Notaer - Edição de Setembro

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www.fab.mil.br

Ano XXXIV

Nº 9

setembro, 2011

ISSN 1518-8558

SAGITÁRIO - Conheça o novo programa de controle de tráfego aéreo desenvolvido pelo Brasil SGT Rezende / CECOMSAER

Um software nacional capaz de processar dados de diversas fontes de captação como radares e satélites, e consolidá-los em uma única apresentação visual para o controlador de voo. Essa é a essência do Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Interesse Operacional, o Sistema Sagitário, que será implantado, gradativamente, em todos os Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) do país. O novo programa é utilizado hoje na coordenação dos tráfegos aéreos que passam pelas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Veja o que isso representará para o futuro. (Pág. 8 e 9).

OPERAÇÃO ÁGATA Caças da Força Aérea atacam pistas clandestinas na região de fronteira

MISSÃO DE PAZ - Militares do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Recife retornaram de missão inédita no Haiti e reencontraram os familiares depois de seis meses. Na foto, o Soldado Ivan Santana Neto abraça o filho, que brinca com a boina azul, símbolo dos militares que participam de missão da Organização das Nações Unidas (Pág. 10 e 11) FARDAMENTO

INTELIGÊNCIA

CAMPANHA

Saiba qual a diferença entre o tecido original do uniforme camuflado e o perigo que ronda o mercado paralelo (Pág. 16)

Veja quais são as dicas simples do cotidiano que podem ajudar na proteção do conhecimento pessoal (Pág. 15)

O Comando da Aeronáutica prepara o lançamento de uma campanha nacional de sustentabilidade (Pág. 3)

Interdição de pistas clandestinas, uso de armamento real e ataque noturno com bombas. Aeronaves A-29, F-5EM, E-99 e R-99, além de helicópteros H-60 BlackHawk e de aviões de transporte, participaram de uma das maiores operações militares na região de fronteira com a Colômbia. (Pág. 4)

AVIÃO-ESPIÃO - Pela 1a vez, uma aeronave remotamente tripulada é empregada em missão real da Força Aérea na Amazônia (Pág. 5)


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Expediente

CARTA AO LEITOR

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.

Mais de 80 mil pessoas viram pela internet, no portal da Força Aérea no You Tube, as imagens dos ataques a pistas clandestinas na Amazônia, durante a Operação Ágata (foto ao lado). Milhões de pessoas viram pela TV, nas principais emissoras do país, as imagens dos caças lançando bombas sobre os alvos. No exterior, agências de notícia e canais de TV, como a CNN, reproduziram o conteúdo. Uma parte considerável das imagens exibidas foi coletada pela comunicação da FAB e distribuída para o mundo. O resultado ilustra o poder da imagem no disputado cenário mundial de informação, porque o fato foi suficientemente importante para

chamar a atenção da imprensa que, automaticamente, deixou de olhar outros temas de sua pauta de trabalho para cobrir o assunto. O caso mostra ainda quanto é importante a integração entre as áreas operacional e de comunicação. Esta deve ser sempre o apoio da primeira atividade, em um trabalho integrado e coordenado. Enfim, todos os militares são, de alguma forma, comunicadores e representantes da Força Aérea no cotidiano, onde quer que estejam. Nesse contexto, saber o que é notícia pode ser a chave no sucesso. O Manual de redação e de Assessoria de Imprensa da Força Aérea, disponível na internet, ajuda a compreender o

Reprodução FAB

O poder das imagens

que pode ou não conquistar espaço no mundo da informação. Se você puder participar desse processo de divulgação, ganharemos todos nós integrantes da FAB. Fale com o oficial de comunicação social de sua unidade, veja o que pode ser notícia e identifique os pontos que a sociedade poderia conhecer para entender melhor o seu trabalho diário. Participe desse processo. Brig Ar Marcelo Kanitz Damasceno Chefe do CECOMSAER

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Você possui credencial de inteligência ? Na edição anterior, definimos o termo “necessidade de conhecer” como uma condição inerente ao exercício de cargo, função ou atividade, indispensável para que uma pessoa, possuidora de credencial de segurança adequada, tenha acesso a dados, informações, áreas ou instalações sigilosas. Mas você sabe o que é credencial de segurança? O instrumento jurídico que dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado no âmbito da administração pública federal é o Decreto n° 4.553, de 27 de dezembro de 2002. Nesta legislação, credencial de segurança é definida como certificado concedido por autoridade competente, que habilita determinada pessoa a ter acesso a dados ou informações em diferentes graus de sigilo: ultra-secreto, secreto, confidencial e reservado. No Comando da Aeronáutica, o Centro de Inteligência da Aeronáutica

é o órgão responsável por conduzir o processo para a concessão da credencial de segurança de pessoa física. Durante este processo, cumprindo ao estabelecido no Decreto n° 4.553, é realizada a investigação para o credenciamento, na qual é averiguada a existência dos requisitos indispensáveis para que a credencial possa ser emitida. A ICA 200-2 (Processo de Concessão de Credencial de Segurança de Pessoa Física) estabelece, no âmbito do Comando da Aeronáutica, os procedimentos a serem seguidos para a solicitação de credencial de segurança de pessoa física, nos diferentes graus de sigilo. Nesta Instrução, são definidas ainda as situações que, pela ocupação de posto, graduação ou categoria funcional, são considerados credenciados, a saber: a) ULTRA-SECRETO - os oficiaisgenerais da ativa da Aeronáutica; b) SECRETO - os oficiais superiores da ativa da Aeronáutica quando em

função de Comando, Chefia ou Direção; c) CONFIDENCIAL - os demais oficiais da ativa da Aeronáutica e os servidores públicos a eles assemelhados; e d) RESERVADO - os aspirantes a oficial, os suboficiais, os sargentos da ativa da Aeronáutica e os servidores públicos a eles assemelhados. Contudo, mesmo sendo considerado credenciado, o militar ou servidor civil deverá assinar um termo de compromisso de manutenção de sigilo, documento no qual é registrado o seu compromisso em manter o sigilo dos assuntos classificados que, direta ou indiretamente, venha a ter acesso. Outro ponto importante é que, independentemente do grau hierárquico, a existência de credencial de segurança não faculta o acesso indiscriminado a qualquer assunto sigiloso, mas sim àqueles aos quais tiver necessidade de conhecer. (Centro de Inteligência da Aeronáutica)

