Aerovisão 262

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Out/Nov/Dez - 2019 Nยบ 262 - Ano 46



ARTE: SubdivisĂŁo de Publicidade e Propaganda / CECOMSAER


Plano de voo Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea

Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea

Edição nº 262 Ano 46 Outubro / Novembro / Dezembro - 2019

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ENTREVISTA

Comandante de Preparo

Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral fala sobre o atual momento operacional da FAB

OPERACIONAL

EXOP Tinia

Exercício Operacional Tinia adestra Unidades Aéreas para atuação em conflito regular

EXPEDIENTE

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Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Paulo César Andari

Diagramação: Suboficial SDE R1 Cláudio Bomfim Ramos

Vice-Chefe do CECOMSAER Coronel Aviador Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.

Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER).

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador André Luís Ferreira Grandis

Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana

Tiragem: 18 mil exemplares.

Período: Outubro / Novembro / Dezembro 2019 - Ano 46 Contato: redacao@fab.mil.br

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Aerovisão

Edição: Tenente Jornalista Felipe Bueno de Andrade (MTB 5913/PE) Tenente Jornalista Jonathan Jayme (MTB - 2481)

Distribuição Gratuita Acesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao Impressão: Gráfica Pallotti ArtLaser.


SAAB

Veja a edição digital

OPERACIONAL

Infantaria da Aeronáutica

Ao completar 78 anos de existência, encontra-se em um momento de consolidação de nova concepção e centralização de atividades

Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

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24 NOVAS AERONAVES

KC-390 e F-39 Gripen

FAB recebe primeira unidade da aeronave multimissão e novo vetor de caça é apresentado na Suécia

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ESPORTES

Jogos Mundiais Militares Atletas da FAB buscam consolidar o Brasil como uma das potências do desporto militar na China

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CÃES DE GUERRA

Animais atuantes na FAB

Cães são empregados na Força Aérea na segurança de grandes eventos, aeroportos e competições, dentre outras atividades

MEMÓRIA FAB

60 anos da Ponte Aérea RJ - SP

Rota doméstica mais movimentada do Brasil completa seis décadas de bons índices e inovação no controle do espaço aéreo

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Aos Leitores SOMOS A FORÇA AÉREA BRASILEIRA A nova edição da revista Aerovisão marca o período final do ano de 2019. É importante que cada militar da Força Aérea Brasileira (FAB) possa ver, nas matérias desta publicação, a consolidação de projetos de sucesso, desenvolvidos pela FAB e pelo Ministério da Defesa. Esperamos que você desfrute da leitura e se atualize sobre os temas relativos ao trabalho da nossa Força, em prol da sociedade. Esse periódico traz uma entrevista com o Comandante de Preparo, TenenteBrigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral, que fala sobre os principais avanços na operacionalidade da FAB, destacando aspectos relacionados ao KC-390, com a primeira unidade já entregue, e o F-39 Gripen, que realizou seu primeiro voo em setembro passado. Ainda, o Exercício Operacional Tinia representa a solidificação de mais um treinamento elaborado pela FAB. E o que seria melhor para adestrar Esquadrões e Unidades de Infantaria do que um cenário em consonância com o que é treinado por forças armadas em todo o âmbito internacional? Outro projeto que merece destaque, desenvolvido pelo Ministério da Defesa e aplicado nos Jogos Mundiais Militares, é o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas. Nesse contexto, o Brasil se tornou uma das três maiores potências do desporto militar mundial, impulsionado pela atuação dos representantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira nas equipes. Além disso, a Aerovisão apresenta uma abordagem sobre algumas atuações da Infantaria da Aeronáutica, que comemora 78 anos de existência em 2019, bem como uma celebração dos 60 anos da Ponte-Aérea Rio-São Paulo. Dessa forma, o trabalho de homens e mulheres que integram a FAB, no êxito de suas ações, é reconhecido. Pois somos a Força Aérea Brasileira. Boa leitura!

Brigadeiro do Ar Paulo César Andari Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

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“Nossa capa: A primeira unidade da aeronave multimissão KC-390 foi entregue no início de setembro, na Ala 2, em Anápolis (GO), onde ficará sediada. O KC-390 foi desenvolvido para atender aos requisitos operacionais da FAB. Foto do Soldado Thallys Amorim


Palavras do Comandante

O FUTURO É AGORA Sinto-me honrado por estar à frente da Força Aérea Brasileira neste momento, em que são consumadas a entrega da primeira aeronave multimissão KC-390 e a apresentação do F-39 Gripen. Tais acontecimentos são produtos de dois valores intrínsecos à FAB: a irredutível crença na capacidade da indústria nacional, que, em 1968, fez decolar o Bandeirante; e a busca de soluções por meio do intercâmbio de ideias e conhecimentos. O KC-390 consiste de um sonho que se transformou em exuberante feito no dia 4 de setembro de 2019. Um projeto que nasceu em 2013 e, hoje, representa um salto tecnológico. O esforço conjunto do Estado-Maior da Aeronáutica, do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, do Comando de Preparo e da Embraer, dentre outros atores, materializou-se em um vetor multifunção estratégico, que levará nossa bandeira aos cinco continentes. A cada decolagem do novo avião, consolidar-se-á a inquebrantável esperança em uma Força Aérea pujante, moderna e atuante. Sob suas asas, continuaremos a levar o alento a enfermos, apoiar a população em situações de calamidade e transportar o progresso e a esperança para os lugares mais longínquos, unindo sotaques e culturas do Brasil. Ainda em setembro, a apresentação do F-39 Gripen marcou um projeto com requisitos específicos e rigorosos. O vetor ultrapassa a barreira de uma mera aquisição, colocando o Brasil na posição de parceiro em um programa de alta tecnologia, levando modernos horizontes a nossa Base Industrial de Defesa (BID). As capacidades do Gripen NG permitirão o cumprimento de uma extensa gama de Ações de Força Aérea, garantindo a Exploração da Informação, o Controle do Ar, a Projeção Estratégica do Poder Aeroespacial, a Interdição do Campo de Batalha, a Proteção da Força e, ainda, a Sustentação ao Combate. A nova plataforma da Aviação de Caça se destaca pelo avanço da sua tecnologia embarcada, que proporcionará ao piloto elevada consciência situacional, mesmo em ambientes complexos. Um avião inteligente que proporcionará um impulso ao desenvolvimento de nosso complexo científico-tecnológico, uma das maiores riquezas desse projeto. Os benefícios já são concretos, com brasileiros participando das diversas fases do desenvolvimento e que sustentarão no Brasil o processo de transferência tecnológica. Ambas as aeronaves atuarão juntas na missão de Controlar, Defender e Integrar os 22 milhões de quilômetros quadrados sob a responsabilidade da FAB, cabendo destacar a capacidade do KC-390 de reabastecer o F-39 em voo, ampliando o alcance operacional e o poder de emprego e o de pronta-resposta. Onde estiverem, estará o Estado brasileiro; estarão a Ordem e o Progresso de uma Nação.

Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica

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ENTREVISTA

“A FORÇA AÉREA VIVE UM MOMENTO DE GRANDE EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E DOUTRINÁRIA” Os avanços no Projeto FX-2, que chega ao primeiro voo do F-39 Gripen brasileiro, a entrega da aeronave multimissão KC-390 e os novos modelos de exercícios operacionais que desenvolvem as competências e a doutrina necessárias ao emprego da Força Aérea. À frente do Comando de Preparo (COMPREP), o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral, fala à Aerovisão sobre a necessidade de preparação da Instituição para absorver e aplicar as tecnologias embarcadas nos novos sistemas e a capacitação de Unidades Aéreas e de Unidades de Segurança e Defesa para atuar em cenários de guerra regular e irregular. Confira a entrevista: TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO E TENENTE JORNALISTA JONATHAN JAYME

A RECEBER FOTOS E TEXTOS DA DEFESA 8

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Sargento Johnson Barros / DEFESA

Comandante de Preparo acredita que um dos principais desafios da Força Aérea é a absorção de novas tecnologias


Como o senhor descreveria o momento operacional pelo qual passa a Força Aérea Brasileira? Os cenários antevistos para o Emprego do Poder Aeroespacial – aeronaves com capacidade multiemprego, sistemas aéreos remotamente pilotados, plataformas aéreas com dias de autonomia, combate aéreo além do alcance visual, operações aeroespaciais em redes, satélites de reconhecimento e comunicações militares, sistemas de detecção furtivos e confrontos no espaço cibernético, entre outras características – indicam, com nitidez, que é imperativo repensar os conceitos, as táticas, as técnicas e os procedimentos de preparo e emprego ora em vigor na Força Aérea. Considerando a necessidade de preparar a Força Aérea para esses desafios, desde 2015, o Comando da Aeronáutica vem conduzindo um audacioso e indispensável programa de reestruturação nos campos operacional e administrativo. Portanto, a FAB vive um momento de grande evolução tecnológica e doutrinária, de modo a se tornar uma Instituição com grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e capaz de atuar de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais. Em quais aspectos são baseados os novos modelos de Exercícios Operacionais e com que finalidade? Considerando as capacidades estratégicas e as possibilidades de atuação da FAB fixadas na DCA 11-45 - Concepção Estratégica Força Aérea 100 - são estabelecidos “cenários de preparo operacional”, ou seja, um conjunto de condições e variáveis que descreve a atuação dos nossos meios aéreos e terrestres. A partir da análise desses cenários de preparo, são determinados os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que os militares das Unidades Aéreas e das Unidades de Segurança e Defesa devem possuir para desempenhar suas atividades.

