23 minute read

Histórico

Infantaria da Aeronáuti ca: A proteção do Poder Aéreo

Oitenta anos de história O nascimento em combate

Neste ano de 2021, a Infantaria da Aeronáuti ca comemora seus oitenta anos, no dia 11 de dezembro, data que foi insti tuída como o “Dia da Infantaria da Aeronáuti ca”, por meio da Portaria n° 0954/GM3, de 13 de julho de 1984, em uma alusão ao ano de 1941, quando, nesta data, foi publicado o Decreto-Lei nº 3.930, criando as seis primeiras Companhias de Infantaria de Guarda (Cia. IG), instaladas nas bases aéreas brasileiras de Belém, Fortaleza, Recife e Galeão, e nas bases aéreas uti lizadas pelos norte-americanos de Natal e Salvador.

A história da Infantaria da Aeronáuti ca se confunde com a da Força Aérea Brasileira, surgindo, prati camente, com a criação do Ministério da Aeronáuti ca (MAER), no início da Segunda Guerra Mundial, ilustrada pela criação das Companhias IG das Bases Aéreas já citadas e com a parti cipação direta dos Segundos Sargentos IG José Adolfo Teixeira, José da Silva Rondon e Severino Pessoa Muniz, na segurança terrestre do Primeiro Grupo de Caça (1943-1945), na Itália.

O ato de criação do novo Ministério estabeleceu, desde logo, condições para o desenvolvimento da Força Aérea Brasileira (FAB). Assim, os elementos existentes nas aviações do Exército Brasileiro (EB), da Marinha do Brasil (MB) e da Aeronáuti ca

Civil passaram a pertencer ao novo órgão.

Também neste senti do, foram baixadas instruções sobre a formação dos sargentos especialistas para a Aeronáuti ca, a qual seria feita, inicialmente, em uma única escola, assim, a Escola de Aviação Naval e a Escola de Aviação Militar foram exti ntas e criada, em 25 de março de 1941, a Escola de Especialistas de Aeronáuti ca, sediada na Ponta do Galeão, Ilha do Governador - RJ.

Em 10 de novembro de 1941, organizou-se o Corpo de Ofi ciais da Aeronáuti ca, que era composto de dois Quadros de Ofi ciais Combatentes: Aviadores e de Infanta ria de Guarda; e dos Quadros de Ofi ciais de serviços: Intendentes, Médicos, Engenheiros e Mecânicos.

O Quadro de Ofi ciais de Infantaria de Guarda (IG) desti nava-se a recrutar os ofi ciais necessários ao desempenho das funções de ofi cial subalterno das primeiras Companhias de Infantaria de Guarda (Cia. IG) da Aeronáuti ca.

Desta maneira, em 1942, tendo em vista a urgência em organizar as seis já citadas Companhias, foram baixadas diretrizes para o preenchimento dos próprios efeti vos. Os claros existentes seriam preenchidos com sargentos e cabos da ati va do Exército, de preferência da Arma de Infantaria e, para os ofi ciais, foram aprovadas as instruções para o recrutamento de segundos-tenentes do Quadro de Infantaria de Guarda (QOIG), que foi criado com acesso somente até o posto de Primeiro-Tenente e seu efeti vo composto por trinta Segundos-Tenentes e quinze Primeiros-Tenentes.

No ano de 1945, criou-se uma Companhia de Infantaria de Guarda na 4ª Zona Aérea e, após a Segunda Guerra Mundial, durante o ano de 1946, organizou-se a Força Aérea Brasileira em tempo de paz, que se consti tuía de Comando Territorial, Grandes Unidades Aéreas, Unidades Aéreas de Co operação, Unidades de Aviação, Unidades de Infantaria de Guarda e Serviços e, em dezembro daquele ano, baixaram-se instruções para o funcionamento das Bases Aéreas (BAe), prevendo uma Companhia de Infantaria de Guarda para cada BAe.

Ainda em 1946, foi criada uma unidade de Polícia Militar (precursora da Polícia da Aeronáuti ca) nas estruturas do Quartel General de cada Comando de Zona Aérea e criou-se também, a primeira vaga para capitão IG. Posteriormente, já na década de 1950, as Bases Aéreas passaram a contar com Subunidades de Polícia da Aeronáuti ca.