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno Chefe da Divisão de Apoio à Comunicação: Coronel João Tadeu Fiorentini Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Henry Wilson Munhoz Wender Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente Coronel Alexandre Emílio Spengler Chefe da Agência Força Aérea: Major Alexandre Daniel Pinheiro da Silva Editores: Tenente Luiz Claudio Ferreira e Tenente Alessandro Silva Repórteres: Tenente Luiz Claudio Ferreira, Tenente Alessandro Silva, Tenente Marcia Silva, Tenente Mônica Lopes Lima , Tenente Flávio Nishimori, Tenente Humberto Leite, Tenente Carla Dieppe e Tenente Juliana Mota Colaboradores: CIAER, AFA, CABW, BARF, BABE e SISCOMSAE (textos enviados ao CECOMSAER, via Sistema Kataná, por diversas unidades) Tiragem: 30.000 exemplares Jornalista Responsável: Tenente Luiz Claudio Ferreira (MTB 2857 - PE) Diagramação e Infográficos: Tenente Alessandro Silva, Suboficial Cláudio Bonfim Ramos, Sargento Rafael da Costa Lopes e Cabo Lucas Maurício Alves Zigunow (Nesta edição, com colaboração ATECH) Revisão: Suboficial Cláudio Bonfim Ramos Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: redacao@fab.mil.br Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar CEP - 70045-900 Brasília - DF

Impressão e acabamento: Aquarius Gráfica e Editora


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PALAVRAS DO COMANDANTE

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Todos juntos pela sustentabilidade

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equenas ações, juntas, podem produzir grandes resultados. Com essa orientação, o Comando da Aeronáutica prepara o lançamento de uma campanha nacional de sustentabilidade, voltada para a economia e o melhor aproveitamento de recursos. Além de uma mobilização pela economia de gastos do cotidiano do trabalho, será uma articulação pela consciência e disciplina voluntária para o aprimoramento da instituição. Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Mais do que isso, é uma pauta de trabalho internacional, que propõe o consumo racional dos recursos naturais, de olho nas gerações futuras e em consonância com o compromisso de passar aos nossos filhos e netos, no mínimo, se não um mundo melhor, pelo menos

igual ao que recebemos dos nossos pais e avós. Mas antes mesmo que a campanha seja lançada, todos os militares podem ajudar com pequenas contribuições, mas nem por isso menos importantes: qualquer economia com água, energia, telefone, combustível e material de expediente, por exemplo, pode significar uma melhor redistribuição de recursos e mais investimentos. Uma torneira pingando o dia todo representa um consumo estimado de 46 litros, o suficiente para um banho demorado. Um filete de água vazando de uma torneira, com cerca de 3 mm de espessura, equivale a cerca de 8 mil litros por dia, ou o necessário para abastecer uma escola inteira com 240 alunos. Para evitar esse desperdício, basta acionar de imediato o setor de serviços gerais competente. Na aquisição de

material de construção, torneiras automáticas e sensores podem significar economia a longo e médio prazo. Se usar o ar condicionado, mantenha as portas e janelas fechadas para reduzir o consumo de energia. Prefira subir um andar pelas escadas a utilizar o elevador. Ao se ausentar da sala, desligue o monitor e apague a luz. As mesmas recomendações podem servir em casa, para a economia doméstica, para a gestão de gastos. Alem disso, as unidades podem ser consideradas a outra casa dos militares e civis da Aeronáutica. Monitorar, alertar e mobilizar o público interno são fundamentais para esse trabalho. Impressão de papel frente e verso pode reduzir o consumo de material de escritório nas unidades. Copos plásticos descartáveis podem ser substituídos por garrafas permanentes para o consumo de

Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito Comandante da Aeronáutica

água. Enfim, a criatividade deve ser a melhor aliada na hora de escolher as pequenas ações que podem fazer a diferença. Basta assumir o local de trabalho como um ambiente coletivo de vida e de troca de experiências. Juntos, com pequenas ações, podemos mobilizar mais de 70 mil pessoas da nossa instituição para um objetivo comum: a racionalização e a economia de recursos, além da contribuição para um mundo melhor.


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OPERAÇÃO ÁGATA

Dia e noite, Força Aérea ataca pistas clandestinas localizadas na região de fronteira com a Colômbia

CB SILVA LOPES / CECOMSAER

Operação mobilizou as Forças Armadas brasileiras, Polícia Federal, Receita federal, Força Nacional de Segurança e IBAMA para ação na região de fronteira com a Colômbia, conhecida como “Cabeça do Cachorro”, na Amazônia

Caças A-29 Super Tucano acertam bombas sobre pista localizada na área conhecida como “Cabeça do Cachorro”, na região Amazônia

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nterdição de pistas clandestinas de pouso, uso de armamento real, ataque noturno e estreia operacional do RQ-450, a primeira Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) da Força Aérea Brasileira. A Operação Ágata, realizada no mês passado, demonstrou a capacidade da Força Aérea Brasileira (FAB) de mobilizar seus meios para a defesa da fronteira do Brasil com a Colômbia. A partir de São Gabriel da Cachoeira (AM), Tabatinga (AM) e Manaus, caças F-5EM e A-29, aviões E-99 e R-99, helicópteros H-60 BlackHawk e várias aeronaves de transporte participaram da operação desencadeada para coibir atos ilícitos na região conhecida como “Cabeça do Cachorro”.

O principal destaque foi a destruição de três pistas de pouso clandestinas. Ao todo, os A-29 do Esquadrão Escorpião (1°/3° GAV) lançaram 24 bombas de 230 kg, oito para cada alvo. O impacto de cada uma deixou crateras de até quatro metros de diâmetro e dois de profundidade, o suficiente para impedir o uso da pista por qualquer tipo de aeronave naquela região. As duas primeiras missões aconteceram durantes o dia, com o uso de computadores de bordo que mostram para o piloto, com precisão, o local de impacto das bombas. Mas na madrugada de 18 de agosto, os caças da FAB fizeram um ataque noturno, com o uso de tecnologias como óculos de visão noturna (NVG).

