NOTAER - Maio de 2016

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SEU DINHEIRO – Saiba como investir em você mesmo por meio dos estudos

www.fab.mil.br

Ano XXXIX

Nº 5

Maio, 2016

ISSN 1518-8558

Reestruturação

OPERACIONAL - Esquadrões de Transporte e Asas Rotativas realizam exercícios operacionais (Págs. 4 e 5)

JOGOS OLÍMPICOS - Militares da FAB se preparam para atuar em diversas áreas nas Olimpíadas Rio 2016 (Pág. 7)

ARTE: SO EDMILSON / CECOMSAER

FAB passa por mudanças administrativas que visam modernizar e otimizar o trabalho em todas as áreas (Págs. 8 e 9) PATRULHA - Saiba mais sobre a atividade que ajuda a salvar vidas e sobre a operação do P-95 modernizado (Pág. 11)


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CARTA AO LEITOR

A evolução da FAB De todas as características inerentes aos seres humanos, a adaptabilidade é aquela que mais nos diferencia e foi o que permitiu a evolução de nossa espécie. Por isso, as mudanças são necessárias e devem fazer parte de nosso cotidiano. Esta edição do jornal Notaer traz uma matéria especial sobre a reestruturação pela qual a Força Aérea Brasileira deve passar nos próximos anos e que já começou. São modificações importantes, que visam à evolução de nossos processos administrativos com a finalidade de concentrar os esforços das Organizações Militares em suas atividades-fim. Muitos aspectos ainda

estão passando por estudos aprofundados – como qualquer tema que influencia na vida de nossos militares ou civis e de suas famílias. Entretanto, algumas transformações já estão em andamento e queremos que nossos leitores estejam sempre bem informados sobre elas. Também nesta edição, apresentamos diversas matérias que mostram a operacionalidade de nossa Força: instruções, exercícios e treinamentos que mantêm a preparação dos militares, atualizam seus conhecimentos e os deixam prontos para novos desafios, a exemplo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que terão a participação da FAB

Expediente em diferentes áreas. Maio é o mês das Mães e trazemos uma história inspiradora da sargento que se divide entre os cuidados com os quatro filhos e a vida militar. Sua dedicação ao trabalho e aos valores militares serve de inspiração para a família. Seu filho mais velho resolveu seguir a mesma profissão: é cadete na Academia da Força Aérea. O mês também é da Aviação de Patrulha e dedicamos um espaço para homenagear aqueles que têm a importante missão da vigilância dos mares. As recentes modificações realizadas nas aeronaves P-95 Bandeirulha melhoram as condições de busca e são o foco da reportagem apresentada. A coluna Seu Dinheiro mostra como é possível investir

em melhorar os conhecimentos em sua área, se especializar ou até buscar uma nova formação através do ensino a distância. Na área da saúde, apresentamos uma matéria que mostra como a implantação do Programa Assistencial Integrado (PASIN), há um ano, acelerou a marcação de consultas no Hospital da Força Aérea de Brasília (HFAB), melhorando a qualidade do atendimento prestado. Esperamos que aproveitem nossos conteúdos – também por meio da versão digital disponível na página www.fab.mil.br e que traz informações extras – e participem enviando críticas e sugestões. Boa leitura! Brig Ar Ary Soares Mesquita Chefe do CECOMSAER

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Ary Soares Mesquita Editoras: Tenentes Jornalistas Emília Maria ( MTB 14234RS ) e Evellyn Abelha (MTE 973MS). Colaboradores: Ten Av Ítalo do Carmo, Ten Av Matheus Cerutti e Ten REP Camilla Barbieri. Textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Suboficiais Cláudio Bonfim Ramos e Edmilson Alves Maciel; Sargentos Emerson Guilherme Rocha Linares, Daniele D. Teixeira de Azevedo, Lucemberg Nascimento Oliveira da Silva, Ednaldo da Silva e Cabo Maclaudio Gomes Pereira. Tiragem: 30.000 exemplares. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Não acredite em tudo o que você vê, ouve ou lê – Parte 1 Atualmente, por causa dos avanços nas telecomunicações, uma pessoa é capaz de obter informações praticamente instantâneas. Existem telejornais disponíveis 24 horas por dia, Internet, celulares, etc. Você nem precisa ir atrás da notícia. Em certos casos, elas até chegam por meio de alertas que você mesmo programa por e-mail, em aplicativos de smartphones ou de grupos do Whatsapp. Mas muito cuidado! Nesse vasto universo, quantas vezes você já leu ou repassou dados incorretos e meias verdades? Quantas vezes recebeu informações (e até mesmo as difundiu pelo Whatsapp) de que certa auto-

ridade havia emitido opinião sobre certo assunto? E quantas vezes essa opinião nunca fora emitida pela pessoa de fato? Para mitigar essas situações, o profissional de Inteligência adota uma conduta denominada Técnica de Avaliação de Dados que consiste em, criteriosamente, realizar duas análises prévias: • a primeira é focada na fonte: quem (indivíduo ou organização) emite parecer sobre o assunto e de onde (documento, material, emissão, etc.) o dado é extraído? O que a motivou e qual é sua competência (pessoal, técnica, profissional, etc.) para descrever o fato? • a segunda é direcio-

nada à análise do conteúdo divulgado. A partir do julgamento da fonte e do conteúdo, o analista determina o grau de credibilidade do dado. Vamos a um exercício simples de avaliação da fonte? “O Dr. José Bugalhos disse que viu claramente quando o carro cruzou a avenida. E que, quando o caminhão bateu, percebeu que o condutor do carro estava ao telefone. Porém: • O Dr. Bugalhos não usava seus óculos corretivos no momento do acidente. • Ele, insistentemente, assediou a equipe de reportagem para prestar esclarecimentos. E, durante a entrevis-

ta, frisou, repetidamente, que acabara de abrir uma clínica médica, citando endereço, especialidades e horários de atendimentos... (!?) “. Portanto, antes de replicar e multiplicar uma informação recebida, verifique, no mínimo, se a fonte está habilitada (capacidade de observar) e qual o seu real interesse. Oportunamente, divulgaremos outro exercício para desenvolver a avaliação da coerência e da compatibilidade do conteúdo, mas lembre-se: avaliar a fonte faz parte do processo! ( Centro de Inteligência da Aeronáutica - CIAER )

Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A


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Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica Mudar ações, posturas e atitudes em busca de objetivos ou resultados melhores faz parte das nossas vidas. Para conseguirmos um título acadêmico, precisamos reorganizar o tempo livre, que muitas vezes é exíguo, e rever prioridades. Para construirmos uma família, também. Em uma instituição, isso não é diferente: a busca por uma maior eficácia em nossa missão passa, necessariamente, por ajustes de rota. Mais cedo ou mais tarde, tere-

Ajustes de rota mos que deixar para trás nossa zona de conforto e lutar pelo futuro que queremos. Na Força Aérea Brasileira, chegou a hora de mudar. Em edições anteriores do Notaer, como também na nossa revista, a Aerovisão, e outros canais de comunicação, já vimos abordando essas questões. Em janeiro, quando completou-se 75 anos de criação do Ministério da Aeronáutica, publicamos a nossa Concepção Estratégica “Força Aérea 100” - documento que vai nortear a chegada da instituição ao seu centenário. Desde então, algumas unidades já começaram a sentir as consequências das transformações. É o caso dos Grupamentos de Apoio (GAP), que estão sendo criados para concentrar atividades administrativas, de forma que os processos sejam mais eficazes e as organizações apoiadas possam fortalecer os esforços em sua atividade-fim. O Grupamento de Apoio Logístico (GAL), criado no Rio de Janeiro, por exemplo, passou a

concentrar o setor de finanças de nove organizações. O resultado, já constatado, foi de 40% menos documentos contábeis gerados e um efetivo 50% menor lidando com mais que o dobro de volumes financeiros. Sabemos que mudar não é fácil, mas não podemos esperar resultados diferentes fazendo tudo sempre igual. A construção do futuro da Força Aérea depende de cada homem e de cada mulher em todas as nossas unidades. Para isso, precisamos de sinergia de esforços e da crença de que os projetos de reestruturação estão sendo minuciosamente estudados e debatidos, pensando sempre no que é melhor para a Força e para os nossos militares. Vamos, juntos, construir novas rotas rumo ao futuro que desejamos: uma instituição eficiente administrativa e operacionalmente, capaz de prover pronta-resposta às demandas da sociedade brasileira e, ao mesmo tempo, de apoiar os militares que dedicam suas vidas a ela.

ARTE: SO EDMILSON / CECOMSAER

FOTO: SGT JOHNSON /CECOMSAER

PALAVRAS DO COMANDANTE


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OPERACIONAL

Tenente JOR Evellyn Abelhaxx tos, e manter o preparo Dois helicópteros AH-2 dos militares Sabre realizaram o lançamento para contribuir dos mísseis Ataka simultane- na defesa dos Jogos amente durante o exercício Olímpicos Rio 2016. Além do lançamenoperacional Zarabatana VII, realizado em abril, no Campo to simultâneo, as aerode Provas Brigadeiro Velloso naves passaram por um (CPBV), no Pará. O feito inédito outro teste: foram municiadas do Esquadrão Poti (2º/8º GAV) com capacidade máxima. O fez parte do treinamento de esquadrão realizou o empretécnicas de combate da unida- go de 40 foguetes ao mesmo de responsável por operar os tempo, a partir de uma só helicópteros de ataque da FAB. aeronave. “Foram exploradas O objetivo do procedimento foi todas as potencialidades de aumentar a capacidade opera- emprego do AH-2 Sabre, pela cional das tripulações, avaliar primeira vez, em sua confio comportamento e o poder guração máxima de poder de de destruição dos armamen- fogo, sempre respeitando as

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

Esquadrão Poti realiza lançamento inédito de mísseis simultaneamente

normas de segurança operacional, as especificações dos manuais técnicos da aeronave e a doutrina da FAB”, explicou o Comandante do Esquadrão Poti, Tenente-Coronel Pedro Henrique Cavalcanti de Almeida. Os militares realizaram

missões durante o dia e também à noite, com o auxílio dos óculos NVG (do inglês, Night Vision Goggles). “As missões transcorreram com a utilização intensa de alvos táticos, permitindo o emprego de todo o armamento embarcado e demonstrando a confiabilida-

de do vetor e a qualidade do trabalho dos mantenedores do esquadrão. Mostrou que a unidade está pronta para atuar em qualquer condição imposta pela nação”, afirmou o Chefe da Seção de Operações do 2º/8º GAV, Major Leonardo Bezerra Salim.

Exercício operacional reúne esquadrões de C-130 Hércules s Esquadrões Gordo (1°/1° GT) e Cascavel (1° GTT), que operam as aeronaves C-130 Hércules, realizaram em Campo Grande (MS) o exercício operacional Gorduchos e Ofídios entre os dias 5 e 20 de abril. As unidades treinaram voos de formatura básica e tática, de navegação a baixa altura e de

lançamento de carga. Além disso, os militares também formaram novos instrutores durante a manobra. Duas aeronaves Hércules foram deslocadas para o exercício que reuniu cerca de 100 participantes entre pilotos, co-pilotos, instrutores, navegadores táticos e loadmasters - mestre de

carga responsável pela preparação do material lançado da aeronave. “A integração entre os dois esquadrões da aeronave C-130 é essencial, pois permite o treinamento da manutenção unificada e também a harmonização das doutrinas e procedimentos utilizados, já visando à implantação da aeronave KC-390,

que ficará por conta do Grupo Alfa, composto por seis pilotos do 1°/1° GT e outros seis do 1° GTT”, explicou o Comandante do Esquadrão Cascavel, Tenente-Coronel Sandro Lúcio Santana do Nascimento. O treinamento conjunto ocorre há cerca de dois anos, desde que ambos os esquadrões passaram a ser sedia-

dos na Base Aérea do Galeão (BAGL). A atividade permite aos militares sedimentar as novas doutrinas de Emprego da Aviação de Transporte, trazidas pela experiência obtida em 2012 e 2013, quando os tripulantes brasileiros do C-130 participaram da Operação “Maple Flag” no Canadá. (Fonte: BACG)

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

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Defesa antiaérea treina para Olimpíadas Tenente JOR Humberto Leite

