Filcap

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Ano 45

Nº 198

2019

História do Café Reinaldo Jacob (reinaldo.jacob@aasp.org.br)

Uma lenda conta que a origem do café partiu de um pastor etíope, que, observando suas ovelhas, notou que mudavam o comportamento após comer as folhas do cafeeiro. Embora tenha sua origem na África (Etiópia), sua difusão teve RHM C-863 como ponto de partida a Arábia, onde foi cultivado e usado para cura de diversos males. Da Arábia foi levado para o Egito, no século XVI. Em 1554, já era conhecido pelos europeus, que passaram a cultivá-lo em suas colônias do Índico e do Pacífico (Ceilão, Java e Sumatra). No decorrer do século XVIII, o café foi RHM C-127 ganhando importância no mercado internacional, tornando-se bebida de luxo, principalmente na França, Inglaterra e Estados Unidos. Foi plantado em Madagascar, na Índia e nas Filipinas. Chegou à Martinica, às Antilhas e conquistou a América Central. As primeiras mudas chegaram ao continente sul-americano, vindas do Jardim Botânico de Amsterdã. A origem do café no Brasil encontra-se no século XVIII. As primeiras mudas de café foram plantadas ainda pelos idos de 1720, na província do Pará. A pessoa que teria trazido RHM C-326 as primeiras sementes do café para o Brasil foi Francisco de Melo Palheta, após viagem à Guiana Francesa. O aumento do consumo do café na Europa e depois nos EUA decorreu do crescimento da produção do café no Brasil a partir do início do século XIX. As primeiras grandes lavouras de café surgiram na Baixada Fluminense e no Vale do rio Paraíba do Sul, nas províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo. O solo e o clima da região favoreceram a produção do café, que se destinava a atender ao mercado consumidor da Europa e dos EUA. Os africanos escravizados RHM C-464 formaram a força de trabalho para laborarem no cultivo, colheita e beneficiamento do café. O transporte para o porto do Rio de Janeiro, de onde inicialmente era exportado, era feito no lombo das mulas. A partir de 1837, o café tornou-se o principal produto de exportação do Brasil Império. Os grandes lucros decorrentes da exportação do café enriqueceram os grandes fazendeiros, os chamados “Barões do Café”, e sustentaram financeiramente o Império brasileiro. Um processo de modernização da sociedade também foi possível graças aos lucros conRHM C-545 seguidos com a exportação do café. Ferrovias fo-

ram construídas para transportar de forma mais rápida o café das fazendas para os portos, principalmente o Porto de Santos, em São Paulo. Com as rendas vindas da exportação de café, foi possível também urbanizar a cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, bem como algumas cidades do interior paulista, RHM C-2435 como Campinas (Bicentenário da Cidade de Campinas - Ramo de Café – RHM C-863). O interior da província de São Paulo, na área conhecida à época como “Oeste Paulista”, foi o local de expansão da produção cafeeira após a decadência das lavouras do Vale do Paraíba. A existência da chamada “terra roxa”, RHM C-22 muito fértil, garantiu o aumento da produção nessa região. A produção do café dependeu intensamente da força de trabalho escravo. O tráfico de escravos entre a África e o Brasil intensificou-se, apesar das ações da Inglaterra para impedi-lo. Por outro lado, as rendas provenientes da produção e comercialização do café permitiram uma diversificação da economia urbana no Rio de Janeiro e São Paulo, surgindo novos grupos sociais, como operários e a chamada classe média. O café foi a principal mercadoria da economia brasileira até a primeira metade do RHM B-130, século XX, quando a intensificação da industriaC-2510, C-2511 lização desbancou-o enquanto força econômica principal. Existem várias emissões no mundo sobre o tema café. A Filatelia Brasileira divulgou em diversas oportunidades a produção do café: em 05/02/1928 foi emitida a série do bicentenário do plantio do café no Brasil (RHM C-21/23); em 07/01/1938 o Brasil realizou a propagada do café Brasileiro através da emissão do selo RHM C-127 (impresso pela empresa Waterlow& RHM 566 Sons Limited Londres); em 19/12/1953 no Congresso Internacional do Café (RHM C-326) no Centenário da Emancipação Política do Paraná; em 30/06/1961 referente a realização do Convênio Internacional do Café (RHM C-464); em 21/12/1965 sobre a propaganda do café Brasileiro (RHM C-545); em 07/12/2001 - Café do Brasil (RHM C-2435); em 15/04/2003 - Fazendas Históricas de Café - Fazenda Pau D´Alho e FaRHM 615 zenda Ponte Alta (RHM B-130, C-2510/ C-2511); em 18/08/1977 - Colhedor de Café na Série Tipos e Profissões Nacionais (RHM 566); em 05/1983 - Café na Série Recursos Econômicos Nacionais - (RHM 615).


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