As três missões aconteceram com quatro aeronaves, cada uma armada com duas bombas. Antes e depois de cada ataque, helicópteros BlackHawk do Esquadrão Pantera (5°/8° GAV) e Harpia (7°/8° GAV) levavam equipes da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e da Força Nacional, além de militares do Exército e da FAB. A tropa terrestre garantia a segurança da operação. Para o Tenente Coronel Fernando Mauro, Comandante do Esquadrão Pacau (1°/4° GAV), a destruição destas pistas de pouso clandestinas são fundamentais para a defesa aérea na região. "Qualquer aeronave pode

estar pousando ali pra fazer abastecimento, deixar droga ou contrabando de armas. Se eliminar essas pistas, retira-se a logística de apoio dessas atividades ilícitas", explicou. Os caças A-29 dos Esquadrões Escorpião (1°/3° GAV) e Grifo (2°/3° GAV), além dos F-5EM do 1°/4° GAV, também realizaram, durante a Operação Ágata, missões de defesa do espaço aéreo e permaneceram em alerta para interceptações.

VÍDEOS – Veja as imagens dos ataques a pistas clandestinas na página da FAB: www.youtube.com/ user/portalfab


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AVIÃO-ESPIÃO - Pela primeira vez, aeronave remotamente pilotada é empregada em missão real

3S SIMO / CECOMSAER

m dos destaques da Operação Ágata foi a participação inédita de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) em uma missão real. O Hermes 450, já designado na FAB como RQ-450 e batizado como Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), realizou operações de reconhecimento e acompanhamento de alvos. Entre eles, a pista clandestina destruída no dia 13 de agosto em um ataque de caças A-29 Super Tucano. Em apenas algumas horas de voo, o RQ-450 coletou todas as informações para a missão de ataque. "Conseguimos saber vários detalhes do alvo e, inclusive, observamos que não havia pessoas no local, garantindo a segurança durante o lançamento das bombas", explicou o Tenente Coronel Ricardo Laux, Comandante do Esquadrão Hórus, primeira unidade militar do Brasil a utilizar aeronaves do tipo. Toda a missão de reconhecimento foi coordenada a partir do centro de controle, onde um piloto e um operador de sistemas acompanham o voo do RQ-450. O equipamento é quase todo automático, mas o aviador gerencia todas as etapas da missão. "Eu posso simplesmente colocar uma coordenada ou determinar uma rota, mas se eu quiser pilotar ele manualmente, eu assumo o voo", afirmou o Tenente Coronel Laux. As telas são dominadas pelas informações enviadas pelos sensores, geralmente uma câmera colorida com zoom e um sistema de imagem

A aeronave RQ-450 foi empregada pela primeira vez em missão real

FICHA TÉCNICA Peso de decolagem: 450 quilos Comprimento: 6 metros Envergadura: 10 metros Carga útil: 150 quilos Autonomia: até 16 horas Teto operacional: 18.000 pés Velocidade máxima: 170 km/h

por calor. "Para cada atividade existe um detector ideal", disse o Tenente Coronel Laux. Os equipamentos a bordo permitem até localizar pessoas sob copa de árvores e, dependendo da distância, saber se elas estão armadas. "Em certas situações, a aeronave é capaz de detectar ações que já aconteceram, percebendo, por exemplo, o calor que uma aeronave deixou em um local", completou. Durante a Operação Ágata, o Esquadrão Hórus foi deslocado para uma pista escondida no meio da selva. A partir dali, o RQ-450 operou em uma vasta área da região, com um raio de atuação superior a 200 km. Com autonomia de até 16 horas, o avião realizou missões de reconhecimento, vigilância, busca e inteligência. Todas as informações eram transmitidas em tempo real para centros de comando em Manaus e em Brasília.

FIQUE POR DENTRO

Reprodução FAB

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Quase 80 mil pessoas viram as imagens dos ataques realizados pela Força Aérea na Amazônia. Na imagem, uma das bombas lançadas por caças A-29 atinge uma pista clandestina, em imagem de sensor da aeronave R-99.


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MINISTÉRIO DA DEFESA

ACORDO - Brasil e Colômbia assinam plano de segurança para ação conjunta na região de fronteira s governos do Brasil e da Colômbia assinaram em Tabatinga, no início da Operação Ágata, o Plano Binacional de Segurança Fronteiriça, que prevê o combate aos ilícitos na faixa de fronteira entre os dois países, visando ampliar a cooperação em matéria de segurança e desenvolvimento sustentável da Amazônia, bem como o fortalecimento do nível político e estratégico e o atendimento às necessidades básicas da população local. Participaram da cerimônia de assinatura os Vice-presidentes da República do Brasil e da Colômbia, Michel Temer e Angelino Garzón, Ministros da Defesa dos dois países, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil, Wellington Moreira Franco. Estiveram presentes, também, o Comandante Geral do Ar, Tenente Brigadeiro do Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, representando o Comandante da Aeronáutica, bem como os Comandantes do Exército e da Marinha, o General de Exército Enzo Martins Peri e o Almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto. O Vice-presidente da República, Michel Temer, pontuou a necessidade do combate aos crimes transnacionais, relativos ao narcotráfico, agressão ao meio ambiente e contrabando. "Os crimes já não são mais nacionais. Esta conjugação de esforços entre o Brasil e a Colômbia vai permitir precisamente que se combata, com muita eficácia, esta criminalidade. Evidentemente, isso vai revelar uma integração social extraordinária com os povos que vivem nas fronteiras, porque estarão mais tranquilos." O Ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, falou do desafio de controle de mais de 16 mil km de

Fotos: Silva Lopes

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fronteiras terrestres. "Temos uma necessidade de integração internacional a partir de um plano estratégico. A Colômbia é um país irmão e que tem uma perspectiva de controle de fronteiras. Vemos esse acordo não como um acordo isolado, mas pragmático e que servirá de exemplo na perspectiva de somar esforços com países com os quais temos fronteiras.", afirmou. Durante visita da comitiva de autoridades na região de fronteira do Amazonas, o Governo Federal lançou a Operação Ágata 1, na região dos municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira. A operação serviu para o combater o tráfico de drogas, contrabando e/ou descaminho de armas e munições, extração de minerais e

O programa prevê o combate aos ilícitos na faixa de fronteira entre os dois países e pretende ampliar a cooperação em matéria de segurança e desenvolvimento sustentável da Amazônia

madeiras de forma ilegal, tráfico de animais silvestres e biopirataria. A Operação contou com mais de três mil homens das Forças Armadas Brasileiras, além da participação da Polícia Federal (PF), da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Secretaria da Receita Federal (SRF), da Força Nacional de Segurança, entre outras instituições. (Leia mais nas pág.8 e 9)


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TRÁFEGO AÉREO - GERENCIAMENTO

Cindacta III

CINDACTA III (Recife ) implanta modelo de gestão pública

Entre os objetivos estratégicos do programa estão a garantia da segurança das operações aéreas, valorização dos recursos humanos e desenvolvimento de uma cultura de responsabilidade sócioambiental

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Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) começa a colher os resultados do modelo de excelência da gestão pública (MEGP), colocado em prática em 2010. O desempenho das ações do programa já são mensuráveis e refletem em índices de aprovação tanto do público externo, com 96% de satisfação, quanto do efetivo, com 80,50%. O CINDACTA III concorre ao Prêmio da Qualidade e Gestão de Pernambuco (PQGP), Ciclo 2011, cujo vencedor deve ser conhecido em novembro. Em 2012, a organização militar será candidata ao Prêmio Nacional da Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Os objetivos estratégicos do MEGP estão assentados em cinco pontos. O primeiro deles é garantir a segurança das operações aéreas.

