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Missão

e

Rev. Dieter Joel Jagnow

Mídia

Parte 1 - Levantamento histórico geral

O

uso dos meios de comunicação está previsto no Estatuto e no Regimento da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (Ielb). No capítulo II do Estatuto, Artigo 5º, e), é dito que a Igreja, para cumprir sua finalidade, “utilizará os meios de comunicação”. No Regimento, onde se fala sobre a Área de Comunicação, lê-se que a Igreja tem como objetivo de exercer um ministério cristão formador e evangelizador e que este acontecerá “através dos diferentes veículos de comunicação” (Capítulo V, Artigo 69). Neste mesmo artigo, é dito que a Igreja deverá:

—“Divulgar os programas e a mensagem da IELB pelos meios de comunicação social” (IV); —“Alertar a opinião pública quanto a conteúdos dos meios de comunicação que não condizem com a verdade” (V); —“Praticar um jornalismo dinâmico, ético, cristão, luterano, através de todos os meios de comunicação disponíveis (VI); “Estimular e apoiar o uso dos meios de comunicação nas congregações e entidades.” (X)1

Visão geral do uso dos veículos de comunicação

Com invento dos tipos móveis por Gutenberg, em 1447, novas e grandes oportunidades surgiram para uma rápida multiplicação da palavra escrita. Desde logo, o luteranismo soube utilizar-se deste meio para comunicar o evangelho. Lutero foi o grande expoente dos primórdios da imprensa massiva. Compreendendo a importância desde meio, julgava que a imprensa era o último milagre de Deus para propagação ainda mais rápida do Evangelho. A Reforma liderada por Lutero aconteceu não tanto do púlpito e da cátedra, mas através da imprensa. Tradicionalmente, a imprensa tem sido o meio de comunicação de massa mais utilizado pela IELB, em forma de livros, revistas, jornais, folhetos e vários outros formatos. Mesmo com a chegada do rádio ao Brasil, foi a mídia mais usada, mas não tanto para o evangelismo, e sim 2 Para detalhes sobre uso da imprensa para a informação e formação dos pela IELB ao longo da sua história, ver REHFELDT, Mário L. Um grão de próprios fiéis.

Como se nota, o uso dos meios de comunicação é previsão estatutária e regimental na IELB. Mas como No caso da IELB, um indicativo será a realidade? É o que se pretenclaro desta preocupação está no fato de de responder neste estudo (e no da que a sua primeira publicação regular, próxima edição esta revista). o Evangelish-Lutherisches Kirchenblatt

1 IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL. Estatuto, Regimento, Código de Ética Pastoral, Regras Plenárias, Administração. Porto Alegre, edição atualizada de 2006.

pria Igreja, que aconteceu em junho de 1904. No ano de 1917 começou a ser editado o primeiro periódico em língua portuguesa — o Mensageiro Christão (que no ano seguinte mudou de nome para Mensageiro Luterano). Esta revista ainda é editada, constituindo-se no principal órgão impresso da IELB, com tiragem mensal de cerca de 9 mil exemplares. Na década de 1950, a IELB possuía, além do Kirchenblatt, as seguintes publicações periódicas: Mensageiro Luterano, Igreja Luterana, Lar Cristão, O Jovem Luterano, O Pequeno Luterano e Luther-Kalender. Destas, existem hoje apenas as três primeiras, sendo que não foram criados periódicos novos para atender a esta segmentação. Uma publicação infantil é mensalmente encartada no Mensageiro Luterano, com o nome de Mensageiro das Crianças.2 O rádio surgiu no fim do século 19 e chegou a Brasil em 1922. Em 25 de maio de 1929, na Rádio Clube do Brasil, Rio de Janeiro, o pastor Rodolpho F. Hasse utilizou o veículo para transmitir um culto — o que aconteceu ainda outras vezes a partir de então. Em 14 de março de 1937, foi irradiado, pela

fuer Suedamerica [ Jornal da Igreja Evangélica Luterana para a América do Sul] iniciou em dezembro de 1903 — portanto antes da fundação da pró-

22 | Teologia | Dezembro, 2010 e Janeiro, 2011

mostarda — A história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Traduzido por Dieter Joel Jagnow. Porto Alegre: Concórdia, 2004. v. 1; BUSS, Paulo. Um grão de mostarda — A história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Porto Alegre: Concórdia, 2006. v. 2; WARTH, Carlos H.Crônicas da Igreja. Porto Alegre: Concórdia, 1979.


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