Em decorrência das difi culdades surgidas com a II Guerra Mundial, verifi cou-se a necessidade de incrementar a formação de técnicos. A Escola de Especialistas de Aeronáuti ca não ti nha condições de estruturar-se para formar a quanti dade de pessoal necessária e, como solução imediata, muitos militares e civis foram enviados aos Estados Unidos para que, através de cursos, pudessem sati sfazer às necessidades mais prementes da FAB.

Esta solução começou a sofrer restrições por ser muito onerosa e decidiu-se por contratar a “Organização John Paul Ridle Aviati on Tecnical School”, que instalou no Brasil, na cidade de São Paulo, um Escola Técnica de Aviação – ETAv. Com o término da

Segunda Guerra, houve certa estabilização na formação de pessoal e houve a fusão das duas Escolas, nascendo em 1950, com sede em Guarati nguetá - SP, a atual Escola de Especialistas de Aeronáuti ca – EEAR. A mudança para essa nova sede foi feita durante os anos de 1950 e 1951, progressivamente e teve como primeiro comandante do Corpo de Alunos o Cap IG Paulo Dantas Marti ns (SET 1951 a AGO 1952).

Pode-se considerar que o pensamento dos ofi ciais que procuravam organizar a Infantaria na Força Aérea, foi estruturá-la diferentemente da Infantaria do Exército e dos Fuzileiros Navais, com a preocupação de que a Infantaria se adequasse à doutrina operacional e à cultura organizacional desta nova Força, sendo sedimentado com a previsão da formação dos Ofi ciais de Infantaria na Escola de Aeronáuti ca, de acordo com o Decreto nº 30.698, de 1º de abril de 1952.

Tal situação permiti ria propiciar, com a conti nuidade dos cursos de pós-formação de carreira, que estes ofi ciais obti vessem as competências necessárias para se tornarem formuladores das doutrinas que adequariam as ati vidades da Infantaria à FAB. Apesar de tal pensamento, questões pontuais ou emergenciais vieram proporcionar outro encaminhamento à questão.

O ano de 1952 presenciou a fi xação de trinta vagas para o Curso de Formação de Ofi ciais de Infantaria de Guarda na Escola da Aeronáuti ca. No decorrer de 1953, foram autorizados a matricular-se no Curso de Formação de Ofi ciais de Infantaria de Guarda, independentemente de concurso de admissão, os subofi ciais e sargentos possuidores da medalha Cruz da Aviação. Este foi um ato que benefi ciou os graduados que parti ciparam das ope rações de guerra na Itália e no Brasil. Todavia, foi adiado o início do Curso, pela Diretoria de Ensino, a pedido dos sargentos aprovados, pois esses não se integraram aos cadetes. Por essa razão, o Ministro da Aeronáuti ca determinou a transferência do CFOIG para a Escola de Ofi ciais Especialistas (EOE), na cidade de Curiti ba-PR, a qual passou a se denominar “Escola de Ofi ciais Especialistas e de Infanta- ria de Guarda (EOEIG)”, em junho de 1953.

Assim, a parti r de agosto de 1953, a EOEIG passa a formar ofi ciais da ati va nos quadros de Especialistas (nas especialidades de Comunicações, Avião, Armamento, Fotografi a, Controle de Tráfego Aéreo e Meteorologia) e de Infantaria de Guarda. A primeira turma do CFOIG formou-se em 28 de junho de 1955, sendo composta de dezenove aspirantes a ofi cial.

Em 1959 elaborou-se a instrução para o funcionamento do Curso de Aperfeiçoamento para os Ofi ciais de Infantaria de Guarda. Os Majores, promovidos anteriormente, ti nham feito esse curso no Exército.

A parti r de 1959, os cadetes desligados da Escola de Aeronáuti ca, por moti vos de saúde ou inapti dão ao voo, passaram a ter a oportunidade de permanecer nas fi leiras da FAB por meio da formação na EOIEG. A matrícula de ex-cadetes no CFOIG foi regulamentada em 08 de novembro de 1963, sendo que, apenas em 1965, ocorreram as primeiras matrículas oriundas deste ato.

Em 1963 acrescentou-se à estrutura organizacional dos Comandos das Zonas Aéreas os Esquadrões de Polícia da Aeronáuti ca (EPA) e, em 1964, o efeti vo da Polícia da Aeronáuti ca das 3ª e 6ª Zonas Aéreas foi agrupado no Esquadrão de Polícia da Aeronáuti ca (EPA).

É preciso ter em conta que, em termos de evolução, não se verifi cou nenhuma mudança organizacional nos 14 anos que se seguiram entre 1966 até 1980.

