www.fab.mil.br I Ano XLV I Nº 03 I Março, 2021
OPERAÇÃO COVID-19
DIA DO ESPECIALISTA
Atuação da FAB nas ações de combate à pandemia (Págs. 6 e 7)
EEAR completa 80 anos de história (Págs. 8 e 9)
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CARTA AO LEITOR
Expediente
TRABALHO E RECONHECIMENTO Há pouco mais de um ano, iniciávamos uma verdadeira e complexa operação de guerra contra um inimigo invisível. Homens, mulheres, aeronaves, Esquadrões, Organizações de Saúde e Unidades de apoio logístico da Força Aérea Brasileira (FAB) eram mobilizados para o enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus. Ainda não cessamos nossa luta, mas aproveitamos o momento para refletir e estampar nas páginas do Notaer um resumo de tudo aquilo que fizemos para ajudar o País ao longo de 2020 e nos primeiros dias de 2021. Além de reconhecer o trabalho de nossos integrantes que estão na linha de frente da batalha, a edição do mês de março traz como destaque, também, a homenagem ao dia
do Especialista e aos 80 anos da Escola de Especialistas de Aeronáutica, celebrados no dia 25 de março. Nossas páginas exaltam, também, o Dia Internacional da Mulher, ilustrado aqui pela força e determinação de militares da FAB que participam de missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). No aspecto da elevação operacional do efetivo e dos vetores da FAB, o Notaer traz duas reportagens. A primeira fala sobre os pilotos do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) - Esquadrão Jaguar que iniciaram formação para operar a aeronave F-39 Gripen, em Såtenäs, na Suécia, onde está situada a F7 Wing, Base da Força Aérea Sueca. A outra trata da participação
do KC-390 Millennium no Exercício Operacional Culminating, realizado nos Estados Unidos, no qual a aeronave cumpriu etapas fundamentais para seu período de implantação, como o lançamento de paraquedistas e o voo de formatura com aeronaves da Força Aérea Americana. Caro leitor, esta edição do Notaer simboliza o reconhecimento e o orgulho da FAB por cada um de seus integrantes. Mesmo em tempos difíceis, entendemos que é importante exaltar, por meio da notícia, o labor daqueles que fazem da Força essa gloriosa Instituição. Aproveite a leitura! Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Chefe do CECOMSAER
MÍDIAS SOCIAIS
REGRAS DE BOA CONDUTA NAS MÍDIAS SOCIAIS Mídia social não é local para elaborar e publicar conteúdos inovadores e criativos fazendo uso de temas e personagens da Instituição Militar (por exemplo: vídeos engraçados, canções, declarações, “memes”, gifs, dublagens, montagens etc.). Não publique imagens fardado ingerindo bebidas alcoólicas ou apresentando indícios de embriaguez. As
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O j o r n a l N OTA E R é u m a publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana Editores: Tenente Jornalista Cristiane dos Santos (MTB 35288/SP) Tenente Jornalista Letícia Faria (MTB 3327/SC) Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE Revisão Ortográfica e Gramatical: Sargento SST Rogerio Braga Bandeira Diagramação: Sargento SDE Pollyana Dias Capa e Artes: Subdivisão de Publicidade e Propaganda Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar CEP: 70045-900 Brasília/DF
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PALAVRAS DO COMANDANTE
HOMENS E MULHERES PELO BRASIL Em tempos em que as necessidades da sociedade superam os recursos disponíveis, a Força Aérea Brasileira conta com elementos incontestáveis para o cumprimento de sua missão institucional: a força, a coragem e o espírito de corpo de mais de 70 mil homens e mulheres. Foi a partir desse ímpeto de militares altamente capacitados, aliado à pronta-resposta e disponibilidade de nossas aeronaves, que a FAB, em 2020, atuou em um ano exitoso de esforço, e segue trabalhando com vistas a ajudar a sociedade no enfrentamento ao novo Coronavírus, integrando a “Operação COVID-19”. Iniciamos 2020 buscando brasileiros na China, no epicentro da pandemia, cumprindo com sucesso a “Operação Regresso à Pátria Amada Brasil”. Desde