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Te n e n t e - B r i g a d e i r o Egito: reestruturação da Força é indispensável para desenvolver o campo operacional


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11 Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea


Os Exercícios Operacionais [EXOP] do COMPREP são planejados com base nesses cenários para que os militares possam desenvolver as competências necessárias, bem como para que o COMPREP possa formular e atualizar a Doutrina Aeroespacial compatível. Os diferentes EXOP são ferramentas que utilizamos para gerar capacidades específicas. No âmbito do COMPREP, essa metodologia de trabalho é designada como “Processo de Planejamento e Controle do Preparo Operacional, processo esse que foi concebido para possibilitar o planejamento detalhado e o acompa-

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grande evolução tecnológica e doutrinária, de modo a se tornar uma Instituição com grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e capaz de atuar de forma integrada.”

Qual o foco do Exercício Operacional Tinia, programado para ocorrer ainda em 2019? O EXOP Tinia diz respeito ao emprego da Força Aérea em um cenário fictício de guerra convencional, no qual os Meios de Força Aérea são empregados para obter e manter um determinado grau de superioridade aérea em

Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea

Oficial-General atribui o bom desempenho dos brasileiros no Exercício Green Flag West aos modelos de treinamento do COMPREP

“A FAB vive um momento de

nhamento sistemático das atividades de preparo, a partir da análise da situação setorial, com a finalidade de desenvolver as competências e a doutrina necessárias ao emprego da Força Aérea.

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uma área delimitada. O principal objetivo do EXOP é adestrar as equipagens de combate em táticas, técnicas e procedimentos relacionados a Ações de Força Aérea como Defesa Aérea, Ataque, Varredura e Escolta, dentre outras. Com a execução desses adestramentos, qual a percepção do senhor para a projeção da FAB no contexto mundial? Com o adestramento realizado no âmbito do COMPREP, temos Unidades Aéreas e de Segurança e Defesa capacitadas para atuar em cenários de guerra regular e irregular, com os equipamentos ora disponíveis. Tal expertise pode permitir, quando necessário, o engajamento de nossos militares em arranjos internacionais de defesa coletiva ou em operações de manutenção da paz,

“Tudo que foi construído e lapidado ao longo de décadas deve, sim, ser respeitado, mas a Força Aérea precisa se preparar para novos desafios.”

compondo forças multinacionais. Para citar um exemplo, em junho deste ano, a FAB participou do Exercício Internacional Green Flag West, nos Estados Unidos, com aeronaves A-29 e equipes de Guias Aéreos Avançados. A atuação de nossos combatentes foi bastante elogiada pelos militares norte-americanos, e eu não tenho dúvidas que esse bom desempenho pôde ser atribuído, em grande parte, ao treinamento e à preparação que eles realizaram no COMPREP, por ocasião dos exercícios Tápio e Cruzex, entre outras atividades de preparo. Quanto à Infantaria, qual o seu papel no cenário atual da Força Aérea Brasileira? Sobre esse tema especificamente, este ano, foi aprovado o “Conceito de Emprego da Infantaria da Aeronáutica” (DCA Aerovisão

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Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea

Para o Tenente-Brigadeiro Egito, KC-390 e F-39 Gripen exigem esforços coordenados de diversas áreas


125-5), que estabelece as áreas de atuação da Infantaria na Força Aérea: Segurança e Defesa, Defesa Antiaérea, Operações Especiais e Busca e Salvamento. Cada uma dessas áreas abrange um conjunto de Ações de Força Aérea específico. No contexto da Segurança e Defesa, constam as Ações de Segurança das Instalações, Polícia da Aeronáutica e Autodefesa de Superfície. Na Defesa Antiaérea, a Ação homóloga. Nas Operações Especiais, as Ações Diretas, o Reconhecimento Especial, o Contraterrorismo e o Guiamento Aéreo Avançado. Na Busca e Salvamento, a Busca e Salvamento e a Busca e Salvamento em Combate. Além dessas áreas, a Infantaria tem participação ativa na formação militar do pessoal da Força Aérea e no cerimonial militar. No campo doutrinário, quais as vantagens, para a FAB, de ter participado do desenvolvimento do KC-390, desde a concepção do projeto? A principal vantagem foi demonstrar à EMBRAER as características de Ações de Força Aérea como Transporte Aéreo Logístico, Assalto Aeroterrestre, Reabastecimento em Voo e Busca e Salvamento, entre outras, proporcionando conhecimento operacional para que a empresa tivesse condições de desenvolver um produto que atendesse às nossas necessidades. Ao levar em consideração a chegada do KC-390, quais são as principais adequações na doutrina para a operação da nova aeronave? De fato, o KC-390 tem maior capacidade e será empregado em um leque mais amplo de missões do que o C-130. Para exemplificar, a aeronave possui radar tático, sistema pod de reconhecimento, óculos de visão noturna, sistema de autoproteção e data-link, ferramentas que vão resultar em capacidades bem distintas do atual C-130. Ademais, o KC-390 é mais rápido,

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pode ser reabastecido em voo e tem maior alcance. Por tudo isso, será preciso desenvolver novas táticas, técnicas e procedimentos para empregar a aeronave em sua plenitude. Essas ações serão conduzidas pela Ala 1 e pelo 1º GTT, sendo orientadas pela Subchefia de Avaliação e Doutrina do COMPREP.

“Sem dúvida alguma, a aeronave F-39 terá um papel vital no cumprimento da missão da Aeronáutica e na Defesa Nacional, pois será uma ferramenta estratégica para garantir a soberania do nosso espaço aéreo.”

Como o senhor avalia a evolução do Programa FX-2, que chega ao primeiro voo do F-39 Gripen? O Programa F-X2 é de altíssima relevância para o desenvolvimento nacional. Isso porque, por meio do acordo de transferência de tecnologia, temos diversas empresas nacionais atuando junto com a SAAB nas atividades de desenvolvimento do projeto, possibilitando um fantástico salto tecnológico para o País e para a nossa indústria de Defesa. Além disso, a incorporação do Sistema Gripen ao nosso acervo tem exigido

da FAB um esforço coordenado de diversas áreas - operacional, logística, infraestrutura, pessoal e ensino - para que o objetivo final seja alcançado. E isso tem possibilitado um grande aprendizado na gestão de projetos de alta complexidade. Em 26 de agosto desse ano, foi realizado o vôo inaugural do Gripen E, ostentando a matrícula 4100, o primeiro Gripen brasileiro, marco importante que demonstra que estamos no caminho certo. Temos um “braço” da SAAB funcionando a pleno vapor dentro da EMBRAER, na cidade de Gavião Peixoto [SP], onde profissionais suecos e brasileiros se juntam para projetar essa máquina impressionante e mostram que essa miscigenação profissional já apresenta excelentes resultados. Estamos também com diversas obras em andamento na Ala 2, em Anápolis [GO], onde temos um grupo de mecânicos e de pilotos já nos preparativos iniciais para os cursos que serão ministrados em 2021 para o recebimento e implantação da aeronave. São militares que foram selecionados para garantir que será extraído o melhor desses aviões. Isso sem falar em tantos outros setores da FAB que estão unindo esforços para preparar essa chegada tão esperada e merecida. Sem dúvida alguma, a aeronave F-39 terá um papel vital no cumprimento da missão da Aeronáutica e na Defesa Nacional, pois será uma ferramenta estratégica para garantir a soberania do nosso espaço aéreo. O Gripen é um sistema de armas que mudará de maneira decisiva o conceito de emprego do Poder Aeroespacial Brasileiro. É um grande desafio preparar a Força Aérea para absorver tanta inovação. Que caminhos a FAB ainda deve trilhar no futuro próximo, por exemplo, após a implantação operacional dos novos vetores, KC-390 e F-39? Desde a sua criação, a história


“Os Exercícios Operacionais são planejados com base nesses cenários para que os militares possam desenvolver as competências necessárias, bem como para que o COMPREP possa formular e atualizar a Doutrina Aeroespacial compatível.”

Para que isso ocorra, no meu entendimento, a FAB deve persistir nos fundamentos da “Concepção Estratégica Força Aérea 100”: a concentração de atividades afins, a redução dos níveis organizacionais e a diminuição do custeio das atividades-meio. Essas estratégias certamente nos ajudarão a incrementar nossas capacidades e a alcançar a excelência nos processos administrativos e operacionais.

Tenente-Brigadeiro Egito diz que a FAB deve estar preparada para absorver e aplicar as novas tecnologias que virão

Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

da Força Aérea é repleta de sucesso: contribuiu para a implantação de uma indústria Aeronáutica nacional; ajudou a integrar regiões remotas do País; construiu inúmeros aeródromos na região amazônica e criou um sistema integrado de defesa aérea e controle de tráfego aéreo que é tomado como referência por várias forças aéreas, dentre outras tantas iniciativas. Tudo que foi construído e lapidado ao longo de décadas deve, sim, ser respeitado, mas a Força Aérea precisa se preparar para novos desafios. Em outras palavras, precisamos estar preparados para absorver e aplicar as tecnologias que virão com os novos sistemas.

