Jornal de Agosto de 2019

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Redação: Diretor Geral: Caio Augusto Colaboradores: Matuka Castro; Caio Cassola; Sebastião Cabral; Kelli Cristina; Krsna Fonseca; Daniel Grecco; Hugo Lapa; Pablo Araújo; João Paulo; Correção e textos: Equipe Geral Artes e Distribuição: Caio Augusto João Paulo Capa: Fontes de imagens da web e montagens feitas pela equipe

NOTA: Comunicamos que, o Jornal de Umbanda Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço livre que autores enviam seus textos e trabalhos e é comunicado à na mídia Umbandista, cada um tem total responsabilidade por seu texto, então o jornal em geral só si responsabiliza pela montagem e divulgação!!! Boa leitura. (Algumas imagens de fonte de internet)

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Umbanda sem línguas! As vezes temos o sério problema em duvidas da espiritualidade, mas sempre recebemos recados da mesma que nos mostra a verdade, e o que acontece nesse mundão de meu Deus, vou relatar um fato que aconteceu em nossa casa na gira dos amados Pretos Velhos. Era uma gira normal de atendimento e fizemos um louvor para as almas tudo ocorria bem os Pretos velhos chegaram após a vinda de nosso pais Omolu, e sem imaginar recebemos 03 consulentes que vieram de visita ao Brasil dos Estados unidos, sim elas não falavam português, e precisava da sua amiga como interprete para entender o Preto Velho, algo que para nós já não é tão fácil, mas o que movimentou e mudou toda nossa visão foi, que ela ao passar na energia do Preto Velho no seu passe, na sua mironga ela sentia a mesma energia dos irmãos daqui, e chegaram a vibrar na vibração dos mesmos, mesmo sem entender o que eles falavam elas sentiam o axé e energia da linha e dos guias! Sim fantástico ela se arrepiava e se emocionava escutando o tambor sem ao menos saber o que era cantado, mas sua interprete lhe falou que elas sentiam essa vontade de conhecer a religião Brasileira! Isso sem dúvidas me encheu de orgulho, não por que era na minha casa mas pois mostra que a Umbanda e o chamado dos Orixás não têm línguas, barreiros, amarras e sim é algo libertador, você já refletiu sobre? Como você chegou ao pé de um Preto Velho? Salve a Umbanda, Salve Todos Orixás, Salve as Almas! ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS

“Senhor, Nosso Pai, que sois o Poder, a Bondade, a Misericórdia, olhai por aqueles que acreditam em Vós e esperam por vossa bondade, poder e misericórdia. Dá Pai, aos que vacilam ao Vosso Poder, na Vossa Misericórdia e Bondade, a clareza de pensamento e abri-lhes, Senhor, os Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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olhos para que pratiquem sempre o bem, a caridade para com os outros dentro da humildade de Vossa Sabedoria, reconhecendo assim a Vossa Existência, Poder e Misericórdia, bem assim, o Vosso Reino. Senhor, perdoa aqueles que a escuridão ainda não deixou ver os erros cometidos na sua passagem terrena. Dá, Senhor, a eles que sofrem a luz de Seu imenso Amor e da Sua Sabedoria. Que a sua luz nos ilumine neste mundo e em outros que ainda desconhecemos, e em todos os lugares por onde passarmos nos proteja. Oh ! Meu Pai Santíssimo !! A nós pecadores, aceita o nosso arrependimento dos erros que temos cometido. Pai, pela sua sagrada bondade e paixão, consenti que caminhe até vós pelo caminho da perfeição. Dá Senhor, orientação perfeita no caminho da virtude, único caminho pelo qual devemos trilhar. Misericórdia aos nossos inimigos. Perdão a todos os nossos erros, e que Vossa Bondade não nos falte hoje e sempre… Amém”. (Autor Caio Augusto Direitos reservados e assegurados por estante virtual)

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Ruth era uma linda jovem que, ainda criança, passou por situações que nenhum ser gostaria de vivenciar. Isso lhe causou sofrimentos em vida terrena e em espírito, mas eles não lhe deixaram marcas em seu corpo, e sim em sua alma, ferindo sua essência e dignidade. Sua mãe, ainda em vida, a fim de não mais querer que Ruth passasse por tais situações, resolveu tomar uma decisão, que a levaria a ser julgada por um juiz e seria condenada à morte. O juiz, mesmo tendo as afirmações da ré como sendo a culpada, ainda não estava certo de sua sentença… mas nada pôde fazer, pois a ré, mãe de Ruth, assumiu perante todos que era a responsável pelos fatos. Mesmo sabendo que, após sua morte, poderia sofrer as consequências, Rute seguiu com seu plano de vingança, traçando caminhos em direção às trevas. Mas das trevas se fez a luz. Um Ser que vivia na mesma egrégora que Ruth é pego por Guardiões de Lei, e é forçado a desfazer uma demanda que ele próprio vibrara. Tempos depois, esse mesmo Ser é apresentado a força de um Guardião Maior, e lhe fora concedido permissão de carregar o nome de TrancaRuas. Junto a seus aliados, Exu Sete Capas, Exu do Ouro e outros Guardiões e Guardiãs, Tranca-Ruas rege um plano a fim de resgatar Ruth, a linda jovem que, também tendo ajuda de Rosa Negra, carregaria o nome da Guardiã Maior: Maria Padilha das Almas, a Guardiã das Setes Catacumbas.