então, empregamos meios operacionais e logísticos, 24 horas por dia, sete dias por semana, em apoio aos cidadãos de todas as partes do País. Foram mais de 4.600 horas voadas, transportando insumos hospitalares, como o oxigênio tão demandado pela Região Norte, vacinas, estruturas para a construção de Hospitais de Campanha, além de pacientes e equipes médicas. Nesse universo de combate à COVID-19, estão militares de elevada capacidade operacional oriundos da agora octogenária Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), que nesse mês comemora o Dia do Especialista de Aeronáutica. É vital que, sob os pilares da disciplina, do amor e da coragem, um dos o maiores complexos de ensino técnico-militar da América do
Sul se orgulhe de ter formado e aperfeiçoado milhares de profissionais que também ajudaram a construir nossa história, nessas oito décadas da FAB. E, para o futuro, continuamos acreditando que somente a sinergia do trabalho dos nossos Graduados, das 28 Especialidades da Escola, cada um com sua parcela significativa de colaboração, possa perenizar a atuação da FAB a favor do Brasil. Ainda sob o aspecto do reconhecimento aos que integram o Comando da Aeronáutica, no mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, é imperioso pontuar a basilar participação feminina no âmbito da FAB. Elas estão presentes desde a Segunda Guerra Mundial, quando, em julho de 1944, seis profissionais passaram a inte-
grar o Quadro de Enfermeiras da Reserva daAeronáutica e atuaram no Teatro de Operações como integrantes do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa). Desde então, acompanhando a evolução da sociedade, essas militares ocuparam cada vez mais espaços e continuam contribuindo, de forma vultosa, para o engrandecimento da nossa Instituição. Homens e mulheres da Força Aérea Brasileira permanecem determinados na batalha atual contra o inimigo invisível, o Coronavírus, intensificando cada vez mais suas atuações em favor da nobre missão de defender os céus do Brasil e levar cidadania a todos os brasileiros. Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica
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FOTOS: SGT BIANCA VIOL / CECOMSAER
EXERCÍCIO OPERACIONAL CULMINATING
OPERACIONAL
MILITARES DO 1° GTT E AERONAVE KC-390 PARTICIPAM DE ETAPAS INÉDITAS DO EXERCÍCIO OPERACIONAL CULMINATING NOS ESTADOS UNIDOS Ten JOR Iris Vasconcellos Militares do 1° Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT) e o KC-390 Millennium ultrapassaram etapas fundamentais no processo de implantação da aeronave ao participarem, entre janeiro e fevereiro, do Exercício Operacional Culminating, nos Estados Unidos. O treinamento foi realizado em conjunto com o Exército Americano (do inglês, United States Army), o Exército Brasileiro (EB) e a Força Aérea Americana, (do inglês, United
States Air Force - USAF). A aeronave foi empregada pela primeira vez em um exercício com cenários de combate, além de ter participado, de forma inédita, de uma formatura tática com os aviões C-17 e o C-130J da USAF. “O que nós estamos levando para a FAB é um aprimoramento da nossa doutrina. Nós aprendemos coisas novas que vamos aplicar e ensinar para as próximas gerações”, ressaltou o Major Aviador Daniel Elias Souza, do 1° GTT, que participou do Exercício.
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Primeira mulher loadmaster do KC-390 A S a r g e n t o F e r n a n d a D e Pa u l a é a primeira mulher loadmaster do KC-390 Millennium. Quebrando barreiras, ela também integrou a equipe de tripulantes que realizou o lançamento de paraquedistas durante o Assalto Aeroterrestre.“Foi um desafio muito grande, porque foi uma missão real. Nós nunca tínhamos realizado um lançamento desse nível com tantos militares numa única passagem. O lançamento foi um sucesso”, destacou sobre a missão.
