NOTIMP 04.08.2025

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04 de Agosto de 2025

NOTIMP: 216 de 04/08/2025.

O Noticiário de Imprensa da Aeronáutica (NOTIMP) apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.

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Cerimônia marca os 52 anos da criação do Museu Aeroespacial, o MUSAL, no Rio de Janeiro

Murilo Basseto - Publicada em 03/08/2025 09:53

O Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, berço da aviação brasileira, no Rio de Janeiro, celebrou, na quinta-feira, 31 de julho, seu 52º aniversário de criação.

A data foi marcada por uma cerimônia militar presidida pelo Diretor da Organização Militar, Brigadeiro do Ar R/1 Mauricio Carvalho Sampaio, com imposição de Medalhas Militares e homenagens a militares e civis que se destacaram por seu desempenho e colaboração com a Instituição.

A solenidade de imposição de medalhas, realizada no auditório principal do Museu, reuniu militares da ativa e da reserva, bem como familiares dos militares homenageados. Durante o evento, destacou-se o papel do MUSAL na preservação e divulgação da memória da aviação, além de reconhecer o mérito de integrantes que contribuíram com dedicação e excelência ao longo dos anos.

Após a execução do Hino Nacional Brasileiro e a leitura de um breve histórico do MUSAL, ocorreu a imposição da Medalha Militar condecoração criada pelo Decreto nº 4.238, de 15 de novembro de 1901 a militares que completaram 10, 20 e 30 anos de bons serviços prestados à Força Aérea Brasileira.

Foram agraciados com a Medalha de Ouro (30 anos de serviço) o Segundo Sargento BEP Marcelo da Silva Pimenta; com a Medalha de Prata (20 anos), o Subo cial SEL Marcelo Esperança Faccini, o Primeiro Sargento BEI Carlos Alberto Sales de Sousa Filho, a Primeiro Sargento BEV Patricia Cesar Holanda e o Primeiro Sargento BEP Rodrigo Braz Larubia; e com a Medalha de Bronze (10 anos), o Segundo Sargento BMA Reinaldo Lima de Paula.

Ato contínuo a essa solenidade, os convidados se dirigiram para o Hangar 7, onde foram realizadas outras homenagens com descerramento do quadro com os Destaques Pro ssionais 2025 , pro ssionais militares e civis do efetivo do MUSAL, que mais se destacaram por seus próprios méritos e bons princípios, entre 1º de agosto de 2024 e 31 de julho de 2025, conforme previsto na Norma Padrão de Ação (NPA) nº 041/ACS-SCE/2023.

Foram homenageados como Graduado Destaque o Subo cial SEL Marcelo Esperança Faccini; como Praça Destaque, o Cabo QCBCON TMC Jonathan Pereira de Souza; e como Servidora Civil Destaque, Gabriela Magalhães de Oliveira.

Em um segundo momento, foram reverenciadas, com os Certi cados de Amigos do MUSAL , personalidades da sociedade que contribuíram sobremaneira para que o Museu Aeroespacial cumprisse sua missão de preservar e divulgar o patrimônio histórico-cultural da Aeronáutica Brasileira.

Foram agraciados os seguintes colaboradores: Coronel Intendente Douglas Souza Duarte, Coronel Intendente Marlos Felipe dos Santos, Tenente-Coronel Infantaria Alexandre Fontoura da Silva, Tenente-

Coronel R/1 Cláudio Roberto Lopez, Sra. Cláudia Silvério das Neves, Sr. Diego Dias Lima, Sr. Sérgio Fernandes de Souza Júnior, Sr. Pedro Veiga Ferraz Pereira, Sr. Learte Quadra de Araújo e Sr. Felipe Alves do Nascimento.

Em seu discurso, o Brigadeiro Sampaio destacou a importância do momento e agradeceu a todos os presentes: É uma grande satisfação para o Museu Aeroespacial receber, neste ano em que comemoramos 52 anos de existência, essa verdadeira família de amigos. Trabalhamos diuturnamente para apresentar com excelência a história da Força Aérea Brasileira, da aviação e da nossa própria Instituição, sempre com o objetivo de oferecer ao público uma experiência enriquecedora e memorável .

Durante a cerimônia, o Diretor do Museu destacou a importância do bem-estar da equipe para garantir uma experiência positiva ao público. Queremos que cada visitante saia daqui satisfeito. Para isso, é fundamental que nossa equipe também esteja satisfeita, motivada e alegre. Sabemos que a atividade é intensa, mas buscamos conduzi-la da melhor maneira possível: com leveza, propósito e comprometimento com os resultados , acrescentou o Brigadeiro Sampaio.

Ao nal do evento, o efetivo e todos os convidados participaram de um almoço de confraternização, que ocorreu na área de convivência do MUSAL, celebrando não apenas os 52 anos da Instituição, mas também o espírito de união e reconhecimento entre todos que contribuem para a preservação e divulgação da história da aviação brasileira e mundial.

Breve histórico do MUSAL

A ideia de se criar um museu aeronáutico é anterior à própria criação do Ministério da Aeronáutica. Os amantes da aviação sentiam falta de um local adequado para a guarda e preservação da documentação histórica relacionada ao assunto.

Algumas décadas já haviam se passado desde o voo do mais pesado do que o ar, e muitos países já possuíam um museu dedicado a esse setor. No entanto, o Brasil ainda não havia se mobilizado para tal organização. Acreditava-se que um museu ajudaria a defender o pioneirismo de Santos Dumont, o brasileiro que, em 1906, realizou o primeiro voo do mais pesado que o ar em Paris.

Até a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, nada de concreto havia sido feito para a construção desse espaço nem para a organização de um acervo especializado. Por essa razão, em dezembro de 1943, Salgado Filho, o primeiro Ministro dessa pasta, designou, por meio da Portaria nº 237, o Aviador Civil José Garcia de Souza para reunir todo o material que a Escola de Aeronáutica, então sediada no Campo dos Afonsos, pudesse ter, a m de viabilizar a criação de um futuro Museu da Aeronáutica. Porém, ainda não existia um espaço físico para a construção do mesmo.

A partir desse momento, José Garcia publicou comunicados nas revistas de aviação da época, solicitando doações de fotogra as e objetos que pudessem compor a primeira exposição de aeronáutica, que aconteceria no Ministério da Educação, no Palácio Gustavo Capanema. Com seus anúncios, o Aviador conseguiu reunir livros, documentos e vários objetos importantes para comporem o futuro museu, a m de enaltecer e preservar a história da aviação.

Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial e a saída de Getúlio Vargas do poder, a intenção de se criar um museu acabou cando de lado, sendo retomada apenas na década de 1950, com a volta de Vargas ao Governo Federal. Assim, o Brigadeiro Nero Moura, então Ministro da Aeronáutica, assinou uma portaria designando a retomada do Aviador José Garcia para a organização do acervo do futuro museu, ainda sem local de nido para a sua sede.

Muitos dos materiais recolhidos por José Garcia cavam sob a posse da Escola de Aeronáutica, que, em

1967, criou o seu próprio museu no Pavilhão Van Ness, hoje o prédio do Centro de Documentação da Aeronáutica CENDOC. Em 1969, a Escola de Aeronáutica passa a ser chamada Academia da Força Aérea, sendo esta transferida para Pirassununga, em 1971, deixando para trás suas instalações no lendário Campo dos Afonsos.

Finalmente, atendendo à exposição de motivos do Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Araripe Macedo, o Presidente Emílio Garrastazu Médici cria o Núcleo do Museu Aeroespacial, em 31 de julho de 1973, por meio do Decreto nº 72.553, ocupando as antigas instalações da Academia da Força Aérea. Contudo, apesar da sua criação, aquele museu ainda não tinha condições de ser aberto ao público, uma vez que não estava devidamente organizado.

Desta forma, o Major Especialista João Maria Monteiro, designado como Diretor do MUSAL, juntamente com seu corpo técnico, deu início a várias ações para a organização desse novo museu. Em janeiro de 1974, iniciaram-se os trabalhos de restauração do prédio e hangares (antiga Divisão de Instrução de Voo da Escola de Aeronáutica), simultaneamente à coleta de acervo, restauração de aviões, motores, armas e outras peças de valor histórico.

Em 18 de outubro de 1976, o MUSAL é nalmente inaugurado, sendo aberto ao público com 42 aeronaves em seu acervo. As exposições do museu eram dedicadas a temas especí cos como sala dos motores, instrumentos de voo e hélices; sala dedicada ao Ministro Salgado Filho e outra à Aviadora Anésia Pinheiro Machado; além de uma sala dedicada à atuação do Primeiro Grupo de Aviação de Caça na Segunda Grande Guerra.

O Major Monteiro permaneceu na gestão do museu até 1983, dando lugar ao Coronel Aviador Adauto Lorena, que cou por apenas dois anos na direção do mesmo. Em 1986, o Tenente-Coronel Antônio Claret Jordão assumiu seu lugar, deixando o cargo com a sua morte em 1998.