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OPERACIONAL

EXERCÍCIO OPERACIONAL TINIA ADESTRA UNIDADES AÉREAS PARA CONFLITO REGULAR Treinamento será realizado em duas Alas de forma simultânea TENENTE JORNALISTA CRISTIANE DOS SANTOS

A

destrar Unidades Aéreas no cumprimento de ações de Força Aérea em um cenário tático, fictício e dinâmico, a fim de simular um conflito regional de guerra convencional: esse é objetivo da primeira edição do Exercício Operacional (EXOP) Tinia, que a Força Aérea Brasileira (FAB) realizará de 11 a 29 de novembro, na Região Sul do Brasil. O Comando de Preparo (COMPREP) está à frente da atividade que segue a proposta de adequar os treinamentos ao perfil comumente encontrado no cenário internacional, a exemplo do Exercício Operacional Tápio, ocorrido em maio deste ano, na Ala 5, em Campo Grande (MS); e da CRUZEX 2018, exercício multinacional que ocorreu na Ala 10, em Natal (RN), em novembro do ano passado. A diferença entre o EXOP Tinia e o EXOP Tápio é que este último simulou um combate irregular, ou seja, contra forças insurgentes ou paramilitares, cenário normalmente encontrado em missões de paz da ONU. Já o Tinia ocorrerá em um cenário fictício de guerra regular em que o conflito ocorre entre forças armadas de dois países ou contra uma aliança de nações.

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Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea

Exercício Operacional Tinia ocorrerá entre as cidades de Canoas e Santa Maria (RS)


Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

De acordo com o Coordenador do Exercício no COMPREP, Coronel Aviador Gustavo Pestana Garcez, o Tinia simulará um cenário de combate tendo como base uma área de disputa entre dois países após uma invasão territorial. Para a retomada do território fictício, serão utilizadas aeronaves para o treinamento de diversas ações: Escolta, Reconhecimento Aéreo, Controle e Alarme em Voo, Ataque, Varredura, Reabastecimento em Voo, Posto de Comunicação no Ar, Defesa Aérea, Defesa Antiaérea, Transporte Aéreo Logístico, Assalto Aeroterrestre e Busca e Salvamento em Combate, dentre

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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Cerca de 600 militares e 62 aeronaves serão empregados no EXO P Tinia, além da participação do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil. Nas fotos, aeronaves que farão parte do exercício, registradas em atuações anteriores

outras. “A parte doutrinária está bem consolidada, mas precisamos aplicar esses conhecimentos, colocá-los em prática. É a concepção do adestramento, de acordo com as orientações do Comando da Aeronáutica”, afirma o

Coronel Pestana. O Exercício é considerado de nível nacional, com participação de Esquadrões Aéreos sediados de norte a sul do país, e mais de 600 militares envolvidos, demandando um grande esfor-


Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea

Sargento Marcella Perez / Força Aérea Brasileira Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

O Exercício é considerado de nível nacional, com a participação de Unidades localizadas de norte a sul do país; nas fotos, aeronaves das Aviações de Caça (na página ao lado e acima), Reconhecimento (ao lado) e Asas Rotativas (abaixo)

ço logístico. Serão 19 Unidades Aéreas da FAB, além do Primeiro Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF1), da Marinha do Brasil. Cerca de 62 aeronaves deverão ser empregadas no EXOP Tinia, entre elas os caças F-5M; a aeronave-radar E-99; as aeronaves de reconhecimento R-99, R-35AM e R-35A; a aeronave de transporte C-130 Hércules; e o helicóptero H-60L. Os Grupos de Defesa Antiaérea da FAB também atuarão no treinamento. As ações ocorrerão nas Alas 3 e 4, localizadas nas cidades de Canoas e Santa Maria, respectivamente, ambas no Rio Grande do Sul. O Diretor do EXOP Tinia é o Comandante da Ala 3, Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto. Ele explica que, após o processo de Reestruturação da FAB, regulamentado em 2017, percebeu-se a necessidade de treinar cenários distintos. “Além do cenário de guerra não convencional, no qual se inclui a participação da FAB em missões de paz sob a égide da ONU, era preciso treinar também para cenários de guerra

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Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea

No Exercício, as aeronaves serão utilizadas em diversas ações

regular”, disse. Ele explica que, dentro de um cenário de guerra regular, há três fases: a conquista da superioridade aérea, interdição do campo de batalha e a ocupação do campo de batalha com as tropas de superfície. “A primeira fase é dependente quase que exclusivamente da Força Aérea. É um exercício complexo no qual precisamos treinar essa fase da guerra regular rotineiramente”, explica o Oficial-General.

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O Brigadeiro Nogueira lembra, ainda, que as capacidades que serão treinadas no EXOP Tinia são muito semelhantes ao que aconteceu na CRUZEX 2018. “Inclusive, esse Exercício serviu para validarmos diversas técnicas junto a Forças Armadas estrangeiras, o que confirma que nosso conhecimento está atualizado”, comenta. Missões Aéreas Compostas Assim como ocorreu nos Exercícios anteriores, o foco do EXOP Tinia

será o treinamento das Missões Aéreas Compostas (COMAO, do inglês Composite Air Operations). Segundo o Coordenador-Adjunto do Exercício, Major Aviador Juarez Bessa Leal, o ápice do Tinia são as ações específicas de cada aviação, aplicadas em conjunto. “Haverá um momento em que diversas aeronaves voarão ao mesmo tempo e atuarão em uma área comum”, explica. Serão treinados dez COMAO nesse EXOP. As ações objetivam uma evolução do treinamento


de todos os pilotos, dos iniciantes aos mais experientes. O Comandante do Terceiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (3º/10º GAV), Tenente-Coronel Aviador Nicolas Silva Mendes, acumula experiências em COMAO e afirma que as Missões Aéreas Compostas são oportunidades para as Unidades Aéreas treinarem suas missões de forma conjunta. “Exercícios como o Tinia possibilitam consolidar o treinamento individual ao unir diversas Unidades

e aeronaves com um objetivo comum, maximizando as capacidades e minimizando as deficiências de cada uma, empregando as missões dentro de um cenário mais complexo”, disse. O Tenente-Coronel Nicolas também explica como são distribuídas as responsabilidades dentro dos COMAO: “No caso dos pilotos das aeronaves que realizam missões de Ataque ao Solo, como o A-1 e o A-29, a máxima qualificação operacional que um piloto pode atingir em sua carreira

é a de Mission Commander (MC). O MC é o responsável por planejar a melhor tática e conduzir todo o COMAO com segurança e eficiência.” Já para os pilotos das aeronaves de Defesa Aérea, como o F-5M, no Exercício, a operacionalidade máxima do piloto é Air Defense Package Leader (ADPL), o qual é encarregado de, em coordenação com o MC, planejar e assegurar a Defesa de todas as aeronaves envolvidas no COMAO, de modo que cada uma Aerovisão

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Sargento Johnson Barros / DEFESA

Serão realizadas Missões Aéreas Compostas (COMAO, do inglês Composite Air Operations), com envolviment o das Unidades presentes no Tinia


Uma das ações realizadas: Busca e Salvamento em Combate (CSAR)

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possa cumprir sua missão, sem interferência inimiga. No caso das aeronaves de transporte, o Comandante do 3º/10º GAV complementa que o ápice da qualificação operacional do piloto é o Air Lift Package Leader (ALPL), incumbido de, juntamente com o MC, planejar e conduzir as aeronaves de transporte da Missão. “Dessa forma, em um cenário complexo, com ameaças Ar-Ar e Solo-Ar, o EXOP Tinia permitirá a todos os pilotos, independente do nível de experiência, elevarem seus graus de adestramento”, afirma. Uma das atividades a serem realizadas nos chamados pacotes é o combate aéreo além do alcance visual (BVR,do inglês Beyond Visual Range). Nesse caso, a finalidade é adestrar pilotos, controladores e equipes de solo para executarem missões de combate, avaliando desempenho e reação à ameaça,


Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea

Desafios O EXOP Tinia contará com algumas peculiaridades, dentre elas, realizar o Exercício compartilhado com duas Alas. O Tenente-Coronel Nicolas, além de conduzir as atividades do Esquadrão Centauro, participará do Exercício como piloto e Mission Commander. Será também o

Exercício ocorrerá baseado em um cenário fictício de guerra regular, quando há conflito entre dois países ou contra uma aliança Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea

Cabo André Feitosa / Agência Força Aérea

com o emprego de mísseis BVR. Essa tecnologia proporciona um incremento no elemento surpresa, porém com maior segurança para o piloto, que consegue operar a uma distância maior, o que dificulta o contra-ataque.