Local do treinamento O KC-390 Millennium ficou baseado em uma área militar do Aeroporto Internacional de Alexandria, cidade localizada no estado de Louisiana, distante cerca de 320 km da capital, Nova Orleans, onde também encontravam-se os helicópteros H-60L Black Hawk, do Exército Americano, e onde também pousaram os aviões C-17 e C-130J da Força Aérea Americana.
Um encontro de Mestres de Salto Durante os voos de reconhecimento, os loadmasters do KC-390 e os Mestres de Salto do EB realizaram treinamentos para reconhecer a Zona de Lançamento. Os militares contaram com o auxílio do Jump Master e Path Finder do Exército Americano, Sargento de Primeira Classe Axel Schulz, que lida diariamente com o cenário dos saltos. Para o militar, o KC-390 é uma aeronave impressionante.“Uma aeronave de transporte para lançamento de paraquedistas que não deixa nada a desejar”, comentou.
EXERCÍCIO OPERACIONAL CULMINATING
Fazendo história no KC-390 “Poucas experiências são tão marcantes quanto as que quebram paradigmas”. A frase do Oficial de Operações do 1° GTT, Tenente-Coronel Daniel Silva Fortes, representa a sensação do grupo que realizou a missão inédita nos Estados Unidos. “Devemos nossa conquista ao estudo, à dedicação e ao treinamento de nossas tripulações”, celebrou.
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OPERAÇÃO COVID-19
FAB EMPREGA MEIOS OPERACIONAIS E LOGÍSTICOS PARA ATENDER BRASILEIROS
Com o reconhecimento do Congresso Nacional do estado de calamidade pública, devido ao novo Coronavírus, o Governo Federal acionou o Ministério da Defesa para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à pandemia. Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB) emprega seus meios operacionais e logísticos 24 horas por dia, sete dias por semana. O Comando da Aeronáu-
tica (COMAER) é quem executa as missões direcionadas à FAB, por intermédio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE); do Comando-Geral de Apoio (COMGAP); do Comando de Preparo (COMPREP); do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER); do Comando-Geral do Pessoal (COMGEP); do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA); do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA); da Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA);
e do Gabinete do Comandante da Aeronáutica (GABAER). O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, destaca que a Força Aérea, desde que foi acionada, não mede esforços para atender às demandas. "O ano de 2020 demonstrou o que a Força Aérea pode fazer pela sociedade nas asas de suas aeronaves. Trabalhamos para levar apoio e ajuda aos que mais necessitavam e que ainda precisam nesse período de pandemia”, destaca o Comandante.
FOTO: ELOS SISCOMSAE
Ten JOR Letícia Faria
FOTO: ELOS SISCOMSAE
OPERAÇÃO TEM COMO OBJETIVO AUXILIAR NO COMBATE À PANDEMIA
FOTO: ELOS SISCOMSAE
Operação Regresso: a primeira missão foi o transporte de brasileiros e familiares – com as aeronaves VC-2 – da China, epicentro do novo Coronavírus, para o Brasil. O grupo de 34 pessoas cumpriu quarentena, na Ala 2, em Anápolis (GO), como medida de prevenção à infecção do vírus. Todos receberam hospedagem e alimentação além de passarem por exames médicos periódicos a fim de verificar sinais vitais e demais sintomas que pudessem surgir, sendo levados, ao fim da quarentena, aos estados de origem.
FOTO: SGT MARCOS POLETO / CECOMSAER
FOTO: SGT MARCOS POLETO / CECOMSAER
FOTO: SGT MARCOS POLETO / CECOMSAER
CONFIRA AS AÇÕES REALIZADAS PELA FAB
Ações sociais: A Força Aérea promoveu, entre o efetivo, a Campanha de Doação de Sangue “Você era a gota que faltava. Doe sangue. Doe Vida!”, contribuindo para o abastecimento dos hemocentros de todo o Brasil; montou Hospitais de Campanha (HCAMP); prestou apoio de alimentação a caminhoneiros; e, distribuiu kits de alimentação para famílias de crianças e adolescentes do Programa Forças no Esporte (PROFESP); na descontaminação de espaços públicos; e na confecção de máscaras.
