Notaer novembro 2016

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ISSN 1518-8558

Ano XXXIX Nº 11 Novembro, 2016

FOTO: CB ANDRÉ FEITOSA / CECOMSAER

www.fab.mil.br

Carga pesada Esquadrão Corsário retoma missões de apoio aéreo logístico e ajuda humanitária A bordo do Boeing C-767 a unidade já transportou mais de 14 mil passageiros e 487 toneladas de material (Págs. 8 e 9)

MISSÃO DE PAZ

OPERACIONAL

MATERIAL BÉLICO

Militares de Infantaria da FAB retomam missão de estabilização no Haiti (Pág. 10)

Caças da FAB e Marinha realizam operação inédita de reabastecimento em voo (Pág. 10)

Míssil A-Darter está finalizado e passa por estudos para fabricação (Pág. 11)


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FOTO: CB ANDRÉ FEITOSA / CECOMSAER

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CARTA AO LEITOR

A FAB não para Já estamos chegando ao fim de mais um ano e enquanto as pessoas se preparam para diminuir o ritmo, a Força Aérea Brasileira não para. O trabalho acontece durante os 365 dias do ano. Em novembro, mais um contingente brasileiro está embarcando para a Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH). Após um ano sem integrar as tropas de paz no país, os militares de Infantaria da FAB voltam a participar dessa missão. O transporte desses profissionais até o Haiti está sendo feito pelo Esquadrão Corsário. Este

ano, a unidade aérea recebeu o Boeing C-767. A nova aeronave da FAB já transportou mais de 14 mil passageiros e 400 toneladas de carga nos primeiros cinco meses de operação pela FAB. Veja na reportagem especial a linha do tempo desde a licitação até as mais recentes missões que o avião vem cumprindo. Outro trabalho que não para é o aperfeiçoamento de nosso efetivo e a interoperabilidade entre as Forças Armadas. Pela primeira vez, pilotos de caça da Marinha e da FAB voaram juntos para realizar reabastecimento em

voo. Saiba os detalhes da transferência de combustível do caça A-4 para o F-5. Está em andamento o estudo para a fabricação do míssil A-Darter, o armamento já está finalizado e equipará o novo caça Gripen NG. Conheças as características do armamento desenvolvido pelo Brasil em parceira com a África do Sul. Além dessas atividades, a FAB também se prepara para a inauguração do ‘Memorial de Motores’ no Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo. O acervo, com mais de 15 motores

de aeronaves de combate, resgata parte da história da instituição e estará aberto ao público a partir de dezembro. Aproveite esta edição do Notaer para se atualizar sobre algumas regras de português que causam dúvidas na hora de escrever e também sobre os trabalhos dos cadetes da Academia da Força Aérea que podem colaborar com rotina da FAB, afinal estamos em constante evolução. Boa leitura!

Expediente O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Ary Soares Mesquita Editoras: Tenentes Jornalistas Emília Maria ( MTB 14234RS) e Evellyn Abelha (MTE 973MS) Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Tenente Longo, Suboficial Ramos, Sargentos Linares e Lucemberg e Cabo M. Gomes Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

Brig Ar Ary Soares Mesquita Chefe do CECOMSAER

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Vazamento de informações sigilosas é crime Vazamento de informações é a divulgação não autorizada para pessoas ou organizações que não deveriam tê-la. Isso ocorre, em geral, por meio de furtos internos, acesso de pessoas não credenciadas às áreas restritas, circulação de visitantes desacompanhados, ausência de controle constante em locais sensíveis, utilização de meios eletrônicos, engenharia social e ações irregulares por parte do efetivo. A divulgação, revelação, fornecimento, utilização ou reprodução desautorizada das informações e conhecimentos utilizados, contidos ou veiculados em documentos, a qualquer tempo, meio ou modo, inclusive mediante acesso ou facilitação de acesso indevidos, caracterizam crime de violação do sigilo funcional e improbidade administrativa,

tipificados, respectivamente, nos Art. 154 e 325 do Decreto Lei nº 2.848, e nos Art. 116, Inciso VIII, e 132, Incisos IV e IX, da Lei nº 8.112/1990. Embora o vazamento de informações sigilosas constitua uma ação criminosa, é ainda mais grave a divulgação de informações de documentos produzidos por terceiros, sem a devida ponderação quanto as suas consequências. Conforme prevê a Instrução para Salvaguarda de Assuntos Sigilosos da