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FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

ela primeira vez, a FAB e o Exército atuaram juntos na defesa antiaérea de mesmo alvo estratégico. O exercício Boca do Monte, realizado nos meses de março e abril, teve como foco preparar os militares para a participação no esquema de segurança nos Jogos Olímpicos de 2016. O 1° Grupo de Defesa Antiaérea (1° GDAAE), da FAB, e organizações do Exército espalharam Unidades de Tiro em torno da Base Aérea de Santa Maria (BASM), alvo de ataques simulados de caças A-1 dos Esquadrões Poker (1°/10° GAV) e Centauro (3°/10° GAV). Os caças realizaram perfis variados de ataque, tanto de dia quanto à noite. “Esse exercício é de extrema importância para nós podermos planejar de forma integrada”, afirmou o Tenente-Coronel Márcio Faccin de Alen-

car, do Exército. Já o Comandante do 1° GDAAE, Major Antonio Fernandes Filho, ressaltou a importância prática do exercício Boca do Monte. “Os mesmos militares que estão atuando aqui vão ser empregados nas mesmas funções durante os Jogos Olímpicos”, explicou. O treinamento revelou a complexidade das atividades de defesa antiaérea. A arma utilizada tanto pela FAB quanto pelo Exército, o míssil IGLA, é de pequeno porte e pode ser operado por um único militar. Contudo, a estrutura de comando e controle é complexa. Cada Unidade de Tiro é composta por três militares: um operador de rádio, um atirador e um remuniciador do míssil Igla-S. Eles também se dividem na tarefa de olhar para o céu em busca dos seus alvos. Mas a coordenação e autorização de cada disparo vai além. Na Base Aérea, o alvo simulado dos ataques, um radar

Esquadrões Arara e Onça treinam em cenário de guerra moderna

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s cenários da guerra moderna foram a base do exercício operacional Arara-Onça realizado em Anápolis (GO) de 4 a 19 de abril. Os militares dos esquadrões que dão nome à atividade treinaram navegação a baixa altura, lançamento de carga, voos em formação com três aeronaves na ala, voos noturnos,

além de decolagens e pousos táticos. As ações foram feitas de acordo com a doutrina de emprego preconizada pelas Forças Aéreas membros da OTAN, capacitando as unidades da FAB, que operam a aeronave de transporte C-105 Amazonas, para realizar missões em diferentes teatros de operações internacionais.

Saber M60, vasculha o espaço aéreo da região em busca dos atacantes. Em ambiente montanhoso, como em Santa Maria, observadores ficaram posicionados em pontos elevados do terreno para observar aeronaves em aproximações em áreas onde o radar não enxerga por conta do relevo. “Nossos esquadrões podem ser chamados a atuar em qualquer parte em benefício da nação e dos interesses do Brasil no País ou no exterior. Exercitar a doutrina de emprego dessa aviação da FAB é fundamental“, explicou o Comandante do Esquadrão Onça, Tenente-Coronel Cláudio Faria. No exercício, as tripulações de transporte precisaram ser capazes de operar em cenário com ameaças vindas do ar e do solo, realizar voos táticos com elemento surpresa e técnicas evasivas. Para compreender o teatro de operações de uma guerra moderna, as unidades realizaram um intercâmbio com o Esquadrão Guardião (2°/6° GAV), de reconhecimento; com o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1° GDA) e com o Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (3° GDAAE), responsável pelo radar SABER e os

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FOTOS: SGT JOHNSON /CECOMSAER

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As informações tanto do radar quanto dos observadores são repassadas para um Centro de Operações, que aciona cada uma das unidades de tiro de acordo com as rotas dos caças detectados. O Centro de Operações também repassa as autorizações para disparo. Em caso real, são vindas do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), em Brasília (DF).

A FAB e o Exército, além da Marinha, já atuam de maneira conjunta na defesa aeroespacial no COMDABRA, único comando conjunto permanentemente ativado no Brasil. Porém, o exercício Boca do Monte foi a estreia na integração no nível tático, na defesa de um mesmo alvo. Além dos Igla, o Exército também contou com blindados Gepard, de defesa antiaérea.

mísseis IGLA-S. “Esta troca de conhecimentos foi de grande relevância, pois foram realizados treinamentos com utilização de cenário tático, decolagens e aproximações táticas e também

a comunicação com códigos padronizados internacionalmente pela OTAN ”, esclareceu o Comandante do Esquadrão Arara, Tenente-Coronel Alexandre Moutta da Silva. (Fonte: 1°/9° GAV e 1°/15° GAV)

Ajuda humanitária Tenente JOR Gabrielli Dala Vechia

No dia 23 de abril, o Esquadrão Arara (1º/9º GAV) transportou medicamentos, materiais hospitalares e vacinas à população equatoriana atingida por um terremoto. O abalo sísmico, ocorrido em 16 de abril, teve grau 7.8 na escala Richter e foi considerado o pior desde 1979, deixando mais de 400 mortos e 2.000 feridos. A aeronave da FAB fez um voo de cinco horas até a capital equatoriana, partindo de Manaus (AM). O C-105 Amazonas

decolou com uma carga de 1,5 toneladas de donativos e apoiou também a descentralização do material, fazendo voos até a cidade de Manta, uma das mais afetadas. O Comandante do Esquadrão Arara, Tenente-Coronel Alexandre Moutta da Silva ressalta que a preparação dos militares não é só para a guerra. “A aviação é um elo importante na logística em condições adversas e a FAB possui capacitação adequada para levar suprimentos e esperança a esse povo”, disse.


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#ÉISSOQUEIMPORTA

Dia das Mães: exemplo em casa e no trabalho

s mães, em geral, são muito “operacionais”, se desdobram em várias funções para atender às necessidades dos filhos, ainda que contem com a ajuda do pai ou de outros familiares. Mas muitas delas também são exemplos no trabalho, como a Sargento Janaína Moraes de Araújo Resende da Rosa, Especialista em Enfermagem, que chegou à Base Aérea de Campo Grande (BACG) em 1996 e trabalhou, inicialmente, no Esquadrão de Saúde e, em seguida, no Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV). Durante este período, a militar teve a oportunidade de trabalhar com a parte operacional da FAB, tornando-se a primeira mulher da FAB especialista em Observação SAR, atuando em missões reais de Busca e Salvamento. Mãe de quatro filhos: Juan, de 21 anos; Diogo e Açucena, gêmeos de 7 anos; e Mahara, de 6 anos; e casada com um militar, a Sargento Janaína acredita que sua dedicação à profissão pode ter sido uma influência para o filho mais velho ingressar na vida militar também. “Acredito que o Juan se inspirou em mim para tomar a decisão de ser militar também. Porque eu sempre fui muito operacional, eu vibro muito