FOTO: SGT MARCOS POLETO / CECOMSAER
Remoção de pacientes: a fim de disponibilizar vagas na rede pública para atendimento de pessoas com o novo Coronavírus, a FAB auxiliou o sistema de saúde do Amazonas (AM), de Rondônia (RO) e de Roraima (RR), removendo mais de 730 pacientes para outras cidades do Brasil.
Toneladas transportadas: a FAB já transportou 3.880 toneladas em cargas, que concernem a insumos como álcool em gel, toucas, luvas e aventais; Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); respiradores hospitalares; transformadores; cilindro de oxigênio; tanques de oxigênio líquido; e, até mesmo, as vacinas e usinas de oxigênio.
FOTO: SD WILHAN CAMPOS / CECOMSAER
Horas de voo: o COMAE – Órgão que planeja e executa as missões da FAB – contabilizou até o mês de fevereiro, o total de 4.671 horas de voos realizadas para atender às demandas de combate à pandemia. Para a execução das missões são utilizadas as seguintes aeronaves: KC-390 Millennium; C-130 Hércules; U-100 Phenom; C-105 e SC-105 Amazonas; C-99; C-98 Caravan; C-97 Brasília; C-95 Bandeirante; VC-99; e VC-2.
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FOTO: ELOS SISCOMSAE
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FOTO: SGT BIANCA VIOL / CECOMSAER
DIA DO ESPECIALISTA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA COMPLETA 80 ANOS
REGIDA PELO CÓDIGO DE HONRA DO ESPECIALISTA, A EEAR COMPLETA OITO DÉCADAS FORMANDO GRADUADOS DE CARREIRA DA FAB Ten JOR Raquel Alves
FOTO: ARQUIVO FAB
Há 80 anos, nascia a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), conhecida como o “Berço dos Especialistas”. Em oito décadas, a
escola já formou mais de 50 mil homens e mulheres. A EEAR tem por finalidade a formação e o aperfeiçoamento de graduados da Aeronáutica, oferecendo 28 diferentes áreas profissionais para o
Desfile dos alunos no Pátio do Comando
cumprimento da missão da Força Aérea Brasileira (FAB). Fruto da fusão das escolas de formação de sargentos da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, a EEAR nasceu em 1941,
período em que o mundo p a s s a va p o r m o m e n t o s críticos com o transcorrer da II Guerra Mundial. No mesmo ano, um pouco antes do surgimento da Escola, era criado o Ministério da Aeronáutica, que impulsionou a aviação militar e civil no Brasil. Instalada no Rio de Janeiro, a Escola formou a primeira turma em 1942 com apenas 32 integrantes. Mas, com a entrada do Brasil no conflito, houve a necessidade de acelerar a formação do pessoal. Como solução imediata, muitos militares e civis foram enviados aos Estados Unidos para a realização de cursos, de modo que pudessem satisfazer às necessidades da FAB. Porém, por ser muito oneroso, o envio de militares começou a sofrer restrições. Após novos estu-
região do Vale do Paraíba abriu as portas para que gerações aquecessem o mercado de profissões. O atual Comandante da EEAR, Brigadeiro do Ar Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues, passou pela Escola antes de se tornar oficial. “As emoções que me envolvem o coração são as mesmas de 35 anos atrás, quando ingressei pelos portões da EEAR como aluno, sem jamais supor que o Criador e que a Força Aérea reconduzir-me-iam ao Berço dos Especialistas, agora como Comandante”, disse. O Brigadeiro Soares destaca, ainda, sobre a formação dos sargentos especialistas da EEAR. “Tenho a plena convicção de que a Aeronáutica poderá contar, por muitos e muitos anos com homens e mulheres de excepcionais qualificações, formados sob a égide do código ‘Disciplina, Amor e Coragem’, dispostos a contribuir, de forma abnegada e zelosa, para com a missão de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria”, conclui.