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VAMOS TODOS DO CÉU PARA O INFERNO É certo que tudo em nossa vida sempre gira em torno de um par de opostos. Esses opostos são: dia e noite, alto e baixo, positivo e negativo, esquerda e direita, bom e mau, certo e errado, luz e escuridão, etc. A maioria das pessoas consegue perfeitamente reconhecer que toda a sua existência está definida por uma bipolaridade. No entanto, poucos percebem que esses opostos frequentemente se alternam e um pode facilmente se transformar no outro… e isso pode ocorrer a qualquer momento. Por exemplo, depois do dia vem a noite… dependendo de nossa posição, a esquerda pode se transformar na direita, podemos ir do prazer à dor em um curto espaço de tempo, etc. O mais importante a se compreender nesse processo de alternância de contrários é de que forma eles geram sofrimento para os seres humanos. Esse sofrimento pode ser criado da seguinte forma: vamos imaginar que um homem vive um relacionamento maravilhoso, muito feliz, em que ama sua mulher. Esse homem vive praticamente um céu, uma condição paradisíaca quando está com essa mulher. Quando eles se encontram, se beijam, se abraçam, ficam deitados na areia da praia, tudo isso é como um paraíso, uma condição extremamente agradável, um céu para esse homem. Ele sente-se completo naquele momento. No entanto, vamos imaginar que essa mulher venha a falecer num acidente. O que acontecerá com esse homem? Não é difícil perceber que ele poderá ir de uma condição de céu para um inferno pessoal. O que antes era uma alegria maravilhosa, transforma-se numa tristeza profunda. Quando esse homem Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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estava com a mulher que tanto amava, ele se encontrava no céu, numa espécie de nimbo pessoal… e desse paraíso, os opostos de alternaram, como sempre fazem, e ele foi direto para o inferno. Ele que estava nas nuvens com ela, com a falta dela cai direto no chão. Esse é um exemplo emblemático de como a experiência de uma condição boa pode, ao ser perdida, se transformar automaticamente numa condição má, ruim. Tudo isso motivado pelo poder dado a um contrário e pela posterior alternância das polaridades em nossa vida. Em outro exemplo, um homem muito rico vive com extremo conforto gozando suas riquezas. Em outro momento, ele perde tudo o que possuía e fica pobre. Nesse caso, ele também foi do céu para o inferno, do bom para o mau. Ele vai da condição de gozo por um tempo, onde está nas alturas… e quando isso se perder e a vida girar, como sempre gira, ele também cairá do céu ao inferno em pouco tempo. Ele vai do conforto/estabilidade ao sofrimento. Jesus também mencionou esse princípio da alternância de opostos que gera sofrimento quando contou a história do rico e do Lázaro. O rico foi para uma zona inferior após a morte… e o pobre, Lázaro, foi para uma região celeste. Jesus também mencionou os opostos que giram e mudam de lugar quando citou que “Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”. Isso significa que os menores no reino da Terra serão os maiores no reino do céu e vice versa. Mas o que esse giro dos opostos significa na prática? Todos aqueles que desejam viver o bom, o melhor, o certo, o agradável, sempre se veem na iminência do giro da natureza trocar os opostos de lugar e o bom se transformar em mau, o agradável vira o desgradável, o certo se torna errado e o errado certo… um oposto sempre se segue ao outro, e nessa mudança constante e cíclica da existência, essa maré da vida nos joga de um lugar para o outro. Esse choque entre as duas realidades opostas é justamente a causa de todo nosso sofrimento humano. Imagine que estamos num barco que vira de um lado e depois vira ao outro. Um néscio vai para um dos lados e se agarra a esse lado, mas quando vem uma onda, uma força o joga para o outro lado e esse impulso de um lado para o outro causa diversos choques que geram sofrimento. Um sábio não vai para um dos lados e se agarra nele, mas se coloca no meio do barco, onde a oscilação das ondas não exerce qualquer forma sobre ele. É justamente esse centro, além do mundo dos opostos, que devemos nos situar para não mais sofrer. Uma mulher que, por exemplo, acha o seu marido maravilhoso e fiel, vai sofrer amargamente quando descobrir uma traição dele. Quanto mais ela o definiu como fiel, bom, honesto, mais vai sofrer quando descobrir sua traição, suas mentiras, sua desonestidade. Isso significa que, quanto mais uma pessoa constrói uma ideia de um oposto em sua mente, como por exemplo “Meu marido é bom”, mais ela vai sofrer quando descobrir que seu marido, na verdade, não é bom como ela pensava. Isso mostra que a construção dos opostos se dá, em primeiro lugar, em nossa mente, e depois se espalha por todas as áreas de nossa vida. Quando não mais construirmos noções de bom e Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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mau, não mais haverá o gira dos opostos e o sofrimento não poderá nos afetar, assim como a oscilação das ondas não afeta o sábio que se colocou no meio do barco. Um oposto sempre nos aproxima do seu contrário. Quanto mais busco uma vida boa, mais uma vida ruim me atinge e me faz sofrer. Quanto mais eu busco a riqueza material, mais a pobreza me assola, me amedronta e me faz sofrer. Quanto mais eu busco o prazer, mais a dor e a perda desse prazer me fazem sofrer. Quanto mais eu quero ficar junto de uma pessoa, mais eu sofro quando estou longe. Tudo isso vai gerando dezenas ou centenas de situações de sofrimento em nossa vida. O sofrimento começa quando buscamos uma condição oposta e queremos evitar o seu contrário. Ou seja, tudo porque buscamos o bom… e fugimos do mau; buscamos o prazer e evitamos a dor; buscamos a luz e nos esquivamos da sombra; buscamos o céu e queremos afastar-nos de todas as formas do inferno. Nos grupos da internet veja muitas pessoas caindo nesse erro, reclamando que nada em suas vidas “dá certo”. Todos precisam saber que quando passamos a vida buscando fazer as coisas “darem certo”, mais chance teremos de que tudo dê errado, pois quanto mais buscamos o certo, mais o errado vai nos assolar e gerar sofrimento. Qual é então então a solução desse impasse? O sábio jamais busca um extremo oposto (como no exemplo do barco), pois ele sabe que quanto mais se aproxima do pólo oposto, mais próximo ele está do seu contrário: quanto mais ele busca o bom, mais próximo está do mau; quanto mais busca o céu, mais próximo está do inferno; quanto mais busca o prazer, mais a dor está presente; quanto mais ele gosta do dia e quer viver de todas as formas o dia, mais a noite o aterroriza. Por isso, a postura do sábio é de sempre ignorar os pares de opostos, não dar importância a eles e se colocar sempre no centro, onde não existem opostos em sua mente. O sábio não busca jamais o bom, pois ele compreende que, inevitavelmente, o bom vai trazer o mau, o agradável vai trazer o desagradável… e é inútil passar a vida perseguindo um oposto, pois quanto mais perseguimos um lado, mais o outro lado aparece e nos causa sofrimento. Como diz Krishna: É preciso viver os opostos com equanimidade. Estar feliz no dia e na noite, na dor e no prazer. Ficar tranquilo no calor e no frio, na riqueza ou na pobreza. Viver em harmonia no alto e no baixo, no bom e no ruim, no positivo e no negativo. Aquele que passa pelo negativo pensando em excluir o negativo e ir ao positivo, esse continuará a sofrer. Mas aquele que vive o negativo sem se deixar afetar pelo negativo, já não encara mais o negativo como negativo, e assim, o negativo e o positivo não fazem mais diferença para ele, pois ele vive em paz em qualquer dos polos contrários que experimente. Dessa forma, não adianta, por exemplo, pensar que estamos bem porque temos a pessoa dos nossos sonhos, pois um dia esse céu que vivemos com ela vai se transformar num inferno no momento em que essa pessoa nos decepciona, nos abandona ou morre. Todo céu vai se transformar num inferno, e o inferno num céu… não tem como fugir disso. No momento em Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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que construímos o que seria o céu, estamos ao mesmo tempo construindo o sofrimento do inferno, que virá em seguida. Nossos esforços em busca do bom, do belo, do agradável, do certo são sempre todos em vão… e só poderão nos causar mais e mais sofrimento. A evolução está em desconstruir totalmente os opostos e nos colocar sempre no centro da roda da vida, onde a força dos contrários não nos puxa para lá e pra cá. Por outro lado, é preciso viver em equanimidade, sem dar poder a esse mundo dos extremos em nossa vida. Aquele que faz isso… se liberta de todo sofrimento.