Valorizar o recurso humano, buscar o estado de arte nos sistemas tecnológicos, desenvolver a cultura de responsabilidade socioambiental e buscar a excelência na gestão são os quatro outros pilares. Para atingir essas metas, várias ações estão em curso. Os resultados das ações do Programa já começam a ser mensuráveis nos mais diversos setores da unidade. As vítimas de incidentes de salvamento efetivamente localizadas pelo CINDACTA III aumentaram. Passaram de 58, em 2009, para 77 no ano passado. O índice de atrasos nos aeroportos na área do CINDACTA III, superior a 60 minutos, também revelaram queda. No ano de 2008, a taxa era de 7,5%, de um total de 1.103.928 pousos e decolagens. Em 2010, esse número caiu para 3,96% em relação aos 1.447.670 movimentos. “A nossa preocupação foi a de

procurar a colaboração de especialistas, tanto de órgãos públicos e privados quanto das principais universidades do país. Foram organizadas inúmeras conferências com especialistas e formados gestores e auditores que passaram a trabalhar no programa. Foi implantado ainda um sistema de medição, que serve de base para a obtenção da melhoria contínua dos procedimentos, de forma a atender ao objetivo geral de modernizar e racionalizar a estrutura organizacional e os processos administrativos”, explica o Coronel Aviador João Batista Oliveira Xavier, Comandante do CINDACTA III. A responsabilidade social também é uma meta a ser perseguida dentro deste plano estratégico. Uma das ações desenvolvidas nessa esfera é o Programa Segundo Tempo- Forças no Esporte, que atende 160 crianças

e adolescentes carentes na faixa etária de 12 a 14 anos, moradoras do entorno da organização militar. Já na questão da valorização dos recursos humanos, uma das diretrizes é valorizar a atuação do profissional em sua área específica. Na medição feita com o efetivo, o índice de satisfação atingiu a marca de 80,5%. Piloto – O programa piloto do Modelo de Gestão foi implantado primeiramente no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Recife no ano passado, servindo de base para a implantação do modelo no CINDACTA III. Na ocasião, o DTCEA candidatou-se ao Prêmio da Qualidade e Gestão de Pernambuco, conquistando o troféu na categoria bronze. A implantação do MEGP se deu em quatro fases: planejamento, execução, verificação e ações corretivas. O CINDACTA III tem como atribuições o controle do espaço aéreo, defesa aeroespacial, busca e salvamento, meteorologia aeronáutica e informações aeronáuticas. Possui um efetivo de 1.750 pessoas, entre civis e militares. Desse total, 503 possuem nível superior e 74 especialização em nível de mestrado ou doutorado. No ano de 2010, o CINDACTA III registrou, monitorou e apoiou quase 1,5 milhão de movimentos de aeronaves sob sua jurisdição.


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TRÁFEGO AÉREO

SAGITÁRIO - Novo sistema de controle de tráfego aéreo integra dados de satélites e radares O programa desenvolvido no Brasil permitirá o aprimoramento do controle de tráfego aéreo no país, além de contribuir para a elevação dos níveis de segurança operacional

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m software nacional capaz de processar dados de diversas fontes de captação como radares e satélites e consolidá-los em uma única apresentação visual para o controlador de voo. Assim funciona o Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Interesse Operacional, o Sistema Sagitário, que será implantado em todos os quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), e deve substituir o atual sistema X-4000. O novo programa já apoia o controle de tráfego aéreo no Nordeste e Sul/ Sudeste do país. O Sagitário traz várias inovações em relação ao atual programa X-4000. O software permite, por exemplo, a sobreposição de imagens meteorológicas sobre a imagem do setor sob controle, para acompanhar, por exemplo, a evolução de mau tempo em determinada região do país. Os planos de voo também podem ser editados graficamente sobre o mapa possibilitando a inserção, remoção e reposicionamento de pontos do plano e cancelamento de operações, o que permitirá ao controlador acompanhar melhor a evolução do que estava previamente planejado para o voo. Além disso, etiquetas inteligentes, por meio de cores diferentes de acordo com o nível de atenção para o cenário, indicam informações essenciais para o controle de tráfego aéreo. “Esse novo sistema vai permitir que o controlador de voo tenha muito mais ferramentas à sua disposição, de modo que possa, de forma mais objetiva, facilitar a vida do piloto e trazer mais segurança para o próprio operador ao tomar as decisões ou efetuar determinadas autorizações ao

comandante da aeronave. Em termos práticos, para quem viaja de avião, as ações decorrentes do sistema poderão reverter em menor tempo de voo, com consequente economia para a empresa aérea, menor emissão de gases e também acredito que possa refletir no aumento da pontualidade das empresas”, ressalta o presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Especo Aéreo (CISCEA), Brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino. A concepção avançada privilegia também a interação, ao reduzir os comandos de teclado, permitir maior concentração ao controlador e diminuir a fadiga do operador. “O Sagitário permite ao controlador executar todos os comandos necessários e todas as coordenações por meio do mouse. As cores da tela também foram estudadas para que não fossem agressivas nem cansativas”, explica. O Sagitário já está em funcionamento nos CINDACTA II e III, sediados em Curitiba e Recife. Cerca de R$ 9 milhões foram investidos no desenvolvimento do software. Outros cerca de R$ 15 milhões devem ser aplicados na implantação do sistema nas outras unidades de controle de tráfego, assim como para o treinamento dos operadores. Até o final deste ano, o sistema deve ser implantado em Brasília, no CINDACTA I. “Nós estamos no grupo que tem hoje a melhor filosofia de controle. Esse software é muito semelhante aos implementados na Alemanha e na Holanda. O elemento número um de todos os planejadores do controle do espaço aéreo é a segurança. Este item é inegociável. Portanto, eu posso afirmar que é seguro voar no Brasil”, afirma o Brigadeiro Aquino.