O renascimento no "Ninho das Águias"

Em 1981, o Ministro da Aeronáuti ca determinou a composição de um grupo de trabalho com a fi nalidade de promover a reestruturação do Quadro de Ofi ciais da Aeronáuti ca. Baseado em ponderações muito bem fundamentadas, o grupo gerou um relatório fi nal com a recomendação da manutenção do Quadro de Ofi ciais de Infantaria de Guarda e com a proposta de reformulação do mesmo, inclusive com uma nova denominação.

Inconti nenti , o Sr. Ministro encaminhou uma proposta e, no ano de 1982, por decreto do Presidente da República, é mudado o nome de Infantaria de Guarda para Infantaria da Aeronáuti ca. A nova denominação, Infantaria da Aeronáuti ca (INFAer), veio acompanhada de uma nova metodologia de adestramento, doutrina e emprego.

Voltando-se à ideia original da formação de ofi ciais infantes na anti ga Escola da Aeronáuti ca, em julho de 1982, foi atribuída à, agora já renome ada, Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga-SP, a formação dos Ofi ciais de Infantaria da Aeronáuti ca.

A transferência da formação do ofi cial infante da EOEIG para a AFA é considerada um marco no processo de reestruturação da Infantaria. Ao longo de seus quase 30 anos de existência, a EOEIG formou cerca de 380 ofi ciais de Infantaria de Guarda. Em seu ano inaugural no “Ninho das Águias”, o CFOINF trazia em seu bojo as competências básicas de um curso superior de Engenharia, a ser ministrado em dois anos. Nos anos seguintes, a Instrução Técnico-Especializada reforçou-se, na parte práti ca, com o acréscimo das disciplinas de Táti ca de Infantaria, Operações e Sobrevivência na Selva.

Os ganhos na instrução resultaram em ofi ciais mais bem preparados. Mas, os benefí cios possibilitados pela formação na AFA não se limitam aos aspectos teóricos e técnicos da formação profi ssional. É mister considerar o estreitamento da convivência entre os cadetes de Infantaria e os futuros ofi ciais intendentes e aviadores, que iriam comandar a FAB no futuro. Ao unirem-se a eles, sob a égide de uma mesma insti tuição (o tradicional "Ninho das Águias"), os jovens infantes comungaram cultura e valores, agregando-se a essa elite de ofi ciais e, com eles, criando laços de fraternidade e espírito de corpo. Em 1984 graduou-se na AFA, a primeira turma de 42 Aspirantes-a-Ofi cial.

A formação na AFA possibilitou ainda a conti nuidade dos estudos com equivalência de pós-formação, o que fez a Infantaria galgar passos em direção ao ofi cialato superior. Foram cedidas, para o Quadro de Infantaria da Aeronáuti ca em 1983, três vagas para o Curso Básico de Admissão (CBA) na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáuti ca (ECEMAR) e por conta do conteúdo curricular

dos cursos oferecidos, o ofi cial de Infantaria passou a reunir as condições para parti cipar das deliberações dos Órgãos de Comando, Direção-Geral e Estado-Maior, sendo garanti do seu acesso até o posto

de Coronel.

Como parte das reformulações da Infantaria da Aeronáuti ca, ocorreu uma modifi cação fundamental para a estrutura das Unidades de Infantaria e por intermédio da Portaria n° R-124/GM3, de 10 de março de 1983, foram criados os Batalhões de Polícia de Aeronáuti ca (BPA), nos QG dos Comandos Aéreos Regionais e Batalhões de Guarda e Segurança (BGS) em 42 organizações do MAER, comandados por Majores de Infantaria, que, fi nalmente possibilitaram conjugar, sob comando único, as operações de Polícia da Aeronáuti ca e de Segurança e Defesa, dentre outras que, afetas à Infantaria, até então se encontravam dispersadas dentro das unidades.

O EMAER sugeriu, em setembro de 1984, a criação de um novo ti po de unidade de Infantaria da Aeronáuti ca, que exti nguiu os BGS e BPA e criou uma unidade de múlti plo emprego denominada Batalhão de Infantaria da Aeronáuti ca (BINFA), que incluía subunidades de Infantaria da Aeronáuti ca, Polícia da Aeronáuti ca e Contraincêndio; e onde estavam lotadas, também, as Bandas de Música e Marciais, Seções Mobilizadoras e de Educação Física.