nas missões que eu faço, me dedico inteiramente a isso. Acho que esta questão de foco, determinação, ele se inspirou em mim”, diz a Sargento. O filho mais velho confirma a impressão da mãe e a influência que teve em sua escolha. “A minha realização profissional com certeza dependeu muito da minha atitude e dedicação, mas nada disso teria sido possível sem a minha mãe. Quando eu era pequeno ela me levava aos Portões Abertos da Base e, também, ao hangar onde ela trabalhava. Acho que isso me estimulou a seguir a carreira militar”, conta o Cadete Juan. Hoje, Juan cursa o terceiro ano da Academia da Força Aérea (AFA), mas até chegar onde está, a mãe conta que ele batalhou bastante. “Quando o Juan fez a prova para a EPCAR foi um período muito difícil. Pagamos cursinho com muito sacrifício

para ele estudar, mas ele não passou. No ano seguinte, ele fez uma nova tentativa, e conseguiu entrar com uma boa colocação na Escola e, após a conclusão, foi selecionado pra AFA”, relata Janaína. A mãe lembra os desafios dela e da família para ajudar o filho. “Quando ele entrou na AFA, não tínhamos noção do quanto era difícil, por causa da distância, das provas, da rotina intensa. Mas quando ele me ligava eu tentava passar para ele uma mensagem de força, mesmo estando sofrendo aqui”, diz. Atualmente, Janaína trabalha na Seção Aeromédica do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR). Ela explica que faz o possível para conciliar a profissão com a missão de ser mãe de outros três filhos menores. “É muita correria ser militar e mãe ao mesmo tempo, mas a mulher tem essa capacidade de se adequar às situações do

FOTOS: ACERVO PESSOAL

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Janaína e os quatro filhos: amor pela profissão e exemplo para a família

dia a dia e, assim, as coisas vão acontecendo. Hoje, os meus filhos menores são escoteiros e acredito que essa possa ser uma possível porta de entrada para uma vida militar”, explica ela. Janaína e o marido tentam transmitir aspectos do militarismo aos filhos porque acreditam que assim crescerão tendo como referência bons

exemplos. “Sendo militar, acho que a primeira coisa que a gente aprende é a disciplina, um dos valores que eu tento passar aos meus filhos. Quero que eles cresçam e sejam pessoas de bem. O que eu tento mostrar a eles é que nós podemos nos superar em cada desafio e fazer sempre o nosso melhor”, conclui Janaína. (Fonte: BACG)


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Militares da FAB se preparam contra ameaças terroristas

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Comando da Aeronáutica está preparando os militares envolvidos na defesa e na segurança das suas unidades em todo o País para difundir informações contra ameaças terroristas. O objetivo é sensibilizar, principalmente, as equipes de serviço para atitudes e materiais suspeitos próximos às organizações militares. O esforço, iniciado em abril com diversas palestras, faz parte do plano conjunto do Ministério da Defesa para alertar forças de segurança e representantes da sociedade

sobre possíveis ameaças de ações terroristas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. De acordo com o Coronel Marcelo de Oliveira, da Subchefia de Segurança e Defesa do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), a meta é fazer as informações chegarem a todo o efetivo. “Todos devem ter a preocupação e a mentalidade de segurança”, avalia. Segundo o Capitão Ewerton Ricardo Rodrigues, responsável por coordenar as ações de divulgação dessas informações no âmbito do Sexto Comando Aéreo Regional (VI COMAR),

em Brasília (DF), qualquer um pode e deve ajudar. Ao avistar atitude ou material suspeito a equipe de serviço da unidade deve ser imediatamente avisada para tomar providências. A sigla T.E.M. – Típico, Escondido e Material – resume o que deve guiar a percepção

FOTO: SGT MANFRIM / CECOMSAER

Tripulação protegida

contra ameaças terroristas. “Uma panela de pressão é típica para a entrada de um prédio? Ela está escondida, camuflada? É suspeito? Há fios, acionadores, baterias?”, exemplifica o Capitão Ricardo. Na área do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR),

Medidas de Controle no Solo

Tenente JOR João Elias

C Tenente JOR Iris Vasconcellos

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Força Aérea iniciou, em abril, o processo de certificação dos trajes especiais que serão utilizados nos Jogos Olímpicos Rio 2016 em casos de ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN). Os equipamentos, destinados à tri-

pulação de voo, incluem macacão, luvas, calçados e máscara. “O traje funciona como uma armadura”, ressaltou o Major Engenheiro Alvimar de Lucena do Instituto de Pesquisas e Ensaio em Voo. Ele e uma equipe testaram a operacionalidade do traje nas aeronaves H-36 Caracal, C-130 Hércules e C-105 Amazonas.

erca de 20 militares de Batalhões de Infantaria de Aeronáutica (BINFAE) de diversas regiões participaram, entre os dias 11 e 15 de abril, em Brasília, de um Estágio Básico de Medidas de Controle no Solo (MCS). O objetivo foi atualizar o procedimento e preparar os militares, caso sejam acionados durante os Jogos Olímpicos de 2016. “A nossa equipe vai estar pronta para atuar em caso de interceptação de alguma aeronave em voo”,

ressaltou o Tenente de Infantaria Raphael José Lucchesi Rocha, coordenador do estágio. A atividade teve oficinas como artefatos explosivos, entorpecentes e auto de prisão, além de duas simulações de MCS. Durante a prática, os militares fizeram a abordagem e o cerco, realizaram a revista dos tripulantes e passageiros, verificaram toda a documentação e se havia algum material ilícito em uma aeronave obrigada a pousar após interceptação.

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

Tenente JOR Jussara Peccini

em Manaus (AM), os militares do efetivo do Batalhão de Infantaria Especial de Aeronáutica de Manaus (BINFAE-MN) e representantes das demais organizações da área passam pelo treinamento. De acordo com o Tenente de Infantaria Marvio Ribeiro Ramos, do BINFAE-MN, o curso de Percepções Terroristas capacita os militares da região para gerenciar crises que possam surgir durante as Olimpíadas. “Cria a conscientização para que sejam desenvolvidos protocolos para gerenciar crises, definindo papéis bem claros para solucionar problemas durante os jogos e comunicar as autoridades responsáveis”, conclui.

FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER

JOGOS OLÍMPICOS


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CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA

A reestruturação já começou FAB passa por mudanças administrativas que visam modernizar e otimizar o trabalho em todas as áreas Tenente JOR Emília Maria

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o completar 75 anos e, considerando as necessidades de atualização e adequação aos novos processos administrativos, que levam em conta a escassez de recursos humanos e financeiros, o Comando da Aeronáutica (COMAER) tem adotado medidas para a racionalização e a otimização de suas atividades. Conforme divulgado na Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) nº 11-51/2016, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, determinou que o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) coordenasse uma reestruturação organizacional da Força Aérea Brasileira (FAB). “Isso é fundamental para alcançar a excelência na administração dos recursos financeiros, patrimoniais, materiais e humanos do COMAER e, paralelamente, acompanhar a modernização dos meios operacionais da FAB”, destaca o documento. Entre as mudanças que vêm sendo estudadas, segundo o Presidente da Comissão de Reestruturação da FAB, Major-Brigadeiro do Ar Mauro Martins Machado, as relativas às unidades denominadas Grupamentos de Apoio são as primeiras colocadas em prática. “Os grandes Comandos vêm estudando suas estruturas e processos para definir as modificações necessárias à otimização de nossos recursos. A criação dos Grupamentos de Apoio Logístico (GAL) e de Apoio da Saúde (GAPS), além dos Gru-

pamentos de Apoio do Distrito Federal, Afonsos, Anápolis e Pirassununga, já é realidade e representa o começo dessa reestruturação”, explica. “Todas as mudanças que impactam nas estruturas de nossas unidades, nas áreas operacionais ou administrativas, e nas vidas de nossos militares estão sendo profundamente avaliadas. Algumas delas são para daqui a 10 ou 20 anos, mas outras já poderão ser observadas nos próximos meses”, completa o Major-Brigadeiro Martins. Grupamentos de Apoio Em 2016, serão implantados 19 novos Grupamentos de Apoio (GAP) – veja no gráfico as localidades – com o objetivo de concentrar as atividades relacionadas com licitações, contratos, convênios e instrumentos congêneres, finanças, subsistência, almoxarifado, tecnologia da informação, transportes de superfície, protocolo e arquivo, fardamento, pessoal e outras específicas de cada organização que não refletem a atividade-fim da mesma. O resultado esperado com a concentração dos processos administrativos é o aumento da eficiência em função da mão de obra qualificada, cultura organizacional, padronização de procedimentos, economia nas aquisições e contratações de serviços, além do pleno atendimento das expectativas das organizações apoiadas e a desoneração dessas OMs para que foquem em sua atividade-fim. “A implantação dos GAPs não obrigatoriamente se encerra com a criação dessas

unidades. Novas modificações poderão ser realizadas de acordo com as necessidades observadas”, explica o Oficial-General. Grupamento de Apoio Logístico e Grupamento de Apoio da Saúde A criação do Grupamento de Apoio Logístico, no ano de 2012, teve por objetivo a concentração da execução administrativa das Organizações de Logística do Rio de Janeiro, visando implementar uma política de otimização com aproveitamento dos recursos, ampliando a capacidade administrativa do ComandoGeral de Apoio(COMGAP), mediante uma reestruturação organizacional com a centralização das compras e serviços de oito unidades em uma única, a se basear numa gestão eficiente de processos. “Pode-se dizer que, passados quatro anos de sua criação, esse é um processo já consolidado na Logística”, ressalta o Subdiretor de Inativos e Pensionistas da Diretoria de Intendência da Aeronáutica e um dos responsáveis pelos estudos acerca da reestruturação administrativa, Brigadeiro Intendente Sérgio Almeida de Paula e Silva. O Grupamento de Apoio da Saúde, ativado em 2014 e responsável pelo apoio logístico e administrativo das unidades de saúde localizadas no Rio de Janeiro, ainda está em processo de consolidação de suas atividades, mas o objetivo é o mesmo das outras organizações de apoio, conforme ressaltado pelo Major-Brigadeiro Martins: desonerar a Organiza-

Implantação em 2016 Existente


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ção apoiada para se concentrar em sua atividade-fim. Ainda segundo o Brigadeiro Sérgio, o Tribunal de Contas da União (TCU), assim como os órgãos de fiscalização regionais – Controladorias Jurídicas da União (CJU) – já reconheceram essas iniciativas como pioneiras e um importante caminho rumo à modernização da administração na FAB.

“ O objetivo dos GAPs é desonerar a organização apoiada para se concentrar em sua atividade-fim.“ Major-Brigadeiro Martins

Saiba mais sobre a reestruturação A maioria dos aspectos relativos ao processo de reestruturação da FAB ainda está em estudo, inclusive as ações que já começaram a ser realizadas, pois readequações podem ser feitas de acordo com as necessidades observadas.

ARTE: CB MACLAUDIO / CECOMSAER

Estudos - O estudo inicial para a reestruturação administrativa foi realizado em 2014 pela Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA), com a participação de representantes de todos os grandes comandos e apoio da Fundação Instituto de Administração (FIA). Posteriormente, foi implementado um Grupo de Estudo pelo Estado-Maior da Aeronáutica, que contou também com a participação de todos os gestores sistêmicos das áreas administrativas a serem concentradas. Grande Comando Administrativo - Todas as Organizações Administrativas que estão sendo criadas terão como objetivo o apoio administrativo e financeiro às outras Organizações da FAB, concentrando as atividades semelhantes. Portanto, estarão subordinadas a um órgão central que será, também, responsável por padronizar e regulamentar as atividades concentradas.

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Comandos Aéreos Regionais e Bases Aéreas - “Nenhuma base será fechada. Mas haverá mudanças, algumas organizações militares poderão ser reescalonadas em diferentes categorias e, consequentemente, haverá alteração de suas missões”, diz o Major-Brigadeiro Martins, ressaltando que a definição de quais unidades passarão por mudanças ainda está em estudo. Essas modificações, segundo o oficial-general, também têm como objetivo principal a atualização da Força e de seus processos administrativos e operacionais, com o objetivo de acompanhar as novas tendências das Forças Aéreas do século XXI: mais eficiente, mais operacional e focada na sua atividade-fim. Efetivo – De acordo com o Brigadeiro Sérgio, o foco da modernização não é a redução do efetivo, mas este é um efeito esperado. “Com a atualização de procedimentos, o mapeamento de processos, a retirada de etapas e a concentração de atividades evitando o retrabalho, é esperado que seja necessária uma força de trabalho menor, mas que só será constatado ao final do processo”, explica. Futuro – O Brigadeiro Sérgio resume a importância da reestruturação para os próximos anos: “a Força Aérea está se modernizando, com novas equipagens de guerra e novas tecnologias, porém estávamos com os mesmos procedimentos e estrutura administrativa de décadas atrás. Precisamos estar preparados para receber essa nova e moderna Força com uma estrutura baseada em processos, concentrada, mais enxuta e eficiente”.


