Metrópole Magazine - Fevereiro de 2016 / Edição 12

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São José dos Campos, fevereiro de 2016 | 21

mesmo que todas as obras sejam iniciadas esse ano, certamente só poderão ser concluídas na gestão do próximo prefeito.

Educação Uma das iniciativas prometidas por Carlinhos durante a campanha, e que não será possível implantar até o final do ano são as quatro escolas técnicas que deveriam ter sido instaladas nos bairros Campo dos Alemães, Putim, Altos de Santana e Novo Horizonte. A prefeitura já doou o terreno para o novo campus do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia, mas até agora não se tem notícia sobre um projeto, ou implantação de uma nova escola no local. Por meio de nota, a prefeitura admite que não será possível implantar as escolas, porém ressaltou que instituições da cidade foram beneficiadas com cursos do Pronatec e do programa Qualifica São José. De qualquer forma as prometidas quatro escolas técnicas entram para o rol de promessas impossíveis de serem cumpridas até o final do mandato do prefeito.

Transporte público

de realizações do prefeito, mas na avaliação da Metrópole Magazine essas obras definitivamente não podem ser concluídas e entregues à população esse ano, portanto entram para a lista de promessas que não podem ser cumpridas. A implantação do Mobi, nome dado ao Transporte Rápido sobre Rodas, ainda em fase de licitação, foi uma promessa feita durante o governo com lançamento oficial, mas por sua complexidade levará pelo menos 2 anos a contar da assinatura do contrato, para ser finalizado. Enfim,

Em 2013, no segundo mês de governo, Carlinhos aumentou a tarifa do transporte público de R$ 2,80 para R$ 3,30. Após uma onda de protestos, recuou e reduziu o valor para R$ 3,00. Na época da polêmica sobre o reajuste da tarifa, Carlinhos justificou que o aumento era necessário para implantar melhorias no sistema, como ônibus articulados na frota, corredores exclusivos, e o bilhete único. Em 2014 não houve reajuste, o que só ocorreu no início de 2015, alterando a passagem de R$ 3 para R$ 3,40. Este ano, o reajuste foi de 12% elevando a tarifa de R$ 3,40 para R$ 3,80. Surge uma nova onda de protestos nas ruas, e os vídeos nas redes sociais, reproduzindo a promessa feita pelo prefeito durante a campanha, viralizaram e ainda geram calorosos debates. A Prefeitura justifica o aumento da

tarifa informando que com o bilhete único, o passageiro pode pegar até quatro ônibus por um período de duas horas, “promovendo economia ao bolso do trabalhador”. Mas, essa talvez seja a promessa mais difícil de cumprir. O mote da campanha foi “transporte mais barato” e apesar de reconhecer os benefícios do bilhete único e a importância dos corredores de ônibus, o preço da passagem aumentou de R$2,80 em 2013 para R$3,80 em 2016, isso porque a Prefeitura não subsidia o transporte coletivo. Apesar disso, concedeu redução de impostos e permitiu a publicidade nos ônibus, mesmo assim o valor desembolsado pelo usuário em deslocamentos simples de ida e volta ao trabalho chega hoje a R$152,00 por mês. Apesar de não admitir que a tarifa de ônibus ficou mais cara, será impossível para o prefeito reduzir o valor cobrado do cidadão nas catracas dos coletivos, a menos que utilize dinheiro do orçamento municipal para subsidiar as empresas.

Heranças Claro que um governo não pode ser cobrado pelos erros de outros, mas também não pode ignorar os projetos em andamento. Muitas vezes as coisas não saem como esperado e isso não é privilégio de nenhum governo. Várias promessas de campanha de um prefeito foram realizadas e concluídas em mandatos de outro e muitas outras foram abandonadas ou esquecidas. Foi assim com as promessas de Emanuel, do Cury e agora do Carlinhos, mas a verdade é que uma cidade como São José dos Campos, não pode ficar parada, com obras inacabadas, como o Teatro Municipal no Parque da Cidade e a Arena de Esportes na zona oeste, que receberam investimentos de alguns milhões de reais em dinheiro público, estão deteriorando pela ação do tempo e certamente custarão muito mais caro para serem concluídas. 


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