Aeronáutica (ISAS), ICA nº 205-47/2015, a segurança da informação classificada ou sob restrição de acesso é responsabilidade do militar que a ela tenha acesso, estando sujeito as regras do sigilo profissional, da legislação vigente e do Estatuto dos Militares. É responsável também o servidor civil, sujeito ainda ao código de ética profissional do servidor público civil do poder executivo federal. Podemos minimizar os prejuízos decorrentes dos va-

zamentos de conhecimentos sensíveis com ações simples, como: não comentar assuntos do trabalho em locais públicos, não utilizar meios de comunicação vulneráveis (telefone, fax, celular, e-mail) para trâmite de assuntos sigilosos; separar e triturar todo o lixo classificado; destruir as mídias (cd, dvd, hd, pen-drives) inservíveis; controlar a reprodução (em copiadoras, scanners etc) de documentos sigilosos; credenciar, controlar e restringir o acesso de pessoal às áreas sensíveis; controlar o uso de máquinas fotográficas, filmadoras e demais meios eletrônicos nas Organizações Militares e cumprir rigorosamente o ISAS no trâmite de documentação sigilosa. (Centro de Inteligência da Aeronáutica - CIAER)

Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A


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PALAVRAS DO COMANDANTE

Todos na mesma direção Estamos atravessando um momento de intensas mudanças em nosso País e também dentro de nossa Força Aérea. Readequar. Remodelar. Modernizar. Assim como em nossas casas que com o tempo precisamos reformar, repensar as prioridades e dar vida nova, a FAB está passando por um período de atualização. A Força Aérea deve acompanhar as constantes transformações ou então suas atividades perderão o sentido, pois já não vivemos mais o contexto de nossa criação, ocorrida há 75 anos. Hoje, a realidade brasileira e de outras forças aéreas mundo afora já não são mais as mesmas: precisamos redirecionar nossos esforços. E é nesse sentido que necessitamos de cada um dos senhores. Como valorizamos a farda que vestimos e a missão que cumprimos, não podemos nos contentar com

aquilo que nos é confortável. Trabalhamos em nome de uma nação de mais de 206 milhões de habitantes e que não esperam menos que o nosso máximo. A mais recente pesquisa realizada pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o índice de confiança dos brasileiros em instituições públicas só reafirma o tamanho de nossa responsabilidade: as Forças Armadas alcançaram, mais uma vez, o primeiro lugar, com 59% dos votos. As mudanças propostas pelo Força Aérea 100 pretendem trazer benefícios em nome do todo. É fato que necessitamos de maiores investimentos em nossa atividade-fim. Hoje, a leveza da tecnologia dita o ritmo para quem trabalha em prol da soberania nacional, o que, obviamente, temos que acompanhar para que não nos tornemos

obsoletos. Ao reestruturar a instituição, também objetivamos manter nosso efetivo e equipamentos preparados. A economia e a melhor utilização de nosso patrimônio são fundamentais. Nosso objetivo é ter o profissional certo, no lugar para o qual foi preparado. Nesse processo, alterações são inevitáveis, sejam no deslocamento de unidades, na diminuição de efetivo em determinadas localidades, na criação e extinção de comandos ou organizações. Estamos conscientes de que ocorrerão ajustes ao longo do tempo. O mais importante é que temos metas e datas para essas mudanças iniciarem. A energia deve ser concentrada nas ações que manterão a soberania do nosso espaço aéreo e a integração nacional, elevando a credibilidade da FAB perante a Nação. Para isso, contamos sempre com o apoio de todos para seguir na mesma direção.

Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica

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HISTÓRIA

‘Memorial de Motores’ resgata parte da história da FAB

FOTOS: ACERVO PAMA-SP

Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo organiza acervo com mais de 15 motores de aeronaves de combate

Tenente JOR Jussara Peccini A história operacional da Força Aérea Brasileira contada a partir de motores. Sim, as máquinas que impulsionaram aviões de combate desde 1941, como o P-16 e o Gloster, integram um acervo com mais de 15 motores do Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo (PAMA-SP). A unidade responsável pela manutenção dos principais vetores de alto desempenho vai inaugurar em dezembro o ‘Memorial de Motores’. “O PAMA-SP participou da história da FAB. Aqui, as pessoas vão encontrar motores do Albatroz, do Avro e do Gloster – o primeiro caça a jato da FAB”, exemplifica o Tenente Leonardo Spínola, chefe do banco de provas da subdivisão de motores do PAMA-SP, envolvido no projeto que começou a ser gestado no início deste ano.

