Aerovisão 232 - A1 Renasce

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Livro recupera a trajetória do Patrono da Força Aérea Brasileira, Marechal do Ar Eduardo Gomes, militar que participou ativamente da vida política do país e da organização da aeronáutica brasileira CARLA DIEPPE

INCAER

“U

sando uma frase do Jornal da Tarde, eu diria que ele foi ‘um homem que confundiu sua vida com a história da democracia brasileira’”, afirma o jornalista Cosme Degenar Drumond, ao descrever o Patrono da Força Aérea Brasileira, Marechal do Ar Eduardo Gomes. Degenar é autor do livro “O Brigadeiro. Eduardo Gomes, trajetória de um herói”, uma das mais completas obras já produzida sobre a história do militar que participou ativamente dos acontecimentos nacionais dos Anos 20 aos Anos 60. “Eduardo Gomes era extremamente religioso e se dedicava a ajudar os mais humildes e necessitados, sobretudo do interior do país e em Petrópolis, sua cidade natal. Por essas ações de caridade, foi agraciado pelo Vaticano com a Ordem de São Silvestre. Sempre jovem de espírito e fiel aos seus princípios, arriscou a vida e a carreira toda vez que sentiu o país e a democracia ameaçados. Por ser contrário às injustiças, tornou-se um dos maiores revolucionários do século passado, levou tiros, foi preso, viveu na clandestinidade, foi condenado, anistiado, aplaudido e admirado. De uma honestidade ímpar, nunca se dobrou ao dinheiro e vivia modestamente. Acreditava na comunhão das gerações, com os jovens julgando os mais velhos e procurando exemplos no passado. Ele teve de fato uma trajetória de vida cinematográfica e exemplar. Tinha o porte do galã de cinema e não foi à toa que inspirou o bordão eleitoral “Vote no Brigadeiro, que é bonito e é soltei-

ro”. Em homenagem a ele, um grupo de mulheres do Rio de Janeiro criou o docinho “brigadeiro”, como forma de angariar recursos para sua campanha política de 1945”, afirma o autor. Leia a íntegra da entrevista: Aerovisão: Quando surgiu a ideia do livro e quanto tempo levou para concluir a obra? Cosme Degenar Drumond: A ideia surgiu quando eu pesquisava para o livro “Alberto Santos-Dumont. Novas Revelações”, lançado em 2009. Eu me senti atraído pela história de vida do Brigadeiro Eduardo Gomes. Constatei também que não havia uma biografia recente do Patrono da FAB, a última fora publicada em 1945. Então, em abril de 2009, aprofundei os trabalhos de investigação para o livro. Aerovisão: Desde o começo da obra, o senhor pensou em recontar a vida do Brigadeiro Eduardo Gomes, a partir dos fatos políticos da época? Degenar: Ele disputou duas vezes a Presidência da República pela União Democrática Nacional (UDN), partido criado em 1945 para as primeiras eleições após a ditadura do Estado Novo. Na segunda vez, em 1950, ele concorreu com o próprio Getúlio Vargas, que, depois, tornou-se então presidente constitucional. Ao pesquisar essa parte, observei que seus discursos haviam atraído o apoio generalizado da imprensa e de muitos eleitores contrários à ditadura de Vargas. Ele tinha fortes vínculos com valores morais, família e religião. Desde muito jovem, queria um Brasil politicamente assentado na democracia, com desenvolvimento econômico e justiça social. Então, era inevitável fazer esse paralelo. Para ele, democracia significava essencialmente o fim das mazelas sociais. Embora tenha sido uma unanimidade nacional e sua trajetória revele uma vida à procura da Aerovisão

Abril/2012

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