Fonte: ATECH/Adaptações CECOMSAER

CINDACTA II

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MISSÃO DE PAZ - HAITI

Militares de Batalhão do Recife retornam de missão inédita

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s patrulhas em Cité Soleil, considerado ainda o bairro mais perigoso da capital Porto Príncipe, no Haiti, foram a rotina mais marcante do cotidiano do primeiro pelotão de Infantaria da Força Aérea Brasileira a participar de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Becos escuros podiam representar ameaça aos militares, contornada com o uso de óculos de visão noturna (NVG, em inglês), treinamento e confiança no grupo. Os vinte e sete militares do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Recife (BINFAE-RF) retornaram ao país no mês passado (15/8), depois de seis meses no Haiti, onde atuaram como pelotão de uma companhia de fuzileiros do Exército Brasileiro. Além da participação em um acontecimento inédito na história da Infantaria da Força Aérea, trouxeram experiência e saudade. As tropas brasileiras lideram a missão de paz da ONU no Haiti, num esforço que começou em 2004 para a estabilização daquele país. Há décadas, os haitianos sofrem com a ação de gangues, com a violência e a pobreza. Desde o início, a FAB apoia a missão por meio de voos regulares, para o transporte de tropas, equipamentos e suprimentos. “Um dos nossos primeiros desafios foram as eleições do país em março. Eram quase sete mil pessoas na área do aeroporto e ficamos responsáveis pela proteção das vias de acesso. Foi uma situação tensa”, recorda o Tenente Marcos Vinicius de Oliveira Pereira, comandante do pelotão. Depois de quatro dias para a realização de exames e avaliações psicológicas, os militares reencontraram a família. “É uma sensação maravilhosa este retorno, ver o seu povo, as pessoas falando a sua língua. A ansiedade da volta foi diferente. A vibração dentro da aeronave era

FOTOS: TEN MARCOS / BINFAE-RF

Pelotão retornou ao Brasil no mês passado (15/8), depois de seis meses de permanência no Haiti; experiência será compartilhada agora pela Infantaria da Aeronáutica, que já enviou um segundo pelotão para participar da missão

Nas patrulhas no bairro de Cité Soleil, em Porto Príncipe, os militares da Força Aérea contavam com óculos de visão noturna (ao lado);

O equipamento possibilita a visão nítida nas patrulhas, sendo um aliado dos militares que patrulham as ruas de Porto Príncipe, em missão de paz da ONU

outra, já que tínhamos a sensação de dever cumprido. A missão foi tranquila porque estávamos lidando com bons profissionais e aplicamos o que aprendemos”, afirma o Sargento Carlos José Ferreira Amigo. Segundo o Comandante do BIN-

FAE-RF, Tenente Coronel Paulo Cezar Pontes, os militares tiveram uma oportunidade única de colocar em prática o que aprenderam no Brasil e, por isso, são considerados multiplicadores de conhecimento para outras unidades. Antes de iniciarem

a missão, o pelotão passou por um intensivo cronograma de treinamento físico, militar e voltado especificamente para a missão. No Haiti, os militares da FAB trabalharam na segurança da região próxima ao aeroporto de Porto Príncipe, onde fica um dos acampamentos para desabrigados pelo terremoto do ano passado. Também atuaram na segurança de representantes de instituições que ajudam na reconstrução do país e na distribuição de alimentos e donativos, entre outras missões. “Treinamento duro, combate fácil. No treinamento a gente viu muito mais coisa do que encontramos na missão”, diz o soldado Paulo André Oliveira Santos. A forte rotina de treinamento nos meses que antecederam o embarque é apontada como fundamental para o êxito do trabalho. No Haiti, tinham de carregar capacete, colete à prova de balas, equipamentos que pesava mais de 20 kg, além de armamento e outros equipamentos, em patrulhas que duravam cerca de quatro horas, sob temperaturas 40º C. “Já vou começar a estudar para fazer a prova para a Especialista (Escola de Especialistas de Aeronáutica)”, afirma o soldado Vitor Hugo Nascimento, que esteve no Haiti e que pretende seguir carreira como militar. Os militares afirmaram que o que facilitou a missão de paz no Haiti é o reconhecimento do contingente brasileiro. Muitas situações foram resolvidas pela intermediação do pelotão junto à população local. “Os brasileiros são muito queridos, os haitianos reconhecem a nossa farda e, quando a gente passa, eles gritam “Força Aérea”, por causa da presença do Hospital de Campanha (HCAMP) durante o terremoto. É um povo muito alegre, mesmo com tantos problemas”, destaca o Cabo Waldomiro Farias.


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Fotos: SGT Rezende / CECOMSAER

EMOÇÃO - Militares que participaram de missão histórica reencontram família após seis meses no Haiti

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o dia dos pais, ela ficou me perguntando quando o seu pai (Cabo Felipe Queiroz) chegaria. E eu dizia que ele já estava chegando, mas ela virava pra mim e dizia ‘todo dia você fala que ele está chegando e ele não chega! É mentira sua!’. Mas hoje, sim, ele chegará", disse a esposa, Cláudia Tabosa. O militar chegou para felicidade da pequena Letícia, de 4 anos. Da mesma forma, Felipe, 12, vibrou com o retorno do pai, o Cabo Waldomiro Farias (foto acima). Os reencontros foram movidos pela surpresa. Os pais foram até à escola deles e o abraço foi demorado. Ainda na sala de aula, Letícia e os colegas cantaram uma música que

haviam aprendido em homenagem ao dia dos pais e, finalmente, o pai Queiroz ouviu a canção que há muito era ensaiada. Na escola do filho mais velho, outra surpresa e mais emoção. Chamado à frente para conversar um pouco sobre o que o pai fazia no Haiti, Felipe pôde gravar uma mensagem para ele. Ao olhar para trás, viu que aquela mensagem poderia ser dita pessoalmente. “Agora eu não soltarei ele nunca mais", disse o menino ao abraçar o pai. Os militares foram liberados após a realização de exames médicos e de avaliação psicológica prevista. A expectativa é muito grande. Só se sabe como é, quem está passando por