Motores raros e de pós-combustão O acervo conta com motores de aeronaves de alta performance, como o usado pelo avião F-5EM, que cumpre a missão de defesa aérea do País. “Esse motor tem um sistema de pós-combustão conjugado. Ele serve para aumento momentâneo de potência dos aviões supersônicos. É um detalhe que pode ser visto aqui”, conta o Tenente Spínola. Outro item em exposição é o motor do P-16 Tracker. Lançada em 1931, a aeronave operou a bordo do porta-aviões A-11 Minas Gerais da Marinha do Brasil e foi usada em missões de treinamento e na formação de pilotos. “O motor desse avião tem uma concepção totalmente diferente. É um motor a pistão do tipo radial. Praticamente desapareceu. Só se encontra em aviões muito antigos. É raro”, destaca. Trabalho conjunto O ‘Memorial de Motores’ do PAMA-SP conta com o apoio do historiador Sérgio de Moraes. Voluntariamente, ele dedica parte do seu tempo a reunir informações que ajudam a contar a história da evolução tecnológica dos motores aeronáuticos e seus receptivos aviões e as técnicas de conserto,

manutenção e funcionamento dessas aeronaves ao longo do tempo. História que ajuda o futuro Todos os meses, cerca de 50 estudantes, como universitários de cursos de engenharia aeronáutica, repletos de dúvidas e curiosidades visitam o PAMA-SP. A iniciativa faz parte de uma parceria da FAB com instituições que possuem cursos ligados à atividade aérea. “São perguntas desde as mais simples até as mais complexas sobre resistência de materiais”, conta o Suboficial Antônio Dionizio. Com 32 anos de carreira, o militar destaca a importância de recuperar e cultuar a memória para as novas gerações. “Os militares mais novos já chegam trabalhando em novos projetos. É importante mostrar a história, os enfrentamentos técnicos que ocorreram. Queremos que eles conheçam e se orgulhem desse passado”, expressa. PAMA-SP A origem do parque remonta a 1931, quando o local abrigou o primeiro hangar de manutenção de motores, a oficina Wright. “Em 1932, foi inaugurada aqui a primeira escola de aviação da Força Pública de São Paulo, o equivalente hoje à polícia militar paulista”, explica o Tenente Spínola. Somente uma década depois é que o local seria absorvido pelo recém-criado Ministério da Aeronáutica. O Memorial estará aberto para visitação a partir de dezembro, de segunda à sexta, em horário comercial.


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ENSINO FOTO: SGT GAEDKE / AFA

Cadetes da AFA apresentam trabalhos que podem colaborar com rotina da FAB Tenente JOR Raquel Alves A Academia da Força Aérea (AFA) promove até o dia 11 de novembro a Jornada de Monografias, onde os cadetes do terceiro ano apresentam o Trabalho Monográfico de Curso (TMC). O TMC é um componente curricular obrigatório dos cursos de Aviação, Infantaria e Intendência. O objetivo é propiciar ao cadete o exercício do pensamento crítico diante das demandas colocadas ao militar, além de estimular a pesquisa, buscando ampliar os conhecimentos construídos ao longo da vida acadêmica. Conheça alguns dos temas desenvolvidos e como eles podem colaborar para o trabalho da FAB:

Tenente JOR Iris Vasconcellos A EPCAR ficou em quarto lugar entre as escolas públicas com as maiores médias nas provas objetivas do Enem 2015. O resultado foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A escola teve a média 659,14 na somatória que leva em conta as provas objetivas de linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. Segundo o relatório do INEP, a EPCAR tem o nível de permanência dos alunos maior que 80% e conta com o corpo

docente composto por 92% de professores com formação na área que lecionam. "Temos uma equipe de professores de qualidade. Alguns com mestrado e com doutorado. A nossa estrutura de sala de aula é moderna com sistemas informatizados, que permitem aos alunos uma interação rápida com os professores. Damos, por exemplo, aos alunos a possibilidade de um reforço escolar mais profundo em horários diferenciados", destacou o Comandante da EPCAR, Coronel José Aguinaldo de Moura.