Para sua sucessão, foi designado o Brigadeiro Araguaryno Cabrero dos Reis, cando no cargo até o ano de 2001, quando é sucedido pelo Brigadeiro do Ar Márcio Bhering Cardoso. Este cou à frente do MUSAL por 16 anos, passando a direção do museu para o Brigadeiro do Ar Luiz Carlos Lebeis Pires Filho, que permaneceu no cargo até 6 de abril de 2020, sendo sucedido pelo atual diretor, Brigadeiro do Ar Maurício Carvalho Sampaio.

Ao longo dos seus 52 anos de existência, o Museu Aeroespacial passou por várias transformações e processos de melhorias e modernizações, passando a ser detentor da guarda de mais de 150 aeronaves, possuindo exemplares de inestimável valor histórico e cultural. Além dos aviões e de suas exposições, o universo de suas coleções também inclui mais de 15.000 objetos museológicos, entre instrumentos de aviação, uniformes, condecorações, publicações raras, artes plásticas, além de dois escrínios, contendo cada um deles os corações de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação, e do Marechal Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira.

Destaca-se ainda o Centro de Documentação e Pesquisa (CDP), que integra importantes setores do MUSAL: a Biblioteca José Garcia de Souza e as Subseções de Arquivo Histórico e de Pesquisa Histórica, onde se pode realizar variadas pesquisas sobre temáticas ligadas à aeronáutica brasileira, disponibilizadas para acesso livre e gratuito, tornando-se, deste modo, um repositório informacional com mais de 22 mil itens entre livros, periódicos e publicações técnicas, alguns considerados raros e especiais; e documentos textuais, iconográ cos, lmográ cos, cartográ cos, sonoros, negativos de vidro e de celulose.

Matérias não publicadas no Portal da Força Aérea Brasileira

O bravo novo mundo do comércio que surgiu

Tarifas de Trump devem reduzir o comércio no mundo e principalmente com os EUA

Martin Sandbu - Publicada em 03/08/2025 10:37

Há uma semana, a União Europeia concordou com um "acordo" comercial com os EUA que não precisava. Ou pelo menos seus respectivos presidentes concordaram, segundo o comunicado cuidadosamente redigido de Bruxelas.

O informativo faz questão de destacar que se tratava de um "acordo político" que "não é juridicamente vinculativo". É bastante verdade, como o editorial do Financial Times apontou, que a UE recuou e deu a Donald Trump seu "cenário de sonho".

Também pode ser verdade que os europeus nunca poderiam ter esperado melhores condições e que, embora tenham abdicado do papel da UE como defensora de uma ordem baseada em regras, pelo menos podem ter ganhado um pouco de estabilidade.

Com os outros "acordos" e mudanças unilaterais de tarifas agora estabelecidos para a maioria dos parceiros comerciais dos EUA, teremos alguma paz? É possível, mas longe de ser uma garantia que a poeira se assente por um tempo, com Trump deixando a agenda comercial quieta enquanto persegue outros objetivos.

De qualquer forma, parece claro que a política comercial dos EUA não se tornará mais liberal do que este novo status quo. Portanto, vale a pena começar a pensar em como o novo regime remodelará a economia global. Abaixo estão os meus pensamentos.

O que estamos observando é um mundo em que os EUA cobram de seus consumidores e empresas tarifas sobre importações da maior parte do mundo a taxas de cerca de 15% a 30%. Existem várias isenções setoriais e por país e cotas, mas o panorama geral é este: os impostos comerciais são uma ordem de magnitude maiores do que têm sido por quase um século. Supondo que algo assim veio para car (ou piorar), quais serão as consequências? Aqui estão quatro questões essenciais para re etir.

HAVERÁ MENOS COMÉRCIO?

No geral, provavelmente sim. E com os EUA em ambas as direções certamente. Como expliquei antes, o principal efeito das tarifas não é mudar os superávits e dé cits gerais. Em vez disso, é tornar todo o comércio mais caro e reorganizar a atividade entre setores e países, dependendo das mudanças relativas nos custos comerciais. Portanto, devemos esperar cadeias de suprimentos alteradas com menos comércio no geral.

Existe, no entanto, a possibilidade de que o resto do mundo reaja à política disruptiva de Trump intensi cando a integração comercial entre si. Já a maior parte do mundo está menos exposta ao comércio com os EUA do que a resposta alarmista às ameaças de Trump sugeriria então uma diminuição na dependência dos EUA, combinado com a intensi cação de outras redes comerciais, é certamente concebível.

Há obstáculos para isso, é claro a descon ança entre a UE e a China compromete seriamente até mesmo o intercâmbio econômico existente entre os blocos, evitando uma maior integração. Mas em outros lugares, o aprofundamento comercial está ao alcance, certamente dentro do mercado único da UE e entre a UE e parceiros comerciais amigáveis. Portanto, é bem possível que a integração comercial

global persista ou até aumente, mesmo que a participação e o nível absoluto de comércio dos EUA diminuam radicalmente.

OS (DES)EQUILÍBRIOS COMERCIAIS GLOBAIS MUDARÃO?

Os uxos comerciais internacionais são assimétricos. A UE, China, Japão e os grandes exportadores de commodities são grandes economias com superávit líquido; os EUA, Canadá e Reino Unido apresentam grandes dé cits externos.

Pode ser difícil discernir o objetivo de Trump, mas parece incluir a redução do saldo comercial negativo dos EUA. É improvável que suas políticas alcancem isso, mas e se ele tiver sucesso? Então, é aritmeticamente necessário que os saldos externos de outros países também se ajustem.

Se o dé cit dos EUA acabar, a China ou a UE ou ambos devem eliminar ou pelo menos operar com superávits muito menores, já que estas são de longe as maiores economias do mundo e os números devem somar zero. Como isso pode acontecer é talvez o maior enigma macroeconômico que enfrentamos.

A resposta depende, em parte, de quais ferramentas políticas cada economia está disposta a usar para afetar o equilíbrio externo e se elas são mais poderosas do que as de um parceiro comercial não disposto a se ajustar.

Michael Pettis, por exemplo, sugeriu que a economia mais controlada pelo governo da China tem mais in uência, forçando as economias baseadas no mercado a se adaptarem. A implicação é que há pouco que os EUA possam fazer para reduzir o dé cit, a menos que a China mude suas políticas. Isso também signi ca que a UE será vítima de um redirecionamento das exportações chinesas de um mercado americano em fechamento para a Europa um temor expresso por muitos formuladores de políticas da UE e quanti cado pelo BCE (Banco Central Europeu).

Nas palavras de Pettis: "Essa mudança não ocorreria porque os cidadãos da UE, os governos da UE ou o BCE quisessem que ocorresse. Seria uma mudança estrutural automática na economia da UE causada por uma expansão na manufatura que foi projetada por Pequim por razões totalmente domésticas e desviada da economia dos EUA por Washington, também por razões totalmente domésticas".

Sou cético: parece-me que há muitas ferramentas disponíveis para cada economia inclinar o equilíbrio entre gastos e poupança de seus setores públicos, corporativos ou domésticos, o que também inclinaria o dé cit externo. Mas isso ainda levanta duas questões: primeiro, os grandes blocos econômicos de fato tomarão as decisões necessárias para mudar seus saldos externos; e, segundo, o que acontece se suas escolhas preferidas forem incompatíveis se os EUA quiserem se livrar de seu dé cit, mas a China e a UE quiserem manter seus superávits?

Há limite para briga com o governo americano, diz Lula

Em evento em Brasília, presidente diz que não quer confusão: `Agora, não pensem que temos medo. Não temos`

Mariana Brasil - Publicada em 03/08/2025 15:05

Brasília O presidente Lula (PT) disse que há limites na negociação da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, e demonstrou preocupação com a relação diplomática com o país.

"O governo tem que fazer aquilo que ele tem que fazer. Por exemplo, nessa briga que a gente está fazendo agora, com a taxação dos Estados Unidos, eu tenho um limite de briga com o governo

americano. Eu não posso falar tudo que eu acho que eu devo falar, tenho que falar o que é possível, porque eu acho que nós temos que falar aquilo que é necessário", disse.

"Não queremos confusão. Quem quiser confusão conosco pode saber que nós não queremos brigar. Agora, não pensem que nós temos medo", reforçou.

Lula também voltou a dizer que está "tranquilo" em relação ao ponto de vista econômico, mas reconheceu o problema com os EUA na esfera diplomática.

"Não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável. Eu acho que o presidente da república pode taxar o que quiser, mas a gente aumenta por máximo que a OM (Organização Mundial do Comércio) permite, de 35%, e agora ele extrapolou os limites, porque ele quer acabar com o multilateralismo", declarou.

O presidente também referiu-se ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu licença do mandato para car nos Estados Unidos, onde tem feito articulações para ter o apoio americano na anistia de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta processos na justiça brasileira.

Desde que Trump anunciou uma sobretaxa de 50% ao Brasil, Eduardo tem pedido a anistia para o pai para que a medida seja revogada. Os enfrentamentos de Bolsonaro no judiciário brasileiro foi tratado como perseguição política na carta em que o americano anunciou as medidas.