Formatura de uma nova turma de sargentos
FOTO: ARQUIVO FAB
dos, decidiu-se por contratar a organização John Paul Riddle Aviation Technical School, que instalou no Brasil, na cidade de São Paulo, uma Escola Técnica de Aviação (ETAv) com todo o acervo, como também técnicos, professores e administradores. A ETAv passou a complementar a formação de especialistas, suprindo as carências então verificadas. Com o término da Grande Guerra, embora a necessidade de técnicos para manter as diversas Unidades criadas ainda fosse grande, houve certa estabilização na formação de pessoal. Verificou-se, então, que já não era necessário existirem duas escolas com a mesma finalidade e que, consequentemente, estava havendo dispersão de meios. Já na década de 1950, ocorre a transferência da EEAR para Guaratinguetá (SP), nas dependências da antiga Escola Prática de Agricultura, doadas ao Ministério da Aeronáutica em 05 de maio de 1950. A transferência foi feita progressivamente à medida em que as estruturas eram construídas e adaptadas. A
FOTO: ARQUIVO FAB
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Solenidade em frente ao Pátio do Comando
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FOTOS: 1º GDA
TREINAMENTO
PILOTOS DE CAÇA DA FAB REALIZAM CURSO OPERACIONAL DO GRIPEN CAPACITAÇÃO OCORRE EM SÅTENÄS, NA SUÉCIA, E INTEGRA A IMPLANTAÇÃO DO NOVO CAÇA NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA
Ten Rep Adauto Fraga Cinco pilotos, que pertecem ao Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) - Esquadrão Jaguar, iniciaram, em 18 de janeiro deste ano, a formação operacional da aeronave Gripen, em Satena, na Suécia. O treinamento terá duração de seis meses e ocorre na F7 Wing, Base Aérea da Força Aérea Sueca, local em que pilotos na aeronave JAS-39 Gripen C/D já recebem capacitação. Os futuros pilotos do F-39E Gripen realizarão o Convertion Training (do inglês, Treinamento de Conversão) e o Combat Readiness Training (do inglês, Treinamento de Prontidão para Combate) nas aeronaves JAS-39 C/D. A formação operacional dos pilotos está dividida em três módulos, sendo os dois primeiros realizados na Suécia nas ae-
ronaves Gripen C/D. Concluída essa etapa, os pilotos retornam ao 1° GDA para realizarem o último módulo da formação, agora nos simuladores do F-39 Gripen da FAB, que serão instalados ainda neste ano na Ala 2, em Anápolis (GO). Com o recebimento das primeiras aeronaves previsto para o último trimestre de 2021, os pilotos do 1° GDA estarão qualificados e prontos para cumprirem as primeiras missões na FAB. O Comandante da Ala 2, Coronel Aviador Gustavo Pestana Garcez, comentou a importância do curso. “É o maior salto operacional da FAB desde a criação do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), envolvendo os esforços do Comando de Preparo (COMPREP), do Comando-Geral de apoio (COMGAP) e do Departa-
mento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Além de um orgulho, é uma grande responsabilidade para a Ala 2 ter em sede a primeira Unidade Aérea a implantar o mais novo vetor de caça brasileiro”, destaca. Para o Comandante do 1° GDA, Tenente-Coronel Aviador Leandro Vinicius Coelho, a formação operacional de pilotos de F-39 Gripen é um marco contratual importante e decisivo no processo de implantação dessa aeronave na FAB. “Estamos qualificando aqueles que serão os primeiros pilotos operacionais de F-39 na FAB. Será uma jornada de desafios, dedicação e, certamente, de muito sucesso!”,afirma.