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CINDACTA I é exemplo em programa de sustentabilidade

A

s organizações estão cada vez mais conscientes da importância de ações de sustentabilidade em suas práticas de gestão. Por isso, o Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) – por meio da Seção de Licitações implantou o Plano de Logística Sustentável (PLS). O programa foi estruturado em projetos, iniciativas e

metas, de curto e médio prazos, a serem implantados até dezembro de 2016, e é abordado em cinco eixos: uso racional dos recursos naturais e públicos; gestão adequada dos resíduos gerados; qualidade de vida no trabalho; sensibilização e capacitação dos servidores; e licitações sustentáveis. Baseado nos princípios dos cinco “R”: reduzir, reutilizar, recuperar, renovar e reciclar, o programa visa promover uma reestruturação profunda

dades. “É importante mostrar para a sociedade que as ações sustentáveis adotadas pelos órgãos públicos contribuem com o meio ambiente, além de refletirem na diminuição dos gastos públicos e na melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho”, afirma. “E sabemos que esses profissionais multiplicarão esses conhecimentos além dos limites do quartel”, completa Ana Carla. Reciclagem - Lixeiras identificadas para cada tipo de material foram instaladas em locais de grande circulação para a Coleta Seletiva Solidária e existe uma central de reciclagem para armazenamento, coleta e descarte apropriado de papéis, plásticos, metais e vidros. Houve redução substancial do descarte de lixo em razão da reciclagem. A coleta de lixo eletrônico também faz parte do programa. “Os resíduos produzidos pelo CINDACTA I são descartados, visando ao tratamento e à descontaminação. Somente depois são transferidos para um aterro sanitário. Já os resí-

duos perigosos são destinados às cooperativas especializadas em cada tipo de material”, explica a Tenente Macohin. Uso racional de copos plásticos - Foram distribuídas canecas e garrafas de água para o efetivo, bem como disponibilizadas canecas nas copas. O consumo de copos plásticos - que demoram 100 anos para se decompor na natureza – foi reduzido em 84%. Coleta de pilhas e baterias - Esses materiais são recolhidos pela empresa Zero Impacto para que seja dada a destinação correta. Palestras e eventos para o efetivo da sede e dos Destacamentos apoiados - As ações proporcionam conhecimento, bem-estar e qualidade de vida para o efetivo. O senso de pertencimento de grupo é aumentado, trazendo mais comprometimento e interação. Metas para 2016 - Implantar 100% da Coleta Seletiva Solidária na sede e nos Destacamentos, garantindo a sua adoção de forma efetiva.

ARTE: SGT DANIELE / CECOMSAER

Jornalista Denise Fontes

que incorpore a sustentabilidade no Plano de Trabalho e na cultura organizacional do CINDACTA I e Destacamentos. “A finalidade maior desse programa é promover a conscientização de uma cultura antidesperdício e a utilização coerente dos recursos naturais e dos bens públicos”, explica a idealizadora do programa e chefe da Seção de Licitações, Tenente Intendente Jéssica de Fátima Macohin. A iniciativa está inserida no Programa da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, que tem como objetivo promover a responsabilidade socioambiental nas atividades do setor público. O CINDACTA I recebeu um selo verde pela certificação na área de meio ambiente, resultado da adesão ao programa. Para a gerente de Projetos e coordenadora do Programa A3P do Ministério do Meio Ambiente, Ana Carla Leite de Almeida, a iniciativa pode servir de exemplo para outras uni-


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FOTO: SO ROBSON SILVA / 3º/7º GAV

PATRULHA

Aviação de Patrulha opera aeronaves modernizadas

O

Esquadrão Netuno (3º/7ºGAV), sediado em Belém (PA), já recebeu e está operando a aeronave P-95 Bandeirulha modernizada. Desde o dia 5 de março, a unidade está ainda mais preparada para o cumprimento de suas missões. “A modernização da aeronave significa um ganho exponencial na motivação para cumprir as missões operacionais para as quais somos destinados”, explica o Tenente Aviador Guilherme Marques de Souza. Antes da chegada da aeronave, a equipe do esquadrão realizou o curso de aperfeiçoamento sobre os novos sistemas eletrônicos agregados à nova aeronave. As instruções foram recebidas no Parque de Material de Aeronáutica dos Afonsos (PAMA-AF), no Rio de Janeiro.

O Sargento Osvaldo Ubirajara da Silva, especialista em manutenção de aeronaves do efetivo do Netuno, acredita que a modernização é muito importante para as missões de patrulha. “Com a modernização da aeronave nossas missões serão realizadas com mais rapidez. Os novos sistemas de navegação oferecem mais precisão, o que é fundamental para uma aeronave que voa sobre o mar, melhorando a capacidade de detecção e identificação de navios, além de facilitar o procedimento de busca durante as missões. A mudança mais esperada por nós foi a atualização do radar que é o instrumento fundamental e mais usado nas missões que realizamos”, relata Ubirajara. Modernização - O projeto de modernização tem como foco substituir equipamentos eletrônicos. Um deles é o

novo radar Seaspray 5000E que pode detectar navios de grande porte a até 370 quilômetros de distância, além de acompanhar até 200 alvos simultaneamente, realizar mapeamento de terrenos e detectar aeronaves, entre outras funcionalidades. O avião recebeu ainda janelas “bolha” para facilitar o trabalho dos observadores SAR durante uma busca visual. Aeronave - O Bandeirulha é responsável pela vigilância aérea do mar territorial brasileiro, além de atividades como a busca e salvamento e o combate à pesca ilegal, pirataria e crimes ambientais. Além do Netuno, o esquadrão Phoenix (2º/7ºGAV) sediado em Florianópolis (SC), também já recebeu o P-95 modernizado. A aeronave foi usada durante o Exercício Carranca V, o maior treinamento de busca e salvamento na América Latina, realizado em março.

22 de maio - Dia da Patrulha

Junto aos Bandeirulhas, as aeronaves P-3AM – Orion – do Esquadrão Orungan, que opera a partir de Salvador (BA), são responsáveis pelo monitoramento e vigilância da área econômica exclusiva e da área de plataforma continental brasileira. As informações coletadas ajudam no combate à pesca ilegal, pirataria e crimes ambientais, além de serem empregadas em missões de busca e salvamento. O Dia da Aviação de Patru-

lha é comemorado em 22 de maio porque foi o dia em que, no ano de 1942, um B-25 Mitchell atacou o submarino Barbarigo, do Eixo, nos arredores de Fernando de Noronha. Essa é considerada por historiadores a primeira ação de guerra da FAB. Ainda em 1942, uma aeronave VULTEE, decolando da Base Aérea de Canoas, provocou danos a outro submarino no litoral de Santa Catarina. No ano seguinte, em 1943, foram realizados nove ataques a submarinos inimigos.