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A cosmogonia da máquina em relação a gênese da peça Somos indissociáveis… Eu máquina e você peça Você prescinde de mim peça Eu máquina sou o motivo de sua existência Você no lugar errado não me serve bem Só desabrocha como peça quando colocada no seu lugar natural na engrenagem chamada vida. Cada peça tem sua função e qualidade divina Herdada da imanente máquina na qual fundamenta sua origem. Peça quando fora do eixo não serve a máquina. Peça que fora da máquina é uma rosca inútil Parafuso perdido, que na mão de uma criança assume identidade abstrata, ora é barco, ora é um carro, ora um soldado, ora um bandido, ora esquecido por hora… Oh máquina que justifica a existência de todas as peças, que me indique uma engrenagem por onde possa desabrochar meus talentos de peça e assim melhor servir a máquina servindo minhas outras partes que são Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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peças à serviço do bem comum que a máquina justifica a existência. Partes que se afetam, peças que se chocam dentro da caixa de ferramenta em busca do seu lugar natural na engrenagem chamada vida. Lá na caixa é escuro e quando aberta pelo dono da caixa, sempre há a esperança de alcançar o motivo real de nossa existência de peça, que é servir o todo como uma das muitas peças que se movimentam, que se afetam, que se chocam, em busca do desabrochar da sua função na ordem cósmica do universo. A intenção da máquina é servir o todo A intenção da peça é servir a máquina como parte do todo que compõe a máquina A máquina e a peça são indissociáveis A máquina justifica a existência da peça A peça está na máquina como parte E a máquina está na peça como o todo que a justifica. Sabemos que somos peça e essa não é nossa angústia Porém a resposta pela busca existencial nessa caixa de ferramenta gigante e escura, é em qual máquina me encaixo? Sei que sou uma parte importante para máquina, mas desconheço qual a engrenagem que revela minha função natural no todo da máquina que justifica minha existência de pequena grande peça. E nessa caixa escura vamos nos afetando com encontros com outras partes-peças e ora nos chocamos tão violentamente, que chegamos a esquecer que somos peças importantes da máquina. Ora nos chocamos e nos afetamos tão deliciosamente que esquecemos da responsabilidade de peça fundamental da máquina e só queremos viver como peças descomprometidas com a máquina e sobrevivendo e justificando a nossa existência no encontro fugaz com as outras peças transitórias já ausentes da máquina. Passamos a nós tornar singulares e genuínas peças apartadas do TodoMáquina De tanto tempo distante da máquina esquecemos que somos peças e assumimos identidade que nos distância de nossa função de peça e imaginamos ser outra coisa, a individualidade nos ilude até o cúmulo de achar que somos máquinas ou peças mais elevadas e importantes que as outras… triste ilusão de peça distante de sua máquina. E neste momento afastado do todo que é a máquina, vamos nos encontrando com peças afins… roscas, parafusos, arruelas, arrebites, etc., E vamos criando sindicatos, convenções, agrupamentos, e nos distinguido como irmãs-peças a procura da máquina ideal que justifique nossa função e nossa existência no todo, e nessa busca do ideal e em detrimento do ideal vamos nos antagonizando com o real que como nós é