Teoria e prática a bordo no Gripen O futuro piloto do F-39E Gripen e integrante da primeira turma de capacitação,
o Major Aviador Vítor Cabral Bombonato, comenta sobre o curso. “No treinamento de sobrevivência no mar, foram ministradas instruções em sala de aula e tivemos contato com o material de sobrevivência e salvamento presente na aeronave. Executamos, de forma simulada, os procedimentos após uma ejeção sobre a terra e sobre a água, com um impressionante grau de realismo. No treinamento da centrífuga, conhecemos a técnica para a realização da Manobra Anti-G (do inglês, AGSM, Anti-G Strain Maneuver). Em seguida, pudemos colocar os ensinamentos em prática sob efeito de um fator de carga 9g. Em geral, diversas lições sobre os sistemas da aeronave Gripen e os procedimentos a serem realizados em voo são sucedidos de treinamentos em simulador. Essa sequência intercalada de conhecimento teórico e execução facilita o processo de aprendizagem”, relata o Oficial.
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APRIMORAMENTO DA REESTRUTURAÇÃO
FAB PROSSEGUE COM 2ª FASE DO APRIMORAMENTO DA REESTRUTURAÇÃO REATIVAÇÃO DOS VI E VII COMAR CONCRETIZA MAIS UMA ETAPA DO PROCESSO DE APRIMORAMENTO DA REESTRUTURAÇÃO DO COMANDO DA AERONÁUTICA
FOTO: SD WILHAN CAMPOS / CECOMSAER
a preservação da floresta amazônica, das populações indígenas e ribeirinhas, bem como o cuidado com as riquezas da região”.
A Força Aérea Brasileira (FAB) reativou o VI COMAR - Comando Aéreo Planalto. A Instituição também se prepara para reativar o VII COMAR Comando Aéreo Amazônico. Os atos estão previstos na 2ª fase do Processo de Aprimoramento da Reestruturação do COMAER (DCA19-6/2020). O VI COMAR foi reativado em 28 de janeiro, em Brasília (DF). O comandante, Brigadeiro do Ar Mário Sérgio Rodrigues da Costa, destacou a expectativa para a nova fase da Organização - que representa o COMAER na área geográfica de Goiás, Tocantins e Distrito Federal. “Reativar uma das mais tradicionais e representativas entre as Unidades Militares, com uma mudança significativa em seu portfólio de missões, é um grande desafio,” disse o oficial-general. Já a reativação do VII
COMAR aconteceu no dia 2 de março. O Comando Aéreo Amazônico – que fará a supervisão das Unidades presentes no Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre – será sediado na Ala 8, em Manaus (AM), e terá como Comandante o Brigadeiro do
FOTO: SD MORÉ / ALA8
Sgt Clara Avelino
Ar Luiz Guilherme da Silva Magarão, atual Comandante da Ala 8, que destacou o significado da reativação: “O renascimento do VII COMAR reforça a capacidade da FAB de se fazer presente em todos os cenários do cotidiano nacional nos dias atuais, como
Objetivo A reativação vai ao encontro da necessidade da separação efetiva das atividades operacionais e administrativas das Organizações, da representatividade do Comando da Aeronáutica (COMAER) no nível regional e do aperfeiçoamento da supervisão, coordenação e controle do desempenho das Unidades subordinadas à Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA), na área de sua jurisdição.
