Olimpíadas

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Olimpíadas, Copa, Lava Jato e JASC: Lages precisa dos Jogos Abertos? Ilson Barros* A avassalante crise política e institucional que o Brasil vive, a destruidora avalanche de delações relacionando desde o Presidente da República, Presidentes do Senado, da Câmara Federal, Governadores, Deputados e Prefeitos e 1.829 políticos a todo tipo de escândalos, nos leva à alguma elucubrações perturbadoras. O Brasil viveu há pouco dois grandes eventos esportivos internacionais: A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Dois megaeventos, que exigiram aplicação de bilhões de dólares pagos pelo espoliado contribuinte brasileiro para construção de elefantes brancos que deixaram como único legado, um histórico de obras superfaturadas, casos comprovados de corrupção, propinas assustadoras e nenhum, absolutamente, nenhum benefício para as comunidades onde foram construídas as mega arenas ou realizados os famigerados eventos. Santa Catarina esteve às margens dos Jogos Olímpicos e da Copa. Mas não ficou à margem dos eventos políticos denunciados e a corrupção deixou de ser uma sombra, um fantasma e ganha corpo assustadoramente consistente por força de denúncias e delações, águas lamacentas que violam até a própria lei da gravidade e sobem do litoral em direção à serra. Isto nos traz à questão focal deste breve texto: Afinal, O QUE Lages vai ganhar sendo a sede dos Jogos Abertos que deverão ser realizados ainda neste ano? E ainda outra pergunta incômoda: QUEM vai ganhar com a construção de quadras poliesportivas reformas de ginásios, quadras, etc.? até arrisco especular o nome de algumas empreiteiras ou prestadores de serviços, figurinhas carimbadas nas licitações há muitos anos ... mas isso fica registrado e vamos conferir depois. E outra pergunta: QUANTO vai ser gasto com a realização dos Jogos Abertos em Lages? De onde vem esse dinheiro? E prossigo: COMO vai ser feita a contratação destas empreiteiras? COMO vai ser feita a fiscalização dos gastos efetivamente realizados, das obras de fato realizadas, da qualidade dos produtos e da segurança das obras que serão entregues e inauguradas com grandes festas?

E também podemos perguntar: QUEM vai executar os trabalhos? Quem vai fiscalizar? Quem vai prestar contas? Quem...? Quem...? Mas apenas para fazer outro questionamento, eu ainda pergunto: Além da Prefeitura e dos Políticos que já circulam em torno do evento como moscas, QUEM mais vai ganhar com as obras? E com os Jogos Abertos? Sabemos que cada delegação de atletas vem para os jogos abertos trazendo colchonetes, que dormem em alojamentos improvisados nas escolas e colégios, que trazem cozinheiros e até sua própria alimentação e que eles próprios preparam os alimentos. Sabemos que nem um único turistazinho vem de fora para assistir aos jogos abertos, que são assistidos apenas pelos próprios atletas competidores. Portanto, o comércio não ganha, prestadores de serviços não ganham, hotelaria não aumenta o número de leitos ocupados, restaurantes não vendem um único prato a mais porque os atletas precisam ter dietas controladas... Ah! Em tempo: Jogos Olímpicos e Copa mostraram que aumenta o consumo de camisinhas, mas estas são distribuídas gratuitamente nos alojamentos... Resumindo a ópera: O que LAGES E o que nós, LAGEANOS, ganhamos com a realização dos Jogos Abertos? Ou é pano de fundo para esconder gastos livres de licitações ou repasses milionários a fundo perdido (sem prestação de contas!) e grandes oportunidades de exposição dos políticos em plena campanha política? Não seria o caso de aplicar estas verbas milionárias em Assistência Social, repassando os valores de convênios para o Orfanato, Asilos, Casa Colibri, Alteri, Alam, APPs e outras dezenas de instituições que fazem com competência aquilo que o Município faz tão mal? Talvez o Prefeito nem precisasse doar seu salário e nem tivesse que cumprir jornada de tripla de trabalho na Prefeitura, nos Conselhos da CASAN e CELESC e em suas empresas para poder manter-se... Concluindo, leitor: Você acha que, de fato, Lages precisa dos Jogos Abertos? Ilson Barros é Consultor de Empresas, Professor e Voluntário de Causas Sociais


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