"Veja que tem um cara que fazia campanha abraçado na bandeira nacional e agora tá indo nos Estados Unidos se abraçar a bandeira americana para defender taxação e pedindo pra anistiar o pai dele", disse.

As declarações foram dadas durante a posse de Edinho Silva como presidente do PT, junto aos demais membros eleitos para o diretório da sigla. O evento ocorreu em Brasília, como parte das cerimônias do último dia do Encontro Nacional do PT, iniciado na sexta-feira (1º).

Ao mesmo tempo, ocorrem pelo país manifestações bolsonaristas em apoio ao ex-presidente e contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, também alvo de retaliações americanas.

O governo dos EUA aplicou sanções econômicas a Moraes, por meio da aplicação da Lei Magnitsky sob alegações de censuras por parte do ministro à liberdade de expressão .

Antes dos discursos, no auditório do evento, era reproduzida uma música com um remix da fala de Lula imitando Eduardo Bolsonaro, em que o presidente diz "defende meu pai, defende meu pai", em alusão às defesas de Eduardo a Jair Bolsonaro. A imitação do presidente foi feita durante uma entrevista à televisão, e se tornou um viral nas redes desde então.

Guardiões do espaço: a unidade militar dos EUA capaz de rastrear mísseis lançados em qualquer ponto do globo

Da sua base no Colorado, o ciais da Força Espacial acompanham o lançamento de mísseis em qualquer lugar do mundo; agora, serão uma peça fundamental do Domo de Ouro

Jonathan Beale - Publicada em 03/08/2025 17:28

Foi um grito agudo e curto: "Lançamento Iêmen!"

E os homens e mulheres de uniforme, sentados em frente aos seus computadores, responderam em uníssono: "Entendido, lançamento Iêmen."

Na Força Espacial dos Estados Unidos, eles são chamados de guardiões, não de soldados.

Olhando para suas telas em uma base nos subúrbios de Denver, no Estado americano do Colorado, eles conseguem rastrear mísseis em qualquer parte do mundo - e os acompanham do local de lançamento até o seu provável ponto de impacto.

Somos os primeiros jornalistas internacionais autorizados a entrar na sala de operações de alerta e rastreamento de mísseis da Força Espacial americana, na base Buckley da Força Espacial, um centro nervoso onde os guardiões cam em alerta 24 horas por dia, sete dias por semana.

Eles são rodeados por enormes monitores, que fornecem mapas e dados enviados por uma constelação de satélites militares no espaço. Os guardiões são os primeiros a detectar a assinatura de calor infravermelho que marca o lançamento de um míssil.

Momentos depois, surge outro grito: "Lançamento Irã", seguido pelo coro de: "Entendido, lançamento Irã."

Este é apenas um treino. Mas, no mês passado, a ação foi real.

Em resposta aos ataques dos Estados Unidos e de Israel, o Irã disparou uma salva de mísseis em direção à base militar americana de al-Udeid, no Qatar.

A coronel Ann Hughes descreve o clima naquele dia como "pesado".

Ao contrário da maioria dos lançamentos, eles haviam sido alertados sobre aquele míssil especí co com antecedência. Eles conseguiram rastrear os mísseis iranianos e encaminharam a informação para as baterias de defesa aérea em terra.

"Acabamos salvando toda a instalação e as pessoas que estavam ali", ela conta, expressando seu alívio.

Hughes a rma que a equipe tem cado excepcionalmente ocupada nos últimos anos, com o desenrolar das guerras no Oriente Médio e na Europa.

Pergunto a ela se eles vêm fornecendo alertas para a Ucrânia. "Nós fornecemos alertas táticos e estratégicos sobre mísseis para todas as forças americanas e aliadas", responde Hughes.

Os Estados Unidos não con rmam abertamente, mas parece provável que eles também possam ter fornecido alertas a Kiev sobre ataques russos iminentes.

A base Buckley da Força Espacial será parte fundamental dos planos do presidente americano Donald Trump para a criação de um escudo de defesa contra mísseis dos Estados Unidos, conhecido como o Domo de Ouro.

O governo americano reservou 175 bilhões de dólares (cerca de R$ 971 bilhões) para o ambicioso programa, inspirado no Domo de Ferro, o sistema de defesa aérea de Israel. Mas muitos acreditam que o custo será muito maior.

As bases do programa já estão instaladas em Buckley. O cenário é dominado por inúmeros radomes, que são coberturas arredondadas que servem para proteger potentes antenas parabólicas no seu interior. Eles parecem bolas de golfe gigantes no horizonte.

Estas antenas de satélite já detectaram ondas de rádio frequência de uma supernova a 11 mil anos-luz de distância.

O chefe do Comando de Operações Espaciais dos Estados Unidos, general David Miller, a rma que o desenvolvimento do Domo de Ouro, ainda nos seus estágios iniciais, é o reconhecimento das crescentes ameaças ao território americano. Ele menciona especi camente a China e a Rússia.

Os dois países desenvolveram mísseis hipersônicos, que podem viajar a mais de cinco vezes a velocidade do som. Eles já testaram Sistemas de Bombardeio Orbital Fracionado, que são mais difíceis de rastrear.

"A velocidade e a física associadas à sua interceptação exige que consideremos interceptores espaciais", a rma Miller. Ele prefere falar em "recursos" para defender os interesses dos Estados Unidos, não em armas no espaço.

A criação da Força Espacial dos Estados Unidos, cinco anos atrás, é uma prova de que o espaço, agora, é um local de combate bélico.

O presidente Donald Trump criou a Força Espacial no seu primeiro mandato (2017-2021). Ele descreveu o espaço como "o mais novo domínio de combate bélico do mundo".

A China e a Rússia já testaram mísseis antissatélites, além de formas de interferir nas suas comunicações.

A Rússia já "demonstrou capacidade de potencialmente colocar uma carga nuclear" no espaço, segundo Miller. Para ele, o espaço já é uma área "altamente disputada" e "também precisamos estar preparados para o con ito no espaço".

A coronel Phoenix Hauser supervisiona a unidade de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento das Forças Espaciais, conhecida como Delta 7. Seu trabalho é descobrir o que está acontecendo no espaço.

Na sua base, perto de Colorado Spring, equipes monitoram telas que mostram milhares de pequenos pontos ao redor do planeta. Existem hoje cerca de 12 mil satélites no espaço e este número pode crescer até 60 mil no nal da década.

Hauser a rma que seu foco principal é a China. "É a ameaça em progressão", segundo ela.

A China já detém cerca de mil satélites em órbita, a metade para uso militar. Hauser a rma que, na próxima década, o país asiático terá dezenas de milhares de satélites na órbita baixa da Terra.

O espaço está cada vez mais disputado e congestionado.

"Já estamos disputando espaço", ela conta. "Observamos atividades inseguras e não pro ssionais dos nossos adversários."

Elas incluem satélites equipados com aparelhos de interferência eletrônica, lasers e até redes e braços agressivos, que poderão ser utilizados para retirar outro satélite do seu curso.

Alguns sugeriram que já existem "lutas corporais" ocorrendo no espaço.

"Não sei se já chegamos ao ponto de 'luta corporal', como em Top Gun", segundo Hauser. "Mas certamente precisamos nos preparar para isso."

A Força Espacial dos Estados Unidos está se preparando para a possibilidade de um con ito no espaço.

Hauser a rma que, um ano atrás, eles "não conseguiam falar em ter capacidades espaciais ofensivas".

Mas, agora, segundo ela, o foco é em "gerar opções para o presidente, a m de podermos ganhar e manter a superioridade espacial por meio do controle ofensivo e defensivo do espaço".

Para Miller, a única forma de evitar con itos é "por meio da força e precisamos ter nossos próprios recursos para defender nosso patrimônio". Ele não oferece detalhes sobre o que isso exatamente signi ca.

Mas os recentes ataques norte-americanos ao programa nuclear iraniano - a Operação Martelo da MeiaNoite - podem dar uma ideia do que a Força Espacial dos Estados Unidos já é capaz de fazer.

Os ataques com bombardeiros B-2 também destacam por que a manutenção da dominância no espaço ainda é fundamental para as Forças Armadas americanas.

"Você precisa entender o quanto as Forças Armadas dos Estados Unidos consideram as vantagens que o espaço nos oferece", a rma Miller. Elas incluem a capacidade de navegar e se comunicar além do horizonte, realizando ataques precisos com o uso de GPS.

A BBC recebeu os primeiros detalhes sobre como os guardiões da Força Espacial dos Estados Unidos se envolveram na operação.

"Uma das nossas ações foi impulsionar nossa capacidade de guerra eletromagnética, para garantir o domínio em toda a operação", explica Miller. O espectro eletromagnético inclui as ondas de rádio, microondas, infravermelho e a luz visível.

"Nós sabíamos que o ambiente sofreria interferências", ele conta.

A Força Espacial dos Estados Unidos garantiu que essas interferências não tivessem sucesso, de forma que os bombardeiros B-2 americanos pudessem atingir o seu alvo e soltar com precisão suas bombas Massive Ordnance Penetrator, teleguiadas por GPS.

