Notaer julho 2017

Page 4

4

Julho - 2017

REESTRUTURAÇÃO

A reestruturação na perspectiva de um militar da reserva Oficial-general e ministro aposentado do STM expressa otimismo sobre a modernização da FAB Ten JOR Jussara Peccini

Tenente-Brigadeiro Rosa Filho

FOTO: SGT PAULO REZENDE / CECOMSAER

FOTO: TEN ENILTON KIRCHHOF

FOTO: ARQUIVO / CECOMSAER

Sob a perspectiva histórica, quatro fases caracterizam a FAB:

FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER

FOTO: CB ANDRÉ FEITOSA / CECOMSAER

O Tenente-Brigadeiro da reserva Cherubim Rosa Filho, 90 anos, e ministro aposentado do Superior Tribunal Militar (STM) vivenciou mudanças importantes ao longo das sete décadas da Força Aérea Brasileira. Viu a instituição ser criada, ir à guerra, crescer, se consolidar, expandir para o interior do Brasil, se profissionalizar e se modernizar. “Eu acompanhei o crescimento da FAB. Eu tinha 18, e ela quatro anos. Crescemos juntos, respiramos o mesmo ar, transpiramos o mesmo suor, até que ela cresceu e se tornou profissional. É a FAB que eu acompanhei a minha vida toda”, relata o oficial-general reformado que foi Comandante-Geral do Ar em 1986. Nas suas lembranças estão nítidas as reações às mudanças de reorganização administrativas propostas pelo então Ministro da Aeronáutica, Marechal do Ar Márcio de Souza e Mello, durante a gestão 1967 – 1971 que são a base da atual estrutura da FAB. Os órgãos que estavam atrelados ao Estado-Maior transformaram-se em grandes comandos: o A1 em COMGEP [Comando-Geral do Pessoal], o A2 em CISA [Centro de Informações da Aeronáutica], o A3 em COMGAR [Comando-Geral do Ar], A4 em COMGAP [Comando-Geral de Apoio] e A5 no que seria o Departamento de Aviação Civil. “Veio uma reforma agora, que prioriza a atividade aérea, que é a nossa atividade-fim, eu acho isso de suma importância. E por que é que eu adotei defender? Só pela premissa de priorizar a atividade aérea”, avalia. “Então, a evolução que a FAB está fazendo, esse projeto de futuro, de cem anos, é muito salutar, porque você não pode ficar estático 70 anos”, conclui, referindo-se à concepção estratégica Força Aérea 100.

C-10 Catalina

ITA

Primeira geração (1941 a 1966): a FAB se consolida como uma nova Força Armada do País, principalmente pelo aspecto da integração nacional – que exigia muito do transporte aéreo. Característica mantida até hoje, pois quase metade dos pilotos e dos meios aéreos são dedicados à Aviação de Transporte.

Segunda geração (1966 a 1991): período ficou marcado pelo surgimento do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA), que privilegia um modelo de uso compartilhado da rede de radares e controle. Na década de 1950, é criado o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o embrião da indústria aeronáutica. A atuação ousada da Aeronáutica há mais de 60 anos foi determinante para que hoje o País tenha a terceira maior fabricante de aviões do mundo.

Terceira geração (1991 a 2016): decorrente das novas tecnologias disponíveis, acentuou-se o uso de comando e controle. A FAB investiu na modernização das aeronaves F-5, C-95 e C-130 e passou a utilizar novos vetores, como é o caso do A-29 Super Tucano, P-3 AM, H-60 Black Hawk e AH-2 Sabre. A-29

KC-390

Próximos 25 anos (2017 a 2041): o cenário para quando a FAB completar cem anos indica a quarta geração do poder aéreo. Para enfrentar a fase que deve ser marcada pela capacidade dissuasória, a FAB definiu o KC-390 e o F-39 (Gripen NG) como os vetores considerados a espinha dorsal da FAB. Além disso, a instituição reforça a missão de integração nacional, especialmente no que se refere ao apoio na região amazônica.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.