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feita de aço e inox. Vamos cada vez mais nos afastando da máquina, a individualidade nos afasta de tal forma da máquina que nos elegemos porta-voz do retorno e vinda da máquina e nos preparamos, cada qual de uma forma que a cada agremiação pareça a correta, as porcas se separa dos parafusos e cada qual com sua teoria de retorno à máquina sem nunca ter estado realmente nela, fomenta ou estimula a melhor forma de se apresentar à máquina quando chegar o momento crucial da abertura da caixa de ferramenta, onde a luz iluminará a peça escolhida e essa subira no alto do altíssimo da caixa e finalmente atingirá seu ímpeto que era sair da caixa para viver em algum lugar e servir não sei quem, se vangloriando de peça divinamente escolhida. Triste fim de peça que não compreendeu que se é peça é porque é parte. E assim é a história do parafuso que se elevou sem a companhia da rosca e da arruela que era fundamental para que se encaixasse na engrenagem que movimenta a máquina da vida. Peça que se individualiza, é peça vaidosa que acha que não prescinde da máquina. Peça que se individualiza é parafuso sem rosca, é peça frouxa e que não serve a máquina. A existência da peça se justifica em outras peças que a complementa e assim serve de forma completa o todo. A máquina é na verdade uma família de peças que se unem para que a engrenagem da vida não pereça. Seja peça, mas peça consciente da sua pequenez e inutilidade enquanto individualizada. Seja peça, mas peça conscientizada de sua grandeza e honrosa função enquanto à serviço de todas as peças que junto com você compõe o TodoMaquina

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Quando fui convidado pelo irmão Caio Augusto para fazer parte da equipe de escritores a primeira reação foi surpresa e felicidade, depois um receio de responsabilidade misturado com: sou capaz? Depois pensei: me preparei para isso e aqui estou, mas o que falar? Costumo sempre ser o mais transparente possível, sendo assim, decidi falar com o meu coração.

Deus: explicar ou sentir? Amados irmãos de fé! Quero tocar em um assunto delicado dentro de todas as religiões: Deus, Jeová, Olorum, Nzambi, Tupã, entre outros... São tantos nomes para o Divino Criador, e isso só nos mostra o quanto não entendemos de fato o que ele representa, pois tentamos nomeá-lo na busca de defini-lo, mas como encontrar uma palavra para definir o todo? Tudo o que há de magnifico, de puro, de maravilho, cósmico? Como dizer que Ele é Ele ou Ela? Como definir? São tantas dúvidas que quanto mais tentamos achar definições plausíveis, mais nos afastamos. Deus não se explica se sente! Não tenho a intenção, nem a pretensão, de descrever algo que é impossível, mas apenas tento passar um pouco do sentimento de quem buscou e encontrou algo diferente. Alguém que encontrou na Umbanda algo que o completa, que o faz sentir vivo e ligado ao divino.