Os especialistas em guerra eletrônica da unidade Delta 3 da Força Espacial americana já estavam operando em terra na região.

Seu comandante, o coronel Angelo Fernandez, mostra as leiras de antenas parabólicas e os contêineres de comando que podem voar para qualquer parte do mundo.

As antenas, segundo ele, podem ser usadas para interceptar e derrubar as comunicações das forças inimigas, "transmitindo ruídos mais altos".

"Eles conseguem proteger o patrimônio americano e, ao mesmo tempo, abrir um corredor de voo", explica ele.

Os guardiões da unidade Delta 7 da Força Espacial dos Estados Unidos supervisionaram a missão antes, durante e depois do seu término.

Phoenix Hauser conta que eles conseguiram monitorar o espectro eletromagnético "para entender se o Irã sabia o que estava acontecendo, se eles têm algum alerta tático de que podem estar ocorrendo ataques".

Eles ajudaram a preservar o elemento surpresa e permitiram que a tripulação aérea completasse sua missão sem ser detectada.

A Força Espacial dos Estados Unidos pode ser o setor militar mais jovem do país, mas é fundamental

para o poderio militar americano. O general Miller a rma que as Forças Armadas dos Estados Unidos "dependem da superioridade no espaço".

Ele deseja garantir que isso seja mantido. E traz um alerta para eventuais adversários.

"Quando as Forças Armadas americanas se concentram em algo, Deus os ajude!"

Datafolha: 61% dizem não votar em candidato que promete livrar Bolsonaro

Já 19% a rmam que apoiariam com certeza quem falasse em anistiar acusados por golpismo e 8/1

Igor Gielow - Publicada em 04/08/2025 13:00

A quase um ano do início da campanha presidencial, o tema do golpismo ressoa com força entre os eleitores. Segundo o Datafolha, 61% dos brasileiros não votariam em um candidato que prometesse livrar de qualquer pena ou punição Jair Bolsonaro (PL), seus aliados acusados de tramar contra a democracia e os condenados pelo 8 de Janeiro.

Na pesquisa realizada nos dias 29 e 30 de julho, que ouviu 2.004 pessoas e tem margem de erro de dois pontos para mais ou menos, o instituto aferiu que 19% dos ouvidos votariam com certeza em um nome com essa agenda, e 14% talvez o zessem. Já 6% não souberam responder.

O tema é uma pedra no sapato da direita. Presidentes podem indultar presos, mas a jurisprudência estabelecida no Supremo Tribunal Federal indica que isso não vale para crimes contra a democracia e o Estado de Direito foi o que ocorreu quando a corte derrubou o perdão de Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira, condenado por ameaça às instituições que hoje está em regime semiaberto.

Bolsonaro está no banco dos réus do julgamento da trama golpista no STF, que para ele e o presidente americano Donald Trump é uma farsa persecutória.

O aliado em Washington até deu ao ex-mandatário um duvidoso presente ao usar sua situação jurídica como uma das razões para colocar o Brasil no topo de sua guerra comercial, aumentando tarifas de importação de produtos brasileiros a 50%.

Isso deixou aliados de Bolsonaro no poder nos estados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em apuros. O governador, assim como Romeu Zema (Novo-MG), saiu em defesa de Bolsonaro, e acabou tendo de mudar o discurso de apoio a uma medida contrária ao Brasil.

A reviravolta levou o fogo do bolsonarismo contra Tarcísio, que buscou submergir na crise após se colocar como interlocutor de quem quisesse. Com efeito, ele marcou um procedimento médico para este domingo (3), quando defensores da anistia o queriam no palanque na avenida Paulista que reuniu apoiadores do ex-presidente contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Mas o governador paulista já foi claro ao dizer, assim como Zema, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e também outros mandatários sem as pretensões presidenciais do trio, que anistiaria Bolsonaro, que foi seu chefe no governo passado e o lançou do nada para a disputa que o levou ao Palácio dos Bandeirantes.

Numa faixa intermediária corre Ratinho Jr., o governador do Paraná pelo PSD, que já defendeu

anistiar os envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro.

No Congresso Nacional, os bolsonaristas já viram perder ímpeto um projeto de lei visando a anistia dos 480 condenados em 1.500 ações penais no Supremo acerca do episódio, que na prática estenderia o perdão ao ex-presidente.

A rejeição popular à anistia, que já era clara em pesquisas anteriores do Datafolha sem vincular a ideia ao perdão especí co a Bolsonaro por um candidato eleito presidente, e o desgaste da crise com Trump enterraram por ora a ideia.

Planalto vê tarifaço como novo 8 de janeiro e aposta em relação zerada com Congresso

Quando bolsonaristas invadiram os prédios dos três Poderes, houve união em torno do governo Lula, que ganhou trégua do Congresso; aposta é de que o mesmo ocorrerá desta vez, por se tratar de ataque à soberania do País

Iander Porcella - Publicada em 04/08/2025 03:00

Integrantes do Palácio do Planalto têm feito uma comparação, em termos de efeito político, entre o 8 de janeiro e o tarifaço do presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil. No começo de 2023, quando bolsonaristas invadiram os prédios dos três Poderes, houve união em torno do governo Lula, que ganhou uma trégua do Congresso. A aposta é de que o mesmo ocorrerá desta vez, por se tratar de um ataque dos EUA à soberania do País. Por isso, na volta do recesso parlamentar, o Executivo acredita em relação zerada com a Câmara e o Senado.

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizem ver uma melhora signi cativa no ambiente político porque o tarifaço, além de unir os Poderes, gerou recuperação da popularidade do petista e colocou a extrema-direita na defensiva.

Mudou o astral , a rmou à Coluna do Estadão um auxiliar de Lula. O último estresse do governo com o Congresso foi o veto do petista ao aumento do número de deputados. Mas o Planalto avalia que houve tempo su ciente para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), digerir a derrota.

A estratégia, com a retomada dos trabalhos legislativos nesta semana, será chamar as principais lideranças do Centrão para fechar um acordo pela aprovação das duas principais bandeiras do Planalto no segundo semestre: o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança Pública.

Planalto faz a seguinte conta: mais popularidade, menos hostilidade

Membros do governo citam a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada na quinta-feira, 31, que mostrou pela primeira vez em 2025 a aprovação de Lula maior que a desaprovação. Mais popularidade, na visão do Planalto, signi ca menos hostilidade no Congresso.

Os auxiliares do presidente reforçam também que, após a derrubada do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), na maior crise enfrentada neste ano, o governo conseguiu ganhar a narrativa nas redes sociais, e o Legislativo acabou saindo do episódio com a pecha de não querer aumentar tributos para os ricos.

PT reforça exército digital

O PT, por sua vez, quer dobrar a aposta em conteúdo nas redes sociais e pretende aumentar o uso de verba do fundo partidário para turbinar seu exército digital , como mostrou a Coluna do Estadão. O objetivo é reforçar a estratégia do Planalto para tentar manter a recuperação da popularidade de Lula com foco nas eleições de 2026.

Como antecipou também a Coluna, o PT também reforçou a estratégia de Lula para 2026 com a apresentação de um novo projeto de lei para combater os supersalários no serviço público. A proposta limita os penduricalhos que empurram a remuneração de servidores para valores muito acima do teto constitucional.

O custo da festa do 7 de setembro em Brasília

Gustavo Maia - Publicada em 03/08/2025 08:20

A licitação estimou que o serviço custaria até R$ 7,4 milhões, mas um consórcio formado pela M/Checon e pela Agência Kabe apresentou uma proposta de R$ 3,8 milhões e ganhou a disputa contra outras 24 interessadas. Ou seja, um desconto de R$ 3,6 milhões.

O valor, aliás, é R$ 500 mil mais barato do que o governo gastou para fazer a festa do ano passado.

Assim como em 2024, será montada uma estrutura para acomodar 30 mil pessoas nas arquibancadas na Esplanada dos Ministérios.

Faltam cinco semanas para o Dia da Independência, que neste ano cairá num domingo.

Mesmo diante de pressões por rompimento, Brasil tem relação comercial intensa com Israel

Vendas se mantêm em patamar considerável mesmo após o início da guerra em Gaza, e empresas buscam estados e municípios para driblar mal-estar com Brasília

Filipe Barini - Publicada em 04/08/2025 04:30

No momento em que o Brasil se une à África do Sul em um processo contra Israel pelo suposto crime de genocídio em Gaza, e com organizações setoriais e políticas exigindo medidas mais duras inclusive o rompimento de relações , os números do comércio entre os dois países revelam um volume considerável, e que segue uma lógica peculiar, não apenas voltada ao governo federal.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2023, ano em que começou a guerra em Gaza, Israel vendeu US$ 1,35 bilhão (R$ 7,5 bilhões) ao Brasil, obtendo um superávit maior (US$ 690 milhões, o equivalente a cerca de R$ 3,83 bilhões) do que o total das exportações brasileiras (US$ 661 milhões, ou R$ 3,67 bilhões). Em 2024, novo dé cit: as vendas israelenses registraram queda, somando US$ 1,15 bilhão (R$ 6,39 bilhões), e as exportações do Brasil chegaram a US$ 725 milhões (R$ 4 bilhões).

