Aerovisão Aeronaves Históricas
Mirage III – O primeiro Nos anos 70, pilotos e especialistas foram treinados na França para operar a primeira aeronave militar brasileira a voar além da velocidade do som. Aeronave despediu-se no final do ano de 2005 Por Tenente-Jornalista Alessandro Silva De Brasília (DF)
“E
ra muito diferente do que a gente estava acostumado. Se bem que não se sente que está voando supersônico, a não ser pela loucura que dá nos instrumentos quando se quebra a barreira do som. Na volta é que se leva um tranco”. A lembrança é do Coronel-Aviador Antônio Henrique Alves dos Santos, comandante do grupo, falecido no ano passado, que introduziu no país o Mirage III, o primeiro caça da Força Aérea Brasileira (FAB) a voar além da velocidade
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do som. Até 1973, a defesa do país era feita com jatos subsônicos. Para entender o que é o voar acima da velocidade do som e o que isso representou para a FAB naquele momento, basta comparar que um voo comercial hoje, no trecho entre Brasília e São Paulo, dura uma hora e meia, um caça Mirage III, em um exemplo apenas ilustrativo, faria o percurso em 30 minutos voando a toda velocidade (Mach 1.5). O Coronel Antônio Henrique
foi ouvido pela Aerovisão em 2005, quando da desativação dos Mirage III. Nos Anos 70, ele liderou os “Dijon Boys”, como ficaram conhecidos os primeiros pilotos a serem treinados na França, na base aérea de Dijon, para operar os então modernos e rápidos caças-bombardeiros F-103. Até aquele momento, o oficial da FAB já havia voado 43 tipos diferentes de aeronaves da FAB, entre elas os jatos e o lendário P-47 Thunderbolt usado na Segunda Guerra.