Os BINFA passaram a ser subordinados diretamente ao Comandante da Organização a que pertenciam, sendo comandados por Tenentes-Coronéis de Infantaria, no caso dos BINFA de Comandos Aéreos Regionais (COMAR), ou por Tenentes-Coronéis ou Majores, também de Infantaria, conforme estabelecido em portaria de ati vação.

Em fevereiro de 1986, foi realizado o 1º Simpósio da Infantaria da Aeronáuti ca, em Brasília, com o intuito de agluti nar, em um documento, sugestões para o Alto Comando da Aeronáuti ca, a fi m de possibilitar o incremento das condições operacionais relati vas à Infantaria da Aeronáuti ca e neste mesmo ano foram enviados os primeiros ofi ciais de Infantaria da Aeronáuti ca para realizarem o “Security Police Officer Course e o Air Base Ground Defence Commander Course” na Força Aérea Norte-americana, com a fi nalidade de aprimorar a doutrina de emprego do vetor de proteção de recursos e meios da FAB.

Ainda no ano de 1986, no dia 07 de novembro, o Ministro de Estado da Aeronáuti ca, considerando a criação das primeiras Unidades de Infantaria da Aeronáuti ca, em 11 de dezembro de 1941, resolveu insti tuir o dia 11 de dezembro como a data comemorati va da Infantaria da Aeronáuti ca, o “Dia da Infantaria da Aeronáuti ca” e, em 10 de dezembro de 1986, foi aprovada a Portaria n° 1.184/GM3,

que aprovou a Canção da Infantaria da Aeronáuti ca, de autoria do Subofi cial Músico Sebasti ão Gonçalves Ribeiro. Calcado em uma diretriz do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), que garanti a às forças singulares posicionamento de armas anti aéreas desti nadas à autodefesa de suas unidades e, senti ndo a falta de uma arti lharia anti aérea para apoiar os seus desdobramentos, em 1989 foram matriculados dois ofi ciais de Infantaria da Aeronáuti ca na Escola de Arti lharia de Costa e Anti aérea (EsACosAAe) e no ano de 1990, o Estado-Maior da Aeronáuti ca (EMAER) decidiu acrescentar à organização dos BINFA uma Companhia de Arti lharia Anti aérea de Autodefesa (CAAAD), sendo a primeira ati vada na Base Aérea de Canoas e equipada com mísseis portáteis terra-ar IGLA de fabricação soviéti ca, a parti r de 1997.

A parti r de 1991, os ofi ciais intermediários e superiores do quadro passaram a integrar as missões de observador militar pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Como resultado do II Simpósio de Infantaria da Aeronáuti ca, realizado em 1992, o Comando-Geral do Ar (COMGAR) decidiu acrescentar, aos BINFA subordinados, frações de pronto emprego para ati vidades não usuais à tropa de Infantaria da Aeronáuti ca, denominados Pelotões Especiais de Infantaria (PEI), mais tarde chamados de Pelotões Operacionais de Infantaria (POI) e, fi nalmente, de Pelotões de Operações Especiais (PELOPES), sendo desati vados pela RECGAR 11/SCSD/2010 em 2010.

Com a reedição da DMA 1–1, Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira, em 1997, a FAB desti nou à Infantaria da Aeronáuti ca, no contexto da Missão de Defesa de Instalações, a defesa anti aérea, a proteção passiva e ati va de instalações de interesse da Aeronáuti ca e os equipamentos nelas incluídos contra ameaças terrestres de qualquer natureza e o controle de danos.

Ainda em 1997, a Portaria n° R-494/GM3, de 10 de julho, aprova a DMA 19-2 - Diretriz de Reestruturação da Infantaria da Aeronáuti ca, a qual cria, no Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), a Subchefi a de Operações Terrestres, transformada, em 1998, no Centro de Operações Terrestres da Aeronáuti ca (COTAR), como órgão centralizador da ati vidades de segurança, para desenvolver a doutrina e supervisionar o emprego das unidades de Infantaria da Aeronáuti ca e também, nos Estados-Maiores dos Comandos Aéreos Regionais (COMAR), as Seções de Operações Terrestres (A-7), com fi nalidade sistêmica. Além disso, foram editadas várias publicações doutrinárias em prol da organização, funcionamento e emprego da Infantaria.

Nos anos de 2000 e 2001, são regularizados e nomeados todos os Batalhões de Infantaria (BINFA) e Companhias de Infantaria Isoladas (CINFAI) e seus Comandantes publicamente nomeados.