Em 2023 e 2024, os números mostram um grande volume de exportações de petróleo a Israel que, segundo ativistas, ajuda a abastecer tanques e outros veículos que operam em Gaza. Um relatório da ONG Oil Change International a rma que o Brasil forneceu, entre outubro de 2023 e agosto de 2024, 9% de todo o petróleo consumido por Israel, embora estimativas com base nos valores do MDIC coloquem o número em torno de 3%.

A tendência de citária, que é histórica, se repete em 2025: os dados do ministério mostram que, até junho, Israel vendeu US$ 635 milhões (R$ 3,53 bilhões) em bens, e comprou US$ 261 milhões (R$ 1,45 bilhão) do Brasil. Dentre os itens vendidos aos israelenses, destaque para os produtos de origem agropecuária e vendas de barras de metal e ligas de aço em maio, o portal Intercept denunciou que parte da carga seria destinada a duas fábricas de armas usadas pelo Exército.

Até junho, o Brasil comprou quase US$ 6 milhões (R$ 33,3 milhões) de itens da categoria armas de guerra , além de US$ 43 milhões (R$ 238,9 milhões) em aeronaves entre 2 e 15 toneladas, incluindo drones, consolidando a presença nas estratégias de segurança em cidades e estados no Brasil.

No começo de julho, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), anunciou que adotaria drones israelenses como parte de uma estratégia para combater a violência na capital baiana, ao lado de um modelo de identi cação facial similar ao usado em São Paulo.

Embora a segurança seja constitucionalmente uma responsabilidade do Estado, nós, além de fazermos a nossa parte, estamos assumindo tarefas que não são nossas, mas que vamos assumir para proteger a população disse Reis no dia 7 de julho. Não precisa inventar a roda, basta observar boas iniciativas que são realizadas no Brasil e no mundo. Estamos aqui com dois bons projetos, que são os drones de Israel e o sistema já utilizado em São Paulo.

Em novembro do ano passado, o governo da Bahia, comandado por Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou a compra de 200 fuzis fabricados pela Israel Weapon Industries, no valor de US$ 366,2 mil (R$ 2,02 milhões). Em dezembro, o Diário O cial do Piauí trazia a autorização para a viagem do coronel Jacks

Galvão, chefe do Departamento Geral de Operações da Polícia Militar do estado, e do tenente-coronel Henley Davidson Sampaio, subdiretor de Administração e Logística, para Israel. O objetivo era participar de testes na Israel Weapon Industries. Em maio, o estado, governado por Rafael Fonteles (PT), anunciou a compra de 300 carabinas de fabricação israelense, no valor de R$ 3,78 milhões.

Em São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram gastos R$ 37 milhões em equipamentos adquiridos de Israel desde 2023, incluindo fuzis, metralhadoras, miras e softwares de monitoramento. Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, nega que as compras sejam uma relação direta entre o estado e o Exército de Israel.

Quando estourou a guerra entre Israel e Irã, em junho, uma comitiva de prefeitos e representantes de prefeituras brasileiras precisou ser levada às pressas para um bunker em meio aos foguetes e mísseis iranianos. O grupo foi convidado ao país por uma agência de cooperação internacional, o Mashav, em uma viagem que tinha dentre seus objetivos apresentar soluções e tecnologias no setor de segurança. O grupo deixou o país por terra, através da fronteira com a Jordânia.

Israel percebeu que a relação com o governo federal está muito ruim, então eles tentam construir alternativas com os governos locais, estados, municípios declarou ao GLOBO Mauricio Santoro, colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha. E há um interesse da indústria de Defesa israelense no mercado de segurança pública. Por exemplo, alguns prefeitos estão criando unidades armadas nas Guardas Municipais, como no Rio de Janeiro ou em Recife. É um mercado interessante para essas empresas de Israel.

Mas nem só de governos estaduais e municipais se faz o mercado de Defesa no Brasil. As Forças Armadas brasileiras são usuárias e, até certo ponto, dependentes da tecnologia israelense em 2024, o portal Aeroin, especializado em aviação, apontou que a AEL Sistemas, subsidiária da Elbit Systems, tem 25% de participação acionária na Embraer, e fabrica sistemas eletrônicos do cargueiro militar KC-390, produzido pela empresa brasileira.

A companhia ainda participa de projetos de aeronaves de combate e helicópteros.

Esses equipamentos têm uma importância estratégica para o Brasil, e isso também teria impedido que o Brasil rompesse relações diplomáticas. Nós estamos sem embaixador [em Israel], estamos em um momento muito ruim, mas não houve rompimento diz Santoro. E esse cuidado existe também porque, na visão das Forças Armadas, independente das discordâncias políticas, precisamos de drones, de equipamentos para aviões.

Em maio de 2024, o Exército anunciou um plano para comprar 36 obuseiros da israelense Elbit Systems, em uma operação estimada na época em 180 milhões (R$ 1,1 bilhão). A operação foi paralisada por recomendação do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e segue na gaveta mesmo após liberação do Tribunal de Contas da União, que não viu violações às leis internacionais sobre o comércio de armas.

A empresa ganhou a licitação, não levou e agora o governo não quis. E aí isso teve um impacto considerável a rma Santoro. Na opinião dos militares, de maneira geral, foi uma interferência política indevida no que é uma necessidade logística do Exército. Mas é um componente a mais de tensão.

Cumplicidade bélica: EUA e Alemanha mantêm vendas de armas a Israel apesar das críticas

Países fornecem quase 99% dos armamentos importados pelos israelenses; especialistas veem espaço para ações internacionais, mas processos tendem a ser longos

Filipe Barini - Publicada em 04/08/2025 04:30

Em um dos gestos mais emblemáticos desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, duas organizações israelenses, B Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos, a rmaram, há uma semana, que o governo de Israel está cometendo um genocídio. Foi a primeira vez em que duas organizações de grande porte do país usaram um termo já presente em discursos de dezenas de governos e grupos internacionais, e que motiva uma ação na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Dias antes, 28 países emitiram uma carta exigindo o m imediato do con ito. Críticas outrora comedidas ganham corpo, ações em Haia recebem novos apoios (como o do Brasil) e nações parecem mais dispostas a aceitar sanções.

Mas há um campo no qual a pressão internacional ainda encontra pouco terreno para prosperar: Israel é o 15º maior importador de armas do planeta, e tem usado muitos dos equipamentos comprados no exterior, especialmente dos EUA e da Alemanha, em Gaza. E enquanto essas nações se opõem a um embargo armamentista, especialistas ouvidos pelo GLOBO apontam que as vendas podem violar normas internacionais.

Os EUA, principais aliados dos israelenses e responsáveis por 66% das exportações, aprovaram pacotes bilionários desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca o republicano também abandonou uma regra de seu antecessor, Joe Biden, que exigia dos compradores o compromisso de que os armamentos não seriam usados em atos contrários à lei internacional. Washington não reconhece a jurisdição da CIJ. Já a Alemanha, que integra a CIJ e responde por 33% das exportações, não assinou a carta sobre Gaza e tem evitado críticas públicas ao governo de Benjamin Netanyahu.

Tratado violado

No mês passado, em um acalorado debate no Parlamento, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, a rmou que o país continuará a apoiar Israel, inclusive com o fornecimento de armas . Dias antes, disse que estava avaliando se o que está acontecendo em Gaza está em conformidade com o direito internacional .

Um relatório entregue aos parlamentares, em junho, revela um total de 485 milhões (R$ 3,1 bilhões) em licenças de exportação a Israel, incluindo armas de fogo, munições, peças, equipamentos especiais para o Exército e a Marinha, equipamentos eletrônicos e veículos blindados.

Nós temos um conjunto de regras que é aplicável para os con itos armados chamado direito internacional humanitário. E ele tem diversos tratados e convenções que regem aquilo que pode e não pode ser feito durante um con ito a rmou ao GLOBO Tatiana Sque , professora de Direito Internacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especi camente, existe o Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA), de 2013, que especi ca o que e como os estados podem ou não comercializar armas com países em um con ito armado.

O acordo conta com 116 Estados, e com 26 que o assinaram, mas ainda não o rati caram uma lista que inclui EUA e Israel. Outros 53, incluindo a Rússia, não rmaram. Um de seus artigos é bem claro ao apontar que, caso um Estado tenha conhecimento de que suas armas serão usadas em ataques contra civis, crimes de guerra e contra a Humanidade ou a prática de genocídio, elas não deverão ser exportadas.

É perfeitamente viável, do ponto de vista jurídico, um país decretar um embargo de venda ou transferência de armas para Israel usando o tratado. Isso independentemente da Corte Internacional de Justiça concluir ou não que o que acontece em Gaza é um genocídio opina Mauricio Santoro, cientista político e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil. Está caracterizada uma reação desproporcional que atingiu não apenas o Hamas, mas sobretudo a população civil.

Em uma decisão histórica, em janeiro do ano passado, a Corte Internacional de Justiça determinou que Israel tomasse medidas para evitar e não promover a prática de genocídio, e para permitir o uxo de ajuda em Gaza, decisão ligada ao processo movido pela África do Sul. Desde então, a guerra se intensi cou, a crise humanitária se transformou em um desastre e pessoas morrem de fome nas ruas.