EPCAR é tema de programa de rádio em Barbacena (MG) Tenente JOR Cynthia Fernandes As ondas do rádio de Barbacena, cidade sede da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), ganharam reforço. Militares da Comunicação Social da escola garantiram uma vaga na grade jornalística da Rádio 93 FM. Semanalmente, todas as quartas-feiras, o Programa Asas de Barbacena entra no ar às 10 horas, com

programação voltada para os interessados em ingressar na Escola. Há apenas três meses no ar, o programa foi uma sugestão da direção da rádio tentando reforçar a proximidade da Escola com o público da cidade. E tem dado certo. Segundo a Tenente Quelli Costa, responsável e roteirista do programa, o enfoque é na rotina da escola. “Os assuntos mais solicitados são

relativos a processos seletivos e formaturas”, acrescenta. O locutor do Programa Asas de Barbacena é o Terceiro Sargento Júlio Fonseca, que tem se ambientado com a nova rotina. “Muito me orgulho de poder atuar como âncora do programa, levando aos ouvintes informações que, há tempos atrás, eu também desejava ouvir”, comemora.

Intendência “O endomarketing como ferramenta em busca de uma unidade militar entre as Organizações Militares da Força Aérea Brasileira” é o tema do trabalho do Cadete Intendente Vitor Ferreira Santos. Ele aborda o marketing voltado para o público interno como instrumento para aumentar a eficiência do efetivo. “Devido à distância física entre as organizações da FAB podem acontecer ruídos na comunicação. O uso de ferramentas de endomarketing poderia diminuir a incidência desses ruídos e fazer com que os militares consigam desenvolver o trabalho de maneira mais eficiente”, revela.

FOTO: SCS / EPCAR

EPCAR tem quarta melhor média do Enem entre escolas públicas

Aviação O tema “O cadete como instrumento de comunicação social da FAB” foi produzido pelo Cadete Aviador Juan Matheus Moraes Santana. Ele abordou a possibilidade de utilizar os alunos da AFA para divulgar a FAB e a própria Academia, uma vez que o público-alvo da unidade de ensino são jovens de 17 a 23 anos. A proposta é criar um programa de divulgação, no qual seriam contempladas escolas de ensino médio e fundamental, tratando de aspectos como rotina, exame de admissão e requisitos para ingresso na AFA. “A implementação deste projeto criaria uma nova ferramenta de divulgação, sem a geração de custos adicionais”, explica o militar .

Infantaria A implantação de um Corpo de Instrutores para o Curso de Formação de Oficiais de Infantaria tem sido discutida. Porém, o projeto depende da análise de fatores como as principais vantagens a serem obtidas e os problemas a serem enfrentados. A fim de contribuir com essa discussão, o Cadete de Infantaria Ramon Lopes Gonçalves produziu o TMC “Implantação de um corpo de instrutores no Curso de Formação de Oficiais de Infantaria: uma análise preliminar”. “A criação de um Corpo de Instrutores possibilitaria maior interação entre os instrutores e melhor preparo das instruções, já que muitos deles são externos à AFA”, destaca o cadete.


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#ÉISSOQUEIMPORTA

Unidades celebram o Dia do Aviador e da Força Aérea em todo o País

Em Brasília, 50 mil pessoas assistiram à apresentação da Esquadrilha da Fumaça. O público também pôde ver 40 aeronaves expostas e a réplica do Gripen NG. “Eu acho que esse é um dos eventos institucionais mais importantes que nós temos na Força Aérea. É uma forma de trazermos a sociedade para dentro das nossas bases e mostrar um pouquinho mais do trabalho que nós realizamos”, declarou o Comandante da Base Aérea de Brasília, Coronel Aviador Antônio Soares.

FOTO: SGT ALEXANDRE MANFRIM / CECOMSSAER

FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER

FOTO: SGT JHONSON BARROS / CECOMSAER

FOTO: SGT ALEXANDRE MANFRIIM / CECOMSAER

Com o intuito de aproximar a população e a Força Aérea Brasileira (FAB), além de mostrar para a comunidade local o trabalho que a instituição desempenha, diversas unidades realizaram o tradicional Portões Abertos. Os eventos celebraram o Dia do Aviador e da FAB (23/10). Veja como foram as comemorações pelo País:


Em São Paulo (SP), cerca de 100 mil visitantes foram ao Campo de Marte participar do evento, que contou com a passagem de aeronaves da Esquadrilha da Fumaça e com a apresentação da Banda Sinfônica da Base Aérea de São Paulo. A jovem de 11 anos, Lavignia Ramos, gostou do que viu. “Eu gostei dos aviões e da Esquadrilha da Fumaça, também achei bem interessante a parte dos motores. Mas o que mais me encantou foi poder tirar foto com uma oficial mulher”, declarou.

