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9 - A Nova S e d e da Escola

1919 - ano da criação da Escola de Aviação Militar, no Campo dos A fo nsos. 1941 - ano da criação da E scola de Aeronáutica. 19 - X - 1901 - data na qual Santos-D um o n t , ao contornar a Torre Eiffel, em Paris, com o seu balão n O 6, obteve o controle da dirigibilidade aérea. 23 - X - 1906 - d ata do primeiro vôo com aparelho mais p e sado que o ar, realizado p or Santos-D umont, com o 14-Bis, n o Campo d e B agatelle, e m Paris, q u e foi a ssim m u ndialmente consagrado com o o Pai da A viação.

A expressão latina M acte Animo! Generose Puer, sic itur ad astra trata-se de um verso do poema Thebaida, de autoria do p oeta latino Publius Papiniu s Tatius; ligeiramente modificada, a m e sma expressão aparece n o verso 641 , IX, do p o e m a Eneida, de Virgilio. É u m a exortação dirigida aos

cadetes do ar: Coragem! É assim, nobre jovem, que se vai aos astros, significando que a coragem conduz à imortalidad e .

9 - A Nova Sede da E scola (73)

E m 23 de janeiro de 1942, o B o letim n O 2 do Ministério da Aeronáutica p ublicava o Aviso 16, designando u m a Comissão (la fim de estudar as

possibilidades da instalação da Escola de A eronáutica no Estado de São Paulo." Compuseram essa Comissão: Tenente-Coronel Aviador H enrique R aym undo D yott Fontenelle , M ajores Aviadores Clóvis Monteiro Travassos , Nelson Freire Lavenere-Wan derley e D ario Cavalcanti d e Azambuja e C ap itão Aviador D oorgal B orges. E m maio de 1942, por D e sp acho do dia 25, o Major M édico Edgard Corrêa de Mello veio integrar-se à C o m issã o , sendo que o texto d esta última designação mencionava "comissão para pro

ceder à escolha do novo local para a sede da Escola de Aeronáutica".

O fato era que o grande increm ento na instrução de vôo do Campo dos Afo n so s p assou a constituir problema sério, e m face do elevado n úmero de cadetes m atriculados n a E scola, apó s a criação do Ministério da Aeronáut ica. Se bem atentarmos, o próprio CPOR teve sua atividade aérea a fastada dos A fo n so s , ficando d ividida entre G aleão, São Paulo e Porto Alegre. É interessante conhecermos as razões da mudança da E scola, apresentadas p or um abalizado integrante da Comissão, o então Major A viador Lavenere-Wanderley:

"Logo em 1942, ficou evidente que o Campo dos Afonsos e a área do então Distrito Federal não tinham condições topográficas e meteorológicas para o desenvolvimento de uma Academia do Ar destinada à formação dos oficiais aviadores; além disto, a proximidade da cidade do R to de Janeiro com o seu pesado tráfego aéreo comercial e a ausência de campos de aviação auxiliares impunham grandes limitações à instrução aérea; a ausência de residências na proximidade do local de trabalho trazia como conse-

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qüência um horário e um regime de trabalho de pouco rendimento. "

E m 27 d e julho de 1 942, a Comissão apresentava o relatório d e seus estudos que , pela importância de seus dados e p elo valor h istórico que rep resenta, é cabível transcrever aqui:

222 o Território Nacional foi dividido em seis p artes, excluindo a Amazônia e o Norte do Estado de Mato Grosso,por serem dem asiadamente afastados e desprovidos de recursos.

Foram estudados: - o Nordeste - o Litoral entre os Estados do Espírito Santo e do Paraná - o EStado do R io Grande do Sul - o Planalto Central - o Planalto São Paulo-Minas - Campo Grande e seus arredores, no Estado de Mato Grosso O estudo comparativo destas regiões, relativamente às vantagens e desvantagens que oferecem para instalação de uma Escola de A eronáutica, demonstra o seguinte:

Nordeste

Vantagens: - boas condições atmosféricas - boa altitude - boa topografia

D esvantagens: - grande afastamento dos centros importantes - deficiência de vias de comunicações - clima p ouco favorável - vias m arztimas sujeitas a interrupções p or ataques de forças hostis

Litoral entre os Estados do Espzrito Santo e do Paraná

Vantagens: - boa altitude -boas vias de comunicações entre R io e São Paulo ,fora do liloral - p roximidade de centros importantes (Rio e São Paulo)

D esvantagens: - condições atmosféricas desfavoráveis, sujeitas às fonnações oro gráficas

Depois de examinados, a Comissão opinou, unanimemente, por Campos A ltos, em Piraçununga, pelas grandes possibilidades que oferece a área utilizável, pela natureza do solo, pela excelência do piso, pela drenagem natural, pela facilidade de adaptação, pela possibilidade de construção de campos auxiliares nas imediações e pelo reduzido preço de custo. A lém destas vantagens, Campos A ltos satisfaz todas as seguintes razões, primordiais para a instalação de uma Escola de A eronáutica: - de ordem técnica - de ordem técnico-econômica - de ordem econômica - de ordem sanitária As razões de ordem técnica acima, por ordem de importância,foram: - meteorologia - altitude - topografia - dimensão da área utilizável As de ordem técnico-econômica: - vias de com unicações - proximidade de grandes centros As de ordem econômica: - preço de custo - adaptação do local A s de ordem sanitária: - clúna - saneamento'"

E m face desse Relatório, o D ecreto-Lei 4 .968, de 1 8 de n ovembro d e 1 942, definiu os limites da área a ser desapropriada p elo G overno do E stado d e São Paulo p ara a nova sede da E scola de Aeronáutica , "a ser oportunamente construída" (SIC) a leste da cidade de Piraçun u nga. Limite n orte: R ib eiro da Barra; limite sul: Água do Potreiro; limite oeste : linh a q u e liga a s nascentes do R ibeiro da Barra e d o Água do Potreiro; limite leste: R io M ojiguaçu.

E mb ora a m udança de sede para a n ova área fosse de magna importância, basicam ente e m função do congestionamento aéreo nos A fonso s q u e a instrução d e vôo vinh a cau sando, o empreendimento afigurava-se bastante disp e ndioso , o que veio a retardar o início do p rojeto de construção das instalações para a m udança da E scola . Mesmo assim, ainda durante o p eríodo da Segunda Guerra Mundial, foram iniciados seis hangares , dando começo às n ovas instalações da futura E scola .

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Fig. 111-A - Cadetes do A r em um dos uniformes da época

Fig 111-B - Outro aspecto da instrução no Pavilhão de A erotécnica Militar

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