Na medida em que os Estados soberanos se obrigam por meio de tratados internacionais, tornam-se responsáveis por adotar medidas internas que assegurem seu cumprimento. Em outras palavras, os tratados vinculam juridicamente os Estados, e estes se obrigam a criar os meios necessários para a execução de seus compromissos diz ao GLOBO Ana Flávia Velloso, advogada e professora de Direito Internacional Público.

Pressão de outros países

Algumas nações zeram valer seus compromissos. Em 2024, a Itália, responsável por 1% das vendas de armas a Israel, aprovou um embargo sobre as exportações. No mesmo ano, Canadá e Holanda suspenderam as vendas, assim como o Reino Unido, embora dados de comércio exterior apontem para o envio pontual de equipamentos militares. A Espanha discute uma lei impondo um embargo às exportações no setor de Defesa, enquanto a Eslovênia baniu, na semana pssada, compras e vendas de armas de Israel. Para analistas, decisões tomadas para evitar processos em tribunais internacionais.

Contudo, os dois maiores fornecedores não parecem dispostos a mudar de rumo. E, ao contrário dos EUA, a Alemanha faz parte do TCA, o que traz algumas obrigações. O país alega que reduziu os envios a Israel após outubro de 2023, o que não impediu a abertura do primeiro processo contra uma nação exportadora de armamentos na Corte Internacional de Justiça, em 2024.

A Nicarágua questiona a venda de armas da Alemanha para Israel, no sentido de fazer com que a Alemanha não seja mais considerada neutra no con ito, sabendo que há violações graves de direitos humanos, e assim violando o TCA e as bases do direito humanitário explica Sque .

Em suas argumentações à CIJ, Berlim não estipulou se Israel estava cometendo genocídio, a rmando que não era a falta de nanciamento que evita que a ajuda humanitária chegue aos palestinos , culpando os mecanismos de distribuição. O país alega que reduziu suas vendas desde 2023.

Nada confere licitude ao bombardeio de hospitais, ao impedimento de acesso à alimentação opina Velloso. Não cabe falar em exibilização do direito, mas em crimes que afrontam o direito internacional, o direito humanitário e os direitos humanos.

Como aponta Raquel Guerra, advogada e professora de Direito Internacional, processos como o envolvendo a Alemanha levam anos até serem resolvidos, e expõem fragilidades no sistema internacional.

A solução de controvérsias [do TCA] é muito rasa, não estabelece, por exemplo, que violações serão respondidas no Tribunal Penal Internacional explica. O tratado é um avanço, mas tem limites. Em termos de direito, é quase impossível que traga uma responsabilização imediata.

A professora destaca o poder desproporcional e de nitivo do Conselho de Segurança da ONU, que é quem pode aplicar medidas que deverão ser cumpridas pelos Estados, independentemente de tratados e acordos. Ou vetá-las.

O limite do direito internacional é a política, e o Conselho de Segurança é a máxima representação disso a rma. Existe uma contradição interessante no direito internacional: os Estados que são os que mais alimentam e criam o direito internacional não estão sujeitos ao que criam, às suas próprias normas.

Funcionário da Voepass relata remorso desgraçado por não ter registrado por escrito falha; ouça áudio

Em uma gravação obtida pelo Fantástico, um mês após o acidente, dois funcionários da manutenção da Voepass, sem saber que estavam sendo gravados, lamentaram a falha não reportada na madrugada do acidente. Um ano atrás, queda de avião deixou 62 mortos.

Da Redação - Publicada em 03/08/2025 21:09

Mirando 2026, clã Bolsonaro se articula nas ruas, nas redes e nos EUA

Movimentação busca garantir anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro principamente a Bolsonaro, recentemente submetido a toque de recolher e tornozeleira, além de preparar o caminho para o ano que vem

Danandra Rocha - Publicada em 04/08/2025 04:00

Apesar do silêncio de sua gura central, o bolsonarismo segue articulado em várias frentes: nas ruas, nas redes sociais e nos bastidores da geopolítica internacional. A ofensiva tem sido liderada por rostos conhecidos, como Michelle, Flávio e Eduardo Bolsonaro, cada um operando em uma frente especí ca eleitoral, digital e diplomática enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, silencia.

Na última semana, a movimentação foi intensa. Houve motociata em Brasília sem o habitual discurso do ex-presidente; transferência do título de eleitor de Michelle; intensi cação da presença nas redes do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ); e a polêmica atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Tudo isso com um objetivo claro: garantir anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 principamente a Bolsonaro, recentemente submetido a toque de recolher e tornozeleira, e preparar o caminho para 2026.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) con rmou sua volta ao Distrito Federal, mudando novamente o domicílio eleitoral. A postagem nas redes sociais foi direta: "A boa lha retorna à sua casa". O gesto precede sua candidatura ao Senado Federal, já anunciada por Jair Bolsonaro em entrevista coletiva recente. Pesquisas a colocam na liderança da corrida eleitoral no DF, com 42,9% das intenções de voto, segundo o Instituto Paraná.

Para especialistas, Michelle é hoje a gura mais viável eleitoralmente. "Ela lidera uma faixa importante do bolsonarismo e procurará extrair força e prestígio para seu próprio projeto político, seja ele qual for", analisou Paulo Kramer, mestre e doutor em ciência política. "A iminente condenação de Jair Bolsonaro, longe de desvalorizar seu cacife, estimula as novas lideranças surgidas no seu entorno a buscar sua 'bênção' nos próximos pleitos", completou o professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB).

Outro especialista ouvido pelo Correio, doutor em ciências sociais e mestre em ciência política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rudá Ricci, destaca que Michelle e Flávio "são das poucas possibilidades de a família se manter com visibilidade". Para ele, a aposta da mulher de Bolsonaro "faz sentido", pois "o eleitorado de Brasília parece ser muito conservador".

Ofensiva internacional

Direto dos EUA, Eduardo Bolsonaro tem protagonizado a frente mais controversa. Licenciado do mandato na Câmara dos Deputados, ele se apresenta como articulador junto a autoridades republicanas e, segundo ele próprio, tentou impedir que senadores brasileiros negociassem com o governo norteamericano o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros.

Mas é o envolvimento de Eduardo com a sanção individual aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, com base na chamada Lei Magnitsky, que acendeu o alerta. O deputado é acusado por parlamentares da base governista de alimentar autoridades norte-americanas com informações distorcidas sobre o Judiciário brasileiro. Na opinião do deputado federal Reginaldo Veras (PV-DF) ao Correio, a atuação do lho de Bolsonaro con gura um "crime de lesa-pátria". Segundo ele, existe uma "ação coordenada, irresponsável e de formação de quadrilha" da família Bolsonaro.

Ricci reforça a crítica: "Eduardo prejudica a imagem de quem quer atrair o eleitor de centro porque radicaliza de maneira absolutamente irresponsável, obrigando muitas lideranças de direita a rejeitá-lo", observou o especialista.

Já Kramer vê o cenário com outros olhos: "Eduardo Bolsonaro sai engrandecido desse episódio. Conseguiu mostrar aos EUA e ao mundo que o lulopetismo empurra o Brasil para fora da esfera democrática ocidental e rumo à sinosfera. As sanções Magnitsky re etem um esforço bem-sucedido do bolsonarismo".

Cautela

Flávio Bolsonaro também se envolveu na polêmica das tarifas, mas com um movimento diferente. Após publicar apoio à medida, apagou a postagem e a rmou ter se arrependido. "Quando apertei o 'send', me arrependi na hora. Não quero parecer que estou analisando se o Trump está certo ou errado", declarou à CNN. A cautela re ete o momento: manter-se politicamente relevante sem ultrapassar os limites que poderiam prejudicá-lo judicialmente.

Mesmo assim, o lho mais velho de Bolsonaro segue como uma das guras mais ativas nas redes sociais, onde continua dialogando com a base bolsonarista, mantendo o clima de campanha constante que caracteriza o grupo.

Para o deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), o silêncio de Jair Bolsonaro não se

trata de uma estratégia, mas algo inevitável. "Se não tivesse nada disso acontecendo (medidas cautelares), e estivéssemos em uma situação mais normalizada, ele estaria falando tudo, se expressando", disse ao Correio, apostando na reversão da inelegibilidade do ex-presidente.

A parlamentar governistas Maria do Rosário (PT-RS) enxerga de forma oposta e vê a movimentação dos Bolsonaro como desesperada: "Eles agem como má a. A candidatura de Michelle não vem de uma construção política, mas da tentativa de manter o clã no poder. A família se isola. Eduardo não pode ser deputado e, ao mesmo tempo, traidor da pátria".

Ela a rma que "a direita quer se livrar da família Bolsonaro", mas reconhece que o Congresso ainda é "espaço de atuação bolsonarista" e que há uma "ofensiva permanente contra as instituições". "A direita ainda depende deles para ter apelo eleitoral", lamentou.