responsável, a partir da Ala 4, pela coordenação das atividades operacionais junto à Célula de Controle, que estará na Ala 3. “É importante ressaltar que esse Exercício traz um novo desafio para o COMPREP, pois será desenvolvido em duas Alas simultaneamente, Alas 3 e 4, exigindo um grande esforço de coordenação”, disse o oficial. É possível dizer que o EXOP Tinia é um Exercício complexo. “Em um ambiente planejado, poderemos implementar as lições aprendidas na CRUZEX 2018 e continuar com a evolução gradativa do adestramento das nossas tripulações. Tenho plena convicção de que, ao final desse EXOP, todos os participantes estarão melhor capacitados e treinados, o que, por si só, justifica todo o esforço que a FAB faz para realizar atividades dessa natureza”, concluiu. Aerovisão

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NOVA AERONAVE

Projeto brasileiro O Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, destacou a importância da materialização do KC-390, um projeto brasileiro. “É uma aeronave que chegou para somar ao país e colaborar no cumprimento da missão da Força Aérea”, declarou

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Aeronave militar multimissão foi recebida em 4 de setembro de 2019, na Ala 2, organização sediada em Anápolis (GO), de onde será operada pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT). TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO

Primeira tripulação O Comandante do 1° GTT, Tenente-Coronel Aviador Luiz Fernando Rezende Ferraz, dest acou seu sentiment o: “É um misto de orgulho e responsabilidade, a realização de um sonho, e não tem como não se emocionar”

Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

O PRIMEIRO KC-390

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Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea Soldado Thallys Amorim / Agência Força Aérea

Divisor de águas As primeiras unidades ficarão sediadas na Ala 2, em Anápolis (GO). O Comandante da Ala 2, Coronel Aviador Antonio Marcos Godoy Soares Mioni Rodrigues, vê o novo vetor como um divisor de águas: “Este momento é um marco histórico. O KC-390 nos dará maiores velocidade, capacidade de carga e alcance.”

Comandante da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez à frente do KC-390, acompanhado da Esquadrilha de Honras Militares Santos-Dumont

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Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

Excelência O Comandante da Aeronáutica enalteceu as capacidades do novo avião. “Ele represent a um marco na excelência de processos da FAB e, certamente, impulsionará a Base Industrial de Defesa no Brasil.”

Entrega

Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

O Presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, realizou o ato formal de entrega da aeronave à FAB. Ele falou sobre o relacionamento de mais de 50 anos entre as duas instituições e seus benefícios: “Uma interação longa e profícua . Est amos orgulhosos pela Embraer, pela Força Aérea e, acima de tudo, estamos orgulhosos pelo Brasil.”

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Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

Orgulho Nacional

O KC-390 tem capacidade de realizar missões de transporte aéreo logístico, reabastecimento em voo (REVO), evacuação aeromédica, busca e salvamento, ajuda humanitária e combate a incêndio em voo, dentre outras

O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, participou da solenidade. “Sinto orgulho, não apenas como Ministro, mas também como cidadão brasileiro de participar deste momento“, disse

Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

Multimissão

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O avião F-3 9 Gripen brasileiro foi desenvolvido com especificidades solicitadas pelo Comando da Aeronáutica

Hejdlösa Bilder AB

NOVA AERONAVE

DEVIDAMENTE APRESENTADO O primeiro F-39 Gripen brasileiro foi apresentado em 10 de setembro, em Linköping, na Suécia, marcando o início da fase de ensaios em voo da plataforma. Inicialmente, os voos de teste serão na Suécia e, em seguida, a campanha prosseguirá no Brasil. TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO

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SAAB@Linus Svensson

Marco histórico “A Força Aérea terá um novo vetor de caça que atuará no cumprimento de suas ações de Controlar, Defender e Integrar o território nacional. Sinto-me muito feliz por fazer parte deste marco histórico”, disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez

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Per Kustvik / SAAB AB Per Kustvik / SAAB AB

Transferência tecnológica As plataformas são desenvolvidas e produzidas com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros. Essa integração faz parte da transferência tecnológica e visa proporcionar o conhecimento necessário para a continuidade das atividades no Brasil

Cerimônia Apresentação do caça teve a presença do Ministro da Defesa brasileiro, Fernando Azevedo e Silva, do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, do Comandante da Força Aérea Sueca, Major General Mats Helgesson, e o Presidente da SAAB, Håkan Buskhe Aerovisão

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Hejdlösa Bilder AB

Exemplo exitoso “O F-39 Gripen representa, na FAB, um significativo salto tecnológico para a aviação de caça, bem como um exemplo exitoso de desenvolvimento colaborativo, baseado na transferência de tecnologia e fomento à Base Industrial de Defesa”, disse o Comandante da Aeronáutica

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Lasse Hejdenberg

Desenvolvimento industrial “O Gripen aumenta a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsiona uma parceria, que fomenta a pesquisa e o desenvolvimento industrial dos dois países”, declarou o Ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva

Brasil e Suécia

Per Kustvik / SAAB AB

As atividades conjuntas iniciaram em 2014 com a assinatura do contrato para o desenvolvimento e produção das aeronaves Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira, incluindo sistemas embarcados, suporte e equipamentos

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DEFESA ANTIAÉREA

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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

PROFISSIONALISMO NO ALVO Profissionalismo é a palavra que resume a Infantaria da Aeronáutica diante de um momento ímpar de consolidação de novas doutrinas. Nesse contexto, a edição do “Conceito de Emprego” e da “Progressão Operacional” representa um importante marco, reforçado pela atualização das normas do Sistema de Segurança e Defesa (SISDE), ditando uma nova estrutura para as Unidades de Segurança e Defesa (USEGDEF) e definindo parâmetros para o balizamento do preparo da tropa, assim como para o controle do processo de preparo SUBCHEFIA DE SEGURANÇA E DEFESA (COMPREP)

S

A Infantaria da Aeronáutica se divide em três grandes áreas de atuação: Segurança e Defesa (SEGDEF); Defesa Antiaérea (DAAE) e Operações Especiais (OpEsp)

obre o conceito de emprego, a Infantaria possui três áreas de atuação básicas: Segurança e Defesa (SEGDEF), Defesa Antiaérea (DAAE) e Operações Especiais (OpEsp). Cada uma delas agrupa um conjunto de Ações de Força Aérea específicas. A área de SEGDEF inclui Segurança das Instalações, Polícia da Aeronáutica e Autodefesa de Superfície. À DAAE corresponde a Ação de Defesa Antiaérea. As OpEsp abrangem as Ações Diretas, o Reconhecimento Especial, o Contraterrorismo e o Guiamento Aéreo Avançado. A Infantaria atua, ainda, na área de Busca e Salvamento (SAR), integrando as Equipes de Resgate daquela Aviação, participando das Ações de Busca e Salvamento e de Busca e Salvamento em Combate.

A cada Ação, por sua vez, corresponde um ou mais conjuntos de Técnicas, Táticas e Procedimentos (TTP) específi cos, que representam as Atividades Operacionais. A partir do mapeamento dessas atividades, foi possível identificar os conhecimentos, habilidades e atitudes associados ao exercício de cada uma delas, permitindo o estabelecimento do processo de preparo operacional da Tropa de Infantaria. Dentro das particularidades de cada Unidade de Infantaria (UInf), respeitadas suas áreas de atuação e, mesmo dentro da SEGDEF, observadas as peculiaridades de cada USEGDEF, foi estabelecida uma trilha de capacitação específica, prevendo os cursos e estágios necessários ao cumprimento da missão atribuída. Aerovisão

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Também, com foco na missão, foi estabelecida a estrutura de cada USEGDEF e suas capacidades operacionais. O Comando de Preparo, por intermédio da Subchefia de Segurança e Defesa, vem desempenhando importante trabalho na edição de normas e publicações doutrinárias, que alcançam, não apenas as 33 UInf distribuídas pelo território nacional, mas, sim, todas as Organizações Militares do Comando da Aeronáutica, por intermédio do Sistema de Segurança e Defesa (SISDE). A Infantaria chega, então, aos 78 anos de uma história que nasceu junto com o próprio Ministério da Aeronáutica, acumulando experiências que se refletem no seu amadurecimento profissional

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A Infantaria chega aos 78 anos de uma história que nasceu junto com o próprio Ministério da Aeronáutica, acumulando experiências que se refletem no seu amadurecimento profissional.