FOTO: CB SILVA LOPES / CECOMSAER

Tenente JOR Raquel Alves


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SERVIÇO

Novo Portal de Serviços de TI é lançado Site vai unificar e-mail corporativo, Portal do Militar e demais sistemas Tenente JOR Cynthia Fernandes

O

Portal de Serviços de Tecnologia da Informação (TI) é o espaço virtual onde estarão centralizados todos os sistemas corporativos militares como SILOMS, e-mail corporativo e o novo Portal do Militar. Em breve, SIGPES e SAUTI serão adicionados a essa lista. De forma prática, o portal vai possuir login único, proporcionando o rápido acesso a todas as informações do cotidiano do militar. Sendo assim, será necessária uma única senha que acompanhará o militar durante toda a sua trajetória profissional, independentemente de ser movimentado para qualquer Organização Militar. Portal do Militar - É outra novidade que já está disponível e um novo serviço oferecido ao efetivo da FAB. Desde o mês de

abril, a ferramenta possibilita acompanhar num só espaço todos os processos administrativos e financeiros do militar, proporcionando economia significativa de meios. Todas as facilidades foram implementadas pelo Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ), sob a supervisão da Diretoria de Tecnologia da Informação da Aeronáutica (DTI). E-mail corporativo – Uma conta de e-mail única para toda a carreira do militar ou civil da FAB poderá ser acessada pelos navegadores de internet mais utilizados ou até mesmo a partir de um dispositivo móvel. O trabalho de migração para o domínio fab.mil.br será gradual, iniciando com as contas de Brasília e Rio de Janeiro, sendo estendida para as demais

localidades até o final do ano. “O único e-mail vai acompanhar a carreira do militar,

Recomendação de Segurança

É

piloto, oficina, órgão governamental, entidade civil, etc.) o cumprimento de uma ação ou medida que possibilite o aumento da segurança. A Recomendação de Segurança traz diversos benefícios à segurança de voo, pois se trata de ação, ou conjunto de ações, dirigida a um determinado órgão e referente a uma circunstância específica, formulada e

quando ele vá para a inatividade”, afirma o Chefe do CCA-RJ, Coronel Aviador Rogers Ascef.

Mais informações: www.sti.intraer

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

da análise técnico-científica de um acidente ou incidente aeronáutico que se retiram valiosos ensinamentos. Esse aprendizado, transformado em linguagem apropriada, é traduzido em recomendações de segurança específicas e objetivas para os fatos analisados, acarretando ao seu destinatário (proprietário, operador de equipamento, fabricante,

como se fosse uma identidade. O objetivo é que não se perca o histórico, mesmo

emitida com o objetivo de eliminar ou controlar uma situação de risco para a segurança de passageiros e tripulantes. Em 16 de dezembro de 2012, por exemplo, o helicóptero de modelo R22 decolou do aeródromo de Campo de

Marte/SP, para voo de instrução, com um instrutor e um aluno a bordo. Na última etapa do voo, após a decolagem, o motor apresentou perda de potência. A aeronave perdeu altura e chocou-se contra o solo, tendo danos substanciais nos rotores de cauda e principal, na cabine, no motor e nos esquis. Os pilotos sofreram lesões leves. Do estudo detalhado sobre os fatores contribuintes que ocasionaram o acidente aeronáutico com o helicóptero R22, duas recomendações de segurança, relativas à falha do motor em voo, foram emitidas: A-617/CENIPA/2014-001 - Alertar os operadores de

aeronaves modelo R22 sobre a importância de verificar a fixação da haste de controle da mistura do carburador, por ocasião da próxima inspeção de 100 horas. A-617/CENIPA/2014-002 - Alertar as oficinas de aviação homologadas para a manutenção de aeronaves R22 sobre a fixação da haste de controle da mistura do carburador, por ocasião da próxima inspeção de 100 horas. Para esclarecimentos sobre Recomendação de Segurança, acesse o site do Cenipa: www.cenipa.aer.mil.br. (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - CENIPA)


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SEU DINHEIRO

Invista em si mesmo Educação financeira ajuda no aprimoramento profissional Tenente JOR Raquel Sigaud

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o mercado do futuro, haverá profissionais com diversas especializações e fontes de renda. É o resultado da grande corrida atual por capacitação, seja por incentivo de empresas ou por conta própria. Faculdade, pós-graduação, idiomas, cursos técnicos. Investir em capacitação significa mais retorno financeiro e melhor padrão de vida no futuro. E é possível conquistar sonhos de capacitação profissional com a ajuda da educação financeira. Segundo o mestre em Educação Financeira e Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, é preciso fazer uma “faxina no orçamento” e identificar quanto dinheiro há disponível para investir nos estudos. “Faça um diagnóstico por trinta dias, para conhecer o salário líquido e todos os gastos, já prevendo a mensalidade que será paga. Se o orçamento for favorável, ótimo. Se não, bastam alguns ajustes, alguns sacrifícios para sobrar o valor dos estudos”, sugere. Reinaldo enfatiza que é fundamental incluir a família em todo planejamento financeiro. “Os grandes gastos estão na célula familiar. Ela precisa se unir na mudança de comportamento e no senso de priorização para conseguir readequar o orçamento”.

Algumas pessoas recorrem ao financiamento estudantil, mas Reinaldo alerta que o melhor caminho é fazer auto-investimento e ficar livre de dívidas no futuro. “Dez por cento da nossa renda devem ser investidos em educação própria, pois a capacitação profissional precisa ser contínua”, disse. Para se capacitar e conquistar sonhos, como realização profissional e renda maior, será preciso lidar com menos recursos temporariamente. Educação financeira é isso: planejar-se para realizar sonhos, investir nas competências e habilidades pessoais, realizar-se no trabalho e ser feliz. Educação a distância e com desconto para militares é uma opção A Segundo Sargento Eliciane Eustachio, controladora de tráfego aéreo do CINDACTA I em Brasília, formou-se tecnóloga em Gestão Pública e bacharel em Administração pela Unisul Virtual, depois de quatro anos de dedicação no ensino a distância. “Como trabalho por escala, escolhi curso online por conta da flexibilidade de horários, além do custo menor em relação aos cursos presenciais”, explica a militar. Ela conheceu a Unisul Virtual por indicação de colegas. “Descobri que sou disciplinada para estudar a distância. Valeu o investimento”, afirma.