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E nessa busca por Deus, percebi que Deus existe de dentro pra fora, de fora pra dentro, Ele(a) está presente em tudo e em todos, em quem amamos, em nossos desafetos, em nossos pais, filhos, animais de estimação, e pude entender que na Umbanda, Deus é tudo. É o céu, a terra, a água, o fogo, o ar, a mata, a pedra, a cachoeira, a cura, a sabedoria, o conhecimento, a razão, a lei, a evolução, a caridade. A figura Deus criada por algumas religiões, principalmente no Ocidente, nos faz pensar que estamos distantes dele(a), pois somos julgados a todo o momento, e isso nos faz teme-lo e não amá-lo, nos afasta ao invés de aproximar. Se colocarmos Deus como uma figura, algo que podemos alcançar ou explicar, nunca estaremos ou viveremos em Nele(a). Você precisa sentir, lembre-se que ele(a) está em tudo, então de alguma maneira você o(a) sente e o(a) ama, só não se deu conta. Se você consegue amar, seus pais, seus irmãos, seus amigos, os animais, a natureza, seus desafetos, você está sentido e vivendo em Deus. Vamos abandonar a questão de ser supremo, pois ele(a) não é um ser, Ele(a) é tudo! O que se sente de dentro pra fora, de fora pra dentro. Deus é a Natureza, são os Orixás, é a Fé, o Amor, o Conhecimento, a Justiça, a Lei, a Evolução e a Geração. É magnetizador, agregador, expansor, equilibrador, ordenador, transmutador e gerador. É cristal, mineral, vegetal, ígneo, eólico, telúrico e aquático. Deus, Olorum, Nzambi, Tupã, sentimos não explicamos, pois cada um encontra o Divino de sua maneira. Axé.

