARMED_BLANVER_ka061016_1.pdf

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embasada por um investimento significativo em projetos. Com as PDPs, há perspectivas tecnológicas de muitas inovações, pois inovação não se faz com as mãos dos outros, mas sim com as próprias mãos”, declara Nicolsky durante sua apresentação no ENIFarMed. Ao traçar um cenário do atual momento do país, observamos a tendência de transformar a nação em uma nação autônoma e independente, com domínio das tecnologias que utiliza. E as PDPs representam este avanço principalmente no que diz respeito à área de princípios ativos e até mesmo de seus intermediários, por isso todas precisam ser reestabelecidas e definidas de maneira clara. “O setor farmacêutico pode esperar essa retomada das PDPs e a fabricação e verticalização dos medicamentos e políticas públicas de acesso, além da implícita verticalização do que buscamos na área farmoquímica”, finaliza Nicolsky.

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