A liberdade para montar a grade de disciplinas de acordo com a disponibilidade de horários e de recursos também é uma vantagem que o Terceiro Sargento Marcus Douglas, controlador de tráfego aéreo do CINDACTA III, no Recife, atribui aos cursos a distância. “Ganhei tempo, economizei combustível, aprendi a ter mais responsabilidade e, principalmente, correr atrás e pesquisar sozinho”, afirma o militar que se formou em Ciências Aeronáuticas pela Unisul Virtual, em 2015. Atualmente, ele faz pós-graduação em Inteligência Estratégica, presencialmente, em outra instituição de ensino. Oportunidade - A Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina, oferta cursos superiores de graduação, pós-graduação latu e stricto-sensu, mestrado e doutorado. Pela UnisulVirtual, são ofertados, em todo o Brasil, cursos superiores de bacharelado, licenciatura, tecnólogos e pós-graduação, na modalidade a distância. Militares da Aeronáutica e seus dependentes conseguem 20% de desconto nas mensalidades durante todo o curso. Atualmente, há 162 militares da FAB matriculados em cursos de graduação e quatro em cursos de pós-graduação. Até o ano passado, 232 militares da FAB se formaram na Unisul Virtual. Caso tenha interesse, acesse: www.unisul.br.

Dicas para poupar dinheiro durante o período de capacitação O educador financeiro Reinaldo Domingos mostra pequenas ações que fazem o dinheiro sobrar:

Economize o máximo possível em papel e cadernos, use material de outros anos que tenham folhas em branco e transforme folhas usadas em rascunho; Em função do grande volume de texto para ler, é interessante formar grupo de estudos com colegas. Também é importante pegar livros em bibliotecas;

Não deixe de aproveitar as “baladas” e confraternizações, mas selecione as que realmente valem a pena e são econômicas, como reuniões e encontros caseiros; Busque revezar ou dividir o carro com o maior número de pessoas;

Tenha uma reserva no fim do mês para imprevistos financeiros; Busque um estágio remunerado, além de ser bom para o currículo, o dinheiro poderá ser usado para reduzir custos com a mensalidade e outros gastos; Peça desconto nas mensalidades; e

Evite comer fora com frequência, cozinhar é uma solução econômica e relaxante.


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SAÚDE FOTO: TEN ENILTON / CECOMSAER

PASIN acelera marcação de consultas no HFAB Hospital realizou em 2015 quase 16 mil consultas pelo Programa Assistencial Integrado Tenente JOR Flávio Nishimori

E

m execução desde maio de 2015, no Hospital de Força Aérea de Brasília (HFAB), o Programa Assistencial Integrado (PASIN) começa a mostrar resultados positivos após um ano de implantação. O novo modelo de gestão trouxe mais rapidez para a marcação de consultas e maior grau de resolução dos casos atendidos. “Somente no ano passado, o HFAB realizou 15.700 consultas pelo PASIN, ou seja, uma média de 1.300 por mês. Dessas, 65% foram resolvidas sem a necessidade de serem encaminhadas para um especialista”, explica o Coronel Médico Evandro Souza de

Lima, Diretor do HFAB. A gestão por meio do PASIN no HFAB, que disponibiliza atendimento em 25 especialidades médicas, tem proporcionado benefícios tanto para os profissionais de saúde quanto para os usuários do hospital. “Agora são direcionados para nós somente pacientes que realmente precisam daquele médico especialista”, explica a Capitão Médica Alessandra Pacheco, da área de endocrinologia. Para os pacientes, as grandes vantagens passaram a ser a rapidez no atendimento e a diminuição das filas de marcação de consultas. “Um exemplo é o caso da gastroenterologia. O prazo para marcar uma consulta chegava a ser de

Pacientes aguardam atendimento pelo PASIN no HFAB

dois a três meses. Agora a média é de no máximo 30 dias”, explica o Coronel Evandro. “A expectativa é fortalecer o Programa e aumentar ainda mais a oferta de consultas com a chegada de novos profissionais”, complementa. O Diretor do HFAB explica

NO PADRÃO Discussões polêmicas nas mídias sociais, que possam acabar em troca de insultos e ofensas, devem ser evitadas. As palavras escritas tendem a parecer mais agressivas do que seriam em uma conversa real e a possibilidade de esclarecimentos imediatos sobre alguma má interpretação fica prejudicada. Por escrito, não se pode avaliar o tom de voz, a postura e outros aspectos que podem mudar o entendimento de uma discussão. Além disso, tudo fica registrado. Então, pratique a tolerância e, principalmente, não fale em nome da FAB ou de sua OM nesses casos. A instituição certamente poderá sofrer algum dano com o embate.

também que como o PASIN é formado por um grupo de médicos resolutivo, muitos pacientes conseguem ser consultados e solucionar seus problemas até no mesmo dia sem precisar retornar em outra ocasião. Foi o que aconteceu com a paciente Marla

Kenia Bandeira, que procurou o HFAB pela primeira vez. “Resolvi um incômodo de dor de ouvido com o médico e também já fui encaminhada para um especialista que eu preciso consultar. Gostei muito do atendimento. Foi muito rápido”, ressaltou.


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ENTRETENIMENTO

FOTO: CB SILVA LOPES /AGÊNCIA FORÇA AÉREA

6 ERROS

CAÇA-PALAVRAS “(...) De nada adiantaria a melhoria das MÁQUINAS, se não fosse o que a Aviação de PATRULHA tem de melhor e mais importante: o ESPÍRITO do Patrulheiro. Espírito este que adentra ao mar por longas horas de voo, ouvindo somente o roncar dos MOTORES, muitas vezes distante mais de 200 milhas da costa, mas com a certeza de estar levando a BANDEIRA do Brasil aos rincões mais longínquos do ATLÂNTICO Sul. Não fossem os ORUNGANS, PHOENIX e NETUNOS, como fizeram no passado também os CARDEAIS, não se confirmaria que aquela IMENSIDÃO de água pertence a uma Nação SOBERANA e está sendo vigiada pelo céu, nas Asas da Aviação de Patrulha, nas Asas da Força Aérea Brasileira”. (Ten Brig Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira)



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