Anápolis

No centro-oeste do País, em Anápolis (GO), mais de 50 mil pessoas foram à base que será responsável por operar o futuro caça da FAB, o Gripen NG. O público conferiu de perto a exposição estática de 21 aeronaves. No evento, foram arrecadadas 16 toneladas de alimentos, que foram doados para 16 instituições da cidade.

FOTO: SCS / BACG

No Amazonas, 40 mil pessoas passaram pela Base Aérea de Manaus e conheceram algumas aeronaves que operam na região, como o H-60 Black Hawk e o F-5M. Um dos visitantes, o agente de trânsito Rafael Cordeiro destacou a motivação que o levou aos Portões Abertos. “Viemos prestigiar e trazer as crianças para despertar o sentimento patriótico e a curiosidade delas”, disse.

FOTO: SCS / BASP

São Paulo

FOTO: SCS / BAMN

Manaus

FOTO: SCS / BAAN

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Campo Grande

Em Campo Grande (MS), cerca de 15 mil pessoas foram conhecer a base aérea que é sede de esquadrões de transporte, de busca e salvamento, de caça e de operações especiais. Durante o evento, foram arrecadadas 2,5 toneladas de alimentos não perecíveis para doação a instituições de caridade. Edivaldo Menezes levou os filhos para conhecer a base e gostou de ver de perto as aeronaves. "As crianças ficam admiradas com tudo. É um momento de diversão em família”, disse.


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#ÉISSOQUEIMPORTA

JULHO

JUNHO

O processo de licitação do Boeing 767-300ER foi iniciado em abril e realizado pela Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB) em conjunto com o Centro Logístico da Aeronáutica (CELOG) e a Comissão Aeronáutica Brasileira de Washington (CABW), nos Estados Unidos. O contrato, no valor U$S 19,777 milhões, tem duração de três anos, prorrogável por mais um, e inclui a manutenção e o seguro da aeronave.

O Boeing C-767 pousou no aeroporto do Galeão no dia 10 de julho e foi recebido com uma cerimônia militar em frente ao hangar do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), unidade aérea responsável por operar a aeronave. Ao chegar ao Rio de Janeiro, o Boeing foi interceptado por dois caças F-5 do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA).

FOTO; TEN ENILTON KIRCHHOF/ CECOMSAER

FOTO: SGT ALEXANDRE MANFRIM / CECOMSAER

O Comandante da Aeronáutica, TenenteBrigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, confirmou a assinatura do contrato de locação do Boeing 767-300ER no dia 9 de junho, durante a solenidade de comemoração do Dia do Correio Aéreo Nacional (CAN) e da Aviação de Transporte, realizada na Base Aérea dos Afonsos (BAAF), no Rio de Janeiro.

Unidade aérea recebeu nova aeronave, o Boeing C-767, em julho e já transportou mais de 14 mil passageiros e 487 toneladas de carga “Voltamos à nossa atividade operacional e estamos realizando voos de transporte aerologístico, que é nossa missão precípua”. As palavras do Tenente-Coronel Luiz Eduardo Ferreira da Silva, Comandante do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), resumem os últimos quatro meses da unidade aérea. Em julho deste ano, os militares do esquadrão receberam a aeronave Boeing C-767, após três anos da desativação dos cargueiros reabastecedores KC-137. Desde a chegada do novo avião, os militares já cumpriram missões nas cinco regiões do País e também no exterior.

FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER

Esquadrão Corsário retoma missões de apoio aéreo logístico e ajuda humanitária

FOTO: SGT ALEXANDRE MANFRIM / CECOMSAER

ABRIL


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A aeronave transportou cerca de 4.800 militares para atuarem nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A maioria do efetivo foi deslocado para segurança e ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante o evento. Nesse período, mais de 150 toneladas de carga foram levadas a bordo do Boeing.

333 horas de voo 487 toneladas de carga transportada 14,223 passageiros transportados *dados referentes ao período entre 10 de julho e 15 de outubro

Os militares do 25º Contingente Brasileiro do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (25º Brabat) começaram a ser transportados ao Haiti para a troca das tropas brasileiras. No total, 639 militares do Exército Brasileiro (EB), 181 da Marinha do Brasil (MB) e 30 da Força Aérea Brasileira (FAB) estão sendo levados até a capital Porto Príncipe.

FOTO; CB ANDRÉ FEITOSA / CECCOMSAER

Em outubro, o Esquadrão Corsário retomou o transporte de carga em apoio aos militares brasileiros que pertencem à Missão de Paz das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Além disso, a unidade também realizou o transporte de donativos às vítimas do furacão que atingiu o país.