Operacionalidade A Infantaria da Aeronáutica está presente em todas as regiões do território nacional. Ao todo, são 28 Unidades de Segurança e Defesa, sendo dez Grupos, treze Esquadrões, quatro Esquadrilhas e um Elemento de Segurança e Defesa. Somam-se a esses o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, Unidade de Operações Especiais (UOpEsp) do COMAER, e as Unidades de Defesa Antiaérea (UDAAe), abrangendo a Primeira Brigada de Defesa Antiaérea (1ª BDAAE) e seus três Grupos de Defesa Antiaérea (1º, 2º e 3º GDAAE). As experiências colhidas nos últimos anos, fruto da participação nos Grandes Eventos, nos Exercícios


Cabo V. Santos / Agência Força Aérea Cabo V. Santos / Agência Força Aérea Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Arquivo GAP/ SP

Militares da área tem atuação de dest aque em grandes eventos, como a Copa do Mundo FIFA 2014, e Exercícios Operacionais, a exemplo do Tápio e Cruzex

Conjuntos do Ministério da Defesa, nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem, nas Operações de Paz e nos próprios exercícios do COMPREP, proporcionaram um ganho operacional significativo, contribuindo para o aperfeiçoamento técnico da Tropa. Cabe observar que a participação da Tropa nos Grandes Eventos abrangeu suas três vertentes (SEGDEF, DAAE e OpEsp) e o SAR, com destaque para o emprego da DAAE no cenário noturno durante os Jogos Olímpicos de 2016. Nos Exercícios Operacionais (EXOP) do COMPREP, além das TTP conduzidas por seguimentos específicos, designados para atuar no ambiente simulado de combate proposto, a segurança dos meios de Força Aérea alocados é conduzida num ambiente real que não permite falhas. Nesse contexto, exercícios como o Tápio e Cruzex, em que as atividades de SEGDEF exigem grande esforço da Tropa, têm representado excelente oportunidade para a avaliação e o aperfeiçoamento da doutrina de SEGDEF. Aerovisão Out/Nov/Dez/2019

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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea

Tr e i n a m e n t o s e s t ã o alinhados com o conceito da Autodefesa de Superfície, uma Ação de Força Aérea previst a na Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) 1-1

Perspectivas No âmbito do COMPREP, ganham força as discussões acerca da atuação da Tropa na Autodefesa de Superfície (ADS), Ação conduzida com o intuito de detectar, identificar e neutralizar ou

impedir ataques realizados por forças inimigas contra meios e instalações de interesse da Força Aérea. Nesse contexto, a definição da área de responsabilidade da Tropa se baseia no alcance do armamento utilizado pelo

oponente, visando negar-lhe condições de infringir danos às operações aéreas. A atuação do inimigo pode se dar tanto por meio da aproximação e ataque direto de pequenas frações, como por meio do emprego de armamento stand-off, ou, ainda, pela combinação de ambas. O nível de ameaça representado pelos sistemas de armas do oponente definirá, então, a amplitude da área de responsabilidade da ADS, cabendo especial atenção às possibilidades dos man-pads. Para atuar nesse cenário, a Tropa demanda capacitação técnica específica, além de meios que lhe propiciem mobilidade e velocidade; poder de fogo, com capacidade, inclusive, de realizar fogos de contrabateria; proteção balística; efetivo comando e controle; detecção de intrusões; e consciência situacional continuamente atualizada. Encontra-se em fase final a edição de publicação doutrinária sobre o tema e a estruturação do Curso de Autodefesa de Superfície, com previsão de implementação já no próximo ano, sob coordenação do Grupo de Instrução Tática Especializada (GITE), na Ala 10, localizada em Natal (RN).

Você conhece todas as atividades da Infantaria da Aeronáutica? - Ações Diretas

- Guarda de Presos e Prisioneiros de Guerra

- Bloqueio e Controle de Vias

- Guiamento Aéreo Avançado

- Busca e Apreensão

- Medidas de Controle no Solo

- Contraterrorismo

- Motopatrulhamento

- Controle de Acesso

- Perícia Criminal

- Controle de Distúrbios

- Policiamento Montado

- Controle de Trânsito

- Policiamento Ostensivo

- Defesa Antiaérea

- Posto de Segurança Estático

- Defesa de Bases Aéreas

- Proteção de Estruturas Estratégicas

- Emprego de Cães de Guerra

- Proteção de Meios Aéreos Desdobrados

- Escolta de Batedores

- Reconhecimento Especial

- Escolta Motorizada

- Segurança de Autoridades

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- Vigilância Eletrônica


Arquivo COMPREP

A distribuição dos militares – de acordo com suas capacidades técnicas e operacionais – é uma das funções da Subchefia de Segurança e Defesa do Comando de Preparo

Vida de Infantaria Major de Infantaria Júlio César 1º GDAAE Em 1999, ingressei na FAB para ser soldado. Isso despertou em mim uma paixão pela carreira militar, sentimento adormecido no jovem filho de um Oficial de Infantaria do Exército. O contato inicial com excelentes exemplos de militares da Infantaria da Aeronáutica – instrutores e auxiliares – serviu para motivar o estudo que levou à minha aprovação no concurso para ingresso na Academia da Força Aérea. Fui declarado Aspirante a Oficial de Infantaria em dezembro de 2004 e designado para servir no então Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Canoas (BINFAE-CO), agora como instrutor de soldados, cabos e oficiais temporários. A experiência anterior

serviu de embasamento para nortear minha conduta perante a tropa: liderar pelo exemplo, ensinar com paciência, cobrar com rigidez, ser amigo e agir com compaixão, quando necessário. Vinte anos se passaram e posso afirmar que vi a Infantaria da Aeronáutica evoluir. Ela conquistou seu espaço e está avançando no terreno, ganhando cada vez mais respeito e admiração por seu trabalho sério, dedicado e profissional, de maneira que tenho ainda mais orgulho em bradar nosso lema: “Infantaria – Defendendo na terra o domínio do ar”. Cadete de Infantaria William AFA Escolhi a Infantaria da Aeronáutica por encontrar nela bases sólidas

para minha formação militar. O curso abrange diversas áreas, dentre elas os fundamentos do combate terrestre, a Polícia da Aeronáutica e as Técnicas de Instrução Militar, entre outros. Adicionam-se a essa completa carga militar, também, os Estágios de Operações de Garantia da Lei e da Ordem, Vigilância Eletrônica, Básico de Combatente de Montanha e Operações de Selva. Quanto à carreira, o Aspirante a Oficial de Infantaria possui três grandes áreas a escolher: Segurança e Defesa, Operações Especiais e Defesa Antiaérea. Todas elas oferecem ótimas oportunidades para consolidar os conhecimentos adquiridos durante o curso e permitir nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Aerovisão

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ESPORTES

EM BUSCA DO OURO Militares da FAB seguem para Wuhan, na China, para a disputa da 7ª edição dos Jogos Mundiais Militares. A missão para 2019 é manter o bom desempenho conquistado em 2011, no Rio de Janeiro (RJ), e em 2015, na disputa em Mungyeong, na Coreia do Sul TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO

A

7ª edição dos Jogos Mundiais Militares (JMM) está chegando. De 18 a 27 de outubro, cerca de 90 militares da Força Aérea Brasileira (FAB) participarão do evento esportivo, que será realizado na cidade de Wuhan, na China. Após participações de gala nas duas últimas edições, o Brasil busca manter a curva ascendente e se firmar como uma das grandes potências do desporto militar mundial. Para tanto, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e FAB chegam fortalecidos por projetos e investimentos na área - com mais de uma década de duração, o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento às Forças Armadas Brasileiras (PAAR) colhe cada vez mais frutos. No âmbito esportivo, o Ministério da Defesa desenvolve dois projetos de destaque: criado em 2008, o PAAR fortalece a equipe militar em eventos esportivos, enquanto proporciona aos atletas, por meio dos quadros de militares temporários das Forças Armadas, alguns incentivos, dentre eles a disponibilização de instalações esportivas adequadas para treinamento; já o Programa Forças no Esporte (PROFESP) é direcionado a crianças e adolescentes, proporciona prática esportiva e atividades complementares, bem como contribui para a inclusão social e a descoberta de talentos. A representante do Comando da

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Aeronáutica junto à Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB) e demais entidades desportivas nacionais é a Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), localizada no Rio de Janeiro (RJ). A Organização tem como objetivo promover os desportos militares e, hoje, conta com 158 atletas de 20 modalidades em seu PAAR. A CDA abriga o Centro de Treinamento Olímpico da Aeronáutica, construído antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, com instalações homologadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que serviu como base de preparação para mais de 7 mil atletas olímpicos e paralímpicos, assim como comissões técnicas, em 2016. Atualmente, mais de 200 integrantes de projetos sociais realizam, diariamente, seus treinamentos nessas instalações, além de cerca de 400 militares das Forças Armadas. Esse tipo de investimento tem apresentado reflexos no desempenho do Brasil ao longo dos JMM. A primeira edição dos “Jogos da Paz” foi realizada em alusão aos 50 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1995, em Roma, Itália. O evento já dava sinais de que se tornaria um destaque no calendário esportivo: sua abertura aconteceu no Estádio Olímpico e teve a participação do Papa João Paulo II. Porém, à época, o Brasil ainda não apresentava resultados


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Alexandre Loureiro / COB Alexandre Loureiro / COB

Em 2019, os Sargentos da FAB Derick de Souza S i l v a e Jorge Vi d e s ( à esquerda) foram campeões no Revezamento Masculino 4x100m no Mundial de Atletismo, no Japão, e no Pan-Americano, no Peru; a equipe é composta, também, pelo Sargento Rodrigo Nascimento, do Exército, e pelo Sargento Paulo André, da Marinha


No Pan 2019, cinco graduados da FAB formaram a equipe campeã na ginástica artística: Sargentos Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Barreto Junior e Luis Porto

expressivos no quadro geral de medalhas. Foram apenas três destaques, uma medalha de prata e duas de bronze, levando o país a ocupar a 36ª colocação. Desde então, os Jogos são disputados a cada quatro anos, exclusivamente por integrantes das Forças Armadas. A competição é o quarto maior evento esportivo no mundo, atrás de Olimpíada, Paralimpíada e Universíade. O órgão responsável pelos JMM é o Conselho Internacional do Desporto Militar (CISM), entidade que, na esfera desportiva, só é menor que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Futebol (FIFA). Nas edições seguintes, o desempenho dos militares brasileiros se manteve, com o 22º lugar em 1999, em Za-