Fins políticos substituem as metas militares em Gaza, dizem analistas

Vozes críticas em Israel a rmam que insistência de Netanyahu em con ito tem como objetivo de manter sua coalizão ameaçada por aliados radicais

Neri Zilber - Publicada em 04/08/2025 05:01

Quando uma emboscada do Hamas matou 5 soldados de Israel e feriu 14 na Faixa de Gaza em julho, o público israelense cou chocado não só com os números, mas também com o local do ataque.

A cidade de Beit Hanoun, no norte do território, estava na rota inicial do avanço das Forças Armadas de Israel em sua invasão da Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 e atualmente está dentro de uma zona de segurança militar israelense, além de já ter sido alvo de quatro ofensivas separadas.

O fato de o Hamas ter conseguido empreender o ataque na cidade - ou no que sobrou dela - gerou uma pergunta incômoda para os israelenses: o que os militares estão realmente alcançando em Gaza?

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e seus aliados insistem em dizer, como vêm fazendo desde 7 de outubro, que somente a força conseguirá libertar os 50 reféns ainda mantidos pelo Hamas e destruir o grupo militante.

No entanto, passados 21 meses, nenhum desses objetivos foi inteiramente alcançado. A maior parte da Faixa de Gaza está em ruínas, com quase 60 mil palestinos mortos, segundo autoridades locais. Aliados, incluindo os EUA, mostram uma indignação cada vez maior com a morte de civis.

Para um número crescente de críticos internos, a campanha militar israelense parece cada vez mais despropositada, com soldados do país, reféns e civis palestinos sendo sacri cados em nome de objetivos políticos de Netanyahu.

Para essas vozes críticas, a insistência do premiê em continuar a guerra serve como cobertura política para manter sua coalizão de governo - cujos membros de extrema direita ameaçam derrubar caso ele encerre o con ito - e, ao mesmo tempo, coloca os militares em um atoleiro militar incipiente.

É uma guerra de desgaste sem propósito ou objetivo estratégico, [é] como andar num pântano , disse Michael Milshtein, ex-o cial de inteligência militar israelense.

Além disso, houve um aumento recente nas baixas israelenses. Desde junho, 35 soldados morreram na Faixa de Gaza, em comparação aos 11 mortos nos três meses que se seguiram ao m, decidido por Netanyahu, de um cessar-fogo de curta duração em março.

O Hamas não apenas ainda existe como está ativo. Ainda é a força dominante dentro da faixa. Nenhuma alternativa real foi criada, e nenhum refém foi devolvido vivo desde março , disse Milshtein.

Alguns críticos israelenses, como o ex-premiê Ehud Olmert, acusam Israel de estar cometendo crimes de guerra. Outros, incluindo árabes, palestinos e muitas pessoas pelo mundo, temem que haja outro propósito por trás da ofensiva israelense: tornar o território inabitável e forçar os palestinos a deixá-lo para sempre.

Pesquisas mostram que uma esmagadora maioria de israelenses é favorável a um acordo para libertar os reféns de Gaza, dos quais acredita-se que cerca de 20 ainda estejam vivos, mesmo se isso signi car encerrar a guerra - já a mais longa da história do país.

Sabe-se que Israel e Hamas divergem quanto à extensão da retirada dos militares e que o grupo militante palestino busca a garantia - recusada por Netanyahu - de um m permanente da guerra após uma trégua temporária.

Nesta semana, com as negociações ainda inconclusas, os israelenses lançaram uma grande ofensiva terrestre contra Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, uma das últimas áreas ainda não invadidas por Israel, com base em informações de inteligência de que reféns estariam ali.

"Gaza virou a capital das fantasias onde líderes de Israel contam histórias de vitórias irreais

Forças israelenses, agora pre.sentes em cerca de 75% da Faixa de Gaza, também operam nos arredores da Cidade de Gaza e na cidade de Khan Younis, ao sul. Grande parte do restante do território, incluindo a cidade de Rafah, no sul, foi reduzida a escombros.

Rafah não existe mais, foi destruída , disse um reservista militar recentemente enviado ao sul da Faixa de Gaza. É tudo escombro. O Hamas passou 17 anos con gurando [a Faixa de Gaza] à sua maneira. Nós passamos quase dois anos con gurando à nossa.

Em 2024, Israel informa ter destruído mais de 20 dos 24 batalhões terrestres do Hamas e matado mais de 20 mil combatentes, incluindo quase todos os principais líderes do grupo, como Yahya Sinwar e Mohammed Deif.

Ainda assim, embora o Hamas tenha sido em grande parte aniquilado como força de combate, o grupo tem conseguido recrutar milhares de novos jovens combatentes, segundo avaliações das forças de inteligência israelense e americana, e continuado a exercer o controle interno efetivo nas áreas não dominadas por Israel.

Células isoladas ainda realizam ataques letais do tipo atacar e fugir , a partir de seus túneis remanescentes, de esconderijos e das ruínas ao redor. Os militares israelenses também lançam ataques aéreos implacáveis que dizem ter o Hamas como alvo, mas que no processo matam grandes números de civis quase diariamente, de acordo com autoridades locais de saúde.

A estratégia implícita das Forças Armadas, segundo um alto o cial militar israelense, é continuar a intensi car a pressão sobre o Hamas para que o grupo aceite os termos israelenses nas negociações de cessar-fogo.

Estamos nos aproximando de uma encruzilhada muito crucial , disse o chefe militar israelense Eyal

Zamir a soldados em Beit Hanoun, na semana passada. Se um acordo for alcançado, vamos fazer uma pausa e [nos] reposicionar ao longo de linhas de nidas pelo escalão político. Se nenhum acordo for alcançado, minha instrução [...] é intensi car e expandir as operações de combate o máximo possível.

Há, contudo, claros sinais de divergência entre as Forças Armadas e o governo de Netanyahu quanto ao que, segundo eles, deveriam ser os próximos passos de Israel.

Zamir e a liderança de alto escalão das Forças Armadas são a favor de um acordo de cessar-fogo que, de início, permita recuperar pelo menos metade dos reféns, segundo duas fontes a par das deliberações do governo israelense.

A alternativa, dizem generais, na prática, seria a reconquista de todo o território, com o envio de forças a novas áreas, como Deir al-Balah, o que poderia ameaçar a vida dos reféns e colocaria toda a responsabilidade de administrar o território nas mãos dos militares.

Se o Hamas não depuser suas armas, será preciso chegar a todos os pontos de Gaza, matar os combatentes restantes e eliminar as capacidades [do Hamas] , disse Yaakov Amidror, ex-assessor de segurança nacional do primeiro-ministro e hoje no centro de estudos Jinsa, em Washington. De outra forma, argumentou Amidror, nenhum outro ator estaria disposto a assumir a governança do território, ou teria capacidade disso, mesmo se o Hamas deixar de ser relevante como uma ameaça militar genuína a Israel.

É disso que se trata a guerra agora , acrescentou, enfatizando que, se não houver acordo com o Hamas, toda Gaza será como Rafah .

Membros da extrema direita do governo de Netanyahu vão ainda mais longe. Falam abertamente em reocupar e reassentar a Faixa de Gaza. Nas últimas semanas, o ministro da Defesa, Israel Katz, e o das Finanças, Bezalel Smotrich, defenderam que o Exército prepare uma cidade humanitária na área de Rafah, para a qual centenas de milhares de palestinos seriam transferidos à força, sem possibilidade de voltar para suas casas.

Os principais generais israelenses são altamente contrários ao plano, segundo uma fonte a par do assunto, por preocupações de que viole o direito internacional e seja impraticável. A proposta foi condenada mundialmente como o equivalente a uma limpeza étnica.

Sem uma solução negociada, a população do enclave continuará a pagar um preço intolerável, com a grande maioria da população - já deslocada várias vezes e à beira da fome, segundo grupos de ajuda.

No entanto, sem um m à vista para a guerra, críticos em Israel, como Milshtein, advertem que a Faixa de Gaza se tornou o que ele chama de capital das fantasias israelenses : um lugar onde os líderes do país contam a si próprios e a seu público histórias de uma vitória iminente, mas irrealista.

É a história desta guerra , disse Milshtein. Montes de conquistas táticas, sem nenhuma conquista estratégica.

Militar da Base Aérea de Anápolis é morto ao reagir a assalto em padaria

Davi Rodrigues Pereira e o pai estavam no estabelecimento quando um dos suspeitos anunciou o assalto. Os suspeitos foram presos em agrante e devem passar por audiência de custódia até segunda-feira (4).

Letícia Fiuza, g1 Goiás - Publicada em 03/08/2025 11:34

Um soldado da Base Aérea de Anápolis de 23 anos foi morto a facadas após reagir a um assalto em uma padaria em Souzânia, distrito de Anápolis, Região Metropolitana de Goiânia. Segundo a delegada Emilli Priscilla Bailoni, Davi Rodrigues Pereira e o pai estavam em uma padaria quando dois suspeitos chegaram de carro e um assalto foi anunciado. Os dois foram capturados e devem responder pelo crime de latrocínio.

O g1 não localizou a defesa dos suspeitos até a última atualização dessa reportagem.