FOTO; TEN ENILTON KIRCHHOF/ CECOMSAER

Balanço

NOVEMBRO

OUTUBRO

JULHO / AGOSTO/ SETEMBRO JUN / JULH / AGO

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OPERACIONAL

Caças da FAB e Marinha realizam operação inédita de reabastecimento em voo

Tenente JOR Cynthia Fernandes Pela primeira vez, a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil trabalharam integradas em operações de reabastecimento em voo (REVO). O treinamento foi realizado entre os A-4, do 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque da Marinha; e os F-5EM, do Grupo de Defesa

Aérea (GDA), da FAB. O objetivo da missão, inédita no País, foi a transferência de combustível do caça da Marinha para as aeronaves da FAB, aumentando a autonomia em um cenário de combate. O reabastecimento em voo dos F-5M é feito, em geral, por aviões cargueiros como o C-130 Hércules. Porém o A-4 pode atuar como aeronave

reabastecedora através do sistema Buddy Store, que permite a transferência de combustível de forma rápida e segura. Em média, podem ser repassados até mil litros de combustível do tanque extra, com possibilidade de aumento, caso seja necessário utilizar o combustível do tanque das asas do caça. “É um momento de orgulho estar à frente do es-

quadrão e trabalhar junto com o GDA na Defesa Aérea do País”, destacou o Comandante do esquadrão de caça da Marinha, Capitão de Fragata Alexandre Vasconcelos Tonini. Ele explicou que o reabastecimento no ar pode ser empregado em operações integradas em porta-aviões, quando é necessário aumentar a

autonomia dos caças. Para o Comandante do GDA, Tenente-Coronel Paulo Cezar Fischer, o emprego em conjunto ajuda garantir a segurança do espaço aéreo. “Importante essa integração porque podemos, em uma situação de necessidade, tomar as ações necessárias e garantir o resultado esperado”, explicou.

MISSÃO DE PAZ

Militares de Infantaria da FAB retomam missão de estabilização no Haiti Após um ano sem participar da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH), militares de Infantaria da Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (FAB) voltam a figurar no contingente de tropas brasileiras naque-

le país. Vinte e seis militares do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Recife (BINFAE-RF) começaram a embarcar para Porto Príncipe, capital haitiana, em novembro. “Essa missão desperta

muita motivação na tropa, pois é a oportunidade para os profissionais colocarem em prática o aprendizado adquirido ao longo da carreira”, ressalta o Comandante do BINFAE-RF, Major de Infantaria João Francisco da Silva Jú-

nior. Os militares vão compor o 25º Contingente Brasileiro do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (25º Brabat). Os profissionais da FAB irão atuar no 4º Pelotão da 2ª Companhia de Fuzileiros de Paz. “A princípio nossa

atuação será em Porto Príncipe, mas poderemos ser empregados em outras localidades, como City Soleil”, explica o Comandante do Pelotão da Aeronáutica, Tenente de Infantaria Vinícius Duarte da Silva Fonseca.


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EDUCAÇÃO

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Tenente JOR Gabrielli Dala Vechia

m tempo de mídias sociais e corretores automáticos, dúvidas na hora de escrever são cada vez mais comuns. Somado a isso, o novo acordo ortográfico pode confundir ainda mais, já que muitas regras que aprendemos nos bancos escolares não têm mais validade. Para impedir o “assassinato do português”, separamos algumas dicas e explicações que podem evitar equívocos e problemas de interpretação.

Vírgula não é pausa para respiração

Embora muitos de nós tenhamos ouvido que a vírgula representa uma pausa para respiração, isso não é verdade. A pontuação tem função sintática no texto e regras a serem seguidas, como nunca separar o sujeito do predicado por vírgula. O local onde ela é empregada pode mudar o sentido da frase. Os pilotos, que estavam preparados, foram colocados em combate. Os pilotos que estavam preparados foram colocados em combate. No primeiro caso, todos os pilotos estavam preparados; no segundo, apenas os que estavam preparados entraram em combate.

‘Guerreiro alado vai cumprir sua missão’

Uma das palavras que mudou com o novo acordo ortográfico é paraquedista - e suas variantes, consequentemente. Antes grafado ‘pára-quedista’, o termo perdeu o acento – pois não se usa mais o acento diferencial na distinção entre para (verbo) e para (preposição); e também o hífen. O traço foi abolido nas palavras compostas por justaposição, quando a noção de composição já se perdeu. O mesmo aconteceu com girassol e pontapé, por exemplo.

