Nutrição
Ajuste fino na dieta Reconhecido como benéfico para a produção, o uso de aminoácidos “protegidos” requer nutrição no capricho
O
Tatiana Souto
uso de aminoácidos protegidos é relativamente recente na pecuária leiteira brasileira. Já amplamente empregados nos Estados Unidos e em países da Europa, esses produtos “protegidos” – tecnologia que lhes permite resistir mais à degradação no rúmen das vacas, e propiciar um melhor aproveitamento pelo organismo – costumam ter como foco, aqui, os rebanhos leiteiros de alta produção, criados em confinamento e que contam com sistemas nutricionais muito bem ajustados. No mercado brasileiro, são comercializados dois aminoácidos protegidos: a metionina e a lisina. Estudos comprovam que a metionina contribui, de fato, para expressivos aumentos na porcentagem de proteína do leite. E pesquisas mais recentes dão conta de que este aminoácido também é importante para melhorar a condição corporal e de saúde da vaca leiteira no crítico período de transição – entre três semanas antes do parto e quatro semanas após o parto, informa o consultor técnico da Cargill Nutrição Animal, Alexandre Pedroso.
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Mundo do Leite – fev/mar 2018
Já a lisina é ingrediente nutricional que contribui para o bem-estar geral da vaca, resultando em produção de leite maior e de mais qualidade. Tanto a metionina quanto a lisina – assim como todos os outros aminoácidos essenciais para o organismo – podem ser encontrados nos alimentos fornecidos a um rebanho bem nutrido. “O farelo de soja, por exemplo, é rico em lisina”, acrescenta Pedroso. Ele comenta, ainda, que nos Estados Unidos, onde é permitido fornecer para o gado farinha de sangue, há lisina suficiente para garantir um bom balanceamento nutricional sem que seja necessário lançar mão do produto protegido. Entretanto, a pesquisa aponta ambos os aminoácidos como os dois maiores limitantes à produção leiteira, caso faltem na dieta. “Limitante significa: se estiverem em falta, são os primeiros a prejudicar o desempenho produtivo do animal”, detalha Pedroso. Rebanhos que contam com um bom aporte nutricional, com a participação de todos os aminoácidos essenciais, podem usar metionina e lisina protegidas como um “ajuste fino”, recomenda Pedroso, que defende, porém,