ela”, afirma Zélia Maria Veloso Araújo, mãe do Soldado Neyjair França. Para ela, o fato de o filho ter ajudado os haitianos é motivo de orgulho. “Era muita alegria porque ele foi em uma missão de paz e eles [haitianos] estavam precisando dele mais do que eu”, afirmou, antes de reencontrar o filho que integrou o primeiro pelotão da FAB no Haiti. “Foi uma oportunidade única de entrar em contato com os haitianos e ajudar a minimizar um pouco o sofrimento de uma realidade tão difícil”, disse o Sargento Gustavo Freitas, que embarcou logo depois de descobrir que seria pai (foto acima). “Com a missão no Haiti, houve

um crescimento pessoal no contato com outras experiências de vida, em um país diferente, com pessoas muito necessitadas, e isto eles vão lembrar para o resto da vida. Na parte profissional, eles colocaram em prática lições que aprenderam no Brasil. O pelotão sempre estava atento a como agir com a população”, disse o Tenente Coronel Paulo Cezar Pontes, comandante do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Recife. No mês passado, outros 27 militares, todos do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Manaus, embarcaram para um período de seis meses no Haiti. É a segunda missão desse tipo na história da Força Aérea.


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LEGISLAÇÃO - SAIBA MAIS

A nova política de comunicação social da Aeronáutica

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rojetar e preservar a boa imagem da Força Aérea Brasileira no âmbito da sociedade e da comunidade internacional. Adequar e integrar a atividade de comunicação social ao preparo e emprego da FAB. Garantir a credibilidade e a transparência nos atos promovidos pela instituição, salvaguardados os assuntos de segurança nacional. Esses são os três objetivos da nova diretriz que estabelece a política de comunicação social da Aeronáutica (DCA 1421/2011), publicada no Boletim do Comando da Aeronáutica nº 129, de 8 de julho de 2011. Toda legislação relativa ao assunto passa por revisão. Segundo o documento elabo-

rado pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), quanto maior for o conhecimento sobre as atividades realizadas por um órgão público, sobre a abrangência e relevância de suas ações, mais ele gozará do reconhecimento e respeito da sociedade. “Para que uma instituição possa atender aos próprios interesses e, ao mesmo tempo, satisfazer os anseios da sociedade, deve adotar uma política de comunicação que esteja alicerçada em princípios éticos e morais, ou seja, voltada para a responsabilidade social”, afirma a DCA 142-1. A nova política tem como fundamentos legais a Constituição, o

Estudantes do ensino médio podem participar de concurso de redação

DICA DO MÊS

decreto nº 6.555/2008 (Ações de Comunicação do Poder Público Federal), a DCA 14-5 (Política Militar da Aeronáutica) e DCA 1-1 (Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira). “As ações de comunicação social da Aeronáutica devem ter o objetivo primordial de sensibilizar a sociedade brasileira acerca da importância da sua Força Aérea, como órgão responsável pela garantia dos interesses nacionais e da integridade territorial do Brasil”, conforme o capítulo que trata da “Concepção Geral da Política”. NOVIDADE – No mesmo pacote, o Regulamento do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (ROCA

21-38/2011) foi atualizado, com a incorporação do conceito de comunicação integrada para as ações do CECOMSAER. A unidade passa a contar com três divisões: Comunicação Integrada (coordena as ações, estratégias e produtos de comunicação social), Comunicação Corporativa (assessora no planejamento estratégico das ações de comunicação e coordena as atividades dos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica) e Apoio à Comunicação (presta apoio logístico e de serviços necessários ao funcionamento do CECOMSAER). Saiba mais: www.cecomsaer. intraer (SISCOMSAE/MIDIATECA)

Centro de Convenções oferece estrutura moderna para o público

SGT Rezende / CECOMSAER

O

concurso de redação do Senado Federal chega à quarta edição com o tema “O Brasil que a gente quer é a gente quem faz”. Podem participar estudantes do ensino médio de escolas públicas estaduais e do Distrito Federal. Os melhores textos serão selecionados pelas escolas e encaminhados para as respectivas Secretarias de Educação até o dia 30 de setembro. Até 21 de outubro, o Senado receberá a redação que representará cada Estado. Uma comissão composta por servidores do Senado e por um integrante do Conselho Nacional de Secretários de Educação vai eleger a melhor redação do país. “Originalidade, ineditismo, concordância e ortografia serão os principais critérios avaliados”, diz a coordenadora de eventos da Secretaria de Relações Públicas do Senado, Márcia Yamaguti. Os 27 finalistas vão ganhar notebooks e farão parte do Programa Senado Jovem Brasileiro. O regulamento do concurso nacional de redação do Senado Federal está no site www. senado.gov.br/concursoredacao.

L

ocalizado no bairro de Ondina, um dos mais tradicionais da orla de Salvador (BA), o Centro Militar de Convenções e Hospedagem de Salvador (CEMCOHA) oferece uma infraestrutura completa para eventos, cursos de capacitação e hospedagem de militares da Força Aérea Brasileira. O projeto arquitetônico e executivo da Diretoria de Engenharia (DIRENG) remete a um avião, com os prédios divididos nas duas Asas, a Norte e a Sul.

“O grande diferencial do CEMCOHA é a mão de obra especializada, treinada e motivada a oferecer serviços e atendimento de qualidade e excelência, conforme padrões universais de Hotelaria e de Convenções”, explicou o administrador do local, Coronel Murilo Romualdo Viana Filho. O Centro de Convenções conta com um auditório de 173 lugares, 70 apartamentos com frigobar, ar condicionado e restaurante.

