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Operações Especiais

OPERAÇÕES ESPECIAIS A ati vidade militar e sua relação custos versus benefí cios na Força Aérea

A Infantaria da Aeronáuti ca tem como principal característi ca a execução de operações regulares de característi cas defensivas em prol da Tarefa de Proteção da Força.

A parcela da Infantaria da Aeronáuti ca dedicada às Operações Especiais executa geralmente operações ofensivas, em contribuição às Tarefas de Controle Aeroespacial, Interdição, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, e, ainda, Proteção da Força. As suas missões de Reconhecimento Especial, Ações Diretas e Contraterrorismo são vocacionadas para manter adequada consciência situacional sobre o ambiente aeroespacial, neutralizar ameaças à Força Aérea, contribuir para as ações aéreas ofensivas e recuperar pessoal, instalações ou aeronaves sob apoderamento ilícito por forças hosti s.

No ambiente moderno, o Domínio do Ar conti nua imperioso para garanti r a segurança nacional e o sucesso de uma campanha militar. Em situações em que as forças aéreas oponentes possuem poder de combate superior ou equivalente aos da FAB, os efeti vos de Operações Especiais atuam para neutralizar recursos hosti s específi cos, a fi m de contribuir para um desequilíbrio favorável ao emprego dos nossos vetores aéreos.

De maneira geral, os alvos estratégicos que desequilibram a campanha aérea, como aeronaves e meios de defesa anti aérea e de detecção inimigos, encontram-se entranhados em dispositi vos defensivos ou posicionados de forma sigilosa muito atrás das linhas de contato. Alcançá-los, localizá-los, identi fi cá-los, vigiar seus movimentos e neutralizá-los, muitas vezes, só é possível por meio de tropas terrestres, em missões de alto risco e que exigem baixa visibilidade e alto grau de precisão.

O sucesso na condução das missões de Operações Especiais repousa na profi ciência individual de pequenas frações de militares, com especialização múlti pla em técnicas, táti cas e procedimentos de combate não convencionais. As competências adquiridas por esses militares devem ser aplicadas com adaptabilidade, criati vidade, ousadia e inovação. Fatores morais como coragem, autoconfi ança, resistência fí sica e psicológica, bem como profundo comprometi mento com cada missão, são essenciais para sobrepujar, ou evitar, a oposição de forças defensivas em maior número e poder de fogo.

Para integrar as tropas de Operações Espe-

ciais, os militares voluntários devem ser rigorosamente selecionados, pois, em combate, irão atuar em missões de extrema importância para a FAB, com alto grau de risco, em ambientes hosti s, sem ressuprimento ou apoio de fogo amigo. Esses militares voluntários são selecionados e formados no Curso de Comandos de Força Aérea (CCFA), o que os habilita operadores especiais, também conhecidos como Comandos. Na FAB, eles são historicamente conhecidos como Paracomandos. Após concluírem o CCFA, são considerados aptos a cumprir missões de Ação Direta. Na sequência, realizam outros cursos com o objeti vo de aumentar a gama de técnicas de infi ltração, atuar em funções técnicas e obter experti se em combate em ambientes especiais, como os de paraquedismo semiautomáti co e livre, guiamento aéreo avançado, ati rador táti co de precisão, reconhecimento especial, manuseio de explosivos, montanhismo, operações na selva e de comunicações táti cas.

Uma das primeiras missões de Operações Especiais, cumprida por militares da FAB, foi a retomada do voo Varig Elektra em 1972, quando uma equipe do PARA-SAR adentrou à aeronave e neutralizou o sequestrador. Mais adiante, tomou vulto nos anos 90, por ocasião das investi das em áreas de risco, do Rio de Janeiro, antes do evento internacional ECO 92. As parti cipações na Rio +20 e Olimpíadas 2016 foram importantes para solidifi car a presença dos Comandos da FAB entre as tropas da Força Conjunta e elevar os níveis da interoperabilidade.

No atual cenário de consolidação doutrinária, destacam-se as ati vidades de Guiamento Aéreo Avançado (GAA) e de Reconhecimento Especial (Rec Esp).

O GAA de vetores e armas guiadas a Laser, GPS ou híbridas é de fundamental importância para a FAB ati ngir com precisão e efi ciência os alvos selecionados.

Já o Reconhecimento Especial é uma ferramenta que ocupa um lugar de destaque dentre os demais vetores de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, pois junto à cobertura de imagens satelitais e de aeronaves, poderá contribuir com produtos extremamente úteis, por meio de técnicas de reconhecimento, vigilância ou monitoramento, no solo, bem próximo aos objeti vos. Com novos sensores e meios de comunicação, as informações serão

cada vez mais precisas e chegarão oportunamente às mesas onde as decisões serão tomadas.

Sobre o futuro, as Operações Especiais tendem a ser cada vez mais uti lizadas, a fi m de reduzir a necessidade de meios de alto custo, diminuir os riscos às tripulações e abreviar o tempo dos embates, levando os olhos e a lâmina do sabre alado onde os vetores aéreos não podem ou não devem atuar.