Em defesa do Português Alçar voos mais altos é sempre uma boa ideia

Desde que voo e ideia estejam sem acento. O novo acordo ortográfico passou a ser obrigatório em 1º de janeiro de 2016. Isso significa que, desde essa data, usar o trema e acentuar os hiatos ‘oo’, as formas verbais terminadas em ‘eem’ e os ditongos abertos (se estiverem no meio das palavras) está errado. Também houve mudanças no uso do hífen – o correto, agora, é micro-ondas, por exemplo; e no uso do acento diferencial. Todos os acentos diferenciais foram banidos, à exceção do verbo ‘pôr’ (para diferenciar da preposição) e do pretérito perfeito ‘pôde’ (para diferenciar de pode, no presente).

Excelentíssimo Senhor

Como boa parte das nossas correspondências é formal, o modo como fazemos referência às pessoas com as quais estamos nos correspondendo – ou seja, os pronomes de tratamento – precisa ser observado. Aos oficiais-generais, o pronome correto a ser empregado é Vossa Excelência ou V.Exa., na forma abreviada. É importante observar que, apesar do ‘vossa’, os verbos devem ser usados na terceira pessoa do singular. Até a patente de coronel, deve-se usar Vossa Senhoria ou V.Sa.


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SEU DINHEIRO

Como planejar a compra da casa própria Preparação é necessária para a reserva e tem que começar cedo Tenente JOR Raquel Sigaud

P

ara o militar de carreira, uma das vantagens em servir às Forças Armadas é ter acesso ao Próprio Nacional Residencial (PNR). Ou seja, por no mínimo 30 anos o militar não precisa tomar atitudes precipitadas para adquirir o seu imóvel. Essa “tranquilidade” deve ser bem usada para o planejamento da aquisição da casa própria, em preparação para a reserva. É importante ressaltar que, além da economia com aluguel, a maioria dos militares tem acesso a transporte funcional – algo positivo para o bolso e para a sustentabilidade –, alimentação no quartel e auxílio-fardamento para a compra do uniforme de trabalho. Tudo isso são economias preciosas para o planejamento financeiro que tornará real o sonho da casa própria. A dica do Tenente-Coronel

Planejamento

Intendente da FAB Nodgi Goyana Gomes Júnior, mestre em finanças pessoais, é que o militar reserve uma quantia referente a um aluguel ou a uma prestação de financiamento e invista em títulos públicos, LCI ou LCA. Assim, depois de alguns anos, será possível comprar um imóvel. De acordo com especialistas da área de economia e finanças, a melhor opção para quem começou a carreira é poupar regularmente para comprar um imóvel à vista, pois quem tem o dinheiro na mão consegue descontos. No entanto, quem te m m e n o s tempo deve dar uma boa entrada e financiar o restante. “Em períodos de instabilidade econômica e juros exorbitantes, é estratégico entrar com um volume expressivo de dinheiro, para

quitar com juros menores e em menos tempo”, alerta o Tenente-Coronel Júnior. Ao contratar um financiamento, use simuladores de crédito imobiliário para ver se a prestação cabe no bolso. O ideal é não comprometer mais do que 30% da renda familiar com a mensalidade do financiamento.

O primeiro passo do planejamento imobiliário é responder ao seguinte questionário: casa ou apartamento? Em qual cidade? Qual bairro? Em quantos anos? Quanto poderei pagar? Imóveis de valor muito alto costumam ser difíceis para revenda ou aluguel. A depender do preço dos aluguéis, pode compensar manter o valor do imóvel aplicado e, com o rendimento, pagar aluguel por um tempo. Procure um consultor financeiro para avaliar essa possibilidade antes de tomar a decisão de compra. É importante lembrar que existem gastos que vão além do imóvel: custos com cartório e impostos representam cerca de 5% do valor do bem. Se for comprar um apartamento, fique atento ao valor mensal do condomínio. Além disso, mobília e decoração são gastos que costumam aparecer antes de se mudar.

Fique atento

Antes de fechar negócio, leia o memorial descritivo do imóvel, que mostra escritura do terreno, se o IPTU está pago, se o projeto foi aprovado pela prefeitura, além dos documentos sobre empresa e sócios. Verifique se há comércio ao redor da casa ou do prédio, acesso a transporte público, movimento de dia e de noite, vizinhança. Pesquise bem, afinal é um projeto para a reserva. O sonho não termina com a aquisição do imóvel, mas com a satisfação e o conforto.