Mais informações sobre a realização de eventos e hospedagens:

Centro Militar de Convenções e Hospedagem de Salvador Endereço: Av. Oceânica s/n, Ondina, Salvador/BA, CEP 40.170-010. Telefones: (71) 3023 9700 (PABX) (71) 3023 9735 (Gerência) Reservas: cemcoha@gmail.com


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ESPORTE

Base Aérea de Brasília inicia atendimento de crianças no Programa Segundo Tempo/Forças no Esporte

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erca de 100 crianças de rede pública de ensino do Distrito Federal terão acesso à prática esportiva na Base Aérea de Brasília (BABR). Elas integram o Programa Segundo Tempo/ Forças no Esporte (Profesp) e irão participar de aulas de natação, karatê, futebol de campo e vôlei. Antes da solenidade militar, realizada no dia do início do programa, as crianças conheceram a Presidenta da República, Dilma Roussef, que estava na BABR para viajar no avião presidencial. Antes de embarcar, ela conversou com as crianças. “Estão todos muito entusiasmados e felizes por poder receber essas crianças aqui. A quantidade de voluntários dentro do nosso efetivo, para participar do programa, superou em muito o número de vagas”, afirma o comandante da BABR, Coronel Aviador Geraldo Corrêa de Lyra Junior. “Pretendemos levar cidadania a essas crianças e, da vida militar, vamos passar valores como patriotismo, força de vontade e coragem”, explica o comandante do Grupo de Serviços de Base da BABR, Major Aviador Marcello Lobão Schiavo. “Vou aproveitar muito essa oportunidade”, explica Heloísa de Souza Falcão, de oito anos, que estava ansiosa para participar das aulas de natação. Os primeiros contatos que ela teve como os militares da Força Aérea já despertaram na estudante futuros sonhos profissionais. “Quero participar da Base Aérea quando crescer. Até brinco de ser militar quando estou em casa”, diz Heloísa, estudante da Escola Classe Ipê, localizada no Parkway e que, desde o dia 8 de agosto, participa das atividades do programa. “Nossa escola funciona em horário integral, mas não temos a oportunidade de oferecer esses esportes

S2 PALMÉRIO / BABR

Crianças foram apresentadas ao efetivo da unidade no dia 10 de agosto e tiveram contato com a Presidenta da República, Dilma Roussef; participantes terão atividades esportivas dentro da unidade e supervisão de voluntários

Antes de embarcar em viagem oficial, a Presidenta Dilma Roussef cumprimentou as crianças do projeto

para eles”, ressalta a vice-diretora do colégio, Benedita de Almeida da Fonseca. As aulas são realizadas no Clube dos Cabos, Soldados e Taifeiros de Aeronáutica. Segundo Benedita, o espaço físico e a disponibilidade de profissionais capacitados na área de esportes estão entre os pontos fortes do programa da unidade. O grupo de instrutores, composto em sua maioria por militares do efetivo da BABR, conta com o atual campeão mundial de karatê, o S2 Thalys Graciliano Gomes, que conquistou o título na categoria absoluto, para lutadores de 18 a 34 anos. “Fico emocionado de participar de um projeto como esse. Quem sabe

se daqui sairá um campeão”, afirma. Um dos alunos do S2 Graciliano, Guilherme Vieira Tavares da Silva, de oito anos, estava animado para a primeira aula. “Acho que vamos aprender muito com ele. Também, as aulas de karatê têm muitas brincadeiras e sei que vou gostar.” O Programa Segundo Tempo/ Forças no Esporte é realizado por meio de uma parceria entre os Ministérios da Defesa, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Busca proporcionar cidadania e inclusão social, através da prática de esportes, a crianças e adolescentes em situação de risco social. As atividades são promovidas depois

das aulas da escola. Na Base Aérea de Brasília, integram o programa crianças de oito a dez anos. Elas participam de aulas de natação, karatê, futebol de campo e vôlei em três dias da semana. Além disso, também recebem o apoio de alimentação e transporte. Antes do início das atividades físicas, todos os participantes passaram por uma avaliação de saúde realizada por médicos da BABR. “É um exame para a prática esportiva. Vemos se a criança está apta ou não para atividade física. Também preenchemos a ficha de antecedentes de saúde”, afirma a Aspirante Médica Mariana Dietz, voluntária do projeto.


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ACONTECE NA FAB

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enado Federal homenageou o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Embraer, por seus 42 anos, e o ex-presidente da empresa Coronel Ozires Silva, militar reformado da Força Aérea Brasileira (FAB), que liderou a equipe que projetou e construiu o Bandeirante – o primeiro avião brasileiro – e participou da fundação da Embraer. Estiveram presentes na solenidade o diretor-geral do DCTA, Tenente Brigadeiro do Ar Ailton dos Santos Pohlmann, o Reitor do ITA, Tenente Brigadeiro do Ar Reginaldo dos Santos, além de oficiais generais e militares da Força Aérea. A sessão solene foi uma proposição dos senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Cristovam Buarque (PDT-DF), que em seus discursos prestaram homenagem a instituições da

Aeronáutica e a Ozires Silva."Essa foi uma homenagem bastante devida ao Coronel Ozires Silva e à Embraer, que nasceu no DCTA. Esta é uma prova de que a Aeronáutica tomou o caminho certo ainda na década de 40, data da sua criação, e hoje o Brasil reconhece esse feito”, afirmou o diretor do DCTA. “Vejo essa homenagem com grande emoção. Primeiro, por ter me formado no ITA; segundo, por estar ao lado do Coronel Ozires Silva, que hoje, aos 80 anos, ainda é uma figura maravilhosa. Este é um reconhecimento do enorme trabalho que se faz nesta escola que contribui de forma significativa para a tecnologia nacional”, ressalta o Reitor do ITA, Tenente Brigadeiro do Ar Reginaldo dos Santos. O último a discursar foi o Coronel Ozires Silva, principal homenageado da tarde. Emocionado, ele agradeceu à FAB pelo investimento em

Domingo Aéreo na Academia da Força Aérea reúne mais de 50 mil pessoas

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erca de 53 mil pessoas acompanharam o tradicional Domingo Aéreo da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). O evento aconteceu no mês passado. As aeronaves militares F-2000, A-1, AT-26, A-29, F-5, C-105 A, CH-34, R-99, P-95, T-25, T-27, aeronaves do Clube de Voo à Vela da AFA, entre outras, dos diversos esquadrões da Força Aérea participaram de sobrevôos e ficaram em exposição. As aeronaves civis também marcaram presença com shows aéreos da Esquadrilha BR Aviation, aeronaves BEM-145, ATR, Bucker, Decathlon e Extra 200, além das apresentações de aeromodelos e de diversas outras em exposição estática. Houve uma exibição da Esquadrilha da Fumaça (EDA).

O evento contou com a participação do Hospital de Aeronáutica de São Paulo (HASP), com um estande institucional e uma equipe de profissionais atendendo o público em geral. Também garantiram o entretenimento do público as seguintes atrações: espaço plastimodelismo, exposição de carro de combate do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, estande da Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga (FAYS), estande do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), apresentação do Pelotão de Cães de Guerra da AFA, Projeto Kerovoar, brinquedos infláveis, Federação Brasileira de Boomerang, apresentação da Banda de Música da AFA e ampla praça de alimentação.

