Experiência Um dos grandes legados da missão no Haiti, ou seja, a experiência real de contato direto com a população, tem sido utilizado em grandes eventos. Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, por exemplo, foi criado, pela primeira vez na FAB, o Batalhão de Infantaria da Garantia da Lei e da Ordem. O contingente foi composto por militares de diversas localidades do País. Da região Norte incorporaram efetivos de Boa Vista (RR), Porto velho (RO), Manaus (AM), Alcântara (MA) e Belém (PA). Do Sudeste e Centro-Oeste, militares de São Paulo (SP), Pirassununga (SP), Guaratinguetá (SP), São José dos Campos (SP), Anápolis (GO), Brasília (DF) e Campo Grande (MS). Já do Sul, militares de Canoas (RS), Santa Maria (RS) e Florianópolis (SC). Entre os dias 24 de julho e 19 de setembro, os cerca de 500 infantes participaram de patrulhamento nas ruas da capital fluminense e também nos dois saguões do Aeroporto Internacional Tom Jobim. “Muitos integrantes do Batalhão já estiveram no Haiti e tiveram a chance de colocar em prática a experiência adquirida naquela missão de paz. Essa operação no Rio de Janeiro foi importante para aperfeiçoarmos doutrinas e procedimentos”, afirma o Coronel de Infantaria Alexandre Okada, comandante do Batalhão de Infantaria GLO. Além de todo o ganho operacional, a experiência no Haiti também deixou outras marcas em quem participou da missão. Viver, mesmo por um curto período de cerca de seis meses, em um país com graves problemas de infraestrutura, distante da família e como uma cultura totalmente diferente trouxe novos sentidos de vida a muitos militares. É o caso do Sargento Thiago Torres de Moura. Ele esteve no Haiti em 2011, como integrante do BINFAE-MN. A esposa estava grávida na época e a filha nasceu quando o militar estava engajado na missão. “Certamente foi uma experiência muito marcante poder ajudar o povo haitiano. A gente passa a valorizar as pequenas coisas do dia a dia nas quais antes nem prestávamos atenção. Acredito ter voltado melhor como pessoa após essa estada no Haiti. Um aprendizado único”, explica o Sargento Thiago.
Ten Enilton Kirchhof / Agência Força Aérea
2013, após o retorno ao Brasil no fi nal do ano de 2012. Mesmo passados três anos, ele não esquece da missão mais emocionante de sua vida. “Lembro-me como se fosse hoje. Nunca imaginei passar por uma situação como essa. Estávamos preparados para prestar esse auxílio. Foi inesquecível”, diz o ex-militar.
Militares da FAB em patrulhamento no Aeroporto Internacional Tom Jobim durante a Olimpíada Rio 2016 Aerovisão
Out/Nov/Dez 2016
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