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greb (Croácia); o 13º em 2003, em Catânia (Itália); e o 33º em 2007, em Hyderabad (Índia) - este, um ano antes da criação do PAAR, quando tudo mudou. Em 2011, nos Jogos Mundiais Militares disputados no Brasil, os atletas de alto rendimento da Marinha, do Exército e da FAB somaram 114 medalhas, sendo 45 douradas, 33 de prata e 36 de bronze. Resultado: pela primeira vez, o Brasil foi campeão dessa competição. Na edição seguinte, disputada em Mungyeong, Coreia do Sul, a boa performance se manteve - foram 84 medalhas (34 de ouro, 26 de prata e 24 de bronze), levando o Brasil ao segundo lugar geral. Dessa forma, o Brasil chega em evidência para a disputa em 2019. A 7ª

edição dos JMM contará com mais de 300 eventos de 27 modalidades diferentes. Dentre os esportes, alguns são velhos conhecidos do público, como o atletismo, o futebol e o boxe. Contudo, outros são específicos da esfera militar: orientação, paraquedismo, lifesaving (salvamento aquático) e os diferentes tipos de pentatlo (naval, militar e aeronáutico). O Vice-Presidente da CDA, Coronel Aviador Luiz Henrique Velasco Braga, falou sobre a participação da FAB em Wuhan e como funciona o programa de recrutamento de atletas no Brasil. “O Ministério da Defesa coloca como objetivo que o Brasil figure entre as três potências do desporto militar mundial. Essa é a oportunidade de mostrarmos a nossa gestão e como as


Washington WashingtonAlves Alves//COB COB22

Alexandre AlexandreLoureiro Loureiro/ COB / COB

Alexandre Loureiro / COB Alexandre Loureiro / COB

A Sargento Lorraine Barbosa Martins (acima, a terceira, da esquerda para a direita) integrou a equipe brasileira que venceu o Revezamento Feminino 4x100m em Lima; ao lado, o Sargento Darlan Romani, que foi ouro no arremesso de peso

Forças Armadas estão incentivando o esporte nacional. Com essa qualidade de pessoal e de gestão, demonstramos, também, o nosso poder dissuasório, com a atuação dos nossos atletas de alto rendimento. Nos JMM, trabalhamos com o intuito de buscar um maior número de medalhas do que o conquistado na edição anterior, vislumbrando, em complemento, os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. A edição de 2019 será um laboratório para seleção, rendimento e resultados do PAAR”, disse o Coronel Velasco. Os atletas da FAB estão nas mais variadas modalidades dos JMM. Conheça a história de alguns dos representantes do Brasil na China. Aerovisão

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anos, é o militar mais experiente da equipe brasileira. “Temos hoje uma equipe forte, composta por militares de diferentes gerações que garantiram o protagonismo do Brasil na modalidade por mais de uma década. Este ano, a condição é um pouco diferente com a entrada da China na modalidade, que poderá surpreender em diversos aspectos. No entanto, o nível de maturidade da nossa equipe é um diferencial significativo na busca por medalhas”, opinou. Entre títulos, ele acumula três campeonatos mundiais por equipe, um

Arcevo pessoal

Arcevo pessoal

Pentatlo Aeronáutico A categoria é uma das responsáveis por levar a FAB aos lugares mais altos do pódio - em 2015, foram duas medalhas de ouro (masculino individual e em equipe) e duas prateadas (feminino individual e em equipe). Apesar do nome, o esporte não reúne apenas cinco, mas sete provas de modalidades distintas: prova aérea, tiro, natação, esgrima, basquete, pista de obstáculos e orientação. O Major Aviador Andre Rossi Kuroswiski, atleta da categoria há 14


Suboficial Ricardo

O M a j o r Ku r o s w i s k i é praticante do pent atlo aeronáutico há 14 anos e adapta sua rotina para realizar os treinamentos das sete provas diferentes da modalidade; acima, ele participa de prova de orientação

vice-campeonato mundial e quatro títulos nacionais, individualmente. Quanto às sete provas envolvidas no pentatlo aeronáutico, ele conta como é o desafio para encaixar os treinamentos na rotina. O Major aproveita os deslocamentos para o local de trabalho para treinar a corrida; na hora do almoço, pratica tiro e esgrima; e, fora do expediente normal de trabalho, realiza treinamentos específicos coordenados pela CDA e basquete. Ademais, nos finais de semana, participa de competições de corrida de orientação e esgrima. “É possível manter um nível adequado para a maioria das modalidades, exercitando ao longo do ano. Para finalizar, dois períodos de treinamento com o restante da equipe,

quando os detalhes são ajustados pelos técnicos de cada prova”, explicou Contudo, por ser uma disputa entre aviadores, os concorrentes nas competições internacionais enfrentam desafios semelhantes. “Criado para complementar a preparação física e mental de pilotos militares, a modalidade busca manter sua essência até os dias atuais, tendo, como grande maioria dos competidores militares de carreira que passam pelas mesmas dificuldades. Em um ano que julgava ter passado por muitas dificuldades para treinar, tivemos como adversários uma equipe composta por um Comandante de Esquadrão de Caças F-18 e seus pilotos recém-chegados do conflito no Afeganistão”, lembrou. Aerovisão

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Ricardo Bufolin / CBG

O Sargento Barretto Junior foi o maior medalhista da FAB no Pan-Americano 2019, em Lima; após conquistar três medalhas de ouro, ele agora se prepara para seus primeiros Jogos Mundias Militares

Ginástica Embora seja novato nos Jogos Mundiais Militares, o Sargento Francisco Carlos Barretto Junior já chega com a promessa de bons resultados. Nos Jogos Pan-Americanos de 2019, disputados em Lima, no Peru, ele foi o maior medalhista brasileiro, somando três medalhas de ouro nas disputas por equipes, cavalo com alças e barra fixa. Em seu currículo, constam, ainda, a participação na Olimpíada Rio 2016, 14 medalhas de ouro em Campeonatos Brasileiros e quatro medalhas em Copas do Mundo de Ginástica. “Nunca disputei os JMM, mas acredito que seja de altíssimo nível por ser uma competição com muitos atletas olímpicos. A expectativa é poder competir e representar o meu país e as Forças Armadas da melhor maneira possível, chegando a disputas

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finais e conquistando medalhas. Será uma experiência sensacional. Nossa responsabilidade é grande, e um fator a ser somado, nesse aspecto, é a conduta militar. Ao mesmo tempo, sabemos o quanto é gratificante voltar com um resultado positivo”, comentou. Integrante do PAAR da Força Aérea desde 2018, o Sargento Barretto Junior tem ao seu lado um time estrelado. Os Sargentos Arthur Nabarrete Zanetti, Arthur Nory Oyakawa Mariano, Caio Campos Souza e Luis

Guilherme Cavalleri Porto completam a equipe campeã na categoria por equipes, em Lima. O Sargento Barretto Junior falou sobre a importância do PAAR para os bons resultados da equipe brasileira de ginástica: “Todo esporte precisa de confiança e suporte. E é isso que a FAB propicia a seus atletas de alto rendimento. Esse apoio é muito importante para que possamos continuar evoluindo e trazendo melhores resultados para o Brasil.”


Arcevo pessoal

Triatlo Nadar, pedalar, correr. Unindo três atividades em uma prova, o triatlo terá como representante da FAB a Sargento Vittoria Lopes de Mello. A atleta participa pela segunda vez dos Jogos Mundiais Militares e, nesta oportunidade, leva na bagagem uma trajetória de grandes conquistas. Em Wuhan, ela tentará repetir o bom desempenho no Mundial Militar de Triatlo 2018, disputado na Suécia, quando conquistou o vice-campeonato individual e o bronze por equipes. “Em setembro, comecei a preparação 100% focada nos Jogos Mundiais Militares, no qual pretendo representar o Brasil da melhor maneira possível. Quem sabe poder levar a bandeira brasileira ao pódio, repetindo o feito na Suécia 2018? Não tem sentimento maior do que poder escutar o hino nacional e encher o coração de orgulho, que emoção!”, disse.