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FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
DIA DA MULHER
CONHEÇA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES EM MISSÕES DE PAZ DA ONU PRIMEIRA OFICIAL DO CORPO FEMININO DA FAB A SERVIR COMO STAFF OFFICER (OFICIAL ADMINISTRATIVO) EM UMA MISSÃO DE PAZ DA ONU RECEBE NOVO DESAFIO EM 2021 Ten JOR Flávia Rocha Asp REP Wanessa Liz
Os chamados "boinas azuis" são os militares que participam de missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde a atuação para evitar confrontos entre Egito e Israel, a primeira missão de paz brasileira, em 1959, o Brasil, ao longo de mais de 60 anos, já enviou milhares de militares ao exterior, tendo atuado em dezenas de missões de paz. Nesse percurso, de acordo com a ONU, o papel
das mulheres nas mediações, prevenções e soluções de conflitos tem se mostrado cada vez mais eficiente. A primeira mulher da Força Aérea Brasileira (FAB) a servir como staff officer (do inglês, Oficial Administrativo) em uma missão de paz foi a Major Intendente Luanda dos Santos Bastos, quando a Oficial representou o Brasil na Missão das Nações Unidas no Sudão (UNAMID), de agosto de 2017 a agosto de 2018. Nesse país do norte da África, ela atuava no monitoramento e controle
da operação militar na área da missão. “Na UNAMID, fiquei muito emotiva quando acompanhei uma comitiva na entrega de material escolar em uma escola carente para filhos de refugiados, onde as paredes e o teto eram de palha e não havia nada mais além de um quadro negro, medindo aproximadamente 1mx1m, nas salas de aula. Apesar de toda a simplicidade, percebemos que eles estavam muito ansiosos com a nossa chegada, pois colocaram suas melhores roupas e ensaiaram
algumas canções para nos recepcionar. É claro que não consegui conter as lágrimas”, conta a Oficial. Outro momento marcante foi quando a ONU autorizou o retorno de algumas famílias de refugiados, que estavam em Campos de Concentração, para suas cidades de origem. “Você vê as pessoas voltando para casa apenas com uma trouxa na cabeça, seus filhos agarrados nas suas roupas, mas com um ar de esperança nos olhos e força para recomeçar tudo de novo”, lembra.
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MISSÃO PARA 2021 Em 2021, na missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, a MONUSCO, a Major Luanda reforça a participação feminina nos processos e na consolidação da paz. Neste ano, ela recebeu um novo desafio: atuará na República Democrática do Congo como Gender Adviser (do inglês, conselheira de gênero). “É uma função de bastante relevância para a ONU, por defender a igualdade de gênero e a t u a r na pr e ve n ç ã o d e abuso e violação sexual na área da Brigada de Força de Intervenção da MONUSCO, na cidade de Beni, área considerada mais tensa da missão”, explica. Segundo a Organização das Nações Unidas, os
maiores contingentes de mulheres nas tropas estão na MONUSCO, e na Missão da ONU no Sudão do Sul, UNMISS. Lembrando que, atualmente, há 13 operações de paz da ONU no mundo. A Major Luanda esclarece que as Forças Armadas não estão em missão de paz com o objetivo de erradicar a pobreza e acabar com a fome no local em conflito, como muitos pensam. “A finalidade é implantar, em conjunto com os demais componentes da missão e o governo do País, táticas operacionais que permitam eliminar os grupos armados que estão aterrorizando a população vulnerável daquela região e garantir a manutenção dessa paz”, destaca.