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Sobre a Mediunidade de Incorporação Durante o período em que um(a) médium está se desenvolvendo mediunicamente, surgem muitas dúvidas sobre a nossa relação com os espíritos guias de luz que nos acompanham e que incorporam nos trabalhos espirituais. Primeiro é preciso entender de onde vem a mediunidade, para começar a gerar um senso comum sobre ao que se refere este aspecto de nossas vidas. O Divino Criador Olorum nos gerou como se centelhas divinas inconscientes, dotados de muitos dons divinos que nos conectam com nossa origem em Deus. A mediunidade é um dom divino, concedido por Deus a nós, suas criações exteriorizadas para o mundo manifestado, que provém da nossa semente divina e que se manifesta através do nosso espírito. Este dom consiste na intermediação e manifestação de espíritos e divindades através do transe mediúnico oracular em diferentes faixas vibratórias. Então, a mediunidade é o dom de ligação com nosso Divino Criador Olorum, que manifesta através de suas qualidades divinas, os Sagrados Orixás e os espíritos guias de luz. Por esta razão, entendendo a mediunidade como um dom divino inserido no ser desde sua origem em Deus, afirmo que todos nós, seres humanos, somos médiuns. É, também, por isso que a mediunidade não é propriedade de nenhuma religião, seja ela a Umbanda, o Candomblé, o Espiritismo, Tambor de Mina, Catimbó ou qualquer outra religião existente, pois a mediunidade é muito anterior a todas elas. Está na origem do ser e já se manifesta desde o início da criação. Então, concluímos que a mediunidade é algo inerente ao ser, como mais um aspecto de nossas vidas, que corresponde ao nosso lado espiritual. Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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Nossa mediunidade se processa, inicialmente, em nosso íntimo, ligado às nossas emoções, porém, conduzida pelo nosso mental, assim como a maioria dos campos de nossas vidas. Um médium deve se pautar na luz da razão e no bom senso sempre, em todos os momentos, e também deve se policiar com a qualidade dos seus pensamentos e sentimentos, buscando continuamente sua sutilização e um equilíbrio para com o todo. Pessoas que não vigiam suas emoções, que não tem controle de si, que repetidamente exteriorizam ódio, raiva, tristeza, depressão, estresse, arrogância, preconceito de todos os tipos possíveis, que frequentam locais de baixo escalão energético, promíscuos, desleixados, egoístas, prepotentes, não conseguem, sobre estas condições, desenvolver um bom trabalho espiritual. Quando uma pessoa tem esses e outros hábitos negativos, dizemos que esta pessoa está emocionalizada, ou seja, guiada pelas emoções negativas, pelos instintos e não pela luz da razão. E quando falamos de mediunidade, especificamente de mediunidade de incorporação, por se tratar de uma ligação de um espírito sublime com uma pessoa densa e emocionalizada, muitas vezes pode não transcorrer de uma forma benéfica para o médium e para o consulente, em caso de atendimento. Temos que entender que na qualidade de médiuns, durante uma manifestação de um espírito guia de luz, existe um acoplamento energético e magnético entre os chacras do espírito guia com os chacras do médium, o que viabiliza a incorporação. Então, os dois, médium e guia, estão presentes durante todo o processo de transe, onde o guia se serve do corpo físico do médium para realizar as atividades espirituais. O problema é que quando o médium ainda tem todos os hábitos negativos, eles ficam tão impregnados no seu subconsciente que por vezes acabam sendo exteriorizadas durante o processo de incorporação, fazendo com que aconteçam atitudes exageradas nas gesticulações dos Guias. O que se vê, como exemplo disso, são Exus e Pombagiras com atitudes insinuantes ou promíscuas, falando palavras chulas e de baixo calão, caboclos batendo do peito excessivamente e com força desnecessária, pulando o tempo todo ou soltando verdadeiros berros ao invés de um brado, guias da esquerda e da direita bebendo garrafas inteiras de bebida alcoólica, pessoas rolando no chão durante sessões de descarrego, insultos entre outras coisas que ficam evidentes a exteriorização dos medos e emoções negativas do médium, muitas vezes expondo-o ao ridículo. O trabalho espiritual requer cuidado, atenção e muito respeito, mas todo esse cuidado começa em nosso mental, em nossa postura, em nossa dedicação e consciência de aprendizagem contínua. Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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Servir a espiritualidade maior como médiuns e trabalhadores dos espíritos guias é, acima de tudo, aprimorar-se em consciência, tornar-se bons instrumentos para as divindades. Prezar pela impecabilidade, entender seus reais intentos e doutrinar as emoções, conduzir o mental de forma focada, firme e ordenada. Sermos imparciais, desenvolver o amor de forma mais ampla e universal, respeitar nossos irmãos de trabalho e os irmãos consulentes. Essa via de expansão consciencial nos leva a um caminho de sutilização, de leveza, que reforma nossa forma de ver o mundo, as pessoas e a nós mesmos, compelidos a amadurecer e evoluir como humanos, sendo mais humanos uns com os outros. Abrir mão do ego e do controle para que o seu Guia de luz possa conduzilo, não somente nos trabalhos espirituais, mas sim na vida, e experienciar um mergulho no íntimo de Deus. Com certeza, aos irmãos e irmãs que se observarem em seu compromisso espiritual e seu desenvolvimento mediúnico com este olhar, voltado para seu aprimoramento, irão vivenciar integralmente uma explosão de vida que provém do universo maravilhoso e sublime de Deus, de Suas Divindades e da Umbanda Sagrada. Texto: Caio Cassola, sacerdote do TLU Estrela de Oxalá Inspirado por Pai Benedito de Aruanda

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AMARRAÇÃO AMOROSA. Nessa narrativa vamos tratar de um assunto muito comum e lucrativo financeiramente na comunidade espiritualista da baixa magia, esse tema sempre que é abordado causa polêmica em todas as postagens que acompanho nas redes sociais. Justamente por isso hoje trataremos das consequências de uma Amarração Amorosa. Desde os primórdios, que o espírito humano escraviza seu semelhante. Saibamos que, o ato de amarrar alguém á outra pessoa que não estava em seu caminho lhe obrigando viver uma situação que ele não escolheu, é uma forma de escravizar. E, toda forma de subtração da liberdade de escolha, livre arbítrio ou qualquer outra forma forçosa de intervenção na vida terrena praticado de forma meramente criminosa é imediatamente repudiada e tornase condenável pelo plano espiritual superior. Para o conselho de guardiões do comando planetário e inaceitável a intervenção de um espírito na evolução do outro, Não é plausível que um feiticeiro mude o destino de espíritos que lutam por um grau de evolução, e saibamos, que esse ato quando praticado por um feiticeiro que tem pleno conhecimento de manipulações energéticas, funciona, entretanto essa aberração tem prazo de validade que não se estende por muito tempo, porem mesmo em pouco espaço de tempo, suas consequências são inestimavelmente drásticas, sabemos que um ato dessa natureza muda o destino de muitos espíritos, e que esses irmãos levarão alguns séculos para retomarem seus cursos normais de evolução. Todavia, esses feiticeiros inconsequentes e seus clientes podem ter á certeza de que serão julgados e seus crimes jamais passarão impunes aos olhos cuidadosos dos guardiões da lei maior. AXÉ. Sebastião Cabral