No triatlo, a Sargento Vittoria Lopes conquistou o ouro na prova por equipes do Pan-Americano 2019; no Mundial Militar, em 2018, ficou com a prata

Em 2019, a triatleta foi uma das medalhistas do Brasil nos Jogos Pan-Americanos, disputados em Lima, Peru. Na prova feminina individual, conquistou a medalha de prata; no revezamento misto, conquistou a medalha de ouro ao lado dos Sargentos Kauê Willy Cardoso, da FAB, e Luisa Baptista e Manoel Messias, do Exército. A Sargento Vittoria Lopes falou sobre a importância de ter ingressado na carreira militar. “Além de poder representar meu país e ter o seu apoio, consigo priorizar a carreira de atleta, melhorando meu desempenho. Adicionalmente, considero a FAB como uma família, pois sempre tenho total suporte da equipe.” Aerovisão

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CÃES DE GUERRA

OS MELHORES AMIGOS NAS MISSÕES DA FAB Os cães são usados como aliados há muito tempo e estão presentes, também, na Força Aérea Brasileira. Eles têm atuado, entre outras situações, em cenários direcionados para a segurança de grandes eventos no Brasil. TENENTE JORNALISTA RAQUEL ALVES

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Sgt R. Peres / BAFL

Durante o treinamento na Base Aérea de Florianópolis, os cães auxiliam nas atividade de embarque e desembarque tático em embarcações

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anna e Lotus, da raça pastor belga malinois, ainda são filhotes e já têm uma rotina regrada, na Ala 8, em Manaus (AM). As fêmeas, de apenas sete meses, passam por treinamentos diários, como socialização, método de interação dos filhotes com pessoas, sons, entre outros estímulos. O treinamento dos cães é iniciado desde os primeiros dias de vida do animal, respeitando sempre a fisiologia e o crescimento de cada um. Algumas atividades de lazer estão incluídas no cotidiano desses cachorros, como a escolha dos brinquedos mais atrativos, por exemplo. Os filhotes estão sendo treinados para atuarem no trabalho de faro de entorpecentes, assim como a mãe deles, Diana, que ajudou na detecção de 3kg de drogas escondidos no banheiro do Aeroporto de Ponta Pelada, na capital amazonense, em maio deste ano. O olfato do animal, até 50 vezes mais apurado do que o de um ser humano, torna o trabalho de localização de ilícitos e pessoas muito mais rápido e eficiente. As especialidades (faro de explosivo, de entorpecente e guarda) dos animais são escolhidas a partir das características apresentadas por cada cachorro, analisando seu temperamento e sua atitude. Esses atributos são avaliados e, dessa maneira, é possível identificar as aptidões de forma individual. Hanna e Lotus recebem, ainda, o treinamento de guarda, sempre respeitando o perfil do animal.

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Sgt R. Peres / BAFL Sgt Simo / Agência Força Aérea

O papel do cachorro junto ao militar tornou-se fundamental. Por isso, a Força Aérea Brasileira (FAB) possui canis nas diversas Organizações ao longo do país. “O intuito é manter o animal sempre preparado para atuar em uma variedade de missões”, conta a Tenente Veterinária Raquel Tomé da Silva, que trabalha com os cães do Grupo de Segurança e Defesa (GSD) da Ala 8, em Manaus. Não só os animais passam por treinamentos, mas também os adestradores precisam exercitar a condução dos cães. O Estágio Básico de Operações, realizado na Base Aérea de Florianópolis (BAFL), é uma das ferramentas que a FAB dispõe para preparar os militares para conduzir os animais. Eles

“Essa atividade é muito importante para que para atuar nas missões de faro e entorpecentes.” Cabo José Ricardo Gomes De Lima

Thor, de apenas sete meses, está em treinamento e já atua nas missões de faro de entorpecentes nos embarques e desembarques de aeronaves

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S2 Thallys Amorim / Agência Força Aérea

o animal esteja adaptado


S2 Thallys Amorim / Agência Força Aérea

Cão Wolverine, durante o treinamento na Ala 1, em Brasília (DF)

aprendem desde a parte de condução e obediência até o treinamento de guarda e proteção, patrulhamento em mata diurna e noturna, treinamento físico, rapel, busca e captura, policiamento, embarque e desembarque de aeronaves, dentre outras atividades que o cachorro realiza junto ao instrutor. “No término do curso, os instrutores estarão aptos a conduzir os cães que, por sua vez, terão a capacitação adequada para as missões”, conta o Suboficial Reginaldo Wendhausen Fraga, instrutor do curso. Além de receber outros treinamentos, na Ala 1, em Brasília (DF), o cão Wolverine está sempre com faro apurado. Em um dos adestramentos, ele entra em contato com o odor típico da droga, que é acondicionada dentro de tubos de PVC, mangueiras de borracha ou em pequenas bolsas. Após o animal se acostumar com o cheiro dos diversos tipos de entorpecentes, o “brinquedo” é entregue a ele como recompensa pelo cumprimento do exercício. “Essa atividade é muito importante para que o cachorro esteja adaptado para atuar nas missões de faro de entorpecentes”, relata o Cabo José Ricardo Gomes De Lima Junior, instrutor do Curso de Formação de Condutores e Cães. Por todo o Brasil, Unidades da FAB mantêm cães preparados para atuar em missões de guarda e segurança; faro de drogas, munições e explosivos; e até para patrulha da área de pousos e decolagens. O combate ao tráfico de drogas é a atividade diária desses animais, principalmente em regiões de fronteira, farejando bagagens e aeronaves. São mais de 100 cães de raças como Aerovisão

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pastor belga, belga malinois e alemão, border collie, labrador e rottweiler distribuídos entre Esquadrões e Grupos de Segurança e Defesa. Durante os Jogos Pan-Americanos, em 2007, na Copa do Mundo FIFA, em 2014, assim como na Olimpíada e na Paralimpíada Rio 2016, diversos cães da FAB atuaram na identificação de entorpecentes e armamentos em aeroportos civis e militares.

Ao lado, cão Wolverine (Ala 1) apurando o faro no treinamento

Ten Enilton Kirchhof / Agência Força Aérea

Participação em eventos Não só de treinamentos e missões vivem os cães da FAB. Eles também se apresentam em eventos e participam de

competições, dentre outras atividades. Os cachorros do Grupo de Segurança e Defesa do Recife (GSD-RF) se apresentaram no “Primeiro Encontro Animal Alegria”, este ano, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana. Os animais do Elemento de Cães de Guerra (ECG) demonstraram comandos básicos de disciplina, simulações de abordagem e busca por produtos ilícitos.

Cães do canil do BINFAE-GL no Aeroporto do Galeão, participando da segurança dos Jogos Olímpicos 2016

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o animal sempre preparado para atuar em uma variedade de missões.” Tenente Raquel Tomé, Ala 8

Henrique Moraes Alexandrino

S2 Thallys Amorim / Agência Força Aérea

“O intuito é manter

Na simulação de abordagem, é feita uma verificação: a pessoa suspeita emprega fuga e o cão espera o momento certo para imobilizar o fugitivo. Durante a demonstração, é testada a habilidade do animal em encontrar substâncias ilícitas. De acordo com o ECG, o treinamento dos cachorros os submete apenas ao odor dos produtos. Portanto, eles não são colocados em contato com substâncias entorpecentes. Para o animal, a busca por esses ilícitos é uma brincadeira, uma vez que ele é estimulado a realizar a procura e ainda recebe recompensa ao indicar o material. Para Ricardo Cruz, idealizador do Projeto Socorro Animal e organizador do evento, a FAB demonstra um trabalho grandioso no adestramento de cachorros. “Temos vários apoiadores que se interessaram por esse trabalho e a causa animal não pode parar”, ressaltou. O Elemento de Cães de Guerra do GSD-RF tem como objetivo apoiar as atividades de Infantaria da Aeronáutica por meio do emprego do cão em missões de interesse da FAB. Os animais são treinados para atuar em ações como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), patrulhamento ostensivo nas vilas militares e interior das Organizações da Guarnição de Aeronáutica do Recife (GUARNAE-RF), bem como no combate ao narcotráfico. O cachorro também passa para a reserva Após oito ou nove anos de trabalho, em média, os cães policiais, como são chamados, precisam ser aposentados. Seguindo a doutrina de outras Forças e polícias do mundo, a prioridade da adoção é dada ao adestrador, que teve contato com o animal durante a sua “carreira” na Instituição.

Ao lado, instrução de rapel com cão do Grupo de Segurança e Defesa do Recife (GSD-RF) Aerovisão

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MEMÓRIA FAB

PONTE AÉREA: 60 ANOS Criação brasileira aperfeiçoou o transporte de passageiros na rota mais movimentada do espaço aéreo brasileiro TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO

O

ano era 1959, quando representantes da Varig, da Cruzeiro do Sul e da Vasp resolveram se unir para aperfeiçoar o transporte de passageiros entre as duas maiores cidades do Brasil. Remarcando o horário de voos e permitindo uma maior flexibilidade para os passageiros, a aviação encurtou os 358 quilômetros que separam São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). A Ponte Aérea revolucionou a mais movimentada e disputada rota da Aviação Comercial Brasileira, quebrando recordes de decolagens e passageiros transportados, assim como exigindo um desempenho impecável do controle de tráfego aéreo na região. A ligação entre as capitais dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por meio da aviação comercial, nasceu em 5 de agosto de 1936, às 8h35 da manhã, quando as aeronaves Junkers Ju 52/3m de matrícula PP-SPD e PP-SPE decolaram do Aeroporto de Congonhas e do Calabouço (hoje Santos Dumont), respectivamente, rumo ao estado vizinho. A 250km/h, a viagem durava,aproximadamente, 100 minutos - à época, uma evolução, considerando as quase 15 horas de trem para o mesmo percurso. No ano seguinte, a rota ganhou voos diários e a frequência só aumentou com a concorrência entre empresas como Vasp, Panair, Cruzeiro do Sul e Varig,

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Fotos: Acervo DECEA

As capitais dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo são separadas por 358 quilômetros; antes da ligação aérea, o percurso era feito em uma viagem de trem com duração de 15h