No ano de 2001, são aprovadas as primeiras três vagas para ofi ciais de infantaria realizarem o Curso de Políti ca e Estratégia e matriculados no ano de 2002, um para realizar o Curso de Políti ca e Estratégia Aeroespaciais (CPEA) na (ECEMAR) e os outros dois no Curso de Altos Estudos de Políti ca e Estratégia (CAEPE) da Escola Superior de Guerra (ESG).

Fruto do resultado de estudos de Grupo de Trabalho coordenado pelo Estado-Maior da Aeronáuti ca (EMAER), foi criado, pela Portaria R-511, de 20 de setembro de 2001, o Batalhão de Infantaria da Aeronáuti ca Especial de Manaus (BINFAE-MN), revolucionando a organização da tropa e, entre outras novidades, apresentando efeti vo próprio, tabela de viaturas e Comandante designado pelo Alto-Comando da Aeronáuti ca.

Em 2002, a Diretriz da Estrutura Organizacional Básica da Infantaria da Aeronáuti ca - DCA 19-2, incorpora o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS - PARA-SAR), como unidade de Infantaria e cria a fi gura do BINFAE - Batalhão de Infantaria da Aeronáuti ca Especial (BINFAE). Além do BINFAE-MN, foram criados também o BINFAE-CO em 2002, os BINFAE-AF e BINFAE-BR em 2003, os BINFAE-GL e BINFAE-RF em 2005 e, fi nalmente, os BINFAE-BE e BINFAE-RJ em 2006, de acordo com suas respecti vas Portarias de criação e ati vação.

Consolidação do Sistema de Segurança e Defesa

A Portaria nº 930/GC3, de 06 de setembro de 2004, insti tui o Sistema de Segurança e Defesa do Comando da Aeronáuti ca (SISDE) e neste mesmo ano é criada a Oração da Infantaria da Aeronáuti ca, na AFA. O Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) organizou a Primeira Reunião Anual da Infantaria (I RAInf), entre os dias 03 a 10 de novembro de 2005, na Base Aérea de Canoas (BACO), buscando o intercâmbio de experiência entre os elos do Sistema de Segurança e Defesa (SISDE). O evento foi coordenado pelo Centro de Operações Terrestres da Aeronáuti ca (COTAR), em conjunto com o Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), e aconteceu, simultaneamente, com o 1º Torneio da Tropa de Infantaria (TTI). No ano de 2007, o Decreto nº 6.147, de 06 de julho, acrescentou dispositi vo ao art. 1º do Decreto no 5.926, de 09 de outubro de 2006, fi xando o cargo privati vo do posto de Brigadeiro do Quadro de Ofi ciais de Infantaria da Aeronáuti ca como Chefe do Centro de Operações Terrestres (COTAR). Em outubro de 2007, foi escolhido o nome do Coronel Agosti nho Shibata como o primeiro Brigadeiro de Infantaria da história da insti tuição, para exercer o cargo de Chefe do COTAR. No ano de 2009, o órgão máximo da Infantaria da Aeronáuti ca passou a ter outra denominação, sendo alterado para Subchefi a de Segurança e Defesa do Comando-Geral de Operações Aéreas. O conhecimento e a experiência obti dos em diversos Exercícios, em especial aqueles ocorridos em 2009, permiti ram a elaboração de uma concepção operacional para a criação de uma estrutura de defesa anti aérea e, em 10 de novembro de 2011, o Comandante da Aeronáuti ca (CMTAER), aprovou a Portaria Nº R-762/ GC3, criando, em 12 de janeiro de 2012, o Primeiro Grupo de Arti lharia Anti aérea de Autodefesa (1º GAAAD), na Base Aérea de Canoas-RS. Em 2012, com a nova Diretriz de Emprego