CB SILVA LOPES / CECOMSAER

SENADO - Parlamentares homenageiam DCTA, ITA e Ozires Silva, pioneiro da Embraer

Cerimônia no Senado homenageou o ITA e o DCTA em Brasília

um ensino de qualidade. “Só vamos transformar esse país nos dedicando à educação. O conhecimento é o diferencial para o desenvolvimento

futuro de uma nação”. Ao final do discurso, foi aplaudido de pé por todo o plenário.

Aniversários de unidades Terceira Força Aérea (III FAE) – Responsável pelas Aviações de Caça e de Reconhecimento, comemorou 20 anos no dia 5 de agosto, em cerimônia realizada em Brasília e que contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito. Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington (CABW) – Comemorou 66 anos no dia 19 de agosto. A unidade foi criada em 1945, e tem por missão “centralizar, dentro de sua área de atuação, as atividades logísticas de apoio e de serviços, a administração de acordos, ajustes e contratos” sendo um importante elo do sistema logístico da Força Aérea. Base Aérea de Belém (BABE) – Celebrou o 67° aniversário no dia 19 de agosto, com a realização de

cerimônia militar presidida pelo Comandante do Primeiro Comando Aéreo Regional, Major Brigadeiro do Ar Odil Martuchelli Ferreira. Base Aérea de Recife (BARF) – Celebrou 70 anos no dia 28 de julho. A trajetória da unidade começa na década de quarenta, na Segunda Guerra Mundial. Esquadrão Cardeal (4°/7° GAV) - Completou 13 anos no dia 4 de agosto, em cerimônia presidida pelo Comandante da Segunda Força Aérea, Brigadeiro do Ar José Alberto de Mattos, no Rio de Janeiro. Esquadrão Pégaso (5º ETA) – No dia 15 de agosto, completou 42 anos. Sediada em Canoas, no Sul do país, a unidade transporta tropas e carga em operações militares.


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DICAS DE SEGURANÇA ORGÂNICA - Inteligência

Recomendações sobre credenciamento de segurança para a proteção do conhecimento no pessoal Para a atividade de Inteligência, a proteção do conhecimento no pessoal compreende um conjunto de medidas destinadas a assegurar comportamentos do público interno, adequados à salvaguarda de conhecimentos e de dados sigilosos. Conheça alguns procedimentos e cuidados sobre credenciamento de segurança que devem ser observados:

1) Tenha sempre em mente que a Credencial de Segurança só é válida para o trato de assuntos referentes à função na qual ela tenha sido solicitada.

3) Nunca forneça dados, informações ou conhecimentos considerados sigilosos para pessoas que não tenham a necessidade de conhecêlos.

2) Identifique os setores onde são manuseados documentos sigilosos ou tratado assuntos sensíveis e mantenha o controle das Credencias de Segurança do pessoal que ali trabalha.

4) Sempre avalie a sensibilidade de cada função e solicite a Credencial de Segurança no Grau de Sigilo correspondente.

7) Nunca permita que pessoas tenham acesso a áreas, documentos e assuntos sigilosos sem o devido Credenciamento de Segurança.

5) Nunca espere o vencimento da Credencial de Segurança para dar início ao processo de renovação. Lembre-se que o prazo para renovação da Credencial de Segurança deverá ser de, no mínimo, sessenta dias antes da data de validade da Credencial de Segurança.

8) Lembre-se: nunca o acesso a assuntos sigilosos dependerá do posto, graduação ou cargo, mas sim da função exercida!

6) Exija que o credenciado assine o Termo de Compromisso de Manutenção de Sigilo antes de ter acesso a áreas, documentos e assuntos sigilosos. 9) Deverá ser solicitada a suspensão da Credencial de Segurança sempre que: - o credenciado for transferido de função ou da Organização Militar que solicitou o credenciamento original; - o credenciado deixar de pertencer ao serviço militar ativo; e - houver término de vínculo empregatício do credenciado com a empresa

contratada pelo COMAER. 10) Nunca deixe de informar ao CIAER, por meio de Mensagem Telegráfica Criptografada, a suspensão de Credencial de Segurança de seus subordinados. Fonte: Centro de Inteligência da Aeronáutica


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FARDAMENTO - VOCÊ SABIA?

Indústria nacional fornece farda camuflada de alta tecnologia Testes realizados com fardamento original mostram que tecido fica “invisível” devido a exclusivo padrão de camuflagem, mesmo se observados com óculos de visão noturna; veja as imagens de

O

s uniformes de campanha da Força Aérea Brasileira (FAB) possuem um exclusivo padrão de camuflagem que dificulta a visualização do militar que se desloca dentro de uma mata ou floresta. O que pouca gente sabe é que, além de ser muito difícil de se ver a olho nu, o uniforme é quase invisível quando focalizado por sistemas de visão infravermelho, ou óculos de visão noturna. “Esses óculos são largamente utilizados em conflitos modernos, e ter a capacidade de não ser visto por eles é uma vantagem operacional importante”, explica o Coronel Intendente Sidney Francisco de Paulo, que participou do processo de implantação do uniforme. Para chegar a esse resultado, o tecido, que é produzido no Brasil, passa por um processo químico que confunde os raios emitidos pelos óculos de visão noturna. “Essa tecnologia anti-infravermelho coloca o uniforme da Força Aérea entre os mais avançados do mundo”, afirma o Brigadeiro Intendente Eurico Jorge de Lima, Subdiretor de Abastecimento da FAB. Anualmente, a Força Aérea fornece cerca de 85 mil conjuntos de uniformes camuflados para seu efeti-

Os uniformes de campanha possuem exclusivo padrão de camuflagem que dificulta a visualização

Na primeira imagem, uma amostra de tecido e, do lado direito, o teste realizado com equipamento de visão noturna (NVG): o material aparece misturado à paisagem

vo. Cerca de 38 mil militares recebem o fardamento gratuitamente em quantidades que variam em função da região do país.

Os militares com grau hierárquico a partir de terceiro sargento adquirem o uniforme exclusivamente nos postos regionais de venda de

fardamento da Aeronáutica. Todo o material é produzido e confeccionado por empresas brasileiras e adquirido por meio de licitações.


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