A Ponte Aérea foi criada em 1959 e, no ano seguinte, em torno de 388.000 passageiros foram transportados nos voos, com intervalos inferiores a 15 minutos; em 1975, a barreira de um milhão de passageiros anuais foi quebrada; nas fotos, imagens históricas dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont

entre outras. Nos anos 1950, uma delas, a Redes Estaduais Aéreas Ltda (Real), chegou a operar cerca de 15 voos diários entre os Aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. Naquele momento, o controle do espaço aéreo na região tinha poucos anos de atuação. Seus primórdios datam de 1943, quando foi instalada a primeira Estação de Comunicações destinada ao Serviço de Proteção ao Voo, em Congonhas. Já em 1945, entrou em operação a primeira Torre e Centro de Controle, no mesmo local. Responsável pela área, o atual Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) foi criado em junho de 1947, como Serviço de Rotas da 4ª Zona Aérea (SR4). A Real obrigou as concorrentes a

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inovar. Assim, Varig, Cruzeiro do Sul e Vasp se uniram para otimizar uma rota de grande movimentação na Aviação Comercial Brasileira, em 1959. Juntas, as empresas operavam mais de 25 voos por dia nesse trecho. Contudo, alguns deles decolavam com baixa ocupação e os grandes intervalos entre decolagens também eram frequentes. Com isso em mente, as companhias começaram a coordenar seus horários e oferecer vantagens ao passageiro: ele poderia embarcar no primeiro voo disponível, independente da empresa, sem necessidade de trocar o bilhete. Autorizada pelo Diretor-Geral de Aeronáutica Civil, Major-Brigadeiro do Ar Dario Cavalcanti de Azambuja, nascia, em 6 de julho de 1959, a Ponte Aérea. A criação brasileira exigiu, ainda, o esforço, por parte do então Ministério da Aeronáutica, no que se refere ao controle do espaço aéreo no local. Logo após a implementação da Ponte Aérea, em 1960, foram transportados em torno de 388.000 passageiros, em voos saindo e chegando, com um intervalo inferior a 15 minutos. No ano de 1975, a marca de 1 milhão de passageiros transportados no período de 12 meses foi alcançada: 1.014.305 passageiros usaram a ponte em 1975, uma média de, praticamente, 2.800 viajantes por dia. Em função do ocorrido, a grande movimentação na área também impulsionou o pioneirismo: o Núcleo de Proteção ao Voo de São Paulo (NPV-SP), hoje Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP) foi a principal unidade de trabalho do primeiro Controlador de Tráfego Aéreo formado no Brasil, Francisco Drezza, primeiro colocado da primeira turma de Controladores da Escola Técnica de Aviação, em 1945. Em 20 de janeiro de

O dinamismo da rota fomentou a inovação: em 1962, foi inaugurado em Congonhas o primeiro radar da América do Sul; em 2004, surgiu o Controle de Helicópteros São Paulo Aerovisão

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Atualmente, Rio de Janeiro-São Paulo é uma das rotas doméstica mais movimentadas do mundo e, em termos de pontualidade, o trajeto brasileiro também está entre os primeiros

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Atualmente a cargo do SRPV-SP, o controle do espaço aéreo na área tem seus primórdios em 1943, com a criação da Estação de Comunicações do Serviço de Proteção ao Voo em São Paulo

Acima, vista atual do aeroporto Santos Dumont; abaixo, decolagem em Congonhas

1962, foi inaugurado em São Paulo o primeiro radar da América do Sul. Já em 2004, surgiu o Controle de Helicópteros São Paulo, experiência única no mundo. Os órgãos operacionais do DTCEA-SP prestam Serviços de Tráfego Aéreo (ATS) ao maior conjunto de tráfego aéreo simultâneo da América do Sul. O Chefe do SRPV-SP, Coronel Aviador Anderson da Costa Turola, falou sobre a peculiaridade do tráfego aéreo entre as cidades da Região Sudeste do Brasil: “O SRPV-SP fez parte desse relevante cenário da aviação e teve um papel preponderante no fluxo do movimento aéreo entre as maiores metrópoles do país. Pelo fato de ter absorvido, em 2005, o Serviço de Proteção ao Voo do Rio de Janeiro, a Unidade concentra seu foco de atuação nos voos entre o Rio de Janeiro e São Paulo, hoje uma das rotas domésticas mais movimentadas do mundo.” A parceria entre as empresas durou até o início da década de 1990. Todavia, o termo Ponte Aérea até hoje é utilizado para a rota Rio-São Paulo - ideia utilizada também em conexões entre outras cidades ao redor do mundo, como Nova York-Washington, nos Estados Unidos. Atualmente, uma média de 26,5 mil passageiros se desloca diariamente nos 104 voos entre os aeroportos cariocas e paulistas. Se os primeiros aviões cruzavam os 358 km em 1h40, as aeronaves atuais levam um tempo médio de 45 minutos para completar o trajeto. Aerovisão

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VOO MENTAL

Arcevo pessoal

Os artigos publicados nesta coluna são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

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primeiro KC-390 da Força Aérea Brasileira é o primeiro KC-390 do mundo. Já o primeiro F-39E brasileiro ganhou os céus enquanto a Suécia também ainda espera para operar essa nova versão do caça, muito mais avançada que os modelos já em atividade. Sabe o que isso quer dizer? Que no início da próxima década, quando a FAB ostentar seus F-39 e KC-390 em uma linha de voo, terá em suas mãos capacidades inéditas em nível global. Isso nunca havia ocorrido em nossa história. Desde os P-47 Thunderbolt até os Mirage 2000, todos os nossos caças de defesa aérea já eram operados nos seus países de origem. O padrão era sempre o mesmo: após a aquisição da aeronave, pilotos eram enviados ao exterior para aprender com quem, por vezes, já estava de olho em algo melhor. Esse teria sido, à propósito, o caso de o Brasil ter fechado negócio com as empresas que ofereciam os concorrentes do Gripen. Agora é diferente. De fato, vamos enviar militares à Suécia para aprender a dominar o F-39E, mas nessa parceria não há mestres e alunos: aprendemos juntos. Os dois países estão descobrindo ao mesmo tempo as capacidades da nova aeronave de combate. À propósito, o fato de a Suécia ter adotado o WideArea Display, inicialmente solicitado pelo Brasil apenas para as nossas aeronaves, mostra bem que temos, sim, muito o que ensinar.

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PARA VOAR, COMBATER E VENCER Por Humberto Leite, Jornalista

Em realidade, comparações do tipo alcance, velocidade, peso e alcance de radar são simplistas para mensurar o avanço alcançado. O principal míssil ar-ar a ser operado no Gripen, por exemplo, tem uma “no escape zone” estimada em 60 km. É uma letalidade nunca vista por essa parte do planeta. Contra alvos no solo ou no mar também haverá armas de desempenho que supera expectativas atuais. Resta um desafio. Um enorme desa-

“Particularmente, sou um cidadão satisfeito por saber que a Força Aérea está cumprindo o seu papel.”

fio. Com a confiança dada pela população para ser realizado um investimento tão alto, à FAB cabe aprimorar seus militares e sua estrutura de tal modo a colher todos os benefícios do investimento realizado. Há muito a ser feito, da formação de pilotos à logística. Mentes precisam evoluir para fazer jus a um caça do século XXI, que tem como principal destaque sua multifuncionalidade. Aliás: ainda é o caso de chamar de “1º Grupo de DEFESA AÉREA” uma unidade que receberá um caça multifuncional?! Particularmente, sou um cidadão satisfeito por saber que a Força Aérea

está cumprindo o seu papel. Dos muitos elogios que esse projeto merece, um deles certamente precisa ir para o dedicado processo de obtenção de conhecimento para a futura operação das aeronaves. Cinco anos atrás, a ida dos então capitães Pascotto e Fórneas para a Suécia, onde aprenderam a dominar o F-39C, era só o início de um trabalho que envolve estudos e preparação. Não se trata só de aprender a voar, mas sim de explorar a máquina em todas as suas possibilidades, vendo até onde é possível desenvolver as ações aéreas previstas pela Força Aérea Brasileira. E, por que não?, se é o caso de serem criadas missões hoje impensadas. O mesmo acontece com o KC-390. O avião nunca será um “Bandeirante grande” ou um “novo Hércules”, como alguns críticos não tão informados propagaram. A FAB, há anos, começou a estudar todas as características da aeronave. As possibilidades de emprego são tão amplas que seria um desperdício limitar o avião. Mais uma vez, a multifuncionalidade nem combina com o nome da unidade aérea: 1º Grupo de Transporte de Tropa. Ok, a tradição histórica pode fazer as designações permanecerem como estão. Mas só por tradição histórica. O foco, agora, é o futuro. O pátio da Ala 2, em Anápolis, passou a ser de interesse global. Ali estarão em serviço duas das aeronaves mais modernas do mundo. Vamos produzi-las, vamos operá-las, vamos, esperamos, exportá-las. Mas, lembrando a missão básica da Força Aérea Brasileira, vamos voá-la para combater e para vencer. Que esse interesse no F-39 e KC-390 também signifique um recado bastante claro: que ninguém venha a se meter a besta contra nós, pois nossos militares estarão preparados como nunca.




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