da FAB e a modifi cação da doutrina de emprego formulada pela Subchefi a de Segurança e Defesa, os três principais ramos de atuação e especialização da Infantaria da Aeronáuti ca passaram a ser: Operações Especiais, Arti lharia Anti aérea e Proteção da Força. Para coordenar as tarefas atribuídas às Unidades Anti aéreas, foi criado e ati vado, em 03 de abril de 2012, o Núcleo de Brigada de Arti lharia Anti aérea de Autodefesa (NuBAAAD), bem como a criação e ati vação do Segundo Grupo de Arti lharia Anti aérea de Autodefesa (2º GAAAD), na BAMN. O COMAER, em 08 de julho de 2014, alterou a nomenclatura do NuBAAAD, que passou a ser denominado como Núcleo de Brigada de Defesa Anti aérea (NuBDAAE) e em consequência, os GAA AD receberam uma nova denominação: Grupos de Defesa Anti aérea (GDAAE). Em 09 de setembro de 2015, foi criado e ati vado o Terceiro Grupo de Defesa Anti aérea, na BAAN e, fi nalmente, por meio do Decreto n° 8595, de 18 de dezembro de 2015, foi criada a Primeira Brigada de Defesa Anti aérea na estrutura do Comando da Aeronáuti ca, sob o Comando de um Brigadeiro de Infantaria. Neste período, além do desenvolvimento doutrinário de suas áreas de atuação, teve ampliado seu emprego operacional nas ati vidades ligadas, diretamente, à Força Aérea, bem como na Garanti a da Lei e da Ordem (GLO), ações contra crimes trans- nacionais e outras missões consti tucionais, parti cipando ati vamente das Operações Osti um, Porteira Fechada e Plano Brasil da FAB, Operações conjuntas Amazônia, Ágata, Verde Brasil, COVID e Anhanduí, de GLO no Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e intervenção Federal do Rio de Janeiro e nos Grandes Eventos realizados no Brasil como: Jogos Mundiais Militares em 2011, Jornada Mundial da Juventude e Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016.

Destaca-se também, nessa fase, o início da parti cipação das tropas de Infantaria da Aeronáuti ca na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), criada pelo Conselho de Segurança da ONU. Em julho de 2010, o EMAER aprovou a Diretriz que dispõe sobre a parti cipação de tropa de Infantaria da Aeronáuti ca em Operações de Paz - DCA 55-37 e a Diretriz que dispõe sobre a Preparação da Tropa da Aeronáuti ca para Missão de Paz no 14º Conti ngente Brasileiro na MINUSTAH - DCA 55-38. Desde 2011, até o fi nal de 2017, a FAB enviou mais de 250 militares, divididos nas funções de Estado-Maior e em diversos pelotões.

Força Aérea 100 e o Conceito de Emprego da Infantaria da Aeronáuti ca

No ano de 2016, com a aprovação da DCA 1145 - Concepção Estratégica - Força Aérea 100, teve curso a reestruturação da Força Aérea Brasileira e com ela, a reorganização das Unidades de Infantaria da Aeronáuti ca.

A Portaria nº 632/GC3, de 9 de maio de 2018, reformulou o Sistema de Segurança e Defesa do Comando da Aeronáuti ca e a Portaria nº 673/ GC3, de 16 de maio de 2018, dispõe sobre as transformação, denominação, criação, desati vação de Unidades de Infantaria da Aeronáuti ca e dá outras providências, passando a adotar as denominações de Grupos de Segurança e Defesa (GSD), Esquadrões de Segurança e Defesa (ESD), Esquadrilhas de Segurança e Defesa (EaSD) e Elementos de Segurança e Defesa (ElSD). Sendo manti das as Unidades de Infantaria de Defesa Anti aérea: Primeira Brigada de Defesa Anti aérea (1ª BDAAE), Primeiro Grupo de Defesa Anti aérea (1° GDAAE), Segundo Grupo de Defesa Anti aérea (2° GDAAE) e Terceiro Grupo de Defesa Anti aérea (3° GDAAE) e de Operações Especiais: Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS-PARASAR).

Ação de Força Aérea de Autodefesa de Superfí cie se consolida em 2020, com o primeiro Curso de Autodefesa de Superfí cie (CADS) e juntamente, com as ações de Polícia da Aeronáuti ca e Segurança das Instalações completam as Ações de Força Aérea previstas e consolidam a Segurança e Defesa da FAB.

Neste ano de 2021, acompanhando as diretrizes para o aprimoramento da reestruturação da Força Aérea, todas as Unidades de Segurança e Defesa passaram a ter a denominação de Grupos de Segurança e Defesa (GSD) estruturados dentro das Bases Aéreas ou Unidades de Aeronáuti ca.

Com a fi nalidade de garanti r o grau de segurança necessário das instalações, dos equipamentos e do pessoal de interesse do Comando da Aeronáuti ca com o grau de excelência desejado, a Infantaria busca de maneira incessante o aprimoramento do conhecimento e aquisição dos equipamentos que permitam o preparo e o emprego das Unidades de Infantaria na consecução de ações de superfí cie defensivas, ofensivas e de proteção, de maneira a promover um ambiente operacional seguro para as Operações Aéreas.