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Campanha nacional conscientiza sobre o câncer de próstata

Novembro

azul

A Força Aérea Brasileira participa ao longo deste mês da campanha nacional Novembro Azul. O objetivo é estimular a realização de exames preventivos e combater o câncer de próstata. Para o Capitão Urologista Sandro Luiz Muller da Silva, do Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO) a melhor prevenção é a consulta anual ao especialista, recomendada para homens a partir dos 45 anos. “O câncer de próstata costuma ser assintomático e é o tumor sólido que mais afeta a população masculina, por isso é importante a realização dos exames periódicos”.

Três perguntas sobre o câncer de próstata

2. Quando devo come-

1. O câncer de próstata

é mais comum em qual faixa etária? O d e s e nvo l v i m e nto está relacionado, sobretudo, ao envelhecimento masculino. Apesar de poder ser diagnosticado em jovens, inclusive abaixo dos 40 anos, o risco aumenta significativamente após os 50 anos, correspondendo a 40% dos tumores nessa faixa etária. A idade média do diagnóstico da doença é de 69 anos.

çar a avaliação para detecção do câncer de próstata? É aconselhado que todos os homens a partir dos 50 anos devam procurar um urologista para definir a rotina de avaliação, após discutirem suas vantagens e desvantagens. A avaliação deve ser feita através do toque retal e de dosagens sanguíneas de PSA. Aqueles com história de câncer de próstata na família (pai, irmãos, tios) e/ou da raça negra devem iniciar essa avaliação aos 45 anos, devido ao maior risco associado.

3. Quais são os sintomas do câncer de próstata? O câncer de próstata apresenta crescimento muito lento, podendo levar anos para causar algum problema mais sério. Os primeiros sintomas podem surgir quando o tumor comprime a uretra e impede o fluxo de urina causando diminuição do jato urinário, gotejamento após a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, micção em dois tempos, aumento da frequência urinária, urgência miccional, aumento da frequência urinária noturna ou incontinência urinária.

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

CENIPA fomenta conteúdo

É de conhecimento popular que detém poder quem tem informação. Baseado nisso, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) prima pela cons-

trução de conteúdo e pelo redimensionamento otimizado da própria base de dados relativa às ocorrências aeronáuticas. Além disso, após a passagem de chefia, da gestão de 2014 a 2016, e a

chegada do aniversário de 45 anos do Centro, é oportuno fazer uma retrospectiva. Em 2014, o CENIPA foi a organização militar pioneira a aderir ao sistema brasileiro de dados abertos. O banco de dados disponibiliza informações sobre acidentes e incidentes graves na aviação civil brasileira e mantém constante atualização. Ainda em 2014, foi implantada nova versão do Sistema de Gerenciamento de Segurança de Voo (SGSV). A ferramenta operacional foi desenvolvida com a finalidade de obter maior eficiência no processo de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos na aviação militar. Em 2015, mais precisamente no final de outubro, foi lançada a versão 2.0, com

mudanças conceituais, no mentas essenciais para anáqual inclui novos módulos lise de dados na prevenção referentes ao gerenciamento de acidentes aeronáuticos. Foram desenvolvidos das atividades de prevenção: RELPREV, módulo de revisão aplicativos para plataforma e publicação de Relatórios iOS – Apple e Android que Finais, Recomendações de permitem aos usuários o Segurança, controle e acom- reporte de notificações de panhamento efetivo das raio laser, balão, eventos ocorrências aeronáuticas por envolvendo a fauna, além de inscrição nos cursos do CENIcadeia de comando. Também em 2015, foi PA, publicação de relatórios realizado um data cleaning finais, boletins de alerta e dina base de dados para im- vulgação operacional. O CEplantar o sistema Potter, NIPA foi precursor no desenque proporcionou agilidade volvimento dessa tecnologia e organização ao processo embarcada, desenvolvida de investigação de acidentes com infraestrutura própria aeronáuticos. A utilização e voltada para segurança de do sistema Potter integrou voo em âmbito nacional e setores internos do Centro internacional. com todos os elos SIPAER. (Centro de Investigação e Em 2016, o CENIPA adquiriu licenças dos softwares Prevenção de Acidentes AeroTableau e Qlikview, ferra- náuticos)


Novembro - 2016

ENTRETENIMENTO RESPOSTAS DO MÊS ANTERIOR

6 ERROS

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