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Maturidade Umbandista

Demonstre suas escolhas, seja forte, não deixe que o preconceito alheio tome seu lugar de escolha, seja você a própria mudança de sua vida, sua escolha de servir a Deus, aos Orixás ou qualquer que seja sua crença ou onde você deposita a sua fé. Fé essa que é libertadora aos olhos do mistério da Criação, e que ama todos e todas as crenças e maneiras de nos ligarmos ao sagrado. Devemos ter orgulho e coragem de ser Umbandista sim, porém, nada disso adianta se não adquirirmos maturidade e discernimento necessário para entender que o lugar de falar e representar a Umbanda é nosso. Jesus Cristo foi corajoso, quando veio trazer seus ensinamentos e por assumir esse risco foi mal interpretado e crucificado, justamente pela falta de maturidade dos que ali realizaram este feito, por não entender sua proposta de vida. Existem muitas religiões, porque há muitas formas diferentes de entrar em contato com o Mistério do Criador e cada grupo de pessoas se identifica com uma forma, ou cria uma nova forma de sentir e expressar sua espiritualidade. O Caboclo Sete Encruzilhadas criou a religião de Umbanda com estas palavras: “Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade”. Fazer a caridade pura e simplesmente não implica em ser uma pessoa melhor, pois, para se tornar melhor, é preciso o autoconhecimento e o comprometimento, só a caridade não leva a lugar algum, se antes você não for a este lugar internamente. A caridade, também, deve ser uma consequência e não objeto, ou a senha para entrar no céu, não podemos ter vaidade ao sairmos em busca desse tesouro; dizem que a pessoa que faz mais caridade é melhor, e desta forma inicia uma certa competição entre os médiuns, mas o real Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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crescimento está em ser melhor do que eu mesmo, buscando uma renovação diária e aos poucos nossas atitudes e construção de ideias e posturas, vão se apresentando em novos olhares. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, disse também “Aprenderemos com quem sabe mais e ensinaremos a quem souber menos, a ninguém voltaremos as costas”. Não podemos apenas ir ao terreiro incorporar os guias para trabalhar e voltar para casa, o crescimento começa com o identificar dos nossos defeitos e procurar caminhos para corrigi-los, quanto mais comprometidos e sinceros, mais vamos identificá-los e lutarmos por uma transformação interior, levando em conta incorporar os valores deixados por nossos Mestres após os trabalhos, uma vez que se manifestam através de nossa mente, boca e corpo. Ser maduro não quer dizer que estava verde, porém, é sim assimilar e compreender, é não criar caso, não agir para atingir nem faz uso de indiretas nas escolhas alheias, mas sim viver a sua verdade. Aliás, ser maduro é ser direto sem rodeios, mas sempre manter o respeito e a disciplina, pois sua verdade pode não ser a do seu irmão, devemos sim expor nossas ideias, mas não fazermos dela uma regra absoluta aos nossos. É respeitar a opinião alheia, pois quer que a sua também seja respeitada dá mesma forma, eis aí a essência da maturidade. Conquistar essa tal maturidade, é aprender com os erros e também com os acertos, em vez de paralisar com eles, crescemos e subirmos passo a passo nosso degrau desse nosso processo evolutivo, é ouvir mais do que falar e escutar com atenção, pois é assim que procede o aprendizado observar e absorver, nessa ordem o aprendizado se torna mais sólido e eficaz. A maturidade nos traz liberdade dos dogmas e empecilhos que muitas vezes nos imputamos, e se tem algo de tão maravilhoso dentro deste seio de nome Umbanda, é podermos lidar com a liberdade de poder fazer de tudo, permitir-nos viver todas as experiências possível e a única coisa que devemos fazer, é nos perguntarmos se isso nos faz bem, se somos felizes com o resultado final de nossas próprias escolhas, sendo assim a Umbanda tem fundamentos, e é preciso preparar, estudar e viver os seus conceitos.

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Coluna notícias do mês! Terreiro Vó Benedita é atacado com pedras por fanáticos religiosos em Campinas

O terreiro Vó Benedita, casa de Umbanda que fica na Vila Ipê em Campinas, foi alvo de violência e intolerância religiosa. A casa foi atacada com pedra, os carros tiveram pneus furados, e uma evangélica foi até a proprietária do imóvel para tentar desalojar a casa de Umbanda, além de fazer ameaças de morte, informam em nota de repúdio publicada na internet. (foto reprodução facebook) “Temos como vizinhos uma Igreja Evangélica, que até o presente momento não tínhamos problemas de convivência. Na sexta feira passada, membros de nossa casa escutaram em alto e bom tom, durante o culto, que

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os terreiros de Umbanda eram para ser apedrejados, fato que infelizmente ocorreu contra nossa casa no mesmo dia”, anotou em nota de Repúdio. Os religiosos tiveram que chamar a polícia para registrar uma queixa contra as agressões e a ameaça de morte feita por fanáticos. (Fonte Cartacampinas.com)

Luto na Umbanda!

Falecimento da irmã e cantora Luci Rosa REPUDIO!