Major Luanda conta sua participação nas missões da ONU
PENSANDO EM INTELIGÊNCIA
ATRIBUIÇÃO DE SIGILO Informações são dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento registrado em um documento. Existem dois tipos de informação, a ostensiva, aquela que qualquer um pode saber e a sigilosa, que nem toda p e s s o a d e ve c o n h e c e r , pois sua divulgação pode prejudicar as ações da Força Aérea e seus interesses, o Brasil e seus cidadãos. Um exemplo de
informação ostensiva é a passagem da Esquadrilha da Fumaça no Sete de setembro, pois este evento acontece todo ano sendo de conhecimento público. Enquanto que um exemplo de informação sigilosa refere-se à quantidade de fuzis e munições existentes em uma organização militar ou, por exemplo, uma operação que possa vir a ocorrer em uma determinada data na fronteira com o objetivo de interceptar
aeronaves entrando no espaço aéreo brasileiro. Esse tipo de informação, caso seja divulgada, pode prejudicar a segurança da Organização Militar ou pode comprometer a operação. A informação deve ser sigilosa sempre que seu conteúdo tratar de dado pessoal, sigilos comerciais, fiscais, industriais, bancários, referente a projeto de pesquisa e desenvolvimento científico
ou tecnológico e classificada em três graus de sigilo: Reservado, Secreto e Ultrassecreto. Va l e r e s s a l t a r q u e é importante analisar o conteúdo da informação para saber qual a atribuição de sigilo correta deve ser dada. Recomendação de leitura: Lei n° 12.527, Decreto n° 7.724 e Decreto n° 7.845, e ICA 205-47. Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER)
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IDENTIDADE
FAB TEM NOVO MODELO DE CARTEIRA DE IDENTIDADE COM CHIPS ELETRÔNICOS O DOCUMENTO POSSUI DIVERSAS FUNCIONALIDADES E ITENS DE SEGURANÇA Ten JOR Cristiane dos Santos
FOTO: SARGENTO SANTANA / DIRAP
Os militares da Força Aérea Brasileira (FAB), incluindo os veteranos, dependentes e pensionistas, já têm à disposição o novo modelo de documento de identificação. O cartão é mais completo que o anterior e atende à determinação de unificação das identidades nas três Forças Armadas – Marinha do Brasil (MB), Exército Brasileiro (EB) e Força Aérea Brasileira –, conforme a Portaria Normativa n° 82/GM-MD, de 1° de setembro de 2020. O novo modelo do documento de identificação militar, produzido em policarbonato, conta com dois chips eletrônicos – sendo um de contato e outro de aproximação – vários
itens de segurança, além de utilizar equipamentos de captura biométrica de tecnologia de ponta. O chip de contato (Smart Card) serve para armazenar o certificado digital, ou assinatura eletrônica, e possui validade jurídica que proporciona maior proteção às transações eletrônicas e demais serviços da internet e da intranet. Já o chip de aproximação de Identificação por Radiofrequência (RFID, do inglês Radio-Frequency Identification) é uma tecnologia múltipla que utiliza a comunicação de curto alcance. Pode ser lido por sensores e usado em diversas áreas, como no controle de acesso às instalações, segurança de veículos, identificação de pessoas, acesso a prontuário
médico, dentre outras facilidades. A nova identificação possui itens de segurança que dificultam sua falsificação: o fundo invisível reagente à luz ultravioleta, conhecido como Dispositivo Opticamente Variável (DOV), fundo numismático, microletras e muitos outros. ADiretoriadeAdministração do Pessoal (DIRAP) é a Organização do Comando da Aeronáutica (COMAER) que atua como o Órgão Central do Sistema de Identificação de Pessoal do Comando da Aeronáutica (SIDENT), sendo responsável pela atualização da identificação. De acordo com o Encarregado do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento da Divisão de Identificação
(DID) da DIRAP, Sargento Maurício Joaquim da Silva, para a captura biométrica são utilizados equipamentos de última geração. “As digitais, fotos e assinaturas são capturadas em alta definição, possibilitando, futuramente, a análise a partir de aplicativos como, por exemplo, o de identificação automatizada de impressões digitais”, explica. As Seções de Identificação de Organização Militar (SIDOM), distribuídas por todo o País, estão treinadas e possuem os equipamentos para coleta dos dados biométricos. As informações biométricas coletadas são encaminhadas para o Sistema de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES) e, após análise dos dados pela Divisão de Identificação, são enviadas para gravação.
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ENTRETENIMENTO
CAÇA PALAVRAS A Escola de ESPECIALISTA de Aeronáutica (EEAR) tem por finalidade a FORMAÇÃO e o APERFEIÇOAMENTO de GRADUADOS da AERONÁUTICA, oferecendo 27 diferentes áreas profissionais para o cumprimento da MISSÃO da Força Aérea Brasileira. Em oito décadas, a Escola já formou milhares de homens e mulheres e é considerada o maior complexo de ENSINO técnico-MILITAR da América do Sul. Fonte: Agência Força Aérea
Resposta da Edição de Fevereiro de 2021