O crime aconteceu na noite deste sábado (2). Segundo a Polícia Civil, dois suspeitos chegaram de carro ao estabelecimento e um deles saiu do veículo anunciando um assalto.

Segundo a polícia, Davi e o pai reagiram ao assalto e foram atingidos pelo suspeito com golpes de faca. De acordo com a Polícia Militar, os dois foram encaminhados ao Hospital de Urgências de Anápolis (Heana), onde Davi passou por cirurgia e faleceu. Segundo a delegada, seu pai estava consciente quando os policiais estiveram no hospital.

Em nota, a Força Aérea Brasileira disse que a "Instituição expressa suas condolências e informa que está prestando todo o apoio à família do militar nesse momento de pesar".

Prisões

De acordo com a delegada plantonista Emilli Bailoni, após ferir pai e lho, o suspeito que anunciou o assalto saiu correndo da padaria e entrou no carro. O segundo suspeito deu partida e os dois fugiram.

Pessoas que viram o crime acontecer perseguiram o carro de moto e conseguiram balear um dos suspeitos. Segundo a delegada, nenhuma das testemunhas foi ouvida ainda.

Populares que perceberam o assalto correram e perseguiram eles no carro, conseguiram acertar um dos suspeitos. O carro parou e o suspeito baleado conseguiu fugir a pé enquanto os populares tiravam o outro suspeito do carro , informou.

O suspeito que permaneceu no carro foi contido pelos populares até a chegada da Polícia Militar (PM), enquanto o outro suspeito foi localizado pela CPE (Companhia de Policiamento Especializado) já na zona rural do município.

De acordo com delegada, o suspeito que está no hospital ainda não foi ouvido e o que estava no carro alega que não sabia que o amigo ia roubar . De acordo a delegada, os dois foram presos em agrante

pelo crime de latrocínio e devem passar por audiência de custódia até esta segunda-feira (4).

Ainda egundo ela, o suspeito baleado foi levado para o Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana), onde está sob custódia da Polícia Penal. O suspeito preso pela PM e recolhido para o Presídio de Anápolis.

Voepass: veja os detalhes da investigação e registros inéditos do acidente que completa 1 ano

Os depoimentos con rmam a falta de estrutura e a precariedade com que os aviões eram conduzidos pela empresa

Da Redação - Publicada em 03/08/2025 00:39

Na semana em que a tragédia com o avião da Voepass completa um ano, o Domingo Espetacular teve acesso aos detalhes da investigação e a registros inéditos do embarque de passageiros, momentos antes da decolagem. Nós conversamos com exclusividade com familiares das vítimas e ex-funcionários da empresa. Os depoimentos con rmam a falta de estrutura e a precariedade com que os aviões eram conduzidos pela Voepass.

Tarifaço de Trump chega com investimentos do Brasil nos EUA

Vandré Kramer - Publicada em 03/08/2025 22:11

O tarifaço de Donald Trump contra o Brasil entra em vigor na próxima quarta-feira (6) em meio a forte alta nos investimentos de empresas brasileiras nos Estados Unidos. O estoque desse tipo de operação alcançou US$ 22,1 bilhões no m de 2024, crescimento de 52,3% em relação a dez anos atrás, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apenas nos últimos cinco anos, mais de US$ 3,3 bilhões foram anunciados para novas operações, consolidando os EUA como principal destino de investimentos green eld (projetos de de implantação de produtiva do zero) do Brasil no exterior.

Pelo menos três empresas podem ampliar investimentos nos Estados Unidos nos próximos anos para mitigar os efeitos das tarifas de 50%:

a Suzano estuda construir uma fábrica de celulose de bra longa para embalagens de papel; a Embraer pode investir além dos US$ 500 milhões já previstos para cinco anos, a depender de vendas do cargueiro militar KC-390 Millenium àquele país; e a Taurus, maior fabricante brasileira de armas, considera transferir toda a produção do Rio Grande do Sul para os Estados Unidos.

A expansão do capital brasileiro nos EUA

Desde 2013 foram 142 projetos de investimento implementados, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham). Cerca de três mil empresas brasileiras mantêm investimentos diversos na maior economia mundial, re etindo forte integração econômica entre os dois países.

"O setor produtivo brasileiro vê na integração com os Estados Unidos muito mais que comércio: vê parceria. O avanço dos investimentos de ambos os lados, ao longo dos anos, reforça o caráter complementar e os benefícios mútuos dessa relação", destaca Ricardo Alban, presidente da CNI.

A presença brasileira alcança pelo menos 23 dos 50 estados americanos. A Flórida lidera com 12 unidades produtivas, seguida por Geórgia (7), Michigan (6), Minnesota (6), Missouri (6), Nova York (6), Tennessee (5) e Texas (5). Miami, na Flórida, destaca-se como centro de operações devido ao acesso facilitado à América Latina.

Gigantes como JBS, Embraer e WEG impulsionam os números

Grandes empresas têm anunciado investimentos signi cativos. A Embraer, terceira maior fabricante de aviões de passageiros, ampliará sua fábrica na Flórida aplicando US$ 99,2 milhões. A empresa também prevê a implantação de um centro de manutenção no Texas, projeto que demanda aporte de US$ 70 milhões e gerará 250 empregos diretos.

A JBS lidera os anúncios de investimentos dos últimos cinco anos, com US$ 607 milhões. Para 2025, pretende expandir sua operação no Texas e inaugurar um centro de distribuição no Colorado, investimento combinado de US$ 200 milhões. Anteriormente, havia anunciado a construção de nova planta em Iowa, com potencial para gerar 500 empregos.

A Sustainea, joint-venture entre Braskem e a japonesa Sojitz, investirá US$ 400 milhões até 2028 na construção de uma fábrica em Indiana. A planta produzirá componentes químicos usados em produtos do dia a dia, como recipientes para alimentos e calçados. A iniciativa conta com parceria da Universidade de Purdue e da Primient, uma empresa local que fornecerá componentes químicos à base de milho.

Muitas dessas iniciativas integram o programa SelectUSA, do governo americano, que visa atrair investimento direto. São 65 projetos registrados que superam US$ 1 bilhão em investimentos e têm potencial para gerar mais de 2,5 mil empregos diretos.

Empresas brasileiras fortalecem sua presença no mercado americano através de fusões e aquisições estratégicas. A catarinense WEG adquiriu os ativos da Heresite Protective Coatings, fabricante de revestimentos anticorrosão, por US$ 9,5 milhões neste ano, e comprou as operações globais de motores e geradores da Regal Rexnord por US$ 400 milhões em 2023.

Em 2023, a Suzano adquiriu duas fábricas da Pactiv Evergreen, produtora de embalagens para alimentos e bebidas, por US$ 110 milhões. A Tcloud, controlada pela Telefônica Brasil, comprou a IPNET e IPNET USA, empresas especializadas em soluções digitais e parceiras da Google, por US$ 42,2 milhões.

Ameaça protecionista: tarifa de 50% coloca oportunidades em risco

Apesar do otimismo, uma nuvem de incerteza paira sobre esses investimentos. Há temores de que, diante do tarifaço de Trump, a economia americana perca fôlego, com menor crescimento e maior in ação.

Entenda o tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros

A taxação sobre o Brasil no atual mandato de Trump começou em fevereiro, com o restabelecimento de sobretaxas sobre importações de aço (25%) e alumínio (elevada de 10% para 25%), aplicadas a todos os países, inclusive o Brasil, que antes gozava de isenção. O Brasil é o principal fornecedor dos EUA de produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço.

Em abril, o republicano detalhou seu plano de reciprocidade nas tarifas ("Fair and Reciprocal Plan on Trade"), no qual o Brasil cou no grupo menos tarifado, com alíquotas de 10%.

Na última quarta-feira, porém, o presidente norte-americano assinou decreto que elevou de 10% para 50% a tarifa sobre a importação de boa parte dos produtos brasileiros. Trata-se da maior taxação vigente no momento.

A ordem executiva de Trump que instituiu o tarifaço tem uma lista de exceções com quase 700 produtos. Ainda essim, estima-se que de 55% a 60% das exportações do Brasil aos EUA foram atingidas pela nova alíquota.

O impacto na economia brasileira dependerá de eventual retaliação. Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que, no curto prazo, podem ser perdidos 110 mil postos de trabalho, especialmente na agropecuária e no comércio, além de R$ 19,2 bilhões no PIB. Com retaliações profundas de ambos os lados, a CNI calcula que podem ser fechados 5 milhões de empregos em até 10 anos e custar 6% do PIB.

Dez maiores investimentos de empresas brasileiras anunciados nos EUA (2020-24), segundo a CNI

JBS: US$ 607 milhões

Serena Energia: US$ 420 milhões

CSN: US$ 350 milhões

Bauducco Foods: US$ 200 milhões

Embraer: US$ 192 milhões

Tramontina: US$ 120 milhões

Cross Comerce Store: US$ 120 milhões

Beontag (Grupo CCRR): US$ 119 milhões

Marfrig: US$ 100 milhões

Petropar: US$ 100 milhões

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