Entidades e Cidadãos(ãs) fazem mobilização para impedir a circulação e venda do livro 'Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?', de Edir Macedo ‘Orixás, Caboclos e Guias: nossos Deuses!’ Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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Nós, pessoas e entidades que acreditamos na defesa dos direitos religiosos dos Povos de Terreiro subscrevemos este documento, a fim de requerer intervenção, na condição de assistentes, em ação civil pública que versa sobre a suspensão da venda ou qualquer forma de circulação do livro 'Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?', do bispo e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), Edir Macedo. Histórico da ação No ano de 2005, em virtude do relançamento do livro 'Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?', de autoria do bispo, Edir Macedo, o Ministério Público Federal Bahia (MPF-BA) ingressou com Ação Civil Pública, perante à Justiça Federal da Bahia, para suspender a venda e qualquer forma de circulação da publicação, sob pena de multa.À época, os argumentos utilizados pelos Procuradores da República, Sidney Madruga e Cláudio Gusmão, davam conta de que a obra, além de preconceituosa e discriminatória, “dedica quase que a totalidade de suas páginas a promover ofensas às religiões afro-brasileiras”.Segundo o MPF, trechos da publicação tratam as religiões de origem africana como “seitas demoníacas”, “modo pelo qual o demônio age na Terra” ou “canais de atuação dos demônios”. Nos autos, os procuradores afirmam que o bispo responsabiliza a Umbanda, o Candomblé e a Quimbanda “pela destruição do ser humano” e pelo uso de entorpecentes. Histórico do terrorismo, racismo religioso, violação de direitos e crescimento do discurso do ódio religioso no Brasil A fórmula discursiva básica do neopentecostalismo consiste em difundir o medo atribuindo aos “espíritos do mal” todas as adversidades, infortúnios e mazelas sociais, apresentando-se a si própria como solução para o “problema”. Além da propagação do ódio e intolerância contra as religiões afrobrasileiras, a narrativa neopentecostal notabiliza-se por discursos homofóbicos e contrários aos direitos sexuais e reprodutivos, veiculados abertamente nos programas religiosos televisivos e radiofônicos como também nos projetos de lei da denominada bancada evangélica, formada por 90 deputados federais – 20% das cadeiras da Câmara dos Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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Deputados. Em novembro do ano passado, um relatório publicado pelo Governo Federal/Ministério dos Direitos Humanos constatou que a cada 15 horas um templo religioso, especialmente das religiões afro-brasileiras, sofre algum tipo de discriminação religiosa, manifestada por meio de agressões verbais, físicas, tortura de sacerdotes, depredação de templos, invasão de territórios etc. (http://www.mdh.gov.br/disque100/balanco-2017-1). Não obstante, transcorridos seis meses desde a publicação do aludido levantamento sobre intolerância religiosa, o governo federal, tampouco, as instâncias governamentais estaduais e municipais não anunciaram quaisquer planos, programas, ações ou medidas destinadas ao enfrentamento da violência descrita no mencionado relatório. Trata-se de omissão que vulnera de modo frontal e direto obrigações jurídicas prescritas expressamente no Pacto de São José da Costa Rica, a exemplo da norma do art. 13, item 5, segundo a qual “A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência”. Nos últimos meses temos verificado, através de notícias nas mídias e rede sociais, o agravamento de depredações e ataques a templos religiosos afro-brasileiros no Rio de Janeiro e em outros estados, durante os quais facínoras armados e agindo em grupo torturam psicológica e fisicamente sacerdotes e sacerdotisas, coagindo-os a destruir edificações, símbolos, artefatos e objetos religiosos. O Processo na Justiça Apesar do MPF ter vencido na primeira instância, diante da Justiça Federal da Bahia, perdeu nas demais esferas, e, após 14 anos, o recurso de apelação encontra-se pendente no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Em virtude disso, e frente ao anúncio do bispo Edir Macedo e da Igreja Universal do Reino de Deus que, mesmo em desrespeito ao devido processo legal (uma vez que ainda não há decisão final definitiva nas instâncias judiciais), anunciaram o relançamento da obra para dia 2 de agosto deste ano, o Coletivo de Entidades Negras (CEN); Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU); e Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB) convidam terreiros, entidades e outros(as) cidadãos(ãs) a subscreverem este documento que será Edição 08/19 contato: portalcdo@bol.com.br

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protocolado no TRF-1, bem como, convocamos uma ampla mobilização social para realizarmos a entrega, em mãos, do requerimento de intervenção para assistência ao Ministério Público Federal, com a finalidade de defender o ponto de vista dos Povos de Terreiros no processo judicial. O ato de entrega do documento com as assinaturas coletadas ao Procurador Regional da República responsável pela fiscalização dos trâmites do recurso, acontecerá em ato presencial, em Brasília-DF, no dia 28 de agosto, a partir das 15h. Endereço: SAS, Quadra 5, Bloco E, Lote B. Convidamos a você que luta por um Brasil laico, diverso e que respeite a pluralidade religiosa a subscrever esse documento e estar presente no ato público em Brasília na data marcada!!!

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